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Impactos ambientais da Mineração

Os impactos ambientais da mineração afetam os ambientes


hidrológicos, atmosféricos, além da biosfera, dos solos e
das formas de relevo.

A mineração pode
gerar diversos impactos ambientais
A atividade mineradora consiste na extração de riquezas minerais
dos solos e das formações rochosas que compõem a estrutura
terrestre. Trata-se, assim, de uma das mais importantes
atividades econômicas tanto no Brasil como em todo o mundo,
com destaque para o petróleo e o carvão mineral. No entanto, é
preciso ressaltar que essa prática costuma gerar sérios danos ao
meio ambiente.
Os impactos ambientais da mineração são diversos e
apresentam-se em diversas escalas: desde problemas locais
específicos até alterações biológicas, geomorfológicas, hídricas e
atmosféricas de grandes proporções. Portanto, conhecer esses
problemas causados e a minimização de seus efeitos é de
grande necessidade para garantir a preservação dos ambientes
naturais.
Entre as principais alterações nas paisagens e os impactos
gerados pela mineração, podemos destacar:
 Remoção da vegetação em todas as áreas de extração;
 Poluição dos recursos hídricos (superficiais e subterrâneos)
pelos produtos químicos utilizados na extração de minérios;
 Contaminação dos solos por elementos tóxicos;
 Proliferação de processos erosivos, sobretudo em minas
antigas ou desativadas que não foram reparadas pelas
empresas mineradoras;
 Sedimentação e poluição de rios pelo descarte indevido do
material produzido não aproveitado (rochas, minerais e
equipamentos danificados);
 Poluição do ar a partir da queima ao ar livre de mercúrio
(muito utilizado na extração de vários tipos de minérios);
 Mortandade de peixes em áreas de rios poluídos pelos
elementos químicos oriundos de minas;
 Evasão forçada de animais silvestres previamente
existentes na área de extração mineral;
 Poluição sonora gerada em ambientes e cidades
localizados no entorno das instalações, embora a legislação
vigente limite a extração mineral em áreas urbanas
atualmente;
 Contaminação de águas superficiais (doce e salgada) pelo
vazamento direto dos minerais extraídos ou seus
componentes, tais como o petróleo.

Lago contaminado por componentes químicos resultantes da mineração

Diversos estudos ambientais indicam que muitos dos materiais


gerados pela mineração são rejeitos, estes muitas vezes
erroneamente descartados. Na produção de ouro, por exemplo,
99,9% de todo material produzido não é aproveitado, sendo
muitas vezes depositado de forma deliberada no leito de rios ou
em áreas onde as águas das chuvas escoam para a
sedimentação de cursos d'água. Na extração de cobre, por sua
vez, menos de 1% do que é extraído costuma ser devidamente
aproveitado, ao passo que o restante é lixo.
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A contaminação por compostos químicos, com destaque para o


mercúrio, também é um dos principais danos ambientais
provocados pela mineração. Esses compostos são utilizados para
a separação de misturas, retirada dos minerais e catalização de
reações. Após o processo, costumam ser descartados, o que
ocorre muitas vezes de maneira indevida, principalmente em
localidades de limitada fiscalização, ou até em minas ilegais, que,
além de tudo isso, costumam empregar trabalho análogo ao
escravo ou infantil. Essa realidade, infelizmente, é muito comum
em países como o Brasil e em territórios dependentes
economicamente, a exemplo de muitas nações do continente
africano.

Crianças trabalhando em uma mina de ouro na Tanzânia *

Diante dessas considerações, é importante mencionar que a


atividade mineradora é, de toda forma, de vital importância para
as sociedades. Mas isso não significa, no entanto, que ela deva
ser realizada de maneira não planejada e sem a devida
fiscalização de suas instalações. É preciso, pois, promover
medidas para o correto direcionamento do material descartado e
a contenção da poluíção gerada pelos elementos químicos. Além
disso, torna-se necessário pensar na utilização sustentável dos
recursos minerais a fim de garantir a sua existência para as
gerações futuras. 
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/impactos-ambientais-mineracao.htm
Gestão de impactos sociais - VALE
Presente em Moçambique desde 2004, a Vale contribui para o desenvolvimento económico do país. Nesta página
pode encontrar informações sobre questões importantes da nossa relação com as comunidades e conhecer melhor os
nossos canais de escuta e diálogo.

1.

Reassentamento 25 de Setembro / Cateme


Foi concluído o pagamento de indemnizações para a reabilitação das 289 casas do Bairro 25
de Setembro, conforme acordado entre a comunidade, o governo e a empresa. Em Cateme,
a Vale está a fortalecer os seus investimentos sociais como por exemplo os programas de
geração de renda e a construção de espaços públicos de lazer e convívio.

2.

Impactos Ambientais
Novos controles ambientais e procedimentos estão a ser implementados para reduzir os
impactos operacionais como a poeira, o ruído e vibração nas comunidades vizinhas. De entre
as acções, destacam-se a ampliação e reforma dos sistemas de supressão de poeira nas vias
e instalações internas e do processo de monitorização da qualidade do ar, ruído e vibração.
Foram contratados estudos complementares para monitorar o impacto de vizinhança nos
bairros de Nhantchere, Bagamoio e 1º de maio.

