ORAÇÃO INTERCESSÓRIA
Cada cristão que ora e intercede deveria ler este livro! Oração Intercessória
irá revolucionar sua vida de oração. Ele contém uma profundidade de
revelação que não encontramos em nenhum outro livro sobre o tema.
Cindy Jacobs
Cofundadora do Generals International
Este livro é para aqueles que precisam de respostas de Deus, mas ainda não
as receberam. Por quê? Sheets explica de maneira bem clara a batalha da
oração e reforça a vitória do Calvário. Autoridade é a questão. A guerra e a
conquista nascem da adoração e da espera. Este livro mostra que a escolha é
nossa.
Freda Lindsay
Cofundadora e presidente da associação The Board Emeritus Christ for the
Nation
Dutch explica por que e como interceder em oração com eficácia de uma
maneira bíblica, prática, viável, engraçada e que honre a Deus. Você vai
querer usá-lo como livro de referência muitas vezes ao se aproximar cada vez
mais de Deus. Leia este livro de uma ponta a outra, sem parar!
Quin Sherrer
Autora de O Poder da Oração Vitoriosa
Originalmente publicado nos Estados Unidos, sob o título Intercessory Prayer, de Dutch
Sheets, por Regal From Gospel Light, Ventura, Califórnia, Estados Unidos.
Publicado no Brasil por Editora Luz às Nações, Rua Rancharia, 62, parte — Itanhangá —
Rio de Janeiro, Brasil CEP: 22753-070. Tel. (21) 2490-2551 1ª edição brasileira: Agosto de
2012. Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida por qualquer forma, armazenada em
sistema de recuperação de dados, ou transmitida por qualquer forma ou meio — seja
eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou outro — sem a autorização prévia da editora.
Exceto em caso de indicação em contrário, todas as citações bíblicas foram extraídas da
Bíblia Sagrada Almeida Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil, © Copyright
1993. Outras versões utilizadas: NVI (Nova Versão Internacional, Editora Vida), AA
(Almeida Atualizada, SBB) e ACF (Almeida Corrigida e Revista Fiel, Sociedade Bíblica
Trinitariana do Brasil).
www.edilan.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
S545o
Sheets, Dutch
Oração intercessória: como Deus pode usar suas orações para mover o céu e
a terra /
Dutch Sheets; [tradução Idioma & Cia]. - 1.ed. - Rio de Janeiro : Luz às Nações,
2014.
1246Kb ; ePUB
Tradução de: Intercessory prayer: how God can use your prayers to move
heaven and earth Inclui bibliografia e índice
ISBN 978-85-99858-59-2
1. Oração - Cristianismo.
2. Intercessão (Oração). I. Título.
CDD: 248.32
12-4515.
CDU: 27-534-2
À equipe Sheets: Ceci, minha esposa e melhor amiga; Sarah e Hannah,
nossas duas filhas preciosas. Com o apoio sincero e amoroso de vocês,
dedico este trabalho de amor a Jesus.
“Obrigado, Senhor, pelo preço que pagaste e a paixão que
ainda o motiva. Tu és o nosso Herói. Servi-lo e representá-lo
aqui na terra é divertido e uma grande honra. Esperamos ansiosos
por muitos mais momentos e dias maravilhosos contigo!”
Agradecimentos
Prefácio
CAPÍTULO UM
Eis a Questão...
A resposta certa começa com a pergunta certa.
CAPÍTULO DOIS
A Necessidade da Oração
Deus escolheu, desde o tempo da criação, trabalhar na Terra por meio dos
seres humanos, não independentemente deles.
CAPÍTULO TRÊS
Representando Jesus
A intercessão pode ser resumida em mediação, intermediação, rogar por
outros e representar uma parte diante de outra.
CAPÍTULO QUATRO
Encontros: os Bons, os Ruins e os Péssimos
Intercessores se encontram com Deus; também se encontram com os
poderes das trevas.
CAPÍTULO CINCO
De Rosto Colado
Ele encostou Sua face em lágrimas perto da nossa e “levou” sobre Ele o
castigo pelo nosso pecado.
CAPÍTULO SEIS
Proibido Ultrapassar
“Proibido jogar entulho, Satanás. Violadores serão processados.”
CAPÍTULO SETE
Borboletas, Camundongos, Elefantes e Alvos
O Espírito Santo dá poder à unção da borboleta para não confundirmos o
camundongo com o elefante.
CAPÍTULO OITO
Parto Sobrenatural
Há uma oração que gera e dá à luz filhos e filhas espirituais.
CAPÍTULO NOVE
Lutadores Profissionais
Entre no ringue e encare os poderes das trevas.
CAPÍTULO DEZ
O Homem Altíssimo
O pecado do orgulho, que Lúcifer passou aos humanos no Jardim do Éden, é
o que Satanás usa para cegar a humanidade.
CAPÍTULO ONZE
O Relâmpago de Deus
Deixamos o “Filho” brilhar pelo nosso intermédio, dirigindo Sua luz para as
situações, permitindo-lhe “acertar o alvo”.
CAPÍTULO DOZE
A Substância da Oração
Você precisa liberar regularmente o poder de Deus que tem em si.
CAPÍTULO TREZE
Ações que Falam e Palavras que Agem
Nossas palavras ou ações impactam o plano celestial, que por sua vez,
impactam o plano natural.
CAPÍTULO QUATORZE
A Unção da Sentinela
No mesmo grau em que ignorarmos nosso adversário, ele ganhará de nós,
fará com que sejamos sua presa e nos defraudará do que nos pertence.
Notas
Bibliografia
Sobre o autor
AGRADECIMENTOS
Obrigado...
C. Peter Wagner
Apóstolo Presidente da International Coalition of Apostles
Capítulo Um
Eis a Questão...
Eu sabia que iria orar por alguém que estava muito doente. O que
eu não sabia é que ela estava em coma, que tinha feito
traqueostomia para poder respirar, estava com um tubo para
alimentação no estômago, além do fato de estar nesse estado há
um ano e meio. Vê-la pela primeira vez foi como ir ao médico para
pegar uma receita médica e acabar passando por uma cirurgia
cerebral. Sua irmã, que me pedira a visita àquela jovem senhora,
não me contara toda a história por receio de que eu não quisesse
visitá-la. Ela sabia que se conseguisse me levar para a primeira
visita, eu provavelmente retornaria. E ela estava certa!
Os médicos não deram esperança de vida à Diana (vou utilizar um
nome fictício), nem sequer de sair do coma. Mesmo que ela
recuperasse a consciência, estaria destinada a vegetar em virtude
das graves lesões cerebrais que sofrera, pelo menos assim
acreditavam os médicos.
Você já esteve ao lado de alguém nesse estado pedindo a Deus
por um milagre? Estar diante da morte suplicando pela vida é um
ato intimidador. Ao mesmo tempo, pode nos ensinar muitas coisas:
coisas sobre a vida, sobre a morte, sobre nós mesmos e sobre o
nosso Deus, principalmente quando nos colocamos diante da
mesma pessoa sessenta ou setenta vezes, cada vez durante uma
hora ou mais, no decorrer de um ano.
CONFRONTANDO O INESPERADO
As coisas não aconteceram como eu esperava. Raramente as
coisas acontecem como esperamos na vida, não é mesmo?
Eu esperava que o Senhor curasse aquela mulher por meio da
oração de uma maneira teatral, fácil e rápida. Afinal de contas, era
assim que as coisas aconteciam com Jesus.
A Necessidade da Oração
Não é verdade que Ele precisa que nós peçamos que venha o Seu
Reino e seja feita a Sua vontade (ver Mateus 6:10)? Certamente,
Ele não iria querer que nós desperdiçássemos tempo pedindo algo
que estivesse destinado a acontecer de qualquer jeito.
Não é verdade que Ele nos disse para pedirmos nosso pão de
cada dia (ver Mateus 6:11)? Todavia, Ele conhece nossas
necessidades antes de nós lhe pedirmos.
Não é verdade que Ele nos pediu para clamar por trabalhadores
que fossem enviados à seara (ver Mateus 9:38)? Mas não é o
Senhor da seara que deseja mais isso do que nós?
Não é verdade que Paulo disse: “Ore por nós, para que a Palavra
do Senhor seja rapidamente propagada e glorificada” (2
Tessalonicenses 3:1)? Deus já não estava planejando fazer isso?
Não seriam essas coisas a vontade de Deus? Por que, então, eu
deveria pedir-lhe algo que Ele já quer fazer? Será que a razão e a
resposta para isso não está no fato de que, ao pedir, de alguma
maneira eu libero Deus para agir? Vamos dar uma breve olhada em
mais três passagens bíblicas que apoiam esse pensamento.
Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e orou com fervor
para que não chovesse, e por três anos e seis meses não choveu sobre
a terra. E orou outra vez e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu
fruto (Tiago 5:17,18, NVI).
Representando Jesus
À PROCURA DE RESPOSTAS
Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua
mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas
eu me refiro a Cristo e à igreja (Efésios 5:31,32).
De Rosto Colado
Apoie-se em Mim
Ora, nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos,
e não agradar a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao seu
próximo, visando o que é bom para edificação. Porque também Cristo
não se agradou a si mesmo, mas como está escrito: “Sobre mim caíram
as injúrias dos que te injuriavam” (Romanos 15:1-3, AA, grifo do autor).
Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo
(Gálatas 6:2, grifo do autor).
Sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser cabeça sobre
todas as coisas o deu à igreja (Efésios 1:22, AA).
Todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz: Todas
as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe
sujeitou todas as coisas (1 Coríntios 15:27, AA).
Mas o Salmo 110 nos informa que Ele ainda estaria esperando
para eles se tornarem o escabelo (lugar para colocar os pés) de
seus pés: “Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus
inimigos por escabelo dos teus pés” (Salmos 110:1, grifo do autor).
Espere aí! Será que estamos diante de uma contradição entre
essa profecia Messiânica e os versículos do Novo Testamento os
quais dizem que depois que Jesus subiu à mão direita do Pai, eles
já estavam debaixo dos Seus pés? Não. Então, por que a aparente
discordância? Os inimigos estão debaixo de Seus pés ou estarão
depois? A resposta é sim, eles estão legalmente debaixo dos pés de
Cristo através da Cruz. E eles estarão literalmente ao fazermos a
“nossa parte”. Os versículos 2 e 3 do Salmo 110 descrevem a nossa
parte:
Ser como Cristo nos custará algo. Nossa causa tem um preço alto.
O trabalho de intercessão tem um preço. Vamos pagar o preço.
Vamos nos afastar da nossa mesa farta de vez em quando e
mostrar a alguém como Deus é.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO
Proibido Ultrapassar
CERCAS DE PROTEÇÃO
“Pai, trago minha filha a Ti.” Isso é fazer uma “reunião” (paga)
com Deus.
“Eu lhe peço para protegê-la de qualquer armadilha que
Satanás possa ter feito para ela. Tu disseste que nos livraria do
laço do passarinheiro” (ver Salmos 91:3). Isso é criar “cercas”
(paga) de proteção.
“Obrigado por colocar esse peso, esse desejo de orar, em meu
coração para que eu possa levantá-lo e afastar dela (nasa) este
encontro com a morte.” Isso é levar a carga ou as fraquezas do
outro que nos são “postas” (paga).
“Satanás, eu amarro este seu plano e quebro qualquer
vantagem que você possa ter adquirido nessa situação. Suas
armas contra ela não prosperarão e você não vai lhe tirar a
vida.” Isso é “enfrentar” (paga) o inimigo para derrotá-lo.
“Faço isso em nome de Jesus!” Isso é fundamentar todas as
nossas orações na obra que Cristo já fez. É representá-lo,
ministrar o que Ele já realizou... efetivar Sua vitória.
Haverá “Betels”!
Ocorrerão encontros com Deus!
Portas dos céus serão abertas!
Destinos serão escritos!
A história será moldada!
Parto Sobrenatural
(Aviso: este capítulo pode alterar drasticamente a população do
reino das trevas e aumentar a necessidade por novas classes de
convertidos.)
O ORIENTADOR
Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e
chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes
(Salmos 126:5,6).
Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes que lhe viessem as dores,
nasceu-lhe um menino. Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisa
semelhante? Pode, acaso, nascer uma terra num só dia? Ou nasce uma
nação de uma só vez? Pois Sião, antes que lhe viessem as dores, deu à
luz seus filhos (Isaías 66:7,8).
Meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo
formado em vós (Gálatas 4:19).
Ele não só quer fazer isso para salvação e cura, mas quer que
também haja intercessão com dores de parto para o
amadurecimento e o desenvolvimento de crentes. Paulo disse em
Gálatas 4:19: “Meus filhos, por quem de novo sofro as dores de
parto, até ser Cristo formado em vós.” Ele os chamou de filhos
porque havia tido dores de parto até eles nascerem de novo. Ele
então disse que sofria as dores de parto “de novo” até Cristo ser
formado neles. Aquelas pessoas já eram nascidas de novo. Paulo
estava obviamente se referindo ao seu processo de
amadurecimento. Esse é um aspecto da intercessão no qual
podemos nos engajar para ajudar os crentes a amadurecerem.
Os hospitais têm unidades de tratamento intensivo nas quais sua
equipe consegue dar mais atenção aos pacientes que passaram por
um transplante. Mesmo quando as operações são bem-sucedidas, é
procedimento de rotina classificar os pacientes como “em condição
crítica e instável” e mantê-los em observação na UTI até estarem
mais fortes.
Transplantes de órgãos espirituais ocorrem quando as pessoas
tornam-se cristãs e recebem um coração novo. Para se fortalecerem
no Senhor, elas precisam de cuidado intensivo. É emocionante fazer
parte de um trabalho de parto — orar por elas até entrarem no
Reino de Deus. Todavia, também é preciso interceder por elas
quando estão em estado crítico e em condição instável.16
Quando o Senhor me ensinou essa verdade, eu estava
aconselhando quatro a cinco pessoas que estavam em situações
muito difíceis. Três delas tinham muitos pensamentos suicidas.
Diariamente, eu passava horas com essas pessoas tentando ajudá-
las. Havia ocasiões quando elas me ligavam dizendo que iam tirar
sua vida naquela hora. Lembro-me de que uma delas me ligou uma
vez às duas da madrugada dizendo, “estou com um revólver na
minha cabeça agora e vou estourar os miolos”. Devo dizer que foi
no mínimo muitíssimo estressante.
Foi na época que o Senhor me revelou esse conceito de nossas
orações liberarem o Espírito Santo para pairar sobre as pessoas,
levando-lhes vida. Ele disse as seguintes palavras muito claramente
ao meu coração: Se você dedicar uma fração de tempo liberando o
Meu Espírito Santo para ir e pairar sobre essas pessoas e levar-lhes
vida enquanto fala com elas, verá os resultados multiplicados.
Sei que foi uma ótima ideia quando a ouvi! Comecei a dedicar
umas duas horas por dia orando por elas. Boa parte da minha
oração era no Espírito. Eu dizia simplesmente, “Pai, trago fulano de
tal perante o Senhor agora, e peço que, ao orar, o Espírito Santo
seja liberado e paire sobre ele, gerando Cristo.” Eu então costumava
apenas começar a orar no Espírito. Vi resultados imediatos.
Maturidade sendo alcançada rapidamente. Grilhões caindo
praticamente da noite para o dia. Vitórias sendo ganhas em sua
vida. Foi impressionante.
O que estava acontecendo? O Espírito Santo estava sendo
liberado através das minhas orações para pairar — rachaph,
episkiazo — sobre aquelas pessoas, liberando Seu poder e Sua
vida.
LIBERANDO A CHUVA DO ESPÍRITO
A Bíblia fala de interceder com dores de parto por outras coisas
também. Em 1 Reis 18, Elias orou fervorosamente sete vezes por
chuva. Lemos nessa passagem que a postura que ele teve
enquanto orava era como a de uma mulher no dia em que dá à luz.
O simbolismo é claro. Elias estava com dores de parto. Ele estava
produzindo algo. Não resta dúvidas de que a postura de Elias serve
para simbolizar isso para nós. Por que outro motivo Deus nos daria
a informação sobre a posição na qual ele estava orando? E, por
favor, não esqueça o que essa passagem está querendo dizer.
Apesar de ser a vontade de Deus dar a chuva e também o tempo
dele de chover, ainda assim, alguém na terra teve de trazê-la por
meio da oração.
Nesse exemplo, a intercessão com dores de parto liberou chuva,
literalmente. Poderíamos usar essa história em seu simbolismo
máximo e dizer que nossa intercessão com dores de parto libera a
chuva do Espírito. Tenho certeza de que seria válido porque a seca
física retratava a seca espiritual de Israel, e a chuva era um símbolo
da capacidade de Deus abençoar novamente depois de purificá-los
de sua idolatria, mencionada anteriormente neste capítulo.
As nossas orações podem e fazem com que o Espírito Santo
mova em situações nas quais Ele então libera o Seu poder para
trazer vida. Fazemos a nossa parte ao produzir esse pairar do
Espírito Santo. O poder que criou o universo pelo Seu rachaph tem
sido depositado na Igreja — enquanto milhões incontáveis de
pessoas esperam para nascer no Reino de Deus.
