A Dinâmica Do Crescimento

A DINÂMICA DO CRESCIMENTO
As forças ocultas por trás do sucesso

e da autorrealização
Licensed to Fabio Lucas Félix Cardoso - major_supremo12@hotmail.com

Mabel Cristina Dias
São Paulo, agosto 2016

© Mabel Cristina Dias
Ficha Técnica:
Capa
Lucca Ferronatto
Revisão
Marina Dias Bianco
Edição
Linear B Editora
www.linearb.com.br
1a edição: agosto de 2016
Linear B Editora
Rua dos Pinheiros, 1076 cj 52 • Pinheiros
CEP 05422-002 – São Paulo – SP – Brasil
Tel 011 3812-3112 e 3812-2817 – www.linearb.com.br
Infothes Informação e Tesauro

Obra registrada na Fundação Biblioteca nacional
C899
.—
São Paulo: Linear B, 2014.
ISBN 978-85-5538-
1.
CDU 111
CDD 110
Catalogação elaborada por Wanda Lucia Schmidt — CRB-8-1922

Dedico este livro àqueles que desejam
uma experiência de vida extraordinária.

Sumário
Prefácio 9
Introdução 21
Capítulo 1: Camadas da Mente 35
Capítulo 2: Diferentes Cérebros 53
Capítulo 3: Ego 69
Capítulo 4: Sistema de Crenças Pessoal 83
Capítulo 5: Sistema de Crenças Coletivo 97
Capítulo 6: Ilusões 117
Capítulo 7: Emoções 133
Capítulo 8: Autossabotagem 145
Capítulo 9: Zona de Conforto 161

Capítulo 10: Armadilhas Mentais 173
Capítulo 11: Resistência ao Crescimento 187
Capítulo 12: A Iluminação e o Processo Criativo 195
Conclusão 213
Agradecimentos 227
Bibliografia 229
Informações sobre a autora 235

Prefácio
“Se queremos progredir, não devemos

repetir a história, e sim, fazer uma
nova história.”
Mahatma Gandhi
Em quase seis mil anos de história, não houve um

período com tamanho potencial – tanto para o crescimento
quanto para a destruição – como o que se vive agora.
Enfrentamos uma crise sem precedentes a nível
pessoal e coletivo, o que deixa claro que as lições do passado
não foram aprendidas.
O filósofo Edmund Burke alertou: “Um povo que
não conhece a sua história está condenado a repeti-la”.
Entretanto, conhecer o passado não é o suficiente, senão a
humanidade já estaria em outro patamar de desenvolvimen-
to. E não basta por uma simples razão: o agente responsável
por todos os problemas que enfrentamos é incapaz de aprender
com os próprios erros.
É preciso ir além da história, pois esta, em última análise,
foi erguida sobre os ombros do ego, uma estrutura psicológica
ilusória e doentia. Basta dizer que, em quase seis mil anos,

10 Mabel Cristina Dias
houve apenas trinta sem registros históricos de guerra. Vamos

considerar que tenha havido trégua entre os povos neste curto
período, mas teria havido alguma paz nos corações?
Para que o homem possa sobreviver como espécie e,
mais, experienciar uma nova realidade coerente com a sua
verdadeira essência, terá que desmascarar o impostor que
vive em sua mente.
Há quase cinco bilhões de anos, o equilíbrio do planeta
Terra é sustentado por forças inteligentes da natureza, que
garantem a ordem e a vida em todos os sistemas. Somente nas
últimas quatro décadas, o homem conseguiu comprometer
esse equilíbrio de tal forma, que atingimos um ponto de
irreversibilidade, segundo alguns cientistas.
Infelizmente, a maioria desconhece essa realidade.
O sistema que vigora no planeta é habilidoso em manter
bilhões de pessoas ocupadas com a “luta” pela sobrevivên-
cia ou com as distrações alienantes do cotidiano. É muito
conveniente para o status quo que não se tenha tempo ou
interesse em investigar assuntos realmente importantes.
Não é só o sistema que tem atrasado a mudança
para uma nova era de crescimento sustentado. O próprio
ser humano vem resistindo inconscientemente a ela. O ego
enxerga as mudanças como perigo, porque estas ferem seus
interesses. O ego não gosta de ter sua zona de conforto
abalada ou sua estrutura de poder ameaçada.
Dentre os que estão cientes da atual problemática
ambiental, muitos subestimam o prognóstico dos cientistas.
Isso acontece com as grandes questões da humanidade: as

A Dinâmica do Crescimento 11
pessoas acreditam que o quadro não é tão sério assim, o

ignoram e voltam a se ocupar com suas próprias vidas.
Outros permanecem na eterna esperança de que as
soluções apareçam por milagre ou que um salvador surja de
última hora para resolver tudo. A negação e o pensamento
mágico são duas reações psicológicas de defesa extremamente
comuns entre as pessoas quando se deparam com questões
dramáticas e que exijam mudança de atitude. O ser humano
normal tem pavor de mudanças.
O certo é que, sabendo ou não dos fatos, subestimando
ou não sua gravidade, todos já podem notar os efeitos da forte
instabilidade que afeta os diferentes setores da sociedade,
sem falar do mundo interno de cada um.
Basta conversar com as pessoas ou acompanhar as
notícias do mundo para perceber a insatisfação generalizada
frente à recessão econômica, desigualdade social, miséria,
conflitos armados, terrorismo, corrupção e violência. O
cenário é caótico.
O homem polui o planeta em ritmo frenético. Explora
o meio ambiente até exauri-lo; consome, em pouco tempo, o
que a natureza levou bilhões de anos para criar.
O ser humano já sente, direta ou indiretamente, as con-
sequências das alterações climáticas, da extinção de outras
espécies e da espoliação dos recursos naturais do planeta.
Mesmo assim, mantém seu comportamento predatório. O
que a humanidade faz hoje é suicídio coletivo.
No mundo dos negócios, a inconsciência predomina.
As indústrias das armas, drogas e medicamentos encabeçam
a lista das atividades mais lucrativas. Bolhas financeiras

são criadas e perpetuadas, comprometendo a economia de

países e, por efeito dominó, o mundo inteiro.
Setenta por cento da produção científica se destina a
fins bélicos. Existe um arsenal nuclear – capaz de destruir
várias vezes o planeta – nas mãos de homens cegos pelo
poder. É fácil entender porque cientistas que trabalham
para a guerra não se interessam em investigar assuntos
importantes como consciência, poderes paranormais,
experiências de quase morte, espiritualidade, vida após a
morte e outras dimensões da realidade. Para a ciência, estes
são assuntos pertinentes à esfera das religiões.
Por sua vez, as religiões se afastaram da proposta inicial
de religar o homem ao Divino. A ideia de salvação póstuma
enfraqueceu o poder do indivíduo que, na esperança de
encontrar paz, felicidade e justiça no outro mundo, muitas
vezes deixa de trabalhar, aqui e agora, as causas das suas
dificuldades. A ideia de um Deus fora de nós, poderoso e
inacessível, que comanda nossas vidas à distância, que julga
e pune nossas ações, nos afasta completamente do extraor-
dinário poder criativo que é inato ao ser humano.
Os homens permanecem na ignorância de sua própria
natureza, bem como da verdadeira natureza do Universo.
Os ensinamentos originais dos Mestres, que indicavam o
caminho para a cura da insanidade, foram desvirtuados e
tornaram-se eles mesmos parte da loucura.
No plano pessoal, a situação também preocupa. Cresce
o número de seres humanos que vivem em desespero frente
à pobreza, doença e solidão.

Apesar dos avanços científicos na área médica, a

incidência de doenças que limitam o ser humano para
o trabalho e que o impedem de desfrutar a vida em sua
totalidade vem aumentando. Segundo a Organização
Mundial da Saúde, vinte por cento da população do planeta
desenvolverá depressão em alguma fase da vida. A depressão
já é a quarta principal causa de incapacitação em todo o
mundo. Prevê-se que será a doença mais comum em 2030, à
frente das doenças infecciosas e do câncer.
A cada ano, dez milhões de pessoas tentam o suicídio.
Quase um milhão delas consegue, sendo que a proporção de
jovens vem aumentando progressivamente nas estatísticas.
Este é um levantamento raso, porém representativo,
da realidade do ser humano no início do terceiro milênio;
uma pequena amostra do que a humanidade vem criando
baseada em seu sistema de crenças pessoal e coletivo.
É urgente que investiguemos as verdadeiras causas
dos problemas que enfrentamos se quisermos solucioná-
-los e retomar o crescimento. Todavia, essa investigação
deve ser feita sob uma óptica superior à que tem sido usada
pelos analistas.
Estamos diante de uma situação aparentemente
complexa. Porém, quando analisarmos os fatos sob uma
nova perspectiva, chegamos à raiz da questão: o ser humano
sofre de uma crise de identidade.
Milhares de anos não foram suficientes para que o
homem se reconhecesse como ser cósmico e multidimen-
sional que é. Ele continua acreditando que é o seu ego, a
estrutura mental que faz com que se identifique com os seus

pensamentos, emoções, forma física, papel desempenhado

na sociedade, história pessoal e posses materiais.
A falta de reconhecimento sobre sua verdadeira
natureza repercutiu negativamente nas ações do homem
ao longo de sua trajetória e, consequentemente, gerou uma
infinidade de problemas para si e para os outros seres do
planeta. O homem perdeu a sintonia com sua essência e
sofre as consequências disso.
Há três aspectos importantes envolvidos no cresci-
mento, que representam patamares crescentes de percepção
sobre si mesmo, sobre o mundo e sobre a Realidade Última.
Conforme o homem expande suas percepções, torna-se
capaz de criar uma nova realidade mais próspera e feliz para
si, independente do fato de haver uma crise em andamento.
O sucesso e a autorrealização dependem do desenvol-
vimento contínuo desses três aspectos. São eles:
Aspectos individuais
São aqueles relacionados ao autoconhecimento, à

compreensão dos processos psicológicos comuns a todos
os seres humanos que interferem diretamente no sucesso
como: níveis de consciência, ego, instintos, percepções,
pensamentos, crenças, inteligências múltiplas, sentimentos
e emoções.
O conhecimento dos nossos próprios processos
mentais nos permite entender porque agimos de determinada

forma e os resultados que obtemos a partir de nossas ações

e comportamento.
Compreender o funcionamento da mente nos habilita
a reconhecer e superar os mecanismos inconscientes de
resistência ao crescimento que nos impomos sistematicamente.
Aspectos coletivos
Referem-se ao sistema de crenças dominante em

nossa sociedade e que, em última análise, determina como
são estruturadas todas as áreas do saber humano e o que é
aceito como verdade.
Este sistema de crenças coletivo influencia toda a
pesquisa científica, o ensino, a maneira como convivemos
uns com os outros e como tratamos a natureza.
Quando nos tornamos cientes do paradigma no qual
estamos inseridos, passamos a compreender os limites exter-
nos ao nosso crescimento e a necessidade de ultrapassá-los.
Aspectos cósmicos
Refere-se à maneira como nos relacionamos com o

Todo, a inteligência onipresente, onipotente e onisciente
que cria , ordena e sustenta todos os Universos, e da qual
fazemos parte.

A humanidade está parcialmente desconectada dessa

inteligência que é fonte de infinita criatividade, o que lhe
causa todo tipo de dificuldades.
Através do reconhecimento de que somos parte de
uma mesma consciência e da reconexão voluntária de cada
indivíduo com o Todo poderemos dar um salto expressivo
e ingressar em uma era de grande crescimento para todos.
O objetivo do livro é contribuir com a questão,
aprofundando cada um dos aspectos acima. Serão apre-
sentadas visões científicas e visões espirituais sobre o tema.
Acredito que a ciência e a espiritualidade lúcida são faces
da mesma moeda, pois representam a busca do homem pela
compreensão da realidade.
Na atual situação em que se encontra nossa espécie,
é prudente que ambas se unam na busca por soluções
para as questões mais relevantes para a humanidade. Para
avançarmos em direção a um futuro próspero, o homem
deve integrar os diferentes aspectos da realidade em si e
extrapolar essa integração para todas as áreas de atuação.
Apresentaremos nos próximos capítulos os obstáculos
mais comuns ao crescimento pessoal, ocasionados por
mecanismos psicológicos de resistência. Aprenderemos
como a própria mente atua sabotando o sucesso, a autorrea-
lização e como superar essa tendência.
Entenderemos, também, a necessidade de adotarmos
um novo paradigma em todas as esferas de atuação
humana, o mais breve possível. Alterar a visão de mundo da
coletividade mudará totalmente a maneira como tratamos a
nós mesmos e aos demais seres que coabitam o planeta.

E, por fim, expandiremos a percepção de quem

realmente somos, de nossa verdadeira essência. Compreen-
der que a consciência é a base de tudo que existe e aceitar
que somos, todos, manifestações da mesma Fonte é a única
forma de nos tornarmos uma civilização realmente avançada.
Épocas de crise oferecem uma oportunidade única
de crescimento. Não estamos aqui por acaso. Escolhemos
estar aqui e agora, neste exato momento histórico, a fim de
fazermos uma importante escolha individual e coletiva. Essa
escolha afetará não só a vida de cada um, mas toda a vida
na Terra: ou saltamos para um novo nível de consciência – o
que nos levará a um desenvolvimento extraordinário – ou
permanecemos como estamos e sofreremos as consequên-
cias das nossas escolhas.
Se você se interessou por este livro, é porque já sente o
impacto da grande crise em si mesmo ou na vida de alguém
próximo. Se, da mesma forma, busca por novas informações
que possam lhe ajudar a vencer esse período conturbado,
certamente as encontrará aqui. O propósito central desta
obra é fornecer subsídios para que todos, indistintamente,
possam enfrentar a turbulência com o máximo de tranqui-
lidade e mais, com grande crescimento nas diferentes áreas
da vida: física, mental, profissional, financeira e espiritual.
Saiba que está ao seu alcance atingir o sucesso e a au-
torrealização, a despeito da crise. Para isso, é preciso que
conheça os fatores ocultos envolvidos no processo e use esse
conhecimento não apenas em seu benefício, mas em favor
dos demais, como pede o novo paradigma que está surgindo
no mundo.

Neste prefácio, apresentamos um pouco da realidade

que o homem vem criando a partir de seus paradigmas
equivocados. Por que fizemos isso? Porque a maioria das
pessoas ainda precisa do contraste para despertar. Saber o
que não queremos nos ajuda a identificar o que realmente
queremos experimentar.
É muito importante partirmos da objetividade e da
aceitação tranquila do momento como ele se apresenta,
para que tenhamos uma chance de mudá-lo. Indignação,
ressentimentos ou raiva são matizes do ódio que devemos
deixar para trás, assim como o medo que vem pautando a
maioria das escolhas pessoais e coletivas até aqui.
É meu desejo que todos enxerguem e abracem essa
oportunidade de mudança. Espero que possam atingir o
sucesso e a autorrealização a partir do que será apresentado
aqui de forma descomplicada. E por fim, que aceitem ser
os agentes multiplicadores de um conhecimento capaz de
mudar o nosso destino.


Épocas de crise oferecem uma oportunidade

única de crescimento. Não estamos aqui por
acaso. Escolhemos estar aqui e agora, neste
exato momento histórico, a fim de fazermos
uma importante escolha individual e coletiva.

Introdução
“Não tente ser bem sucedido, tente

antes ser um homem de valor.”
Albert Einstein
Sucesso e autorrealização são aspectos distintos do

crescimento humano. Há uma diferença sutil entre eles:
sucesso é realização harmônica em todas as áreas, enquanto
autorrealização é a plenitude do ser.
Muitas pessoas acreditam que sucesso é a realização
de metas ou desejos específicos como fama, poder e riqueza
material. Definir sucesso como uma determinada quantia de
dinheiro, a posse de certa marca de automóvel, o tamanho
de uma casa ou um cargo específico limita grandemente o
que é ser bem sucedido.
As metas que alcançamos ao longo da vida podem
fazer parte do sucesso, mas não o determinam. Tê-las
é essencial para nossa experiência como cocriadores
da realidade, além de ser uma maneira importante de
avaliarmos o próprio progresso, porém alcançar metas não
é sinônimo de sucesso.

O sucesso é um processo interno, um movimento constante

em direção à harmonia em todas as áreas da vida. Muitas
pessoas são vitoriosas do ponto de vista financeiro, porém
estão doentes, enquanto outras desfrutam de ótimos rela-
cionamentos, mas não têm realização financeira. Nenhuma
delas é de fato bem sucedida.
Geralmente, se argumenta que o sucesso pessoal
é algo difícil de alcançar, já que é limitado por fatores
externos como conhecer pessoas influentes ou ter sorte de
estar no lugar certo na hora certa. Na verdade, esses fatores
“externos” são oportunidades que não acontecem por acaso,
são atraídos pela própria consciência da pessoa. O sucesso é
sempre resultado de um processo interno.
O passado pode ter determinado o presente, mas
não precisa determinar o futuro. A situação de vida atual
de uma pessoa é resultado direto de seus pensamentos,
sentimentos, decisões e ações do passado. Se ela se basear
apenas em uma situação atual de insucesso para determinar
quem ela é e o que pode vir a realizar, estará repetindo os
mesmos padrões que a levaram ao fracasso e, consequente-
mente, os mesmos resultados.
Frustração, desespero e reclamação só atrasam a con-
cretização dos nossos objetivos. O sucesso começa quando nos
afastamos, tranquilamente, daquilo que não queremos mais e
passamos a focar naquilo que queremos, sem qualquer ansiedade.
Por isso, é preciso modificar a maneira de pensar
para mudar os resultados, em tudo o que se faz. O sucesso
passa a ser duradouro quando entendemos suas causas e

conseguimos repetir os padrões correlatos de pensamento,

sentimento e comportamento que levam ao êxito.
A autorrealização, por sua vez, se refere à realização do
potencial máximo do ser, ou seja, quando o indivíduo torna-se
tudo aquilo que pode ser, aquilo que sua alma anseia, explorando
para isso todas as suas possibilidades. É plenitude, ou seja,
realização atrelada à felicidade. Esta deveria ser a motivação
maior para a busca humana.
O crescimento pessoal não é uma conquista reservada
para poucos. Não está condicionado à sorte ou ao fato de se
ter nascido com algum talento especial. Tampouco depende
de muito esforço. Na verdade, todos têm a oportunidade de
crescer, pois há uma ciência por trás do sucesso e da autorrea-
lização baseada em leis físicas que regem o Universo. Aquele
que as domina, inevitavelmente, terá crescimento ilimitado. O
mais interessante é que esse conhecimento já existe em cada
um, apenas encontra-se oculto sob o véu de esquecimento.
É muito forte a crença de que o simples fato de querer
algo e se esforçar para consegui-lo é o suficiente para ser bem
sucedido. Na prática, as coisas não são tão simples assim,
pois há fatores sutis muito mais importantes envolvidos na
criação da realidade do que o mero querer.
Duas forças opostas atuam sobre o ser humano e
determinam se haverá crescimento ou estagnação. De um
lado, a força da evolução inerente ao Universo impulsio-
nando o indivíduo para a mudança e para o crescimento;
do outro, a força de resistência do ego tentando manter as
coisas do jeito que estão para não perder o poder.

Normalmente, essas duas forças passam despercebi-

das ao longo de toda uma vida. Com os anos, geram conflito
interno e a consomem grande parte da energia pessoal. O
resultado final é frustração, desistência e adoecimento.
É muito fácil observar o duelo entre as duas forças,
através do padrão de oscilação que as pessoas apresentam:
em um momento estão entusiasmadas com seus projetos, em
outro desistem perante as dificuldades, para depois de algum
tempo voltarem a se animar, num ciclo infindável de inércia
e estagnação. Isso é o que acontece no geral, nas múltiplas
tentativas de emagrecer, praticar exercícios físicos, poupar
dinheiro, ter relacionamentos mais harmoniosos, abrir um
negócio próprio, praticar a verdadeira espiritualidade.
Aquele que compreende essa dinâmica oculta é capaz
de alcançar a realização dos seus sonhos bem como a felici-
dade e a plenitude do ser.
Cada um cria a própria realidade tendo como base o seu
sistema de crenças; isto é, uma pessoa manifesta em sua vida
exatamente aquilo em que crê. Saiba disso ou não, acredite
nisso ou não, é o que acontece na totalidade das vezes.
Quem acredita que progredir na vida é difícil, somente
conquistará algum progresso à custa de muito esforço.
Quem acredita que não se pode confiar em ninguém, atrairá
magneticamente pessoas pouco confiáveis para sua vida.
Por outro lado, aquele que crê ser merecedor da
abundância, e não tem qualquer dúvida em relação a isso,
manifestará a prosperidade; e assim por diante. Basta obser-
var a própria vida e constatar que você só se obteve aquilo
que antes concebeu na mente.

É um fato incontestável que nossa realidade é o

espelho das nossas mais íntimas convicções. O que algumas
tradições espirituais observaram em tempos remotos, hoje
pode ser comprovado pela física moderna e outras ciências
de fronteira: a consciência cria a realidade.
O ser humano carrega consigo um conjunto de
crenças, principalmente a nível inconsciente, que limita o
desenvolvimento pleno de seu potencial. Por exemplo, a
crença de que “pobre morre pobre” é umas das mais comuns
entre as pessoas que carecem de prosperidade material.
Mesmo que tentem trabalhar mais, se esforçar mais, não
conseguem passar de um determinado limite de ganhos. A
crença opera no inconsciente; silenciosamente, moldando
pensamentos, sentimentos e atitudes ligados a essa crença de
impotência. Consequentemente, a profecia se realiza: essas
pessoas permanecem pobres do ponto de vista material.
Para agravar o problema, a sociedade contemporâ-
nea opera com uma visão de mundo materialista, que se
mostra cada vez mais inadequada para resolver as principais
questões da humanidade.
Voltando ao exemplo acima, a pessoa já acredita que
manterá seu status financeiro porque nasceu pobre. Mas,
caso tente sair desta condição abrindo um negócio, entrará
em um mercado altamente competitivo, uma selva onde
sobrevive o mais forte e o mais apto. Isso porque o sistema
no qual estamos inseridos baseia-se no materialismo, um
paradigma separatista, egoísta e competitivo.
Temos, então, a formação de um binômio sinérgico e
altamente restritivo ao crescimento: de um lado, as limitantes

crenças individuais e, de outro, as obsoletas crenças coletivas.

O resultado dessa interação equivocada é notório: bilhões
de pessoas manifestando dificuldades e insatisfação na sua
realidade, dia após dia.
Cria-se um ciclo vicioso: o sofrimento de cada ser
humano alimenta o mundo com muita negatividade. Da
mesma forma, os problemas do mundo oprimem ainda mais
o indivíduo, num perverso mecanismo de retroalimentação.
Por tudo isso, é de suma importância que olhemos
para as questões que há muito deixaram de ser os problemas
dos outros e passaram a ser os nossos próprios problemas.
Negar o fato de que ultrapassamos todos os limites
como civilização é uma postura insensata que somente
atrasará a resolução do problema e trará mais sofrimento
a todos.
Einstein disse que não podemos resolver um problema
com o mesmo tipo de pensamento que o produziu. No
entanto, é exatamente isso o que estamos tentando fazer.
Procuramos resolver problemas pessoais através de
soluções propostas pelo próprio criador dos problemas –
o ego. Por exemplo, toda forma de punição a um delito
cometido por alguém se torna ineficaz se não houver,
paralelamente, uma orientação amorosa. Quando um ego
pune o outro sem amor, surge imediatamente uma reação
contrária de ódio. Por isso, os castigos não educam; pelo
contrário, só estimulam novos delitos. Este é o padrão
ego contra ego, crime e castigo, que se perpetua desde os
primórdios da humanidade, seja no sistema penal, seja nos
lares disfuncionais.

Em escala global, acontece o mesmo: tentamos sanar

problemas criados por uma visão de mundo materialista
através de soluções baseadas no mesmo paradigma obsoleto
que os criou. Por exemplo, países ricos impedem a migra-
ção de refugiados de zonas de conflito e pobreza extrema,
através da deportação e do uso de violência, como se não
tivessem nenhuma responsabilidade em relação aos proble-
mas dessas comunidades.
A histórica exploração dos países em desenvolvimento
e o financiamento bilateral de conflitos armados pelos países
de primeiro mundo estão relacionados, direta ou indireta-
mente, com essas migrações. E a solução de um problema
criado pelo materialismo acaba repetindo os equívocos deste
sistema de crenças separatista.
Na verdade, só há uma saída para todas essas questões.
Apenas a expansão da consciência individual será capaz de
reverter, a médio e longo prazo, os problemas causados pelo
egocentrismo e pelo materialismo.
Somos seres autoconscientes e os únicos responsáveis
pela própria felicidade. Além disso, temos enorme res-
ponsabilidade em relação à manutenção da vida sobre a
Terra. O surgimento de um novo mundo de paz, harmonia,
cooperação e sustentabilidade é plenamente viável, mas
depende de restabelecermos ,o quanto antes, a conexão com
nossa Essência, com a natureza e com o Todo.
Sendo espíritos dotados de livre-arbítrio, em algum
nível do nosso ser, seja consciente ou inconsciente, escolhemos
as experiências pelas quais desejamos ou precisamos passar
no plano físico. Sejam boas ou ruins, conforme julga nossa

limitada compreensão, todas elas são criadas por nós e nos

trarão algum aprendizado.
Não há como fugir da evolução, pois ela faz parte
da natureza do Universo. Contudo, o sofrimento causado
pela resistência ao fluxo natural de crescimento é total-
mente opcional.
A cura para todos os nossos problemas exigirá uma
transformação profunda na nossa maneira de ver, estar e agir
no mundo. Temos de retomar o crescimento em todos os
níveis do ser para sairmos da crise sem maior sofrimento.
Vejamos duas informações científicas importantes.
Uma aponta para a necessidade de haver uma mudança
rápida em nossa sociedade e a outra nos acena com a possibi-
lidade de criarmos uma nova realidade usando a consciência
como catalisadora do processo.
A ciência descobriu que sistemas complexos como, por
exemplo, a natureza e a sociedade, evoluem uniformemente
apenas até certo ponto. Eles crescem até atingir um limiar
de estabilidade e em seguida bifurcam ou colapsam.
A expressão bifurcar vem da Teoria do Caos e indica
que o caminho de desenvolvimento de um sistema encontrou
uma mudança rápida e anteriormente imprevista. Assim,
quando a instabilidade atinge um ponto crítico – como o
que estamos vivendo agora – há duas alternativas para estes
sistemas: ou saltam para um estado superior de estabilidade
dinâmica ou entram em colapso. Foi isso o que aconteceu
com muitas espécies na natureza e com civilizações antigas
– a extinção. Estamos agora nessa mesma encruzilhada.
Qual caminho escolheremos?

Quem vai dar início à mudança?

Vamos esperar pela ação de governos ou de instituições
não governamentais?
Vamos aguardar pela intervenção de seres extraterrestres?
Vamos rezar pela intercessão divina?
Deixando de lado o pensamento mágico de que alguém
virá resolver os problemas que nós mesmos criamos, é mais
prudente fincarmos os pés na realidade e compreendermos
que as portas para uma nova realidade planetária já estão
abertas, mas que os recursos de que necessitamos chegarão
somente no momento em que:
 Aceitarmos que somos seres multidimensio-

nais (espíritos, consciências) e passarmos a agir
conforme essa verdade;
 Assumirmos total responsabilidade pelo que está
acontecendo em nossas vidas;
 Comprometermo-nos como agentes da mudança
planetária.
Resistir a essa realidade nos afasta vibracionalmente

dos valiosos recursos que estão disponíveis no nosso próprio
ser e no Todo.
A criação de uma massa de pessoas conscientes pode
virar o jogo que parece perdido, e isso deve ser buscado o
quanto antes. Lembremos, a encruzilhada diz: saltar ou cair.
Se por um lado a ciência nos pede urgência, por outro
nos traz a esperança e os subsídios para alavancar a mudança
necessária. A Mecânica Quântica, um ramo moderno da

física, constatou experimentalmente que, no nível mais

básico da matéria, a realidade não é pré-determinada como
se pensava, e sim, probabilística e que o observador é quem
cria a realidade. Entende-se por observador aquele que
observa ou faz as medidas no experimento.
Se extrapolarmos os achados laboratoriais da Mecânica
Quântica sobre a natureza da matéria para nossa própria
vida – já que somos feitos dos mesmos átomos estudados
pelos físicos – fica fácil entender porque não somos meros
espectadores de tudo o que nos acontece. Essa extrapolação
entre mundo macro e micro já está sendo feita por alguns
físicos quânticos mais corajosos, que não temem perderem
sua reputação no meio científico ou mesmo seus empregos.
Diante das infinitas possibilidades da existência,
somos capazes de escolher uma delas e manifestá-la na
realidade. Fazemos isso a todo instante, mas ainda de forma
inconsciente e desalinhada, na maioria das vezes.
Saber que criamos a nossa própria realidade nos
autoriza a tomar as rédeas de nossos destinos como
indivíduos e como coletividade. Podemos optar consciente-
mente entre uma vida plena ou caótica.
Adianto que a retomada do crescimento, o sucesso
e a autorrealização serão atingidos não pelo ego, mas pela
integração deste com a Essência, e pelo realinhamento
voluntário da consciência de cada ser humano com o Todo.
Apesar da complexidade da situação, todos nós
podemos ser agentes efetivos de transformação. Como
diz Erwin Laszlo, um dos maiores teóricos de sistemas da
atualidade, a expansão da consciência de cada indivíduo

pode ser o Efeito Borboleta capaz de causar uma revolução

em todos os setores da sociedade.
Para o Universo, só existe você como centro da criação da
sua realidade. E é assim com cada um de nós. Em última
instância, cada um cria seu próprio mundo com absoluta-
mente tudo o que há nele, através das escolhas diárias que
faz, em termos de pensamentos, sentimentos e ações.
Apesar de criarmos a própria realidade individu-
almente, compartilhamos de uma realidade em comum,
de forma previamente combinada entre as consciências
envolvidas, para que possamos expressar a liberdade de
nossas Essências eternas.
A realidade da terceira dimensão é um jogo virtual e
interativo para que os participantes tenham as experiências
que suas Essências desejam viver. Sendo assim, cabe a cada
um relembrar seu propósito maior e usufruir da oportunidade
que nos é dada da melhor maneira possível.
O conteúdo a seguir ajudará a todo aquele que
deseja criar uma nova realidade de abundância, saúde,
autorrealização, felicidade e poder pessoal em sua vida e,
ao mesmo tempo, colaborar para a criação de um mundo
melhor para todos.


Há uma ciência por trás do sucesso e da

autorrealização baseada em leis físicas que
regem o Universo. Aquele que as domina,
inevitavelmente, terá crescimento ilimitado.