3.

Deslocamento económico de machambas e olarias


A Vale está em processo de negociação com os oleiros que ocupavam a área de concessão. A
empresa propôs indemnização por perda de actividade económica e inclusão em programa
de geração de renda e investimento inicial para fomento para uma nova actividade. Também
estão em curso as negociações com os camponeses que ocupavam a área de concessão,
para os quais estão a ser avaliadas novas medidas de indemnização e participação nos
programa de geração de renda.

4.

Cemitério
Durante o reassentamento da comunidade de Chipanga em 2009, a Vale promoveu a
transferência dos corpos do cemitério adoptando cerimónias de acordo com orientação dos
anciãos. Parte das famílias que não acompanharam a exumação por opção própria alega que
não foram respeitados os ritos tradicionais. A Vale está a reforçar o diálogo com essas
famílias para esclarecer o procedimento adotado.

5.

Vedação da área operacional


Para garantir a segurança da comunidade, mantendo-a distante dos riscos da operação
mineira, estamos a concluir a vedação dessas áreas no limite das nossas concessões.

6.

Acesso à água
Estamos a implementar furos de água e a incrementar a rede de abastecimento da Vila de
Moatize, assim como a disponibilizar pontos de água para o gado, facilitando assim o acesso
das comunidades a este recurso.

7.

Controle de novas ocupações


A Vale tem a responsabilidade de manter a área de seu DUAT (Direito do Uso e
Aproveitamento de Terra) livre de ocupações não relacionadas à actividade mineira. Para
isso, a Vale tem vindo a instalar marcos, placas sinalizadoras e cercas. Além disso estamos a
realizar o processo de cadastramento socioeconómico das ocupações já existentes nestas
áreas, e a preparar uma equipe de monitores sociais que serão responsáveis por dar
orientações de segurança às comunidades.

8.

Acesso e mobilidade
A Vale realocou e construiu um novo acesso para as comunidades rurais à área urbana de
Moatize, garantindo o acesso aos mercados, renda, acesso a serviços de saúde e educação.
Além disso, a empresa disponibiliza transporte para a comunidade em Cateme onde já está
disponível um autocarro e tuk-tuks, tipo txopela, para deslocação.

http://www.vale.com/mozambique/PT/aboutvale/communities/social-impact-
management/Paginas/default.aspx
Comida com carvão e água
contaminada: o quotidiano dos
moradores de Moatize
Pesquisa de ONG alerta para riscos da atividade mineira à saúde dos
moradores do distrito de Moatize, em Moçambique. Vale diz que está a
implementar mudanças para mitigar impacto da extração de carvão nas
comunidades.
    

Um estudo da organização não-governamental Sekelekane, divulgado esta terça-


feira (30.06) na cidade de Tete, analisou cientificamente os impactos
socioambientais da atividade de extração de carvão mineral nas regiões de Moatize
e Benga, abrangidas pelas mineradoras Vale Moçambique e ICVL.
Os resultados do estudo apontam para alterações profundas da qualidade da água e
do ar. Em relação à qualidade do ar, o estudo diz que as partículas em suspensão
detetadas incluem dióxido de enxofre, monóxido e dióxido de carbono e óxidos de
nitrogénio.
O documento também avalia o nível de poluição sonora, derivado das detonações
de dinamite, tendo chegado à conclusão de que "o valor médio registado ultrapassa
largamente os níveis toleráveis”.
Morar perto das minas
João Tomo reside no bairro Nhatchere, arredores da cidade de Moatize. Por sinal,
uma das zonas residenciais mais próximas das operações mineiras da Vale
Moçambique e conta o drama de viver próximo de uma mina:
"A minha casa é vizinha da mina da Vale [vivemos juntos]. Quando eles detonam as
rochas, toda aquela poeira entra na nossa farinha. Uma vez pedi à minha mulher
para tirar as folhas de moringa para servir de caril e elas estavam completamente
sujas de poeira de carvão. Lavámos e comemos, mesmo sabendo que é prejudicial
para a saúde”, revelou João Tomo.

