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Sumário
AULA 01 ..................................................................................................................................................................3
GABARITO ............................................................................................................................................................ 37
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Direitos Humanos para PRF
Aula 01
Aula 01
Olá, aluno! Eu sou Naiama Cabral, sua professora aqui no Direção Concursos. Minha missão é poder facilitar a sua
aprovação!
@naiamacabral
Hoje, aprofundaremos nos direitos humanos sob a perspectiva histórica. Trataremos, então, de documentos,
datas, acontecimentos históricos e outros fatores que reforçaram e conduziram ao que chamamos de Afirmação
Histórica d0s Direitos Humanos. Neste tema, é imprescindível estudar as gerações (ou dimensões) e as
características dos direitos humanos.
Embora o edital de 2021 do concurso PRF não tenha cobrado o assunto Afirmação Histórica dos Direitos
Humanos, a banca CEBRASPE gosta bastante de contextualizar as questões acerca da disciplina. Portanto, optei
por disponibilizá-los este conteúdo e você decide o que faz mais sentido para ti.
Você pode ler essa aula de forma mais relaxada, apenas para compreender ou, então, se preferir, ler apenas o
Resumo Direcionado, localizado ao fim do material.
Vamos lá?
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Quando apresentado às gerações dos direitos humanos, é comum imaginarmos que se trata de uma evolução de
direitos – como se uma geração nova fosse mais evoluída que as anteriores –, porém, não funciona dessa forma.
Esta separação dos direitos em gerações surge para organizá-los de uma maneira temporal. Portanto, não há a
superação de uma geração pela outra, mas sim uma acumulação de direitos ao longo da história.
Em síntese, os direitos humanos são interdisciplinares, acumulativos e se complementam. Logo, a divisão deles
em gerações serve para os classificarmos de acordo com o seu surgimento na história. Portanto, ao longo da
história, surgiram direitos novos ou perspectivas novas sobre direitos já reconhecidos, sempre objetivando uma
maior proteção à pessoa humana e complementando os demais direitos já existentes.
O grande criador desta teoria – a Teoria Geracional – foi Karel Vasak. Ele fez uma classificação de “gerações de
direitos”, que não possui pretensões científicas, mas busca situar as diferentes categorias de direitos num contexto
histórico em que surgiram. Vasak teve como grande inspiração os ideais da Revolução Francesa: LIBERDADE,
IGUALDADE e FRATERNIDADE.
A Teoria Geracional divide os direitos humanos em cinco gerações, porém, só há o consenso doutrinário quanto
às três primeiras gerações, que são, assim, as que têm incidência bem maior em provas de concursos – pois os
examinadores costumam evitar abordar a quarta e quinta geração porque, por não haver consenso entre os
doutrinadores, acaba dando abertura aos candidatos para interporem recursos.
Então, focaremos na primeira, segunda e terceira geração.
• A primeira geração trata dos direitos civis e políticos, tendo como lema o ideal de “liberdade”.
• A segunda geração trata dos direitos sociais, econômicos e culturais e tem como ideal a “igualdade”.
• A terceira geração trata dos direitos difusos e coletivos e tem como o lema a “fraternidade”.
CI - PO S - Eu - CU DI - CO
Civis e Políticos Sociais, Econômicos e Culturais Difusos e Coletivos
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Primeira Geração
Os direitos de primeira geração são os direitos civis e políticos, emanados pelo ideal de liberdade.
CI – PO
Direitos Civis e Políticos
LEMA: LIBERDADE.
Uma vez que têm como lema a liberdade, os direitos de primeira geração são direitos que nascem com o humano
e não dependem de qualquer mecanismo, documento ou norma para se concretizarem. Portanto, sua
aplicabilidade é imediata.
Logo, não dependendo de qualquer outro meio, é interessante que o Estado não intervenha muito nesses direitos,
dando maior condição para que eu possa exercê-los. Se o Estado começar a interferir demais, ele estará sendo
arbitrário. Diante disso, a postura do Estado frente aos direitos de primeira geração deve ser a de se abster
(absenteísta) e de não intervir – ele passará a assumir um posicionamento chamado de negativo.
Haja vista que a postura do Estado é negativa, os concursos têm também chamado os direitos de primeira geração
de “direitos negativos” ou “liberdades negativas”.
Alguns doutrinadores entendem que o direito de acesso à justiça e segurança seriam de primeira geração. Neste caso
específico, então, necessitaria da execução do Estado – pois é ele que provém a justiça e segurança dos cidadãos.
Se, no passado, o Estado intervinha muito – por exemplo, um rei absolutista que mandava e desmandava como
bem quisesse –, tratava-se de um Estado Arbitrário. Porém, a partir do momento que o Estado adota uma postura
absenteísta, ocorre uma mudança para um Estado Liberal. Então, os direitos de primeira geração marcam a o
período histórico em que houve esta passagem do Estado Absolutista para o Estado Liberal de Direito.
Os dois acontecimentos históricos que marcam os direitos de primeira geração são a Revolução Francesa e a
Independência dos Estados Unidos (que pode cair na sua prova também como “Independência das Treze
Colônias”). Destes períodos, houve a proclamação de importantes documentos, como:
São exemplos de direitos de primeira geração: vida, propriedade, liberdade de locomoção, expressão, proteção à
integridade física, psíquica e moral, devido processo legal, presunção de inocência, direito ao voto, sufrágio,
participar da vida política, filiação partidária etc.
Perceba a clara divisão entre direitos civis (vida, propriedade etc.) e políticos (direito ao voto, sufrágio etc.).
