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IGREJA BATISTA DA LIBERDADE – Pr.

Cleuton Cardoso
Mensagem Ministrada no Culto de Adoração
Porto Velho (RO), domingo, 26 de dezembro de 2021

E EIS QUE ESTÁ AQUI QUEM É MAIOR DO QUE SALOMÃO

Mateus 12.42-43
Bíblia Almeida e Corrigida Fiel

42 Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se


arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é maior do que
Jonas.
43 A rainha do sul se levantará no dia do juízo com esta geração, e a condenará;
porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está
aqui quem é maior do que Salomão.

Introdução:

Segundo Jesus, uma certa testemunha aparecerá no dia do Juízo oferecendo testemunho
condenatório contra a geração atual. A rainha de Sabá subirá ao banco das testemunhas,
e suas palavras condenarão: "A rainha do Sul se levantará no juízo com essa geração e a
condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis
aqui está quem é maior do que Salomão" (Mateus 12.42).

A rainha se dirigirá à nossa geração, a nós que vivemos exatamente nos últimos dias. E
sua condenação será assim: ela vai descrever todo o esforço, toda a agonia e as
dificuldades que suportou para obter sabedoria de Salomão.

Veja, quando viva, essa mulher se desesperava em busca de uma verdade que a
libertasse. E no juízo ela vai testificar: "Eu vim dos confins da terra, e viajei para ganhar
a sabedoria de Salomão. Vocês, por outro lado, estão saciados pela verdade do
evangelho. Vocês têm Alguém muito maior do que Salomão em seu meio; porém, seus
olhos e os ouvidos estão como que impedidos para O verem e O ouvirem".

Quem era exatamente essa Rainha de Sabá?

E por que foi tão importante a ponto de aparecer no dia do Juízo?

Os estudiosos dizem que ela era uma líder árabe, e que reinava sobre a região hoje
conhecida como o atual Iêmen do Norte.

Na terra de Sabá havia uma cultura que ao longo dos séculos se envolvia com enigmas e
adivinhações.

O perfil mental árabe constantemente levantava questões, sem dar respostas.


Essa importante mulher poderia estar tendo conflito de alma pelo fato de todas as
grandes questões da vida - sobre Deus, sobre o futuro, sobre a vida após a morte, sobre
o fim dos tempos – e ninguém em sua geração teria todas as respostas.

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Ela queria sabedoria para ajudá-la a aprender a viver, a governar e ajudar os outros.
Porém, riqueza nenhuma, ou fama ou conselhos podiam solucionar os gritos e gemidos
de sua alma.

As carências mais profundas do seu ser continuavam não atendidas.

Foi então que ela ouviu a respeito do rei Salomão. Por todo o mundo, ele tinha
reputação de possuir incrível sabedoria. As escrituras dizem de a rainha ter "ouvido a
fama (dele)" (1º Reis 10.1), talvez por meio de comerciantes ou navegadores que
houvessem viajado até Jerusalém.

Segundo seus informes, o rei de Israel compreendia a natureza humana como ninguém;
era capaz de responder qualquer pergunta, e resolver todo problema, não importando a
complexidade.

A rainha de Sabá deve ter pensado assim: "Quem é este homem que declara tanta
sabedoria, e responde as perguntas mais complicadas e difíceis da vida?”.

Os próprios deuses dela não falavam, não ouviam e não conversavam.

Então ela resolveu: "Preciso chegar até Salomão a qualquer custo. Preciso resolver essas
questões que ardem dentro da minha alma. Se ele pode resolver os enigmas da vida,
então é capaz de responder aos meus anseios".

Ela ordena que uma caravana a leve a Jerusalém, a cerca de 2.400 quilômetros.
A viagem em si iria levar aproximadamente 75 dias - ou seja, 150 dias para locomoção
de ida e volta - quase meio ano. E seria através de um deserto quentíssimo, capaz de
assar uma pessoa ao sol. Não tinha ônibus, não tinha trens velozes, não tinha carros
como os atuis... a viagem era a camelos 0 Km!

De forma que ela e sua comitiva iriam enfrentar saqueadores e terras improdutivas sem
nenhum conforto.

