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TEOLOGIA S I S T E M Á T I C A - II

XII - O ESPÍRITO SANTO OPERA PELOS MINISTÉRIOS.

1. A SIGNIFICAÇÃO DO MINISTÉRIO.
Do latim "ministerium" : prestação de um serviço continuado. Em sentido geral, é o exercício de
uma atividade para a qual se recebe uma delegação de poderes, "ministério sacerdotal".
1 - A palavra ministro (I Cor.3:5; 4:1; II Cor.3:6; 6:4) significa um servo de Deus que ocupa um
"ministério" ( I Cor.4:1-2; 6:3), que é um encargo constituído por Deus, que, da parte de Cristo (II
Cor.5:20), funciona na Igreja do Deus vivo ( I Tim.3:15). Os ministros são os instrumentos pelos quais
o Espírito Santo executa sua direção sobre a igreja. Por isso Ele mesmo reserva-se o direito de indicar as
pessoas, que têm chamado para ocupar esses cargos, dando-lhes um preparo sobrenatural para a função
que irão exercer.
2 - A indicação dos ministros deve permanecer nas mãos de Jesus (Is.45:11). Há um prejuízo
incalculável quando os ministros escolhidos são da preferência humana, sistemas e organizações, pois
assim o ministro não aufere a necessária ajuda que acompanha aquele que é escolhido pelo Espírito
Santo.

2. OS MINISTROS NA DISPENSAÇÃO DA IGREJA.


1 - Os ministérios da Palavra de Deus são cinco (Ef.4:11)
Primeiro encontramos os chamados "apóstolos do Cordeiro" que eram doze, cujos nomes estão
gravados nos doze fundamentos da cidade celestial. A nova Jerusalém (Ap.21:14) como reconhecimento
divino da grande importância que teve o trabalho que realizaram pela pregação de Cristo crucificado (I
Cor.2:1-5), pondo fundamento na Igreja de Deus (I Cor.3:10-11; Ef.2:19-22).
Através da história da Igreja, têm se levantado grandes homens de Deus, verdadeiros apóstolos que
fundaram grandes trabalhos em países e regiões. O Próprio Deus deu-lhes o selo do apostolado, pois ele
mesmo os escolheu (I Cor.9:2), permitindo que o ministério deles aparecem os "sinais do apostolado"
(II Cor.12:12).

2 - Segundo Efésios 4:11; Atos 13;1; 15:32, os profetas constituíam o ministério da palavra de Deus
impulsionados por inspiração profética. Por meio desta inspiração, este ministério é acompanhado de
"edificação, exortação, consolação", que são evidências da operação do verdadeiro espírito da profecia
(I Cor.14:3). Observamos, assim, que o simples uso do dom de profecias não faz de ninguém um
profeta, pois um profeta é um ministro da palavra (At.21:9-10).

3 - Evangelista (Efésios 4:11; II Timóteo 5:5) .


O evangelista é um observador da primeira linha de evangelização. A função de um evangelista não
é em primeiro lugar, apascentar. Porém , quando abra trabalhos, ele os dirige e apascenta até entregá-los
a um pastor. Mas pode acontecer que a mesma pessoa possua mais de um dom ministerial.

4 - Pastor. (Ef.4:11), é o responsável pela direção e pelo apascentamento do rebanho. É "o anjo da
Igreja" (Ap.2:1). Serve sob a direção do supremo Pastor, a quem pertence a Igreja ( I Pe.5:2-4), e deve
andar nas suas pisadas (Jer.17:16) e sob a sua direção (Jer.3:15). Cabe ao pastor velar pelos crentes,
como quem tem de dar conta deles (Heb.13:17). É o responsável pelo doutrinamento da Igreja
(Hb.13:7)

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5 - Doutor e Mestre. Os doutores e mestres são os ensinadores (Ef.4:11; I Cor.12:28). No tempo


dos apóstolos, este ministério era apoiado pelos dons da palavra da sabedoria e ciência (I Cor.12:8). O
ensinador se dedica ao ensino (Rom.12:7) nas igrejas (At.13:1), conforme a ordem de Jesus (Mt.28:19-
20; Heb.5:12)

3. A BÍBLIA FALA DE CARGOS ADICIONAIS NA IGREJA.


1 - Presbíteros (Tito 1:5-6; I Tim.3:2; 5:7). Constituídos pelo Espírito Santo (At.20:28). Também
chamados "anciãos" (At.11:15; 2,4,6; 16:4; 20:17) e bispos (At.20:28; I Tim.3:3; Tt.1:7) nomes que
representam o mesmo cargo. Os presbíteros, em conjunto, formam o "presbitério" (I Tim.4:14),
formando um corpo de auxiliares imediato do pastor, com o qual cooperam ativamente no
apascentamento do rebanho (At.20:28; I Pe.5:2).
No livro de Atos, os ancião sempre eram mencionados após o apóstolos (At.15;2,6,22) mostrando
que os ministros tinham a direção e eram auxiliados por ele.