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Segunda Geração
O famoso mnemônico: SEu CU – que, embora você possa até não gostar, com certeza ajuda a memorizar.
S - Eu - CU
Sociais, Econômicos e Culturais
LEMA: IGUALDADE.
Eles surgiram a partir da necessidade de o Estado garantir direitos e oportunidades iguais a todos os cidadãos,
através de políticas públicas, ações afirmativas etc., visando garantir um estado de bem estar-social. Então,
diferentemente dos direitos de 1ª geração, em que não há intervenção do Estado, os direitos de 2ª geração
contam com uma atuação efetiva do Estado, que assume uma postura prestacionista.
Por dependerem de políticas públicas e ações afirmativas do Estado, que demandam recursos públicos ($$$), os
direitos de 2ª geração não têm aplicabilidade imediata, mas sim progressiva.
São exemplos de direitos de 2ª geração: saúde, educação, habitação, trabalho, lazer, livre concorrência, função
social da propriedade, proteção às culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, proteção ao patrimônio cultural
etc. Perceba como são direitos que de fato necessitam de uma ação estatal para a sua efetividade.
Na 1ª geração, houve a passagem para o Estado Liberal. Já na 2ª geração, em que se introduz a ação estatal visando
proporcionar um estado de bem estar-social, há a passagem do Estado Liberal para o Estado Social.
Historicamente, dois acontecimentos marcam a 2ª geração: a Revolução Mexicana e a Revolução Russa – nesta
última, em especial, foram consagrados direitos trabalhistas e sociais.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
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Os direitos sociais são de suma importância no estudo dos direitos humanos. Esses direitos visam promover a
igualdade entre os cidadãos e devem ser observados pelo Estado quando da definição de políticas públicas.
Para lhe ajudar a memorizar os direitos sociais, olha o mnemônico:
Três amigos: Saú, Edu e Assis. Em uma mesma rua, Saú está morando , Edu está trabalhando e Assis está
preso na delegacia, esperando para ser transportado ao presídio . Então:
➢ ALImentação ➢ SEGurança
Terceira Geração
DI – CO
Direitos Difusos e Coletivos
LEMA: FRATERNIDADE.
São exemplos de direitos de 3ª geração: direito ambiental, direito ao desenvolvimento, direito de comunicação,
direito de autodeterminação dos povos, direito do consumidor, da criança, adolescente, idosos e portadores de
deficiência e o direito à paz, entre outros.
Perceba como são direitos de uma coletividade, que, muitas vezes, é indeterminável quantas pessoas se
beneficiam.
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A defesa dos direitos de 3ª geração é uma responsabilidade do Estado e dos representantes da sociedade civil.
Portanto, há postura estatal conjunta com a sociedade civil.
O período histórico que marcou os direitos de terceira geração foi o pós-Segunda Guerra Mundial, em que houve
o surgimento da Organização das Nações Unidas (ONU) – uma organização criada para promover a cooperação
dos países.
Um documento importantíssimo, proclamado em 1948, marco histórico para o surgimento dos direitos de terceira
geração, é a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A seguinte tabela sintetiza as informações trazidas acerca das três primeiras gerações dos direitos humanos:
PASSAGEM DO
Absolutista → Liberal Liberal → Social ----
ESTADO
Prosseguiremos agora para a quarta e quinta geração, que caem muito menos em prova pois não há consenso
doutrinário. Portanto, o seu foco deve estar principalmente na primeira, segunda e terceira geração.
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Quarta Geração
Segundo Norberto Bobbio, filósofo político, os direitos de quarta geração envolvem direitos de pesquisa biológica
e manipulação genética. Já Paulo Bonavides, jurista, jornalista e cientista político, diz que envolvem a tutela da
democracia, direito à informação e pluralismo político.
Caso o examinador venha a cobrar sobre os direitos de 4ª geração, entenda que estão ligados ao eixo da bioética
e dos direitos da informática e outras formas complexas de comunicação (notadamente, a Internet).
➔ EIXO DA INFORMÁTICA: Há preocupações com a transmissão de dados através dos meios eletrônicos e
interativos e a solução de problemas que envolvem o comércio virtual, a pirataria, a invasão de privacidade,
direitos autorais e propriedade industrial.
Quinta Geração
A quinta geração traz somente o direito à paz, dando reconhecimento à normatividade deste direito.
Atenção !!
A banca CEBRASPE/CESPE, bem como vários doutrinadores,
considera o direito à paz como sendo um direito de terceira geração.
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Os direitos humanos possuem diversas características comuns. Aplicando no caso concreto, estamos falando de
direitos que possuem, na sua natureza, as mesmas características que outros direitos – pontos em comum, que
convergem na aplicação de tais direitos.
• Historicidade
• Universalidade
• Essencialidade
• Inalienabilidade
• Inexauribilidade
• Imprescritibilidade
• Irrenunciabilidade
• Inviolabilidade
• Vedação ao Retrocesso
• Limitabilidade
• Complementariedade
• Efetividade
• Concorrência
Perceba que muitas características possuem o prefixo de negação (IN- ou I-). Na prova, o examinador pode querer
“tirar” este prefixo e dizer que é uma característica dos direitos humanos para que você erre. Logo, fique atento!
Nesta aula, abordaremos cada uma delas. Porém, o nosso foco será nas duas primeiras da lista, que são as mais
importantes e despencam em provas: historicidade e universalidade.