Teriam de enfrentar noites terrivelmente frias. No entanto nada podia impedir que a
rainha conseguisse uma audiência com Salomão.

Ela tinha de ter a companhia de soldados, oficiais, servos, cozinheiros e intérpretes.


Os camelos teriam de ser carregados com alimentos, água, e presentes de jóias e
especiarias. Juntando tudo, a caravana compreendia uma "mui grande comitiva"
conforme (1º Reis 10.2).

Imagine o quadro desse grande conjunto chegando a Jerusalém, após meses de


tempestades de areia, de calor alucinante e tremendas dificuldades... Agora, ao se
aproximar da capital, os serviçais de Salomão correm para se encontrar com a rainha,
dizendo: "Que viagem difícil vocês tiveram. Por favor, refresquem-se. O rei Salomão
lhes concedeu o uso de suas grandes salas de banho".

Posteriormente, a rainha é apresentada à corte de Salomão. E ela não desperdiça tempo


ao lhe fazer todas as perguntas que a confundiam.

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"Veio prová-lo com perguntas difíceis... compareceu perante Salomão e lhe expôs tudo
quanto trazia em sua mente” (1º Reis 10.1-2). A rainha despeja tudo sobre o rei
Salomão.

A rainha de Sabá não se desapontou. As escrituras dizem que: "Salomão lhe deu
resposta a todas as perguntas; e nada lhe houve profundo demais que não pudesse
explicar" (1º Reis 10.3). Salomão generosamente lhe responde com verdades incríveis e
iluminadoras. Ele não deixa um único ponto sem resposta.

Eu visualizo o rosto da rainha se iluminando a cada resposta, e compreendendo: "Então,


é assim que é". Imagine a paz que invadiu sua alma quando as perguntas de toda uma
vida foram sendo resolvidas, uma a uma.

Mais tarde, ela foi levada em passeio pelo reino de Salomão.


Pessoalmente ela vê a ordem social;
Vê a beleza da cultura israelense;
Vê a prosperidade que a sabedoria de Salomão havia trazido à nação.
Vê o templo de adoração construído por Salomão.
Vê a fé de Salomão em Deus.

Ela contempla "a casa que edificara, e a comida da sua mesa, e o lugar dos seus oficiais,
e o serviço dos seus criados, e os trajes deles, e seus copeiros, e o holocausto que
oferecia na Casa do Senhor" (1º Reis 10.4-5). Foi tão aterrador que, "ficou como fora de
si". Ou seja - ela ficou sem fôlego.

Após ter absorvido tudo isso, ela diz a Salomão: "Foi verdade a palavra que a teu
respeito ouvi na minha terra e a respeito da tua sabedoria. Eu, contudo, não cria
naquelas palavras, até que vim e vi com meus próprios olhos. Eis que não me contaram
a metade: sobrepujas em sabedoria e prosperidade a fama que ouvi. Felizes os teus
homens, felizes estes teus servos, que estão sempre diante de ti e que ouvem a tua
sabedoria! Bendito seja o Senhor, teu Deus... para te colocar no trono de Israel... para
executares juízo e justiça" (1º Reis 10.6-9).

Após o passeio, a rainha oferece a Salomão todos os presentes que havia trazido na
caravana. Por sua vez, ele abre seus depósitos e armazéns a ela, que fica maravilhada
com as vastas riquezas: "O rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo quanto ela desejou e
pediu, afora tudo o que lhe deu por sua generosidade real" (1º Reis 10.13).

Jesus Cristo ao fazer menção da Rainha de Sabá estava falando ao coração dos escribas
e fariseus que O censuravam, que O criticavam, que O perseguiam e tentavam matá-lo.
Os líderes religiosos do tempo de Jesus estavam familiarizados com a história da rainha.

Eles tinham o costume de ensinar sobre a história da Rainha de Sabá nas sinagogas, e
sabiam tudo do desespero dela para encontrar Salomão. Agora Cristo usava a história
dela para adverti-los: "Esta mesma rainha do sul lhes condenará diante do Pai. Ela veio
dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que alguém maior do que
Salomão está na sua frente agora".

