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A mineração pode
gerar diversos impactos ambientais
A atividade mineradora consiste na extração de riquezas minerais
dos solos e das formações rochosas que compõem a estrutura
terrestre. Trata-se, assim, de uma das mais importantes
atividades econômicas tanto no Brasil como em todo o mundo,
com destaque para o petróleo e o carvão mineral. No entanto, é
preciso ressaltar que essa prática costuma gerar sérios danos ao
meio ambiente.
Os impactos ambientais da mineração são diversos e
apresentam-se em diversas escalas: desde problemas locais
específicos até alterações biológicas, geomorfológicas, hídricas e
atmosféricas de grandes proporções. Portanto, conhecer esses
problemas causados e a minimização de seus efeitos é de
grande necessidade para garantir a preservação dos ambientes
naturais.
Entre as principais alterações nas paisagens e os impactos
gerados pela mineração, podemos destacar:
Remoção da vegetação em todas as áreas de extração;
Poluição dos recursos hídricos (superficiais e subterrâneos)
pelos produtos químicos utilizados na extração de minérios;
Contaminação dos solos por elementos tóxicos;
Proliferação de processos erosivos, sobretudo em minas
antigas ou desativadas que não foram reparadas pelas
empresas mineradoras;
Sedimentação e poluição de rios pelo descarte indevido do
material produzido não aproveitado (rochas, minerais e
equipamentos danificados);
Poluição do ar a partir da queima ao ar livre de mercúrio
(muito utilizado na extração de vários tipos de minérios);
Mortandade de peixes em áreas de rios poluídos pelos
elementos químicos oriundos de minas;
Evasão forçada de animais silvestres previamente
existentes na área de extração mineral;
Poluição sonora gerada em ambientes e cidades
localizados no entorno das instalações, embora a legislação
vigente limite a extração mineral em áreas urbanas
atualmente;
Contaminação de águas superficiais (doce e salgada) pelo
vazamento direto dos minerais extraídos ou seus
componentes, tais como o petróleo.
1.
2.
Impactos Ambientais
Novos controles ambientais e procedimentos estão a ser implementados para reduzir os
impactos operacionais como a poeira, o ruído e vibração nas comunidades vizinhas. De entre
as acções, destacam-se a ampliação e reforma dos sistemas de supressão de poeira nas vias
e instalações internas e do processo de monitorização da qualidade do ar, ruído e vibração.
Foram contratados estudos complementares para monitorar o impacto de vizinhança nos
bairros de Nhantchere, Bagamoio e 1º de maio.
3.
4.
Cemitério
Durante o reassentamento da comunidade de Chipanga em 2009, a Vale promoveu a
transferência dos corpos do cemitério adoptando cerimónias de acordo com orientação dos
anciãos. Parte das famílias que não acompanharam a exumação por opção própria alega que
não foram respeitados os ritos tradicionais. A Vale está a reforçar o diálogo com essas
famílias para esclarecer o procedimento adotado.
5.
6.
Acesso à água
Estamos a implementar furos de água e a incrementar a rede de abastecimento da Vila de
Moatize, assim como a disponibilizar pontos de água para o gado, facilitando assim o acesso
das comunidades a este recurso.
7.
8.
Acesso e mobilidade
A Vale realocou e construiu um novo acesso para as comunidades rurais à área urbana de
Moatize, garantindo o acesso aos mercados, renda, acesso a serviços de saúde e educação.
Além disso, a empresa disponibiliza transporte para a comunidade em Cateme onde já está
disponível um autocarro e tuk-tuks, tipo txopela, para deslocação.
http://www.vale.com/mozambique/PT/aboutvale/communities/social-impact-
management/Paginas/default.aspx
Comida com carvão e água
contaminada: o quotidiano dos
moradores de Moatize
Pesquisa de ONG alerta para riscos da atividade mineira à saúde dos
moradores do distrito de Moatize, em Moçambique. Vale diz que está a
implementar mudanças para mitigar impacto da extração de carvão nas
comunidades.
Estudo apela por rigor na colega de dados sobre a saúde dos moradores
Segundo Ana Piedade, pesquisadora da Universidade Zambeze e coautora do
estudo intitulado "Impacto ambiental da mineração de carvão a céu aberto no
distrito de Moatize", a exposição ao pó de carvão pode provocar várias doenças
respiratórias aos afetados.
