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EMPREENDEDORISMO ]
Rosângela Angonese
rangonese@terra.com.br
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PÓS-GRADUAÇÃO FAE 2010: EMPREENDEDORISMO
1. Definição de empreendedorismo
Empreendedorismo
O que é um empreendedor?
Um exame da literatura disponível mostra que definir um empreendedor ainda é um dos grandes
problemas a ser resolvido pelo empreendedorismo como disciplina acadêmica, pois não se chegou
até hoje a um consenso sobre isto. Calvin Kent (1990) cita a comparação feita por Peter Kilby em
1971: a busca do empreendedor seria igual à caça do Heffalump, um personagem do Ursinho Pooh
“Trata-se de um animal um tanto grande e importante. Ele tem sido caçado por
muitos indivíduos utilizando-se de vários tipos de engenhocas e armadilhas,
mas até agora ninguém teve sucesso em capturá-lo. Todos que clamam tê-lo
visto relatam que ele é enorme, mas todos discordam das peculiaridades. [...]
Assim é o empreendedor. Ninguém definiu exatamente como um
empreendedor é, contudo, as contribuições dos empreendedores para o bem
estar da humanidade são ao mesmo tempo grandes e importantes” (KENT,
1990, p. 1).
Neste sentido podemos começar pela origem da palavra “empreendedor”. Cunningham e Lischeron
(1991) apontam que essa seria derivada do francês entrependre:
Em 1755, Richard Cantillon identificou o empreendedor como sendo quem assume riscos no
processo de comprar serviços ou componentes por um certo preço com a intenção de revendê-los
mais tarde por um preço incerto. Para ele, havia uma relação entre capacidade inovadora e lucro:
“… se o empreendedor lucrara além do esperado, isto ocorrera porque ele havia inovado: fizera algo
de novo e diferente.“ (CANTILLON apud FILION 2000, p. 17).
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No início do século XIX, Jean-Baptiste Say caracterizou o empreendedor pelas funções1 de reunir
diferentes fatores de produção e fazer a sua gestão, além da capacidade para assumir riscos
(SAY, 1986).
Livesay (1982) afirma que durante muito tempo o termo “empreendedor” foi associado ao
homem de negócios bem sucedido, sendo seu sucesso prova suficiente de suas habilidades, sendo
motivado pela prosperidade material, reconhecimento público e estima. Segundo esse autor, as
primeiras definições traziam também, no seu bojo, uma estreita relação entre a propriedade do
negócio e empreendedorismo.
Bruce (1976) propôs uma maior extensão da palavra “empreendedor” para incluir indivíduos
envolvidos em organizações já existentes, ao descrever um empreendedor como sendo qualquer
pessoa cujas decisões determinam diretamente o destino da empresa. Essa definição
desvincularia o empreendedor da propriedade do negócio.
Garcia (2004) associou o termo empreendedor a resultados: para ele, as “pessoas que se destacam
em qualquer campo, por gerarem resultados e se destacarem das demais merecem ser
chamadas de empreendedoras”. Segundo este mesmo pesquisador, a área de negócios permite que
as pessoas empreendedoras encontrem um campo propício para testar suas habilidades, vencer
desafios e aprender com suas experiências, motivo pelo qual os empreendedores costumam ser
encontrados dirigindo empresas.
Schumpeter (1982) não usa especificamente o termo empreendedor, mas sim “empresário”, o qual
aparece como um dos três fatores do desenvolvimento econômico, junto com a “nova combinação
dos meios de produção” e o crédito. Esse autor diferencia os “empresários” dos “capitalistas”
afirmando que os primeiros são responsáveis pelas novas combinações produtivas, enquanto que os
segundos são “proprietários de dinheiro, de direitos ao dinheiro, ou de bens materiais”.
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Usa-se aqui o termo “função” como “atribuição de uma pessoa dentro de sua atividade profissional
específica” (Dicionário Aurélio).