Historicidade
Os direitos humanos não nasceram em um momento histórico único. Eles são resultado de um longo processo,
tendo sido reconhecidos gradativamente em diferentes períodos da história, conforme a evolução da sociedade.
O direito à vida, por exemplo, em um período anterior era entendido de uma forma diferente de hoje em dia.
Antigamente, entendia-se que o direito à vida se tornava concreto no nascimento. Porém, atualmente, no nosso
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ordenamento jurídico, adota-se a teoria concepcionista – isto é, a vida se dá desde o momento da concepção, não
somente no nascimento. Então, desde a gestação, a criança já possui direitos.
Até que se chegasse ao cenário atual, com diversas declarações internacionais de direitos humanos, houve uma
longa caminhada, que se iniciou em um período histórico no qual ainda era vigente a monarquia absoluta.
MONARQUIA ABSOLUTA: Forma de governo em um rei ou monarca exerce o poder absoluto – independente e superior ao
poder de outros órgãos estatais. O monarca concentra em si todos os poderes.
Um Estado monarca e/ou absolutista é um Estado Arbitrário, que confronta os direitos humanos. Somente em um
Estado Liberal de Direito, de bem-estar social, se encontram presentes os direitos humanos.
A doutrina entende que as primeiras declarações acerca dos direitos humanos surgiram na Inglaterra, França e
Estados Unidos.
Inglaterra
Na época, havia um conflito entre as instituições do rei, do clero (a Igreja) e dos senhores feudais (donos de terras,
que possuíam servos). O clero e os senhores feudais estavam insatisfeitos com a autoridade do rei, que mandava
em tudo. Diante disso, buscaram entrar em um acordo para apaziguar as coisas, limitando o poder do rei.
Então, a Magna Carta não buscou afirmar liberdades básicas ao povo inglês, mas sim proclamar certos privilégios
aos senhores feudais e reconhecer liberdades da igreja perante o rei. Porém, com ela, o rei passou a reconhecer
limites ao exercício do seu poder. Assim, deu um passo inicial que abriu a possibilidade de limitação do poder do
rei – o que teve importância incontestável para a futura afirmação dos direitos humanos.
Este foi, então, um ponto de partida, pois consagrou, pela primeira vez na história, a limitação institucional dos
poderes de um rei, com limitações na tributação, liberdade de ir e vir, devido processo legal e circulação de
mercadores, entre outras.
Em 1628, tivemos a Petition of Rights, uma petição de direitos realizando a consolidação e fortalecimento do que
já estava escrito na Magna Carta. Visou estender aos súditos do rei direitos que já tinham sido proclamados na
Magna Carta, como limitações ao poder de taxar e um devido processo legal.
Em 1679, tivemos o Habeas Corpus Act, um mecanismo de proteção à liberdade de ir e vir dos indivíduos,
principalmente na limitação às prisões arbitrárias. Este documento age, portanto, como um remédio
constitucional.
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Em 1689, tivemos a Bill of Rights (Declaração de Direitos), que consagra a supremacia do parlamento ante a
Coroa, pondo um fim na monarquia absolutista e instaurando uma monarquia constitucional, que proclama
alguns direitos fundamentais ao povo inglês.
Estados Unidos
Seu grande feito foi o reconhecimento de direitos que até hoje são proclamados em todo o mundo.
Logo em seguida, no mesmo ano (1776), tivemos a Declaração de Independência dos Estados Unidos da
América, que teve como ponto principal o reconhecimento dos direitos inalienáveis do homem – tais como
direito à vida, liberdade, saúde, dignidade da pessoa humana, integridade física, psíquica e moral.
França
Esta declaração foi o MARCO HISTÓRICO da passagem da era absolutista para a era de um Estado Liberal de
Direito, pautado na afirmação das liberdades civis e políticas de toda a sociedade – ou seja, direitos de primeira
geração, proclamados por esta declaração.
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Mais de um século mais tarde, entre 1914 e 1918, ocorreu a Primeira Guerra Mundial. Com o fim desta, tivemos o
Tratado de Versalhes, um tratado de paz para o período pós-guerra, e a criação da Cruz Vermelha, uma
organização que se esforça em proporcionar proteção e assistência a vítimas de guerra e outras situações de
violência.
Contudo, a 1ª Guerra Mundial não foi capaz de romper com as estruturas políticas até então instauradas. Então,
entre 1939 e 1945, aconteceu a Segunda Guerra Mundial – potencializada pela Alemanha Nazista –, que foi brutal
e resultou na morte de mais de 60 milhões de pessoas.
Após a 2ª Guerra Mundial, tivemos a união dos países vencedores e a criação da Organização das Nações Unidas
(ONU), em 1945, que teve como objetivo reunir as potências mundiais e proclamar a nova ordem mundial no pós-
guerra. Além disso, tivemos dois documentos muito importantes: a Carta da ONU (1945) e a Declaração Universal
dos Direitos Humanos (1948).
Diferentemente da 1ª Guerra Mundial, a 2ª Guerra foi capaz de disseminar a ideia dos direitos humanos para o
restante do mundo. Portanto, considera-se que, após a 2ª Guerra Mundial, ocorreu a internacionalização dos
direitos humanos, colocando os direitos humanos na agenda internacional (mundial).
Universalidade
Esta característica recai no simples fato de ser um “ser humano”. Assim, os direitos humanos NÃO se destinam
apenas a determinados grupos, mas sim a TODAS AS PESSOAS. Trata-se, então, de um elemento inerente à
existência do ser humano, que deve ser a ele assegurado independentemente de qualquer condição. Até mesmo
aqueles que atentam contra os direitos humanos – como assassinos, torturadores, criminosos etc. – têm a garantia
desses direitos.
