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RELATÓRIO SITUACIONAL DAS AÇÕES DA COORDENAÇÃO ESTADUAL

DE SAÚDE DO ADOLESCENTE SOBRE A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA.


Gravidez na adolescência
Segundo relatório conjunto publicado em 2018 pela Organização Pan-
Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), o Brasil
hoje possui a maior taxa de mães adolescentes da América Latina. O relatório
conjunto publicado em 2018 pela Organização Pan-Americana da
Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Fundo das Nações
Unidas para a Infância (UNICEF/OMS) e UNFPA/OMS aponta que na América
Latina e no Caribe a taxa de gravidez por 1.000 nascidos de mulheres entre
15-19 anos é estimada em 65,5 nascimentos, e no Brasil esse número chega
a 68,4.
Apesar de apresentar uma taxa de gravidez na adolescência acima da média
latino-americana, o Brasil teve avanços nas últimas duas décadas. Entre 2000
e 2019, segundo registro no Sistema de Informações de Nascidos Vivos
(SINASC), houve uma redução de 55% no número de bebês nascidos de
mães adolescentes (15-19 anos).
O SUS teve papel fundamental nessa redução, porque ampliou a cobertura
em serviços que abordam a sexualidade responsável e planejamento familiar,
em especial, a partir de programas específicos para a saúde da mulher, da
gestante, dos adolescentes e a disponibilização gratuita de métodos
contraceptivos.
Prevenção na Atenção Primária
São nos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS) que são oferecidas à
população adolescente e jovem as principais ações educativas acerca da
sexualidade responsável, promoção à saúde, prevenção das Infecções
Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e da gravidez precoce. Nesse contexto,
nove métodos contraceptivos que ajudam no planejamento familiar são
ofertados pelo SUS, de forma gratuita, a essa população. São eles:
anticoncepcional injetável mensal; anticoncepcional injetável trimestral;
minipílula; pílula combinada; diafragma; pílula anticoncepcional de
emergência (ou pílula do dia seguinte); Dispositivo Intrauterino (DIU);
preservativo feminino e preservativo masculino.
O Ministério da Saúde recomenda a realização de algumas estratégias de
prevenção da gravidez na adolescência que podem ser realizadas pelos
serviços da APS, tais como:
• Apoiar programas de prevenção da gravidez baseados em evidências, que
envolvam múltiplos setores e que visem os grupos mais vulneráveis;
• Ampliar o acesso de adolescentes aos serviços da APS;
• Desenvolver ações de envolvimento de meninos adolescentes promovendo
grupos de conversa e ambiência nas unidades básicas de saúde;
• Disponibilizar métodos contraceptivos para adolescentes maiores de 14
anos que os solicitarem;
• Realizar, sempre que solicitado ou quando houver necessidade, testes
rápidos de gravidez, sífilis, HIV e hepatites virais; de acordo com os
protocolos específicos;
• Promover espaços de convivência e troca entre grupos de adolescentes de
acordo com protocolos de biossegurança na prevenção da Covid-19;
• Desenvolver ações educativas nas salas de espera nas UFS voltadas para
adolescentes;
• Promover ações de prevenção da violência sexual em adolescentes que
envolvam a família, escola e os outros equipamentos do Sistema de Garantia
de Direitos, ressaltando que, conforme o Art. 217-A da Lei 12.015/09 do
Código Penal configura Estupro de vulnerável, ter conjunção carnal ou
praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos;
• Aprimorar os protocolos de atendimento em casos de violência sexual
incluindo comunicação a autoridade policial conforme Portaria nº 2.561, de
23 de setembro de 2020; e
• Incluir adolescentes e jovens na concepção e implementação de programas
de prevenção da gravidez.
Programa Saúde na Escola
O Programa Saúde na Escola (PSE) é uma estratégia intersetorial da Saúde
e da Educação para promoção da saúde e educação integral, envolvendo a
escola e a APS, com vistas ao desenvolvimento da cidadania e da qualificação
das políticas públicas brasileiras. Entre as temáticas abordadas que envolvem
a saúde de adolescentes e jovens, a prevenção da gravidez na adolescência
é pauta prioritária. O programa foi instituído em 2007 pelo Decreto
Presidencial nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007.
Participação da Família
A família, presente em todas as sociedades, é um dos primeiros ambientes
de socialização do indivíduo, responsável pela transmissão de valores,
crenças e padrões culturais e possui um papel de extrema importância no
desenvolvimento da autonomia e da autoestima dos e das adolescentes. O
apoio de pais e responsáveis na tomada de decisões é fundamental para a
construção de seus projetos de vida, que inclui a vivência da sexualidade de
forma saudável e responsável da e a escolha sobre o momento mais oportuno
para a experiência da maternidade e da paternidade.

Ações realizadas pela Secretária Estadual de Saúde do Amazonas

Mesmo com o advento da Pandemia do COVID 19, observando o contexto


mundial, no Estado do Amazonas tivemos uma redução de 4% de gravidez
na adolescência em 2020 e de janeiro a setembro de 2021, uma redução de
5%, segundo dados da Fundação de vigilância em Saúde (FVS).

Segundo estudo realizado pela ginecologista Dra. Denise Leite Maia


Monteiro¹, secretária da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia
Infanto Puberal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia (Febrasgo) aponta queda de 24,4% nos índices de gravidezes
adolescentes no Amazonas, nos últimos 20 anos. A pesquisa analisou o
número de nascidos vivos (NV) e a Taxa de Fecundidade por Idade Específica
(TIEF) de meninas de 15 a 19 anos, entre o período compreendido entre os
anos 2000 e 2019.

A Secretaria Estadual de Saúde, mesmo no contexto pandêmico trabalhou


estimulando estratégias de qualificação das ações de atenção à saúde dos
adolescentes realizadas na Atenção Primária Saúde, bem como estimulando
o acesso ao cuidado em saúde dos adolescentes por meio das equipes de
saúde que atuam na APS de forma presencial e remota .
Associado as ações já desenvolvidas temos como compromisso monitorar e
avaliar os indicadores de saúde sobre gravidez na adolescência, visto que
diversos fatores concorrem para a gestação na adolescência. No entanto, a
desinformação sobre sexualidade e direitos sexuais e reprodutivos é o
principal motivo que levam jovens adolescentes a engravidar. Questões
emocionais, psicossociais e contextuais também contribuem, inclusive para a
falta de acesso à proteção social e ao sistema de saúde, englobando o uso
inadequado de contraceptivos.
Um dos mais importantes fatores de prevenção é a educação. Educação
sexual integrada e compreensiva faz parte da promoção do bem-estar de
adolescentes e jovens ao realçar a importância do comportamento sexual
responsável, o respeito pelo/a outro/a, a igualdade e equidade de gênero,
assim como a proteção da gravidez inoportuna, a prevenção de infecções
sexualmente transmissíveis/HIV, a defesa contra violência sexual incestuosa,
bem como outras violências e abusos. Nesse contexto o Programa Saúde na
Escola trabalha as ações de educação em saúde em todas as escolas da Rede
municipal e Estadual de Saúde, em consonância com os programas de saúde
da mulher e do adolescente.

1 Fonte: D24am. Leia mais em https://d24am.com/brasil/gravidez-na-adolescencia-cai-24-no-am-nos-


ultimos-20-anos-revela-estudo/

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