Em verdade, aquela rainha perguntará aos fariseus: "Como puderam ser tão cegos?
Vocês traziam todas as perguntas difíceis ao rei - até perguntas maliciosas para fazê-lo

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tropeçar. Porém Jesus Cristo é o Deus onisciente encarnado, Aquele que deu sabedoria a
Salomão. Ele esteve no meio dos fariseus e escriba e solicitou perguntas, insistindo em
que Lhe abrissem o coração.

Ele até morreu pelos fariseus, pelos escribas e por todos nós, da atual geração.

Mas muitos têm fechado os seus olhos, e cerraram os ouvidos à Sua verdade em face de
Jesus. Preferem viver nas trevas, pois os seus atos e hábitos são maus".

Eu me pergunto: será que essa rainha acusará a nossa geração de tanto pecado?

Será que dirá:

"Vi e ouvi a sabedoria de um homem que viveu no meu tempo, e suas palavras
mudaram a minha vida. Eu tive uma única conversa com ele, e ele respondeu tudo que
havia no meu coração. Ele conheceu todas as perguntas e preocupações da minha vida, e
a sua verdade curou o meu caos interior...

...Mas chegou a hora em que tive de sair da presença deste homem. Não foi assim com
vocês.

Vocês tiveram Alguém que vivia no seu meio;

Vocês tinham acesso à Sua sabedoria o tempo todo.

Além disso, o Rei Jesus é infinitamente maior que Salomão. E Ele tem uma palavra para
lhes falar a respeito de tudo em sua vida. Ele quer que essa palavra lhes traga
abrandamento da dor, das buscas - e lhes forneça paz e alegria...

...Assim Ele continuamente os convida à Sua mesa de banquete. Vocês não têm de
viajar 2.400 quilômetros para chegar lá. Ele vai até vocês, e não pede presentes e jóias.
Tudo que lhes pede é que levem a Ele os seus fardos, seus medos, suas tormentas, suas
culpas, suas crises, seus sofrimentos, suas frustrações, seus anseios e temores.

Jesus deseja ouvir as suas preocupações, assumir os seus interesses, responder às suas
ansiedades. O único incenso que deseja de vocês é a oração e o louvor...

...Quando eu estava no palácio de Salomão, eu vi o quanto os seus servos eram felizes.


Eles iam diariamente à mesa do rei, e alegremente absorviam sua sabedoria. Ouviam
cuidadosamente cada palavra dele, com grande respeito. E ao irem ao templo para
adoração, possuíam temor santo. Foi uma visão tão gloriosa, que perdi o fôlego. Eu ouvi
grandes coisas sobre Salomão, mas nada me preparou para o quê experimentei em sua
presença...

...Com a sua geração, é outra história. Vocês falam tanto sobre o Rei. Têm acesso à
maravilhosa sabedoria Dele, à Sua justiça e santidade - mas O ignoram dia após dia.
Como podem se satisfazer com essas vidas tão afundadas e amedrontadas? Vocês têm
em seu meio a Fonte das respostas. Ele é muito maior do que Salomão!".

Quero lhe perguntar o seguinte:

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- Quando foi a última vez que você teve uma experiência tremenda com Jesus?

- Quando foi que ficou tão encantado com Sua sabedoria fornecedora de paz - que ficou
sem fôlego?

- Quando disse pela última vez: "Nada que foi ensinado sobre Jesus me preparou para
essa experiência com Ele. Ele solucionou as minhas dúvidas, e me trouxe toda a alegria
do mundo"?

Todos temos de responder a uma fundamental pergunta atualmente:

- "Se Alguém maior do que Salomão está no meu meio, haveria a possibilidade de
Ele me deixar confuso?

Se a sabedoria Dele está sempre à disposição, será que eu a busco tão apaixonadamente
quanto a rainha buscou a sabedoria de Salomão?".

Acho que a rainha está nos perguntando: "Se Salomão quis ouvir todas as minhas
perguntas, será que o seu Rei estaria um pouquinho que seja, menos interessado em
ouvir as suas?