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Empreendedor é a pessoa que acredita que sempre há uma maneira melhor de fazer o que já está
sendo feito, muda e transforma valores, assumindo riscos. O conceito base schumpeteriano de
empreendedor destaca as funções inovadoras e de promoção de mudanças que ao combinar
recursos numa maneira nova e original, serve para promover o desenvolvimento e o
crescimento econômico. Schumpeter, em 1934, dizia que este tipo de personalidade é inato e de
ocorrência aleatória.
Como muitos outros, Lynn (1969) mostrou o paralelo existente entre empreendedores e criadores.
Incluímos este aspecto em nossa definição, acreditando ser fundamental na compreensão do
comportamento empreendedor, ou seja, a atitude de pessoas criativas com imaginação ativa.
Esta pessoa criativa gosta de estabelecer objetivos que está certa de atingir. Os objetivos nem
sempre estão escritos, mas eles existem e constituem o maior vínculo ou visão em torno do qual o
empreendedor organiza todas as outras atividades. Empreendedores agem em função de atingir
objetivos e desenvolvem características de tenacidade, internalidade e criatividade, que têm sido
freqüentemente atribuídas a eles na literatura.
O segundo elemento de nossa definição expressa este aspecto:
“marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos”.
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Outro aspecto comumente encontrado na literatura é o vínculo entre empreendedores e a capacidade
de detectar oportunidades. Isto sugere que o empreendedor desenvolve um alto nível de consciência
do ambiente em que vive. Nós expressamos isto da seguinte maneira:
“que mantém um alto nível de consciência do ambiente em que vive usando-a para de
detectar oportunidades de negócios”.
De fato, enquanto eles continuarem a detectar tais oportunidades e agirem no sentido de explorá-las,
continuarão a ter um papel empreendedor. Empreendedores são pessoas que precisam continuar a
aprender, não somente sobre o que está acontecendo no seu ambiente, para detectar as tais
oportunidades, mas também sobre o que eles fazem, para que possam agir e se ajustar de acordo
com a situação. Enquanto continuarem a aprender, continuarão a cumprir seu papel e agir de
maneira empreendedora. Vivem um processo de evolução constante. Entretanto o foco principal do
seu processo de aprendizagem é sempre a capacidade de detectar oportunidades, que os permite
continuar a desempenhar seu papel de empreendedores. Este aspecto foi incluído em nossa
definição da seguinte maneira:
“Um empreendedor que continua a aprender a respeito de possíveis oportunidades de
negócios”.
Empreendedores não jogam roleta russa com seus negócios. Dão início a projetos, geralmente
negócios. Como forma de serem bem-sucedidos, minimizam os riscos associados às suas decisões.
Pesquisas têm mostrado que empreendedores são pessoas que tendem a assumir riscos moderados e
minimizar incertezas nos seus processos de tomada de decisões. Este aspecto tem sido expresso da
seguinte maneira:
“e a tomar decisões moderadamente arriscadas”
Além disto, Jean-Baptiste Say e, mais tarde, Joseph Schumpeter, relacionaram os empreendedores à
inovação. Empreendedores são agentes de mudanças; eles fazem coisas novas e diferentes. Só
podemos chamar uma pessoa de empreendedor se ela contribuir com algo novo. Este aspecto foi
incluído em nossa definição da seguinte maneira:
“que objetivam a inovação, continuará a desempenhar um papel empreendedor”.
Empreendedor
“O empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela
“O empreendedor é uma pessoa criativa, capacidade de estabelecer e atingir objetivos e que mantém
marcada pela capacidade de estabelecer e um alto nível de consciência do ambiente em que vive
atingir objetivos e que mantém um alto nível usando-a para de detectar oportunidades de negócios. Um
de consciência do ambiente em que vive
usando-a para de detectar oportunidades de
empreendedor que continua a aprender a respeito de
negócios. Um empreendedor que continua a possíveis oportunidades de negócios e a tomar decisões
aprender a respeito de possíveis moderadamente arriscadas que objetivam a inovação,
oportunidades de negócios e a tomar decisões continuará a desempenhar um papel empreendedor.”
moderadamente arriscadas que objetivam a
inovação, continuará a desempenhar um papel
empreendedor.”
