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INFORMATIVO 09

21
FNAB - ASSOCIAÇÃO NACIONAL
DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

QUAL A SUA RESPONSABILIDADE DURANTE AS ATIVIDADES


RELIGIOSAS COM A SEGURANÇA DOS SEUS FILHOS E
FREQUENTADORES?
JÁ PAROU PARA PENSAR? TEM DÚVIDAS? SAIBA MAIS...
FNAB

SEGURANÇA
VOCÊ SABIA QUE A

DOS FILHOS E FREQUENTADORES É RESPONSABILIDADE DO SACERDOTE ?

CIRCULA NAS REDES SOCIAIS UM VÍDEO EM QUE


SUPOSTAMENTE UM IAÔ TERIA IDO A ÓBITO DURANTE SUA
SAÍDA NO CANDOMBLÉ.

De acordo com o vídeo, o Iaô durante a sua obrigação religiosa teria


sido impedido pelo sacerdote de fazer uso das suas medicações de
uso contínuo, e ao entrar no salão ao final de suas obrigações veio a
falecer após um mal súbito.

Ainda de acordo com o vídeo, ninguém no local prestou socorro a


vítima, que apenas foi tirada do salão e deixada no chão, coberta
com um lençol até o final da atividade religiosa.

Optamos por não discutir a veracidade das informações, em


respeito a todas as pessoas que estão envolvidas.

No entanto resolvemos abordar o assunto e contribuir com


informações sobre as responsabilidades do sacerdote durante todas
as atividades desenvolvidas dentro e fora do seu terreiro, quando
seus filhos e frequentadores estiverem aos seus cuidados.

E você já sabe quais são as suas responsabilidades dentro da sua


casa de axé?

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Ministro Religioso:
Segundo os órgãos públicos, o ministro de confissão religiosa é aquele que realiza
celebrações, liturgias, ritos e cultos, formando pessoas de acordo com preceitos
religiosos das diferentes tradições, entre outras atividades relacionadas.

Nas comunidades de Matrizes Africanas, temos em nossos Terreiros os Babalorixás,


Yalorixás, Pais, Mães, Padrinhos e Madrinhas entre outras nomenclaturas,
responsáveis por conduzirem as praticas litúrgicas durante as atividades religiosas.
É claro que ninguém vira Sacerdote da noite para o dia, devendo sempre passar
por suas obrigações e a fase de aprendizado e preparação sacerdotal, onde
ganhará o direito de se aprofundar e praticar os atos e preceitos religiosos.

Após passar por sua formação sacerdotal, o Dirigente estará preparado para abrir a
sua casa religiosa e conduzir os seus trabalhos. No entanto é importante saber, que
como Ministro religioso receberá responsabilidades não só espirituais, mas
também por todos os atos praticados durante o culto religioso.

Uma vez que a função ministerial é um dever de ofício ou seja um trabalho como
outro, devemos nos atentar que todos os atos praticados durante a sua realização
deve ser feito de forma Professional e com todo o zelo necessário.

Devemos nos atentar principalmente para os atos de recolhimento espiritual, ou


seja, quando "hospeda" seus filhos de Santo nas instalações do seu templo por
maior período, e claro, é neste momento que ele passará por ritos religiosos que
demandam muito mais cuidado.

Durante as obrigações religiosas, nós como sacerdotes, não podemos impedir ou


orientar que uma pessoa deixe de fazer uso de suas medicações. E não estamos
falando apenas do Sacerdote, mas espiritualmente falando, não haveria a menor
possibilidade de um Orixá ou Guia espiritual orientar uma pessoa doente não ser
cuidada pela medicina. O que vemos durante os atendimentos espirituais, com
sacerdotes sérios, é o Guia espiritual, orientar nos casos que envolvem saúde, que
a pessoa deve procurar amparo médico. Assim, a religiosidade cuida do espírito e
a medicina do corpo (matéria).

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No entanto, vamos além das questões espirituais e alertamos para a


responsabilidade cível e criminal de um Sacerdote que Proíbe, orienta ou impede
de alguma forma a Pessoa que esta recolhida no seu templo, sob a sua
responsabilidade e seu ofício ministerial de fazer uso de suas medicações.
Caso essa pessoa venha ter algum dano recorrente disso, o Sacerdote será
responsabilizado criminalmente, de acordo com o crime praticado.