Assim como Elias, temos de assumir a nossa posição, crendo que
as orações de meros homens podem realizar muito. Temos de
liberar o poder do Espírito Santo por meio da nossa intercessão
para que Ele paire, dando à luz o fruto do que Cristo já preparou.
Somos parte integral do processo do Pai de dar à luz muitos para o
Reino de Deus.
Repito, então, o que disse quando acompanhava minha esposa:
“Vamos, Igreja, empurre!”
QUESTÕES PARA REFLEXÃO
†As versões Almeida Revista e Corrigida dizem “se movia”, mas outras versões em língua
portuguesa dizem “pairava”.
Capítulo nove
Lutadores Profissionais
Ele nos libertou do império [exousia] das trevas e nos transportou para o
reino do Filho do Seu amor (Colossenses 1:13).
O Homem Altíssimo
“Descascando” os Véus
A primeira vez que Sandra Sims e eu vimos Mary na casa de idosos, ela
estava possuída por um demônio. Sempre que passávamos pelo
corredor em direção a ela, Mary começava a tremer e fazer barulhos
violentos e dizer coisas como, “Eu sei quem vocês são. Sei quem
representam. Não quero vocês aqui”. Falava um monte de palavras
profanas e nojentas, realmente terríveis.
Todos naquele lar tinham medo de Mary. Ninguém, nem mesmo os
auxiliares de limpeza, entrava no quarto dela sozinho, e ninguém queria
cuidar dela por causa de sua natureza violenta. Ela, portanto, não era
muito bem cuidada. Quando era estritamente preciso entrar em seu
quarto, vários funcionários iam juntos. Mary não permitia que ninguém a
tocasse nem se aproximasse dela.
Oramos e jejuamos por Mary consistente e regularmente. Só depois de
uns dois meses Mary nos permitiu entrar em seu quarto. Oramos para
que Deus removesse todos os calos e dores de seu coração [logismos]
para que os demônios não tivessem mais nada a que se agarrar.
Deus nos mostrou que Mary tinha sofrido abuso quando criança.
Amarrávamos Satanás para que não exercesse nenhum poder sobre
Mary e declarávamos que ele não podia falar com ela [noema]. Pedimos
um cerco de proteção que a envolvesse e que Deus lhe desse também
sonhos e visões para que anjos pudessem ministrar a ela. Amarramos
as forças do mal que já estavam nela para que não pudessem mais
operar.
Depois que conseguimos entrar em seu quarto, continuamos orando e
jejuando por ela por aproximadamente uns oito meses. Nessa época dei
um testemunho na nossa igreja, Love and Faith Christian Fellowship, em
Cincinnati, Ohio, de como nos aproximamos de Mary. Pedi a todos para
orarem por ela. Nós nos unimos em oração por Mary naquele culto, e
muitos continuaram a orar por ela. O Pastor Mike Murray recebeu uma
foto dela para poder orar. Continuamos orando para que a perfeita
vontade de Deus fosse feita na vida de Mary. Amarramos Satanás e
oramos para que todas as portas dele fossem fechadas em sua vida.
Sandra e eu cuidamos das feridas de Mary e ela eventualmente deixou
de lado sua raiva por um ato de fé [outro logismos]. Ela quis ter uma
mudança em sua vida. Não havia mais nada nela em que o inimigo
pudesse se agarrar.
Umas duas semanas depois, Mary entregou sua vida ao Senhor! Hoje
ela é outra pessoa: permite que as pessoas a amem e a toquem; sua
voz tornou-se cada vez mais doce e gentil; há uma diferença marcante
até mesmo nas suas fotos. É como se a verdadeira Mary finalmente
tivesse aparecido. Ela agora mostra a presença de Deus.
A enfermeira-chefe do lar de idosos chamou Sandra e eu em seu
escritório e nos deu um presente em agradecimento a tudo o que
tínhamos feito por Mary. Ela nos disse que os funcionários andavam
perguntando o que havíamos feito, visto que ela estava tão diferente!
Como ela já não é mais violenta, os funcionários não têm mais medo
dela, de modo que começaram a cuidar dela devidamente.
Mentalidades
O primeiro aspecto da fortaleza que Ele menciona é “sofismas” —
logismos. Essa palavra expressa não os pensamentos individuais
das pessoas, mas sim o raciocínio ou a lógica humana.18 Nossa
palavra “lógica”, na verdade, é derivada dessa palavra grega.
Logismos é a soma da sabedoria acumulada e da informação
aprendida com o tempo. Torna-se aquilo no qual todos realmente
acreditam — a mentalidade da pessoa. Moffatt chama de “teorias”.
A humanidade, antes da Queda, adquiria sua sabedoria e sua lógica
— suas crenças — de Deus. Agora, Tiago 3:15 nos diz que elas são
terrenas, animais ou do intelecto, e demoníacas.
Esses logismos poderiam incluir as filosofias (quer identificadas
formalmente como tais, quer filosofias pessoais de vida), religiões,
humanismo, Ateísmo, Hinduísmo, Budismo, Islamismo, racismo,
intelectualismo, Judaísmo, materialismo, raízes de rejeição,
perversões — qualquer coisa que faça alguém pensar de
determinada maneira.
Como é que esses logismos cegam as pessoas? Como podem
encobrir a verdade? De que maneira as faculdades da mente
humana ditam essa cegueira quando a pessoa ouve o evangelho,
antes sequer de ter tido tempo para pensar ou ponderar nele? Ele é
filtrado pelo subconsciente onde todas as outras informações —
inclusive esses logismos — se encontram. Ou seja, os descrentes
não ouvem o que estamos dizendo, mas sim o que dizemos somado
ao que já acreditam.
Por exemplo, eu estava falando do evangelho com uma garota que
já sofreu terríveis abusos. “Deus é amor”, eu disse. “Ele a ama
tanto, que enviou o Seu Filho para morrer por você.”
Ela não ouviu apenas o que eu disse. Ela também ouviu em sua
mente — sei disso porque ela me disse: “Ah é? Se ele me ama, por
que permitiu que eu sofresse? Não soa muito como a atitude de um
Deus de amor.” Isso é um logismos — uma descrença, uma filosofia;
sua sabedoria, sua lógica. Alguém vai ter de interceder por ela e
ajudá-la a derrubar isso.
Em outra ocasião eu estava falando do evangelho com alguém
que tinha um logismos que chamarei de “eu-sou-bom-e-só-faço-o-
bem”. Ele era simplesmente um cara bom demais para sequer
pensar que precisava ser salvo. “Eu sou um pessoa muito boa”,
disse. “Não traio a minha mulher, nem bato nas crianças, não minto,
não falo palavrão nem roubo ninguém. Não acho que Deus me
mandaria para o inferno.”
Como é que o evangelho pode desarmar esses argumentos?
Certamente que a verdade do evangelho em si tem poder para
derrubar tudo isso quando ungida pelo Espírito Santo. Mas
geralmente leva um bom tempo — se você conseguir fazer com que
a pessoa o escute. É muito mais sábio arar o terreno de antemão,
preparando-o para receber a semente destruindo essas fortalezas.
Você talvez já saiba quais são os logismos da pessoa por quem
está orando. Se não souber, peça para o Espírito Santo lhe revelar e
Ele o fará. E quando Ele fizer isso, repreenda-os pelo nome, citando
2 Coríntios 10:3-5. Diga: “No nome do Senhor Jesus Cristo estou
destruindo você, fortaleza de...” Faça isso todos os dias até a
pessoa entregar sua vida a Cristo.
Pensamentos e Tentações
Levando em consideração o terceiro aspecto das fortalezas, o
Senhor pode “capturar rebeldes e transformá-los em homens cujo
desejo do coração seja a obediência a Cristo”. A palavra
“argumento” é noema, que também significa planos, desígnios, ardis
e trama. Refere-se aos pensamentos espontâneos e às tentações
que Satanás usa para atacar os descrentes, como também às
tramas e aos planos que usa para mantê-los na escuridão. Na
intercessão, devemos declarar com ousadia que nenhuma arma de
Satanás prosperará. Temos de amarrar os seus planos e enfrentá-
los por meio da oração. Podemos e devemos orar para que o
descrente seja protegido dos pensamentos e das tentações de
Satanás.
Marlena O’Hern, de Maple Valley, Washington, orava pela salvação
de seu irmão Kevin há aproximadamente 12 anos, sem resultados
aparentes. Ela orava basicamente: “Senhor, entre em sua vida”, ou
“Senhor, revele-se a ele”. Como muitos de nós, ela não percebia
que havia maneiras mais específicas de orar e que elas estavam
descritas na Bíblia.