Segundo Flávia Piovesan, jurista e advogada pública brasileira, a universalidade “chama pela extensão universal
dos direitos humanos, sob a crença de que a condição de pessoa é o requisito único para a titularidade de direitos,
considerando o ser humano como um ser essencialmente moral, dotado de unicidade existencial e dignidade”.
Sendo assim, a universalidade tem como princípio a defesa de uma aplicação homogênea e mundial dos direitos
humanos, fundamentando-se na dignidade da pessoa humana.
A noção de universalidade deve ser construída a partir de uma perspectiva interculturalista e multiculturalista –
considerando e analisando as diversas culturas existentes no mundo –, de modo que a universalidade não seja uma
universalidade de partida, mas sim uma universalidade de chegada.
O universalismo de partida parte de um determinado acontecimento histórico pelo qual foi possível a proteção aos
direitos humanos. Ou seja, considera somente um ÚNICO momento histórico – que seria o ponto de partida.
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Relativismo Cultural
As nações – países – possuem culturas diferentes. Há países, por exemplo, em que a liberdade das mulheres é
atentada, com limitações na garantia do exercício de diversos direitos, como direitos políticos, liberdade de
expressão, imposição do uso obrigatório de certas vestimentas, entre outras limitações.
Portanto, a concepção universalista dos direitos humanos confronta-se com a tese do relativismo cultural. Pois, se
por um lado é óbvio que a liberdade feminina deve ser assegurada, por outro lado as práticas culturais de uma
sociedade também devem ser preservadas.
O embate entre relativismo cultural e universalidade dos direitos humanos passa pela dificuldade de afirmar uma
concepção de sociedade que seja universal, com os mesmos padrões culturais, ainda que sejam mínimos, eis
que cada sociedade apresenta sua característica peculiar e isto há de ser respeitado, observando-se a
autodeterminação dos povos.
Embora o respeito à cultura seja também uma preservação dos direitos humanos, a partir do momento em que os
direitos humanos estão sendo violados, os organismos internacionais e outras nações que adotam os direitos
humanos devem preservar a sua aplicação de forma universal, sem mitigar a universalidade devido ao relativismo
cultural.
Portanto, resumindo, a cultura de um país deve ser respeitada, mas sem negligenciar a aplicação dos direitos
humanos. Prevalece, então, a ideia de forte proteção dos direitos humanos e fraco relativismo cultural – pois o
relativismo cultural não pode ser ignorado, mas também não pode ser defendido a ponto de legitimar violações
aos direitos.
Inexauribilidade
Os direitos humanos são inesgotáveis, podendo ser expandidos e ampliados a qualquer momento. Então, há
apenas um rol exemplificativo, havendo abertura para o surgimento de novos direitos. Assim, não se limitam a
apenas direitos escritos – positivados – em um documento.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.
Essencialidade
Os direitos são inerentes ao ser humano, tendo por base os valores supremos do homem e da sua dignidade,
assumindo posição normativa de destaque. Ou seja, residem na essência de ser ser-humano.
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Imprescritibilidade
Os direitos humanos não prescrevem – não perdem a sua aplicabilidade com o passar do tempo.
Inalienabilidade
Os direitos humanos são inalienáveis. Isto é, não há possibilidade de transferir, vender, trocar ou ceder tais direitos.
Irrenunciabilidade
Não pode haver renúncia dos direitos humanos. Em outras palavras, ninguém pode “abrir mão” dos seus direitos.
Inviolabilidade
Os direitos humanos não podem ser violados por leis e atos administrativos de agente(s) do Poder Público, sob
pena de responsabilidade civil, penal e administrativa.
Efetividade
Os direitos humanos devem ser efetivados. Isto significa que a Administração Pública deve criar mecanismos
coercitivos aptos à efetivação desses direitos.
Limitabilidade
Não existe direito absoluto em nosso ordenamento jurídico – com exceção de tortura, tratamento cruel
degradante e escravidão.
Portanto, os direitos humanos podem sofrer restrições nos momentos constitucionais de crise e frente a interesses
ou direitos que sejam mais importantes (Princípio da Ponderação). Isto é, eles podem ser limitados.
Por exemplo:
Você possui o direito à vida, mas ele não é um direito absoluto. Em caso de guerra declara, poderá ser decretada a
pena de morte no Brasil. Desta forma, este direito terá sido limitado.
Além disso, existe também o chamado Princípio da Reserva do Possível, que coloca a possibilidade de o Estado
prover apenas o que não lhe causar prejuízo orçamentário, sendo observados os limites da razoabilidade
econômica, a fim de que ele possa continuar prestando os serviços. Porém, este princípio NÃO pode ser utilizado
pelo Estado com o objetivo de omitir-se à implementação de políticas públicas, pois deve ser observada a garantia
do mínimo existencial em virtude da dignidade humana. Resumindo, é a possibilidade de o Estado só “dar” aquilo
que não lhe causa “prejuízo financeiro”, mas ele não pode invocar este princípio visando omitir-se.
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Complementaridade
Os direitos humanos não devem ser observados isoladamente, mas sim de forma conjunta e interativa com as
demais normas, princípios e objetivos, pois eles se complementam.
Concorrência
Os direitos humanos podem ser exercidos de forma acumulativa. Por exemplo, quando um jornalista transmite
uma notícia e expõe sua opinião, ele está exercendo os direitos de liberdade de informação, comunicação e
opinião.
