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17-11-2009
Percebe-se assim que seja difícil estabelecer apenas uma definição de avaliação formativa.
Não obstante, como evidencia Abrecht (1991), consegue-se estabelecer linhas comuns entre as
várias definições, a saber:
Variabilidade didáctica
Ética
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Entende-se através do diagrama atrás apresentado que a interacção avaliativa resulta de uma
constante adequação e de um constante reinvestimento.
Torna-se evidente, deste modo, que o erro assume um carácter regulador, um meio através
do qual o professor tem acesso ao processo cognitivo do aluno, revelando a natureza da dificuldade
que este apresenta ao nível tanto da conceptualização como da realização da tarefa, permitindo
assim ao professor fornecer pistas orientadoras para a concretização de todo o processo. Aqui, o
aluno precisa de perceber que a função do professor não é a de condenar o que está mal, mas
explicar por que razão o raciocínio aplicado pode ser o menos correcto. O aluno, através de uma
confiança e de uma afectividade, que têm de ser estabelecidas e conseguidas na sala de aula,
percebe que o erro é normal e parte integrante na construção tanto do conhecimento como do
metaconhecimento – e isto sempre através da auto-regulação. Nesta concepção, trabalhar sobre
tarefas incompletas torna-se uma premissa essencial, pois não só o aluno como o professor
percebem que o acto de conhecer é um percurso e não um fim em si.
Toda esta acção reguladora gira em torno de um dizer avaliativo, no qual a comunicação -
dialógica ou escrita - assume um papel fulcral, devendo este dizer concentrar-se no incentivo ao
aluno e na crença de que este é capaz.
A situação que se passa a apresentar visa ser um exemplo de um dizer avaliativo profícuo,
obedecendo aos cinco itens apontados por Santos (2003b) e que conduzem a uma avaliação
formativa que optimiza todo o acto pedagógico.
Exercício:
Imagine que a Escola possui uma folha de Excel, na qual se explicita se os alunos têm ou
não computador pessoal:
Considere que existem 100 alunos na Escola. Insira uma fórmula na célula F1 que calcule
quantos alunos não têm computador.
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1. A: Professor, pensava que tinha encontrado a solução, mas não está a dar certo. Está a dar
0.
2. P: Estás no bom caminho. Repara que estás a utilizar uma função de contagem que é
realmente o que se pretende. Verifica na ajuda do Excel o que faz a função contar.
5. A: Não, acho que vou ter que usar outra função de contagem.
6. P: Com certeza. Neste caso, queres contar todos ou somente aqueles que obedecem a um
determinado critério?
7. A: Só quero contar aqueles que tiverem um “não”. Ah, então tenho de usar uma função
que conte mas conforme um determinado critério. Essa função é a que utilizamos na aula anterior, a
função contar.se.
8. P: Muito bem, estavas atento na aula anterior, é mesmo esta função. Neste caso, a tua
função está a verificar quantas células?
10. P: Isso seria para apenas 6 alunos. Quantos alunos existem na Escola?
13: A: É, está na célula E2, vou pô-la na célula que é pedido, a célula F1.
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14: P: Estiveste bem. Entendeste logo que era uma função de contagem que se devia utilizar.
Depois autonomamente utilizaste a ajuda do Excel e percebeste que a fórmula contar não era
adequada a este contexto. Lembraste-te da função contar.se que utilizamos na aula passada.
Continua assim, bom trabalho!
O aluno nunca foi colocado na situação de aluno que erra (como se verifica em todas as falas
do professor). O erro serviu como ponto de partida para a reconstrução do sentido da tarefa, através
da regulação interactiva, juntamente com pistas futuras, o que lhe permitiu raciocinar e atingir o
objectivo do exercício.