Capítulo 1
Camadas da Mente
“O homem é livre de tudo o que sabe

e escravo de tudo o que ignora.”
Huberto Rohden
Quantas vezes já tentou abandonar um hábito

que vem lhe prejudicando ou mesmo adquirir um novo
hábito e não obteve sucesso? Por que nem sempre faz o
que sabidamente é o melhor para si? O que lhe impede de
realizar todos os seus potenciais? Será que está, realmente,
no controle de sua vida?
Caso esteja disposto a atingir o sucesso e a autor-
realização, você deve, em primeiro lugar, resgatar o seu
poder pessoal. Precisa desenvolver uma vontade inabalável
e fortalecer o domínio sobre si. Para isso, é essencial que
busque o autoconhecimento, que saiba quais são as suas reais
motivações: porque faz o que faz ou não faz o que deveria
ser feito.
Há um universo em você ao qual nem sempre tem
acesso. Geralmente, aquilo que o impulsiona está fora do

alcance da sua consciência ordinária. Pensa ser inteiro,

acredita ser livre para escolher e que está no comando das
próprias ações, mas isso é uma ilusão. Na verdade, você está
fragmentado e sob a forte influência de partes de si mesmo
às quais desconhece completamente e que, ainda sim, regem
a maioria de suas escolhas.
Uma pessoa que deseja emagrecer, normalmente sabe
que será necessário alimentar-se corretamente e exercitar-se
com regularidade. Saber disso seria o suficiente para
motivá-la a fazer o que é necessário até que conseguisse o
resultado almejado. Mas não é o que acontece com a maioria
das pessoas que se propõe a perder peso.
Mesmo desejando conscientemente a mudança e sa-
bendo o que é preciso ser feito, muitas vezes fracassamos em
nossas tentativas. Existem programas que rodam silenciosa-
mente na mente e nos impedem de alcançar nossos objetivos.
É fundamental que você conheça os fatores ocultos
capazes de lhe impulsionar ou intimidar. Esse conhecimento
o levará a um maior domínio sobre si e, consequentemente,
sobre a realidade que deseja criar.
O autoconhecimento é o ponto de partida para
conseguir a integração dos aspectos fragmentados da sua
personalidade responsáveis por todo tipo de dificuldades.
Obtendo o autoconhecimento, é natural que evolua
naturalmente para o reconhecimento de sua verdadeira
natureza – espiritual – para a aceitação de que tudo o
que existe é consciência e, finalmente para a necessidade
de se unificar com o Todo. Esse é o caminho que todos
percorrerão, mais cedo ou mais tarde. Quanto antes for

percorrido, pela própria vontade, mais rapidamente se

atingirá a autorrealização.
Sigmund Freud foi um dos primeiros estudiosos da
mente a admitir a existência de níveis de consciência. Ele
observou que as crenças, impulsos, sentimentos e emoções
subjacentes permanecem enterrados em uma parte da psique
– o inconsciente – normalmente indisponível para nós.
Pense em um iceberg, aquele imenso bloco de gelo
flutuante. A parte visível que se encontra acima do nível
do mar corresponde apenas a cerca de 10% da sua massa.
Os 90% restantes permanecem submersos, donde o enorme
perigo que conferem à navegação. A sua mente é exatamente
como um iceberg. A porção acima da superfície representa
o consciente, a pequena parte que você conhece sobre si
mesmo, o conjunto de seus pensamentos e percepções sobre
a realidade à sua volta.
Mais abaixo, e representando a maior parte da
sua mente, está o inconsciente, que consiste de camadas
submersas e inacessíveis de sua psique. É aqui que moram os
medos, impulsos morais, conteúdos reprimidos, experiências
constrangedoras, motivações violentas, desejos irracionais,
necessidades egoístas e desejos sexuais inaceitáveis. Enfim,
tudo aquilo que não aceitamos em nós ou que nos faz sofrer
é reprimido e vai para as profundezas da mente.
Podemos ainda diferenciar a parte mais superficial
do inconsciente – o pré-consciente – como aquela camada
que abriga as lembranças da infância, os conhecimentos
adquiridos e outros conteúdos passíveis de investigação
e reprogramação. Uma introspecção cuidadosa desses

conteúdos, aliada a um desejo sincero de ultrapassar o

desconforto psicológico decorrente dessa pesquisa, permite
que eles venham para o consciente, para que sejam aceitos,
integrados ou modificados.
A psicologia espiritual contemporânea, conhecida
também como transpessoal, diferentemente da forma
concebida por Freud, considera a alma como participante
da psique e admite a existência de três compartimentos da
mente, que funcionam de forma interdependente. São eles:
o consciente, o subconsciente e o supraconsciente.
A mente consciente
A mente consciente é aquela que você usa para

raciocinar, se concentrar em algo, tomar decisões, exercer a
vontade, ter disciplina. É através dessa pequena parte de seu
universo psíquico que você se reconhece como sendo uma
individualidade e assim interage com o mundo.
O consciente é a parte da mente que se usa para focar
no momento presente e analisar os acontecimentos. É por
meio dele que você pode afirmar seu poder pessoal. Através
dele, você pode alimentar ou reprogramar o subconscien-
te, bem como receber e processar informações de outras
dimensões da realidade vindas do supraconsciente.
A função básica da mente consciente é focar na
realidade física, analisá-la, integrá-la e formar crenças sobre
ela. Essas crenças são armazenadas no subconsciente.

O consciente é capaz de pensar, planejar e coordenar

a ação no plano físico. Os pensamentos e sentimentos criam
a realidade, por isso você precisa ter domínio sobre o que
pensa e sente, já que está projetando, consciente disso ou
não, sua própria vida. É fundamental ter consciência de seus
pensamentos e sentimentos a todo o momento, para criar
uma realidade de abundância, felicidade e autorrealização.
Este é o real propósito de se expandir o poder pessoal.
O número de informações que chega do ambiente até
você, a todo instante, é imenso. É impossível prestar atenção
a todas elas, pois congestionaria sua mente consciente.
Por isso, apenas parte delas são percebidas, as demais são
enviadas para a sua mente subconsciente, que funciona como
um verdadeiro computador, abrigando uma quantidade ex-
traordinária de arquivos em sua memória.
Você alimenta a todo instante os arquivos do subcons-
ciente com conteúdos dos mais variados, podendo escolher
conscientemente o que vai plantar nesse nível. Por essa
razão, a função chave da mente consciente é operar como
um programador de computador.
Outra função da mente consciente é analisar o que vem
do subconsciente. Quando um pensamento, sentimento ou
impulso surge da mente subconsciente, é dever do consciente
usar suas propriedades de raciocínio e discriminação para
examinar esse conteúdo. Se for positivo e coerente com sua
essência espiritual, você deve permitir que ele aflore. Se não,
deve ignorá-lo e substituí-lo por outro mais adequado. Isso
deve ser feito sistematicamente até que tenha verdadeiro
domínio de si.

Você pode assumir o comando do que deseja pensar,

sentir ou fazer. Qualquer justificativa para não assumir esse
comando é apenas uma estória que conta a si mesmo na
tentativa de amenizar o desconforto causado por não fazê-lo.
O desconforto que surge quando não tem autodomínio é
resultado da falta de alinhamento com as necessidades da sua
alma, que acabam sendo abafadas. A alma quer se realizar
e quando não consegue, o organismo sente isso como um
mal – estar vago ou mesmo angústia.
Justificativas para não assumir o controle da própria
vida são apenas racionalizações do porque está adiando o
inevitável.
O consciente também é responsável pela imaginação
criativa com a qual você imagina deliberadamente uma
situação que deseja experimentar na sua realidade, com todos
os seus detalhes, como se já estivesse acontecendo. Com o uso
dessa faculdade, você pode expandir sua percepção, mudar
crenças, desenvolver novas habilidades e resolver problemas.
O consciente, enfim, representa o seu presente. Nele
reside a vontade e as energias motoras para a manifestação
dos acontecimentos necessários ao atual momento evolutivo
do seu ser.
A mente subconsciente
A mente subconsciente não tem capacidade de raciocí-

nio, como tem a mente consciente. Ela é responsável apenas

por armazenar informações que recebe e obedece às ordens

da mente consciente, sejam elas racionais ou irracionais.
O subconsciente faz tudo aquilo para o qual foi
programado, seja lá o que for. Pode se comunicar com você
por meio de sonhos, pelo método de livre-associação de
ideias ou se estiver sob o efeito de hipnose.
A mente subconsciente é responsável pelo comando
do seu corpo físico e por grande parte de suas escolhas e
comportamentos quando não está no controle, isto é, quando
não se encontra totalmente presente no agora, no domínio
de si mesmo. Quando você permite que a mente vague sem
direção, fica à mercê dos condicionamentos do passado,
que determinam respostas repetidas e sem criatividade às
situações mais corriqueiras do presente.
O subconsciente deve ser trabalhado incessantemente
com o intuito de transformar percepções e maneiras de pensar
para criar a sua realidade de uma forma mais consciente.
A mente subconsciente funciona de forma ininterrupta,
mesmo quando você dorme. É a sede das suas memórias. Se
não buscar o controle consciente da mente subconsciente, seus
pensamentos e sentimentos “traumáticos” que recalcou para
evitar o sofrimento, bem como os condicionamentos, podem
formar um emaranhado energético ou um hábito mental que
prejudica a saúde do corpo e retarda o despertar espiritual.
O subconsciente exerce grande influência sobre a
saúde. A maioria das funções corporais como respiração,
batimentos cardíacos, ajuste de temperatura, sistema de
defesa é realizada automaticamente, sem nos darmos conta.

O poder de criar a doença também funciona no campo

do subconsciente. Pensamentos negativos e sentimentos de
medo, raiva, preocupação, ansiedade e tristeza, mantidos por
longo tempo penetram no subconsciente e ali se alojam ,
afetando o bom funcionamento do fígado, coração, cérebro,
pulmões, rins, vasos sanguíneos, etc.
Quando a negatividade se acumula, o sistema imuno-
lógico começa a falhar na defesa contra micro-organismos
e células cancerosas que se formam diariamente no corpo,
propiciando o surgimento de infecções e câncer. Ninguém,
conscientemente, programa um câncer, mas muitas pessoas,
inconscientemente, o fazem por meio da persistência de
sentimentos negativos, como raiva, em relação a si mesmas
e aos demais.
Por isso, fique atento ao alimento que oferece ao seu
subconsciente. Ele não raciocina, apenas cumpre ordens do
consciente. O controle de sua saúde está em suas mãos.
Sua energia está onde está sua atenção. Concentre-se
apenas no bem que há no mundo, em você e nas pessoas.
Substitua pensamentos e emoções negativas. Vibre inten-
samente na energia do amor e da gratidão que o poder de
autocura entrará em ação.
O subconsciente opera de modo independente da
mente consciente. Sua função básica é armazenar informa-
ções. Ele é o armazém e o banco de dados de todos os seus
pensamentos, sentimentos, imaginações, hábitos, impulsos
e desejos.
A mente subconsciente pode ser lapidada positiva-
mente, e transformada em uma aliada, para que você crie
em sua realidade tudo aquilo que deseja.

As funções da mente subconsciente, então, seriam:

manter a integridade do corpo, receber percepções, armaze-
nar memória, transmitir conteúdos guardados ao consciente
e seguir o comando do mesmo.
O subconsciente, por conter os instintos, memórias, o
hábito e o automatismo, representa o seu passado, desta vida
e das reencarnações anteriores.
A mente supraconsciente
A mente supraconsciente é onisciente, ou seja, tudo

sabe. É a mente da sua Essência, aquela que tem acesso à
sabedoria universal. É a mente individual do Todo em ação.
Você acessa o supraconsciente quando medita, ora
profundamente, canaliza; quando usa a intuição, quando tem
sonhos reveladores, profundos ou premonitórios, ou quando
alcança o êxtase místico ou a sutileza do amor divino.
O supraconsciente pode lhe auxiliar caso se alinhe a ele,
mas nunca interfere em seu livre-arbítrio no nível consciente.
Cada um de nós possui uma mente supraconscien-
te. No entanto, todas as mentes supraconscientes unidas
formam uma só mente, a mente do Todo.
O supraconsciente é a fonte de todo conhecimento
que você deseja ou precisa. Esse conhecimento pode ser
apresentado por meio de sonhos, visões, inspirações ou
através de estados alterados de consciência.
A mente supraconsciente é transmissora de informação
e nada mais. Isso significa que ela não lhe diz o que você

deve fazer, mas apenas revela o que pode ser feito, pois sabe
que você tem livre-arbítrio para escolher o próprio caminho.
O supraconsciente representa o seu futuro. Guarda
arquivos de ordem superior, que o ser humano conquistará
gradualmente em sua jornada evolutiva. Nele encontra-se
o ideal e a meta superior a ser alcançada por sua Essência.
Integrando as três camadas da mente
Você está ligado ao Todo – o Oceano Primordial

de Consciência – através da mente supraconsciente. A
quantidade de informação e energia que esta pode receber é
praticamente infinita.
A energia vinda do Todo é indiferenciada, não
polarizada. Isto significa que ela pode ser positiva ou negativa
dependendo da sua intenção. A criação desta energia no
subconsciente é feita pela intenção, pelo uso de palavras,
visualizações, meditações, atitudes, comportamentos.
Existem inúmeras maneiras de usar a energia e
polarizá-la no subconsciente. Feito isso, terá uma quantidade
praticamente ilimitada de energia para ser usada. Da
energia pura poderá criar qualquer coisa, pois a matéria é
simplesmente luz condensada.
Depois que a energia foi polarizada, ela continua assim
até ser gasta. Depois que algo foi criado, não há retorno, pois
tudo o que é criado é pura energia materializada.
O inconsciente tem capacidade infinita de armazenar
energia polarizada. Normalmente, essa energia leva dezenas

de anos para ser gasta pelo indivíduo, mas pode levar séculos
em termos coletivos. De qualquer forma, a energia, depois
de polarizada, não desaparece por passe de mágica, você
terá de gastá-la de alguma forma. Sem isso, ela continuará
atuando no seu inconsciente e na sua vida prática.
Seu comportamento é definido pelo seu inconsciente.
Quando age automaticamente, é seu inconsciente dirigindo
seus atos. A maior parte do que faz é de forma automática.
O consciente entra apenas com uma pequena fração das
escolhas que faz no dia a dia. Por essa razão, é fundamental
controlar de forma consciente o que coloca no inconsciente
e o que sai de lá.
A razão pode controlar os conteúdos inconscientes,
fazendo com que essa energia seja canalizada de forma
construtiva. A energia deve ser canalizada para construir a
sua prosperidade.
A prosperidade pode ser infinita, pois a energia que
tem à sua disposição também o é. Basta escolher o que quer
ser e fazer. O seu foco é que determina como a energia será
gasta e o foco é sempre uma escolha consciente.
No dia a dia, você pode observar o seu inconsciente
nas escolhas que faz, nas emoções que tem, nos sentimentos,
nas atitudes, no direcionamento que dá para sua vida.
O segredo do sucesso e da autorrealização é integrar e
harmonizar os três compartimentos da mente. O consciente,
através da vontade, reprograma o subconsciente com
informações mais criativas vindas do supraconsciente, que
é infinitamente mais amplo e sábio. Quando isso acontecer,
você terá se tornado um canal do Todo.

Quando precisar de uma orientação sobre qualquer

assunto, pode consultar a mente consciente, que trabalha
bem com a razão. Para alguns assuntos, isso é o suficiente.
Contudo, em alguns momentos, as respostas não podem ser
encontradas nesse compartimento. É quando pode lançar
mão da intuição, que traz um saber direto, além da capacidade
do pensamento, originado no domínio da Essência.
Às vezes, você espera que uma voz interior tome
as decisões em seu lugar, e assim, pode acabar ouvindo
suas próprias crenças, pensamentos condicionados, ou os
pensamentos de outros menos sábios que você, guardados
no seu subconsciente.
Como saber se a fonte da orientação que recebe como
intuição vem do subconsciente ou do supraconsciente? A
resposta é: através do sentimento que o conteúdo recebido
lhe trás. Quando vem do subconsciente, geralmente a
resposta é acompanhada de emoções negativas sentidas
como medo, vergonha, culpa, raiva, mágoa, indignação,
tristeza, preocupação e ansiedade. Isso porque, no geral, seu
subconsciente foi alimentado com crenças limitantes de
outras pessoas e com suas próprias experiências infelizes.
As emoções negativas que sente sempre estão em
desacordo com a sua Essência, que é fonte dos mais nobres
sentimentos. Quando a orientação provém dela, as emoções
são positivas: amor, confiança, contentamento, entusiasmo,
alegria, paz, êxtase.
As emoções são como um sinalizador – um GPS – a
guiá-lo a todo o momento. As emoções positivas lhe orientam

sobre as melhores escolhas em relação ao referencial mais

importante: o seu próprio caminho evolutivo.
O que a Essência deseja viver será sinalizado através
da intuição e das emoções positivas. Por isso, você deve estar
sempre atento ao que está sentindo e trabalhar no sentido de
escolher os sentimentos mais alinhados com o Todo.
A maioria dos seres humanos vive no “piloto
automático”, quer dizer, poucos buscam a consciência,
a atenção ao momento presente. Poucos percebem o
bombardeio de pensamentos, sentimentos e emoções
negativas que nos povoam a mente ou que recebemos
diariamente no trabalho, no trânsito, na escola ou na rua, da
televisão, quando estamos fora do aqui e agora.
Estar no piloto automático é o mesmo que viver sem
poder de escolha. Neste caso, suas crenças e condiciona-
mentos comandarão sua vida e, provavelmente, criarão mais
daquilo que não quer em sua realidade.
Autossabotagem, medo, zona de conforto são reflexos
de quem está no automático. Os condicionamentos e crenças
só exercem poder sobre você, se abdicar da consciência, do
estar presente no momento.
Para cocriar uma realidade mais plena, é preciso
uma mudança radical, sair do automatismo para o viver
no estado mais consciente do agora, que é o seu verdadeiro
ponto de poder. Esta transição o levará a sair dos centros
inferiores do cérebro que regem a área do instinto e da
sobrevivência para os centros superiores que governam o
pensamento livre e a criação.

O biólogo Bruce Lipton, autor do livro A Biologia

da Crença, diz que uma nova ciência, a epigenética, admite
que os genes sejam, de fato, controlados e manipulados pela
forma como a mente percebe e interpreta o meio ambiente.
No passado, a ciência acreditava que os genes herdados dos
pais é que determinavam todas as nossas características.
As novas descobertas científicas revelam que você
pode mudar muitos aspectos seus, inclusive saúde, mudando
a forma como interpreta os acontecimentos e situações que
lhe acontecem.
Se interpretar as coisas de uma forma positiva,
começará a viver de forma mais saudável, independente da
genética com a qual nasceu. Uma nova atitude, positiva ou
negativa, envia novas mensagens para as células do seu corpo
e pode realmente reprogramar sua saúde e comportamento.
Pode até mesmo alterar a estrutura celular, transformando
células doentes em células saudáveis.
Essas descobertas invalidam a tradição médica baseada
no materialismo científico de que o corpo é apenas uma
máquina, e reconhece que a mente realmente desempenha
um importante papel na manutenção da saúde.
Lipton faz referência aos níveis da mente que
descrevemos anteriormente e que controlam o corpo. A
mente consciente que pode pensar livremente e ter novas
ideias, e a mente inconsciente, que é basicamente um
computador carregado com um banco de dados de com-
portamentos programados, a maioria dos quais adquiridos
antes de atingir a idade de seis anos.

A mente inconsciente não é capaz de sair sozinha de

seus programas fixos; reage automaticamente às situações com
suas respostas padronizadas. E, o mais grave, funciona sem o
conhecimento da mente consciente. É por isso que, geralmen-
te, não sabemos o porquê fazemos e agimos de determinada
maneira. Na verdade, na maioria das vezes, nem percebemos
que estamos agindo por influência do inconsciente.
Os neurocientistas verificaram que a mente consciente
fornece 5% ou menos da nossa atividade cognitiva, sendo
que muitas pessoas operam com apenas 1%.
A mente inconsciente trabalha com 40 milhões de
bits de dados por segundo, enquanto os processos mentais
conscientes com apenas 40 bits por segundo. Assim, o
inconsciente é muito mais poderoso. Logo, a sua vida reflete
sua programação inconsciente.
O trabalho do inconsciente é criar uma realidade
baseada no programa que foi gravado nele, para tentar
validá-lo. Então, se você tem programação negativa no seu
inconsciente, na maior parte do tempo você vai recriar essas
experiências negativas em sua vida.
A maioria dos programas gravados na mente incons-
ciente é baseada na negatividade, como, por exemplo, medo
do que os outros pensam de você, medo de não ser amado
ou aceito, medo de falar em público, medo do fracasso, medo
do sucesso, sentir que não merece, não consegue, não pode.
Toda crença falada ou pensada, será executada pelo
subconsciente. Ele é um servo que não raciocina, só executa.
Crenças são gravadas profundamente no subconsciente.
Para apagá-las, precisamos de uma emoção tão forte quanto

a que foi usada para gravá-las. A alegria apaga as crenças

negativas, dissolve a negatividade. E para sentir alegria, é
preciso sentir confiança na vida, confiança no Todo. Atente
para isso: não é estar alegre, é ser alegre. É uma questão de
sentimento de fundo, não de algo fugaz.
Poder pessoal é uma atitude. Você pode decidir manter
uma atitude de fraqueza ou de força a cada momento. Você
pode decidir se alinhar com o Todo ou continuar seguindo
o ego.
Você é a causa de sua própria realidade. Para criar aquilo
que deseja, é preciso assumir totalmente seu poder pessoal.


Você é a causa de sua própria realidade.

Para criar aquilo que deseja, é preciso assumir
totalmente seu poder pessoal.

Capítulo 2
Diferentes Cérebros
“Só se tem medo quando não se está

de acordo consigo mesmo”.
Herman Hesse
No capítulo anterior, conhecemos os comparti-

mentos da mente, e como estes podem influenciar seus
pensamentos, sentimentos e comportamento. Vimos,
também, a importância de reconhecê-los e integrá-los
devidamente, caso pretenda ter o autodomínio necessário
para ser um cocriador deliberado da sua realidade.
Neste capítulo, veremos de que forma o comporta-
mento do ser humano se relaciona com certas estruturas ce-
rebrais e como podemos transcender aos seus aspectos mais
limitantes, em busca de um estado de consciência expandida.
A neurociência moderna confirma o que os
antigos sábios já haviam notado: o homem é fortemente
influenciado por aspectos de seu próprio ser que lhe são
totalmente desconhecidos.

A mente humana é capaz de realizações relevantes

como as artes, cultura e tecnologia, mas possui uma
dimensão primitiva, irracional, que molda em grande parte
o comportamento do indivíduo.
O homem é um estranho para si mesmo. Poderia
ser livre e totalmente consciente das escolhas que faz, mas
não é. A maioria das pessoas desconhece o funcionamento
da própria mente e a quase totalidade está inconsciente a
respeito de quem realmente é e sobre sua verdadeira origem.
Aquele que ainda não despertou para sua natureza
espiritual é comandado por instintos, emoções e pensamentos
inferiores que atuam nos bastidores, moldando a todo o
momento sua percepção de mundo, comportamento e, con-
sequentemente, a forma como cria a realidade.
O excessivo controle instintivo que o homem
apresenta está relacionado com estruturas primitivas do
próprio cérebro, mas pode ser transmutado por sua própria
consciência através da vontade, como veremos a seguir.
De acordo com a teoria da evolução, as estruturas que
oferecem vantagens para uma espécie tendem a se manter
ao longo do tempo. Lentamente, uma espécie vai passando
por modificações, até que, após milhares de anos, pode haver
o surgimento de uma nova espécie.
As novas espécies acabam herdando estruturas dos
antepassados que foram úteis do ponto de vista evolutivo.
Foi o que aconteceu com a espécie humana. Ao mesmo
tempo em que somos capazes de amar e proteger, de gestos
solidários e compassivos, temos uma herança reptiliana de

comportamentos predatórios, que pode nos levar a atos

de extrema violência, ao preconceito, à crueldade com os
animais, ao abandono, à dominação aos mais fracos, às lutas
de poder e às guerras.
Esses comportamentos primitivos tiveram vantagens
evolutivas num passado remoto, por isso estão presentes em
nossa espécie. Porém, da mesma forma com que a evolução
manteve algumas estruturas relacionadas com comporta-
mentos predatórios, também favoreceu o surgimento de
outras estruturas que possibilitaram eclodir o pensamento,
a razão, a linguagem e os sentimentos mais sublimes,
incluindo a compaixão.
Do ponto de vista científico, é essa combinação de
instintos, emoções e lógica, que faz com que nosso compor-
tamento tenha tantas variações.
O cérebro humano evoluiu ao longo de milhões
de anos. Os centros superiores se desenvolveram como
elaborações das partes inferiores, mais antigas. A irracio-
nalidade de nossos comportamentos se deve às estruturas
mais ancestrais do cérebro, enquanto que o pensamento e a
linguagem remontam às estruturas mais recentes.
A Teoria do Cérebro Trino, elaborada em 1970 pelo
neurocientista Paul MacLean, propõe a divisão do cérebro
humano em três unidades funcionais diferentes. MacLean
teorizou que estes “três cérebros” operam como três
computadores biológicos interconectados, cada um com sua
inteligência especial, sua própria subjetividade e sua própria
memória. Ele se refere a estes três componentes como:
cérebro reptiliano, cérebro límbico e neocórtex.

Cada uma das unidades representa um estágio

evolutivo no sistema nervoso dos vertebrados. As mais
recentes foram sendo agregadas às mais antigas, sem que
estas perdessem sua função. Temos, então, três sistemas
diferentes operando em nosso cérebro:
O Cérebro Reptiliano
O cérebro reptiliano, também conhecido como

Complexo R, é a parte mais profunda e antiga do nosso
cérebro, representada pelo tronco cerebral e cerebelo.
Esse primeiro nível de organização cerebral é que
determina o comportamento que observamos nos répteis,
como os crocodilos, por isso o nome.
É o cérebro instintivo, responsável pela sobrevivên-
cia do organismo, como a procura por alimento, abrigo,
reprodução, segurança, incluindo as reações de luta ou fuga
frente a qualquer perigo. Determina todos os nossos com-
portamentos automáticos, repetitivos e imitativos.
Constitui-se de um conjunto de sistemas reguladores
pré-programados que mantêm o funcionamento ideal do
corpo e reage de modo a assegurar a sobrevivência. Sendo
responsável pela autopreservação, o cérebro reptiliano
controla funções básicas que garantem a vida, como digestão,
sono, respiração e batimentos cardíacos.
Além da relação direta com grande parte das funções
corporais e psíquicas, o Complexo R determina o relaciona-
mento do indivíduo com as demais pessoas e com o meio.

A emoção predominante nesse nível é o medo,

pois este tem uma função primordial na sobrevivência do
organismo. É o cérebro reptiliano que faz com que nos
assustemos ao confundir um toco com uma cobra, enquanto
caminhamos em uma rua escura. Por vibrar no medo, o
“homem reptiliano” interpreta tudo como uma ameaça:
situações, pessoas, outros seres vivos, objetos e até mesmo
ideias ou crenças diferentes da sua.
Um indivíduo no qual predomina o Complexo R
comporta-se como um réptil. Para ele, tudo é uma questão
de sobrevivência do mais forte e mais apto. Não pensa antes
de agir, apenas reage por instinto. Como esse sistema não é
capaz de raciocinar, a pessoa é incapaz de aprender com suas
experiências, portanto, os mesmos erros serão cometidos
inúmeras vezes.
O cérebro reptiliano não leva em consideração o
contexto de uma situação e todas as variáveis envolvidas.
Considera apenas o perigo em potencial daquele momento e
as próprias necessidades. Por isso busca a satisfação imediata
dos seus desejos, custe o que custar.
É fácil perceber a relação do cérebro reptiliano com
emoções, sentimentos e comportamentos limitantes do
ser humano. O indivíduo, sob seu comando, sempre pro-
curará por segurança, evitando experiências novas, mesmo
aquelas que melhorariam sua vida. Isso explica a zona de
conforto que mantém a pessoa paralisada e incapaz de
acelerar seu crescimento.
O “homem reptiliano” é insensível ao sofrimento dos
outros, desconhece a compaixão. Tem necessidade de possuir

e dominar tudo e todos. Essa necessidade nunca é satisfeita

porque o medo de não ter o suficiente é permanente. E
quando muitos procuram dominar, é natural que haja
conflitos permanentes. Isso explica porque a humanidade
vive em constante estado de guerra.
Para ter poder absoluto, é preciso controlar tudo.
Somente uma única visão de mundo pode existir: a sua. Desta
forma, qualquer visão de mundo que permita divergência de
opinião deve ser abolida e aqueles que a disseminam devem
ser eliminados. Foi o que aconteceu com os grandes homens
que, há milênios, tentam passar uma mensagem superior de
amor, tolerância e paz.
O “homem reptiliano” necessita ter controle total e
possuir tudo e a todos. Não se contenta com partes, somente
tudo o satisfará. Essa ganância explica a eterna insatisfação
com qualquer quantia de dinheiro que ganhe, com as
quantidades de comida além do necessário que come, com as
compras compulsivas de produtos que muitas vezes sequer
serão usados. Nunca o que tem é suficiente. Essa é a base
da nossa sociedade de consumo. Nesse aspecto, o homem
apresenta um comportamento inferior ao crocodilo, que não
mata mais do que é capaz de comer.
Conhecendo o funcionamento do cérebro reptiliano,
entende-se praticamente todo o comportamento humano e
a sua relação com grande parte dos problemas pessoais sejam
eles financeiros, de saúde, relacionamentos, bem como pelos
jogos de poder entre pessoas, grupos e nações, a exploração
dos animais e do meio ambiente.

O Cérebro Límbico
O cérebro límbico (do latim limbus, que significa

‘orla’) é o segundo nível funcional do cérebro humano. Esse
nível de organização corresponde ao cérebro da maioria
dos mamíferos mais antigos, nos quais, pela evolução, uma
nova camada de tecido nervoso se formou em torno do
cérebro reptiliano.
O cérebro límbico trouxe aos animais habilidades de
aprendizagem e memória. Neste nível encontramos todas
as estruturas cerebrais relacionadas com comportamentos
sociais, sexuais, aprendizagem, memória e motivação.
O cérebro límbico é responsável pelas emoções. No
caso dos humanos, descobriu-se recentemente que não é a
sede das emoções como se pensava, mas que atua com a
participação de estruturas nervosas mais evoluídas, como
o córtex pré-frontal. Talvez pela intensa rede de conexões
entre as duas áreas, a espécie humana é a que apresenta a
maior variedade de sentimentos e emoções.
Embora alguns indícios de afetividade sejam
percebidos entre os pássaros, o sistema límbico só começou
a evoluir, de fato, a partir dos primeiros mamíferos, sendo
praticamente inexistente em répteis e anfíbios e em todas as
outras espécies que os precederam. Dois comportamentos
com conotação afetiva surgidos com os mamíferos são: o
cuidado das fêmeas para com seus filhotes e a tendência
à brincadeira. E quanto mais evoluído o mamífero, mais
acentuados são esses comportamentos.