Vedação ao Retrocesso
Os direitos humanos são frutos de construções históricas. Assim, uma vez garantidos, eles não podem ser
retrocedidos. Em outras palavras, uma vez que foram conquistados, eles não podem “voltar atrás”. Portanto,
existe o que chamamos de Proibição do Retrocesso, que visa impedir que um legislador venha a suprimir ou
desconstruir o grau de concretização dos direitos humanos – pois, uma vez suprimindo, anulando ou invalidando
direitos ora já incorporados ao patrimônio jurídico da humanidade, isto corresponderia a um retrocesso na
afirmação da dignidade humana.
O efeito “cliquet”, portanto, aplicado aos direitos humanos, indica que os direitos não podem retroagir, só
podendo avançar na proteção dos indivíduos.
As provas também podem trazer esta característica voltada aos direitos sociais, de segunda geração, utilizando o
termo “Proibição do Retrocesso Social”. Neste caso, é a mesma característica, porém dirigida especificamente
aos direitos sociais.
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b) segunda geração.
c) terceira geração.
d) quarta geração.
RESOLUÇÃO:
O direito ao meio ambiente é um direito transindividual – relacionado a uma coletividade de pessoas –, não sendo
possível determinar uma quantidade exata de indivíduos que usufruem de tal direito. Portanto, é um direito difuso
e compõe a terceira geração.
Resposta: C
A participação do cidadão no governo é característica dos direitos políticos e o seu exercício consiste na capacidade
de fazer demonstrações políticas, de organizar partidos, de votar e de ser votado.
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
Certinho. São direitos de primeira geração que garantem o direito de participar da política, diretamente ou
indiretamente.
Resposta: Certo
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De acordo com a teoria das gerações de direitos, a primeira geração dos direitos humanos refere-se aos direitos
civis e políticos; a segunda está relacionada aos direitos econômicos, sociais e culturais; e a terceira tem como
referência os direitos à paz, ao desenvolvimento e a um meio ambiente sustentável.
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
Isto mesmo. Lembre-se do mnemônico:
Resposta: Certo
Segundo a doutrina, os direitos sociais são classificados como direitos humanos de primeira dimensão.
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
Olha que definição bela! A partir do momento em que se tem o lema de liberdade e o Estado assume uma postura
absenteísta, há a passagem de um Estado autoritário para um Estado Liberal de Direito.
Resposta: Certo
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No que se refere à fundamentação dos direitos humanos e à sua afirmação histórica, julgue o item subsecutivo.
A expressão direitos humanos de primeira geração refere-se aos direitos sociais, culturais e econômicos.
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
Resposta: Errado
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
Mais uma vez o mnemônico vem a calhar:
Resposta: Certo
A evidenciação de direitos sociais, culturais e econômicos, correspondendo aos direitos de igualdade, sob o prisma
substancial, real e material, e não meramente formal, mostra-se marcante nos documentos pertencentes ao que
se convencionou classificar como segunda dimensão dos direitos humanos.
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
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Perfeito!
Resposta: Certo
RESOLUÇÃO:
Resposta: D
As três gerações de direitos humanos demonstram que visões de mundo diferentes refletem-se nas normas
jurídicas voltadas à proteção da pessoa.
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
Os direitos humanos foram frutos de conquistas históricas. As diversas gerações são, portanto, visões de períodos,
regiões e contexto culturais diferentes, que deram surgimento a direitos que se complementam para a efetividade
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dos direitos humanos – que têm como intenção trazer o ser humano para o centro das relações, visando garantir
a dignidade da pessoa humana, super princípio basilar não somente dos direitos humanos, mas também de toda
e qualquer relação jurídica, sendo também um fundamento da República Federativa do Brasil (CRFB/88, art. 1º).
Resposta: Certo
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
Resposta: Errado
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
Mamão com açúcar, né?
Os lemas da Revolução Francesa foram os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
Resposta: Errado
As Declarações americana (1776) e francesa (1789) são documentos relacionados aos direitos humanos de segunda
geração ou dimensão.
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
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Tais documentos se situaram em um período em que o povo estava sedento por liberdade. Estão, portanto,
relacionados aos direitos de primeira geração.
Resposta: Errado
A Revolução Francesa (1789) e a Independência dos Estados Unidos (1776) foram dois acontecimentos históricos
que influenciaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
Na Revolução Francesa, tivemos um marco histórico, que foi a Declaração do Homem e do Cidadão. Este
documento serviu como referencial para os demais documentos.
Logo, certamente a Revolução Francesa, bem como a Independência dos EUA, influenciaram vários documentos,
incluindo a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Resposta: Certo
RESOLUÇÃO:
Isso mesmo. A questão está tratando da internacionalização dos direitos humanos, que ocorreu após a Segunda
Guerra Mundial.
Resposta: Certo
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De acordo com a historiadora americana Lynn Hunt, os direitos permanecem sujeitos a discussão porque a nossa
percepção de quem tem direitos e do que são esses direitos muda constantemente. A revolução dos direitos humanos
é, por definição, contínua (A Invenção dos Direitos Humanos; uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 2009,
p. 270).
Em relação à evolução histórica do regime internacional de proteção dos direitos humanos, considere as assertivas
abaixo.
I. A Magna Carta (1215) contribuiu para a afirmação de que todo poder político deve ser legalmente limitado.
II. O Habeas Corpus Act (1679) criou regras processuais para o habeas corpus e robusteceu a já conhecida garantia.
III. Na Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) percebe-se que a dignidade da pessoa humana
exige a existência de condições políticas para sua efetivação.