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Resumimos esta definição nos atendo aos elementos essenciais, para chegar ao seguinte:
(Filion, 1991)
Essa versão reduzida inclui todos os elementos da mais longa. A imaginação é obviamente
necessária para que se tenha visões. O termo “visão” denota habilidade de definir e alcançar
objetivos. A diferença entre um sonho e uma visão é que a visão é uma forma realista e alcançável
de sonho - em outras palavras, uma imagem desejada de uma situação futura. Também requer um
alto nível de consciência do meio em que está inserido para detectar oportunidades de negócios.
Para que uma visão se desenvolva, o empreendedor deve continuar aprendendo sobre o meio. Para
concretizar a visão e permanecer no negócio ele também deve tomar decisões moderadamente
arriscadas. Essas decisões devem incluir novos elementos.
Uma visão implica em algo novo que motivará os membros da organização e atrairá o interesse do
mercado. Enquanto o empreendedor continuar a imaginar, desenvolver e concretizar as visões que
formam a trama em torno da qual as atividades do negócio são organizadas, continuará a assumir
um papel empreendedor.
Uma pessoa que inventa algo sempre será um inventor aos olhos do mundo, entretanto,
empreendedores serão considerados como tal apenas enquanto continuarem a assumir um papel
empreendedor. Quando alguém vende um negócio, as pessoas tendem a dizer: “Ele era um
empreendedor.”
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Filion (1999) apresenta essa distinção didática para enfatizar os aspectos que caracterizam o
empreendedor, que são distintos de que é proprietário-dirigente de uma empresa, seja ela pequena
ou grande. Enquanto o empreendedor está principalmente interessado na inovação, empresário é
alguém que possui e administra. No entanto, um empreendedor pode ser um empresário
(proprietário-dirigente), assim como um proprietário-dirigente pode também ser um empreendedor.
Uma pessoa pode ser ainda um ou outro, dependendo de suas características comportamentais
relativas à sua maneira de lidar com pessoas e com atividades da empresa.
A visão é “a imagem projetada no futuro do espaço de mercado futuro a ser ocupado pelos
produtos e o tipo de organização necessária para se alcançar isso”. (FILION).
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1. Empreendedorismo: sua história mundial e brasileira
O que representada
empreendedorismo
no Brasil hoje?
Congresso
Peter Drucker empreendedorismo
Curso empreed e inovação Toronto Privatizações
Univ. Nova York
Inglaterra – estímulo ao
1981 – Curso de empreendedorismo na Europa
empreendedorismo na
FGV - SP
SBA Empreend.na
USA FEA/USP UFSC/ENE
Congresso Frontiers
of Entrepreneurship Lançamento livro
Reserarch Innovation and SEBRAE
Babson College Entrepreneurship Brasil
- Peter Drucker -
Segundo Harold Livesay (1982), como disciplina formal o empreendedorismo surgiu no final da
década de 1920, através das pesquisas iniciadas por Norman Gras sobre história dos negócios na
Universidade de Harvard. Posteriormente, em 1947, a Harvard Business School criou um curso
sobre gerenciamento de pequenas empresas e, em 1953, Peter Drucker montou um curso sobre
empreendedorismo e inovação na universidade de Nova York.
Um dado que mostra o crescimento do interesse pelo empreendedorismo é que nos Estados Unidos
o número de cursos passou de dez, em 1967, para 1.064 em 1998.