Emoções são fenômenos complexos que afetam

pensamentos, corpo e comportamento. São sensações
intensas e conscientes desencadeadas por nossa avaliação de
determinada situação. Ajudam a sobreviver, prosperar e a
transmitir genes.
As emoções reforçam a aprendizagem, dando maior
colorido às vivências do cotidiano e facilitando os compor-
tamentos adaptativos. Contudo, quando descontroladas ou
contidas por longa data, limitam a vida, comprometem a
capacidade de raciocínio e tornam-se causas de adoecimento.
Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, a raiva afeta o
fígado, a ansiedade afeta o coração, a preocupação afeta o
estômago, a tristeza afeta os pulmões e o medo afeta os rins.
Cada pessoa tem uma impressão digital e um
semblante único. Da mesma forma, cada um de nós tem
um perfil emocional único que faz parte de quem somos
a ponto de aqueles que nos conhecem conseguirem prever
como reagiremos à determinada dificuldade emocional.
As pessoas costumam presumir que o estilo emocional
seja algo fixo, com prováveis raízes genéticas. De fato, durante
décadas, os neurocientistas presumiram que o cérebro adulto
tivesse forma e função essencialmente fixas. Entretanto,
sabemos hoje que esse conceito de um cérebro estático e
imutável está errado. Na verdade, ele tem uma propriedade
chamada neuroplasticidade: a capacidade de modificar
sua estrutura e sua função de maneira considerável. Essa
mudança pode ocorrer em resposta às nossas experiências e
aos nossos próprios pensamentos e intenções.
É preciso ter inteligência emocional, ser capaz de
usar as suas emoções a seu favor para ter domínio sobre a

própria realidade. O seu estilo emocional pode mudar por

um esforço consciente e intencional, pelo cultivo deliberado
de qualidades e hábitos mentais específicos.
O Neocórtex
O neocórtex é a camada mais externa e evoluída

do cérebro, típica dos mamíferos superiores e do homem.
Situa-se acima e aos arredores do sistema límbico.
Sua superfície dobra-se sobre si mesma, formando
sulcos. O maior destes sulcos divide o córtex em dois
hemisférios, direito e esquerdo. Estes hemisférios são
ligados entre si pelo corpo caloso, um espesso feixe de
fibras localizado na base desta fissura, que estabelece a
comunicação entre os hemisférios e destes com o sistema
límbico e o tronco cerebral.
Existe uma importante distinção funcional entre
os dois hemisférios. O hemisfério direito é mais espacial,
holístico e intuitivo. O hemisfério esquerdo, por sua vez, é
linguístico, analítico e racional. Contudo, esta divisão não
é absoluta.
O neocórtex surgiu nos mamíferos superiores, em
acréscimo aos dois níveis funcionais já vistos anteriormente,
os cérebros reptiliano e límbico.
O neocórtex é o responsável pela razão, linguagem
conceitual, verbal e simbólica, planejamento, pensamentos
abstratos e funções executivas como: organização, automo-
nitoramento e controle de impulsos.

É onde acontece o processamento da informação, de-

sempenhando um papel fundamental na memória, atenção,
percepção consciente, pensamento, linguagem e consciência.
Em conjunto com o cérebro límbico, está associado
com as emoções e a memória, além disso, está envolvido
com habilidades evolutivas avançadas, como: o intelecto, a
imaginação e a criatividade.
O Córtex Pré-frontal
O córtex pré-frontal está localizado na camada mais

alta e externa dos dois hemisférios cerebrais e consiste
em uma capa de substância cinzenta com apenas 0,3 cm
de espessura.
Sendo a estrutura cerebral mais recente em termos
evolutivos, surgida há cerca de 40 mil anos, é o que diferencia
o homem dos demais animais.
O córtex pré-frontal é uma região do cérebro que
apresenta o período de desenvolvimento mais prolongado,
após o nascimento, em relação a qualquer outra parte do
cérebro. Forma sua estrutura celular depois do nascimento
e termina como a maior estrutura do cérebro. Apesar de ser
bem mais poderoso quando totalmente formado, é bastante
frágil até amadurecer totalmente, o que leva aproximada-
mente vinte e um anos.
É de sua responsabilidade as tarefas cognitivas mais
sofisticadas e complexas da mente humana: e s t a b e l e c e r

objetivos, o pensamento abstrato, o planejamento, comandar

ações e a capacidade de imaginar e gerar invenções.
É a sede da personalidade e da vida intelectiva, além
de modular o cérebro límbico, possibilita criar comporta-
mentos adaptativos, ao tomar consciência das emoções.
Sua atividade aumenta quando temos que executar
uma tarefa difícil. Por todas estas razões e muitas outras,
é importante ativarmos este quarto cérebro e usá-lo para
transformar o conteúdo arquivado nos cérebros mais
antigos, a fim de criarmos uma realidade mais harmônica
com nossa Essência.
O ser humano é autoconsciente, ou seja, sabe que
existe e que pensa; percebe que tem uma atividade psíquica.
Na escala consciencial deste planeta, isso é o auge.
Ter consciência também significa ter domínio sobre
as próprias escolhas, das mais simples às mais importantes.
Somos dotados de livre-arbítrio. Enquanto a maioria dos
demais seres vivos comporta-se motivada pelo instinto, o
homem pode pensar antes de agir.
Ainda reagimos, impulsionados por conteúdos in-
conscientes, sejam eles os instintos do cérebro reptiliano
ou as emoções nem sempre equilibradas do sistema límbico.
Escolhas verdadeiramente inteligentes são processadas
no moderno lobo frontal do cérebro. Ele é capaz de filtrar os
conteúdos limitantes vindos do subconsciente, na maioria
das vezes condicionado ao passado e às crenças alheias. E o
melhor: pode ainda captar e processar os conteúdos infinita-
mente sábios da mente Cósmica, o supraconsciente.

Quando usamos essa capacidade integrativa do lobo

frontal de dominar o ego e acessar a Essência, fazemos as
melhores escolhas possíveis – livres de medo e baseadas no
que é melhor para nossa própria Essência e não para uma
sociedade robotizada.
Os Hábitos
O ser humano cria hábitos ao longo da vida que

facilitam seu cotidiano. Durante o banho, lava as partes do
corpo sempre na mesma ordem. Enquanto isso pode pensar
no que vai comer no jantar. Ao conduzir um automóvel, não
precisa pensar no que suas mãos e pés executam. Pode falar,
ouvir música e cantar ao mesmo tempo em que se dirige ao
seu destino.
Esses automatismos naturais podem ser úteis para
aliviar o cérebro, facilitar algumas tarefas e ganhar tempo,
mas podem se tornar um problema quando queremos
abandonar comportamentos indesejados e destrutivos
como: comer doces em excesso, fumar, usar drogas ou até
mesmo reclamar da vida. Tente não julgar nada ou ninguém
durante 24 horas e sentirá a força de um dos mais arraigados
hábitos que a humanidade adquiriu.
Noutras vezes, queremos adquirir um hábito saudável
como: praticar exercícios, meditar ou ser mais compassivos,
mas desistimos nas primeiras tentativas fracassadas.
Será que somos vítimas de nossos comportamentos
condicionados? Estamos condenados a sempre gastar mais

do que ganhamos, a nos envolver em relacionamentos

dolorosos, a criticar o comportamento alheio?
Quando entendemos como os hábitos são criados e
eliminados, tudo fica mais fácil. A neurociência comprova
o que já sabemos de longa data: hábitos são fáceis de serem
criados e difíceis – mas não impossíveis – de serem rompidos.
Sempre que repetimos um comportamento, ele se fixa
em circuitos especiais no cérebro, particularmente em uma
estrutura nervosa chamada corpo estriado. Quanto mais o
repetimos, mais automático fica. No entanto, o neocórtex
monitora o hábito. Ele nos auxilia a crescer como seres
humanos, mudar aquilo que desejamos e viver a vida da
maneira que decidimos.
Mesmo que os hábitos pareçam automáticos, estão
sob o controle contínuo do neocórtex. Podemos criticar as
pessoas aparentemente sem pensar, mas isso é uma ilusão,
pois há um sistema de vigilância da parte pensante do
cérebro constantemente operando. Em algum nível, nós
decidimos o tempo todo. Estamos no controle de nossos
hábitos e de nossas vidas.
Para termos maior domínio de nossas ações, basta
permanecermos atentos ao momento presente, que é o
nosso ponto de poder.
Se agora, neste instante, você parar, pensar e optar por
aceitar ao invés de criticar, por confiar ao invés de temer,
por amar ao invés de odiar, seu cérebro vai responder a esses
estímulos. Cada vez que fizer isso, o caminho será reforçado.
Se optar por fazer boas escolhas nos sucessivos “agora”,
mais fortes serão suas conexões neurais para o amor, para a
aceitação e para o perdão.

Repetidas de forma consistente, as boas escolhas se

tornam o caminho de menor resistência para a saúde física,
mental e espiritual.
O cérebro, essa maravilhosa ferramenta que a alma
utiliza para se expressar e ter experiências evolutivas, está
a nosso favor. Pode ser modelado para criar uma nova vida.
Basta sair do piloto automático.
O cérebro reptiliano serviu muito bem ao homem
primitivo, que necessitava se proteger dos perigos do
ambiente representado pelas feras e pelo clima inóspito. Da
mesma forma que foi útil aos nossos ancestrais, ainda auxilia
o homem atual a se proteger das situações potencialmente
perigosas, disparando a reação de luta ou fuga frente a uma
ameaça real, como por exemplo, a investida de um animal
raivoso, um assalto ou incêndio.
O homem moderno não precisa mais lutar com os
animais selvagens, nem enfrentar condições ambientais
extremas, como havia no passado longínquo. E por que
continua seguindo o padrão instintivo do cérebro reptiliano?
Há milênios vem sendo assim. As guerras constantes
em todos os períodos da história, as disputas familiares, nos
locais de trabalho e no trânsito mostram o comportamento
ditado pelo cérebro reptiliano.
Para transcender a tudo isso, basta buscar a iluminação,
expandir a consciência. A consciência cria a realidade. Isso
está mais que provado pelos experimentos da Mecânica
Quântica. Mudando a consciência, mudamos a realidade.
Quando a pessoa atinge o nível de consciência de união
com o Todo, ela se liberta do controle cerebral primitivo.


O cérebro, essa maravilhosa ferramenta

que a Essência utiliza para se expressar e ter
experiências evolutivas, está a nosso favor.
Pode ser modelado para criar uma nova vida.
Basta sair do piloto automático.

Capítulo 3
Ego
“O inferno são os outros.”

Jean Paul Sartre
A maior busca do ser humano é pela felicidade. Tudo

o que uma pessoa faz ou deixa de fazer é visando alcançar
esse estado tão almejado de permanente contentamento. No
entanto, pouquíssimas pessoas são felizes.
A imensa maioria é infeliz porque não tem o que quer,
seja lá o que for, como se a felicidade exigisse a obtenção de
algo externo para se consumar. E as pessoas não têm o que
desejam porque não entendem como funciona o Universo.
Sempre que se tenta explicar isso, há muita resistência,
porque tudo neste planeta – interesses pessoais, econômicos,
políticos, sociais, militares – está organizado em cima dos
interesses do ego.
Há dois centros distintos do seu ser disputando sua
atenção a cada instante: o ego e a Essência (Centelha Divina,
Eu Superior). O ego não passa de um processo mental,
limitado, tacanho, impermanente e ilusório. A Essência é
consciência, ilimitada, sábia, vasta, eterna e real.

Na maior parte do tempo, nosso foco está no ego e

nos seus conteúdos: pensamentos, julgamentos e dramas
pessoais. A Essência fica em segundo plano, abafada pela
incessante atividade mental. Essa é a razão da maioria
dos problemas humanos. A partir do momento em que
percebemos esta inversão, a consciência se expande de forma
natural, e transforma a realidade para melhor. A felicidade
passa a ser a consequência desta nova percepção da realidade.
É de extrema importância entender o que é o ego e como
integrá-lo à Essência para que a sirva em seus propósitos
evolutivos. A mente deve estar sempre a serviço da consciência.
A Visão científica
Sigmund Freud entendia que a personalidade é

composta de três importantes forças ocultas que nos
impulsionam: id, ego e superego.
O id é o aspecto instintivo da personalidade e
responsável pela satisfação das necessidades básicas do
indivíduo. Baseia-se no “princípio do prazer”, ou seja, o id
busca pela satisfação imediata e desconsidera a necessidade
das demais pessoas.
O superego é o aspecto moral da personalidade,
produto da internalização dos valores e crenças recebidos
dos pais e da sociedade. Desenvolve-se desde o início da
vida, quando a criança assimila as regras de comportamento
ensinadas pelos pais ou responsáveis, mediante o sistema de

recompensas e punições. O superego se encarrega de julgar

o que é certo ou errado.
O ego é o aspecto racional da personalidade. Atua como
mediador da interação entre id, superego e o mundo externo.
O ego começa a se desenvolver naturalmente ao longo
dos primeiros três anos, como resultado da interação da
criança com o seu meio. Baseia-se no “princípio da realidade”,
pois na infância, se começa a perceber que existem outras
pessoas com desejos e necessidades, e que o comportamento
egoísta e impulsivo pode causar problemas.
Sendo assim, o ego é responsável por administrar a
cada momento o conflito entre os desejos da pessoa e o
mundo ao seu redor. Freud acreditava que, em um indivíduo
realmente saudável, o ego deveria ser mais forte do que o id
e o superego.
Outro estudioso da mente, Carl G. Jung, dividia a
psique humana em três partes: ego, inconsciente pessoal e
inconsciente coletivo. O ego representa a mente consciente,
o inconsciente é o reservatório das lembranças, tanto as
disponíveis quanto as suprimidas e o inconsciente coletivo
é o conjunto de experiências e informações que todos nós
compartilhamos como espécie.
Embora o ego tenha relação direta com a identidade
pessoal, manutenção da personalidade e mediação entre
os campos conscientes e inconscientes, ele, na verdade,
responde às necessidades de outro aspecto que lhe é superior,
o Self, um princípio mais holístico e ordenador da persona-
lidade. O ego pode confrontar ou satisfazer às exigências da
supremacia do Self.

Na infância, o ego começa a se formar e isso é

necessário para que o indivíduo tenha saúde mental, seja
forte, corajoso, autêntico. Então, é necessário que ele
desenvolva um ego forte, diferenciado. No final da infância,
já com o ego formado, deveria começar o processo que Jung
chamou de “individuação”, que é a ligação entre o ego e o
Self. Então, o jovem começaria a se ligar à sua Essência e,
gradualmente, seu ego iria se moldando até ser totalmente
incorporado. Quando o processo da individuação não ocorre
por vontade própria, o ego se expande cada vez mais e limita
o potencial criativo do ser.
A Visão espiritual
Para a tradição zen budista, o ego é considerado

apenas como a noção intelectual, limitada e ilusória que
o ser humano tem de si mesmo e do mundo, apenas um
aspecto temporário do seu verdadeiro Eu.
Segundo essa visão, o ego se confunde com o aspecto
egoísta da personalidade, que é insaciável por natureza e
vive na busca constante pela realização de seus desejos.
A definição de ego que usaremos aqui é: o processo
mental responsável pala falsa noção do “eu”, calcado na total
identificação com a forma. Por forma entendemos tudo o que
é impermanente: o corpo, pensamentos, emoções, papéis sociais,
objetos e posses materiais.
A palavra “eu”, como normalmente usamos, é apenas
uma construção mental, uma percepção errônea de quem
somos, um sentido ilusório da nossa identidade.

Não somos nosso corpo, pensamentos, emoções ou

papéis que exercemos na sociedade. Essa identificação é
equivocada e resulta da total falta de compreensão sobre
nossa verdadeira Essência, sobre nossa ligação com os
“outros” seres e com o Todo.
O ego, embora se manifeste através de uma voz
incessante dentro da sua cabeça, não é seu verdadeiro “eu”.
Não é, tampouco, uma entidade independente à qual tem
de se submeter. O ego é apenas um processo mental que
organiza sua história nesta dimensão e lhe dá um sentido de
identidade. Somente isso.
Quando alguém lhe pergunta: “Quem é você?”,
normalmente é o ego quem responde, baseado no que ele
pensa que é. O ego é o “eu” que se identifica com algumas
características como:
 Nome,
 Filiação,
 Estado civil,
 Profissão,
 Nível de escolaridade,
 Classe social,
 Papéis sociais,
 Crenças,
 Religião,
 Posses materiais,

 Conhecimento acumulado,
 Opiniões,
 Preferências,
 Aversões,
 Experiências passadas.
É da soma de todos esses fragmentos que você extrai

a percepção de quem é, mas esta é uma falsa ideia de “eu”.
Tudo isso com que se identifica é impermanente, vai se
extinguir algum dia. E quando se for, o que restará de você?
Restará sua consciência, sua Essência imortal e atemporal,
seu verdadeiro Eu.
A dinâmica do ego
O ego opera através de respostas aprendidas – os

condicionamentos. Estas respostas “prontas” são sempre dis-
paradas automaticamente frente a um mesmo estímulo. É o
que acontece quando a pessoa se enfurece toda vez que um
motorista que lhe fecha a passagem no trânsito, por exemplo.
Não há criatividade no ego, somente padrões
repetitivos de pensamentos, emoções e comportamentos.
O ego é movido pelo medo de:
 Não ser ninguém,

 Não ser aceito,
 Não ser amado,

 Não possuir mais,

 Não ser capaz,
 Não merecer,
 Perder tudo,
 Deixar de existir.
Por causa do medo, o ego privilegia a competição e o

controle absoluto sobre as situações e pessoas. E por que o
ego teme? O medo surge porque o ego sabe que as formas
com as quais se identifica são transitórias. Assim, há sempre
um sentimento de insegurança subjacente. É esse medo de
deixar de existir, de perder o controle, que impede as pessoas de
se interessarem pela iluminação espiritual, mesmo que seja a
solução para todos os problemas e sofrimento.
Quem vive orientado pelo ego pensa primeiro em
seus próprios interesses, quer ter razão em tudo, ficar com
a última palavra e ganhar as mínimas disputas. Seu foco é a
sobrevivência, por isso tem de ganhar sempre.
Como a pessoa egóica não acessa a criatividade que
vem de outras dimensões da existência, manifesta uma vida
repetitiva e repleta de dramas.
Todo o sofrimento humano está calcado no controle
do ego. O ego traduz o processo de contração da consciência
responsável pelas doenças, miséria e guerras, sejam entre
países ou dentro dos lares.
Há duas razões para que comece a identificar o ego
em você. A primeira é para desmascará-lo. Sem conhecer o
mecanismo básico por trás do seu funcionamento, você não

o detectará e ele continuará no controle. A segunda razão

é porque, quando desmascaramos o ego, “aquilo” que nos
permitiu o reconhecimento do mesmo é a própria consciência
que surge, a própria Essência assumindo o controle.
Tudo é consciência. A consciência sempre precede
o pensamento, a emoção e a percepção sensorial, pois é o
pano de fundo da existência. O simples ato do reconhecer a
atuação do ego em si mesmo é o início do despertar.
Transcender ao ego não significa deixar de ser realista.
Aliás, o ego nem percebe a realidade como ela é, ele a
interpreta conforme seus condicionamentos do passado.
Não consegue separar o que é a realidade (neutra) do que
pensa ou sente a respeito dela. Dessa forma, quando cada
um interpreta um evento de maneira diferente, iniciam-se
todos os tipos de conflitos.
Identificações
As pessoas buscam se encontrar nas coisas que

possuem, mas nunca conseguem, pois a satisfação de ter
qualquer coisa é efêmera. Então, estão sempre em busca
de novas aquisições. Isso é o que mantém a sociedade de
consumo funcionando, sempre em busca de ter mais para se
sentir mais.
A identificação com coisas, pessoas e situações cria
sentimentos de apego em relação a elas. E o apego sempre
gera sofrimento, pois, em algum momento, tudo o que
possuímos ou pensamos possuir se perderá.

O ego se identifica muito com o corpo físico, com a

imagem que vê no espelho. A sociedade moderna valoriza
exageradamente a forma física e define padrões inalcan-
çáveis de beleza, levando muitas pessoas a desenvolverem
sérios problemas emocionais.
Não é necessário negligenciar o corpo para sairmos
do controle do ego. Podemos melhorar de várias maneiras
a condição física e vitalidade, mas não devemos vincular o
corpo a quem somos, sob o risco de perdermos nosso sentido
de valor e identidade quando envelhecermos.
Lutas de poder
O ego luta incansavelmente pela sobrevivência,

tentando se proteger e controlar tudo, pois vibra na frequência
do medo. Para sustentar a imagem idealizada do eu, ele precisa
de um contraponto, “o outro”. Quando critica ou condena
alguém, se sente superior; e é através desse sentimento de
superioridade que o ego tenta se sobressair. Por essa razão, o
ego está sempre julgando as pessoas e as situações.
Queixar-se é uma das maneiras que o ego tem de se
fortalecer. Cada reclamação é uma pequena história que a
mente conta para si mesma e para os demais, na tentativa de
diminuir o outro para se engrandecer. Quando nos queixamos,
subentende-se que estamos certos, enquanto a pessoa ou
situação da qual reclamamos ou à qual reagimos está errada.
Nada fortalece mais o ego do que ter razão.
Obviamente, para termos razão, é necessário que alguém

esteja errado. Quando nos queixamos incessantemente,

acabamos nos sentindo injustiçados e magoados. Com o
passar dos anos, nos transformamos em pessoas ressentidas.
Rotular as pessoas é outra forma deturpada de o ego
operar a realidade. Ao invés de detectar o nível de inconsci-
ência que existe nelas, de aceitar que elas são o que podem
ser naquele momento, prefere dar rótulos às pessoas. Associa
suas ações a quem elas são.
Queixar-se, assim como encontrar erros nos outros ou
assumir uma atitude reativa, fortalece o sentido de separação
característico do ego e do qual ele depende para sobreviver.
Sempre que confundimos o ego de alguém com sua
identidade, isso é obra do nosso próprio ego, que usa essa
interpretação errônea para se fortalecer, mostrando que está
certo e que, portanto, é superior.
Os padrões egóicos aos quais reagimos com mais
intensidade em alguém tendem a ser idênticos aos nossos –
no entanto, ou somos incapazes de vê-los ou não queremos
detectá-los em nós. Qualquer coisa da qual nos ressentimos
no outro e à qual reagimos com intensidade também existe
em nós.
Para darmos fim ao sofrimento que vem afligindo a
humanidade há milhares de anos, precisamos começar por
nós mesmos e assumir a responsabilidade por nosso estado
interior a todo o momento.
Preste atenção à média dos seus pensamentos durante
um dia. Predominam os negativos ou positivos? Quais
suas emoções predominantes? Raiva, medo, ciúme, inveja,
tristeza? Há preocupação, ansiedade? Observe as formas de

infelicidade que se manifestam em graus menos elevados,

como: indignação, descontentamento ou até uma leve
irritação. Atente para os pensamentos que parecem justificar
essa infelicidade, mas que, na verdade, são sua origem. Com
a expansão da consciência, vem o fim da identificação com
os pensamentos, as emoções e as reações.
Libertar-se do ego é simples, mas requer dedicação.
Basta estar consciente dos seus pensamentos e emoções à
medida que vão surgindo. Quando passar do pensamento
para a consciência, uma inteligência muito maior do que a
esperteza do ego começará a agir na sua vida.
A iluminação é o reconhecimento do verdadeiro Eu,
que está além do pensamento. A alegria do Ser só pode ser
sentida quando você sai da mente. Sua Essência deve ser
sentida. Não é uma noção intelectual, é um sentimento, e o
ego não pode conhecê-la.
A ausência de ego não implica em perder sua
identidade, significa apenas que não estará mais exclusiva-
mente identificado com o falso eu.
O estado de completa desidentificação com a mente
não o coloca numa condição de indiferença, negação ou
isolamento. Você não exclui nada, pois permite que tudo
seja o que é.
Se você observar o ego atuando em si e reconhecer
que você é quem o observa, você ainda exercerá o seu papel
social, você ainda será uma pessoa aos olhos do mundo, mas
internamente terá atingido uma nova dimensão do ser. Esta
é a verdadeira iluminação.


Tudo é consciência, e a consciência

sempre precede o pensamento, a emoção
e a percepção sensorial. A consciência é
o pano de fundo da existência. O simples
ato do reconhecer a atuação do ego em si
mesmo já é o início do despertar.

Capítulo 4
Sistema de Crenças Pessoal
“Eles podem porque pensam

que podem.”
Virgilio
S uas crenças atuais foram construídas a partir do

conjunto de informações que lhe foram transmitidas por
seus pais, avós, educadores, babás ou pela TV, durante os
anos de formação da personalidade, particularmente no
período da primeira infância.
Os conteúdos assimilados por você não são necessa-
riamente a verdade sobre a realidade. São mais interpretações
da realidade transmitidas por aqueles que o educaram. Na
verdade, são crenças que, bem ou mal, plantaram em seu
subconsciente, em uma fase da vida na qual a sua mente
racional não estava preparada para selecionar tais conteúdos.
Como vimos no capítulo anterior, o ego não enxerga a
realidade como é, apenas a interpreta conforme parâmetros
pré-estabelecidos por seus condicionamentos do passado.
Portanto, você aprendeu a ver o mapa, não o território. E se

não fez nada para mudar isso, deve estar usando ainda hoje
um mapa que pode estar obsoleto.
As crenças alheias foram gravadas em seu inconsciente,
quando estava totalmente vulnerável à influência das
autoridades. E por não questionar as informações que recebeu,
elas se tornam verdades absolutas para você.
Algumas das suas atuais crenças nasceram das
experiências que teve no decorrer da vida, além, é claro, da
influência que sofre diariamente dos meios de comunicação
e das instituições de ensino, científicas e religiosas.
Por isso, não é exagero dizer que a maioria das coisas
nas quais acreditamos não nos pertence realmente. São apenas
modelos de mundo incorporados sem questionamentos.
As crenças atuam como filtros, classificando o que é real
ou não, o que é aceitável ou não. Literalmente, determinam a
forma como percebemos o mundo. Experimentos mostram
que podemos até mesmo não perceber grandes objetos à
nossa frente quando não os concebemos como reais.
Seu sistema de crenças norteia todos os seus pensa-
mentos e sentimentos, que são as bases de suas ações diárias e
comportamentos. E estes, em última instância, determinam
os resultados que vem obtendo. Sendo assim, as suas crenças
determinam sua vida.
O poder das crenças é absoluto, afetando diretamente
sua saúde. Vejamos o efeito placebo. O efeito placebo é
quando se associa um determinado benefício físico a algo
inócuo, como por exemplo, uma pílula de açúcar.
Dois grupos de pacientes recebem dois tipos de
comprimidos diferentes. Um grupo recebe uma pílula de

açúcar – sem qualquer efeito curativo – mas os pacientes

são informados de que a “pílula” vai ajudar a melhorar a sua
condição. Ao outro grupo, são dados medicamentos verda-
deiros – com efeito farmacológico – para tratar o problema.
Estudos mostram que cerca de 60% dos pacientes
respondem positivamente aos comprimidos placebo, ou
seja, essas pessoas melhoraram sua condição tomando um
comprimido que não tem efeitos curativos físicos.
Isso prova que a crença de uma pessoa sobre um
tratamento pode ter um efeito real e benéfico sobre a saúde.
Sabemos que as experiências sensoriais, pensamentos e
sentimentos podem afetar a química cerebral. Por sua vez, o
sistema neuroquímico do corpo afeta e é afetado por outros
sistemas bioquímicos, inclusive o hormonal e o imunológico,
o que explica o efeito placebo.
Somos capazes de produzir um efeito na realidade e
no nosso corpo, sempre que acreditamos que algo é possível.
Uma crença é muito mais do que um pensamento ou um
desejo, é um sentimento de certeza, e a certeza cria a realidade.
Seu ego se identifica com o que acredita, dando a falsa
impressão de que suas crenças são uma parte do que você é
como pessoa. Por isso, não será tão simples modificar aquilo
a que tem estado ligado grande parte da sua vida, mas é
preciso tentar.
A maioria das pessoas possui um conjunto de crenças
limitantes que as impede de expressar seu potencial, crescer e
ser feliz. As crenças que as levam a sentir medo as impedem
de experimentar o sucesso e a autorrealização. O pior é não
terem consciência disso.

Em última análise, a principal crença limitante de

qualquer pessoa, aquela que está na base de todas as demais
se relaciona com a Realidade Última. Basta se perguntar:
 Quem ou o que criou, ordena e sustenta o Universo?

 Quais as leis que regem o Universo?
 Quem sou?
 De onde vim?
 Para onde vou?
 Qual o meu propósito maior nesta vida?
As respostas a estas questões revelam as crenças

fundamentais que estão na origem de todos os problemas
humanos, sem exceção, e terão de ser revistas em algum
momento da vida.
Muitas pessoas, mesmo reconhecendo suas crenças,
pouco fazem para mudá-las, pois acreditam ser este um
trabalho difícil ou mesmo impossível. Esta é outra grande
crença limitante que acaba gerando sentimentos de
impotência, frustração e fracasso, com o passar do tempo.
É preciso considerar, sempre, que somos um campo
eletromagnético e atraímos tudo que pensamos e sentimos,
consciente e inconscientemente. Sendo assim, atraímos os
resultados oriundos de nossas crenças.
Pode-se perceber o sistema de crenças de uma pessoa de
várias formas: no seu discurso, na maneira como se comporta,
nas suas preferências e aversões, na forma como trata as
pessoas e os outros seres, o que faz com o seus recursos.

Sentimentos e pensamentos emanam ondas com

frequências específicas para o campo quântico e, por ele-
tromagnetismo, atraem coisas, pessoas e situações com
frequências semelhantes. Portanto, atraímos a mesma
qualidade do que emanamos, dia após dia.
Tudo o que pensamos e sentimos, consciente ou in-
conscientemente, criamos na nossa realidade pessoal, mais
cedo ou mais tarde. Isso é inevitável.
Tudo que emitimos volta para nós. Tudo que semeamos,
colhemos. Este é um fato que evidencia como funciona o Uni-
verso. Quanto mais cedo isso for entendido, melhor, pois tudo
na vida está dependendo deste entendimento: prosperidade,
saúde, relacionamentos, sucesso, autorrealização.
Quando algo não vai bem, seja em que área da vida
for, é preciso analisar o sistema de crenças em que a pessoa
vive. Pela vida que leva, é possível saber qual é o seu sistema
de crenças. Mesmo que a própria pessoa não consiga iden-
tificá-las, as crenças limitantes estão por trás da maioria dos
seus problemas.
O sistema de crenças domina completamente a vida
das pessoas, e a coisa mais poderosa que existe, para o bem
ou para o mal. Para a prosperidade ou para a miséria. Para a
saúde perfeita ou para a doença. Tudo depende dele.
Você é um campo eletromagnético que emana e atrai
exatamente o que tem em si mesmo. A boa notícia é que esse
campo é totalmente maleável. Pode-se trocar seu conteúdo
a qualquer momento, para o positivo ou para o negativo.
Basta trocar a sua frequência deliberadamente. Isso é feito
através da escolha de novos pensamentos e sentimentos,

com os quais passará a alimentar o seu sistema de crenças e

o seu subconsciente.
Todos os problemas podem ser resolvidos mudan-
do-se a frequência em que se vibra. O sistema de crenças
é tudo em que você acredita, resultado de tudo que viu,
ouviu e viveu. O subconsciente tira as conclusões dessas
informações/vivências e as grava como uma crença, um
condicionamento que passará a dominar a sua vida, até que
seja revisto e substituído.
Alguns exemplos do que se ouve quando criança:
 A vida é uma luta.

