Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO: Este artigo científico tem por objetivo apresentar os resultados provenientes da
pesquisa científica desenvolvida sob o tema “O papel dos princípios jurídicos na sociedade
contemporânea”. Sob o prisma da temática proposta, analisou-se a possibilidade de
apreciação, por parte do Judiciário, do mérito do ato administrativo, por força imperativa dos
princípios constitucionais que regem a Administração Pública. Hoje, o controle jurisdicional
do mérito administrativo se constitui em um paradigma que, pouco a pouco, vem sendo
quebrado pelos pensadores do Direito e inseridos nos bancos escolares, para que, em um
Estado Democrático de Direito, possa haver o fiel cumprimento dos objetivos constitucionais
previstos à República.
ABSTRACT: This paper aims to present the results from scientific research developed under
the theme "The role of legal principles" in contemporary society. The thematic proposal, it
was examined whether the possibility of appreciation by the Judiciary, merit Act managerial
imperative, by virtue of the constitutional principles that govern the public administration.
Today, the judicial control of administrative merit is a paradigm that little by little has been
*
Pregoeiro formado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Servidor atuante em Licitações e
Contratos na Administração Pública Federal; Acadêmico do Curso de Direito da Universidade Luterana do
Brasil, campus Cachoeira do Sul - RS; Pesquisador em Direito Público com ênfase em Direito Administrativo e
Constitucional. E-mail: felipe@estudosdedireito.com.br
Vol. 2 Nº. 1 2011 ISSN 2178-4809
broken by thinkers of law and entered in the school so that, in a democratic State of law, there
may be the faithful observance of constitutional objectives provided for in the Republic.
1. INTRODUÇÃO
A presente pesquisa foi desenvolvida sob a temática “O papel dos princípios
jurídicos na sociedade contemporânea” e tem por principal objetivo abordar o poder-dever do
Judiciário em analisar o mérito dos atos administrativos frente aos princípios constitucionais
que regem a Administração Pública.
Há, no momento histórico atual, a necessidade de uma quebra de paradigmas no
âmbito do Direito Administrativo, diante da transição de uma visão oriunda do Estado
anteriori1 a 1988 ao Estado posteriori2, ou seja, o Estado Constitucional de Direito.
Diante da problemática posta, se abordará o tema, sob dois prismas, denominados,
neste estudo, de visão clássica e visão contemporânea do Direito Administrativo.
A primeira, defendida por grande parte da doutrina e dominante na jurisprudência,
defende que o judiciário não deve apreciar o mérito do ato administrativo sob pena, dentre
outras, de quebra do princípio da separação dos poderes, cabendo, apenas, apreciação de
legalidade.
A segunda, que, dia após dia, busca o espaço nos bancos escolares, na doutrina e na
jurisprudência, é a vertente digna de um Estado de Direito, a qual defende a apreciação do
mérito do ato administrativo sob diversos aspectos, dentre os quais, se destaca o objeto da
1
Do latim anteriori, significa anterior, antes.
2
Do latim posteriori, significa posterior, após.
Disponível em: http://www.cesrei.com.br/ojs/index.php/orbis/article/view/35 3
Vol. 2 Nº. 1 2011 ISSN 2178-4809
Por certo, o chavão “A administração só faz o que está previsto em lei”, conhecido
por várias gerações do Direito, sob este novo prisma, do Direito Administrativo
Contemporâneo, seria colocado em dúvida, uma vez que, nem sempre a Administração poderá
fazer o que a lei, isoladamente, determinar, assim como, nem sempre, poderá deixar de fazer
alguma coisa apenas por não existir previsão legal.
4
FREITAS, Juarez. O controle dos atos administrativos e os princípios fundamentais. 4. ed. ref. e amp. São
Paulo: Malheiros, 2009, p.72.
5
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Malheiros,
2010, p. 114.
6
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36. ed. São Paulo: Malheiros, 2010, p. 90.
Disponível em: http://www.cesrei.com.br/ojs/index.php/orbis/article/view/35 5
Vol. 2 Nº. 1 2011 ISSN 2178-4809
7
Do latim probus, significa íntegra, honesta, honrada, justa.
