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Na prática

Inicie, perguntando o significado de consumo e de consumismo, o tema do dia.


Sabem do que se trata? Faça uma rodada para que levantem suas hipóteses e
então proponha a eles assistirem a uma animação de Estevam Guerra,
“Consumismo – Desenho Animado Ambiental”, hospedado no site YouTube
(5min38s):

https://www.youtube.com/watch?v=Wguw6ZAVN1g

Peça que observem bem o que acontece em cada cena: na praia, na casa, no
escritório, no supermercado, no shopping…

Terminado o vídeo, abra para discussão.

Qual o tema da animação?

Quais mensagens ela passa?

Por que ela trata essa questão?

O que fazer, há alguma saída?

O que ainda é possível modificar ?

Se continuar assim, o que acontecerá com as pessoas quando as coisas


essenciais para a vida começarem a faltar, como a água e o alimento?

Discuta com eles o papel da propaganda veiculada nos grandes meios de


comunicação de massa, como TV, rádio e internet no estímulo ao consumo
exagerado.

Apresente e discuta as alternativas possíveis: de um lado, as indústrias devem


produzir cuidando dos recursos naturais, não destruindo a natureza,
reflorestando, mantendo as espécies de animais que garantem o equilíbrio dos
ecossistemas. De outro, as pessoas devem desenvolver o hábito do consumo
consciente, adquirindo só o que realmente precisam para suas necessidades,
cuidando de separar o lixo reciclável e reaproveitando tudo que for possível,
desde alimentos até embalagens.
Encaminhe a discussão para os conceitos precisar e querer.

Será que sabemos diferenciar o que é um e outro?

Proponha um exercício.

Forme duplas e distribua, para cada uma, a folha do Anexo 1, na qual há uma
relação de 18 itens para eles classificarem em duas colunas: PRECISO e
QUERO. Após dez  minutos, peça às duplas que relatem suas respostas, com
justificativas, após o que as demais terão alguns minutos para se manifestar,
concordando ou discordando.

E se?

Se houver algumas divergências, problematize para ajudá-los a chegarem a


uma posição de bom senso, sem exageros.
A seguir, em grupos maiores, de quatro ou cinco, desafie-os, agora, a
levantarem três outros itens de real necessidade, que não estão na lista e três
itens que não são de necessidade, mas apenas objetos de desejo. Dê um
tempo de 20 minutos para realizarem a atividade e abra a roda para que
socializem.

Analise com eles a coluna QUERO, tentando identificar a origem dos desejos e
o papel da mídia nesse processo. Oriente ainda para que identifiquem os
desejos mais comuns manifestados no grupo e discuta a relação entre esses
desejos e a geração dos alunos (certamente seus avós tinham outros desejos),
ou seja, entre os desejos das pessoas e o contexto histórico e cultural em que
vivem. Por isso é importante desenvolvermos a consciência do contexto em
que estamos inseridos e as implicações dele em determinados
comportamentos e atitudes que assumimos na vida em sociedade.

Feche a discussão aproveitando ao máximo o que trouxeram de argumentos


para a socialização. Registre as principais ideias num cartaz para ser afixado
na sala.

Finalize a oficina, apresentando outro vídeo para eles, uma animação muito
interessante e radical do ilustrador inglês Steve Cutts, especialista em
desenvolver animação com conteúdo questionador dos hábitos e escolhas do
ser humano na atual sociedade de consumo.

A animação está disponível no site do You Tube (3min 37s):

https://www.youtube.com/watch?v=WfGMYdalClU
Peça que comentem a alegoria do vídeo, chamando a atenção para o que o
homem está fazendo com o planeta e também consigo mesmo. Não é
incomum, na sociedade atual, algumas pessoas desenvolverem doenças
relacionadas ao consumo, tornando-se dependente dele, assim como muitos
ficam dependentes de álcool e de outras drogas.

Hora de Avaliar:

Após a projeção do vídeo de Steve Cutts, abra a roda para uma avaliação.
Peça que se manifestem em relação ao que viram na oficina.

Conseguiram fazer a distinção entre precisar e querer?

É muito difícil?

Aprenderam algo que ajude a ter atitudes mais equilibradas e sensatas de


consumo?

Foi bom trabalhar em dupla?

Houve alguma dificuldade?

Como as superaram?

O que mais pode ser feito?

Uma bela feira de trocas. As crianças e os adolescentes poderão marcar um


dia para trazerem objetos, como brinquedos, roupas, livros, CDs, pelos quais já
não têm muito interesse para trocar por outros objetos dos colegas. Uma
comissão poderá ser eleita para organizar a sala e o evento.

Fonte de Referência:

D’Aquino, Cássia. “Como falar de dinheiro com seu filho”. São Paulo: Editora
Saraiva, 2014.

Para ampliar
O mundo atual é regido pela “ética do consumo”, segundo a qual as pessoas
são avaliadas pelo que possuem e exibem ter. Somos bombardeados,
diuturnamente, nas ruas, nos jornais, nas revistas, na TV e internet pela
propaganda de produtos para consumir. Muitos deles passam longe de nossas
necessidades reais.
Muitas pessoas têm dificuldade em controlar o impulso por comprar
imediatamente o que querem, em detrimento da possibilidade de planejar a
compra ao longo do tempo e, com isso, pensar melhor na aquisição, de forma a
garantir, ao mesmo tempo, a convicção de que ela é realmente necessária e o
conforto financeiro seu ou da família, não se apertando no orçamento e não se
endividando, com cartões de crédito e empréstimos. Além disso, adiar a
satisfação imediata dos desejos propicia a reflexão sobre valores e escolhas:

Por que é importante adquirir esse objeto ou serviço?

O quanto útil?

Eu realmente necessito disso neste momento?

Saber distinguir o que nós precisamos comprar do que nós só queremos


comprar, não é fácil. O que nós precisamos, de fato, é muito mais importante
do que aquilo que compramos apenas porque gostamos e queremos. Por isso,
precisamos desenvolver o hábito de prestar atenção às escolhas que estamos
fazendo ao comprar.

É muito difícil resistir aos apelos da propaganda, principalmente, quando se é


mais jovem.

Dessa forma, propiciar a crianças, adolescentes e jovens situações de


aprendizagem nas quais possam pensar em como lidar com o dinheiro é
importante. É uma forma de exercitar escolhas e desenvolver atitudes e valores
saudáveis para a vida pessoal e para a vida em sociedade.

Gostou?

Acesse também a oficina “Lazer sem consumo: é possível?”, deste banco.

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