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FORMAÇÃO MODULAR
Objetivos do Curso:
➢ Reconhecer e aplicar os princípios fundamentais da deontologia e ética
profissional, na função de acompanhamento de pessoas idosas.
➢ Reconhecer e respeitar os direitos da pessoa humana.
Conteúdos Programáticos:
➢ Princípios fundamentais
o Deontologia e ética profissional
o Atos lícitos e ilícitos
o Atos legítimos e ilegítimos
o Responsabilidade
o Segredo profissional
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Módulo: Deontologia e Ética Profissional no Apoio à Comunidade
Formadora: Diana Sousa
Índice:
Introdução ……………………………………………………………………………………………………… 4
Princípios fundamentais ……………………………………………………………………..……. 5
Ética e deontologia profissional ……………………………………………….…………. 5
Atos lícitos e ilícitos …………………………………………………………..………………. 16
Atos legítimos e ilegítimos …………………………………………………..……………. 16
Responsabilidade ………………………………………………………………………….….. 17
Sigilo profissional ……………………………………………………………………….…….. 17
Direitos da pessoa humana ……………………………………………………..…………….. 19
Direitos da pessoa humana e da pessoa idosa em particular……………… 19
A vida e a morte ……………………………………………………………………………….. 21
O agente em geriatria e a morte ………………………………………………………. 22
Bibliografia …………………………………………………………………………………………….. 25
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Módulo: Deontologia e Ética Profissional no Apoio à Comunidade
Formadora: Diana Sousa
Introdução:
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Formadora: Diana Sousa
Princípios fundamentais:
Existem conflitos éticos nos cuidados que envolvem o contacto com o próximo, não só
na esfera científica ou de investigação. Estes existem no cuidado dos idosos em
situações que vão desde a dinâmica do dia-a-dia como em situações de maior
complexidade.
O termo ético tem origem no grego “ethiké” ou do latim “ethica”, vinda da filosofia
como objetivo o juízo de apreciação que distingue o bem e o mal, o comportamento
correto e o incorreto. Os seus princípios constituem como diretrizes para os humanos,
enquanto sujeitos sociais, com a finalidade de dignificar um comportamento. Os
códigos de ética são, dificilmente, separáveis da deontologia profissional pelo que é,
igualmente, pouco usual serem utilizados indistintamente.
A deontologia deriva das palavras gregas “déon”, que significa dever, que se traduz
como discurso ou tratado. Assim, é o tratado do dever ou conjuntos de deveres,
princípios e normas adaptadas a um grupo profissional. É uma disciplina da ética
especial adaptada ao exercício de uma profissão.
Existem inúmeros códigos deontológicos, sendo esta codificação da responsabilidade
de associações ou ordens profissionais. Regra geral, os códigos deontológicos têm por
base as grandes declarações universais e esforçam-se por traduzir o sentimento ético
expresso nestas, adaptando-o, no entanto, às particularidades de cada país e de cada
grupo profissional. Para além disso, estes códigos propõem sanções, segundo
princípios e procedimentos explícitos, para os infratores do mesmo. Alguns códigos
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No cuidado com as pessoas idosas em lares, surgem conflitos éticos. Alguns dos que
podemos encontrar são, por exemplo, os relacionados com as diretrizes antecipadas,
ou testamento vital, os maus tratos, as restrições físicas, a tutela, a negação de
tratamentos ou indicações terapêuticas e a oportunidade ou não de persuasão, assim
como quanto tem que ver com as atitudes nos cuidados e a formação adequada dos
cuidadores. Os passos aconselhados a seguir para resolver conflitos devem ser:
a) Deliberação
Atrás da atitude deliberativa está um modo de conceber o conflito ético não só como
dilema, mas também como problema. Quem vê nos conflitos somente dilemas,
quando dialoga, arranca de um ponto de partida fixo (crenças, preferências…),
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considera as questões éticas como algo que tem sempre de ter resposta e para as
quais tem sempre de haver uma solução apropriada, já que formula um dilema entre
duas posições, defendendo-se a que se julga mais correta.