8
Do latim res publica, significa coisa pública.
9
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 14. ed. rev. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2010, p. 132.
Disponível em: http://www.cesrei.com.br/ojs/index.php/orbis/article/view/35 6
Vol. 2 Nº. 1 2011 ISSN 2178-4809
adequada ao caso concreto. O ato administrativo deve ser legal, moral e eficiente. O princípio
da eficiência jamais dispensaria a moralidade e a legalidade, sob pena de ressuscitar o
fantasma “dos fins justificarem os meios”.
Maria Sylvia Zanella di Pietro apresenta dois aspectos importantes para a convicção
de o que seria eficiência10:
O princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode ser
considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o
melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados;
e em relação ao modo de organizar, estruturar disciplinar a Administração
Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na
prestação do serviço público.
3. O ATO ADMINISTRATIVO
Vistos os princípios constitucionais, os quais devem estar presentes em todas as
condutas administrativas, se passa ao estudo do ato administrativo. Não pode se pensar que
seja fácil conceituar o ato administrativo, uma vez que, no decorrer de sua existência, seu
conceito deve sofrer as mutações adequadas ao seu contexto histórico.
Não fosse assim, haveria o risco de se viver eternamente atrelado a um regime
arbitrário, justificado apenas e tão somente pela letra crua da lei. Seu conceito deve e sofre
adequações, justificadas pela necessidade inerente ao ser humano em não se tornar retrógrado.
Hely Lopes Meirelles aborda o ato administrativo como unilateral, já que, em
contrário, o considera um contrato administrativo. Observa que seja ato administrativo apenas
o praticado sob a imposição da supremacia do interesse público, característica autêntica da
Administração Pública, quando age como tal, pois, se assim não for, iguala-se ao particular e
o ato administrativo torna-se um mero ato jurídico privado. Deve conter manifestação de
vontade, provir de agente competente, ter finalidade pública e forma legal11:
Ato administrativo é toda a manifestação unilateral de vontade da
Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir,
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações
aos administrados ou a si própria.
Maria Sylvia Zanella di Pietro apresenta o ato como uma declaração do Estado,
abrangendo os três poderes ou quem lhe represente, inovando, ao justificar que se trata de
uma declaração, pois, assim, o próprio silêncio, mesmo não sendo uma exteriorização de
10
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 22. ed. 2. reimpr. São Paulo: Atlas, 2009, p. 82.
11
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36. ed. São Paulo: Malheiros, 2010, p. 153-
154.
Disponível em: http://www.cesrei.com.br/ojs/index.php/orbis/article/view/35 7
Vol. 2 Nº. 1 2011 ISSN 2178-4809
Celso Antônio Bandeira de Mello trata o ato administrativo como uma declaração
jurídica, pois produz efeitos de direito, complementar à lei e, em caráter excepcional, da
própria constituição, provinda de qualquer elemento, no exercício da atividade pública,
investido com prerrogativas estatais, tão somente sob a regência do Direito Público13:
[...] declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por
exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas
públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título
de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade por órgão jurisdicional.
Odete Medauar, em uma perspectiva conceitual moderna, afirma que o ato não deve
ser tratado como uma manifestação de vontade do Estado, pois poderia levar á idéia de
“vontade” em sentido subjetivo, afrontando, assim, o princípio da impessoalidade. O ato
administrativo, para ela, expressa às decisões, proferidas, sob a luz da legalidade, por agentes
estatais, que geram efeitos jurídicos14:
[...] um dos modos de expressão das decisões tomadas por órgãos e
autoridades da Administração Pública, que produz efeitos jurídicos, em especial no
sentido de reconhecer, modificar, extinguir direitos ou impor restrições e obrigações,
com observância da legalidade.
12
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 22. ed. 2. reimpr. São Paulo: Atlas, 2009, p. 195-
196.
13
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Malheiros,
2010, p. 385-386.
14
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 14. ed. rev. E atual. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2010, p. 140.