2 - Diáconos (I Tim.3:8,12). Em Atos 6:1-7 temos a relação dos primeiros diáconos e uma
descrição sobre a sua função e posição. A nossa finalidade não é explicar a doutrina que ensina a função
de um diácono, mas é falar do modo ou apresentar o modo como deve ser escolhido segundo a Bíblia.
Não foram escolhidos pela força da Igreja somente, mas pela escolha do Espírito Santo. (I Tim.3:8-9;
At.6:3,5).

XIII - A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NO MINISTÉRIO. Doutrina do Espírito Santo de


Eurico Bergstem - pág.59)
Conforme o Novo Testamento, a operação de Espírito Santo é absolutamente indispensável no
exercício do ministério. O grande progresso registrado no tempo dos apóstolos era o resultado da
operação da plenitude do Espírito Santo. A solução dos problemas de hoje está em voltar para os
caminhos antigos. Aquele que quiser gozar as vitórias dos tempos dos apóstolos, devem também trilhar
os caminhos que eles trilharam.

1 - O ponto de partida para todo serviço ministerial está na experiência pessoal com o poder do
Espírito Santo. Jesus ordenou aos seus apóstolos que não começassem o trabalho antes que do alto
tivessem recebido o poder (Luc.24:49; At.1:4-5). A bênção do batismo com o Espírito Santo é a própria
base do exercício de um ministério apostólico. Pelo Espírito Santo podemos entrar nas "obras que Deus
preparou para que andássemos nelas" (Ef.2:10).
2 - O Espírito Santo transmite a chamada divina a quem Ele chama (Gál.1:15:,16), e revela esta
chamada àqueles que têm um encargo de separá-los para o santo ministério (At.13:1-3; I Sam.16:1-2). É
desta maneira que Deus dá o ministério à Igreja (Ef,4:11) para o serviço dela (I Cor.12:28). Quando
tudo é feito segundo a direção do Espírito Santo, pode-se dizer que os servos do Senhor foram
realmente, "enviados pelo Espírito Santo" (At.13:4)
3 - O Espírito Santo proporciona a preparação sobrenatural de acordo com o serviço para o qual Ele
chama os seus servos. A preparação humana por melhor que seja, não basta. A exemplo, Paulo, antes de
ter encontrado com Cristo eram cheio de si, porém, depois, diante das necessidades do serviço
ministerial, disse: "Não que sejamos capazes por nós, mas a nossa capacidade vem de Deus" (II
Cor.3:5-6). A preparação do ministério, conforme o Novo Testamento, é uma obra que o Espírito Santo
quer fazer (Rom.15:18-19; I Cor.12;4-6; Hb.2:4). Jesus como homem recebeu esta preparação através
do revestimento do poder ( Luc.3:22), e pelos dons espirituais (Lc.5:17; 6:19). Os apóstolos tiveram
nesta preparação o segredo das grandes vitórias que alcançaram. O Espírito Santo transmite o Seu poder
e a Sua sabedoria para os servos do Senhor, em todos os transes do ministério do homem chamado.

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4 - O Espírito Santo opera seguindo os servos do Senhor, revelando-lhes o plano de Deus


(At.10:11-20; 16:9-15;). É um privilégio ainda hoje receber a direção do Espírito Santo ainda hoje na
vida e no trabalho cristão.
5 - O Espírito opera, usando os Seus servos como instrumentos. Ele é o ativador da Sua obra. É
sempre Deus quem opera (At.15:4,12; 14:27). A mão do Senhor se manifesta (At.11:21; 4:30), e Ele
mesmo confirma a Sua obra (Mar.16:20), mostrando, assim, que os três são um.
6 - A operação do Espírito Santo é condicional.
O Espírito Santo é soberano. Ele opera como o vento, isto é, Ele "assopra onde quer"(Jo.3:8).
Aquele que o Espírito Santo chama, experimenta a sua operação poderosa e irresistível (At.6:10). A
Bíblia diz: "Operando eu, quem impedirá" (Is.43:13), assim aconteceu nos dias dos apóstolos, apesar de
os inimigos ou perseguidores tentarem impedi-los de agir, o Espírito Santo operou por meio deles de tal
maneira que o Evangelho de Cristo se espalhou por toda parte (At.4:33; 5:40 e 6:7).
Quando se trata da operação do Espírito na vida do crente, a sua manifestação depende da ação do
próprio Espírito Santo.
O Espírito Santo opera na vida do crente segundo o Seu beneplácito, como Lhe apraz (1 Cor.
12:11).