 Para vencer na vida é preciso muito esforço.
 É difícil mudar.
 As coisas sempre foram assim e não dá para mudá-las.
 Nasce pobre, morre pobre.
 Já nascemos pecadores.
 Quando morrermos, poderemos descansar.
 Estamos encarnados para pagar o carma que criamos
em outras vidas. E assim, por diante.
Não é só o que ouvimos, mas aquilo que presenciamos

na infância também nos causa profundas impressões: como
nossos pais se tratavam, como tratavam os filhos, os animais,
os vizinhos, os estranhos etc.
São infinitas as possibilidades de gravação de crenças
limitantes em uma pessoa que não está no domínio total de

sua mente. Lembre-se que o córtex pré-frontal termina de

se formar aos vinte e um anos de idade. Até lá, as pessoas são
muito susceptíveis à manipulação mental.
Depois de gravado no subconsciente, o sistema de
crenças pessoal se comporta como um programa que dirigirá
a vida da pessoa em todas as situações.
Sabemos qual o sistema de crenças da pessoa,
apenas observando o que lhe acontece, como se comporta,
os resultados que obtém. Sempre que progride e atinge
algum desses limites inconscientes, o sistema de crenças
será ativado. Então, surgirão problemas de todos os tipos
e a pessoa perderá o que conquistou, voltando ao patamar
antigo. Toda vez que está progredindo, a pessoa arruma,
inconscientemente, uma forma de boicotar seu crescimento.
A isso chamamos autossabotagem, processo que veremos
detalhadamente mais a frente.
Porque somos tão predispostos a

acreditar em falsas crenças?
O cérebro liga-se emocionalmente com as ideias que

acredita serem verdadeiras. Prestamos mais atenção e damos
maior credibilidade às ideias que sustentam as nossas crenças
atuais. Ou seja, nós escolhemos a evidência que suporta o
que já acreditamos e ignoramos a evidência que está contra
ela. Gastamos muita energia tentando combater as ideias
que contradizem as nossas crenças atuais.

Nem sempre seguimos integralmente aquilo que

pensamos de forma vaga. No entanto, aquilo em que
acreditamos exerce uma grande influência sobre o que
pensamos e, consequentemente, nos nossos comportamen-
tos e ações.
Isto é importante, pois tudo aquilo em que você
acreditar vai influenciar grandemente o seu futuro. Em
outras palavras: se você acha que nunca vai conseguir um
emprego excelente, um ótimo relacionamento ou escrever
um livro, então essa será sua realidade.
O futuro não precisa ser igual ao passado. Não importa
que tenhamos vivido com determinada crença por anos e
anos. Se quisermos, podemos modificá-la e substituí-la por
uma nova. Assim, pouco a pouco, teremos novas crenças
determinando novos resultados.
O biólogo Bruce Lipton, no livro A Biologia da Crença,
revela o poder que há naquilo em que acreditamos. Em seu
trabalho, descobriu que a percepção que células em meio de
cultura tinham do seu ambiente é que as controlavam, e não
os seus genes. Assim, quando uma célula percebia algum
perigo no seu ambiente, alterava seus genes a fim de fugir
da ameaça.
A célula monitora o ambiente à procura de mudanças
e, com base na percepção do ambiente – suas crenças – mo-
difica a genética para ter a melhor chance de sobrevivência.
A teoria científica da seleção natural vem defendendo
a ideia de que a evolução acontece pela transmissão
de genes que permitem ao organismo mais adaptado
sobreviver. Contudo, a epigenética indica que, embora os

genes controlem o comportamento celular, a percepção

que a célula tem do seu ambiente é capaz de controlar a
expressão destes mesmos genes. Isto é, temos a capacidade
de, a qualquer momento, mudar a expressão de nossos genes
para nos adequarmos melhor ao nosso ambiente.
Quando acolhemos as notícias ruins que nos chegam
todos os dias e reagimos a elas com negatividade, permitimos
que nosso subconsciente seja semeado com o medo. Se
crermos em um mundo perigoso, nossos genes vão mudar
para adaptar-se a esse mundo, teremos uma resposta de
estresse: o nosso corpo irá concentrar todas as suas energias
na sobrevivência a curto prazo. Vão predominar as respostas
instintivas e reativas.
Por outro lado, se crermos em um mundo que seja
seguro, então os nossos genes irão mudar para adaptar-se
a esse mundo: o nosso corpo irá concentrar todas as suas
energias na sobrevivência a longo prazo. Teremos capacidade
de pensar de forma mais racional, mais criativa, e de maneira
menos instintiva e reativa.
O mundo é o que é. Há coisas boas e ruins nele. A
realidade compartilhada entre as pessoas é resultado da
criação coletiva. No entanto, a realidade individual será
construída baseando-se em como a pessoa percebe o mundo,
no que está focando sua atenção e em como reage emocio-
nalmente a isso.
As emoções evoluíram como uma forma de nos ajudar
a sobreviver. Frente a uma experiência em que percebemos
o perigo, as nossas emoções marcam o acontecimento na
nossa memória com o objetivo de ajudar-nos a sobreviver.

Quando as emoções que foram vinculadas ao perigo

são acionadas em momentos em que não estamos realmente
em perigo, passamos a reagir de acordo com os nossos
condicionamentos do passado, ficando mais vulneráveis e
propensos a desenvolver:
 Mentalidade de vítima,
 Timidez excessiva,
 Baixa autoestima,
 Baixa autoconfiança,
 Excesso de preocupação,
 Ansiedade,
 Fobia social,
 Ataques de pânico,
 Depressão,
 Estresse pós-traumático,
 Ansiedade generalizada.
Por essa razão, é importante escolhermos consciente-

mente o foco de nossa atenção, a todo o momento. E mais,
devemos nos libertar de nossas velhas crenças limitantes
e das experiências dolorosas do passado que distorcem a
forma como percebemos a realidade.
Somos capazes de reprogramar a nossa mente e
atualizar as nossas emoções de acordo com aquilo que
queremos para a nossa vida.

O primeiro passo é identificar quais são as suas crenças

limitantes. Para isso, faça uma lista de tudo em que acredita.
Faça isso sem racionalizar. Dê vazão ao subconsciente e
escreva sem parar, sem julgar, sem filtrar a informação.
Faça outra lista contendo os seus valores, numerando de
1 a 10 em ordem decrescente de importância para você:
saúde, dinheiro, religião, família, trabalho, relacionamentos,
conhecimento, espiritualidade, lazer etc.
O próximo passo é analisar as listas com cuidado.
Nelas estarão as razões do seu sucesso ou fracasso. A análise
deve ser feita deixando-se o ego de lado, sem resistência à
verdade, sem apego à velha visão.
É preciso muita coragem para confrontar as verdades
que nos foram impostas. A resistência a evoluir em todas as
áreas é tremenda. Enquanto a pessoa não olha para dentro de
si mesma e sente o quanto está resistindo ao crescimento, não
há qualquer possibilidade de evolução.
Tudo na vida pode ser maravilhoso, mas é preciso
optar por isso. É preciso deixar o ego de lado e privilegiar a
Essência. Basta escolher conscientemente.
Quantas pessoas optam realmente pelo crescimento
pessoal? Na verdade, pouquíssimas. Já imaginaram se
todas as pessoas estivessem crescendo? Estudando mais,
procurando entender como funciona o Universo? Isso faria a
vida melhorar automaticamente. Quanto maior a percepção,
mais expansão na vida, em todas as áreas.
O Universo é pura Consciência. Em decorrência disso,
seu movimento segue numa única direção: a do progresso,
evolução, bem estar, alegria, felicidade, prazer, beleza,

crescimento, realização, fraternidade, prática do bem, amor

incondicional, perdão. Qualquer atitude contrária a essa
direção natural gera resultados negativos e somatizações.
Quanto antes na vida se aprende isso, melhor.
Normalmente, se aprende por tentativa e erro; todavia; isso
sai muito caro.
Quando alguém diz que está fazendo “tudo certo” e
que não tem resultados, é óbvio que não está fazendo tudo
certo, que está faltando algo. Há uma questão fundamental
que precisa ser resolvida: ela precisa entrar em sincronia
com o Todo, isto é, precisa pensar, sentir e agir de acordo
com o Universo. Isso é indispensável. Sem isso não existe
solução duradoura para nada.
O que a pessoa emite volta para ela, por isso, o foco
deve estar totalmente no positivo. Quando se vive assim,
não se pensa em pagar a dívida, em ter de ganhar dinheiro,
em arrumar namorado, em curar doença etc.. Não é preciso
se preocupar com nada, tudo vem por acréscimo.
Entrar em sintonia com o Todo acarreta um estado
de consciência em que não há limites de espécie alguma. Se
você ainda não estiver sentindo a paz, o amor e o poder que
advém disso, é porque ainda não é prioridade na sua vida.
Substituir suas crenças limitantes fará com que tudo
funcione na sua vida. Portanto, a fórmula é muito simples
e poderosa: basta colocar como prioridade da vida o
alinhamento consciente e voluntário com o Todo.


Você é um campo eletromagnético que

emana e atrai exatamente o que tem em
si mesmo. A boa notícia é que esse campo
é totalmente maleável. Pode-se trocar seu
conteúdo a qualquer momento, para o
positivo ou para o negativo.

Capítulo 5
Sistema de Crenças Coletivo
“É mais fácil desintegrar um átomo

do que eliminar um preconceito.”
Albert Einstein
U m grupo de cientistas colocou cinco macacos em

uma jaula, em cujo centro havia uma escada e, sobre ela,
um cacho de bananas. Cada vez que um macaco subia a
escada para apanhar as bananas, os pesquisadores lançavam
um forte jato de água fria sobre os que estavam no chão.
Depois de algum tempo, quando qualquer um deles tentava
subir a escada era agredido pelos demais. Em pouco tempo,
nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação
das bananas.
O experimento prosseguiu. Os cientistas substituíram
um dos cinco macacos. A primeira coisa que o novo macaco
fez foi tentar subir a escada para pegar a banana, mas foi
rapidamente retirado pelos outros, que o surraram. Depois
de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais
subia a escada.

Um segundo macaco foi substituído, e o mesmo

ocorreu, tendo o primeiro substituto participado da surra
ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um
quarto e, finalmente o último dos veteranos foi substituído.
Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco
macacos que, nunca tendo tomado um banho frio, continu-
avam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.
Se fosse possível perguntar a algum deles porque ba-
tiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta
seria: “Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui...”
O experimento acima serve para ilustrar o que é um
sistema de crenças coletivo ou paradigma.
Paradigma é um modelo da realidade aceito sem
questionamento pela maioria. É um conjunto de crenças
culturalmente transmitido às novas gerações, que sustenta
toda uma visão de mundo e condiciona a percepção, forma
de pensar, avaliar e agir de um grupo.
O físico Thomas S. Khun, no livro A Estrutura das
Revoluções Científicas, nos explica que a ciência atual está
associada a um modelo de mundo. Esse modelo orienta
as pesquisas que, em última análise, determinarão como
funciona este mesmo mundo.
Como num círculo vicioso, são os princípios já esta-
belecidos pelo paradigma vigente que determinam como
devem ser compreendidos os aspectos do mundo em que
vivemos. Dessa forma, a ciência não é um processo neutro
de descobertas sobre como as coisas funcionam; mas um
método de interpretação da realidade sempre coerente com
aquilo que os homens já assumiram como verdadeiro.

A ciência constrói sempre sobre fundamentos

filosóficos bem definidos. Por essa razão, é sempre o
paradigma vigente que determina o enfoque que deve ser
dado a qualquer assunto, mesmo se houver outras abordagens
igualmente possíveis e do mesmo modo coerentes.
O problema é que as “verdades” científicas baseadas no
paradigma vigente são tidas como absolutas à semelhança
de um dogma religioso, no sentido que discuti-lo ou
contrariá-lo seria uma heresia. Quem as desafia é condenado
ao ostracismo.
Normalmente, não damos a devida importância aos
paradigmas que orientam nossas vidas. As razões para isso são:
 Ignorância sobre o assunto, por desinteresse ou

falta de acesso à informação;
 Conveniência pessoal, já que é preciso mudar para
se adaptar a uma nova visão de mundo,
 Interesse do sistema, que se beneficia com a
manutenção do status quo.
Dessa forma, a maioria nunca se pergunta se tudo o

que lhe transmitiram é verdadeiro ou coerente com suas
próprias experiências e percepções. Uma verdadeira prisão
ideológica que mantém bilhões de pessoas em um compor-
tamento de manada.
Aceitar a descrição de mundo oferecida pelas “auto-
ridades” – pais, professores, sacerdotes, gurus, cientistas e
mídia – sem criticar os fundamentos íntimos de tal descrição
é muito interessante para o sistema que controla a sociedade,
pois pessoas que pensam por si mesmas são “perigosas”.

Quando a visão da realidade está organizada de

maneira a perceber somente determinado conjunto de fatos,
qualquer coisa que não seja coerente com tal descrição passa
despercebida ou é classificada como marginal, algo que deve
ser negado e combatido.
A história está repleta de exemplos de “caça às
bruxas” que refletem o poder de um paradigma. No passado,
mulheres que dominavam o poder curativo das plantas eram
consideradas feiticeiras e queimadas na fogueira.
Quando uma crença coletiva é suficientemente
forte, a mente nega e combate qualquer fato ou fenômeno
dissonante com o paradigma vigente, na tentativa de
invalidá-los. Fica fácil entender porque toda forma de
intolerância, tabu e preconceito tem origem no paradigma
que vigora numa sociedade.
Os fundamentos da realidade nunca se modificam.
O que mudam são os modelos de interpretação da verdade
aceitos por determinado grupo.
As fontes de conhecimento
Pelo fato de novas descobertas acontecerem de tempos

em tempos, os sistemas de crença coletivos deixam de servir
às necessidades de uma população, e são, gradualmente,
substituídos por uma visão de mundo mais abrangente.
Um paradigma evolui quando as percepções das
pessoas se ampliam. Charles Tart, cientista que pesquisa há
cinquenta anos os fenômenos psi (“paranormais”) explica

que a ampliação das nossas percepções pode acontecer de

quatro maneiras:
 Pela “autoridade”: quando obtemos informações

com cientistas e especialistas em qualquer assunto;
 Pelo empirismo: quando temos experiência própria
(direta) de algo, mesmo sem comprovação científica
que a apoie naquele momento;
 Pela razão: quando o conhecimento é obtido
através do raciocínio lógico-analítico, pelos estudos
e reflexão;
 Pelo modo noético: quando um conhecimento se
apresenta a nós por inteiro, como uma revelação,
mediante estado alterado de consciência (estados
meditativos, sonhos, devaneios, estados induzidos
por drogas).
Como podemos ver, não é apenas através da ciência

que se adquire conhecimento, mesmo porque ela sofre viés
do paradigma que a sustenta. A experiência pessoal é uma
grande fonte de conhecimento que não deve jamais ser
ignorada por quem deseja expandir sua consciência.
Os paradigmas científicos
O físico e historiador da ciência Fritjof Capra, no livro

O Ponto de Mutação, divide a ciência moderna em dois
grandes paradigmas: o mecanicista e o sistêmico.

O paradigma mecanicista
Também conhecido como paradigma cartesiano-

newtoniano, surgiu há mais de trezentos anos, com o
nascimento da ciência baseada na experimentação ou método
científico. Foi estruturado sobre a física de Isaac Newton e con-
solidada pelas ideias do filósofo René Descartes. Influencia
fortemente ainda todos os aspectos da sociedade moderna.
Trata-se de um modelo da realidade que se caracteriza
por ser:
 Dualista, já que divide o homem em duas partes

distintas e independentes – corpo e mente – bem
como separa o homem do resto do Universo;
 Reducionista, uma vez que reduz e simplifica o
funcionamento do Universo e do próprio homem
apenas às interações entre os átomos e as moléculas;
 Mecanicista, pois concebe o Universo (e o homem)
como um complexo mecanismo semelhante a um
relógio, em que basta substituir as peças defeituo-
sas para que se restabeleça o bom funcionamento
do conjunto;
 Materialista, já que leva em conta apenas a
existência da matéria, excluindo a espiritualidade
do Universo.
A partir desta visão materialista, a vida e a consciência

são compreendidas como resultado do processo de seleção
natural sobre mutações ocorridas ao acaso, como postulava

Charles Darwin, sem qualquer influência de forças ocultas

inteligentes ou espirituais.
O materialismo científico parte da ideia de que a
natureza é regida deterministicamente por leis matemáticas,
em contraposição ao ser humano, que tem livre-arbítrio.
Sendo assim, a natureza é uma máquina que deve ser
dominada pelo homem e colocada ao seu serviço.
O físico quântico e ativista Amit Goswami enumera
os dogmas restritivos ainda adotados pela ciência oficial:
Determinismo causal: o mundo se comporta como

uma máquina, cujo comportamento é totalmente
previsível e determinado.
Continuidade: todo movimento ou toda mudança na
natureza são processos contínuos. Não se admitem
saltos ou descontinuidades.
Localidade: toda ação de um objeto sobre outro
ocorre através de sinais que se propagam no espaço
com uma velocidade igual ou menor que a da luz
(também chamada ação local). Em outras palavras,
é impossível, neste modelo, haver uma ação
simultânea à distância entre dois objetos.
Objetividade: o mundo material existe de forma real e
concreta, independentemente de estarmos olhando
para ele, ou seja, não depende da nossa observação
ou consciência.
Reducionismo: a matéria, composta por átomos e suas
partículas elementares, é a origem de tudo o que

existe. A natureza se reduz à interação atômica

entre os objetos.
Epifenomenalismo: todos os fenômenos subjetivos –
dentre eles, nossa consciência – são epifenômenos
da matéria, ou seja, efeitos secundários das
interações materiais.
De acordo com a concepção materialista da ciência

oficial, a origem de tudo flui de “baixo para cima” (causação
ascendente) começando pelas partículas elementares da
matéria (bóson/cordas, quarks, prótons, nêutrons e elétrons),
numa hierarquia simples:
 As partículas elementares formam átomos,

 Os átomos formam moléculas,
 As moléculas formam células vivas,
 As células (no caso, os neurônios) formam o cérebro.
 O cérebro (no homem) gera a consciência.
Logo, a matéria seria a causa da consciência, que

surgiu como um mero acaso da evolução.
Fazem parte desta linha de pensamento todas
as ciências modernas que hoje consideramos clássicas:
física, química, biologia, psicologia, sociologia, medicina,
economia, entre outras.
Mesmo que este modelo não explique inúmeros
fenômenos experimentados por uma grande parcela
da população, é oficialmente adotado pela maioria dos

cientistas, que resiste à mudança de paradigma que vem

surgindo nos últimos anos.
É essencial observar que o paradigma mecanicista,
por ser dualista, privilegia a individualidade, a competição
e a luta.
A crise atual é resultado desta maneira de enxergar
o mundo, tendo raízes profundas na submissão dos indi-
víduos a um paradigma científico que os fragmenta em
todos os sentidos.
O paradigma cartesiano é, por definição, o paradigma
da desunião. Tudo é condenado à separação: corpo e alma,
razão e emoção, sujeito e objeto, ser humano e natureza, inte-
rioridade e exterioridade, eu e o outro, e assim sucessivamente.
Charles Tart, no livro O Fim do Materialismo, define
o materialismo científico como o paradigma que:
 Aceita a matéria como realidade única e última,

 Acredita que o Universo é controlado por leis
físicas imutáveis e pelo acaso absoluto.
 Insiste que o Universo não tem um criador, nenhum
propósito, sentido ou destino objetivo.
 Todas as ideias sobre divindade ou espíritos são
ilusões ou superstições.
 A vida e a consciência são decorrentes de processos
físicos e surgiram de interações meramente casuais.
 Nossas ferramentas para interagir com o meio são
apenas os cinco sentidos e a razão.

 O livre arbítrio é uma ilusão, pois somos seres

condicionados por leis biológicas.
 Nossa identidade se define pelo corpo físico e
pelo ego.
 Estamos separados dos demais indivíduos e seres.
 Os que nos agradam, pensam como nós ou nos aju-
dam a evitar o sofrimento são nossos amigos. Os que
nos fazem sofrer, pensam diferente de nós ou não
permitem que sintamos prazer são nossos inimigos.
 Não existe vida após a morte.
 Não existem seres não físicos.
Essa visão separatista é que origina desigualdades

sociais, miséria, guerras, crises econômicas, ditaduras,
abandono, exploração dos menos favorecidos, doenças,
intolerância, violência e impunidade.
Em contrapartida, está surgindo um novo modelo
da realidade que deverá trazer novas perspectivas mais
expansivas para a humanidade – o paradigma sistêmico.
O Paradigma Sistêmico
Nos últimos anos, uma mudança na visão coletiva de

mundo vem se instalando de forma muito gradual. A princi-
pal razão desta transformação nasceu com a Física Moderna.
Nas três primeiras décadas do século XX, surgiram
duas grandes revoluções dentro da ciência – a Física Relati-

vística e a Física (ou Mecânica) Quântica – que modificaram

completamente nossa maneira de compreender o Universo.
Acabaram por conduzir, na segunda metade do século XX,
ao nascimento de um novo paradigma – o quântico-relati-
vístico ou holístico ou sistêmico.
A Mecânica Quântica é um ramo moderno da Física
que estuda o comportamento da matéria e da energia na escala
das moléculas, átomos e partículas subatômicas, surgida
no início do século XX para explicar a constituição e o
comportamento do Universo, o que a Física Clássica já não
conseguia explicar.
Por trás da linguagem matemática muito complexa
que traduz a Mecânica Quântica há princípios elementares
simples e, ao mesmo tempo, desconcertantes.
Os achados experimentais da Mecânica Quântica,
inevitavelmente, causam estranheza àqueles que nasceram
dentro do paradigma materialista. Mas, o que a Mecânica
Quântica revela de tão estranho para a compreensão humana?
Vejamos alguns achados científicos:
 Um elétron pode estar em mais de um lugar ao

mesmo tempo;
 Um elétron não se manifesta na realidade até que
alguém o observe;
 Um elétron deixa de existir em um ponto e passa a
existir em outro, simultaneamente, sem passar pelo
espaço entre os dois pontos;
 Um elétron pode influenciar instantaneamente
outro elétron correlacionado a qualquer distância.

Tais achados são frutos de experimentos confirmados

após exaustivas repetições. Como é possível que o elétron,
uma parte do átomo que constitui a matéria de que somos
feitos, possa estar em dois lugares ao mesmo tempo ou
que possa sair e entrar da realidade observada como por
encanto? Aquilo que não está sendo observado por alguém
tem existência própria? É possível a influência entre dois
objetos mesmo separados por distâncias astronômicas?
Essas são perguntas inevitáveis quando se faz contato pela
primeira vez com o assunto.
Há muita polêmica em torno do tema. O fato é que
muitas pessoas reagem com negação e até com violência
àquilo que não conseguem conceber. É isso o que acontece
quando se tenta entender a Mecânica Quântica usando o
raciocínio newtoniano-cartesiano. Se a pessoa não expandir
a mente, evitando preconceitos, qualquer tentativa de
compreensão fracassará.
Com a Mecânica Quântica, mudamos de uma
concepção dualista, reducionista e mecanicista da natureza
para uma nova visão holística (ou sistêmica) do mundo.
Neste novo paradigma, mente e corpo, homem e Universo,
eu e o outro são concebidos como uma unidade, inter-rela-
cionando-se por meio de conexões quânticas não locais, que
permitem comunicação e influência instantânea entre eles, o
que não se admite pelo antigo paradigma científico.
Segundo Tart, esse paradigma mais abrangente é capaz
de explicar aspectos da vida humana que o materialismo é
incapaz, já que:

 Aceita a Consciência como realidade única e

última. Entende que o Universo foi criado e é
mantido por um poder inteligente, uma intenção
organizadora e que está em evolução.
 Nossas ferramentas para interagir com o meio são
os cinco sentidos, a razão, acrescidos da intuição e
os poderes psi.
 O livre-arbítrio é uma realidade.
 Nossa identidade se constitui de corpo, mente e alma.
 Estamos todos entrelaçados, por isso não faz
sentido algum pensarmos em termos de inimigos.
 Existe vida após a morte física.
 Existem seres não físicos em processo de evolução.
O físico Amit Goswami vai além e propõe uma ciência

baseada no primado da consciência. Nela, se considera
que a origem de tudo flui de “cima para baixo” (causação
descendente), sendo a consciência a organizadora de toda
a matéria, desde partículas subatômicas até um organismo
complexo como o humano. Essa proposta explica a maioria
das questões que a ciência oficial não conseguiu explicar até
hoje, baseada no limitado paradigma materialista.
Durante o século XX, vimos nascer uma nova visão de
mundo e presenciamos o surgimento de um conhecimento
transdisciplinar fundamentado em ciências como a
cibernética, a teoria da informação, a teoria do caos, a parap-
sicologia, psicologia transpessoal, a nova física da informação

quântica, dentre outras. Apesar disso, o homem e a sociedade

estão em crise, pois insistem em manter uma visão de mundo
obsoleta. Somente quando incorporamos o novo paradigma
em todos os setores da sociedade, poderá haver uma real
mudança nas condições de vida do planeta Terra.
Esse processo está sendo atrasado, em grande
parte, porque a maioria dos cientistas reluta em saltar de
paradigma. No início do século passado, quando alguns
físicos entenderam o resultado de suas investigações nos
domínios do mundo atômico, ficaram perplexos e tiveram
de rever, radicalmente, muitos de seus conceitos acerca da
natureza da realidade.
Mesmo assim, decorridos cem anos das primeiras
descobertas da Mecânica Quântica, a maioria dos cientistas
se recusa a rever suas crenças. Temem ser classificados pela
comunidade científica como pseudocientistas, principalmente
quando ousam incluir a consciência ou a espiritualidade
em suas equações. É o que acontece com cientistas como
Amit Goswami, Fred Alan Wolf, Jack Sarfatti, Dean Radin,
Fritjof Capra e todos os demais que tiveram a coragem de
se expor no filme Quem Somos Nós?
O maior pesadelo para a maioria dos cientistas é
que, em um determinado momento, os resultados das suas
pesquisas os levem além dos limites do paradigma vigente, e
possam ser visto com desconfiança pelos colegas. Por outro
lado, aceitar as regras do velho jogo garante ao cientista ser
aceito pela comunidade científica, ter seus artigos publicados
nas mais renomadas revistas científicas, ter acesso a finan-
ciamentos, doações, fundos de pesquisas etc..

Abraham Maslow, psicólogo fundador da Psicologia

Humanista e Transpessoal chamava de patologias da
cognição o conjunto de fatores que nos impedem de ter um
entendimento mais profundo do eu e da realidade. Essas
desordens da compreensão humana estão na base da pre-
conceituosa rejeição cientificista do espiritual, acrescidas da
imensa zona de conforto em que todos desejam permanecer.
É preciso dar um passo além para compreender o
que significam os experimentos da Mecânica Quântica.
Certamente, aquele que se dispuser a fazê-lo mudará sua
forma de agir e estar no mundo. Em consequência, os
resultados manifestados na própria realidade objetiva serão
muito diferentes do que vinham sendo.
A manifestação desta mudança na vida prática
acontecerá em decorrência da incorporação desses
princípios de forma consistente. Entender os fundamentos
da Mecânica Quântica não basta, é preciso aplicá-los
sistematicamente na vida diária, até que a pessoa se torne
o próprio conhecimento. É nesse ponto que a verdadeira
transformação acontece.
Todos os experimentos relatados nos livros O
Campo, O Universo Autoconsciente, Mentes Interligadas,
A Dança dos Mestres Wu Li, A Realidade Quântica, A
Ciência e o Campo Akashico provam, incontestavelmente,
que a Consciência permeia a realidade, que só existe uma
Consciência, que tudo é Consciência.
Através da Mecânica Quântica, podemos explicar
todos os fenômenos paranormais, toda a realidade interdi-
mensional e o lado espiritual da realidade.

Toda nossa civilização tecnológica prova que a

Mecânica Quântica está certa: o observador (consciência)
é quem cria a sua realidade. Quando temos esse insight
passamos a enxergar a realidade com outros olhos, porque
nossa consciência se tornou mais complexa e expandida.
Se uma grande parte das pessoas entendesse e sentisse
isso, todos os problemas da humanidade estariam resolvidos
automaticamente porque a consciência dessa massa crítica
mudaria toda a realidade política, econômica, social, sanitária
e educacional no planeta.
A ciência confirmou que a matéria é resultado de
flutuações do Vácuo Quântico, o mar de energia que é o
fundamento do Universo. Isso não é filosofia, esoterismo ou
misticismo. Por esta razão, se você não entender a Mecânica
Quântica, não compreenderá a afirmação “Você cria sua
própria realidade”.
A reação de negação da realidade que a maioria
das pessoas tem em relação à Mecânica Quântica mostra
o quanto a humanidade é disfuncional. Cada um tenta
impor o seu ego sobre a realidade. E como cada um cria,
realmente, a sua própria realidade, a discordância de visão
de mundo cria uma sociedade totalmente patológica, com
todas as suas guerras, doenças, crises econômicas, miséria,
insegurança e violência.
A ciência oficial vem, até o momento, abdicando
de pesquisar a metafísica. Portanto, tem uma visão parcial
da realidade. A ciência impôs uma crença materialista na
mente das pessoas. Elas acham que a ciência tem todas as
respostas, mas, na verdade, não tem.

Os cientistas deveriam deixar claro para as pessoas

que optaram por não investigar a Realidade Última. Eles
fizeram uma escolha. Portanto, não é na ciência atual que
encontraremos as respostas para as grandes questões da
vida. No futuro, quando a Ciência e a Espiritualidade se
unificarem, teremos o mundo que sonhamos. Porque, na
verdade, é tudo uma coisa só.


Tentar entender a Mecânica Quântica

usando a velha forma de pensar newtoniano-
cartesiana é o que causa tanta polêmica e
incredulidade por parte dos materialistas.

Capítulo 6
Ilusões
“Você é o que escolheu se tornar.”
Carl Gustav Jung
Q uando a tradição budista diz que “Tudo é ilusão”,

não significa que nada seja real. Significa que nossas projeções
mentais sobre o que observamos é que são ilusórias, uma vez
que são interpretações da realidade.
A mente nos engana. Essa é uma antiga observação
que vem ao encontro dos recentes achados da neurociência.
Ambas concordam que, mesmo que haja algo como um
“mundo lá fora”, toda a realidade acontece “aqui dentro” da
nossa mente.
Tudo o que percebemos com os cinco sentidos físicos
é uma ilusão, pois estes são incapazes de traduzir fielmente
o que existe.
No capítulo 3 exploramos a ilusão do “eu”. Vimos de
que forma nosso ego se identifica com as formas e nos dá a
falsa percepção de que somos apenas nossa história pessoal.

