Você está na página 1de 9

LABORATÓRIO DE MECÂNICA

Prof. Dr. Emilio R. Cintra

Relatório do Experimento 2:

Associação de Molas

Estudantes:

Nome: Danielle Vieira Garcia Curso: Engenharia de Transportes Matrícula: 20212011180019

Nome: Nathalia Zani de Sousa Curso: Engenharia Cartográfica e de Agrimensura Matrícula:


20211011190296

Nome: Nicolly Clara Lemes Curso: Engenharia de Transportes Matrícula: 20211011180215

Campus Goiânia, 12 de dezembro de 2021.


Introdução

A lei de Hooke descreve a força restauradora que pode ser observada em uma variedade de
sistemas quando distendidos ou comprimidos, no regime elástico. Ou seja, tal força atua sempre no
sentido de recuperar o formato original do objeto, e tem origem nas interações interatômicas¹.
Para um sistema com molas a lei de Hooke pode ser descrita matematicamente como:

F=kx

Onde, a força restauradora deste sistema ⃗ F varia proporcionalmente com a “deformação”


(deslocamento da posição de equilíbrio), por uma constante de proporcionalidade 𝑘 característica da
mola, e tem sentido oposto a esta deformação.
Podemos também combinar duas ou mais molas para aplicar força em um objeto. Existem dois
tipos de associações de molas possíveis, em série e em paralelo. Nesses dois casos, podemos calcular
qual seria a constante k equivalente uma única mola. Para o caso onde temos duas molas associadas
em paralelo ligadas a um bloco, ao deslocar o bloco, cada mola exerce uma força elástica nele, F 1 e F 2
, de modo que o módulo da força elástica total F exercida pelas duas molas sobre o bloco é dada por:

F=F 1+ F 2 ⇒ k eqx =k 1 x 1+ k 2 x2

Como a deformação do conjunto é igual à deformação de cada mola, x=x 1=x 2, assim temos que:

k eq=k 1+ k 2

Quando as molas estão associadas em série, o deslocamento x do bloco é a soma das


deformações das duas molas, x 1 e x 2 assim:

F F 1 F2
x=x 1 + x2 ⇒ = + Como o conjuntotodo está em equilíbrio temos :
k eq k 1 k 2

F keq =F1=F 2

Assim,

1 1 1
= +
k eq k 1 k 2
Objetivos

Objetivo deste relatório é medir a constante elástica de duas molas de três formas: separadas,
associadas em série e em paralelo. A partir dessas medições, será calculado o valor das constantes
equivalentes para as associações em série e paralelos. Os valores calculados serão comparados com o
valor obtido experimentalmente.

Materiais e Métodos

Para obter os valores das constantes elástica, foram utilizados os seguintes objetos: uma balança
digital com resolução de 0,01g, uma régua com resolução de 1 mm, um porta massas, massas de
22,5g, 50g e 100g, duas molas e um suporte para molas.

Com esses objetos foi feita a seguinte montagem experimental: Uma extremidade da mola foi
presa no suporte para molas e na outra extremidade foi fixado o porta massas. A régua foi posicionada,
paralela a mola, de forma que o zero coincida com a extremidade da mola onde está preso o porta
massas.

Com isso foi realizado o seguinte experimento: Após pesar todas as massas, elas eram
adicionadas uma a uma no porta massas e em seguida era feita a leitura do comprimento de
deslocamento da mola. O procedimento acima foi repetido para cada uma das molas e associações de
molas. Os valores medidos estão nas tabelas 1, 2, 5 e 6.

Análise e Discussão dos Resultados Experimentais

Para cumprir o objetivo do relatório, foram utilizados os dados obtidos através do experimento
descrito na seção anterior. Os cálculos foram feitos com o auxílio do dos seguintes softwares: Excel e
Gnuplot.

Na primeira parte do experimento obtemos os seguintes valores:

Tabela 1: Dados experimentais referentes à mola 1.

Mola 1

# m(x 10−3 kg) F=mg(N ) ∆ x ( x 10−3 m)


1 50,03 0,4894 26,0

2 100,07 0,9789 53,0

3 150,15 1,469 77,0

4 200,22 1,959 102,0

5 250,22 2,448 130,0


Tabela 2: Dados experimentais referentes à mola 2

Mola 2

# m(x 10−3 kg) F=mg(N ) ∆ x ( x 10−3 m)


1 50,03 0,4894 66,0

2 100,07 0,9789 133,0

3 150,15 1,469 198,0

4 200,22 1,959 264,0

5 250,22 2,448 330,0

A força F foi obtida usando a equação:

F=mg

Sendo m a massa da primeira coluna e g=9,782 m/ s2. Quando mola está em equilíbrio a força
peso se iguala a força elástica da mola, assim o valor da coluna do meio será usado como o valor da
força elástica.

Na medição da massa m foi utilizada uma balança digital, com isso sua incerteza δm será a menor
divisão da escala. Já o deslocamento da mola ∆ x foi medido com auxílio de uma régua, que é um
instrumento analógico, assim sua incerteza δ (∆ x ) será a metade da menor divisão da escala. Por fim,
como a constante elástica k não foi medida diretamente sua incerteza δk será obtida por meio de uma
propagação de erros que será calculada através da equação abaixo que é conhecida como equação do
erro máximo.