Além disso, assim como nós, ela também ficava às vezes frustrada
e tentava fazer as coisas do seu jeito, dizendo coisas como, “você
simplesmente precisa entregar sua vida para o Senhor” ou “você
tem de parar de fazer essas coisas”. É de se esperar que isso só
fizesse com que ela testemunhasse ainda mais orgulho e rebelião
em Kevin e, na verdade, só piorava ainda mais as coisas. “Eu então
sentia que realmente tinha feito uma besteira”, disse.
“Kevin estava indo de mal a pior. Ele tinha problemas graves,
inclusive usava drogas, tinha depressão e uma ira extrema”,
Marlena relatou.
No começo de 1995, ela participou de uma aula minha na qual
ensinei esses princípios com relação a orar pelos perdidos. Marlena
contou o que ouviu ao seu marido Patrick e aos filhos. Eles então
começaram a orar pelo Kevin usando esses princípios. Oraram
especificamente o seguinte (todas as ressalvas entre parênteses
são minhas):
O Relâmpago de Deus
ATINGINDO O ALVO
Esta foi a coisa mais legal que descobri desde o beisebol. Estava no
quinto ano e era um pouco genioso, mas não mau. Estava naquele
estágio da vida “não aguento tomar banho”, “todas as garotas têm
piolho”. Havia acabado de conseguir minha primeira lente de
aumento.
Não lembro bem como descobri que, se eu segurasse a lente a
certa distância e ângulo, conseguia fazer com que o sol queimasse
um pedaço de papel. Não fiz nada extremamente ruim, como na vez
que quase queimei a sala de ciências na exibição do meu vulcão.
Nunca entendi por que aquela professora me deu um C, só porque
eu tive de sair correndo com o meu vulcão e jogá-lo pela janela. Ele
parecia bem real para mim. Nem daquela vez que queimei os
armários da cozinha porque esqueci o óleo no qual tinha feito umas
batatas fritas. Não ganhei nota por essa façanha, apesar da reação
de minha mãe ter sido muito educativa.
Não foi nada como esses outros incidentes. Havia acabado de
queimar um pedaço de papel no pátio, quando me ocorreu uma
brilhante ideia, que deve ter vindo da minha psique de Adão caído.
Chamei os meus colegas lhes dizendo que tinha algo muito legal
para mostrar. Voltei-me para Duncan, um dos piores caras da turma,
e lhe disse na minha melhor voz: “Você é o sortudo. Duncan, me dê
sua mão, quero lhe mostrar uma coisa.”
Duncan não ficou ali com a mão estendida por muito tempo. Logo
partiu para cima de mim e corremos por todo o pátio! Tem gente que
não leva nada na brincadeira.
Existe alguma relação com a intercessão escondida nessa
história? Sim. Uma das maneiras que paga é traduzida é “dardeja
contra o adversário”. A referência é Jó 36:32: “Enche as mãos de
relâmpagos e os dardeja contra o adversário” (grifos do autor).
Quando Deus libera Sua luz, fazendo com que irradie da Sua
presença como um relâmpago, o atingir o alvo é como a
intercessão.
Apesar da palavra paga não ser usada, Habacuque 3:4 também
fala de luz, raios que brilham da mão de Deus: “O Seu resplendor é
como a luz, raios brilham da Sua mão; e ali está velado o Seu
poder.” A tradução da Amplified Bible também é muito descritiva: “E
Seu resplendor era como a luz do sol; raios brilhavam de Sua mão,
e lá [no resplendor da luz do sol] há o esconderijo de Seu poder”
[tradução livre].
Somos, de certa maneira, como lentes de aumento — não, não
acrescentamos nem aumentamos o poder de Deus, mas permitimos
que o “Filho” brilhe através de nós, direcionando Sua luz às
situações que Ele deseja alcançar, para que possamos “dardejar” o
alvo.
Você já viu uma árvore atingida por um raio? Se viu, saiba que
essa é uma figura de intercessão. Eu oro muito nos campos perto
de onde moro. Às vezes passo por árvores atingidas por raios. O
relâmpago é tão quente que literalmente muda a estrutura molecular
da árvore e retorce o tronco até ele parecer listras em um doce de
bengala. A temperatura de um raio ou relâmpago pode chegar a
trinta mil graus Celsius, é mais quente do que a superfície do sol.
Isso sim é quente! E Deus usa isso para retratar os Seus
julgamentos!
Se a minha teologia estiver certa, o Criador deve ser maior do que
a criação. Ou seja, o poder ou a energia de Deus é maior do que o
de um relâmpago. Não admira que as Escrituras digam: “Como se
dissipa a fumaça [...] assim à presença de Deus perecem os iníquos
[...] Derretem-se como cera os montes, na presença do Senhor [...]
Ele faz ouvir a Sua voz, e a terra se dissolve” (Salmos 68:2; 97:5;
46:6).
“Porque o nosso Deus é fogo consumidor!” (Hebreus 12:29).
Para explicar este capítulo adequadamente, preciso primeiro
construir um bom alicerce. Portanto, veremos algumas passagens
bíblicas que associam Deus à luz ou ao relâmpago. Um dos
propósitos de lermos tantos versículos é demonstrar a consistência
e a prevalência desse tema na Bíblia. Espero que não fique
entediado ao ler a Bíblia. Se você fica, provavelmente deveria pular
este capítulo. Ou melhor, se arrepender disso e seguir com a leitura!
DEUS É LUZ
Os seguintes versículos associam Deus à luz ou aos raios e
relâmpagos, e poderíamos citar também vários outros. Enfatizei
algumas palavras ou frases colocando-as em itálico para chamar
sua atenção para o tema da luz:
Sai da Sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e Ele
mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do
vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso (Apocalipse 19:15; ver
também Hebreus 4:12.)
A Substância da Oração
Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai
do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, de uma e outra
margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o
seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos
povos.
O quadro aqui é de Jesus como a fonte de vida. Dele flui o rio com
árvores nas duas margens. As folhas são produzidas pelas árvores,
que são alimentadas pelo rio, que é alimentado por Jesus. As
pessoas — as nações — alimentam-se das folhas e são curadas.
O que quero salientar é que a frase “o rio da água da vida” nessa
passagem é a mesma frase em grego que encontramos em João 7,
“rios de água viva”. Não tem nenhuma diferença entre o rio da vida
fluindo do Cordeiro, trazendo cura e sanidade à terra, e os rios de
água viva que estão fluindo do ventre da Igreja. Nós somos os Seus
vasos que geram vida, Suas incubadoras. Por que isso haveria de
nos surpreender? Não devemos estar ministrando à terra a própria
vida de Jesus em nós?
João 7:39 nos diz que, “isto Ele disse com respeito ao Espírito”. É
o Espírito de Deus fluindo de nós. Ele não impõe as mãos sobre os
doentes — nós é que fazemos isso. Ele não impõe as mãos em
alguém e ordena tal pessoa — Ele nos diz para fazermos isso por
Ele. Ele, em nós, libera um rio que flui para a pessoa, e ela então é
ungida e ordenada por Deus. Quando Ele quer levar o evangelho,
que é o poder de Deus para a salvação e a vida, Ele não ecoa
desde os céus. Ele fala através de nós. A vida de Deus, literalmente
o poder e a energia de Deus, flui de nossa boca e penetra no
coração dos descrentes, e eles nascem de novo.
Somos nós que empunhamos a espada do Espírito — a Palavra
de Deus falada. Quando o Espírito de Deus quer trazer juízo sobre
situações, Ele não fala desde as nuvens, mas sim através de Seu
povo — de nossos espíritos. Quando eu falo a Sua Palavra em uma
situação sob a direção do Espírito Santo, é o próprio Cordeiro de
Deus falando a Palavra. Ele libera a vida de Deus! Nós somos o
ventre de Deus do qual o rio deve fluir.
UM PODER QUE PODE SER MEDIDO
É importante perceber que esse poder é mensurável. Há
quantidades cumulativas dele. É facilmente provado que há níveis
que podem ser medidos de praticamente qualquer substância
espiritual.
Podemos medir os diferentes níveis da fé. Romanos 12:3 diz:
“Segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” A palavra
“medida” usada aqui é metron, da qual procede a palavra “metro”.
Em outras palavras, Deus tem “medido” cada porção de fé; portanto
ela deve crescer. Há níveis de fé. Há porções de justiça que podem
ser medidas. Há porções e graus de pecado que podem ser
medidos.
Em Gênesis 15:16, Deus disse a Abraão que Ele ia dar a terra à
sua descendência em quatro gerações. Ele não podia dar tudo a ele
ainda “porque não se encheu ainda a medida da iniquidade dos
amorreus”.