Disponível em: http://www.cesrei.com.br/ojs/index.php/orbis/article/view/35 8
Vol. 2 Nº. 1 2011 ISSN 2178-4809
15
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7. ed. 2. reimp.
Coimbra: Almedina, 2003, p. 841-842.
16
Do latim praxis, significa prática cotidiana.
17
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 14. ed. rev. E atual. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2010, p. 112.
18
Do latim primo intuitu, significa a primeira vista.
Disponível em: http://www.cesrei.com.br/ojs/index.php/orbis/article/view/35 9
Vol. 2 Nº. 1 2011 ISSN 2178-4809
19
FREITAS, Juarez. O controle dos atos administrativos e os princípios fundamentais. 4. ed. ref. e amp. São
Paulo: Malheiros, 2009, p.70.
20
FREITAS, Juarez. O controle dos atos administrativos e os princípios fundamentais. 4. ed. ref. e amp. São
Paulo: Malheiros, 2009, p.364.
Disponível em: http://www.cesrei.com.br/ojs/index.php/orbis/article/view/35 10
Vol. 2 Nº. 1 2011 ISSN 2178-4809
21
CRETELLA JÚNIOR, José. Dos atos administrativos especiais. 2. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 1995, p. 266.
Disponível em: http://www.cesrei.com.br/ojs/index.php/orbis/article/view/35 12
Vol. 2 Nº. 1 2011 ISSN 2178-4809
6. A TUTELA JURISDICIONAL
Atualmente, o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, petrificado no
Art. 5º, XXXV, da Constituição Cidadã, segundo o qual a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, já se tornou indiscutível. Isso quer dizer que cabe
ao judiciário à res judicata24. Ou seja, decisão alguma, em âmbito administrativo, é afastada
do controle jurisdicional. Como nem sempre se pensou assim, sucintamente, traremos, para
ilustrar o pensamento clássico, as palavras de José Cretella Júnior25:
“Por fim, ato administrativo que envolva ordem de prisão disciplinar, que
ocorre tão-somente no âmbito das Forças Armadas, é insuscetível de reexame
jurisdicional, mesmo que eivado de patente ilegalidade.”
22
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 14. ed. rev. E atual. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2010, p. 116.
23
FREITAS, Juarez. O controle dos atos administrativos e os princípios fundamentais. 4. ed. ref. e amp. São
Paulo: Malheiros, 2009, p. 121.
24
Do latim res judicata, significa coisa julgada.
25
CRETELLA JÚNIOR, José. Dos atos administrativos especiais. 2. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 1995, p. 449.
Disponível em: http://www.cesrei.com.br/ojs/index.php/orbis/article/view/35 13
Vol. 2 Nº. 1 2011 ISSN 2178-4809
26
BRASIL. Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980. Dispõe sobre o Estatuto dos Militares. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6880.htm>. Acesso em: 17 mar 2011.
27
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 14. ed. rev. E atual. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2010, p. 406.
Disponível em: http://www.cesrei.com.br/ojs/index.php/orbis/article/view/35 14
Vol. 2 Nº. 1 2011 ISSN 2178-4809
28
BRASIL. STJ. RMS 24584 – SP. Relator: Min. Napoleão Nunes Maia Filho. Julgamento em: 09 fev 2010,
publicado no D.Je em: 08 mar 2010. Disponível em: < https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/
Abre_Documento.asp?sSeq=919033&sReg=200701667492&sData=20100308&formato=PDF>. Acesso em: 17
mar 2011.
29
BRASIL. STJ. RMS 11336 – PE. Relator: Min. Jorge Scartezzini. Julgamento em: 07 nov 2000, publicado no
D.J em: 19 fev 2001. Disponível em: < https://ww2.stj.jus.br/websecstj/cgi/revista/REJ.cgi/IMG?
seq=64996&nreg=199901051096&dt=20010219&formato=PDF>. Acesso em: 17 mar 2011.