Vamos analisar agora mais algumas ilusões fortemente

estabelecidas pelo coletivo.
A Ilusão da matéria
Tudo o que conhecemos – pessoas, animais, plantas,

minerais, ar, estrelas e objetos em quaisquer estados
conhecidos da matéria (sólido, líquido, gasoso ou plasmático)
– é formado por átomos.
O modelo atômico mais conhecido é aquele proposto
por Ernst Rutherford. Neste modelo, o átomo é composto
por um núcleo compacto, formado por prótons e nêutrons,
onde se concentra praticamente toda a sua massa. O núcleo
atômico é rodeado pela eletrosfera, uma nuvem de partículas
leves – os elétrons – girando em órbitas específicas como
planetas ao redor do Sol.
O diâmetro de um átomo é cerca de 100.000 vezes o
diâmetro de seu núcleo. Para termos noção das proporções,
se o núcleo atômico tivesse um centímetro de diâmetro, o
átomo todo teria um quilômetro de diâmetro. Um átomo é
um grande espaço “vazio”.
Os átomos se ligam entre si para formar as moléculas
e os objetos maiores, constituindo, assim, toda a matéria
orgânica e inorgânica conhecida. Portanto, o átomo é
“vazio”, assim como todos os objetos constituídos por ele,
por mais sólidos que possam parecer.
Albert Einstein descobriu que massa e energia são
grandezas equivalentes, isto é, a massa de um corpo nada

mais é do que energia. Massa e energia são manifestações da

mesma coisa. Podemos dizer que a matéria é luz congelada
ou energia condensada.
Nossos sentidos captam as ondas eletromagnéticas
provenientes dos objetos e as decodificam no cérebro, nos
dando a impressão de que são sólidos. A solidez dos objetos
é pura ilusão sensorial. Assim como é ilusão pensarmos que
somos feitos de matéria.
A Ilusão da Separação
Quando estudamos a organização do átomo,

chegamos aos prótons, nêutrons e elétrons. Aprofundando
um pouco mais, chegamos aos quarks, ao bóson de Higgs ou
supercorda – dependendo da teoria adotada pela Física para
explicar o que acontece quando, pela primeira vez, surge
algo que tem massa. E, finalmente, chegamos a uma única
Onda, o Vácuo Quântico, que corresponde ao infinito mar
de energia e informação de onde “emerge” tudo, incluindo o
que se convencionou chamar matéria.
Temos uma tendência a imaginar que, se toda a matéria
e energia fossem retiradas do espaço, isso resultaria num
vazio absoluto. Contudo, a Mecânica Quântica demonstrou
que não existe o vácuo absoluto ou o nada. Isso porque uma
partícula jamais permanece completamente em repouso,
estando em constante movimento devido a um campo de
energia em estado fundamental que interage permanente-
mente com toda a matéria subatômica.

O Vácuo Quântico não é vazio, como se pode pensar.

Em sua falsa aparência de ambiente inerte, abriga uma
tormenta de fenômenos microscópicos.
O Vácuo Quântico é o mar de energia virtual, de onde
tudo emerge. Podemos identificar nele o fundamento, a fonte
que gera todas as coisas. Embora seja uma região situada
fora do espaço-tempo, dá origem à matéria, ao tempo e ao
espaço, que emergem como propriedades dimensionais.
A Física Moderna desviou nosso olhar do que é visível
– as partículas – para a entidade subjacente – o campo. A
presença da matéria é simplesmente uma perturbação do
estado perfeito do campo nesse lugar.
Podemos considerar a matéria como sendo constituída
por regiões do espaço nas quais o campo é extremamente
intenso. Portanto, não há matéria, realmente. O campo é a
única realidade.
Na base da realidade existe apenas uma única onda
que é o Vácuo Quântico. Este organiza e sustenta o
universo através de energia e informação. Quando reduz
sua altíssima frequência, a Onda do Vácuo Quântico passa
a se comportar como matéria, a ter “massa”. Quando isso
acontece começamos a percebê-la e a interagir com ela.
Dessa forma, tudo o que existe surge de um oceano
de energia potencial que, ao se particularizar, individuali-
za-se para experienciar seu potencial infinito. Essa Onda
é Pura Consciência com infinita capacidade de criação,
por isso se fala na Mecânica Quântica que existem “infi-
nitas possibilidades”.

É apenas mais uma ilusão sensorial pensar que estamos

separados uns dos outros. Nós e tudo o que há no Universo
estamos literalmente conectados por meio da Onda do
Vácuo Quântico. Só há uma Onda, uma só Consciência.
A Ilusão dos sentidos
Toda a realidade captada pelos cinco sentidos é uma

ilusão holográfica que existe como uma forma “sólida”
porque o cérebro faz com que seja assim.
Hologramas são projeções de luz que parecem ter
uma forma tridimensional para o observador, mas que, na
realidade, são ilusões provocadas por códigos e padrões de
onda gerados pela interação de lasers (luz coerente).
Da mesma forma, o mundo tridimensional apenas
existe como forma quando olhamos para ele, quando o
observamos. Quando não observado, ele é um conjunto de
campos vibratórios (energia) e códigos (informações).
Percebemos o ambiente por meio de nossos cinco
sentidos. Nossos receptores (retina, cóclea, nervo acústico
e terminações nervosas) transmitem sinais a certas áreas do
córtex cerebral, onde são decodificados e traduzidos para
imagens visuais e outras sensações.
Nossas sensações são subjetivas. O mesmo estímulo
pode produzir diferentes sensações em cérebros distintos.
Nossos neurônios podem processar apenas uma fração
dos sinais que recebemos do ambiente, como se houvesse um

filtro entre nós e a natureza, permitindo apenas a passagem

de algumas frequências luminosas, sonoras e táteis, que são
então traduzidas em imagens mentais.
O que absorvemos do exterior ou o que produzimos
interiormente é sempre visto com os “olhos da mente”. O
que nós vemos torna-se uma imagem; a audição produz
imagens, assim como tudo o que tocamos, inalamos e
saboreamos. Pensamos imagens, sonhamos imagens.
As imagens mentais são específicas para cada espécie,
no sentido de que o mundo que vemos não é o mesmo
que um cão vê, pois diferentes configurações neurais são
responsáveis, em cada espécie, pelas representações mentais.
Cores, formas, texturas e aromas são apenas respostas
neuronais subjetivas. A realidade permanece velada; ninguém
a conhece. Tudo é interpretação. Massimo Citro, no livro O
Código Básico do Universo, observa: “Não estamos olhando
para fora, mas para dentro de nossa própria cabeça”.
Percebemos somente uma porção ínfima do oceano
de vibrações em que estamos imersos. Nossos sentidos
apreendem apenas 5% dos sinais que o mundo emite, o que
significa que perdemos 95% de nosso ambiente.
Nossos sentidos são limitados. Não podemos confiar
neles totalmente, pois eles nos mantém informados por
meio de representações que não correspondem totalmente
à realidade. Enquanto não expandirmos a consciência,
seremos prisioneiros de um processo mental que produz
realidade virtual.

A Ilusão do Tempo
O conceito de tempo é outra ilusão. A ideia de passado,

presente e futuro é uma construção mental humana. Na
realidade, só existe o eterno presente.
A Teoria da Relatividade de Einstein afirma que:
 O tempo não passa à mesma proporção para todos

os observadores;
 O tempo passa mais devagar próximo a corpos
com grandes massas.
Essa teoria revolucionou a noção que tínhamos sobre o

tempo. Substituiu a ideia tradicional de que espaço e tempo
são entidades isoladas por um continuum espaço-tempo.
Todos os eventos, passados e futuros, estão acontecen-
do no agora, em realidades paralelas simultâneas criadas por
nossas mentes.
O tempo não está em movimento, nossa consciência
é que está. Nós somos consciências, observadores vivendo
a ilusão de continuidade por questões de aprendizado ou
simplesmente para termos a experiência de nós mesmos
através de diferentes perspectivas.
Todos os fenômenos de percepção extrassenso-
riais como: visão remota, clarividência, clariaudiência,
psicometria, telepatia, desmaterialização, materialização,
incorporação, possessão, viagem astral, bilocação, podem ser
explicados pelo fato de haver um continuum de consciência
interligando tudo.

A Ilusão do Livre-Arbítrio
Cada pessoa vive sua própria realidade, pois está

imersa numa simulação criada pela própria consciência.
Há momentos em que interagimos com outras
consciências, mas mesmo nessas ocasiões existem inúmeras
possibilidades a serem vivenciadas pelos participantes da
simulação coletiva.
Interagindo ou não,cada consciência busca experienciar
aquilo que for relevante para sua própria evolução. Para que
essa dinâmica seja possível, contamos com o livre-arbítrio: a
capacidade de fazer escolhas conscientes.
Temos, como espécie, uma ampla faixa de livre-arbítrio.
O atual nível de consciência da humanidade se caracteriza
pelas escolhas feitas pelo ego, um processo mental limitado
que tem respostas condicionadas ao passado e uma visão
parcial sobre tudo. O ego sabe o que é melhor apenas para
ele próprio.
Quem sabe o que é melhor para o ser como um todo
é a Essência, que tudo sabe, pois é o próprio Todo indivi-
dualizado. A Essência, em última análise, é a responsável
pela criação das experiências mais importantes para cada
um de nós.
Isso explica o que acontece em certas ocasiões,
quando não atingimos nossos objetivos, mesmo fazendo
todo o possível para alcançá-los. Se os objetivos foram
traçados pelo ego e não estão alinhados com a Essência,
não se cumprirão. Cabe ao ego aceitar ou não o que Ela
nos oferece como experiência.

O processo de evolução pode ser atrasado pelo ego

por tempo indefinido, o que resulta sempre em sofrimento
desnecessário. Para atingir o estado de iluminação espiritual
é preciso haver total rendição ao que é.
A ilusão do destino
Nada está traçado, o futuro está em aberto. Todas as

possibilidades existem simultaneamente.
O que define como será sua realidade é o seu estado
de consciência, a maneira como você alimenta sua mente e
o quanto aceita o agora.
Nós estamos, boa parte do tempo, inconscientes das
nossas escolhas, mesmo assim elas não deixam de ser escolhas.
O que podemos considerar como destino é a escolha
do caminho feita a nível espiritual, o ego tem a opção de
ignorar o que você oferece a si mesmo em termos de expe-
riência e buscar apenas satisfazer os seus interesses pessoais.
Em cada pessoa há uma tendência para o Bem (União)
e para o Mal (Separação). Buda propôs o caminho do meio,
um modo de viver que nos livra de todos os sofrimentos
gerados pela polarização. Enquanto estivermos presos na
dualidade, entre “bom e ruim”, “certo e errado”, estaremos
negando partes de nós e dos demais.
A vida, nesta e em outras dimensões, é um jogo
virtual entre as consciências e entre as forças da evolução e
resistência. Atuamos em um cenário construído por nossa
própria consciência para ter o máximo de experiências.

Sempre que as lições são aprendidas, o cenário muda. Nada

é para sempre.
Todos os sofrimentos e alegrias são ilusões, são
oscilações da consciência para nos dar a sensação de distinção
e movimento. Por meio do contraste podemos chegar ao
centro de nós mesmos.
A ilusão da terceira dimensão
Nossa realidade física é composta por um determinado

tecido do espaço-tempo. Esse tecido mede 10-33 cm, que é o
menor espaço possível, denominado comprimento de Planck.
Neste nível ínfimo da realidade, existem pequenos
nós formados por dodecaedros (figura geométrica com doze
lados), formando o tecido do espaço-tempo, o qual todos
nós estamos experienciando agora.
Tudo que existe neste Universo é feito com este tecido
do espaço-tempo do decaedro. Como tudo o que existe, o
dodecaedro também é onda e vibra muito rapidamente. E
ele vibra em uma determinada frequência, de acordo com
cada uma das doze faces que possui. Cada face vibra em
uma frequência específica.
Steven Weinberg, Prêmio Nobel de Física (1979)
disse: “Há um número infinito de realidades paralelas que
coexistem conosco no mesmo quarto. Existem centenas de
ondas de rádio penetrando onde você está. Se ligar o rádio, só
poderá ouvir uma frequência por vez. Cada estação tem uma
frequência diferente, uma energia diferente. No Universo,

estamos ligados a uma frequência de uma determinada

realidade física”.
É uma ilusão pensar que só existe a terceira dimensão
e que estamos presos nela.
Como entender a existência de outras dimensões ou
outros tecidos do espaço-tempo? É simples, trocando-se a
frequência de onda, muda-se uma face do dodecaedro do
tecido espaço-tempo e acessa-se outro espaço-tempo paralelo.
É semelhante ao que fazemos para sintonizar
diferentes estações de rádio. Não há necessidade de pegar
o rádio e mudá-lo de lugar para mudar de estação porque
todas as ondas estão no mesmo lugar do espaço. Basta girar
o dial ou apertar um botão para trocar de estação.
A única coisa que muda é a frequência que está sendo
transmitida, no entanto, o rádio permanece totalmente
parado. Quando entendemos isso fica muito fácil aceitar a
diversidade de realidades que temos no Universo.
Nossa realidade física é uma dimensão que está dentro
de determinados parâmetros ou constantes físicas.
Existem infinitas dimensões além da nossa, cada uma
com sua frequência específica, com parâmetros diferentes
ou constantes cósmicas diferentes. Essas outras dimensões
são habitadas por seres inteligentes e conscientes como nós,
em diferentes estágios de evolução.
No mesmo local existem varias realidades paralelas
acontecendo simultaneamente. É possível viajar entre as
várias dimensões. A consciência é a mesma em todas, pois
a consciência permeia todas as realidades. A consciência
nunca desaparece, pois é a realidade última do Universo.

Somos seres multidimensionais. Nós já estamos

vivendo em várias dimensões ao mesmo tempo. É apenas
uma questão de capacidade de percepção. Viajar através
destas dimensões é uma questão de habilidade, que pode ser
aprendida e desenvolvida com o tempo.
A Ilusão da Prisão
Para a maioria, é difícil aceitar que realidade física é

um tipo de ilusão mantida pela crença pessoal e coletiva.
Muitas vezes, nos sentimos aprisionados por
determinadas situações e pessoas, as quais julgamos
responsáveis por nossos problemas. Marido alcoólatra, mãe
violenta, filho difícil, são alguns exemplos de relações que
nos fazem sofrer, que parecem totalmente fora do nosso
controle, pois pertencem ao mundo exterior. Eis outra
ilusão: atraímos as situações e pessoas que nos ajudarão a ter
as experiências que nossa Essência escolheu ter.
Mesmo que existam eventos onde encontramos outras
consciências dentro das nossas simulações de realidade, as
pessoas que encontramos são versões adaptadas pela nossa
própria consciência. Elas se comportam conosco da maneira
como as enxergamos.
São as nossas crenças que nos mantém presos ao que
não gostamos. A nossa consciência que está atravessando
o tempo e espaço, então, se mudarmos nossa consciência,
mudaremos o mundo que vivenciamos. A realidade em
que estamos é simplesmente um reflexo das nossas crenças,
nossas escolhas, nossa visão do mundo em geral.

A principal lição para todos é viver o amor incondi-

cional. E as pessoas com as quais convivemos nos oferecem
grandes oportunidades para que possamos praticar o perdão,
a gratidão e o serviço fraterno.
O fim das Ilusões
Uma ilusão só pode nos controlar se acreditarmos que

ela é real. Quando nos permitimos sair da mente e deixamos
a Essência se manifestar, sem qualquer resistência, as ilusões
começam a ruir, o véu cai e a realidade se transforma.
Quando observamos nossas experiências diárias,
estamos nos vendo em um espelho. Somos 100% responsáveis
pelo que nos acontece. Responsáveis, não culpados. A culpa
nos rouba poder, por isso as mais diferentes instituições da
sociedade insistem em nos culpar por tudo. Compreender
isso é muito importante para resgatar o poder pessoal.
Para mudar seu mundo, expanda sua consciência e
mude a si próprio. Culpar os outros é aceitar que eles têm
poder sobre sua vida e sobre a realidade que você cria.
O Amor Incondicional é a única verdade e todo o resto
é ilusão. Vemos apenas o que estamos condicionados a ver
e resistimos a tudo o que contradiz esse condicionamento.
Tudo está conectado. Divisão e polaridade são ilusões,
porque tudo é Um.
A realidade da terceira dimensão está construída com
pensamentos ilusórios calcados no medo, que produzem
padrões vibratórios de baixa frequência. Até que esses

padrões de frequência sejam desafiados por aqueles que

vibram na Unicidade e na harmonia, a ilusão e o sofrimento
permanecerão tingindo nossa experiência.
A solução está na mudança dos nossos padrões
próprios de vibração para o Amor. Se mudarmos a nós
mesmos, mudaremos o mundo.


Uma ilusão só pode nos controlar se

acreditamos que ela é real. Quando nos
permitimos sair da mente e deixamos
a Essência se manifestar sem qualquer
resistência, as ilusões começam a ruir, o véu
cai e a realidade se transforma.

Capítulo 7
Emoções
“Quem come do fruto do conhecimento

é sempre expulso de algum paraíso.”
Melanie Klein
No geral, nossos pensamentos são involuntários,

automáticos, repetitivos e sem propósito. Podemos conside-
rá-los mais como um ruído incessante do que propriamente
elaborações mentais coerentes.
Pensar é um grande diferencial da espécie humana,
mas é apenas um aspecto da totalidade da nossa consciência.
As pessoas, no geral, são possuídas pelos pensamentos, pois
estão completamente identificadas com eles.
Como o ego teme o momento presente, a mente
foge constantemente do agora. Quando deixamos a mente
consciente vagar, sem foco, a tendência é reinterpretarmos
compulsivamente o passado ou fazermos especulações
infindáveis sobre o futuro.
Nossa mente subconsciente, normalmente, é
influenciada pelo cérebro reptiliano, que vibra no medo e

busca a sobrevivência acima de tudo. Por essa razão, nossa

atividade mental desgovernada acaba gerando sofrimento,
perda de tempo, perda de energia, além de distúrbios mentais
como depressão e ansiedade.
Além do pensamento errático, há outra dimensão do
ego a ser considerada: as emoções. Nem todo pensamento
ou emoção são expressões do ego, apenas aqueles com
os quais nos identificamos ou os que se opõem à nossa
verdadeira natureza.
Uma emoção é a resposta do corpo à mente consciente,
subconsciente e supraconsciente.
Assim como utilizamos os cinco sentidos físicos para
interpretar a experiência na vida física, nascemos com outros
sensores – as emoções – que são os intérpretes vibráteis que
nos ajudam a entender nossas experiências.
As emoções são os indicadores mais fiéis do conteúdo
vibrátil do nosso ser. Por isso, quando nos conscientizamos
do sentimento presente nas nossas emoções mais habituais,
fica fácil perceber o tipo de vibração que estamos oferecendo
ao Universo, assim como o tipo de retorno que devemos
esperar Dele.
Há três estados emocionais possíveis:
1. Quando nossos pensamentos estão alinhados com o
ego, sentimos raiva, ansiedade, medo, preocupação,
tristeza, depressão, desarmonia, apatia. Mesmo
quando a emoção surge como reação a um acon-
tecimento qualquer, normalmente vem associada a
uma interpretação mental, um julgamento: bom ou
mau, semelhante ou diferente, melhor ou pior.

2. Quando nossos pensamentos estão alinhados à

Essência, sentimos amor, alegria, paz, sensação de
liberdade, harmonia, entusiasmo, enquanto durar
o alinhamento;
3. Quando o alinhamento é total com a Essência, sabe-
mos que somos amor, sentimos que somos livres,
poderosos, valorosos e que tudo está em ordem.
A progressão do primeiro para o terceiro estado é
perfeitamente possível de acontecer no período de uma vida
encarnada. Pode ocorrer subitamente, quando deflagrada por
uma experiência mística ou, mais comumente, como resulta-
do da busca pelo autoconhecimento e iluminação espiritual.
Quando desconhecemos ou negligenciamos essa
possibilidade, permanecemos aprisionados no cárcere da
ilusão, colhendo todos os tipos de dificuldades, incluindo
as doenças.
Nos dias atuais, os distúrbios mentais assumiram
proporções epidêmicas. Estamos sobrecarregados de
emoções negativas pelos problemas do mundo e, prin-
cipalmente, pelas dificuldades que nós mesmos criamos.
De qualquer forma, os problemas são significados que
atribuímos ao que nos acontece.
As emoções negativas provocam um rebaixamento
da consciência, que é a fonte de energia e informação que
ordena nosso organismo. Por isso, são tóxicas para o corpo e
interferem no seu equilíbrio e funcionamento harmonioso.
Medo, ansiedade, raiva, ressentimento, tristeza, rancor
ou mágoa, ciúme, inveja – tudo isso perturba o fluxo da

energia pelo corpo, afeta o coração, o sistema imunológico, a

digestão, a produção de hormônios, e assim por diante.
Uma emoção negativa, além de prejudicar nossa
saúde, também contamina os ambientes e as pessoas ao
redor, causando uma reação em cadeia.
As emoções positivas, ao contrário, provocam o
êxtase, um estado de superconsciência que permite o fluxo
suave de energia pelo corpo e mente, fortalecem o sistema
imunológico, revigoram e curam o corpo, além de contagiar
beneficamente aos demais.
Cabe aqui uma diferenciação. As emoções positivas
produzidas pelo ego decorrem da identificação da mente
com fatores externos que são, é claro, instáveis e sujeitos
a mudanças a qualquer momento. Elas existem dentro
do âmbito dos opostos, da dualidade presente no mundo
das formas. Quando somos elogiados, ficamos alegres e
apreciamos a pessoa que fez o elogio. Da mesma forma,
quando somos criticados ficamos tristes e ressentidos com
quem nos criticou.
Já as emoções positivas oriundas da Essência são
muito mais do que emoções, são estados sublimes do Ser,
aspectos da nossa verdadeira natureza. Aqui temos o amor
incondicional, que é dado indistintamente a quem nos
elogia ou critica, a quem nos ama ou odeia. Aqui sentimos
a paz resultante do centramento do ser, independente das
condições externas.
O sofrimento é inerente à condição atual da
consciência humana. Quando conhecemos a dinâmica do

crescimento e aplicamos seus princípios, é possível acabar

com a maior parte do sofrimento.
É muito importante que todos entendam que a
evolução espiritual não está vinculada ao sofrimento, e sim
ao amor. A ideia de que o caminho do crescimento passa
pela dor vem da ideia distorcida de que o Todo é um ser
vingativo. Nada mais equivocado que pensar assim. O Todo
é Pura Consciência, é Puro Amor.
Para fins didáticos, podemos dizer que existem dois
tipos básicos de motivação para o ser humano: o amor, que
procede da Essência e o medo que vem do ego. Em qualquer
pensamento, sentimento, palavra ou ação pode-se identificar
o sentimento que está por trás.
O medo pode se manifestar de diferentes formas:
medo da escassez, da solidão, da condenação, da rejeição, do
crescimento e da morte.
O principal medo do ser humano é o da morte, que,
em última análise, é o medo que o ego tem de desaparecer,
de perder o controle. E esse medo é infundado, pois somos
seres eternos.
Quando transcendemos ao ego, tudo começa a ser
resolvido: saúde, relacionamentos, prosperidade, negócios.
Mas, mesmo sabendo disso, nossa identificação com o
ego é tamanha, que raros são os que buscam a iluminação
espiritual. Todos querem achar a solução dos seus problemas
e dos problemas do mundo dentro do paradigma material.
Sendo assim, tudo o que se faz é para melhorar o mundo
material – mais dinheiro, mais poder, mais aparência – tudo
dentro das regras do mundo material. Isso é insanidade.

Não se pode procurar saídas materiais para o mundo

material. A única saída que existe é pela consciência, ou
seja, quando se entende que só existe uma consciência se
manifestando de diversas formas e quando se age a todo o
momento em coerência com esse entendimento.
Tudo é resolvido quando o ego deixa de comandar em
favor do Todo. Não há morte senão a do invólucro físico. A
consciência é eterna.
O crescimento pessoal depende de uma grande trans-
formação da consciência. A consciência cria a realidade o
tempo todo. Todas as escolhas que fazemos resultam da
consciência – consciente, subconsciente e supraconsciente.
As crenças estão no subconsciente, assim como todos
os automatismos. Um hábito vem do subconsciente e
mudá-lo exige muita determinação, tempo e paciência.
Inteligência emocional
O primeiro passo para se ter controle emocional

é cuidar dos pensamentos, evitando pensar em qualquer
coisa negativa. Todos os pensamentos devem ser de amor,
paz, prosperidade, alegria, realização. Para isso, devem-se
cancelar os pensamentos negativos quando surgem.
Pensamentos negativos acontecem repetidamente
devido à entropia psíquica. Tudo na natureza perde energia
como o tempo. Tudo decai se não for colocada energia e
informação para promover a ordem. Com a mente acontece
o mesmo.

A mente consciente tem de comandar sempre para

que não haja entropia psíquica. Fazendo isso – cancelando
todos os pensamentos negativos e substituindo-os por outros
positivos – logo se cria um hábito. Bastam vinte e um dias
de repetição. Tudo pode ser automatizado no subconsciente.
O mesmo deve ser feito em relação às emoções,
substituindo as negativas por positivas, sistematicamente.
Para que possamos identificar pensamentos e emoções
negativas é preciso estar presente no agora o tempo todo.
Quando a mente está fora do instante presente, perdida no
passado ou futuro, fica mais difícil percebemos o que está
acontecendo e tomarmos uma atitude em prol da mudança.
Permanecer inteiramente no agora retira poder do ego
e abre espaço para a Essência se manifestar, o que previne
o surgimento de muitos problemas. É preciso que não haja
nenhuma resistência para que a Essência se manifeste e a
transformação aconteça. Ou a pessoa permite ou não.
A existência do Todo é evidente por si só. Basta
estudar Mecânica Quântica e compreender o que é o
Vácuo Quântico, o infinito mar de consciência, energia e
informação que sustenta toda a realidade.
Tudo o que chamamos de matéria vem deste campo
que se manifesta primeiramente como Bóson de Higgs e
depois como quarks, prótons, átomos, moléculas, matéria
orgânica e inorgânica. Isso é um fato científico. Como a
Física estuda o fenômeno e não estuda o significado do
fenômeno, isso fica para filósofos, metafísicos, teólogos ou
livres-pensadores.
É por haver separação entre física e metafísica, que
essa correlação muitas vezes não é aceita. Quando a ciência

aceitar isso, o mundo mudará. Nesse ponto não existirá mais

a separação entre ciência e espiritualidade.
Portanto, a transformação da consciência é bem
simples, basta dedicação ao processo. Ou a pessoa aceita
que faz parte do Todo e deixa a transformação acontecer ou
permanece na ilusão da separação, com suas consequências.
Esta é a questão principal do crescimento: como
crescer consistentemente tendo pensamentos negativos de
qualquer espécie? É impossível. Ou a pessoa fica estagnada
ou cresce pouco, porque a autossabotagem acontecerá ine-
vitavelmente, até que aprenda a amar incondicionalmente.
Amor é a essência do Universo. Isso é um fato. Contrariá-lo
só traz problemas.
Viver é algo simples. Basta amar incondicionalmen-
te e tudo se resolve. É preciso soltar qualquer apego aos
resultados. Lao Tsé explicou isso: soltar é a solução. Deixemos
o ego de lado, pois a mudança está sempre acontecendo.
O paradigma está mudando. Basta analisar a mudança
que está acontecendo dentro de si, nos pensamentos e
atitudes. É sutil, mas acontece o tempo todo. Poderá ser
muito mais rápida, mas para isso é preciso deixar o ego
de lado, controlar a ansiedade e jamais pressionar para se
conseguir resultados.
Com a intenção firme de se reconectar com o Todo,
os problemas se resolverão no devido tempo. Essa mudança
deve acontecer primeiramente no interior, para que possa
depois se manifestar na realidade.
Existem duas formas de se perder o controle emocional.
A primeira é não controlar os próprios pensamentos. A

segunda é não controlar as ideias e emoções alheias que

tentam entrar no fluxo dos nossos pensamentos.
Nossos pensamentos são como um rio em constante
fluxo. Ideias estranhas a nós podem ser inseridas neste fluxo.
São aquelas ideias incoerentes com a nossa forma normal
de pensar e sentir. É preciso cancelar tais ideias, assim que
surgem, e substituí-las por outros pensamentos. Isso é
ter domínio mental. Caso a ideia volte, deve-se repetir o
procedimento. Não importa de onde venham, pensamentos
destrutivos devem ser cancelados imediatamente.
É importante considerar que o mínimo pensamento
destrutivo pode parecer inocente no início, mas que vai cres-
cendo dia a dia. Dentro de pouco tempo se torna incontrolável.
Todo pensamento vai sendo acumulado no incons-
ciente também. Quando positivos, acumulamos uma energia
positiva condensada para usarmos para fins positivos. Quan-
do negativos, gerarão uma energia negativa que, mais cedo
ou mais tarde, terá de ser liberada. Essa liberação poderá
ser de forma negativa ou positiva. A única maneira de se
controlar isso é colocando amor no lugar da energia negativa.
Portanto, inteligência emocional é o controle abso-
luto dos pensamentos e emoções, tenham a origem que
for. Todo pensamento gera emoções. Pensando de forma
construtiva e positiva teremos dado um grande salto em
direção ao progresso.


Não se pode procurar saídas materiais

para o mundo material. A única saída que
existe é pela consciência, ou seja, quando
se entende que só existe uma consciência se
manifestando de diversas formas e quando
se age a todo o momento em coerência com
esse entendimento.

Capítulo 8
Autossabotagem
“Conhece-te, aceita-te, supera-te.”

Santo Agostinho
Todos nós temos um impulso natural para o

crescimento: desejamos mais saúde, prosperidade material,
felicidade, relacionamentos gratificantes, a realização de
nossos sonhos e, até mesmo, a iluminação espiritual.
Assim como tudo no Universo, sofremos a ação de
forças evolutivas e inteligentes que nos mantém em um
processo contínuo de mudança e transformação. Tudo tende
ao desenvolvimento, à evolução.
No mundo manifesto da terceira dimensão, as formas
vivem ciclos naturais de nascimento, expansão, retração e
morte, mas a consciência por trás das mesmas é eterna e
evolui sem cessar.
Quando compreendermos essa dinâmica cíclica que
aponta sempre para a expansão e aprendermos a vivenciar
adequadamente os ritmos aos quais estamos submetidos,
nunca mais nos sentiremos traídos pela existência.

Apesar de desejarmos o sucesso e a autorrealização,

apesar de nos esforçarmos para progredir, muitas vezes
criamos verdadeiras armadilhas mentais que nos mantém
indefinidamente aprisionados e estagnados em um mes-
mo patamar.
A autossabotagem é um processo mental limitante que
impomos, inconscientemente, a nós mesmos quando há uma
oportunidade real de mudança e crescimento pessoal. Isso
acontece de forma automática e imperceptível, ao atingirmos
a fronteira da programação limitadora, ou seja, quando
esbarramos nas crenças inconscientes que determinam até onde
podemos ou merecemos chegar.
Se uma pessoa quer prosperar, mas tem uma crença
inconsciente de que não merece a fortuna ou de que é
incapaz de consegui-la, começa, então, a se sabotar. Por
exemplo, quando atinge determinado nível de ganho
financeiro, ela cria inconscientemente, uma maneira de
perder o que conquistou, seja gastando demais, emprestan-
do para alguém que não vai devolver, adoecendo, perdendo
o emprego etc.. A autossabotagem pode ser identificada
pela própria pessoa após uma análise objetiva dos padrões
que se repetem sempre que passa a ganhar mais dinheiro.
Vejamos as principais crenças limitantes por trás da
autossabotagem.
Um dos fatores mais importantes para se conquis-
tar sonhos e metas é a autoconfiança. A autoconfiança
baseia-se em dois pilares: valor e capacidade, o quanto
sentimo-nos merecedores e capazes de atingir nossos
objetivos, respectivamente.