Em contrapartida, quem vê nos conflitos éticos sobretudo problemas e não dilemas,
situa-se de maneira aberta no debate ético, considera que não tem a solução desde o
início, que se pode mudar de ponto de vista, que o ponto de chegada terá decisões
prudenciais e não certezas nem soluções únicas (a ética não é matemática).
b) A Persuasão
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diante de uma pessoa que não quer abandonar atitudes antissociais, o agente terá de
adotar estratégias de persuasão, mas com alguns critérios, entre os quais os seguintes:
✓ A prudência e a humildade de quem não quer conduzir a vida dos outros nem
se considera dono da verdade;
✓ Acompanhamento na tomada de decisões responsáveis e saudáveis para si
mesmo e para os outros;
✓ Promoção do máximo de responsabilidade;
✓ Simplificação para que as condutas sejam adotadas por razões que a pessoa
ajudada encontre dentro de si como válidas, ou descubra a sua validade,
embora inicialmente venha de fora.
➢ O segredo está:
- No peso dos argumentos em si;
- Na bondade da intenção;
- No modo de induzir o outro (os meios utilizados);
- Nos valores que orientam quem persuade;
- No objetivo da persuasão, não centrado na lei nem na norma, mas na pessoa e
as suas possíveis repercussões sobre terceiros.
Aqui, a relação de ajuda tem de entrar em diálogo aberto com as posições éticas de
respeito pela autonomia da pessoa idosa, em possível conflito com os outros princípios
éticos. Convém ter sempre em atenção que, a linha divisória entre a persuasão, a
manipulação e a coerção, é muito subtil.
Existe coerção quando alguém, intencional e efetivamente, influi noutra pessoa,
ameaçando-a com danos indesejados e evitáveis tão severos que a pessoa não pode
resistir a não agir, a fim de evitá-los.
A manipulação, pelo contrário, consiste na influência intencional e efetiva de uma
pessoa por meios não coercivos, alterando as opções reais ao alcance de outra pessoa
ou alterando por meios não persuasivos a perceção dessas escolhas pela pessoa.
Finalmente, a persuasão é a influência intencional e conseguida de induzir uma pessoa
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➢ Respeito Geral
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➢ Privacidade e Confidencialidade
➢ Limites da Confidencialidade
➢ Autodeterminação
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➢ Responsabilidade alargada
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➢ Resolução de Dilemas
No exercício da profissão deve evitar situações que possam levar a juízos enviesados e
interfiram com a sua capacidade para o exercício da prática profissional. O A.G. deve
procurar apoio profissional e/ou supervisão para a resolução de situações pessoais que
possam prejudicar o exercício da profissão.
➢ Honestidade e Rigor
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➢ Franqueza e Sinceridade
No exercício da profissão, o A.G. não se pode servir as suas relações profissionais com
os idosos com o objetivo de promover os seus interesses pessoais ou de terceiros.
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Os atos ilícitos envolvem sempre uma violação da norma jurídica, sendo nesse sentido
atitude adotada pela lei a repressão, desencadeando assim um efeito tipo da violação
– a sanção.
São contrários à Ordem Jurídica e por ela reprovados, importam uma sanção para o
seu autor (infrator de uma norma jurídica).
Os atos lícitos são conformes à Ordem Jurídica e por ela consentidos. Não podemos
dizer que o ato ilícito seja sempre inválido.
• Um ato ilícito pode ser válido, embora produza os seus efeitos sempre
acompanhado de sanções. Da mesma feita, a invalidade não acarreta também
a ilicitude do ato.
Os atos legítimos são de ação fundado no direito e na razão, com carácter legal,
valido, genuíno, verdadeiro e justo.
Os atos ilegítimos são uma ação não fundada na razão, com carácter inválido, falso e
ilegal.
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Responsabilidade define-se como a obrigação que o individuo tem em dar conta dos
seus atos e suportar as suas consequências do mesmo. Diz que alguém é responsável
quando age com conhecimento e liberdade dos atos e estes possam ser considerados
dignos, devendo responder por eles, dentro de um grupo. A relação entre o
Profissional/Utente resulta na forma como o Agente de Geriatria deve cuidar do
utente, com respeito, como uma pessoa que tem direito de tomar as suas decisões de
ser autodeterminação e que merece a defesa ou a confidencialidade das suas
informações.
Sigilo Profissional
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a) Respeito e dignidade;
b) Remuneração/horas de trabalho;
c) Promoção da saúde e prevenção da doença.