Há diferentes níveis de graça. Em 2 Coríntios 9:8 diz: “Deus pode
fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em
tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra.” Na
verdade, em Atos 4:33, nos é dito que “com grande poder, os
apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e
em todos eles havia abundante graça”. A palavra grega para
“grande” é megas, da qual procede “mega”. Há graça, há uma
mega-graça, e há a graça plena!
Há diferentes níveis de amor que podem ser medidos. João 15:13
fala do maior amor de todos. Mateus 24:12 fala de um amor que
esfria. Filipenses 1:9 refere-se a um amor que abunda cada vez
mais.
Há diferentes níveis do poder de Deus. Em Marcos 6:5, faltava um
grau mensurável do poder de Deus. O versículo diz que, por causa
da descrença das pessoas em Nazaré, “não pôde fazer ali nenhum
milagre”. A palavra grega não diz, “Ele escolheu não fazer” ou “Ele
não fez”. Diz literalmente, “Ele não pôde fazer” por causa do nível de
fé ou descrença que o impedia de deixar o poder de Deus fluir.
Apesar de poder curar os doentes, Ele não podia fazer um milagre.
O mesmo versículo que fala sobre uma “mega” graça também fala
de um “mega” poder (ver Atos 4:33). Eles tinham um megapoder
porque tinham uma mega-graça! Só quero deixar claro que os
aspectos do domínio do espírito são muito tangíveis e reais. A
unção é real. O poder é real. Nós não o vemos, mas está lá. Há
quantidades cumulativas e que podem ser medidas com relação ao
domínio do espírito.
Certas quantidades desse poder, ou rio ou vida, devem ser
liberadas no domínio do espírito para realizar certas coisas.
Diferentes coisas exigem quantidades diferentes. Assim como no
plano natural você precisa de diferentes níveis de poder para
diferentes coisas, o mesmo ocorre no plano do espírito. É como a
diferença entre a quantidade de poder necessária para acender uma
lanterna e a necessária para iluminar um prédio, ou a quantidade
necessária para um prédio em comparação ao necessário para
iluminar uma cidade. O mesmo ocorre no espírito. Diferentes
quantidades do poder de Deus são necessárias para realizar certas
coisas.
DIFERENTES MEDIDAS DE PODER
Vejamos novamente Marcos 6, quando Jesus não conseguia fazer
com que poder suficiente fluísse em Nazaré para ali realizar um
milagre. Havia poder suficiente para realizar algumas curas, a
implicação é de que esse poder era de menor peso, porque o
versículo diferencia entre as curas e os milagres. Poder suficiente
fluía para operar um, mas não o outro. O que significa que são
necessárias quantidades diferentes para diferentes coisas. Jesus
poderia liberar poder suficiente para algumas poucas curas, mas
não fluía o bastante, por causa da descrença deles, para realizar um
milagre.
Os discípulos em Mateus 17:14-21 tinham expulsado demônios e
curado os doentes porque Jesus tinha lhes dado autoridade e poder
para tal. Levaram até eles um rapaz lunático, contudo, eles não
puderam ajudá-lo. Jesus veio e não teve nenhum problema em
exorcizar o demônio que lhe causava aquele mal.
Os discípulos tinham poder suficiente fluindo em seu ministério
para lidar com a maioria dos demônios e doenças, mas se
depararam com um que requeria mais fé e poder — e não tiveram o
suficiente para superar aquele! Repito, a implicação óbvia é que há
níveis diferentes necessários para se realizar diferentes coisas.
Estou totalmente convencido de que esse princípio é a razão
porque leva um tempo para a maioria das orações serem atendidas.
Receber um milagre instantâneo é de longe a exceção. Geralmente
não é apenas uma questão de pedir ao Pai para fazer alguma coisa,
mas sim de liberar poder suficiente no espírito para realizar o
trabalho. A maioria dos cristãos não está ciente disso. Depois de
pedir, tendemos a relaxar e esperar Deus, quando Ele muitas vezes
está, por Sua vez, esperando por nós. Temos falhado em entender
que algumas orações precisam de mais do que apenas pedir.
Às vezes, quando parece que Deus finalmente “conseguiu” ou
quando achamos que algo simplesmente aconteceu de uma hora
para outra, a verdade é que poder suficiente foi finalmente liberado
pela oração para realizar tal coisa.
PROFETAS QUE PERSEVERARAM PELO PODER
Quando o profeta Elias foi até o filho da viúva que havia morrido, ele
se jogou em cima do cadáver do rapaz, cara a cara, e orou três
vezes (ver 1 Reis 17:21). Por que três vezes? Porque o homem de
Deus não estava no nível que precisava estar espiritualmente?
Porque ele não tinha fé suficiente? Porque não fez direito das
primeiras duas vezes?
Não nos é dito a razão, nem insinuado nenhuma dessas coisas.
Eu acredito que ele estava liberando um pouco mais de vida de seu
ventre espiritual, ou espírito, cada vez. Requer bastante vida para
ressuscitar um morto!
Em capítulos anteriores analisamos a passagem de 1 Reis 18, em
que Elias ora por chuva, e discutimos o significado de Deus escolher
trabalhar através de um homem e do homem se esforçar para trazer
à vida a vontade de Deus. Vejamos essa passagem novamente.
Em 1 Reis 18:1, o Senhor disse a Elias: “Vai, apresenta-te a
Acabe, porque darei chuva sobre a terra.” Deus não disse, “Eu
talvez dê”. Ele não disse, “Se você orar o suficiente”. Ele não disse,
“Estou pensando no assunto”. Ele apenas disse, “Darei chuva”. Era
a hora de Deus, a ideia de Deus e Sua vontade.
Contudo, nos é dito no fim deste capítulo que Elias labutou em
oração diligentemente sete vezes na posição de uma mulher em
trabalho de parto antes de as nuvens aparecerem e a chuva chegar.
Ele não estava andando casualmente no topo da montanha e
dizendo, “Senhor, envie a chuva”, e imediatamente choveu. Isso não
é a “oração poderosa e eficaz” que Tiago 5:16-18 (NVI) diz que Elias
fez para parar e depois trazer a chuva.
A pergunta que devemos nos fazer é: se era a vontade, o tempo e
ideia de Deus, então por que Elias teve de orar sete vezes até a
chuva chegar? A explicação mais plausível para mim é que era
preciso perseverar até ele ter orado o suficiente — até poder
suficiente ser liberado através de sua intercessão para subir até os
céus e fazer a obra.
Por que levou vinte e um dias para Daniel receber a resposta
quando Deus enviou um anjo a ele desde o primeiro dia em que ele
começou a orar? Eu pensaria que, se Deus quisesse enviar um
mensageiro angelical, Ele conseguiria enviá-lo imediatamente. Ele
tem poder suficiente, não tem? Então, por que o anjo foi detido por
vinte e um dias?
Acredito que Daniel foi fiel em orar todos os dias para liberar poder
para o plano do espírito. Deus só pode levar o anjo até ele com a
resposta depois de poder suficiente ter sido liberado para romper a
barreira demoníaca no espírito!
Por favor, entenda que não estou limitando o poder de Deus.
Estou totalmente ciente de que basta uma palavra de Deus para
acabar com cada demônio do inferno. O que devemos levar em
consideração é que Deus escolheu operar na terra por intermédio
do ser humano. Parece-me razoável que, se as orações de um
homem são responsáveis pela liberação de um anjo, elas também
seriam a chave para romper barreiras para receber uma mensagem.
Tal como Billheimer disse, “apesar de haver recebido a resposta à
sua oração e ela já estar a caminho, se Daniel tivesse desistido ela
provavelmente nunca haveria chegado”.11
LIBERANDO O RIO DE PODER
Por que levou três horas para Jesus chegar a um resultado no
Jardim de Getsêmani? Por que os anjos não vieram imediatamente
e o consolaram? Deus certamente não estava retendo-o desse
homem justo e sem pecado! Poder estava sendo liberado no espírito
para romper a dificuldade.
Não estou tratando aqui de vãs repetições. Não estou falando de
pedir a Deus vez após vez. Não estou falando sobre entender os
caminhos e princípios de Deus o suficiente para saber como liberar
o rio de modo a fazer nascer a partir de seu ventre espiritual.
Quando intercedemos, cooperamos com o Espírito de Deus, isso o
libera para sair de nós e pairar sobre uma situação, liberando Suas
energias que dão vida até aquilo pelo que estamos orando ser
realizado.
Por que levou um mês para nos livrarmos do cisto no ovário de
minha esposa? O que eu estava fazendo por ele uma hora cada dia
durante aquele tempo? Estava liberando o rio a partir do meu
ventre!