E) I e IV, apenas.
RESOLUÇÃO:
(I) Certo. A Magna Carta deu o passo inicial na afirmação dos direitos humanos ao limitar o poder do rei.
(II) Certo. O Habeas Corpus Act teve a intenção de estabelecer regras processuais de habeas corpus e reforçou as
garantias já vigentes.
(III) Certo. No período de independência dos Estados Unidos, foi proclama a Teoria Tripartite – de divisão dos
poderes. Portanto, a dignidade da pessoa humana não residiu somente na imaginação, mas também passou a ser
efetivada por meio de políticas.
Resposta: A
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humanos, como paradigma ético capaz de restaurar a lógica do razoável. […] Diante dessa ruptura, emerge a
necessidade de reconstruir os direitos humanos, como referencial e paradigma ético que aproxime o direito da
moral.” PIOVESAN, 2013, p. 190
O texto de Flávia Piovesan se refere ao processo de internacionalização dos direitos humanos no cenário global e
sua reconstrução a partir do final da Primeira Guerra Mundial.
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
A 1ª Guerra Mundial não foi capaz de romper as estruturas políticas até então instauradas. Logo, foi somente após
a 2ª Guerra Mundial que houve a internacionalização dos direitos humanos.
Resposta: Errado
A concepção contemporânea dos direitos humanos surgiu com o término da Primeira Grande Guerra Mundial.
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
Errado. Isto ocorreu, na verdade, após a Segunda Guerra Mundial, pois a Primeira Guerra Mundial não foi capaz de
romper as estruturas políticas até então vigentes.
Resposta: Errado
O princípio da proibição do retrocesso social é uma cláusula de defesa do cidadão em face de possíveis arbítrios
impostos pelo legislador no sentido de desconstituir as normas de direitos fundamentais.
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
Perfeita definição! A proibição do retrocesso social visa impedir que um legislador venha a suprimir ou desconstruir
o grau de concretização dos direitos humanos.
Resposta: Certo
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O conceito de universalismo de chegada sintetiza as garantias universais aptas a sustentar uma teoria dos direitos
humanos intercultural.
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
Certamente. Trata-se do relativismo cultural.
Resposta: Certo
Os direitos humanos estão dispostos em um rol taxativo, que foi internalizado pelo ordenamento jurídico brasileiro
com a promulgação da Constituição Federal de 1988.
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◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
A característica da inexauribilidade determina que os direitos humanos podem ser expandidos e ampliados a
qualquer momento. Portanto, os direitos dispostos em documentos trata-se apenas de um rol exemplificativo
(conforme dispõe a Constituição no § 2º do art. 5º).
Resposta: Errado
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
Esta questão trouxe corretamente várias características dos direitos humanos.
Resposta: Certo
Vejamos qual das alternativas apresenta características dos direitos humanos erroneamente:
a) Certo. São características.
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A) imprescritibilidade.
B) irrenunciabilidade.
C) inalienabilidade.
D) indivisibilidade.
E) relatividade.
RESOLUÇÃO:
A característica apresentada pelo enunciado da questão diz respeito à imprescritibilidade – que diz que os direitos
humanos não prescrevem, isto é, não perdem sua aplicabilidade com o tempo.
Resposta: A
As pessoas naturais que violam direitos humanos continuam a gozar da proteção prevista nas normas que dispõem
sobre direitos humanos.
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
Os direitos humanos valem para todos. Até mesmo aqueles que violam os direitos humanos – criminosos,
assassinos etc. – têm garantia aos direitos humanos. Está é a característica da universalidade.
Resposta: Certo
◯ Certo ◯ Errado
RESOLUÇÃO:
Certinho. O efeito “cliquet” indica que os direitos não podem retroagir, só podendo avançar na proteção dos
indivíduos.
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Resposta: Certo
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Considerando os Direitos Humanos como um conjunto de regras para salvaguardar as necessidades essenciais da
pessoa humana e os benefícios que a vida em sociedade proporciona, a fim de que a pessoa, ao mesmo tempo em
que se torne útil à mesma sociedade, viva em harmonia e goze de paz. Sobre algumas características dos Direitos
Humanos é incorreto afirmar:
B) Inviolabilidade: nenhuma lei infraconstitucional nem tampouco autoridade alguma pode desrespeitar os
direitos fundamentais de outrem, sob pena de responsabilização civil, administrativa e criminal.
C) Complementaridade: os direitos humanos fundamentais não devem ser interpretados isoladamente, mas sim
de forma conjunta para sua plena realização.
D) Os direitos humanos se esgotam com o tempo, isto é, não estão sujeitos a rol taxativo.
RESOLUÇÃO:
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Lista de questões
b) segunda geração.
c) terceira geração.
d) quarta geração.
◯ Certo ◯ Errado
◯ Certo ◯ Errado
◯ Certo ◯ Errado
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◯ Certo ◯ Errado
Os direitos de liberdade negativa, civis e políticos; direitos econômicos, sociais e culturais; e direitos de
fraternidade ou de solidariedade indicam corretamente as três gerações de direitos, na ordem histórica em que
elas são classificadas pela doutrina.
◯ Certo ◯ Errado
A evidenciação de direitos sociais, culturais e econômicos, correspondendo aos direitos de igualdade, sob o prisma
substancial, real e material, e não meramente formal, mostra-se marcante nos documentos pertencentes ao que
se convencionou classificar como segunda dimensão dos direitos humanos.