No Brasil pode-se dizer que o empreendedorismo está apenas começando. Os primeiros cursos de
empreendedorismo nas universidades brasileiras surgiram na década de 80. O primeiro curso na
área surgiu em 1981, na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, sendo
que em 1984 o ensino de empreendedorismo foi introduzido na FEA/USP. Em 1992 a Universidade
Federal de Santa Catarina criou a ENE – Escola de Novos Empreendedores, que veio a se tornar
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com o tempo uma das referências em nível nacional, apoiando a formação de centros congêneres
em outras universidades do Brasil.
Nos anos 80, o campo do empreendedorismo explodiu e espalhou-se para dentro de quase todas as
ciências sociais e administrativas. A transição foi marcada por dois eventos: a publicação da
primeira enciclopédia própria contendo o estado da arte neste campo (Kent, Sexton, et al. 1982), e a
primeira grande conferência anual (The Babson Conference) dedicada à pesquisa neste novo campo.
Em 1950, surgiam em média cerca de 1800 novos negócios por dia nos Estados Unidos, em 1960
eram 4000, sendo que em 1983 este número elevou-se para algo em torno de 12000. Estes pequenos
novos negócios fizeram surgir 20 milhões de novos empregos, enquanto as 500 empresas da
Fortune, não criaram nenhuma oportunidade de emprego. Estas mesmas empresas deixaram de
oferecer no período de 1980 a 1983 3 milhões de novos postos de trabalho, ao passo que
organizações com menos de dez anos atividades criaram 750 mil novos postos (Pinchot III, 1989).
Não é novidade que o Brasil figura entre os países mais empreendedores do mundo. A taxa média
de empreendedorismo no Brasil nos últimos dez anos foi de 13%. E, em 2009, esse percentual
aumentou, foi de 15%.
Isso significa que de cada 100 brasileiros, que fazem parte da população economicamente ativa, 15
estão empreendendo. Em termos absolutos, o Brasil possui cerca de 33 milhões de pessoas
desempenhando alguma atividade empreendedora.
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Fonte: <http://ibqp.org.br/empreendedorismo/home/>
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A Pesquisa GEM mostra, também, que as mulheres estão empreendendo mais do que os homens,
além de serem as mais empreendedoras do mundo. De cada 100 novas empresas, 53 são lideradas
por mulheres. Além disso, elas empreendem mais por oportunidade do que os homens.
Empreender por oportunidade é a situação em que a decisão de empreender deriva de uma escolha
feita entre mais de uma alternativa, por exemplo, avaliando os custos de oportunidade.
Além disso, o brasileiro não teme o fracasso. O empreendedor brasileiro tem uma atitude positiva
no que tange a inserção da atividade empreendedora. Apenas 32% dos respondentes da pesquisa
consideram o medo um fator impeditivo para o inicio de um novo negócio.
O perfil da maioria dos empreendedores iniciais ainda se concentra nas atividades relacionadas aos
serviços prestados aos consumidores. A maioria dos serviços prestados nessa categoria está
relacionada à comercialização de alimentos e roupas no varejo. Esse tipo de atividade cresceu
36% de 2006 a 2007. (GEM, 2007)
Também contribuíram para o crescimento das atividades de serviços em 2007 estão relacionadas ao
aumento do número de bares e lanchonetes (56%) e tratamentos de estética e beleza (66%).
(GEM, 2007)
No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 5,9
milhões de micro e pequenas empresas formais e mais de 10 milhões informais. Pesquisa
SEBRAE/Dieese 2008 (Anuário do Trabalho) aponta 450 mil empresas formais no Paraná e 565 mil
informais.
As micro e pequenas empresas respondem por quase 60% dos empregos com carteira assinada, no
Brasil. Esse segmento é responsável por 38% da massa salarial brasileira, indicando maior
relevância das micro e pequenas empresas na geração de renda.
Em 2008, o Paraná registrou um recorde no número de novas empresas. Segundo a Junta Comercial
do Paraná, foram abertas no Estado 53.087 empresas, dessas 96% são micro e pequenas empresas.
O número aponta um aumento em comparação ao ano de 2007, quando se registrou um total de
47.716 novas empresas (SEBRAE, 2008).