Alguns diriam que Deus finalmente respondeu a minha oração
depois de eu ter perseverado o suficiente. Não. A dor que ela sentia
começou a diminuir durante todo aquele mês, e isso, segundo o
nosso médico significa que o cisto estava diminuindo. Ele não
desapareceu de uma hora para outra. Poder estava sendo liberado
no domínio do espírito e realizando algo fisicamente em seu
organismo. Cada dia, quando o poder era liberado, ele destruía
paulatinamente o cisto um pouco mais.
Por que eu tive que orar por mais de um ano por aquela jovem que
estava em coma sobre quem falei no começo deste livro? Fui visitá-
la pelo menos uma vez por semana durante um ano, falava-lhe a
Palavra de Deus, chorava, clamava por um novo cérebro para ela e
lutava o bom combate da fé. Por que demorou um ano? Porque
requer muito poder para formar um novo cérebro. Por que Deus não
o fez instantaneamente? Não sei. Tentei tudo o que sabia para fazer
com que Ele operasse.
Eu disse: “Menina, eu te mando, ‘levanta-te!’” E ela não se
levantou! Fiz tudo o que li que os heróis da fé fizeram. Em fé, eu até
a sentei na cama e ordenei que acordasse, mas ela caiu de volta em
seu travesseiro como uma boneca de pano molenga. Não sei por
que Deus escolheu não fazer um milagre instantâneo, mas como
Ele não fez, estou bastante certo do seguinte: uma quantidade
mensurável do rio teve de fluir até haver o bastante para produzir
aquele milagre.
Efésios 3:20,21 diz:
Ora àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo
quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós,
a Ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações,
para todo o sempre. Amém.
AÇÕES PROFÉTICAS
Moisés estendeu a mão com sua vara para o mar Vermelho como
um exemplo de ação profética (ver Êxodo 14:21). Por que ele teve
de fazer aquilo? Porque Deus lhe disse para fazê-lo. Ele queria que
a simbólica vara da autoridade fosse estendida sobre o mar
Vermelho. Se ele não tivesse estendido a vara sobre o mar
Vermelho, o mar não teria se partido. Deus estava dizendo, em
essência: “Eu quero um ação profética para Me liberar para fazer
isto!”
Outro exemplo de uma ação profética é Moisés segurando a vara
de autoridade em Refidim quando Israel estava batalhando com
Amaleque (ver Êxodo 17:9-13). Eu contei a história no capítulo 9
para salientar a diferença entre autoridade e poder, mas ela também
é uma demonstração vívida de ação profética.
Moisés estava na montanha com a vara da autoridade levantada.
Quando ele a tinha levantada, Israel prevalecia. Quando cansava e
a baixava, Amaleque prevalecia. A moral não era a questão. Acha
que os soldados no campo de batalha estavam olhando para Moisés
em vez de lutar? Não tinha nada a ver com a moral dos soldados —
eles provavelmente nem viam a vara subindo ou descendo.
Tinha sim a ver com algo que estava acontecendo no plano do
espírito. Essa ação profética estava liberando algo nos céus. E ao
fazer isso, a autoridade de Deus refletia até a terra e dava a vitória
aos israelitas. Não posso explicar mais do que já expliquei. Algumas
coisas, quando tratamos com Deus, simplesmente não têm
explicação.
DECLARAÇÃO PROFÉTICA
Vejamos alguns exemplos bíblicos de palavras proféticas que
procederam a ação por parte de Deus. Em Jeremias 6:18,19,
Jeremias profetizou e disse: “Portanto, ouvi, ó nações [...] ó terra.”
Semelhantemente, em Jeremias 22:29, ele voltou a profetizar
dizendo: “Ó terra, terra, terra! Ouve a palavra do Senhor.”
Muitos me considerariam um louco varrido se eu saísse de casa e
dissesse, “Toda a terra, ouça-me agora! E, todas as nações, estou
falando com vocês.” Mas foi o que Jeremias fez. Ele fez uma
declaração profética que no natural não fazia nenhum sentido.
Devemos entender que não é uma questão do que as nossas
palavras normalmente fazem, mas sim o falar por Deus que libera o
Seu poder para realizar algo. Não é o que acontece quando
pregamos ou declaramos o evangelho, que é o poder de Deus para
salvação (ver Romanos 1:16)?
A nossa boca, ao falar a Palavra de Deus, libera o poder dessas
palavras. Não é isso também o que acontece quando falamos Sua
Palavra e a usamos como uma espada na guerra espiritual? Ele
enche nossas palavras de poder divino. Por que então Ele não
permitiria que fôssemos a Sua voz em outras situações? Quando
Jeremias disse, “ó terra, terra, terra! Ouve a palavra do Senhor!”, era
como se o Próprio Deus estivesse dizendo, “ó terra, terra, terra!
Ouve as Minhas Palavras!”.
Deus disse a Jeremias antes que ia usá-lo para “arrancar,
despedaçar, arruinar e destruir; para edificar e plantar” (Jeremias
1:10). Note, então, em Jeremias 31:28 que Ele diz que fez justo isto:
arrancar, despedaçar, arruinar e destruir. É imperativo que vejamos
que Deus fez essas coisas pelas palavras de Seu profeta.
Em Miqueias 1:2, o profeta disse: “Ouçam, todos os povos;
prestem atenção, ó terra e todos os que nela habitam.”
Você não se sentiria um pouco tolo dizendo, “ó terra e tudo o que
há nela, Deus quer que eu fale com você. Estão ouvindo?” Mas foi o
que Miqueias fez. Obviamente ele não foi ouvido por toda a terra,
tampouco a tempestade ouviu Jesus lhe dizer para acalmar ou a
figueira o ouviu mandá-la morrer. Quer algo nos ouça quer não,
essa não é a questão. O que estamos tentando entender é o poder
da declaração inspirada pelo Espírito Santo — ela libera o poder de
Deus nas situações.
FALANDO AO MURO
Há vários anos, o Senhor enviou Dick Eastman, presidente da Every
Home for Christ [Todo lar para Cristo], para Berlim. Imagine receber
uma incumbência dessas de Deus? O Muro de Berlim ainda existia,
e Dick sentiu que o Espírito Santo o estava impelindo com as
seguintes instruções: Quero que pegue um avião, voe para a
Alemanha, vá até o Muro de Berlim, imponha as mãos nele e diga
estas cinco palavras: “Em nome de Jesus, caia!” Era tudo — fim da
incumbência! Cinco palavras e poderia voltar para casa.11
Que acha deste diálogo entre você e sua esposa:
— Sabe, querida, o Senhor me disse algo.
— É mesmo, o quê?
— Olha, Ele quer que eu vá para a Alemanha.
— Tudo bem, o que você vai fazer lá?
—Vou para o Muro de Berlim.
— Quê? O que vai fazer no Muro de Berlim?
— Vou colocar as minhas mãos nele e dizer, “Em nome de Jesus,
caia!” e aí volto para casa.
Seria uma conversa interessante, não acha?
Mas foi exatamente o que Dick fez, porque ele entendia o poder da
ação e da declaração profética. Dick nunca proclamaria ter sido a
única pessoa usada por Deus para fazer cair o Muro de Berlim.
Contudo, pouco depois disso o muro caiu.
UMA VISÃO PARA OS JOVENS
Anos atrás, eu estava em Washington, na capital dos Estados
Unidos, para o Dia Nacional de Oração com o Master’s Commission,
um grupo de jovens de Spokane, Washington. Ceci, minha esposa,
e eu os acompanhávamos porque, embora ministrasse para eles há
dois meses, vi um quadro incrível — acredito que foi uma visão. Era
um estádio cheio de jovens radicalmente compromissados com
Deus. Ao observar melhor, vi que essa multidão de jovens saía do
estádio e inundava a nação, levando um reavivamento da fé com
eles.
Contei a minha visão a esses jovens e um espírito de intercessão
caiu sobre nós por uns trinta minutos. Foi verdadeiramente uma
hora de oração incrível pelos jovens dos Estados Unidos. Quando
terminamos de orar, senti que devia me unir a esses jovens em sua
futura viagem a Washington.
Pouco depois de chegarmos à capital, senti o Senhor falando
comigo: Vou confirmar para você nesta viagem que estou enviando
um reavivamento a esta nação. Também lhe mostrarei que os
jovens vão desempenhar um papel importante nisso.