Somos parte de uma única Consciência, que é

fonte benevolente de infinitas possibilidades. Por essa
razão, somos merecedores de toda felicidade e capazes
de desenvolver plenamente o nosso potencial. Isso nos é
garantido naturalmente, por herança espiritual.
Quando nosso sistema de crenças contraria essa
verdade e diz que não somos dignos, que não temos valor
– porque assim ouvimos ou interpretamos na infância –
consequentemente, passamos a nos sabotar para adequar a
realidade à nossa crença. Então, a autoprofecia se realiza e
nossos desejos não se concretizam.
Da mesma forma, quando cremos que é difícil
alcançar nossas metas ou que somos incapazes de atingir
nossos próprios objetivos, novamente entramos em modo
de autossabotagem e isso se torna a nossa realidade.
Como vimos no Capítulo 2, o sentimento predomi-
nante do Cérebro Reptiliano é o medo. Toda possibilidade
de mudança é percebida instintivamente como algo perigoso,
pois a mudança nos leva ao desconhecido e nos tira da zona
de conforto ao qual estamos habituados.
É por isso que a maioria das pessoas teme encarar
os desafios que uma mudança exige. Assim, adiam indefi-
nidamente as ações que poderiam transformar suas vidas
como: alimentar-se melhor, deixar de fumar, emagrecer,
qualificar-se para novas atividades profissionais, investir em
autoconhecimento, lapidar os relacionamentos, aprender
sobre finanças pessoais, começar novos negócios.
É fácil perceber se estamos “pisando no freio”. Isso
acontece quando sentimos preguiça, qualquer tipo de

negatividade, quando há indisciplina e procrastinação.

Como veremos mais a frente, procrastinação é o hábito de
adiar ações importantes para a última hora, o que gera muita
ansiedade, frustração e estagnação.
A autossabotagem ocorre quando há medo do cresci-
mento e do sucesso. Por isso, vemos pessoas que começam e
recomeçam muitas vezes, sempre apresentando um padrão
comportamental de fracasso, desistência e autodestruição.
Vejamos alguns exemplos de crenças ligadas à autos-
sabotagem:
 “Eu não fiz nada para merecer tanta felicidade.”

 “Eu não sou bom o suficiente para assumir essa
responsabilidade.”
 “Eu não consigo emagrecer.”
 “Eu não me preparei o bastante para fazer a prova.”
 “Eu não preciso da ajuda de ninguém para ter sucesso.”
 “Eu não consigo mudar porque ninguém me ajuda.”
 “Eu não sou ninguém sem ele(a).”
 “Depois eu estudo, quando estiver mais descansado.”
 “Mais tarde terei tempo para pensar nisso.”
 “Nada dá certo comigo.”
 “Não tenho tempo para me exercitar.”
 “Não tenho mais idade para mudar meu jeito de pensar.”
 “Se algo é de graça é porque não presta.”

 “Sou carente e os outros têm a obrigação de me

fornecer recursos e conhecimento.”
 “Todos os cursos bons são caros e não tenho
dinheiro para me atualizar.”
 “Eu não posso mudar. Este é o meu jeito.”
 “Os meus sentimentos são reações naturais, e não
algo que posso controlar.”
 “Se eu controlar os meus sentimentos, eu vou me
tornar um robô.”
 “Eu tenho que ter (amor, sexo ou dinheiro), para
ser feliz.”
 “Se eu não me culpar, vou continuar a fazendo as
coisas erradas.”
 “Sem dor, não há ganho.”
 “Se eu for feliz o tempo todo, seria um(a) egoísta.
 “As pessoas otimistas não são realistas.”
 “Se a felicidade fosse a minha prioridade, eu seria
negligente para com os outros.”
 “O mais poderoso sempre vence no final.”
 “É muito difícil mudar.”
 “Cada um tem o seu tempo.”
Todos nós nos sabotamos vez ou outra, mas há pessoas

que se comportam assim, costumeiramente. Os autossabo-
tadores típicos:

 Arranjam justificativas ou culpados para seus

fracassos.
 Adiam suas tarefas ou não as cumprem.
 Atrasam os cronogramas dos demais.
 Não cumprem o que prometem.
 Vivem com expectativas irreais em relação a si
mesmos e aos outros.
 São perfeccionistas e não terminam nada se não
estiver perfeito.
 Não começam nada se não houver condições
iniciais perfeitas.
 São impulsivos.
 Iludem-se facilmente.
 Desistem dos seus projetos.
 Delegam o controle de suas vidas para outras
pessoas.
Esses comportamentos podem variar muito, na

dependência do sistema de crenças pessoal. Os resultados
podem ser catastróficos, já que se está indo contra o fluxo
natural da vida, que é o crescimento. Perde-se muita energia
nesse combate e uma das consequências do contínuo conflito
consigo mesmo e com as outras pessoas é o adoecimento.
Quando tudo está indo bem e o progresso acontecendo,
a pessoa encontra, inconscientemente, uma forma de por
tudo a perder: batendo o carro, arruinando uma relação,

investindo mal seus recursos etc.. As desculpas são as mais

diversas. Nunca a pessoa se responsabiliza pelo acontecido.
Acredita sempre que é a vítima.
Praticamente, ninguém quer assumir que cria a
própria realidade com seus pensamentos e sentimentos,
pois é muito doloroso para o ego assumir a responsabilidade
pelos seus fracassos. É muito mais fácil acreditar que perdeu
o compromisso importante porque se envolveu em um
acidente de carro ou porque pegou muito trânsito. É mais
confortante pensar que não está vendendo porque há uma
crise econômica ou que perdeu o emprego porque seu chefe
o persegue.
Perdendo tudo o que conquistou, a pessoa tem de
recomeçar. É um padrão que ocorre repetidamente, até que
ela cansa de se frustrar, desiste e entra em depressão. Quando
isso acontece, sua vida desmorona. Isso vem acontecendo
com uma grande parcela da população. A epidemia de
depressão e ansiedade patológica que a sociedade vive na
atualidade tem suas raízes na inversão de valores e na total
distorção da imagem que o homem faz de si mesmo.
Se a pessoa analisasse o que escutou na infância,
entenderia o programa que está implantado na sua mente.
Basta que a pessoa, honestamente, observe seus sentimentos
para saber por que está criando a vida que tem.
Os seres humanos criam muitas dificuldades desne-
cessárias para si mesmos, quando adiam o autoconhecimen-
to e a investigação do sistema em que estão inseridos.
A autossabotagem é um padrão ainda muito presente
entre nós, mesmo entre aqueles que buscam o autoconheci-

mento. Fazer inúmeros cursos, viagens, estudos, iniciações,

rituais, sem qualquer ação efetiva para realmente mudar a
própria vida caracteriza autossabotagem. O crescimento é
inevitável; se não for pelo entendimento, será pelo sofrimento.
Felizmente, podemos superar a autossabotagem, re-
programando a nossa mente para o crescimento contínuo e
substituindo as crenças limitantes por outras mais coerentes
com nossa verdadeira natureza. Mas, para isso, é necessário
expandir a mente, pesquisar sobre a Realidade Última e
aceitar o preço da mudança.
A maioria das pessoas acredita que suas crenças –
adquiridas na infância – são a mais pura verdade. Acreditam,
realmente, que desejam mais dinheiro, relacionamentos,
poder, saúde, influência, mas não querem sair da sua zona
de conforto e investigar o seu sistema de crenças. Reclamar
sem agir, sem usar todo o potencial que se tem à disposição,
é sinal claro de autossabotagem.
O Universo tem leis que promovem a felicidade,
alegria, prosperidade, saúde, evolução, crescimento. Quando
isso não acontece, fica claro que, por trás disso, estão
vigorando outras “leis”: as transmitidas durante a infância
ou aquelas implantadas pela lavagem cerebral utilizada pelo
sistema para garantir o poder. Desfazer-se de tudo isso é um
trabalho que cabe a cada um.
Frente aos problemas da vida, de nada adianta filosofar
ou se desesperar. Somente haverá crescimento quando a
ação se alinhar com a inteligência do Todo.
O progresso estimula mais ação, que gera mais
crescimento, exponencialmente. Em todas as áreas – saúde,

relacionamentos, financeira, profissional, espiritual – é isso

que acontece quando há ação alinhada com a Essência e não
com o ego.
O que motiva as pessoas a repetirem um comporta-
mento que vai contra sua felicidade, satisfação, sobrevivência
e outras metas sensatas? Ao lado da compulsão à repetição
há um estado de ansiedade que gera uma sensação de impo-
tência. Quando vivenciamos eventos ameaçadores para o ego,
surge uma necessidade profunda, compulsiva e inconsciente
de dominar aquilo que nos parece fora de controle.
O medo supremo do ego é a perda do controle, ani-
quilamento e morte. De um modo ou de outro, muito do que
fazemos é para provar que somos capazes de levar a melhor
sobre o inevitável, uma tarefa que está além do controle e
da razão. O ego não aceita sua própria mortalidade, e muito
dos seus esforços têm por objetivo driblar a morte. É mais
cômodo perpetuar o comportamento de autossabotagem do
que enfrentar as decepções do passado.
Como reconhecer a autossabotagem
Toda vez que, inconscientemente, fazemos algo que

atrapalha, atrasa ou impede nosso crescimento pessoal,
sempre que nos omitimos em fazer algo que contribuirá
para nossa evolução, fica caracterizada a autossabotagem.
É fácil perceber quando entramos no processo de au-
tossabotagem: sempre que estamos crescendo, ocorre uma
situação “inesperada” como: adoecer, sofrer um acidente, ser

assaltado, perder o emprego, perder o horário da entrevista

de emprego. Alguma coisa acontece para que não passemos de
um determinado ponto que é estabelecido pelo subconsciente:
seja um salário, um cargo, um nível de relacionamento, uma
quantidade de clientes, um faturamento, um determinado
peso corporal etc. À primeira vista, parece que as situações
inesperadas acontecem ao acaso, mas, na verdade, elas são
criadas/atraídas por nós, de forma inconsciente.
Uma das causas da autossabotagem é a necessidade
de aprovação. Como tememos a reação das pessoas ao nosso
novo estilo de vida, é melhor que tudo fique como está.
Podemos nos sabotar, também, para não desapontar amigos,
familiares ou criar conflitos com os colegas de trabalho,
vizinhos etc..
Se a autossabotagem não for reconhecida e eliminada,
permanecerá atuando por toda a vida. Devemos refletir se
estamos nos sabotando quando a vida não está fluindo como
poderia. Vejamos alguns sinais mais comuns do comporta-
mento autodestrutivo:
 Fazemos não o que é preciso, mas o que é mais
fácil.
 Somos negligentes conosco e com os outros.
 Temos preguiça física ou apatia mental.
 Não contribuímos para a melhora da sociedade.
 Perdemos tempo com futilidades.
 Perdemos a hora e o timing.
 Não fazemos o nosso melhor.

 Temos medo do que os outros pensarão a nosso

respeito.
 Temos apego a pessoas, coisas e ideias.
 Não buscamos o autoconhecimento.
 Não temos interesse em conhecer a Realidade
Última do Universo.
 Não queremos estudar.
 Não queremos trabalhar.
 Não queremos ajudar.
 Temos preconceito e intolerância com as diferenças.
 Não aplicamos o que aprendemos, e assim por diante.
Sempre que se está para dar um salto evolutivo, o

ego cria os meios para impedir e atrapalhar tudo: doenças,
acidentes, demissões, crimes, distrações, viagens, diverti-
mentos etc. Tudo é motivo para atrasar a evolução. O ego
não quer perder a ilusão da separabilidade, a ilusão de que é
especial, poderoso e separado de todos no Universo.
A cegueira também se deve ao materialismo científico
que domina nossa sociedade, para o qual, a consciência
humana é um epifenômeno, um mero acaso da evolução.
Dessa maneira, não podemos criar a própria realidade
através do colapso da função de onda, como reza a Mecânica
Quântica. Os materialistas não podem admitir que a
consciência seja capaz de criar a realidade, pois teriam de
admitir que criaram o que estão vivendo.

Além do mais, o sistema não tem interesse em nos

empoderar. A consciência cria a realidade. Desta forma,
basta que se coloque determinado conteúdo na mente de
sete bilhões de pessoas e teremos o mundo ideal para um
grupo dominante.
Se as pessoas não sabem como o Universo funciona,
acreditarão piamente no que lhes é passado como verdade,
no que estão vendo com seus limitados sentidos físicos e na
realidade que aprenderam a manifestar através dos seus egos:
miséria, doenças, criminalidade, guerras, violência, abandono.
A realidade planetária é exatamente o resultado da
mente coletiva. Para mudar essa realidade basta trocar as
crenças, isto é, trocar os pensamentos e sentimentos.
O fato é que o medo do crescimento e das suas conse-
quências é imenso. Consciente ou não, o homem se sabota
assim que percebe que terá de crescer.
Crescimento ou evolução envolve mudança constante.
Sair da zona de conforto todo dia, estudar, trabalhar e ajudar
aos demais, no limite de nossa capacidade.
Crescer é inevitável. Se tivéssemos um número míni-
mo de pessoas crescendo, a influência delas seria extraordi-
nária. Em pouco tempo, tudo mudaria no planeta. Por essa
razão, não adianta ficar reclamando da vida ou do mundo.
É preciso se comprometer com o próprio crescimento e
colaborar com o desenvolvimento da coletividade, seja
pelo exemplo ou pela ação solidária.
Achar que os problemas sociais, políticos, econômicos
não são da nossa conta é um erro terrível, pois a omissão cobra
um alto preço em termos de evolução material e espiritual.

Crescimento implica em se envolver com tudo isso,

pois somos uma só consciência. Não adianta arranjar
culpados pela estagnação que se vive. É preciso enfrentar o
fato de que se está resistindo ao crescimento e mudar.
O Caos rege o Universo, ciclicamente. Então,
mais cedo ou mais tarde, a pessoa terá de sair da zona de
conforto, seja através de uma doença, falência, desemprego,
separação, acidente. Tudo isso é fruto da autossabotagem, da
somatização, de tudo aquilo que a pessoa criou consciente
ou inconscientemente.


Somos parte de uma única Consciência,

que é fonte benevolente de infinitas
possibilidades. Por essa razão, somos
merecedores de toda felicidade e capazes de
desenvolver plenamente nosso potencial.

Capítulo 9
Zona de Conforto
“Você não precisa ver toda a escada.

Apenas suba o primeiro degrau.”
Martin Luther King Jr.
A zona de conforto pode ser entendida como os

padrões de comportamento que nos mantém perfeitamente
acomodados à nossa rotina, privilegiando tudo aquilo a que
estamos familiarizados e evitando, assim, qualquer risco à
segurança do ego.
Nosso cérebro reptiliano não gosta do desconhecido
e se sente ameaçado quando não detém o controle total
das situações. Nos leva, instintivamente, a permanecer em
uma zona de relativo conforto mesmo que, em determinado
momento, a inércia passe a nos causar mal-estar e sofrimento.
A zona de conforto representa uma barreira
psicológica que nos impede de encarar desafios e melhorar
a nossa qualidade de vida. A extensão varia de indivíduo
para indivíduo, na dependência das crenças limitantes que
foram transmitidas na infância e das experiências de vida,

podendo ir de uma leve tendência ao conservadorismo até

a apatia total.
A zona de conforto pode ser um pequeno paraíso
psicológico no qual a pessoa se refugia e que a impede de
buscar por mudanças. Tentar algo novo sempre envolve a
possibilidade de fracasso e a necessidade de dedicação e
trabalho; então, se prefere a segurança do conhecido, pelo
medo de se perder o que já tem, da reprovação alheia ou
mesmo por pura preguiça.
Isso acontece toda vez em que, por exemplo,
permanecemos em relacionamentos mornos, em empregos
medíocres, vivendo na casa dos pais por comodidade, em
condições financeiras apenas de sobrevivência. Como nessas
situações não há grande sofrimento, é mais fácil ficar na
inércia e não mudar.
Por outro lado, a zona de conforto pode ser desastrosa
como, por exemplo, em situações de obesidade mórbida,
relacionamentos violentos, desemprego prolongado,
acúmulo de dívidas. Mesmo que tais condições tragam
muito sofrimento, de alguma forma a pessoa se adapta e se
acomoda a elas. Por que isso acontece?
Evita-se mudar porque, de uma forma ou de outra,
toda mudança envolve algum tipo de dor:
 Para emagrecer, tem-se que enfrentar a privação de

uma dieta.
 Para sair de um relacionamento, tem-se que lidar
com o fantasma da solidão.

 Para abrir um novo negócio, tem-se que enfrentar

a possibilidade do fracasso.
 Para sair do sedentarismo, tem-se que lidar com o
desconforto muscular e o cansaço físico.
 Para mudar um sistema de crenças limitante,
tem-se que lidar com a reação das outras pessoas à
nossa nova visão de mundo .
 Para ter sucesso em qualquer área, tem-se que
enfrentar os desafios e obstáculos que isso implica.
Em tudo o que nos propomos na vida, há um preço a

ser pago. Todos se acomodam vez ou outra, mas, para muitos,
a evasão torna-se um modo de vida, em que se evita qualquer
coisa que possa ser dolorosa ou trabalhosa. E, inevitavelmen-
te, isso impede o alcance do sucesso e da autorrealização.
A tentativa de sair da zona de conforto pode gerar
medo e ansiedade, de forma consciente ou não. Como existe
uma chance de as coisas ficarem piores do que já estão, caso
nos arisquemos a mudar, a insegurança contribui para nos
deixar paralisados.
Nosso sofrimento atual, por mais doloroso que seja,
já é um velho conhecido; de alguma maneira, aprendemos a
lidar com ele. Desconhecemos como será viver de um novo
jeito, se houver mudança. Temendo o novo, uma parte de
nós prefere ficar com o conhecido.
Além do medo do novo, existe outro agravante: a
identificação do ego com as situações que vivemos. Acos-
tumamo-nos de tal forma com o sofrimento, que ele se

torna parte de nós. Isso causa um apego patológico a uma

situação de vida limitante que pensamos, equivocadamente,
ser quem somos.
Quando a nossa vida tem muito sofrimento, nossos
pensamentos, sentimentos e ações giram em torno dele
a maior parte do tempo. Isso acaba nos ocupando e
preenchendo de certa forma. Resolver a causa do problema
e acabar de uma vez por todas com ele pode dar a sensação
de que a vida ficará vazia e sem objetivo. Sem um dragão
com o qual lutar todos os dias, teremos de olhar para nós
mesmos, o que pode ser perturbador.
Racionalmente, sabemos que a vida pode ser melhor,
mas, emocionalmente, o medo acaba vencendo. Isso afeta a
nossa criatividade e influencia negativamente nossas ações
e pensamentos para que fiquemos indefinidamente no
mesmo patamar.
A baixa autoestima também nos leva a não agir
para sair de uma situação desconfortável. Sentimentos
de incapacidade, incompetência, não merecimento,
e mecanismos inconscientes de autopunição atuam
perpetuando o problema. Às vezes, percebemos a autossa-
botagem acontecendo, mas em muitos casos ela permanece
atuando silenciosamente no inconsciente.
O preço que pagamos pela zona de conforto
Os experimentos científicos da Mecânica Quântica

mostram que tudo é consciência. Se o observador cria a

própria realidade, por que as pessoas não estão criando,

deliberadamente, uma realidade melhor para si? Não criam
devido às crenças que regem suas vidas, principalmente a
nível inconsciente.
Se a consciência cria toda a realidade, ela vai criar a
realidade do indivíduo de acordo com as limitações do seu
sistema de crenças, que formam um modelo da realidade,
criam um programa que fica sendo executado no mental da
pessoa, obstruindo qualquer possibilidade de crescimento.
Na verdade, a limitação não existe, mas a pessoa cria e
sustenta a própria limitação.
Somos seres atômicos, em vibração constante, com
necessidade de crescer, de evoluir. Ao impedirmos nosso
crescimento sofreremos, tanto mental quanto fisicamente,
devido às inevitáveis somatizações que seguem à contração
da consciência.
A falta de ação vem atrelada ao sistema de crenças,
porque, no fundo, a pessoa acha que não é capaz, que não
merece, que a vida é assim mesmo. Debaixo de tudo isso,
está a crença de como é o Universo, de como ele é regido, de
como ele é administrado.
A zona de conforto é um problema generalizado.
Como o crescimento é algo natural no Universo, assim que
ele é estimulado, em pouco tempo, a pessoa terá de sair da
zona de conforto em que vive e crescer. Assim, conseguirá
tudo o que almeja.
Deixar para trás a zona de acomodação é um requisito
fundamental para a pessoa que deseja alcançar o sucesso em
qualquer área. A maioria absoluta das pessoas diz que quer

mais dinheiro e bens materiais. Quando lhes é oferecida

essa possibilidade, dificilmente aproveitam. No que se refere
ao crescimento profissional, acontece o mesmo: as pessoas
não almejam a diretoria ou a presidência da empresa em
que trabalham porque isso comprometerá outras áreas da
vida – família, lazer, relacionamentos. Terão de trabalhar
mais, ser os primeiros a entrar e os últimos a sair da empresa,
continuar trabalhando online em casa, no aeroporto, viajar a
negócios. Enfim, poucos querem esse tipo de vida.
A zona de conforto nos relacionamentos afetivos é
a maior responsável pela estagnação e morte das relações,
que deveriam ser dinâmicas e sempre renovadas. É preciso
dedicação às necessidades do outro, tanto quanto às nossas
próprias, e disponibilidade constante para descobrir aspectos
mais profundos do parceiro(a), de si mesmo e do próprio
relacionamento. Somente quando saímos permanentemen-
te da zona de conforto é possível vencer a monotonia e o
esfriamento das relações amorosas.
A acomodação acontece com todos, até mesmo com os
que buscam o autoconhecimento. É comum encontrarmos
pessoas que fazem inúmeros cursos, leem muitos livros, mas
não colocam em prática o que aprenderam.
Quanto maior o conhecimento adquirido, maior
a responsabilidade no que se refere a agir, transformar a
própria vida e passar o conhecimento para os demais.
Qualquer caminho serve quando se quer encontrar
a Verdade. Todos eles, quando investigados a fundo,
levam ao mesmo ponto. Uma vez encontrada a Realidade

Última, o próximo passo é agir em conformidade com ela.

Isto é, devemos nos tornar o próprio conhecimento, em cada
pensamento, sentimento, palavra ou ação.
O ser que está individuado trabalha incessantemente.
Trabalha no sentido de colocar energia em algo produtivo
e não de esforço. Viver não requer esforço, e sim fluxo. Não
há como ser diferente: se um ser está unificado ao Todo,
como não trabalharia sem cessar, se a essência do Universo
é movimento, vibração e mudança?
Como a Mecânica Quântica nos mostra, a vida
é feita de infinitas possibilidades. Algumas dessas pos-
sibilidades podem se tornar prováveis e se manifestar na
realidade através da escolha de um observador consciente.
Cada um de nós é uma consciência livre, capaz de criar
sua própria realidade conforme seus pensamentos, crenças,
sentimentos e ações.
As possibilidades extraordinárias de crescimento e
felicidade que estão à nossa disposição não podem ser mate-
rializadas sem algum empenho de nossa parte. Se temos um
baixo índice de tolerância à dor ou um baixo ímpeto para a
ação, não conseguiremos desenvolver todo o nosso potencial.
Ao ficarmos na zona de conforto, abandonamos a
maioria dos nossos sonhos e metas. Fazer sempre as mesmas
coisas nos leva sempre aos mesmos resultados. Em outras
palavras: não adianta reclamar da vida que temos, se não
fizermos tudo o que for necessário para mudá-la.

Como sair da zona de conforto
Todas as pessoas bem sucedidas sabem que a segurança

é uma ilusão. Cada um de nós tem o poder – e a responsabi-
lidade – de sair da sua zona de conforto.
Os efeitos de se impor a cada dia mais desafios são:
satisfação pessoal, melhora na qualidade de vida, superação
dos seus limites, desenvolvimento das suas habilidades,
trabalho prazeroso e ampliação da sua maneira de ver o
mundo. Para isso:
Busque o autoconhecimento.
 Identifique o seu propósito de vida.

 Liste aquilo que precisa mudar para ter melhores
resultados.
 Identifique os resultados negativos que poderá ter
se não mudar.
 Foque nos resultados positivos que pode obter com
a mudança.
 Busque a todo o momento o que lhe proporciona
bem-estar.
 Vença o medo de mudar dando o primeiro passo
em direção às suas novas metas.
 Não perca tempo com as distrações do caminho.
 Faça uma pequena coisa nova a cada dia.
 Mude seus hábitos limitantes.

Existe uma questão fundamental: o crescimento é um

imperativo da vida. Qualquer pensamento, sentimento ou
ação contrários a isso causa um sério problema.
É preciso avaliar os desejos mais profundos: se
realmente desejamos crescer ou se queremos ficar na
zona de conforto, por mais desconfortável que esteja.
Os resultados que se tem na vida sempre revelam nossos
desejos mais profundos.
Se desejamos algo, intensamente, as portas se abrem
para que isso se realize. Então, é preciso fazer o necessário:
trabalhar muito, estudar muito, diversificar os produtos, ser
flexível, inovar sem parar, capacitar-se progressivamente, ter
duas ou três atividades profissionais diferentes, expandir os
contatos e parcerias. Ou seja, nunca devemos estacionar e
nos acomodar onde estamos.
Quando se tem todos os recursos de que se precisa,
porque não há crescimento? Porque o desejo profundo não
é esse. Deve existir alguma limitação filosófica, existencial
ou metafísica qualquer que gera uma resistência. É preciso
olhar para dentro de si, honestamente, e aceitar o que se vê.
Só então é possível progredir.
É preciso decidir se queremos crescer ou não. Em
seguida, devemos sermos coerentes com essa escolha. O que
não é sensato é escolher não crescer e depois reclamar que
não cresce.
O livre arbítrio permite ao homem escolher o que
quiser, mas ele deve ser coerente com isso. Crescer é uma
escolha que implica em consequências: trabalhar mais,
estudar mais, exige que esse tempo seja tirado de outra coisa

que fazíamos. O tempo é limitado. Por isso, uma opção tem

de ser feita.
Crescer implica em se empenhar cada vez mais,
sair da zona de conforto o tempo todo. Não há um só dia
confortável. Sempre estaremos atuando no desconhecido,
pois estamos crescendo sem parar.
O conhecido só existe na zona de conforto. Se a pessoa
sempre vendeu um número fixo de produtos, esta é a sua
zona de conforto. Se passar disso, já está no desconhecido
e desconfortável. E quanto mais vende , mais desconhecido
vai ficando.
Esta é a dinâmica do crescimento: sempre atuar no
desconhecido.
Não existe nada impedindo o progresso. O crescimento
pode acontecer em quaisquer circunstâncias, já que as opor-
tunidades oferecidas pelo Universo são infinitas. Crescer é
sempre uma escolha.


Quanto maior o conhecimento adquirido,

maior a responsabilidade no que se refere a
agir, transformar a própria vida e passar o
conhecimento para os demais.

Capítulo10
Armadilhas Mentais
“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás

o universo e os deuses.”
Sócrates
Até mesmo as mais bem intencionadas tentativas de se

ter crescimento pessoal, sucesso e autorrealização podem ser
frustradas, quando não levamos em conta o fato de que nosso
inconsciente nem sempre deseja a mesma coisa que nós.
A mente pode ser uma adversária bem habilidosa a
nos prender em armadilhas invisíveis aos nossos olhos,
já que dificilmente procuramos em nós mesmos a fonte
dos obstáculos ao progresso. Por isso, os grandes mestres
apontam para a necessidade de buscarmos o autoconheci-
mento acima de tudo.
Veremos a seguir algumas das mais limitantes
armadilhas de nossa mente condicionada:

Procrastinação
Procrastinação é um comportamento muito comum

em que uma ação necessária é evitada ou adiada indefi-
nidamente. Dessa maneira, a pessoa quer iniciar alguma
tarefa ou mesmo terminar o que começou, mas é levada
a postergar a ação, por motivos que sempre lhe parecem
alheios à sua vontade.
O hábito de adiar algo importante, como procurar um
médico, terminar um relatório de trabalho, iniciar uma mu-
dança positiva de hábitos, resulta em perda de produtividade,
estresse, ansiedade, angústia, sensação de culpa e vergonha
pelo não cumprimento das responsabilidades e compromissos.
Quando nos envolvemos com alguma tarefa que
não gera prazer imediato, o cérebro interpreta isso como
uma ameaça.
O Sistema Nervoso Central produz certas substâncias
– neurotransmissores – relacionadas com as emoções, sen-
timentos e comportamentos. Toda vez que a pessoa recebe
um estímulo positivo, forte, agradável, seu cérebro gera a
dopamina, que dá a sensação de felicidade, de estar de bem
com a vida, em fluxo com o Universo e todos os sentimentos
decorrentes disso. A dopamina gera prazer, alegria, força,
êxtase, euforia, poder, sexualidade, confiança, sentimento de
poder enfrentar qualquer desafio. Ela é indispensável para
ação motora, força de vontade, alegria e bem-estar.
A dopamina é um neurotransmissor extremamente
potente. Sua diminuição é fatal para o crescimento do

indivíduo. Sua presença traz uma sensação de controle total

da situação, de poder enfrentar qualquer desafio, qualquer
inimigo, qualquer problema. Este é o neurotransmissor
básico do Macho Alfa ou da Fêmea Dominante.
De certa forma, nos tornamos dependentes deste tipo
de sensação de poder que a dopamina propicia. Quando uma
tarefa tem grandes possibilidades de provocar a produção de
dopamina, o cérebro busca avidamente por ela. Por outro
lado, quando o cérebro entende que uma ação não será capaz
de produzir dopamina, ele simplesmente tenta evitá-la de
todas as maneiras.
Frente a uma tarefa, a amígdala cerebral – a parte do
cérebro que controla o cérebro emocional – inicia uma rápida
avaliação entre o agir e o não agir, baseada em experiências
semelhantes registradas na memória. Quando a tarefa não
parece prazerosa, entram em ação outros neurotransmisso-
res, provocando medo e ansiedade. Então, evita-se a ação
para que haja um retorno ao ponto de equilíbrio emocional.
O córtex pré-frontal é a área do cérebro responsável por
funções de execução cerebral como planejamento, controle
de impulsos, atenção, e age como um filtro, diminuindo
estímulos que causam distração ao indivíduo. Lesões ou
baixa utilização dessa área podem reduzir a capacidade
de uma pessoa filtrar esses estímulos, resultando em má
organização, perda de atenção e aumento da procrastinação.
Normalmente, a amígdala cerebral leva menos tempo
para produzir uma reação emocional do que o córtex
pré-frontal leva para julgar e se decidir pela ação. É por esse
motivo que, muitas vezes, a emoção vence a razão e adiamos

uma ação necessária indefinidamente, ou pelo menos até

o prazo final para executá-la, quando a dor por não agir
torna-se maior do que o desprazer de agir.
Qual de nós já não adiou a realização de uma tarefa
importante como: praticar exercícios, iniciar a leitura de
um livro que pode mudar nossa visão de mundo, aprender
um idioma, emagrecer, parar de ingerir bebidas alcoólicas,
começar a poupar?
A procrastinação acontece com todos, uma vez ou
outra, mas há pessoas em que esse comportamento torna-se
uma desordem persistente e debilitante. Nesses casos, o
hábito relaciona-se com ansiedade, baixa autoestima, falta
de criatividade e mentalidade autodestrutiva. Embora a
procrastinação seja considerada normal, é um fator limitante
para o crescimento pessoal.
Os procrastinadores podem adiar suas tarefas por:
 Perfeccionismo: nunca estão satisfeitos com os

resultados do que estão fazendo; portanto, não se
sentem prontos para finalizar o que iniciam.
 Impulsividade: se envolvem demais com atividades
menos importantes, cujas soluções têm baixo
impacto como, por exemplo, responder a todos os
e-mails que recebem ou conferir a todo o momento
o que está acontecendo nas redes sociais.
 Medo: temem o fracasso e a opinião alheia frente
ao seu desempenho. Não começar algo, neste
caso, é a melhor forma para não fracassar ou não
ser julgado.