Disponível em: http://www.cesrei.com.br/ojs/index.php/orbis/article/view/35 15
Vol. 2 Nº. 1 2011 ISSN 2178-4809
30
BRASIL. STJ. REsp 429570 – GO. Relatora: Min. Eliana Calmon. Julgamento em: 11 nov 2003, publicado
no D.J em: 22 mar 2004. Disponível em: < https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.asp?sSeq=
441598&sReg=200200461108&sData=20040322&formato=PDF>. Acesso em: 17 mar 2011.
31
BRASIL. STJ. MS 9420 – DF. Relatora: Min. Laurita Vaz. Julgamento em: 25 ago 2004, publicado no D.J em
06 set 2004. Disponível em: < https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.asp?sSeq=494095
&sReg=200302214007&sData=20040906&formato=PDF>. Acesso em: 17 mar 2011.
Disponível em: http://www.cesrei.com.br/ojs/index.php/orbis/article/view/35 16
Vol. 2 Nº. 1 2011 ISSN 2178-4809
8. CONCLUSÃO
Assim, após a análise dos pontos previstos para a consecução dos objetivos propostos
à pesquisa, conclui-se que, contemporaneamente, a possibilidade de análise jurisdicional do
mérito do ato administrativo vem se tornando frequente, seja na doutrina, seja na
jurisprudência. Isso tudo, haja vista a hermenêutica sistemática dada aos princípios
constitucionais que guiam a Administração Pública. Ao adentrar no mérito das decisões
administrativas, analisando o juízo de “adequação ao caso concreto”, não está o juiz tomando
o papel do administrador, mas cumprindo o dever, de ofício, de resguardar os preceitos
constitucionais.
32
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 14. ed. rev. E atual. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2010, p. 409-410.
Disponível em: http://www.cesrei.com.br/ojs/index.php/orbis/article/view/35 17
Vol. 2 Nº. 1 2011 ISSN 2178-4809
REFERÊNCIAS:
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 27. ed. São
Paulo: Malheiros, 2010.
_________. Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980. Dispõe sobre o Estatuto dos Militares.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6880.htm> Acesso em: 17 mar
2011.
_________. STJ. RMS 24584 – SP. Relator: Min. Napoleão Nunes Maia Filho. Julgamento
em: 09 fev 2010, publicado no D.Je em: 08 mar 2010. Disponível em:
<https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.asp?sSeq=919033&sReg=2007016
67492&sData=20100308&formato=PDF>. Acesso em: 17 mar 2011.
_________. STJ. RMS 11336 – PE. Relator: Min. Jorge Scartezzini. Julgamento em: 07 nov
2000, publicado no D.J em: 19 fev 2001. Disponível em:
<https://ww2.stj.jus.br/websecstj/cgi/revista/REJ.cgi/IMG?seq=64996&nreg=199901051096
&dt=20010219&formato=PDF>. Acesso em: 17 mar 2011..
_________. STJ. REsp 429570 – GO. Relatora: Min. Eliana Calmon. Julgamento em: 11 nov
2003, publicado no D.J em: 22 mar 2004. Disponível em:
<https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.asp?sSeq=441598&sReg=2002004
61108&sData=20040322&formato=PDF>. Acesso em: 17 mar 2011.
_________. STJ. MS 9420 – DF. Relatora: Min. Laurita Vaz. Julgamento em: 25 ago 2004,
publicado no D.J em 06 set 2004. Disponível em:
Disponível em: http://www.cesrei.com.br/ojs/index.php/orbis/article/view/35 18
Vol. 2 Nº. 1 2011 ISSN 2178-4809
<https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.asp?sSeq=494095&sReg=2003022
14007&sData=20040906&formato=PDF>. Acesso em: 17 mar 2011.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7.
ed. 2. reimp. Coimbra: Almedina, 2003.
CRETELLA JÚNIOR, José. Dos atos administrativos especiais. 2. Ed. Rio de Janeiro:
Forense, 1995.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 22. ed. 2. reimpr. São Paulo:
Atlas, 2009.
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 14. ed. rev. e atual. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2010.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36. ed. São Paulo: Malheiros,
2010.