A VISÃO CONFIRMADA
Minha primeira confirmação foi no Dia Nacional de Oração. Havia
provavelmente de 400 a 500 pessoas reunidas na primeira reunião
de oração da manhã — senadores, congressistas, figuras do
governo e líderes espirituais da nação. Eu não fazia parte do
programa, mas estava ali para concordar em oração, como a
maioria dos participantes. O Master’s Commission havia, de algum
modo, recebido permissão para estar no programa, e isso em si era
um milagre. Quando esses jovens foram convidados para subir ao
palco para os seus quinze minutos, foram pelo corredor cantando,
Heal Our Land [Sara a nossa terra].
Ao cantarem, o Espírito de Deus caiu sobre o lugar como um
cobertor. Talvez “pairou” seja uma palavra melhor para descrever o
que aconteceu. A presença de Deus não foi sentida tão fortemente
em nenhum outro momento. Não vi ninguém presente que não
estivesse chorando. Dr. James Dobson, que falou depois do
Master’s Commission, comentou, entre lágrimas, que não é sempre
que testemunhamos um momento no qual se faz história. Tenho
certeza de que todos os presentes acreditam que aquele dia
impactou a história da nossa nação.
Aqueles jovens então tiveram um encontro com Norm Stone, um
senhor de sua igreja, a Harvest Christian Fellowship. Deus chamou
Norm anos atrás para cruzar os Estados Unidos sete vezes como
uma ação profética de arrependimento e intercessão pelos bebês
assassinados em abortos no país. Isso é uma ação profética! O
grupo do Master’s Commission, formado por jovens cuja maioria
pertencia à mesma igreja, o seguiram, caminhando trinta e cinco
quilômetros por dia por duas semanas, orando.
Na noite antes desses jovens se unirem a Norm, ouvi as seguintes
palavras do Senhor: Esta é uma declaração profética Minha de que
esta geração que Satanás está tentando aniquilar pelo aborto —
Minha próxima geração de guerreiros na terra — não foi e não será
destruída. Estou enviando estes jovens para marcharem atrás de
Norm como uma mensagem profética que diz, “Não! Esta geração é
Minha, Satanás, e você não a terá!”
Mais tarde, naquela noite, ouvi as palavras: Vou confirmar a você,
mais uma vez, que estou enviando um reavivamento da fé a esta
nação, no qual os jovens têm um papel proeminente. Farei isso
através da sua leitura da Bíblia esta noite.
Eu estava escalado para uma maratona de leitura de três dias, na
qual a Bíblia seria lida na íntegra por diversos indivíduos voltados
para o prédio do Capitólio. Cada participante podia ler por quinze
minutos, não mais. Estávamos preparados para ler a partir de onde
o último leitor havia parado. Não escolhi o momento em que ia ler —
alguém havia me escalado no dia anterior e me informado que eu
deveria estar lá à meia-noite do dia seguinte.
Dada a natureza das maneiras como o Senhor tratava comigo na
época, eu lhe disse: “Senhor, só tem um jeito de eu saber com
certeza que Você está me confirmando essas coisas com a leitura
da Bíblia. Quando eu chegar, eles terão de me dizer que posso ler
ou o livro de Habacuque ou de Ageu.” Não era uma prova do velo
da lã, nem eu estava colocando Deus à prova. Fiz aquilo por causa
do que já sentira o Senhor falar comigo quando li esses dois livros.
Sabe o tamanho desses livros? Eles têm oito páginas na minha
Bíblia. Quais seriam as chances de eu chegar lá e alguém me dizer
para ler justamente aquelas oito páginas, sendo que não havia
escolhido o que iria ler, nem mesmo o momento?
Fui até a senhora responsável.
— O senhor é Dutch Sheets?
— Sou eu mesmo.
— O senhor vai ler daqui a quinze minutos, depois dessa pessoa.
Fica à sua escolha. Pode ler o livro de Ageu ou o de Habacuque.
Eu quase desmaiei! Pode crer que li a Palavra do Senhor com
autoridade, fazendo uma declaração profética sobre o governo
desta nação com plena fé no reavivamento que estava por vir.
FAÇA O QUE ELE DISSER, NÃO IMPORTA O QUÊ!
Deus está chamando a Igreja para um novo entendimento da ação e
da declaração profética, para servirem como Sua voz e Corpo na
terra. Quando Ele nos fala de Seu plano, por mais tolo que pareça
— levante sua vara, fale com os espiritualmente mortos, ande pelo
seu bairro, marche em nossas ruas, bata em rochas, cruze os
Estados Unidos a pé, leia a Bíblia para o Capitólio, fale a uma nação
que não está ouvindo — Ele precisa que façamos o que Ele diz!
O Senhor talvez o oriente a ir para o quarto de um filho rebelde e
ungir com óleo e orar pelas suas roupas, falar para a cama de seu
filho, ou fazer alguma outra ação simbólica. Outros serão chamados
para fazerem declarações às suas cidades e aos seus governos.
Alguns serão instruídos para marcharem na terra, proclamando o
Reino de Deus. Faça o que Ele lhe disser, não importa o quê.
Declare com ousadia a Palavra de Deus sobre e nas situações.
Espalhe a semente da Palavra de Deus na terra e espere uma
colheita. Será feito. Vai surgir! Haverá vida!
“Você agora sabe que foi chamado para fazer isto, não sabe,
amado?”
QUESTÕES PARA REFLEXÃO
A Unção da Sentinela
A PRAGA GENÉTICA
E lhes disse: “A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai
aqui e vigiai. Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito,
na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Marcos 14:34;38).
Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas
estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do
Homem (Lucas 21:36).
Os últimos dois versículos combinam agrupneo com kairós, o
tempo estratégico (do qual falamos no capítulo 6), nos desafiando a
estarmos à espera dos tempos kairós e agirmos de acordo. Para
não ser repetitivo, não citarei aqui todos os conceitos. Entretanto, ler
novamente as definições completas de paga e kairós no capitulo 6 o
ajudará a fazer a conexão entre ser uma sentinela e formar um
cerco de proteção.
OS TROFÉUS DA INTERCESSÃO
Eu usarei uma história para ilustrar melhor essa questão. Cindy
Jacobs, em seu livro Possuindo as Portas do Inimigo, conta sobre
estar na unção da sentinela durante o tempo kairós. Enquanto
participava de uma reunião de oração em 1990, ela acordou de
repente com uma sensação de urgência. Ao buscar o Senhor, Ele
trouxe à sua mente a visão de um casal e seus três filhos, uma
família que ela sabia que estava a caminho daquela reunião em
uma van. Na visão que ela teve, uma das rodas da van se soltava
causando um acidente terrível.
Cindy orou fervorosamente pela segurança deles e continuou a
fazê-lo durante toda a noite. Quando o casal chegou no dia
seguinte, ela perguntou se eles tiveram algum problema com a roda
do lado direito. Embora não houvesse até então nenhum problema,
Cindy insistiu que eles verificassem em uma oficina. O mecânico
ficou impressionado com o que viu. Ele disse que de modo algum
eles teriam viajado naquela van sem aquela roda se soltar.
Ao retornar da oficina, o marido de Cindy que havia ido junto com
aquele irmão, segurava um saco plástico declarando, “Os troféus da
intercessão!” Ali estavam os parafusos gastos da roda direita
dianteira.2
Essa é a unção da sentinela em ação, percebendo o perigo em um
tempo kairós (estratégico) e estabelecendo um cerco de proteção
(paga) através da intercessão.
SENTINELAS BÍBLICAS
Vamos ampliar nosso entendimento das sentinelas bíblicas. Quais
eram os seus propósitos? O termo sentinela vem do Antigo
Testamento e era usado para descrever o que hoje chamamos de
vigias, guarda-costas ou seguranças. Esses indivíduos eram
inicialmente responsáveis pela proteção de duas áreas: as videiras
ou as plantações dos ladrões, de animais e proteger as cidades das
forças invasoras.
As sentinelas que guardavam a lavoura tinham seu posto em
rochas, torres ou construções para conseguirem um campo de visão
mais amplo. Essas torres contavam com alojamentos porque
durante a colheita era necessário vigiar noite e dia. As sentinelas se
revezavam — enquanto um dormia, o outro trabalhava — e assim o
campo era vigiado vinte e quatro horas por dia.
Há aí um grande simbolismo para a atualidade. Em épocas de
colheita, há um senso de urgência em vigiar, porque o “ladrão” fará
tudo o que puder para roubar e se aproveitar. Não é de se espantar
que Deus tenha preparado o terreno para a maior colheita de almas
que o mundo já viu — a qual está acontecendo agora — com o
maior reavivamento de oração da história. O Senhor da colheita é
sábio. Eu posso afirmar que Ele tem seguranças vinte e quatro
horas “vigiando” a colheita. Que possamos dizer com o nosso
Senhor: “Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome,
que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o
filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura” (João 17:12).