No caso do vídeo por exemplo, suponhamos que sejam verdadeiras todas as


informações, e o Iaô tenha falecido por ser impedido de tomar sua medicação, veja
que o Sacerdote poderá responder por crime de homicídio culposo (quando não
há intenção de matar), podendo ainda a pena ser aumentada de 1/3 (um terço), se
o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se
o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.

Mas não para por aí, já existem decisões judiciais favoráveis a indenizações por
pessoas que sofrem outros acidentes menos graves nas dependências de templos
religiosos. Como o caso em Minas Gerais, em que uma senhora de 76 anos, que
caiu enquanto caminhava sobre uma trilha de sal colocado no chão da igreja ao
ser atingida por um fiel que rodava desgovernadamente, sob a alegação de que
estaria possuido por um espirito do mal.

Em sua decisão o magistrado José Humberto da Silveira, da 1ª Vara Cível de Patos


de Minas, considerou a Igreja negligente, pois esta “não garantiu a segurança das
pessoas presentes no culto, mesmo que previsse manifestações de fé como as que
ocorrem em seus templos”. “Se disponibilizou número insuficiente de obreiros,
como afirmaram as testemunhas, ela teve culpa grave e deve ressarcir”,
sentenciou. O magistrado concedeu indenização por danos materiais que
perfaziam R$ 775,34, relativos a exames e medicamentos, além de uma
indenização de R$8 mil por danos morais.
Após recorrer da sentença, de acordo com a turma julgadora da 15ª Câmara Cível
do TJMG, entretanto, a decisão não merece reforma, pois ficou configurada a
responsabilidade objetiva da Igreja no acidente e a violação da integridade
psicofísica de M.C.M. “A liberdade de fé e crença é garantida por lei. Mas a Iurd tem

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o dever de proteger todos os fiéis que desejam manifestar sua crença, bem como evitar
que uma pessoa, por ato inconsciente de fé, atinja outra em suas instalações”,
esclareceu o desembargador Tibúrcio Marques.

veja, que embora as situações sejam completamente diferentes, nos dois casos seja por
ação ou omissão a responsabilidade será do templo religioso e seus responsáveis.

Sendo assim, é importante que nossos sacerdotes, tenham consciência de que a sua
função como Sacerdote, vai muito além do direito de liberdade de crença. Professar a fé
é um direito constitucional, mas não podemos esquecer que junto com a liberdade,
temos também a responsabilização pelos atos que ali são praticados.

Vivemos um momento onde é comum que as pessoas tenham pressa de abrir a sua
própria casa religiosa, mas não podemos deixar de alertar que durante a sua função
sacerdotal, você estará lidando com a vida e a saúde de pessoas que muitas vezes são
desconhecidas e que todo o cuidado deve ser tomado durante a estadia dessas pessoas
no seu templo, de modo a evitar que acidentes aconteçam nesses períodos.

Assim, você sacerdote deve sempre ter o cuidado de ter por escrito do próprio
recolhido um termo de autorização e orientações assinado, onde conste os atos que
serão praticados e todas as informações sobre os cuidados nesse período.

Atente-se para que a pessoa possa utilizar seus medicamentos, realizar a medição e
controle da pressão arterial e glicemia, verifique os alimentos que a pessoa possa ter
algum tipo de alergia, não permita a ingestão de bebidas alcoólicas por menores e
pessoas que estejam fazendo uso de medicações, além dos cuidados necessários com
materiais utilizados para corte em curas e raspagem de cabeça que devem, ser todos
descartáveis e de uso pessoal e por fim, tenham muito cuidado com os banhos de mar,
rios e cachoeiras, pois o sacerdote é responsável pela segurança dos seus seguidores.

E o mais importante, lembre-se que os tempos mudaram e algumas coisas devem sim
ser modificadas acompanhando o novo momento que vivemos. Nossa fé vem rompendo
barreiras, e deixamos de pratica-las escondido nas senzalas, onde as condições impostas
eram precárias, então sempre zele pelo bem estar, saúde e segurança das pessoas que
acreditam em você e sempre que tiver algum dúvida sobre as questões administrativas
e jurídicas, lembre-se que estamos aqui para orienta-los.

PARA INFORMAÇÕES
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