◯ Certo ◯ Errado
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As três gerações de direitos humanos demonstram que visões de mundo diferentes refletem-se nas normas
jurídicas voltadas à proteção da pessoa.
◯ Certo ◯ Errado
◯ Certo ◯ Errado
◯ Certo ◯ Errado
As Declarações americana (1776) e francesa (1789) são documentos relacionados aos direitos humanos de segunda
geração ou dimensão.
◯ Certo ◯ Errado
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A Revolução Francesa (1789) e a Independência dos Estados Unidos (1776) foram dois acontecimentos históricos
que influenciaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
◯ Certo ◯ Errado
I. A Magna Carta (1215) contribuiu para a afirmação de que todo poder político deve ser legalmente limitado.
II. O Habeas Corpus Act (1679) criou regras processuais para o habeas corpus e robusteceu a já conhecida garantia.
III. Na Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) percebe-se que a dignidade da pessoa humana
exige a existência de condições políticas para sua efetivação.
IV. O processo de universalização, sistematização e internacionalização da proteção dos direitos humanos
intensificou-se após o término da 2ª Guerra Mundial.
B) I, II e III, apenas.
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O texto de Flávia Piovesan se refere ao processo de internacionalização dos direitos humanos no cenário global e
sua reconstrução a partir do final da Primeira Guerra Mundial.
◯ Certo ◯ Errado
A concepção contemporânea dos direitos humanos surgiu com o término da Primeira Grande Guerra Mundial.
◯ Certo ◯ Errado
O princípio da proibição do retrocesso social é uma cláusula de defesa do cidadão em face de possíveis arbítrios
impostos pelo legislador no sentido de desconstituir as normas de direitos fundamentais.
◯ Certo ◯ Errado
◯ Certo ◯ Errado
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◯ Certo ◯ Errado
◯ Certo ◯ Errado
Os direitos humanos estão dispostos em um rol taxativo, que foi internalizado pelo ordenamento jurídico brasileiro
com a promulgação da Constituição Federal de 1988.
◯ Certo ◯ Errado
◯ Certo ◯ Errado
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A) imprescritibilidade.
B) irrenunciabilidade.
C) inalienabilidade.
D) indivisibilidade.
E) relatividade.
As pessoas naturais que violam direitos humanos continuam a gozar da proteção prevista nas normas que dispõem
sobre direitos humanos.
◯ Certo ◯ Errado
Os direitos humanos caracterizam-se pela existência da proibição de retrocesso, também chamada de “efeito
cliquet”.
◯ Certo ◯ Errado
29. Instituto Excelência – Prefeitura de Taubaté (SP) – Guarda Civil – 2018 – Adaptada
Considerando os Direitos Humanos como um conjunto de regras para salvaguardar as necessidades essenciais da
pessoa humana e os benefícios que a vida em sociedade proporciona, a fim de que a pessoa, ao mesmo tempo em
que se torne útil à mesma sociedade, viva em harmonia e goze de paz. Sobre algumas características dos Direitos
Humanos é incorreto afirmar:
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C) Complementaridade: os direitos humanos fundamentais não devem ser interpretados isoladamente, mas sim
de forma conjunta para sua plena realização.
D) Os direitos humanos se esgotam com o tempo, isto é, não estão sujeitos a rol taxativo.
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Gabarito
1. C 16. A
2. Certo 17. Errado
3. Certo 18. Errado
4. Errado 19. Certo
5. Certo 20. Certo
6. Errado 21. Certo
7. Certo 22. Certo
8. Certo 23. Errado
9. D 24. Certo
10. Certo 25. B
11. Errado 26. A
12. Errado 27. Certo
13. Errado 28. Certo
14. Certo 29. D
15. Certo
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Resumo direcionado
Gerações (ou Dimensões) dos Direitos Humanos
A divisão dos direitos em gerações serve para os classificarmos de acordo com o seu surgimento na história.
ortanto, não há a superação de uma geração pela outra, mas sim uma acumulação de direitos ao longo da
história.
Karel Vasak, grande criador da Teoria Geracional teve como inspiração os ideais da Revolução Francesa:
LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE.
A Teoria Geracional divide os direitos humanos em cinco gerações, porém, só há o consenso doutrinário quanto
às três primeiras gerações.
• A primeira geração trata dos direitos civis e políticos, tendo como lema o ideal de “liberdade”.
• A segunda geração trata dos direitos sociais, econômicos e culturais e tem como ideal a “igualdade”.
• A terceira geração trata dos direitos difusos e coletivos e tem como o lema a “fraternidade”.
CI - PO S - Eu - CU DI - CO
Civis e Políticos Sociais, Econômicos e Culturais Difusos e Coletivos
Primeira Geração
Estes direitos possuem aplicabilidade imediata, pois não dependem de qualquer meio para se concretizarem.
Logo, a postura do deve ser a de se abster (absenteísta) e de não intervir – assumindo um posicionamento
negativo.
Estes direitos marcam a passagem do Estado Absolutista para o Estado Liberal de Direito, tendo como
acontecimentos históricos marcantes a Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos.
Segunda Geração
Surgiram a partir da necessidade de o Estado garantir direitos e oportunidades iguais a todos os cidadãos.
Portanto, contam com uma atuação efetiva do Estado e, por dependerem disso, tem aplicação progressiva.
Com a segunda geração, há a passagem do Estado Liberal para o Estado Social, tendo como marcos históricos
a Revolução Mexicana e a Revolução Russa.