∂f ∂f ∂f
δy=
| | | |
∂ x1
δ x 1+
∂ x2
δ x2 +…+
| |
∂ xn
δ xn

Para a constante elástica k , temos que:

mg
k=
x

Assim,

δk= | gx|δm+|mx|δg +|−mg


x |
2
δx

sendo g=9,782 m/ s2 e δg=0 m/s2 e os valores de m e ∆ x referentes a massa 1 das tabelas os


valores obtidos para as incertezas foram:
Tabela 3: Incertezas das grandezas da Tabela 1

Erros (mola 1)

# δm( x 10−3 kg) δ (∆ x )( x 10−3 m) δk (N /m)


1 0,01 0,5 0,4

Tabela 4: Incertezas das grandezas da Tabela 2.

Erros (mola 2)

# δm( x 10−3 kg) δ (∆ x )( x 10−3 m) δk (N /m)


1 0,01 0,5 0,06

Com os valores das tabelas 1 e 2, foi feito um ajuste linear do tipo y = ax + b. Na figura 1 e 2, está
representado os pontos das tabelas e a reta de regressão. Comparando a equação anterior com F=kx ,
temos que:

a=k

Assim,

ajuste da função: k 1 ( N /m )=19,0 ± 0,3

ajuste da função: k 2 ( N /m )=7,43 ± 0,02

Figura 1: Gráfico dos dados experimentais e reta de regressão da mola 1.


Figura 2: Gráfico dos dados experimentais e reta de regressão para associação da mola 2.

Na segunda parte do experimento obtemos os seguintes valores:

Tabela 5: Dados experimentais referentes à associação em série.

Associação em série

# m(x 10−3 kg) F=mg(N ) ∆ x ( x 10−3 m)


1 22,53 0,2204 40,0

2 45,07 0,4409 82,0

3 67,57 0,6610 123,0

4 90,11 0,8815 166,0

5 112,7 1,102 207,0

Tabela 6: Dados experimentais referentes à associação em paralelo.

Associação em paralelo

# m(x 10−3 kg) F=mg(N ) ∆ x ( x 10−3 m)


1 99,85 0,9767 38,0

2 199,7 1,954 75,0

3 299,6 2,931 112,0

4 399,45 3,907 149,0

5 499,29 4,884 185,0


A força F foi obtida da mesma forma que na primeira parte. Com os valores das tabelas 5 e 6, foi
feito um ajuste linear do tipo y = ax + b. Na figura 3 e 4, está representado os pontos das tabelas e a
reta de regressão. A partir do valor de a foram calculados os valores de k .

ajuste da função: k ser ( N /m )=5,27 ± 0,02

ajuste da função: k par ( N /m )=26,54 ± 0,08

Figura 1: Gráfico dos dados experimentais e reta de regressão para associação em série.

Figura 2: Gráfico dos dados experimentais e reta de regressão para associação em paralelo.

Para comparar com os valores experimentais medidos, vamos calcular através do modelo teórico
os valores de k ser e k par . Para isso temos que:
1 1 1
= +
k ser k 1 k 2

A incerteza dessa medida pode ser obtida pela equação abaixo.

k 22 k 21
|
δ k ser =
( k 1 +k 2)
2
| |
δ k 1+ 2
( k 1+ k 2 ) | δ k2

Com isso o valor teórico para a associação em série é:

Cálculo: k ser ( N /m )=5,34 ± 0,03

Fazendo a comparação entre o valor experimental e teórico de k ser , temos:

Desvio %: ∆ k %=¿

Para associação em paralelo temos que:

k eq=k 1+ k 2

A incerteza dessa medida pode ser obtida pela equação abaixo.

δ k par =δ k 1 +δ k 2

Com isso o valor teórico para a associação em paralelo é:

Cálculo: k par ( N /m )=26,4 ± 0,3

Fazendo a comparação entre o valor experimental e teórico de k par, temos:

Desvio %: ∆ k %=¿

Conclusão

A partir dos resultados obtidos na seção anterior podemos concluir que o modelo teórico
apresentado na primeira parte deste relatório consegue descrever o experimento. Visto que desvio
calculado entre os dois modelos é bem pequeno, menor que 2%.

Bibliografia

Moysés Nussenzveig, Curso de Física Básica, vol. 1, Editora Edgard Blücher, São Paulo
(2002).

J. R. Taylor, Introdução à Análise de Erros: O Estudo de Incertezas em Medições Físicas,


Editora Bookman, Porto Alegre (2012).
Questões para feedback

1. Demonstre que a constante equivalente para as duas associações do experimento são dadas
pelas Eqs. 3 e 6.

Para o caso onde temos duas molas associadas em paralelo ligadas a um bloco, ao deslocar o bloco,
cada mola exerce uma força elástica nele, F 1 e F 2, de modo que o módulo da força elástica total F
exercida pelas duas molas sobre o bloco é dada por:

F=F 1+ F 2 ⇒ k eqx =k 1 x 1+ k 2 x2

Como a deformação do conjunto é igual à deformação de cada mola, x=x 1=x 2, assim temos que:

k eq=k 1+ k 2

Quando as molas estão associadas em série, o deslocamento x do bloco é a soma das deformações
das duas molas, x 1 e x 2 assim:

F F 1 F2
x=x 1 + x2 ⇒ = + Como o conjunto todo está em equilíbrio temos:
k eq k 1 k 2

F keq =F1=F 2

1 1 1
= +
k eq k 1 k 2

2. Para que o Gnuplot retorne o valor da constante elástica, que quantidades devem corresponder
ao eixo x e ao eixo y?

O eixo y precisa representar os valores força elástica F e o eixo x o deslocamento da mola x.

Você também pode gostar