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80%
80% dos
dos
novos
novos
ESTADOS
ESTADOS UNIDOS
UNIDOS Empregos
Empregos
75% BRASIL
BRASIL
75% dos
dos
novos
novos MPE
MPE
CANADÁ
CANADÁ
CANADÁ empregos
empregos
60% empregos
45%
45% dos
dos 99% empresas
AUSTRÁ
AUSTRÁLIA
AUSTRÁLIA
novos
novos 38% salários
Empregos
Empregos 5,9 milhões de MPEs
50%
50% dos
dos
HOLANDA novos
novos
HOLANDA
Empregos
Empregos
A taxa de sobrevivência das pequenas empresas brasileiras ao final do segundo ano de vida é de
78%, ou seja, de cada 100 empresas abertas, 20 fecham as portas em menos de dois anos.
Essa taxa nos coloca entre aquelas observadas num conjunto expressivo de países. No período de
2000 a 2002: Austrália com 87,6%; Inglaterra com 81,9%; Cingapura com 75%; Estados Unidos
com 74% (referente ao quarto ano); Portugal com 72,6%; Itália com 72,4%; Finlândia com 71.3%.
Esses mesmos países registravam, na metade da década passada, percentuais entre 50% e 65%. Por
exemplo: a Inglaterra registrava em 1995 a taxa de 65,6%, passando para 81,9% em 2003, e
Cingapura passou de 62% em 1994 para 75% em 2002.
A taxa de sobrevivência nos dois primeiros anos de vida das novas empresas, observada no Brasil,
evoluiu de 51% em 2002 para 78% em 2005
Pouco elaborados
Em segmentos já testados e de alta concorrência
De baixo nível de inovação, seja tecnológica ou de mercado
As mulheres iniciam mais negócios do que os homens
Homens Mulheres
2001 70,9 29,1
2007 47,6 52,4
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Inovação em Produtos e Novas Tecnologias
O Brasil apresenta uma das mais baixas taxas de lançamento de produtos novos (desconhecidos
para o consumidor) e de uso de tecnologias disponíveis há menos de um ano no mercado (GEM,
2008)
Mercado Internacional
O Brasil é o país cujos empreendimentos têm menor expectativa de exportação (0,5% dos
empreendimentos são criados com a expectativa de que mais de 75% dos consumidores sejam
provenientes do mercado externo) (GEM, 2008).
Jovens empreendedores
O Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial em termos de participação de jovens
empreendedores (25%), sendo superado somente pelo Irã (29%) e pela Jamaica (28%) (GEM,
2008).
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2. Cultura Intraempreendedora
A gestão das empresas conta com a participação de mais de uma pessoa, é formada por um
grupo de governança corporativa. Por líderes empreendedores.
Cada dirigente é um importante stakeholder para o outro; portanto, é preciso dar atenção à
qualidade das relações e comunicações entre co-proprietários-dirigentes (lideres
empreendedores);
O dirigente influencia as equipes de sua empresa e vice versa – ele aprende com estes últimos e
vice versa; portanto, as relações de influência são bilaterais;
Os empregados têm influência expressiva nas definições e na implantação das estratégias e
desenvolvimento da empresas;
A Cultura Intraempreendedora:
O que é Intraempreendedorismo?
A segunda etapa refere-se ao planejamento e exploração, que reúne, por exemplo, a promoção de
uma nova ideia própria, o preparo de um plano de negócios, marketing ou a busca por fontes de
financiamentos e a organização de uma equipe de trabalho.
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Portanto, considera-se intraempreendedor a pessoa empregada em tempo integral que se
envolveu como líder em ambas as etapas de desenvolvimento de novas atividades
empresariais.
De acordo com os dados da pesquisa GEM 2008, 0,6% dos brasileiros adultos desenvolveram
atividades que lhes permitiram ser classificados como intraempreendedores.