Estudo apela por rigor na colega de dados sobre a saúde dos moradores
Segundo Ana Piedade, pesquisadora da Universidade Zambeze e coautora do
estudo intitulado "Impacto ambiental da mineração de carvão a céu aberto no
distrito de Moatize", a exposição ao pó de carvão pode provocar várias doenças
respiratórias aos afetados.
"Tanto àqueles que estão próximos, como aqueles que estão aqui na cidade [de
Tete], com o andar do tempo vão sofrer destas doenças”, diz Piedade, justificando
que quando se fala de mineração, está-se a "falar de poeiras e os pulmões são a
parte do corpo humano que sofrerá com esta exposição e, com o tempo, poderemos
se calhar ter casos de tuberculose”, alerta.
Maria Sicreia, também residente no Bairro Nhatchere conta que "onde nós vivemos,
tem problemas de respiração, conjuntivite e tuberculose”, indicou Maria Sicreia.
"Temos o hospital rural de Moatize e os técnicos de saúde não conseguem explicar-
nos as origens das doenças. E tentamos fazer uma manifestação por causa deste
problema e só nos receitam o que eles entendem e nós continuamos doentes”,
denuncia a moradora.
Ana Piedade diz que ainda não há um mecanismo no setor de saúde para
interpretar a relação entre as doenças respiratórias reportadas pelas comunidades
com a exposição às poeiras provocadas pela mineração.
A pesquisadora apela para que "venha nos prontuários da saúde aquilo que
acontece com a exposição ao pó de carvão para que os médicos possam diagnosticar
melhor os doentes”, sublinha.
Queixas têm fundo científico
Por seu turno, Tomás Vieira Mário, diretor-executivo da organização não-
governamental Sekelekane, que encomendou o estudo, diz que é preciso também
olhar para os impactos socioculturais da mineração em Moatize, acrescentando que
"tem havido ao longo de anos reclamações de profanação de capas, o lado espiritual
das comunidades. Então este documento tem este mérito de dar uma base científica
aquilo que eram perceções das comunidades”.
Tomás Vieira Mário: "Há reclamação de profanação de capas"
Vieira Mário aponta ainda que "deve haver um mecanismo formal e oficial de
reclamações, que junte na mesma mesa as comunidades, o Governo e as empresas
[mineiras] para que não haja reclamações espalhadas e mal geridas”.
A DW África tentou ouvir a direção provincial de Terra e Ambiente de Tete sobre as
constatações do estudo, sem sucesso.
Entretanto, a mineradora brasileira Vale Moçambique disse à DW África por
correio eletrónico que está a desenvolver em Moatize uma série de atividades
socioambientais resultantes do seu plano de gestão ambiental. Destacam a
implantação de uma cortina verde sobre o muro que separa a área mineira das
comunidades, para minimizar o impacto de emissão de poeira sobre as áreas
habitadas.
A Vale diz igualmente que faz a monitoria das condições meteorológicas, de
qualidade do ar, ruído, vibrações, qualidade da água e efluentes, gestão de resíduos
e treinamentos de educação ambiental e plantio de mudas na Mina Carvão de
Moatize, de forma a ajudar na retenção de poeira.

https://www.dw.com/pt-002/comida-com-carv%C3%A3o-e-%C3%A1gua-contaminada-o-
quotidiano-dos-moradores-de-moatize/a-54011406

Mineradora Vale diz que poeiras continuam "grande desafio


ambiental" em Moçambique
por Lusa

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A mineradora Vale reconheceu hoje que a emissão de poeiras é "um dos grandes
desafios ambientais" da sua extração de carvão a céu aberto em Moçambique, mas disse
ter feito "grandes investimentos em tecnologia para reduzir o impacto".

"Esse [a poluição] é um dos nossos grandes desafios ambientais e a empresa está ciente
disso", afirmou Maurício Simbine, do departamento de Ambiente da mineradora
brasileira.

Maurício Simbine falava aos jornalistas, à margem de uma visita do ministro dos
Recursos Minerais e Energia de Moçambique, Max Tonela, à mina da Vale no distrito
de Moatize, província de Tete, no interior oeste do país.
Simbine avançou que os meses de setembro, outubro e novembro registam uma
"situação mais crítica" em termos de emissões de poeiras resultantes da produção de
carvão na mina a céu aberto da Vale, em Tete, porque é uma época de ventos na região.

"A atividade de mineração tem inerente a emissão de poeira, mas a intensidade com que
isso acontece varia consoante a época, o dia e as condições climatéricas", declarou.

Maurício Simbine não deu detalhes sobre a quantidade de emissões que a empresa
produz, mas assegurou que a empresa instalou uma rede de monitorização de qualidade
do ar ao redor das instalações da empresa.

"São equipamentos de ponta que conseguem fazer a medição e o monitoramento


contínuo da emissão de poeira", destacou Maurício Simbine.

Apesar de reconhecer que a poluição continua a ser um grande obstáculo na atividade da


empresa, Simbine frisou que as emissões reduziram-se significativamente por força da
introdução de tecnologias de contenção de poeiras.

"Temos instalado um sistema de aspersão de água, que vai sendo acionado


periodicamente, para mitigação", avançou.

O mesmo sistema, continuou, é replicado em vários outros pontos que são fontes de
poeiras, acrescentou.

A administradora de Moatize, Maria Torcida, disse que a tecnologia de controlo de


emissão que a Vale introduziu eliminou "as ondas de poeiras" que se viam regularmente
em Moatize e reduziu também a preocupação em relação ao impacto da atividade da
empresa.

"A população sente que a empresa está a fazer um grande esforço, a empresa está a dar
o seu máximo", afirmou Maria Torcida.

A administradora assinalou que foi feito um inquérito de saúde a 10 mil habitantes de


Moçambique e não foram detetadas doenças resultantes de poluentes, mas sim
diagnosticadas complicações de saúde associadas a outras doenças.

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/mineradora-vale-diz-que-poeiras-continuam-grande-
desafio-ambiental-em-mocambique_n1265467

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