Se Salomão foi tão paciente em responder aos meus anseios, será que o seu onisciente
Senhor não iria muito mais levar os teus fardos? Como poderia Jesus estar menos
desejoso em falar contigo, lhe dar Sua sabedoria e orientação?".

A verdade é que Deus ainda fala ao seu povo hoje.

E fala tão claramente quanto no Velho Testamento, para os apóstolos, ou para a igreja
primitiva. Contudo temos de entender uma coisa: Deus escolhe falar só com os que têm
ouvidos para ouvir. Vou ilustrar.

Marcos capítulo 4 diz que Cristo "lhes ensinava muitas cousas por parábolas"
(Marcos 4.2). Nessa passagem, Jesus conta a parábola do semeador, um homem que
planta a semente no campo. Mas quando terminou a história, a multidão se viu perdida.
Se perguntaram: "Quem é o semeador que Ele está descrevendo? E o quê a semente
representa? E toda essa conversa de pássaros, de diabo, de solos com espinhos, de solo
bom - do que se trata?".

Jesus não explicou à multidão. Antes, as escrituras registram: "E acrescentou: Quem
tem ouvidos para ouvir, ouça" (Marcos 4.9). Só os discípulos e um outro pequeno
grupo remanescente queriam respostas. Então foram até Jesus mais tarde, e perguntaram
o significado da parábola: "Quando Jesus ficou só, os que estavam junto dele com os
doze o interrogaram a respeito das parábolas" (Marcos 4.10). Então Cristo gastou
um tempo para responder à todas as suas questões (Marcos 4.14-20).

Você vê o quê está acontecendo nessa cena?

Jesus havia trazido revelação da verdade à multidão, uma palavra vinda diretamente da
boca de Deus, mas isso os intrigou. Você pode dizer: "Por que Jesus não explicou a

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parábola com mais clareza?". Achamos uma pista adiante no mesmo capítulo: "E sem
parábolas não lhes falava" (Marcos 4.34).

Eu creio que Jesus estava dizendo o seguinte: "Se vocês querem compreender a minha
palavra, terão de ir ao meu encalço para obtê-la. E terão de vir como a rainha de Sabá:
com fome pela verdade libertadora. Eu lhes darei toda a revelação que precisarem. Mas
terão de vir a mim com ouvidos interrogativos e atentos".

Imagine o que aconteceu com a maioria da multidão depois que foram para casa.
Vizinhos se juntaram em torno deles, ansiosos para saber o que Jesus tinha dito: "Que
mensagem Ele trouxe? Diga tudo que você aprendeu?".

Os que O haviam ouvido podem ter sido capazes de repetir Suas parábolas. Mas suas
palavras teriam sido mortas, sem vida, sem poder de impacto ou de transformação de
vidas.

Eu penso que a mesma coisa acontece na igreja de Cristo hoje. A palavra que vem de
alguns púlpitos é letra morta; vem sem revelação do Espírito Santo ou sem poder para
livrar do pecado.

Aí, quando as pessoas vão para casa, muitos meramente repetem a palavra que ouviram
- sem a vida do Espírito. Que contraste com os discípulos famintos e outros que
continuaram seguidores de Cristo nesse cenário.

Essas pessoas representam todo aquele que tem fome pela palavra de Deus, e perseguirá
Jesus a qualquer custo para obtê-la. Elas são a "Turma da Rainha de Sabá", servos que
querem a revelação de Cristo - verdade que transforma vidas.

O que Jesus responde aos que vão a Seu encalço? Ele diz, "A vós outros vos é dado
conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de
parábolas" (Marcos 4.11).

A palavra em grego para mistério neste versículo significa segredo. Em resumo, Cristo
revela os Seus segredos só para os que têm fome pela verdade transformadora de vida.

Jesus está dizendo: "Se você quer respostas para as tuas perguntas difíceis, venha
atrás de mim. invista tempo comigo. Eu lhe revelarei a minha palavra, e mostrarei
verdades que outros não veem".

Então, quem são os "de fora" (Marcos 4.11)?

Jesus está se referindo às multidões que não querem nada com Ele.