Mesmo sendo um forte hábito, a procrastinação é uma

escolha do indivíduo. A angústia associada à procrastinação
somente se extingue quando a tarefa é concluída.
Há técnicas e ferramentas que podem ajudar, mas o
problema só será resolvido, em definitivo, através do auto-
-conhecimento e da busca pela expansão de consciência.
Negação
Negação é um mecanismo de defesa psicológico, que

se caracteriza pela tentativa de não aceitar na consciência
algum fato que perturbe o ego. É a tendência de negar a
realidade como se apresenta, para tentar evitar o sofrimento.
Na sua forma clássica, a negação é totalmente
inconsciente, mas muitas vezes pode ter um elemento
consciente significativo, em que a pessoa simplesmente “faz
vista grossa” para uma situação desconfortável.
A negação pode ser observada, por exemplo:
 Nos indivíduos que não admitem ter problemas

com o álcool ou outras drogas;
 Nas pessoas que não admitem que estão vivendo
relacionamentos abusivos ou falidos;
 Naqueles que recebem a notícia de que estão com
uma doença grave ou fatal;
 Naqueles que não querem saber do novo paradigma
que surgiu com a Mecânica Quântica, para não
terem que se adequar a uma nova forma de viver;

 Nas pessoas que se recusam a procurar tratamento

médico mesmo quando há fortes indícios de doença;
 Nos otimistas que negam que as coisas possam dar
errado alguma vez. E assim, por diante.
A negação é uma forma de repressão, em que os
pensamentos estressantes são proibidos na consciência. “Se
eu não penso sobre isso, então eu não sofro o desconforto
de ter que lidar com isso”. No entanto, pessoas em estado
de negação permanente podem pagar um alto preço: para
manter esse estado, consomem parte da energia que impul-
sionaria seu crescimento.
A tendência de achar que tudo está bem e que tudo
sempre dará certo é uma ilusão e um dos maiores obstáculos
para o sucesso de alguém. Ser positivo é uma coisa, viver de
esperança é outra. É preciso se basear em fatos e analisá-los
racionalmente. Isso vale tanto para uma pessoa, quanto para
uma empresa, um país ou a humanidade inteira.
Se não for trabalhada, essa tendência psicológica
à negação levará ao fracasso, inevitavelmente. Foi o que
aconteceu com impérios industriais e até mesmo com
civilizações inteiras, que desapareceram pelo fato de não
aceitarem a realidade como é.
Há várias situações em que não se quer enxergar
a realidade. As dívidas são um exemplo disso: a pessoa
endivida-se acreditando que tudo irá melhorar e que no
próximo mês vai faturar mais para pagar as contas. Pede mais
dinheiro emprestado para pagar os empréstimos anteriores
e, aos poucos, entra em uma espiral de endividamento. Não
percebe que crédito é dívida e não um ativo. Esse caminho,

geralmente, leva à falência. Este é o mecanismo por trás de

todas as “bolhas” financeiras da história.
O mesmo acontece com um negócio que não progride:
o dono injeta recursos em algo que, na verdade, não tem
futuro. E, também, nos casos em que a pessoa acredita
que pode melhorar de vida sem estudo e trabalho, talvez
ganhando na loteria...
Para progredir, é essencial que se decida enxergar
a realidade como ela é. Isso não é pessimismo nem
negatividade, é clareza.
O autoengano é uma escolha que a pessoa faz,
consciente ou inconscientemente. Sendo uma opção,
é possível passar a ver claramente os fatos, resolver os
problemas e trabalhar para melhorar as condições de vida.
Nossa consciência cria exatamente aquilo em que
acreditamos e nos permitimos receber. A questão não
é querer enxergar e sim decidir enxergar. Eliminando o
autoengano, poderemos o progredir em todas as áreas.
Dissonância Cognitiva
A dissonância cognitiva explica o desconforto que

sentimos quando temos duas ideias contraditórias ou
incompatíveis, ou quando nossas crenças não estão em
harmonia com aquilo que praticamos.
A teoria da dissonância cognitiva ilustra a maneira
como lidamos com as nossas incoerências. O psicólogo
Leon Festinger observou que temos um impulso de buscar

a harmonia em todas as nossas atitudes e crenças, pois, caso

contrário, nos sentimos psicologicamente desconfortáveis.
A tendência inicial é buscarmos explicações, jus-
tificativas e racionalizações para nosso comportamento
incoerente. Por ser um sentimento desagradável, a dis-
sonância nos motiva a substituir a crença, a atitude ou o
comportamento dissonante.
Quando nos deparamos com percepções, informações
ou ideias em conflito, tentamos reduzir a ansiedade
produzida através de algumas dessas posturas:
 Substituindo uma ou mais crenças, atitudes ou com-

portamentos que estejam envolvidos na dissonância;
 Adquirindo novas informações ou crenças que irão
aumentar a consonância;
 Ignorando ou desmerecendo aquilo que mantêm a
situação de dissonância.
Um exemplo é o fumante que sabe de todos os

prejuízos que o fumo acarreta e continua a fumar ou alguém
que defende radicalmente os direitos dos animais, mas que
não deixa de comer carne.
Por que as pessoas continuam fazendo coisas que
não se ajustam ao que elas já sabem, ou mantendo opiniões
incoerentes entre si? Isso ilustra bem o processo de auto-
corrupção que mantém o ego protegido de um possível
autoenfrentamento, ante os desconfortos que a incoerência
lhe acarreta, na tentativa de preservar a autoimagem ou pela
dificuldade em ‘abrir mão’ dos ganhos secundários que a
postura incoerente proporciona.

Entropia Psíquica
Entropia é um conceito da termodinâmica que mede

a desordem das partículas de um sistema físico. Tudo no
universo físico tende para a perda de energia e para a desor-
ganização ao longo do tempo.
Os organismos vivos são sistemas que atuam como
totalidades integradas e, para sobreviverem, precisam trocar
matéria e energia com o meio ambiente – são sistemas em
evolução, abertos a trocas de energia. Com o passar do
tempo, sua entropia tende a aumentar e a ordem existente
tende a transformar-se em desordem, em deterioração das
suas funções, culminando com a morte do organismo.
A entropia está presente na esfera psicológica do ser
humano, tanto quanto na biológica. A mente é composta de
átomos; portanto, está inserida nas mesmas leis físicas do
resto do Universo.
O contrário de entropia é a “neguentropia”, ou orga-
nização. Para que haja organização em um sistema, é preciso
que haja a ação de força, inteligência, energia e informação.
Se a pessoa não organiza a própria mente, a tendência
será a perda de energia e a desorganização, isto é, o surgi-
mento de pensamentos negativos. A entropia explica por
que tendemos a pensar negativamente e não positivamente.
As emoções atuam na psique nos dois sentidos –
aumentando a entropia (a desordem) ou diminuindo a
entropia. As emoções negativas – medo, raiva, tristeza,
mágoa, culpa, vergonha, preocupação, inveja, ciúme –

aumentam a desordem mental. Por sua vez, as emoções

positivas – amor, alegria, contentamento, entusiasmo, prazer,
gratidão, esperança, confiança, otimismo, – aumentam a
ordem mental.
A entropia psíquica prejudica a eficiência pessoal,
pois a atenção é desviada de atividades importantes para a
área de conflito. Quando você está com raiva, por exemplo,
sua atenção está voltada para o objeto gerador da emoção –
alguém que lhe frustrou ou agrediu – e não pode ser dirigida
para o mundo externo. Assim, você perde a capacidade de
perceber com clareza os acontecimentos e a capacidade de
resolvê-los convenientemente.
Se não houver uma inteligência que coloque energia
para organizar a mente, a tendência é, inevitavelmente, cair
nos pensamentos negativos.
Como a consciência atrai exatamente o conteúdo
que ela tem, a entropia psíquica leva ao caos na vida
pessoal. É por isso que os pensamentos negativos criam
situações negativas.
Se não houver autodomínio, a tendência é o caos
absoluto: mental, emocional, financeiro, físico e espiritual.
Portanto, é imprescindível que todo ser autoconsciente
invista tempo e energia dominando a sua mente.
Não existe algo como um “estado ideal” em que não
se tenha mais que gerir os próprios pensamentos. É lógico
que, quanto mais a pessoa evolui, mais autocontrole tem
e fica mais fácil administrar o estado mental. Uma pessoa
com autodomínio, logo percebe o pensamento negativo e,
imediatamente, o transmuta em um positivo.

Esse é um trabalho para uma vida inteira. Se

deixarmos a mente divagar, inevitavelmente ela penderá
para a negatividade: perdas, acidentes, assalto, falência,
doença, ciúme, julgamentos, maledicências.
São milhares de pensamentos por dia, sem ordem, sem
foco, levando a todo tipo de preocupação sobre problemas
que ainda não existem. Este é o estado mental da maioria
das pessoas, atualmente, e que se reflete na realidade caótica
que observamos a nível pessoal e coletivo, discutida no início
deste livro.
Tudo o que está na consciência atrai coisas, eventos e
pessoas de mesma vibração. Aquilo que a pessoa mais teme
acaba acontecendo. Isso não é uma coincidência, é pura
física. Se você teme algo, está atraindo aquilo e, inevitavel-
mente, mais cedo ou mais tarde, aquilo acontecerá.
Um pensamento negativo pode ser cancelado logo
que surge. Assim, ele não cria nenhuma atração, pois
não houve tempo e força psíquica suficiente. Mas, se
começarmos a pensar, a analisar o pensamento negativo que
entrou, começamos a considerar as possibilidades de aquilo
acontecer. Então, vem o sentimento de medo, de pânico, de
preocupação, de ansiedade, de tristeza. Quanto mais emoção
associada, quanto mais energia se coloca no pensamento,
mais depressa ele é manifestado.
O que cria não é o pensamento, isoladamente, é a
emoção. Visualizar o que se quer é ótimo: você dá a forma,
por exemplo, ao carro que você quer. Mas esse carro somente
aparecerá quando se colocar energia, quando houver o desejo,
o sentimento de certeza, sem qualquer traço de ansiedade,
sem preocupação, sem pressão.

A mente é que cria a ansiedade e promove toda a desor-

ganização. Se pensarmos, sentirmos e soltarmos, criaremos
o que desejamos sem dificuldade, no devido tempo.
Dominar a entropia psíquica é algo da mais extrema
importância para todo ser humano que deseja o crescimento.


A consciência cria exatamente o que

se acredita, se escolhe, se sente se deseja.
Se quisermos enxergar, enxergaremos. A
primeira coisa é se decidir por enxergar e
acabar com o autoengano. Então, o progresso
acontecerá em todas as áreas.

Capítulo 11
A Resistência ao Crescimento
“A melhor maneira de prever o

futuro é criá-lo.”
Peter Drucker
Todos nascem com qualidades que garantem sua

sobrevivência. Cada um deve trabalhar com os recursos e
talentos que a vida lhe deu. Um animal que se recusa a caçar,
a lutar pela própria vida, morre rapidamente. No caso dos
humanos, tudo se complica devido ao paradigma pessoal
e coletivo que nos influencia bem mais que os instintos.
Somos seres de crenças.
A recusa em crescer é o maior problema de qualquer
pessoa. As consequências são graves: perda de qualidade de
vida, escravidão e morte. Já que as consequências são essas,
por que resistimos ao crescimento?
Caso não se esteja interessado em melhorar o planeta
em que vive, basta que melhore a própria vida. Isto é o
mínimo que se espera, que use seu instinto de sobrevivência
para manter-se no jogo da vida, como toda bactéria, planta,
inseto e animal está fazendo.

Para crescer, quanto mais qualificação e conhecimento

se têm, melhor. E o que é preciso para ter conhecimento?
Estudar. Não há necessidade de ler milhares de livros, basta
ler os livros mais importantes sobre vários assuntos.
Estudar dá trabalho. Tudo que vai contra a entropia
dá trabalho. Para contrariar a tendência à desordem natural
é preciso colocar energia, usar a inteligência, ter organização
e planejamento. E por fim, agir.
Resistir ao crescimento é ir contra o instinto de so-
brevivência, contra o mais básico da vida: o desejo de viver.
Em todos os níveis da existência há busca pelo progresso
ou decaimento.
Quando a pessoa está indo contra o instinto de
sobrevivência, faz tudo que pode para não crescer. É um
suicídio lento: atende mal os clientes, não se atualiza, não se
empenha, cria atrito com os colegas, falta no trabalho, coloca
pressão demais nas vendas. E o resultado, obviamente, se
mostra coerente com as atitudes.
As regras do crescimento são simples:
1) Trabalhar muito e com entusiasmo, fazendo o seu
melhor a cada dia.
2) Investir incessantemente na própria educação e no
autoconhecimento.
3) Manter a mente com foco positivo o tempo todo.
4) Ter determinação para atingir os objetivos deseja-
dos, sem desistir, sem duvidar.
5) Permanecer no fluxo da vida, sem oscilação mental,
sem ansiedade, sem pressa, dia após dia, ano após ano.

6) Viver de maneira simples, evitando os gastos des-

necessários.
7) Fazer o bem o tempo todo, ajudando as pessoas a
crescerem também.
Se todos fizerem o máximo que podem para evoluir,
haverá mudança no âmbito pessoal e coletivo. A mudança
positiva que todos querem ver no planeta somente acontecerá
quando a maioria fizer o máximo que pode para melhorar
em todas as áreas da vida. É do esforço individual que o
coletivo ganhará.
A resistência ao crescimento, normalmente, é vencida
pelo Caos. É só uma questão de tempo para que apareçam
os eventos caóticos que forçarão uma evolução. As pessoas
que não resistem e que têm profundo conhecimento crescem
com o caos, as demais sofrem.
Eventos caóticos são mais comuns do que se pensa.
O Caos faz parte integrante de todo o Universo. É a forma
de fazer com que haja evolução, de uma forma ou de outra,
pois tira todos da zona de conforto. Por exemplo: o furo de
um pneu do seu carro que lhe impede de chegar à entrevista
de emprego, o fim inesperado de um relacionamento, perder
o emprego quando sua esposa lhe avisa que está grávida, a
falência da empresa em que trabalha ou da sua própria, o
estouro de uma bolha econômica, dívidas, doenças graves,
mortes, guerras, catástrofes naturais.
Normalmente, o Caos cria enormes problemas para
as pessoas. O segredo das pessoas que têm sucesso contínuo
é a incorporação do Caos na própria vida, por livre e
espontânea vontade. A própria pessoa cria situações para

forçar seu crescimento e evolução. Assim, ela ganha com o

Caos. Essas são as pessoas que crescem sem parar, pois não
tem nenhuma zona de conforto.
Impor o Caos na própria vida não é difícil. A fórmula
do sucesso para sobreviver ao Caos é crescer sempre e impor
desafios estimulantes a si mesmo. Essa é uma atitude que todos
podem tomar. É uma escolha individual.
Há muitas vantagens em se fazer isso, pois, enquanto
a maioria tem grandes problemas para sobreviver com o
Caos, a pessoa estará crescendo com ele, e melhorando cada
vez mais.
A pessoa que se antecipa ao Caos já se preparou para
isso. Ela estudou e trabalhou previamente. É por essa razão
que as pessoas deveriam ter duas ou três profissões e estudar
muitos assuntos profundamente. Uma pessoa assim nunca
será surpreendida pelo inesperado. Está preparada para
tudo, se impõe desafios continuamente, dando o máximo de
si em tudo o que faz.
É claro que não é fácil fazer isso. E é por isso que são
poucos os que se destacam na multidão. São os que nunca
estão satisfeitos com o que fizeram. Fazem mais e mais para
chegar ao próximo nível.
Mas, enquanto o trabalho for visto como um castigo,
uma maldição ou um mal necessário, não haverá possi-
bilidade de progresso. Esperar com ansiedade o final do
expediente ou a sexta-feira é típico. Qual é o sentimento
que se está emanando com isso? De resistência ao trabalho.
É indispensável ver o trabalho como uma oportunidade
de crescimento pessoal, de desenvolver as habilidades que já

tem e adquirir outras, de expandir a consciência e explorar

todo o seu potencial.
As consequências de detestar o trabalho aparecerão
logo: perda do emprego, má remuneração, estagnação na
carreira, falta de ofertas de trabalho etc. E isso tudo levará,
inevitavelmente, às dívidas. E as dívidas são o caminho mais
curto para a escravidão.
É preciso ter alegria quando chega a segunda-feira e
dar o melhor de si no trabalho, qualquer que seja ele. Fa-
zer o que é certo logo da primeira vez. Fazer do trabalho
uma arte. Entrar em fluxo, fechando o foco no que está
fazendo o tempo todo. E jamais prejudicar ninguém com
o próprio trabalho.
Um funcionário, uma empresa ou um país em que
a maioria absoluta esteja imbuída destes sentimentos terá
progresso extraordinário e felicidade duradoura.
Todos que querem progredir devem analisar profun-
damente o sentimento que têm sobre o trabalho.


A resistência ao crescimento, normalmente,

é vencida pelo Caos. É só uma questão de
tempo para que apareçam os eventos caóticos
que forçarão uma evolução. As pessoas que não
resistem e que têm profundo conhecimento
crescem com o caos, as demais sofrem.

Capítulo 12
A Iluminação e o Processo
Cocriativo
“Quem conhece os outros é sábio. Quem

conhece a si mesmo é iluminado.”
Lao-Tsé
Só através do conhecimento podemos atingir o

crescimento sustentado em todas as áreas. É claro que
podemos ignorar esse fato e, mesmo assim, sobreviver por
toda a vida. De fato, isso é o mais comum de se ver.
Quando, por qualquer razão, resistimos ao conheci-
mento, passamos a viver pelo método de tentativa e erro.
Essa é uma forma de se adquirir algum conhecimento, mas,
no geral, resulta em perda de tempo, baixa produtividade
e sofrimento.
Há vários ramos do conhecimento que nos mostram
como tudo funciona: a natureza, o ser humano, o mundo
manifesto e o mundo além das formas.
No caminho do conhecimento existem trilhas que
são mais percorridas como, por exemplo, a da ciência, que
procura explicar como o mundo manifesto se comporta.

O mundo moderno é altamente dependente dos

avanços científicos, principalmente dos tecnológicos.
Por isso, nem sempre as pessoas questionam as verdades
científicas, outorgando à ciência o status de única detentora
da verdade sobre todos os assuntos.
É prudente lembrar que a ciência oficial obedece
ainda ao paradigma materialista e só considera real aquilo
que é comprovado pelo método científico. Essa é uma
limitação, por si só, já que não consegue explicar fenômenos
que ocorrem com pelo menos 60% das pessoas ao redor
do mundo, como por exemplo, a premonição, a telepatia e
outros fenômenos de percepção extrassensorial. A ciência só
conseguirá explicar tudo quando incluir a consciência em
suas equações.
Há outra trilha importante no caminho do conheci-
mento, bem menos procurada pelas pessoas nos dias de hoje
que é a filosofia. A filosofia consiste no estudo de problemas
fundamentais relacionados à existência humana – individual
e coletivamente – com base na compreensão do ser, mas, di-
ferentemente da religião, não é baseada na revelação divina
ou na fé, e sim, na razão.
O ideal seria que todos, principalmente os jovens,
estudassem filosofia para aprender a pensar e questionar
sobre tudo, com bases mais sólidas do que a pura rebeldia.
O raciocínio é um grande diferencial do ser humano
em relação a outras espécies, mas ainda é subutilizado. O
resultado de não se questionar sobre a existência, sobre o
que nos é ensinado pelas autoridades ou transmitido pela
mídia é o efeito manada, a triste “vida de gado” que a maioria

leva. Isso acontece independentemente da classe social ou

nível de escolaridade das pessoas. Pensar que estamos bem
informados porque acompanhamos as notícias diárias é um
tremendo engano.
Além da ciência e da filosofia, há uma importante
trilha que nos aproxima ainda mais do crescimento: o
autoconhecimento. Trata-se do processo contínuo de se
descobrir como um ser integral. Pelo autoconhecimento, nos
percebemos como indivíduos compostos de:
 Corpo físico: um veículo biológico espetacular,

dotado de inteligência própria e capaz de curar a
si mesmo. É a interface que nos permite interagir
com o ambiente, expressar nossos talentos e lapidar
nossas dificuldades;
 Mente: um sistema inteligente capaz de pensar,
sentir, imaginar, comunicar, planejar, antever e criar
obras maravilhosas que enriquecem a vida de todos;
 Espírito: o fundamento de quem somos, a consci-
ência que nos conecta a tudo e a todos. Fonte de
toda a criatividade, amor, alegria e paz. O que nos
motiva a evoluir a cada dia mais e nos dá o real
propósito de nossa existência.
O autoconhecimento envolve, além do estudo, a
auto-observação contínua. Requer a averiguação cuidadosa
de nossas ações diárias, utilizando para isso todas as capa-
cidades que dispomos: percepções sensoriais, pensamentos,
sentimentos e intuições. Dessa forma, temos a visão de
conjunto mais fiel possível de nós mesmos.

A prática da atenção ao momento presente, isto é, viver

no agora, é primordial para sair da mente (ego condicionado)
e permitir que o observador consciente (Essência) assuma
o controle do nosso ser. Através desta prática, tomamos
consciência do quanto somos guiados pelos condiciona-
mentos do passado e do preço que pagamos por isso.
O autoconhecimento nos devolve o poder pessoal,
permite que nos libertemos da condição de vítimas e nos
estimula a nos responsabilizarmos integralmente por tudo o
que nos acontece, de bom ou de ruim. Assim, passamos de
expectador para protagonista de nossa própria vida.
Conhecer o mundo em que se está inserido e
conhecer a si mesmo são passos importantes em direção
ao crescimento. Contudo, é preciso ir além. Sem conhecer
a natureza da realidade e do processo de cocriação, não se
chega muito longe. Este conhecimento depende da religação
do indivíduo com o Todo (Unificação) e é o diferencial para
quem almeja evolução acelerada.
Vejamos os princípios mais importantes que nos dão
o domínio necessário de nossa experiência criativa:
1) Existe apenas uma única Consciência (O Todo),

que se individualiza e se manifesta de diferentes
formas , como seres animados ou inanimados. Tudo
tem consciência em diferentes graus, pois tudo é
consciência. De uma partícula subatômica a um
universo, tudo é consciente. Quando não respeitamos
o direito básico à vida, seja de um animal, uma
floresta, um feto não desejado ou qualquer outro ser,
estamos resistindo ao crescimento.

2) A Consciência Una (O Todo) é uma onda infinita,

eterna, onipresente, onisciente e onipotente e, assim
como nós, encontra-se em permanente evolução.
O Todo se expande ao ganhar informações através
de nossas experiências (também). Ele ordena e
sustenta todos os universos (Multiverso) através da
energia e da informação. Quando não aceitamos que
somos parte de um Todo inteligente e benevolente
e que possuímos estes mesmos atributos, estamos
resistindo ao crescimento.
3) Somos feitos de energia e informação, assim como
tudo o que existe. O que pensamos ser matéria,
rígida e imutável, não passa de energia condensada
sustentada pela informação. Uma flor é uma flor,
e não uma pedra, porque há uma informação em
seu campo que mantém a sua forma, o tempo todo,
permitindo que seja sempre uma flor. Se mudarmos
a informação de algo, ele passa a ser outra coisa.
Dessa forma, o que rege o Universo não é denso e
visível (matéria), e sim, sutil e invisível (energia e
informação). Quando só aceitamos o que os cinco
sentidos mostram, e negamos o mundo invisível,
4) Dentre as infinitas possibilidades que a existência
oferece, podemos escolher o que desejamos expe-
rienciar. Cada um de nós cria a própria realidade,
conforme os seus pensamentos e sentimentos do-
minantes. Nossa realidade é resultado da vibração
que emanamos para o Universo, não do destino

ou das circunstâncias. Quando não confiamos no

poder de nossa consciência para criar uma nova
realidade, estamos resistindo ao crescimento.
5) Somos cocriadores, isto é, criamos não apenas pelo
querer do ego, mas pela vontade da Essência – o
aspecto mais amplo e sábio de nosso ser – que está
alinhada ao Todo. Quando não buscamos integrar
o ego com a Essência, e nos negamos a entrar no
fluxo da vida, estamos resistindo ao crescimento.
6) Colhemos, a todo instante, o resultado de nossas
escolhas. Quando as escolhas são conscientes e
alinhadas com a nossa Essência, a vida acontece
de forma fluida e próspera. Quando as escolhas
são influenciadas por condicionamentos limi-
tantes do ego e do inconsciente, os problemas se
acumulam e a vida torna-se caótica. Não somos
vítimas impotentes, podemos escolher os melhores
pensamentos, sentimentos, palavras e ações que
nos aproximarão do que desejamos experienciar.
Quando não assumimos total responsabilidade
sobre o que acontece em nossa vida, quando não
substituímos as informações que alimentam nossa
mente por informações criativas que vêm do Todo,
7) Podemos ser, ter ou fazer qualquer coisa, respeitados
alguns parâmetros relativos apenas ao nosso nível
de consciência atual. A consciência cria a realidade.
Quanto mais expandida ela for, maior o acesso à

informação criativa do Todo, maior domínio sobre

a energia e, consequentemente, sobre a matéria.
O domínio da consciência expandida sobre a
matéria é que explica os chamados milagres.
Milagres parecem eventos inexplicáveis e raros,
apenas porque não conhecemos e dominamos
a própria mente, ainda. Quando não aceitamos
que seres mais evoluídos tenham realizado ou
estão realizando milagres entre nós, quando não
acreditamos que somos capazes de realizar o
mesmo, estamos resistindo ao crescimento.
Todos os nossos problemas são apenas o resultado

de nossa ignorância temporária sobre o funcionamento da
realidade. Podemos mudar nossas vidas para melhor; bas-
ta que iniciemos, voluntariamente, o processo de expansão
da consciência.
A Iluminação
As tradições espirituais do Oriente chamam de

iluminação espiritual o processo que envolve o reconhe-
cimento (despertar) de nossa verdadeira natureza, que é
espiritual (luz) e não material. A matéria é uma ilusão, é
apenas uma manifestação temporária de algo mais sutil e
eterno: a consciência.
A iluminação é, simplesmente, o reconhecimento do
verdadeiro Eu, da consciência que está além do pensamento

e do ego. A alegria, a paz e a abundância do Ser só podem

ser sentidas quando saímos da mente condicionada e damos
espaço para a Essência se manifestar.
A Essência não pode ser conhecida pelo ego ou pelo
intelecto; precisa ser sentida, compreendida e vivenciada.
O mais importante no caminho da iluminação é aceitar
que só existe uma única Consciência e que Ela se manifesta de
diferentes maneiras. Somos todos uma só consciência.
Nunca estivemos realmente afastados da Consciência
Una, pois é impossível nos afastarmos de algo que somos
em essência. Perdemos apenas uma parte da conexão, mas o
suficiente para nos causar todo tipo de dificuldades.
Quando aprendemos a nos reconectar com a
Inteligência Cósmica e a nos orientar por Ela, somos
beneficiados em todas as áreas da vida. Passamos a ter
bem-estar físico, clareza mental, equilíbrio emocional, rela-
cionamentos gratificantes, prosperidade financeira e paz de
espírito. Essa é a chave para a verdadeira cura do homem e
do planeta – a expansão da consciência e a reconexão com
o Todo.
A mente humana, no seu estado normal, é fonte de
sofrimento, insatisfação e tristeza. O medo é uma força
que produz distorção na percepção que temos dos outros
e de nós mesmos. A ilusão da separação está por trás não
só dos conflitos armados e da violência envolvendo países,
religiões e ideologias, mas também dos desentendimen-
tos nos relacionamentos pessoais. A ilusão da completa
separação governa tudo o que pensamos e fazemos, e cria
um mundo problemático.

Quando uma pessoa resiste ao processo da individuação

e da reconexão com o Todo, só lhe resta inflar seu ego. E com
isso, vêm os problemas individuais e coletivos. Sempre que
um indivíduo ignora o Todo dentro dele, acaba somatizando
mais cedo ou mais tarde.
A pessoa tem de entrar no processo de individuação
espontaneamente, sem opor resistência; então; os problemas
desaparecerão rapidamente. Esse é o caminho para o fim do
sofrimento.
Iluminar-se é reconhecer que o Todo está dentro
de cada um de nós. A partir desse momento, tudo muda.
Quando o ego vislumbra isso, sente-se ameaçado.
Algumas tradições espirituais, assim como a Mecânica
Quântica apontam para o mesmo fato: criamos nossa
realidade com a nossa consciência, o tempo todo. Então,
nossos problemas foram criados por nós mesmos. Esse é um
aprendizado ultradoloroso para o ego, por isso ele resiste.
O ego tem que se render ao Todo, mais dia menos dia;
não há alternativa. Quando observamos a ação do ego em
nós mesmos, começamos a superá-lo.
O ego implica em inconsciência. Quando estamos
conscientes de que estamos pensando, essa consciência que
observa o pensamento não faz parte do próprio pensamento.
É uma dimensão diferente da consciência.
Quase todos estão identificados com o fluxo
incessante da mente, do pensamento compulsivo, em sua
maior parte repetitivo e sem importância. Toda vez que o
ego é reconhecido, ele se enfraquece. O ego e a consciência
não conseguem coexistir.