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➢ Independência
➢ Participação
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➢ Assistência
➢ Autorrealização
➢ Dignidade
✓ Poder viver com dignidade e segurança, sem ser objeto de exploração e maus-
tratos físicos e/ou mentais;
✓ Ser tratado com justiça, independentemente da idade, sexo, raça, etnia,
deficiências, condições económicas ou outros fatores.
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A Vida e a Morte
• O que é a morte?
A morte, ainda hoje, é um tabu, a nível pessoal, embora seja exibida em altas doses
nas televisões, jornais, etc. Todo o ser humano, mais cedo ou mais tarde, confronta-se
com esse drama existencial e mais ainda à medida que a vida vai declinando,
assumindo o morrer e a morte não apenas como uma dimensão biológica (de doença e
cuidados contínuos), mas também psicológica (consciência da finitude e fragilidades da
vida) e sociológica (isolamento do moribundo e outros problemas sociais).
Em todo o caso, preparar a própria morte é uma das tarefas mais importantes, senão a
mais importante, de todo o ser vivo pensante e mais ainda o idoso. A morte deve ser
encarada com naturalidade e não como um fatalismo ou fracasso da medicina. Para
além de que a aceitação ou não desta fase terminal depende, com frequência, do grau
com que a pessoa idosa continua a situar-se em relação à família, aos amigos, à sua
comunidade, assim como aos seus valores e à sua consciência de continuar a ser útil
aos outros.
Apresenta-se mesmo uma perspetiva (positiva, mas não sem algumas apreensões)
quanto à velhice no século XXI, supondo-se que a ansiedade face à morte pode evoluir
positivamente em alguns aspetos mas também negativamente noutros; por exemplo,
no futuro pode-se ter mais medo de ser vítima de violência e também, a nível mais
pessoal, de ficar suspenso entre a vida e a morte, considerado nem vivo nem morto,
dadas as possibilidades da tecnologia e da medicina. Mas em geral, pode supor-se que
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• Medo da morte
O medo da morte relaciona-se na maior parte das vezes com o seu processo, o facto
de ser destruído, de deixar as pessoas mais significativas, medo do desconhecido, da
sorte do corpo. A morte não só bate à porta dos idosos como também dos jovens. É
comum a todas as idades, embora o jovem espere durar ainda muito tempo, enquanto
tal expectativa não a pode ter o velho, a menos que seja insensato; neste sentido, o
idoso encontra-se em melhor situação por já ter alcançado o que esperou. Uma boa
atitude face à morte leva a uma melhor vivência do tempo no presente: passam as
horas, os dias, os meses, certamente os anos; o tempo que passou já não volta e
desconhecemos o futuro; deve cada um contentar-se com aquela porção de tempo
que lhe foi dada para viver. Mais importante que a quantidade é a qualidade do
tempo: o tempo para se viver, ainda que breve, é suficientemente longo para se viver
bem e com honra.
A aceitação da morte e do luto são processos complexos. Muitas pessoas estão sós
quando se encontram perante a morte. Aqui o agente de geriatria desempenha um
papel fundamental no acompanhamento na morte, ou no auxílio à ultrapassagem do
luto. Estas duas experiências, embora muito dolorosas, podem conduzir o indivíduo a
um estado sereno face à morte ou a um novo período da sua vida no qual se sente
psicologicamente mais forte. A morte é incontornável e as nossas sociedades devem
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✓ Negação: o Idoso não quer acreditar que vai morrer e rejeita a ideia da morte.
✓ Negociação: o Idoso aceita a morte, mas dá-se conta de que o tempo lhe falta,
que a sua vida está a acabar e tenta ganhar tempo negociando. Ex. “sim, eu vou
morrer, mas falta algum tempo”.
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Bibliografia:
http://eticahojeeagora.blogspot.com/2013/10/etica-e-deontologia-profissional_9.html
https://sites.google.com/site/terceiraidadeativa/deontologia-e-etica-profissional
https://www.passeidireto.com/arquivo/29638162/atos-licitos-e-ilicitos
http://lucidus.com.br/artigos/17-legitimo-e-ilegitimo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Responsabilidade
https://cezannehr.com/pt/hr-blog/2014/08/importancia-sigilo-profissional/
https://apav.pt/idosos/index.php/direitos-da-pessoa-idosa
https://www.maisquecuidar.com/direitos-dos-idosos-em-portugal
https://repositorio.ipcb.pt/bitstream/10400.11/2396/1/TESE_Ana_Gomes.pdf
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