FACULDADE DE EDUCAÇÃO
MAPUTO
2022
Índice
1.
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................3
1.1. Problema....................................................................................................................................4
1.3. Hipótese.....................................................................................................................................5
1.4. Objectivos..................................................................................................................................5
1.5. Justificativa................................................................................................................................6
3. Revisão da literatura.....................................................................................................................9
4. Metodologia................................................................................................................................10
Referências Bibliográficas
1. INTRODUÇÃO
O presente estudo pretende analisar o processo de ensino e aprendizagem dos alunos com
deficiência auditiva , e compreender como ocorre a sua inclusão social dentro da rede regular de
ensino. Porém, olhando a realidade num primeiro momento, observa-se que os deficientes
auditivos enfrentam dificuldades no âmbito social educativo.
Entretanto, é claro que ser deficiente auditivo não pode ser a principal dificuldade, a deficiência
em si, pode não ser verdadeiramente um problema, a dificuldade pode estar em tudo que os
cercam, no ambiente em que vivem, como a falta de profissionais especializados nesta área, e de
ambientes com estrutura adequada para que ocorra o processo de ensino e aprendizagem.
Neste trabalho, far-se-á um estudo de modo a se obter uma real compreensão sobre as estratégias
utilizadas para a inclusão dos alunos com deficiência auditiva. Também serão identificados os
desafios (quer para os alunos, quer para os professores) decorrentes do processo de inclusão dos
alunos com esta necessidade em especial. Com vista a reduzir o escopo do trabalho, e tornar
exequível a pesquisa, escolheu-se apenas uma escola secundária na Cidade de Maputo, a Escola
Secundária Josina Machel, que servirá de referência.
No concernente a estrutura do presente projecto de pesquisa, o mesmo está dividido para além
desta introdução pelas seguintes partes: a da exposição do problema seguida pela pergunta de
partida, assim como pela hipótese; a dos objectivos, quer o do âmbito geral, quer os específicos; a
da justificativa; a do referencial teórico e quadro conceitual; a da revisão da literatura; a da
metodologia; e por fim a indicação das referências bibliográficas, utilizadas na produção do
presente projecto bem como a ser utilizada no desenvolvimento do trabalho propriamente dito.
1.1. Problema
A inclusão é um dos temas que actualmente impõe-se como uma prioridade, quer na sociedade
em geral, quer nos estabelecimento de ensino. Entretanto, vale ressaltar que os projectos da
inclusão estão ainda muito distante de cobrir as reais necessidades das crianças que tem alguma
limitação de aprendizagem devido alguma deficiência. Para o caso da deficiência auditiva, que é
o escopo deste trabalho, deve-se eliminar muitos paradigmas estereotipadas sobre as crianças
com esta deficiência, por exemplo, de que não conseguem aprender devido sua deficiência. A
inclusão deve ocorrer de forma democrática para que todos os alunos com ou sem deficiência
possam aprender e também ensinar.
Reflectir sobre a educação inclusiva é mais que uma questão jurídica, é fundamental a
interpretação entre teoria e prática na acção docente, no sentido de garantir de fato a entrada, a
permanência e o sucesso da pessoa com deficiência em seu processo de escolarização.
Neste sentido para a efectivação da inclusão escolar, a Unesco (1994) defende que uma mudança
de perspectiva social é imperativa. Por um tempo demasiadamente longo, os problemas das
pessoas portadoras de deficiências têm sido composto por uma sociedade que inabilita, que tem
prestado mais atenção aos impedimentos do que aos potenciais de tais pessoas. Unesco (1994).
Pensando neste aspecto, a autora Werneck (1997, p.58) destaca que “Incluir não é favor, mas
troca. Quem sai ganhando nesta troca somos todos nós em igual medida. Conviver com as
diferenças humanas é direito do pequeno cidadão, deficiente ou não”. Para a autora incluir é a
melhor forma de acabar com o preconceito, no entanto, pode ser começado nos cursos, escolas e
universidades que formam professores, com a consciência de que os alunos deficientes são
responsabilidade de todos os educadores e não somente dos profissionais capacitados e
interessados na Educação Especial.
A educação das crianças com deficiência constitui ainda um enorme problema, pois com certa
displicência, são tidos como minorias; minorias estas que sofrem um processo de exclusão da
educação, pois se encontram a margem da sociedade e isso requer construções na definição de
políticas públicas que visem alterar organizações frente aos sistemas paralelos de ensino comum
e especial.
1.2.Pergunta de partida
Em que medida as estratégias de inclusão adoptadas pela escola respondem as reais necessidades
dos alunos com deficiência auditiva
1.3. Hipótese
A interacção permanente entre os professores especializados e os alunos com deficiência auditiva
é determinante para a verdadeira superação das necessidades dos mesmos alunos.
1.4. Objectivos
1.5. Justificativa
A escolha do tema deve-se ao facto de que se deve reconhecer que a inclusão dos alunos com
deficiência auditiva constitui um tema que se deve comprometer com a adequação do ensino às
necessidades que limitam a aprendizagem, daí que a que se pensar em um modelo inclusivo sem
descaracterizar o modelo regular de ensino e o indivíduo como um aluno normal no âmbito
escolar.
O estudo desta temática é realmente pertinente na medida em que se pretende com o mesmo,
fazer com que a sociedade em geral tenha um novo olhar a respeito dos portadores da deficiência
auditiva, que conheçam essa realidade e que os preconceitos sejam quebrados, e a partir dessa
proposta mostrar ao público que a inclusão é a melhor alternativa para a construção de uma
sociedade igualitária.