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Os direitos sociais, mais especificamente, são de suma importância no estudo dos direitos. Então, cá está o
mnemônico para você memorizar:
Terceira Geração
São os direitos de uma coletividade, cuja defesa é papel do Estado juntamente à sociedade civil.
O período histórico marcante foi o pós-Segunda Guerra Mundial, em que houve o surgimento da Organização das
Nações Unidas (ONU). Já um documento importantíssimo é a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Quarta Geração
Está ligada ao eixo da bioética – preocupações como suicídio, eutanásia, aborto, transexualismo, reprodução
artificial, manipulação genética – e aos direitos da informática – preocupações com transmissão de dados por
meios eletrônicos, comércio virtual, pirataria, privacidade, direitos autorais e propriedade industrial.
Quinta Geração
A quinta geração traz somente o direito à paz, dando reconhecimento à normatividade deste direito.
A banca CEBRASPE, bem como vários doutrinadores, considera este direito como sendo de terceira geração.
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Os direitos humanos não nasceram em um momento histórico único. Eles são resultado de um longo processo,
tendo sido reconhecidos gradativamente em diferentes períodos da história, conforme a evolução da sociedade.
Inglaterra
Em 1215, tivemos a Magna Carta, um documento que veio proclamar certos privilégios de barões feudais da época
e reconhecer as liberdades da igreja perante o rei absolutista João Sem-Terra, limitando o poder do rei.
Em 1628, tivemos a Petition of Rights, uma petição de direitos realizando a consolidação e fortalecimento do que
já estava escrito na Magna Carta, estendendo aos súditos do rei direitos que já tinham sido proclamados.
Em 1679, tivemos o Habeas Corpus Act, um mecanismo de proteção à liberdade de ir e vir dos indivíduos,
principalmente na limitação às prisões arbitrárias.
Em 1689, tivemos a Bill of Rights (Declaração de Direitos), que consagra a supremacia do parlamento ante a
Coroa, pondo um fim na monarquia absolutista e instaurando uma monarquia constitucional
Estados Unidos
Em 1776, tivemos a Declaração da Virgínia, que reconhece direitos em todo o mundo, como independência,
igualdade, liberdade e supremacia do povo. Além disso, proclamou a Teoria da Tripartição dos Poderes.
Logo em seguida, no mesmo ano (1776), tivemos a Declaração de Independência dos Estados Unidos da
América, que teve como ponto principal o reconhecimento dos direitos inalienáveis do homem.
França
Na França, consolidou-se um documento muito importante: a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,
que serviu como referência para o resto do mundo devido apresentar as características da universalidade e da
generalidade – não se direcionando somente ao povo francês, mas a todo o mundo. Esta declaração foi o MARCO
HISTÓRICO da passagem da era absolutista para a era de um Estado Liberal de Direito.
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) não foi capaz de romper com as estruturas políticas até então instauradas.
Então, entre 1939 e 1945, aconteceu a Segunda Guerra Mundial, que, foi capaz de disseminar a ideia dos direitos
humanos para o restante do mundo. Portanto, considera-se que, após a 2ª Guerra Mundial, ocorreu a
internacionalização dos direitos humanos, colocando os direitos humanos na agenda internacional (mundial).
Universalidade
Esta característica recai no simples fato de ser um “ser humano”. Assim, os direitos humanos NÃO se destinam
apenas a determinados grupos, mas sim a TODAS AS PESSOAS. Até mesmo aqueles que atentam contra os
direitos humanos têm a garantia desses direitos.
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A noção de universalidade deve ser construída a partir de uma perspectiva interculturalista e multiculturalista,
de modo que a universalidade não seja uma universalidade de partida, mas sim uma universalidade de chegada.
Inexauribilidade Limitabilidade
Os direitos humanos são inesgotáveis, podendo ser Não existe direito absoluto (exceto tortura,
expandidos e ampliados a qualquer momento. tratamento cruel degradante e escravidão).
Então, há apenas um rol exemplificativo.
Portanto, os direitos podem ser limitados nos
momentos de crise e frente a interesses ou direitos
Essencialidade
que mais importantes (Princípio da Ponderação).
Os direitos humanos têm como essência a condição
Além disso, há também o Princípio da Reserva do
de ser ser-humano.
Possível, que coloca a possibilidade de o Estado
Imprescritibilidade prover o que não lhe causa prejuízo orçamentário,
observados os limites da razoabilidade econômica.
Os direitos humanos não prescrevem – não perdem a Porém, NÃO pode ser utilizado para omitir-se.
sua aplicabilidade com o passar do tempo.
Complementariedade
Inalienabilidade
Os direitos humanos não devem ser observados
Os direitos humanos são inalienáveis. Isto é, não há isoladamente, pois se complementam.
possibilidade de transferências.
Concorrência
Irrenunciabilidade
Os direitos humanos podem ser exercidos de forma
Não pode haver renúncia dos direitos humanos. acumulativa.
Ninguém pode “abrir mão” dos seus direitos
Vedação ao Retrocesso
Inviolabilidade
Os direitos humanos não podem ser retrocedidos.
Os direitos humanos não podem ser violados por leis Uma vez conquistados, não podem “voltar atrás”. A
e atos administrativos. proibição do retrocesso visa impedir que um
legislador venha a suprimir ou desconstruir o grau de
Efetividade
concretização dos direitos humanos. É também
A Administração Pública deve criar mecanismos chamado de “efeito cliquet”.
coercitivos aptos à efetivação dos direitos humanos.
As provas também podem trazer esta característica
voltada aos direitos sociais, de segunda geração,
utilizando o termo “Proibição do Retrocesso
Social”.
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