Essas sentinelas também estavam a postos nas muralhas das
cidades, onde atuavam como porteiros. Aqui estão algumas
referências do Antigo Testamento:
Pois assim me disse o Senhor: “Vai, põe o atalaia, e ele que diga o que
vir. Quando vir uma tropa de cavaleiros de dois a dois, uma tropa de
jumentos e uma tropa de camelos, ele que escute diligentemente com
grande atenção.” Então, o atalaia gritou como um leão: “Senhor, sobre a
torre de vigia estou em pé continuamente durante o dia e de guarda me
ponho noites inteiras” (Isaías 21:6-8).
Arvorai estandarte contra os muros de Babilônia, reforçai a guarda,
colocai sentinelas, preparai emboscadas; porque o Senhor intentou e fez
o que tinha dito acerca dos moradores da Babilônia (Jeremias 51:12).
Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a
noite jamais se calarão; vós, os que fareis lembrado o Senhor, não
descanseis (Isaías 62:6).
Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos
constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele
comprou com o seu próprio sangue. Eu sei que, depois da minha
partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o
rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando
coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto,
vigiai, lembrando-vos de que, por três anos, noite e dia, não cessei de
admoestar, com lágrimas, a cada um.
1. Manter ou mantenedor
Esse é certamente o uso mais frequente dessas palavras — pelo
menos duzentas e cinquenta vezes. Sentinelas mantêm coisas,
lugares e indivíduos seguros. Elas se asseguram de que não haverá
perda, roubo ou dano. Elas mantêm as coisas intactas e em sua
possessão.
2. Guarda
Sentinelas são guardas. Essa palavra se assemelha de maneira
bem óbvia com a seguinte.
3. Guarda-costas
Sentinelas guardam indivíduos, protegendo-os do perigo ou de
acidentes. Elas são escudos — os agentes do serviço secreto do
reino, guardando e protegendo outros.
Frequentemente, intercessores em nosso grupo me contam sobre
ocasiões em que eles passaram tempo me cobrindo em oração.
Mais de uma vez me disseram: “Pastor, fiquei acordado a noite toda
orando por você.” E de vez em quando perguntam: “Aconteceu
alguma coisa?”
“Não”, eu repondo normalmente, “e esse deve ter sido o porquê.”
Muitas vezes meus problemas e minhas distrações são colocados
sobre os outros e eles os levam para longe de mim. Eu fico
agradecido e sou sábio o suficiente para saber que muito do meu
sucesso é resultado da fidelidade deles. Que reconfortante é saber
que tenho guarda-costas espirituais! Haveria menos perdas em
nosso exército se tivéssemos mais sentinelas fiéis.
Peter Wagner, em seu livro Escudo de Oração, oferece cinco
razões por que pastores e outros líderes cristãos têm uma
necessidade tão grande de sentinelas que intercedam por eles:
1. Pastores têm o peso da responsabilidade e do prestar contas.
Tiago 3:1: “Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós,
mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo.”
2. Pastores estão mais sujeitos à tentação. Não se engane,
quanto mais alto seu posto na hierarquia de Liderança Cristã,
mais você sobe na lista de procurados de Satanás.
3. Pastores são alvos de escolha na batalha espiritual. Durante os
últimos anos já chegou ao conhecimento geral que há uma
aliança maligna feita por satanistas, bruxos, seguidores da Nova
Era, praticantes do ocultismo e espiritistas, e outros servos das
trevas com o intuito de orar a Satanás para quebrar os
casamentos de pastores e líderes cristãos.
4. Pastores têm mais influência sobre os outros. A quarta razão
por que pastores necessitam mais de intercessão é porque,
devido à natureza do seu ministério, eles têm maior influência
sobre os outros.
5. Pastores estão sempre em evidência. Porque pastores estão
sempre lá na frente, sendo vistos por todos, eles estão
constantemente sujeitos a fofocas e críticas.7
Nesse livro, Wagner define com mais detalhes cada uma das
razões. Ele também diz: “Os líderes recebem proteção contra os
dardos inflamados do maligno à medida que os intercessores oram,
acima e além de toda a armadura de Deus que eles têm a
responsabilidade de usar.”8 Esse livro excelente oferece ótimos
conselhos sobre intercessão para líderes cristãos.
Na lista fantástica de leituras para treinamento, Becoming a Prayer
Warrior [Tornando-se um Guerreiro de Oração], Beth Alves oferece
um plano de oração diária para líderes espirituais, o qual Wagner
resume da seguinte maneira:
4. Porteiro
Por ser obviamente similar com a definição seguinte, comentarei
sobre ambos ao mesmo tempo.
5. Guarda de Portão
Sentinelas têm a habilidade espiritual — no aposento da oração —
de determinar quem ou o que entra ou sai de seus lares, sua vida
familiar, suas igrejas, suas cidades, etc. Elas discernem pelo
Espírito Santo o que devem permitir, e pela oração, podem abrir ou
fechar a porta de acordo. Elas convidam a obra do Espírito Santo e
rejeitam as obras da escuridão. Elas estabelecem limites, deixando
de fora os inimigos. Eventualmente quando informado pelos
intercessores que algo indesejável tem infiltrado nosso convívio,
minha reação é perguntar a eles, “O que aconteceu? Vocês não
estavam em oração?” Eu simplesmente explico para o Corpo de
Cristo, “não culpem os pastores por tudo. Vocês também são
responsáveis por permanecerem em guarda”.
7. Prestar atenção
Sentinelas devem estar alerta. Elas devem prestar atenção.
Apesar de parecer óbvio, é importante o suficiente para ser
enfatizado. Como soldados, Deus “chama a nossa atenção”. Vidas
estão em jogo. A colheita deve ser protegida. Sentinelas, prestem
atenção!
8. Observar
Esse fator inclui o mesmo conceito de prestar atenção, mas vai
além, somando concentração e precisão. Não olhe simplesmente;
veja. Seja observador. Resumindo, sentinelas ficam de olho!
Eles percebem o que outros não conseguem ver. Podemos
perceber muito através da oração, muitas vezes até mesmo antes
de acontecer.
9. Contemplar
Semelhante a observar, é claro, mas incluo aqui para dar ênfase
renovada à necessidade de ver claramente.
10. Acautelar
Sentinelas devem estar vigilantes, conscientes e alertas. Mais uma
vez, 1 Pedro 5:8 nos adverte a sermos sóbrios de espírito. Sempre
tome cuidado, intercessor! Fique de olho no leão e quando você o
vir em ação, imediatamente o enfrente, proclamando a vitória do
Calvário com a “unção da ursa”.
11. Proteger
Da mesma maneira que sentinelas guardam e mantêm, sentinelas
protegem. Elas constroem muros ou limites de proteção contra os
ataques do diabo. Elas distribuem a bênção do Senhor.
12. Manter
Sentinelas mantêm coisas para o Senhor. Elas são o pessoal da
manutenção. Elas talvez não estabeleçam metas, construam ou
plantem como muitos outros, mas elas mantêm. Elas mantêm as
coisas em bom funcionamento, sem obstáculos. Elas mantêm
unção, integridade, saúde e muitas outras bênçãos essenciais ao
Reino.
No dia seguinte, nossa equipe foi até a praça com pastores das igrejas
de Resistencia, um grupo de intercessores experientes e Cindy Jacobs.
Nós lutamos ferozmente contras as forças invisíveis daquela cidade por
quatro horas. Nós as atacamos no que assumimos ser a ordem de
hierarquia, de baixo para cima. Primeiro foi Pombero, depois Curupi,
então San La Muerte, depois o espírito da maçonaria livre, então Rainha
do Céu, e depois o espírito de Píton — o qual nós suspeitávamos ter o
papel de um coordenador para todas as forças do mal naquela cidade.
Quando nós terminamos, havia uma sensação quase tangível de paz e
liberdade sobre todos que participaram. Ficamos confiantes de que essa
primeira batalha tinha sido ganha e que a cidade poderia ser tomada
para o Senhor.
Depois disso, a igreja de Resistencia estava pronta para uma
evangelização intensiva. Descrentes começaram a reagir ao Evangelho
como nunca. Como resultado da nossa campanha de três anos, a
frequência às igrejas mais que dobrou. O efeito foi claro em todos os
níveis sociais. Podíamos estruturar projetos comunitários, como, por
exemplo, suprir água potável para os carentes. A imagem pública da
igreja evangélica melhorou imensamente, ganhando respeito e
aprovação dos líderes políticos e sociais. Fomos convidados para
divulgar nossa mensagem na mídia. A batalha espiritual e o
mapeamento que fizemos abriram novas portas para a evangelização na
cidade de Resistencia, progressos sociais e para a colheita espiritual.14