"Tanto àqueles que estão próximos, como aqueles que estão aqui na cidade [de
Tete], com o andar do tempo vão sofrer destas doenças”, diz Piedade, justificando
que quando se fala de mineração, está-se a "falar de poeiras e os pulmões são a
parte do corpo humano que sofrerá com esta exposição e, com o tempo, poderemos
se calhar ter casos de tuberculose”, alerta.
Maria Sicreia, também residente no Bairro Nhatchere conta que "onde nós vivemos,
tem problemas de respiração, conjuntivite e tuberculose”, indicou Maria Sicreia.
"Temos o hospital rural de Moatize e os técnicos de saúde não conseguem explicar-
nos as origens das doenças. E tentamos fazer uma manifestação por causa deste
problema e só nos receitam o que eles entendem e nós continuamos doentes”,
denuncia a moradora.
Ana Piedade diz que ainda não há um mecanismo no setor de saúde para
interpretar a relação entre as doenças respiratórias reportadas pelas comunidades
com a exposição às poeiras provocadas pela mineração.
A pesquisadora apela para que "venha nos prontuários da saúde aquilo que
acontece com a exposição ao pó de carvão para que os médicos possam diagnosticar
melhor os doentes”, sublinha.
Queixas têm fundo científico
Por seu turno, Tomás Vieira Mário, diretor-executivo da organização não-
governamental Sekelekane, que encomendou o estudo, diz que é preciso também
olhar para os impactos socioculturais da mineração em Moatize, acrescentando que
"tem havido ao longo de anos reclamações de profanação de capas, o lado espiritual
das comunidades. Então este documento tem este mérito de dar uma base científica
aquilo que eram perceções das comunidades”.
Tomás Vieira Mário: "Há reclamação de profanação de capas"
Vieira Mário aponta ainda que "deve haver um mecanismo formal e oficial de
reclamações, que junte na mesma mesa as comunidades, o Governo e as empresas
[mineiras] para que não haja reclamações espalhadas e mal geridas”.
A DW África tentou ouvir a direção provincial de Terra e Ambiente de Tete sobre as
constatações do estudo, sem sucesso.
Entretanto, a mineradora brasileira Vale Moçambique disse à DW África por
correio eletrónico que está a desenvolver em Moatize uma série de atividades
socioambientais resultantes do seu plano de gestão ambiental. Destacam a
implantação de uma cortina verde sobre o muro que separa a área mineira das
comunidades, para minimizar o impacto de emissão de poeira sobre as áreas
habitadas.
A Vale diz igualmente que faz a monitoria das condições meteorológicas, de
qualidade do ar, ruído, vibrações, qualidade da água e efluentes, gestão de resíduos
e treinamentos de educação ambiental e plantio de mudas na Mina Carvão de
Moatize, de forma a ajudar na retenção de poeira.
https://www.dw.com/pt-002/comida-com-carv%C3%A3o-e-%C3%A1gua-contaminada-o-
quotidiano-dos-moradores-de-moatize/a-54011406
A mineradora Vale reconheceu hoje que a emissão de poeiras é "um dos grandes
desafios ambientais" da sua extração de carvão a céu aberto em Moçambique, mas disse
ter feito "grandes investimentos em tecnologia para reduzir o impacto".
"Esse [a poluição] é um dos nossos grandes desafios ambientais e a empresa está ciente
disso", afirmou Maurício Simbine, do departamento de Ambiente da mineradora
brasileira.
Maurício Simbine falava aos jornalistas, à margem de uma visita do ministro dos
Recursos Minerais e Energia de Moçambique, Max Tonela, à mina da Vale no distrito
de Moatize, província de Tete, no interior oeste do país.
Simbine avançou que os meses de setembro, outubro e novembro registam uma
"situação mais crítica" em termos de emissões de poeiras resultantes da produção de
carvão na mina a céu aberto da Vale, em Tete, porque é uma época de ventos na região.
"A atividade de mineração tem inerente a emissão de poeira, mas a intensidade com que
isso acontece varia consoante a época, o dia e as condições climatéricas", declarou.
Maurício Simbine não deu detalhes sobre a quantidade de emissões que a empresa
produz, mas assegurou que a empresa instalou uma rede de monitorização de qualidade
do ar ao redor das instalações da empresa.
O mesmo sistema, continuou, é replicado em vários outros pontos que são fontes de
poeiras, acrescentou.
"A população sente que a empresa está a fazer um grande esforço, a empresa está a dar
o seu máximo", afirmou Maria Torcida.
https://www.rtp.pt/noticias/mundo/mineradora-vale-diz-que-poeiras-continuam-grande-
desafio-ambiental-em-mocambique_n1265467