Pessoas que não vão desistir do próprio conforto, e fazer o necessário para treinar os
ouvidos para a voz do Salvador.

Pessoas que até vão regularmente nos cultos da igreja, e buscam o Senhor em favor de
suas necessidades humanas - mas não estão interessadas em conhecer a voz de Deus no
que vai além da capacidade Dele em lhes conceder coisas. A verdade libertadora que
provém Dele lhes permanece frustrante e inútil, uma série de enigmas fechados.

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A guerra de Satanás contra o povo de Deus neste momento está ligado contra a nossa
fé.

A ameaça atual de Satanás contra a igreja vai além da torrente de imundície sendo
lançada sobre a terra.

A guerra de Satanás vai além do materialismo, dos vícios ou de intensas seduções.

A nossa guerra é a guerra da fé.

Quanto mais você dispõe o seu coração para buscar Jesus, mais tremendos se tornam os
ataques de Satanás contra a sua fé.

Nos últimos tempos, tenho ouvido confissões de piedosos colegas de ministério pastoral
falando de horríveis ataques contra as suas mentes. Que têm sido infestados de flechas
de dúvidas e questões perturbadoras em relação à fidelidade de Deus.

Servos que ficam se perguntando se Deus chega a se preocupar com o ministério deles
que está estagnado, com seus problemas conjugais, com o fato de seus filhos estarem se
desviando. Muitos estão apenas se equilibrando, hesitantes na fé, e achando: “Eu não sei
se vou aguentar”.

Então li a carta de uma querida senhora de 81 anos, que nos escreveu. Ela diz: “O meu
marido está sendo devorado pelo câncer ósseo. O meu filho está morrendo de AIDS. E
eu lentamente estou me consumindo pela diabetes”.

Lendo tudo que essa família está enfrentando, balancei a cabeça e me perguntei:

- “Como é possível essa mulher se manter com essa alegria? É muita coisa para alguém
aguentar.

Certamente Deus irá levar isso em consideração caso ela desista da fé.

Mas aí li o parágrafo final da carta dela:

- “Apesar de tudo, Deus é fiel. Ele jamais falhou em qualquer palavra que nos tenha
prometido. Deixamos nosso filho nas mãos de Jesus. E agora estamos esperando o dia
de vermos nosso bendito Senhor face a face”.

Sim, a batalha toda gira em torno da fé.

Em outra ilustração que vemos em Marcos 4 é aquela em que os discípulos estavam


novamente atravessando um lago. Desta vez, “levantou-se grande temporal de vento,
e as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a
encher-se de água” (Marcos 4.37).

Uma torrente de ondas inunda o bote, e os discípulos agitados correm para jogar fora a
água que sobe. Eram pescadores experientes, e logo viram que suas vidas corriam

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perigo. Então rapidamente acordam Jesus, que estava dormindo no fundo do barco, e
gritam, “Mestre, estamos perecendo!”.

Ao ver Jesus sendo despertado, a minha carne deseja que Ele encoraje os discípulos
assim: “Estou muito feliz por terem me acordado. A coisa é séria. Meus amigos, sinto
tê-los deixado enfrentando essa tempestade sozinhos tanto tempo. Perdão por eu não ter
agido antes. Que bom que vocês não acharam que não me interesso por suas crises”.

Não, a reação de Jesus foi exatamente o oposto. Ele repreendeu os discípulos! “Por que
sois assim tímidos? Como é que não tendes fé?” (Marcos 4.40). Imagine o quê aqueles
homens pensaram na hora: “Será que Jesus está realmente esperando que a gente fique
com a água subindo pela cintura, e não tenha medo? É a pior tempestade que já vimos;
as ondas estão enchendo o barco, e estamos quase afundando. Será que a gente tem que
praticar a fé numa situação tão desesperadora?”.

A resposta é: sim, certamente! Jesus estava testando a fé de seus discípulos. Ele queria
saber: “Será que estes meus seguidores vão confiar em mim diante da morte? Eles se
agarrarão à sua crença em mim?”. Humanamente, Cristo podia estar dormindo. Mas Ele
também é Deus, e o Senhor nunca dorme: “É certo que não dormita, nem dorme o
guarda de Israel” (Salmo 121.4).