Não reagir ao ego das pessoas é uma das maneiras

mais eficazes de, não só superarmos nosso próprio ego, como
também de dissolver o ego humano coletivo. No entanto, só
conseguimos nos abster de reagir quando somos capazes de
reconhecer o comportamento de alguém como originário
do ego, como uma expressão de um distúrbio coletivo.
Quando compreendemos que aquilo que nos fazem
não é pessoal, e sim a inconsciência no outro, o hábito de
reagir desaparece. Não reagindo ao ego das pessoas, muitas
vezes podemos fazer aflorar nelas a consciência.
A não reação não é uma fraqueza, mas a maior força
que podemos ter. É o autodomínio que nos dá o verdadeiro
poder. Perdoar a si mesmo e aos demais é ver além do ego, é
enxergar a sanidade que há em cada ser humano como sua
verdadeira natureza.
A Essência é nosso aspecto mais amplo e sábio, o
nosso verdadeiro ser. É eterna, silenciosa e está em evolução
contínua. É fonte ilimitada de criatividade, pois tem conexão
direta com o Todo.
A Essência é movida pelo amor, por isso privilegia a
cooperação. Quem está orientado por ela vive de verdade,
tem o domínio de sua realidade, tem posse de si.
Depois que sentimos o gosto dessa experiência, nosso
poder de atingir o estado de presença começa a crescer e o
ego perde o domínio que tem sobre nós. E, assim, chega à
nossa vida um poder que é muito maior do que o ego, maior
do que a mente.
Tudo de que precisamos para nos livrar do ego é estar
conscientes dele, uma vez que ele e a consciência são incom-

patíveis. A consciência é o poder oculto dentro do momento

presente. O propósito maior de cada um de nós é trazer esse
poder ao mundo.
Nossa iluminação não pode ser transformada numa
meta a ser atingida em algum ponto no futuro, como deseja
o ego. Somente a consciência é capaz de nos libertar do ego,
pois só ela vive no agora.
A compreensão da espiritualidade é ver com clareza
que o que nós percebemos, vivenciamos, pensamos ou
sentimos não é quem somos; que não podemos nos encontrar
em todas essas coisas, que são transitórias. É entender que
nenhum bem, nenhum lugar, nenhuma pessoa, nenhuma
condição é capaz de nos satisfazer integralmente.
Não importa o que tenhamos, nem o que venhamos
a conquistar, não seremos necessariamente felizes por isso.
Sempre estaremos procurando alguma coisa além, que nos
prometa saciar o sentimento de carência que trazemos dentro
de nós. Por isso, a felicidade deve vir antes das conquistas.
A felicidade que só a aceitação de nossa origem espiritual
pode nos dar. Quando atingimos este estado, tudo o que
precisamos para expressar a liberdade da nossa Essência
chega até nós, sem qualquer esforço.
Seja qual for a ação que adotemos num estado de
resistência interior, ela criará mais resistência externa, e o
Universo não estará do nosso lado, a vida não nos beneficiará.
Quando nos submetemos internamente ao Todo,
ou seja, no momento em que aceitamos o fato de sermos
O Próprio, uma nova dimensão da consciência se abre.
Caso uma ação seja possível ou necessária, essa atitude

será alinhada com Ele e apoiada pela inteligência criativa,

a consciência incondicional com a qual nos unificamos
num estado de receptividade interior. As circunstâncias e
as pessoas, então, se tornam favoráveis e cooperativas. Sin-
cronicidades começam a acontecer. Se nenhuma ação for
possível, repousaremos na paz que acompanha a entrega ao
fluxo da vida e à certeza de que tudo está em ordem.
O Processo Cocriativo
Existem leis universais que regem a criação. A Lei da

Atração diz: pensamentos e sentimentos vibram, emitindo
sinais com determinadas frequência e atraem de volta um
sinal correspondente, com frequências semelhantes.
Coisas com vibrações semelhantes se atraem. Dessa
forma, esta lei lhe traz situações, pessoas, coisas e experiências
que correspondem à vibração que você emite habitualmente.
A Lei da Atração diz que você tem a capacidade de
criar a realidade em que vive, através dos seus pensamentos
e sentimentos dominantes. Você cria suas próprias experi-
ências. Não é vítima de nada, é criador de tudo o que lhe
acontece, de bom e de ruim. A Mecânica Quântica desco-
briu a mesma coisa: o observador consciente (você) cria sua
própria realidade.
Saber disso é desconfortável para quem se considera
uma vítima das situações ou do destino. Por que criaríamos
um acidente ou a própria doença? Além de doentes,
deveríamos nos sentir culpados por isso? Como um bebê cria
a própria realidade? E o que dizer daqueles que tentam criar

fortuna, da noite para o dia, só com a força do pensamento

e não têm êxito? Como entender todas as implicações por
trás dessas leis?
Só teremos as respostas a todas essas perguntas se
saltarmos de paradigma. Para dominar as leis da cocriação, é
preciso expandir a percepção sobre a realidade.
A máxima “Peça e será atendido” tem seus segredos.
Vejamos como funcionam os três passos da criação deliberada:
1) “Pedir” é sentir
Quando deseja criar algo ou alguma experiência,

você não precisa pedir com palavras, basta intencionar
fortemente. Pensamentos e sentimentos são ondas e vibram
em determinadas frequências. Uma intenção forte é aquela
em que pensamentos e sentimentos são focados e coerentes
como um laser.
Mesmo quando você deseja que algo não aconteça,
está pedindo por ele, mesmo assim. Isso porque você inclui
em seu campo vibracional (de atração) tudo aquilo a que dá
atenção. Focar no que não quer, lhe trará o que não quer.
Pensar repetidamente sobre o que você quer é
totalmente desnecessário e contraprodutivo. Basta sentir
que aquilo que deseja já existe, mesmo sem ter se mani-
festado ainda. A onda que porta a possibilidade do que
quer manifestar já existe no campo quântico. Creia, sem
nenhuma dúvida e sem ansiedade em relação ao tempo que
levará para aquilo se manifeste na sua realidade. Esta certeza
inabalável é o início da atração.

2) Semelhante atrai semelhante
A Consciência Una (o Todo) atende apenas à lin-

guagem das vibrações e responderá ao seu “pedido” com
vibrações semelhantes, ou seja, de mesma frequência.
Basta não oscilar seu querer, que os sinais começam
a chegar após determinado tempo. Esse tempo é variável.
Na verdade, a onda se forma instantaneamente em outra
dimensão da realidade. O tempo que leva para percebê-la
só depende de você. Não atrapalhe a recepção do que pediu,
emanando ondas de frequências diferentes às iniciais. Isso
aborta todo o processo.
Até que perceba o seu “pedido” se manifestando na
realidade:
 Ocupe-se, mantendo o foco fechado no que quer;

 Sustente o sentimento de certeza de que o seu
pedido, ou algo melhor, já está a caminho;
 Seja grato por isso ou pelo que vier;
 Trabalhe com alegria para se aproximar ainda mais
do que almeja.
Geralmente, alguma ação é necessária no processo

criativo. Não qualquer ação, e sim, uma ação inspirada.
Quando for agir, siga sempre a inspiração que recebe do Todo,
nos momentos de alinhamento com Ele. O alinhamento se
consegue pela meditação, pela prática da atenção ao agora e
pela intenção honesta de conectar-se com o Todo.

3) Permita receber o que “pediu”

(A lei da Manifestação)
Existe um fluxo de bem-estar e abundância no Uni-

verso. Você pode permiti-lo ou resistir a ele. O sentimento é o
segredo que permite receber o que pediu. Quando o sentimento
é intenso, seja ele positivo ou negativo, sua intenção e capa-
cidade de manifestação são grandes.
Quando os sentimentos que predominam são
positivos, você está permitindo a realização do que quer.
Quando são negativos, você está rejeitando o que quer, pela
falta de alinhamento vibracional com sua Essência, que é
alegre, abundante e amorosa.
Você deve vencer a resistência que o ego impõe e, pau-
latinamente, deixar a sua Essência, que vibra mais próximo
a da Consciência Una (amor, felicidade, abundância) atuar
para que possa receber o que deseja.
Na prática, perceba, a todo momento, como está se
sentindo. Esta será a melhor forma de saber qual está sendo
a sua escolha naquele momento. Quanto melhor se sente,
mais está permitindo a conexão e a realização de seu desejo.
Muitas vezes, você não manifesta o que quer porque
está fixado em um padrão de vibração incoerente com seu
desejo. Essa fixação se dá pelo hábito mental de reclamar,
condenar, culpar, temer.
A única coisa que precisa fazer é, lenta e gradualmente,
abandonar os pensamentos e sentimentos negativos que se
habituou a cultivar (raiva, frustração, culpa, intolerância
etc.). Isso inclui a atenção que você dá às noticias ruins nas

mídias. Se você não tem ainda equilíbrio suficiente para não

se deixar afetar negativamente, melhor evitá-las.
Preste atenção aos seus sentimentos e escolha, inten-
cionalmente, os pensamentos que o façam sentir-se bem, a
respeito de tudo.
Quando não se sentir bem, busque imediatamente
qualquer coisa que lhe cause bem estar. Cerque-se de
coisas boas para você: pessoas, lugares, animais, natureza,
músicas, livros, filmes. No começo, isso ajuda muito, pois
aumenta rapidamente sua vibração. Conforme você aprende
a se manter alinhado com o Todo, menos precisará desses
subterfúgios.
E o mais importante: o seu alinhamento lhe trará não
o que seu ego quer, necessariamente, mas tudo o que sua alma
precisa e pode obter naquele momento. Aceite isso e relaxe.
Quem domina o processo de cocriação atinge
patamares superiores de realização na matéria. Quem se
ilumina, alcança a autorrealização, felicidade e plenitude.


A pessoa tem de entrar no processo

de individuação espontaneamente, sem
opor resistência; então, os problemas
desaparecerão rapidamente. Esse é caminho
para o fim do sofrimento.

Conclusão
“Sem mudança, o progresso é impossível

e quem não pode mudar sua mente não
pode mudar nada.”
George Bernard Shaw
T odos os seres humanos têm situações de vida para

serem resolvidas. Isso faz parte do viver. Quando são mal
administradas, essas situações transformam-se em proble-
mas, invariavelmente.
Problemas de saúde, financeiros, de relacionamen-
to, emocionais, profissionais, dentre outros, drenam uma
quota de energia que poderia ser destinada ao crescimento
pessoal. Problemas podem até ensinar algo, mas cobram
um alto preço.
É possível crescer mesmo em épocas de crise. A
história e a ciência mostram que isso é viável. Depois
que uma crise foi deflagrada e os problemas passam a se
acumular, é preciso manter a calma. É possível superar cada
um deles, se não houver ansiedade.
Toda crise é uma ocasião propícia para buscarmos
crescimento, visto que o Universo nos abastece perenemente

de todo tipo de oportunidades. Basta que estejamos atentos

e sintonizados com elas.
Existe uma estratégia que propicia desenvolvimento
continuo. Sejam indivíduos, grupos, empresas ou nações,
é fundamental aprender a administrar corretamente os
problemas existentes.
Em primeiro lugar, é necessário olhar objetivamente a
situação, isto é, aceitar que ela existe e precisa ser resolvida.
Quanto mais cedo se admite a existência do problema, mais
perto se está de solucioná-lo.
A aceitação da realidade como se apresenta fornece
a base para se transformar qualquer situação. Aceitar não
significa se acomodar, significa não lutar contra, não resistir
ao que é. A diferença entre as duas atitudes é o sentimento
de serenidade que há na aceitação e que nos coloca em fluxo
com a vida e em contato com os recursos necessários para
transformar a realidade.
Em seguida, é preciso tirar o foco do problema e
colocá-lo na solução, porque nossa força psíquica e espiritual
se concentra exatamente onde colocamos a atenção.
É contraprodutivo ficar indignado ou se queixar de
uma realidade que nos incomoda. Os recursos necessários
para resolver um problema só virão quando se mantém a
vibração coerente com a frequência da solução e não com a
do problema.
Uma postura equilibrada exige que se aja com presteza,
assim que se percebe que há algo errado. A procrastinação,
o hábito nocivo de adiar uma ação necessária, deve ser

reconhecida e vencida sistematicamente, para que não se

acumulem tarefas e problemas.
Da mesma forma, a ansiedade deve ser evitada a
todo custo. O Universo tem sua própria velocidade. Querer
apressar o andamento das coisas, colocando pressão para
resolver uma questão, vai atrasar indefinidamente um
desfecho favorável.
Vejamos um exemplo bem comum nos dias de hoje:
uma pessoa compulsiva por compras acumula dívidas no
cartão de crédito e não consegue saldá-las. O primeiro passo
é reconhecer que deve dinheiro e que a situação precisa ser
resolvida o quanto antes, pois a cada dia o valor devido
aumenta em razão dos juros e da correção monetária. Deixar
para resolver depois vai sair muito caro, literalmente.
Reclamar da situação, além de inútil, vai agravá-la ainda
mais. Quando se mantém o foco na dívida, com sentimentos
de raiva, medo ou preocupação se atrai mais do mesmo pro-
blema, ou seja, mais dívidas. Essa é uma questão puramente
física, de eletromagnetismo. Atraímos para nós coisas, situa-
ções ou pessoas com a mesma frequência que emanamos.
Para sair das dívidas, é preciso ganhar dinheiro.
Portanto, o foco deve ser colocado nisso, sem pressa para
resolver a questão, sem nenhuma ansiedade. Se a pessoa
buscar o seu bem-estar e sustentá-lo a maior parte do tempo,
receberá a inspiração necessária para encontrar a saída para
seu problema. A criatividade surge quando pensamentos e
sentimentos estão alinhados com a solução.
Ao buscar ter mais renda, o sentimento predominante
deve ser a alegria de ganhar mais dinheiro, pelo simples

fato de a sensação de abundância ser muito prazerosa. Se

quiser ganhar dinheiro apenas para pagar as contas, estará
relacionando o dinheiro com a frequência preocupante da
dívida. Isso se torna um círculo vicioso, atraindo situações
que envolvem mais gastos e mais dívidas.
Em segundo lugar, é preciso que se evite criar novos
problemas, enquanto resolve os atuais.
Para retomar o crescimento, todos os problemas
devem ser cuidadosamente analisados da forma mais
racional possível. É importante que, enquanto os problemas
já existentes são resolvidos, não se criem novos. De outra
forma, eles nunca terminarão.
Parece óbvio, mas é comum vermos as pessoas
trabalhando suas questões de maneira superficial e apressada,
sem analisar as causas. A urgência em se livrar seja de uma
doença, dívida ou relacionamento frustrado faz com que se
desperdice o que é mais precioso: a semente do aprendizado
que aquela situação carrega. Quando isso acontece, as
dificuldades se repetem indefinidamente até que se pare de
resistir à mudança e se faça os ajustes necessários.
Voltemos ao exemplo anterior. É fundamental que a
pessoa analise o porquê de ter feito dívidas. No nosso exemplo,
em particular, foi por gastar mais do que ganhou, devido ao
hábito compulsivo de comprar. Esse distúrbio é resultado
de um desequilíbrio emocional e da tentativa frustrada de
preencher a sensação de vazio interior com recompensas
exteriores; o que nunca ocorre por mais que se compre.
O próximo passo será reduzir as compras para o
estritamente necessário para sua subsistência e buscar fontes

mais eficazes e gratuitas de preenchimento emocional,

como por exemplo, o autoconhecimento, a leitura de um
livro inspirador, um passeio a pé, contemplar a natureza,
conversar, meditar.
E o mais importante: não fazer empréstimos para pagar
empréstimos. O correto é procurar ajuda especializada para
negociar a dívida, começar a poupar e investir seu dinheiro.
Finalmente, é preciso se antecipar às mudanças
que fatalmente surgirão. A Teoria do Caos admite que os
imprevistos são normais e inevitáveis. Esta teoria explica
a dinâmica que é, na verdade, uma forma extremamente
ordenada do Universo fazer com que a transformação
aconteça de qualquer forma na vida da pessoa.
Quando impomos antecipadamente o Caos (im-
previsibilidade) em nossa vida, ficamos protegidos das
surpresas desagradáveis e nos tornamos hábeis em enfrentar
qualquer mudança. Sendo assim, toda crise se torna uma
oportunidade de crescimento. Não devemos esperar que
uma crise apareça; devemos nos preparar , nos antecipar e
crescer com ela.
Voltando ao exemplo anterior, tendo resolvido a ques-
tão das dívidas iniciais, é preciso não se endividar novamente.
Não basta apenas não repetir as mesmas escolhas equivoca-
das do passado. A pessoa precisa se antecipar às situações
de escassez que possam surgir, como desemprego, acidentes
naturais, doenças, crises econômicas e até mesmo guerras.
Ela não tem que esperar por essas situações, apenas
saber que elas são possíveis e se preparar, ou seja, se antecipar
a elas. De que forma? Diversificando as fontes de renda,

se capacitando para novas atividades profissionais, tendo

novas ideias, criando novos produtos, cuidando da saúde
para que não falte disposição para o trabalho, poupando
e investindo seu dinheiro para que multiplique, habituan-
do-se a viver com menos do que precisa e se desapegando
de tudo o que possa lhe aprisionar, sejam posses materiais,
pessoas ou crenças.
A diferença entre esperar pelo imprevisto e se antecipar a
ele é sutil, mas muito importante de ser entendida. A diferença
reside no sentimento que se tem em relação ao futuro. Quem
espera pelo imprevisto o atrai, pois o sentimento subjacente é
o medo. Quem se antecipa a ele não sofre, pois o sentimento
é de confiança total na sua capacidade de sobreviver ao que
for e na benevolência do Todo. O primeiro rema contra a
maré, o segundo segue no fluxo.
O indivíduo do exemplo acima, caso siga esses passos,
estará livre de novas dívidas e de qualquer sofrimento
relacionado com a questão do dinheiro.
Esse é o primeiro nível de abordagem em relação aos
problemas, mas é possível nos aprofundarmos ainda mais
na questão.
Os obstáculos que encontramos no caminho sempre
apontam para a nossa realidade vibracional. Criamos
nossa realidade, sistematicamente, conforme a somatória
das vibrações dos pensamentos, sentimentos, palavras e
ações. Podemos dar atenção a isso, corrigir o que estamos
emanando ou pagar o preço pela negligência. Sempre há
uma escolha.

As adversidades fazem parte da vida na terceira

dimensão e ultrapassá-las é sempre muito instrutivo. Tudo o
que vivemos, por pior que pareça, servirá como aprendizado,
como bagagem de vida. Até a morte física pode ser encarada
com tranquilidade, se levarmos em consideração que somos
espíritos eternos.
As adversidades não são um problema em si. A questão
é que criamos as mesmas dificuldades repetidas vezes e
sofremos por elas desnecessariamente. Identificamo-nos
com o sofrimento como se fosse um prolongamento de nós.
Acostumamo-nos a ele.
O sofrimento é um estado mental que cria mais
sofrimento para si e para os demais já que, sendo uma onda,
reverbera pelo espaço e atinge os que estão ao redor.
Para cessar o ciclo de sofrimento, devemos reconhecer
o processo interno em cada um de nós que causa os problemas
e, a partir disso, nos tornar cocriadores mais conscientes da
própria realidade.
Apesar do seu grande potencial, o ser humano
vive limitado pela resistência inconsciente que impõe ao
próprio crescimento. Deseja algo em um nível e resiste a
isto em outro. O resultado desse conflito permanente é a
perda da liberdade, da saúde, da felicidade e da motivação
para viver.
Atualmente, dispomos de muitas opções de ajuda para
atender às mais diferentes necessidades humanas. Contamos
com tratamentos médicos convencionais e complementares,
psicoterapias, consultorias, livros de autoajuda, e trabalhos

espirituais. Há um arsenal extraordinário à disposição do ser

humano. Mas por que o homem não responde satisfatoria-
mente a elas? O que está faltando?
Durante trinta anos de exercício profissional, recebi
milhares de pessoas com os mais diversos tipos de problemas:
físicos, mentais, financeiros, sentimentais, existenciais e
espirituais. Normalmente, há uma sobreposição de dois ou
mais problemas, levando o indivíduo a grande limitação.
Durante o seguimento dessas pessoas, observei que
existem alguns padrões de comportamento em relação ao
processo terapêutico, seja ele voltado para o corpo, mente
ou alma.
A maioria das pessoas abandona o tratamento após
algum tempo. As justificativas para o abandono são as mais
variadas, mas não passam de uma tentativa de racionalização
por parte delas. Falta de dinheiro e de tempo encabeçam a
lista. Na verdade, inconscientemente, elas não querem pagar
o preço psicológico de uma mudança naquele momento.
Essas pessoas buscam apenas o alívio dos seus
sintomas. Isso explica a grande procura pelos medicamentos
sintomáticos, dietas milagrosas, empréstimos bancários para
saldar dívidas no cartão de crédito e os pedidos que se faz
a Deus para que Ele resolva os problemas que nós mesmos
criamos. Esse tipo de ajuda pode aliviar o problema, mas
posterga a verdadeira cura.
O resultado dessa postura tão comum é que o problema
original acaba retornando tempos depois, já que não houve
qualquer mudança na consciência do indivíduo. O que causa

os problemas é justamente a retração da consciência. Sendo

assim, é criado um padrão que se repete indefinidamente
até que a pessoa decida mudar. Somente a expansão da
consciência em relação às causas de um problema é capaz de
eliminá-lo de vez.
Outros indivíduos não melhoram com nenhuma
forma de ajuda e se tornam um desafio. É muito interessante
observar que, quando não obtém os resultados que almejam
ou com a rapidez que desejam, projetam seu fracasso
naquele que tenta ajudá-los, e ao qual responsabilizam pelo
insucesso. E assim, acabam desistindo.
Alguns desistem por completo. Outros, movidos
pelo desconforto contínuo que sentem, acabam trocando
de profissional, de terapia, fazem diversos cursos, leem
todos os livros de autoajuda que encontram, sem nunca
atingirem seus objetivos. Querem a mudança, mas resistem
ao crescimento inconscientemente.
É raro encontrar um indivíduo que, tendo seus
problemas emergenciais resolvidos, faz uma autorreflexão
cuidadosa, aprende com a experiência e transforma sua vida
para melhor. Nestes casos, fica evidente a beleza inerente ao
processo do crescimento: a adversidade que a própria alma
do indivíduo impõe a si é usada como plataforma para o
salto evolutivo da sua consciência.
Somos seres autoconscientes, inteligentes e equipados
com os mesmos oitenta e seis bilhões de neurônios. Existe
em cada um de nós o impulso vital para o crescimento.
Somos Essências eternas, uma parte do Todo com o
potencial infinito de evolução.

Então, como explicar uma sucessão de tentativas e

fracassos que limita a tanto indivíduos, fazendo-os perder a
esperança e desistir dos próprios sonhos?
Na verdade, essas pessoas não percebem ou não
aceitam que o problema e, portanto, a solução está oculta
nelas próprias.
Ao longo deste livro, desvendamos o funcionamento
da mente, conhecemos os mecanismos de resistência do
ego e vimos de que maneira sabotamos nossos melhores
intentos. Mostramos de que forma criamos nossa própria
realidade e como utilizar essa capacidade para ter sucesso e
autorrealização.
A realidade é criada em coerência com as vibrações
emanadas pelo ser, que é a somatória de seus pensamentos
(crenças), sentimentos e ações. Mudando esses fatores,
mudamos os resultados.
Sejam indivíduos, grupos ou nações, podemos estar
em três diferentes condições, na escala da criação humana:
1) Vítima
A maioria das pessoas se encaixa neste nível. Sentem-se

vítima dos pais, do cônjuge, do governo, do clima, das suas
doenças, do chefe, das crises econômicas, dos inimigos, do
destino e até de Deus.
A vítima nunca se sente responsável pelo que lhe
acontece. Não percebe que todos criam sua realidade, com

tudo o que há de bom ou ruim nela, mesmo aqueles que

chamamos de “inocentes”, como crianças e pessoas que
nasceram com doenças físicas ou mentais.
Se não levarmos em conta que, por trás de cada pessoa
existe uma consciência que faz suas próprias escolhas,
visando as experiências mais propícias para sua evolução, não
conseguiremos compreender a dinâmica da vida humana
neste planeta.
Em alguns casos, a vítima não aceita que é ela quem
cria a própria realidade, seja por resistência do ego – que não
quer abdicar do controle – seja para não perder os ganhos
secundários que a condição de vítima lhe proporciona –
receber atenção dos demais ou outros benefícios.
O sentimento da vítima é o de impotência e derrota.
Seu estado emocional pode oscilar entre a raiva e a depressão,
o que contribui para criar uma realidade cada vez caótica.
2) Criador
Uma pequena parcela das pessoas já percebeu que

não é vítima das situações ou do destino, e que pode criar
deliberadamente sua própria realidade.
Essa mudança vem acontecendo há alguns anos, com
a popularização de livros, filmes e cursos sobre Mentalismo,
sobre a Lei da Atração e sobre a nova Física.
Aqueles que apostam nesta corrente, tentam criar uma
nova realidade com a força do pensamento, através dos desejos

e parâmetros de sucesso, normalmente fornecidos pelo ego.

Às vezes, conseguem atrair pequenas coisas, mas fracassam
quando tentam criar algo importante em suas vidas.
As razões mais comuns para o fracasso são:
 Não sustentar o pensamento, oscilando entre um

desejo e outro, de forma contraditória;
 Não sentir que aquilo que deseja é realmente possível;
 Duvidar do processo;
 Ter ansiedade para obter o que quer;
 Pressionar a si mesmo, aos outros e às situações.
 Não levar em conta que, talvez, aquele não seja o
melhor momento de realizar o seu desejo, para a
totalidade do seu ser.
Sendo assim, a pessoa que se descobriu um criador

oscila entre a euforia quando consegue criar o que quer e a
frustração quando não consegue. E essa oscilação emocional
produz resultados temporários, ou mais frequentemente,
resultado algum.
3) Cocriador
São raras as pessoas neste patamar da criação.

Cocriador é aquele que percebeu ser capaz de criar uma
realidade extraordinária quando está em fluxo com o Todo,
através de sua Essência.

Cocriador é o indivíduo que cria apenas com um

pensamento. Ele sente que receberá o que é melhor para
si, no tempo certo, pois confia em uma ordem maior e
sabe que não tem a visão de todas as variáveis envolvidas
naquela criação.
O cocriador é aquele que estuda, trabalha e ajuda
aos demais, no limite de suas capacidades, pois descobriu
ser esta a sua natureza. Não se apega aos resultados e não
depende de nada ou ninguém para ser feliz. É a pessoa que
se permite ser um canal para a expressão da benevolência e
da criatividade do Todo.
Quando se rende totalmente a esse fluxo, cria tudo o
que sua Essência pede, sem o mínimo esforço ou ansiedade. O
sentimento é de êxtase, e o resultado é o crescimento contínuo.
A crise que se vive hoje, a nível individual e coletivo
é, em última instância, a consequência da resistência ao
crescimento oferecida pelo ego.
A única saída para se evitar mais sofrimento, para nos
tornarmos pessoas bem sucedidas, autorrealizadas e para a
nossa civilização sobreviver ao risco iminente de extinção, é
a expansão da consciência individual.
Cada um é responsável por buscar pela própria
iluminação e por auxiliar aqueles que quiserem atingir o
mesmo. Tudo sempre foi, é e será uma questão de escolha.
Cada ser que desperta é como um farol a iluminar
o caminho de todos para uma era de paz e prosperidade.
Quanto mais cedo cada um aceitar sua responsabilidade,
mais rápida e suave será a transição.

Não voltaremos a ser o que já fomos um dia, nem como

indivíduos, nem como civilização. Isso não é mais possível
porque a mudança é inevitável, mas entraremos confiantes
e resolutos em uma etapa da história que se erguerá sobre
os pilares da consciência, fraternidade e amor, marcando o
surgimento de um novo homem.
O sucesso e a autorrealização estão à disposição de
qualquer pessoa que tenha disciplina e interesse sobre como
funciona a realidade.
É oportuno frisar que qualquer mudança exige
compromisso sustentado para se sobrepor a anos de
resistência interna e externa. Apenas ler um livro não garante
que os ensinamentos funcionarão. É preciso incorporá-los
sistematicamente na vida.
Estamos ascendendo coletivamente a uma nova
dimensão da realidade. Temos duas opções: permanecer-
mos na ilusão e no sofrimento ou seguirmos rumo a uma
existência plena e abundante.
Cabe a você, e a cada um, escolher qual das possibili-
dades deseja vivenciar.

A todos os Mestres, em cuja
sabedoria sempre busco inspiração.
Aos Mentores Espirituais, pelas

orientações e proteção.
Ao Todo, por Tudo.

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NICOLSON, Lain; Gravidade, buracos negros e o universo,
Ed. Francisco Alves.
OLIVEIRA, Ivan S.; Física Moderna, Ed. Livraria
da Física.
OSBORN, Alex F.; O poder criador da mente, Ibrasa.
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PERT, Candace B.; Molecules of Emotion, Scribner.
______; Conexão Mente Corpo Espírito, Prolibera.
PESSOA JR., Osvaldo; Conceitos de Física Quântica,
Livraria de Física Editora.
PRIGOGINE, Ilya; O fim das certezas, Editora UNESP.
______; As leis do Caos, Editora UNESP.
RADIN, Dean; Mentes interligadas, Ed. Aleph.

ROSNER, Sanley ; HERMES, Patricia; O Ciclo da

Autossabotagem, Ed. Best Seller.
Rossi, Ernest Lawrence; The Psychobiology of Mind-Body
Healing, W.W.Norton.
SALVO, Salvatore de; Sinfonia da Energética.
SATINOVER, Jeffrey; O Cérebro Quântico, Ed. Aleph.
SEIFER, Marc; Muito além da velocidade da Luz,
Ed. Cultrix.
SHELDRAKE, Rupert; A sensação de estar sendo
observado, Ed. Cultrix.
______; Sete experimentos que podem mudar o mundo,
Ed. Cultrix.
______; O renascimento da Natureza, Ed. Cultrix.
______; A física dos anjos, Ed. Aleph.
SINGH, Simon; Big bang, Editora Record.
SMART, J. J. S.; Nosso lugar no Universo, Edições Siciliano.
STEMATEAS, Bernardo; Autossabotagem, Ed. Academia.
STONE, Joshua David ; Psicologia da Alma, Ed.
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TALBOT, Michael; O Universo Holográfico, Editora
Best Seller.
TARG, Russel; O coração da mente, Ed. Cultrix.
TART, Charles T.; O Fim do Materialismo, Ed. Cultrix.

TILLER, William A.; Science and Human Transformation,

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TOLLE, Eckhart ; O despertar de uma Nova Consciência;
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______; O Poder do Agora, Ed. Sextante.
VEDRAL,Vlatko; Decoding Reality, The universe as
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WALKER, Evan Harris; The Physics of Consciousness,
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WILBER, Ken; O Paradigma Holográfico, Cultrix.
WILSON, Robert Anton; Psicologia Quântica, Ed. Madras.
WOLF, Fred Alan; A conexão entre Mente e Matéria,
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______; Espaço tempo e além, Cultrix.
ZOHAR, Danah; Sociedade Quântica, Ed. Best Seller.
ZÖLLNER, J. K. Friedrich; Provas científicas da
sobrevivência, Edicel.
ZUKAV, Gary; O Lugar da Alma; Ed. Sinais de Fogo.

Informações sobre a autora
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As forças ocultas por trás do sucesso

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São Paulo, agosto 2016

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© Mabel Cristina Dias

1a edição: agosto de 2016

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Catalogação elaborada por Wanda Lucia Schmidt — CRB-8-1922

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Capítulo 1: Camadas da Mente 35

Capítulo 2: Diferentes Cérebros 53

Capítulo 4: Sistema de Crenças Pessoal 83

Capítulo 5: Sistema de Crenças Coletivo 97

Capítulo 6: Ilusões 117

Capítulo 7: Emoções 133

Capítulo 8: Autossabotagem 145

Capítulo 9: Zona de Conforto 161

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Capítulo 11: Resistência ao Crescimento 187

Capítulo 12: A Iluminação e o Processo Criativo 195

Informações sobre a autora 235

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“Se queremos progredir, não devemos

Em quase seis mil anos de história, não houve um

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houve apenas trinta sem registros históricos de guerra. Vamos

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pessoas acreditam que o quadro não é tão sério assim, o

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são criadas e perpetuadas, comprometendo a economia de

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Apesar dos avanços científicos na área médica, a

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pensamentos, emoções, forma física, papel desempenhado

São aqueles relacionados ao autoconhecimento, à

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forma e os resultados que obtemos a partir de nossas ações

Referem-se ao sistema de crenças dominante em

Refere-se à maneira como nos relacionamos com o

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A humanidade está parcialmente desconectada dessa

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E, por fim, expandiremos a percepção de quem

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Neste prefácio, apresentamos um pouco da realidade

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Épocas de crise oferecem uma oportunidade

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“Não tente ser bem sucedido, tente

Sucesso e autorrealização são aspectos distintos do

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O sucesso é um processo interno, um movimento constante

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conseguimos repetir os padrões correlatos de pensamento,

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Normalmente, essas duas forças passam despercebi-

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É um fato incontestável que nossa realidade é o

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crenças individuais e, de outro, as obsoletas crenças coletivas.

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