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Resta então tratar da sucessão dos colaterais, ou seja, daqueles que somente serão
chamados a suceder se o falecido não deixar descendentes, ascendentes, ou
cônjuge sobrevivente. Os colaterais são aqueles parentes com os quais não há
relação de descendência/ascendência mas que pertencem a um mesmo tronco e
que tem um ancestral comum. Assim, pais, filhos, netos, bisnetos, avós, bisavós
são ascendentes e descendentes entre si. Já os irmãos, tios, sobrinhos, primos,
tio-avô, sobrinho-neto são parentes colaterais pois têm um ancestral
comum.
Com relação à sucessão do colateral, prevê a lei outra regra especial: a hipótese
em que o tio do falecido (parente em terceiro grau) concorrer com o sobrinho do
falecido (também parente em terceiro grau). Pela regra geral, como o tio e o
sobrinho são parentes de terceiro grau do morto, ambos deveriam repartir a
herança em partes iguais. Mas, o Código Civil de 1916 em seu artigo 1617, caput e
o Código Civil de 2002 em seu artigo 1843 determinam que os tios do falecido só
herdarão se não houver sobrinhos do falecido. Nesse caso, os sobrinhos do “de
cujus” recebem a herança toda. A redação do artigo 1617 do Código Civil de 1916
(“em falta de irmãos herdarão os filhos destes”) não é tão clara. Já o artigo 1843
do Código Civil de 2002 afasta qualquer dúvida: “na falta de irmãos, herdarão os
filhos destes e, não os havendo, os tios”
Outra regra do Código Civil de 1916, artigo 1617, parágrafo primeiro, reproduzida
no Código Civil de 2002, artigo 1843, parágrafo primeiro garante aos sobrinhos do
morto o direito de herdar por direito próprio (ou por cabeça) os bens deixados por
seu tio, se o falecido não deixou irmãos vivos.
Por fim, salientamos que os parentes em quarto grau (tio-avô e sobrinho neto)
jamais herdam por representação (que é exceção e não regra) herdando apenas
por direito próprio, ou seja, quando inexistirem herdeiros de terceiro grau. Nessa
hipótese, não valem as regras da representação, nem as regras referentes à
exclusão do tio do falecido em caso de concorrer com sobrinho do falecido (artigo
1843 do Código Civil de 2002). Assim, se o falecido deixou como únicos herdeiros
um tio-avô (parente em quarto grau) e um sobrinho-neto (igualmente parente em
quarto grau) a herança será dividida pelos dois em parte iguais.
Essas são as principais regras referentes à sucessão dos colaterais. Como se nota,
as regras existentes no Código Civil de 1916 são idênticas àquelas contida
no Código Civil de 2002, sendo que o último traz uma grande vantagem por
melhor esclarecer a norma contida no caput do artigo1617, expressamente
excluindo os tios do falecido da sucessão em que concorrerem com o sobrinho do
morto (caput do artigo 1843).