Somente pessoas criativas e comprometidas não basta para que a empresa se torne uma empresa
empreendedora. Para concretizar essa ideia é preciso um trabalho persistente, que envolva o
processo de criação da visão, liderado pela alta direção e envolvendo as equipes empreendedoras. A
capacidade de articular uma visão requer a habilidade de conceber cenários futuros.
Planejando
Imaginando e definindo
contextos organizacionais
Focalizando um nicho de
uma forma diferente
Percebendo uma
oportunidade de negócios
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3. Perfil Empreendedor
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Entenda-se por “indicadores comportamentais” aqueles comportamentos que indicam a presença de uma competência em um
indivíduo, ou aqueles comportamentos cuja prática leva ao desenvolvimento da competência.
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Comprometimento
Junta-se aos empregados ou coloca-se no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho.
Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho ao atingimento de metas e objetivos.
Esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade em longo
prazo acima do lucro em curto prazo.
Exigência de qualidade e Eficiência
Age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência.
Encontra maneiras de fazer as coisas de uma forma melhor, mais rápida e/ou mais barata.
Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que o
trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados.
Correr riscos calculados
Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente.
Age para reduzir os riscos ou controlar os resultados.
Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados.
Estabelecimento de metas
Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal;
Define objetivos de longo prazo, claros e específicos.
Estabelece metas de curto prazo mensuráveis.
Busca de informações
Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e concorrentes.
Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou como fornecer um serviço.
Consulta especialistas para obter assessoria técnica ou comercial.
Planejamento e Monitoramento Sistemáticos
Planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos.
Revisa os planos feitos, baseando-se em informações sobre o desempenho real e em novas
circunstâncias.
Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões.
Persuasão e Rede de Contatos
Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros.
Utiliza pessoas chave como agentes para atingir seus próprios objetivos.
Age para desenvolver e manter relações comerciais.
Independência e Autoconfiança
Busca autonomia em relação a normas e controles de outros.
Mantém seu ponto de vista mesmo diante da oposição ou de resultados desanimadores.
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Expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar um
desafio.
Fonte:
MORALES Sandro Afonso. Relação entre Competências e Tipos Psicológicos Junguianos nos
Empreendedores. 2004. Tese de doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis – SC.
Pode-se observar que, com exceção da competência “Comprometimento”, que o perfil médio dos
empreendedores catarinenses é mais baixo que na amostra de São Paulo. Contudo, deve-se ter em
conta que a amostra de Lopes foi tomada de um grupo de empreendedores que haviam passado por
um programa de seleção prévio, sendo escolhidos apenas os melhores candidatos, o que além de ter
tornado o grupo mais homogêneo, pode ter contribuído para elevar as médias.
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Contudo uma coisa coincide nas duas amostras: as competências mais baixas são “Estabelecimento
de Metas”, “Planejamento e Monitoramento Sistemático” e “Exigência de Qualidade e Eficiência”,
o que permite sugerir que estes pontos merecem especial atenção em programas de capacitação
voltados para empreendedores brasileiros.
“O uso das viagens é acertar a imaginação pela realidade e, em lugar de pensar como as coisas
talvez sejam, ver como realmente são”. (Garcia, 2008)
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Referências Bibliográficas
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McCLELLAND, D. C. Business Drive and National Achievement. Harvard Business Review,
40:4, p. 99-112, 1962.
_____________ The Achieving Society. New York: Free Press, 1967.
_____________ Human Motivation. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
MORALES Sandro Afonso. Relação entre competências e tipos psicológicos junguianos nos
empreendedores. 2004. Tese de doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis
– SC.
PINCHOTT III, G. Intrapreneuring. São Paulo: Habra, 1989.
SAY, J. B. Tratado de Economia Política. 2ª ed. São Paulo: Nova Cultural, 1986.
STEVENSON, L., LUNDSTRÖM, A. Patterns and trends in entrepreneurship/SME policy and
practice in ten economies. Swedish foundation for small business research: Stockholm, 2001.
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