Na esfera académica, pretende-se que com as abordagens a serem exploradas neste trabalho haja
mais debates sobre a temática. E que se pense em outras alternativas que sejam realmente um
contributo para a reflecção do problema da inclusão que ainda impõe-nos muitos desafios.
Como é de praxe em todo tipo de trabalho científico, a exigência do uso de técnicas, métodos e
procedimentos para a realização da pesquisa conforme as suas especificidades, o uso de um
suporte teórico é naturalmente necessário. Porque a teoria desempenha um papel fundamental
para a explicação do(s) fenómeno(s) em estudo.
Deste modo, esta secção está reservada a exposição da teoria que servirá de sustentáculo das
abordagens a serem realizadas em torno do problema do presente trabalho, certamente que é a já
referenciada educação inclusiva, evidentemente que é algo ainda muito novo para muitos
profissionais do sector da educação que estão acostumados com o modelo pedagógico tradicional,
mas para que essa educação se torne eficaz é necessário que haja o engajamento de todos, pois
enquanto ela for pensada de forma individual não terá o êxito tão esperado pela sociedade, pelos
pais e até os próprios portadores da deficiência.
No que diz respeito a teoria a ser usada na presente pesquisa será a teoria construtivista, a qual
será a teoria base. Contudo, poder-se-á recorrer a outras teorias com vista a solidificar o
embasamento teórico do trabalho de pesquisa. De forma geral serão utilizadas teorias
democráticas sobre as práticas educativas dado que, as mesmas têm como enfoque a participação
activa de todos actores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
Por conseguinte, será necessário a concatenação das teorias que tratam especificamente do
problema da aprendizagem das crianças com necessidades educativas especiais, como forma de
tornar mais claro os escopo do trabalho e apresentar argumentos mais sólidos sobre o problema.
3. Revisão da literatura
Nesta secção pretende-se expor de forma sucinta algumas ideias de autores que abordaram acerca
da educação inclusiva, bem como da inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.
Dentre vários autores que discutem os diferentes modelos de inclusão, destaca-se, por exemplo,
Antunes (S/D), que diz ser relevante lembrar que há uma exclusão e ela acontece diariamente de
forma colectiva, o que agrava ainda mais o problema, como quando o deficiente auditivo chega a
lugares públicos e não encontra a estrutura adequada para atender sua necessidade. Segundo este
autor exclusão pode ser definida como um fenómeno social e não individual, cuja origem pode
ser encontrada nos mesmos princípios que nortearam a construção da sociedade moderna.
Entretanto para que haja a quebra desse modelo excludente é necessário que haja ruptura na base
estrutural da organização nos diferentes espaços escolares, objectivando a possibilidade de
inclusão de todos, indiferente de sua condição física, de cor da pele, religião, classe social, etc.
Normalmente o primeiro contacto do deficiente auditivo com o ambiente social acontece no
ambiente escolar, ou seja, o ambiente educacional é a base para a construção de um ser social
responsável, ciente dos seus direitos e deveres, ileso de qualquer ato de exclusão, oferecendo ao
mesmo, o conforto necessário para que ele se sinta bem independente do lugar onde esteja, é
dever da escola a integração a sociedade como um todo.
O processo de inclusão não pode acontecer de forma individual, mas é necessário todo um
processo colectivo para que ocorra a integração de forma satisfatória. Pensar em uma inclusão
satisfatória é pensar em um novo modelo de ensino que visa melhores condições de ensino e
estruturas mais amplas para que ocorra o processo de ensino-aprendizagem. Torna-se importante
frisar que todos devem estar engajados nesta luta para que aconteça o processo de inclusão, no
entanto, mesmo com esta perspectiva conceitual transformadora, as políticas educacionais
implementadas na escola comum ao assumir o desafio de atender as necessidades educacionais de
todos os alunos.
4. Metodologia
No entanto, para que haja um desenvolvimento de um trabalho de pesquisa coeso e que contribua
de maneira significativa para o relevante conhecimento sobre o processo de ensino e
aprendizagem na prática da educação inclusiva de alunos com deficiência auditiva no cotidiano
escolar, será imprescindível a ida ao terreno ou seja à uma escola em que é realizada a inclusão
destes alunos, para o caso específico desta pesquisa a Escola Secundária Josina Machel, com o
objectivo de se observar na verdade como é feita a inclusão dos mesmos. Com efeito, serão
realizadas entrevistas aos diferentes actores que estejam directa ou indirectamente envolvidos no
processo (alunos, professores, entre outros).
Portanto, a combinação das duas abordagens permitirá que se faça uma análise mais precisa e de
diferentes ângulos do problema de pesquisa.
Referências Bibliográficas
BRIANT, A. Inclusão: estratégias e ações. Relato de pesquisa. Ver. Ed. Esp. Marília, v. 18, n 1,
p141-154, Jan-Mar. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbee/v18n1/a10v18n1.pdf.
Acesso 08/01/2022.
FERNANDES, Eulália. Problemas linguísticos e cognitivos do surdo. Rio de Janeiro: Agir, 1990.
Kirk, S. A.; Gallagher, J. J . Criança com deficiência auditiva. In: Kirk, S A; Gallagher, J J.
Educação da criança excepcional. (Cap 6 ). São Paulo: Martins Fontes
MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar: o que é? Por que? Como fazer? São Paulo: Moderna,
2003.
UNESCO. Declaração Mundial de Educação para Todos e Plano de Ação para Satisfazer as
Necessidades Básicas de Aprendizagem. Conferência Mundial sobre Educação para
Necessidades Especiais, 1994, Salamanca (Espanha). Genebra: UNESCO, 1994. Disponível em:
http://redeinclusao.web.ua.pt/files/fl_9.pdf 12. p.35-45.