Nesse momento, o seu barco pode estar sendo inundado, e você não vê qualquer
esperança.

A tempestade que se agita e lhe cerca o atemoriza como nunca na vida. Mas Ele ainda é
Deus, e você tem Alguém maior do que Salomão bem junto de você.

Jesus é Senhor sobre toda tempestade, e usará esta tempestade para testar você.

Jesus está permitindo sua crise para ver o que está em seu coração.
Você pode pensar: “Mas e se o meu barco realmente afundar? O quê acontece?”.
Veja o exemplo de Paulo em Atos dos Apóstolos.

O seu barco afundou, e ele não perdeu a vida.

Em verdade, Paulo se agarrou à palavra de Deus a ele no meio da tempestade: “O barco


afundará, mas Eu lhe darei a vida de todos a bordo”. Quando a tempestade cessou, Deus
foi glorificado por Sua fidelidade. E grandes milagres seguiram-se, acompanhados por
um impressionante avivamento (Atos 28.1-10).

Sim, o Senhor pode permitir que você experimente algo que lhe pareça absolutamente
desastroso. Mas você sobreviverá – e também sua fé – se confiar Nele.

O seu barco pode afundar, mas Deus lhe dará a força para nadar até a praia, como
fez com Paulo.

É provável que você tenha perdas materiais, e Deus pode facilmente repor isso.

Jesus possui barcos maiores e melhores, e é capaz para lhe abençoar com mais de
qualquer coisa que possa ter perdido.

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Tenho de admitir - ao ler a repreensão de Jesus aos discípulos, eu penso: “Senhor, isso
não é justo. Recebo whatsapp de pessoas hoje que estão enfrentando as suas próprias
tormentas. Estão perdendo seus lares, seus empregos, seus entes queridos. Com certeza
Tu não esperas que eles se mantenham plenos de fé”.

Então o Espírito Santo ministra ao meu coração:

- “Cleuton, meu servo, eu agi no passado, estou agindo hoje e agirei amanhã.
Apenas creia em mim... Eu sou Maior que o templo. Eu sou maior que Jonas. Eu
sou maior que Salomão. Eu sou maior que todos os teus sofrimentos. Eu sou maior
que todas as tuas provações. Eu sou o Senhor Teu Deus, Todo Poderoso”.

Talvez você seja alguém que se distanciou de Jesus.


Existe um grande distanciamento da fé em Jesus.
Existe um grande distanciamento da oração.
Existe um grande distanciamento da leitura e obediência da Bíblia.
Existe um grande distanciamento da adoração.
Existe um grande distanciamento da esperança Naquele que é Maior do que Salomão
nos dias de hoje.

Essa grande apostasia é profetizada nas escrituras. Paulo previne: “Ninguém, de


nenhum modo, vos engane, porque isso não acontecerá sem que primeiro venha a
apostasia” (2ª Tessalonicenses 2.3).

Estou convencido de que hoje muitos cristãos estão distantes de Jesus porque têm
guerra na alma, pois trocaram a fé pela autossuficiência.

TROCARAM A FÉ DE JESUS e se distanciaram Dele...

Trocaram a fé pelos amigos do mundo.

Trocaram a fé pelas drogas e bebidas alcoólicas.

Trocaram a fé por uma mulher.

Trocaram a fé por um homem.

Trocaram a fé por um trabalho que lhes consome todo o tempo.

Mas o fato é o seguinte: Não há como um seguidor de Jesus pôr a fé em qualquer outra
fonte ou pessoas, e não ter problemas.

O aviso de Cristo é simples e claro: Alguém maior do que Salomão está entre nós.

E devemos crer Nele, confiar totalmente Nele, e nos entregar inteiramente aos Seus
cuidados.

Ele lutará nossas batalhas e tratará com os nossos inimigos.

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Então não haverá mais guerras, pois as resolverá para nós: “Ele põe termo à guerra”
(Salmo 46.9).

Um maior do que Salomão se mostrará forte a seu favor, JESUS se você confiar
Nele.

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