Vale observar que, segundo a tradição evangélica, as atitudes humanas influenciam a ação do
Espírito Santo. Contudo, sabemos que, sendo o Espírito Santo o próprio Deus, Ele é Soberano, o que
significa dizer que Ele só é influenciado por Ele mesmo. Tais atitudes consideradas pela lei são: resistir
ao Espírito Santo, entristecer o Espírito Santo, extinguir o Espírito Santo e blasfemar contra o Espírito
Santo. Ora, como só é selado com o Espírito Santo quem é predestinado, resistir-Lhe é impossível. Não
há coração tão duro que possa resistir ao chamado de Deus. Em segundo lugar, extingui-Lo é outra
atitude impossível, pois, segundo Rom 11:29, os dons e as vocações de Deus são irrevogáveis. No caso
da blasfêmia, como pode um filho de Deus blasfemar contra Ele, se recebeu Dele mesmo o Espírito
Santo? Está claro que essa ação só pode ser praticada pelos filhos do diabo. Por fim, entristecer o
Espírito Santo é algo possível, porém, não impedirá nenhuma de Suas ações, pois, como vimos, Ele é
soberano. Agora, existem atitudes que dão “liberdade” ao Espírito Santo.

XIV - ATITUDES POSITIVAS QUE DÃO “LIBERDADE” AO ESPÍRITO SANTO.

1 - Pureza de Coração - Mt.5:8


A Santidade de Deus gera santidade nos crentes (I Pe.15:1-16; Heb.1:13). "Sereis santificados
naqueles que se chegam a mim e serei glorificado diante do povo" (Lev.10:13). O Espírito é chamado
oitenta e quatro vezes de "Espírito Santo". Por isso, o crente deve "andar de acordo" (Am.3:3), pois o
que se ajunta com o Senhor é um espírito com Ele. (I Cor.5:17). Mais uma vez, segundo a interpretação
da Teologia da lei, há, na Bíblia, passagens que mostram que a falta de santidade interrompe o contato
com o Espírito Santo. Todavia, a tradição evangélica esquece-se de que, naquela época, diferentemente
do que acontece hoje, o Espírito Santo apenas pairava sobre as pessoas. Elas não eram seladas por Ele.
Ainda era o Velho Pacto, Cristo não havia enviado o Consolador. Portanto, a santidade “exigida” por
Deus para a manifestação do Seu Espírito na nossa vida, Ele mesmo a providencia. Não é a santidade da
carne que interessa para Deus. A carne não se converte, é imunda, é trapo de imundícia. Não é na justiça
própria que o Espírito Santo está interessado, mas no novo homem, gerado segundo Cristo, lavado e
redimido no Seu Sangue.
2 - Obediência.
É uma atitude indispensável à operação do Espírito Santo na vida do crente (At.5:32). Ela expressa
um sujeição voluntária diante da divindade (Rm.6:7) e a ele se manifesta (Jo.14:31). Obedecendo, o
crente passa a experimentar a glória de Deus na sua vida. Convém que o crente creia no Senhor. (João
7:38).

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3 - A confiança.
A confiança é uma atitude que agrada a Deus (Hb.10:35). Quando uma pessoa crê no Senhor,
confiando que aquilo que Deus prometeu, também é poderoso para cumprir, vê milagres na sua vida.
4 - Humildade.
Humildade é uma atitude que faz o poder de Deus se aperfeiçoar (II Coríntios 19:9). Na fraqueza
que a humildade representa, o crente se torna forte. O tesouro de Deus é dado a vaso de barro, pois
assim a excel6encia do poder sempre será de Deus e não do homem (II Cor.4:7). A mensagem contida
em Zac.4:6 está de pé em todos os tempos, "não por força, nem por violência, mas pelo Espírito Santo,
diz o Senhor". A verdadeira humildade gera uma dependência absoluta da ajuda de Deus. Foi isso que
Jesus experimentou quando, como homem, andava aqui (Jo.5:19-30; 8:28; 14:10). A mesma coisa
Paulo sentiu (II Cor.3;5-6). Aquele que se humilha será exaltado pelo Senhor. "Humilhai-vos" foi a
ordem imperativa do apóstolo Tiago (4:10).

XV - O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO.


Todo crente é batizado com o Espírito Santo. Esta promessa foi feita pelo Senhor, e que se
estende pelos tempos a dentro, isto é, não foi limitada ao tempo dos apóstolos somente, como também
para os seus filhos e para os que estavam longe. Glória a Deus!
Usando aqui um trecho de um folheto de poder, a promessa "para vós" referia às pessoas que
estavam presentes no dia do derramamento do Espírito. A promessa feita "a vossos filhos" dizia a
respeito aos descendentes dos que ali estavam. E quanto “aos que ainda estão longe" significa que é
para todos os que se converteram ao Senhor Jesus.

1 - O Batismo com o Espírito Santo é a primeira bênção que o crente recebe.


O Batismo com o Espírito Santo ratifica a Salvação, pois se dá no instante em que ela se manifesta.
2 - O propósito do batismo na vida do crente.
O propósito do batismo no espírito Santo é um dos mais elevados e sublimes que o crente pode
experimentar em sua vida: Glorificar a Cristo.
Na outorga de poder, predita por João e anunciada no pentecostes, o agente é Cristo, o recipiente é
o crente e o elemento é o Espírito Santo.
Quem honrar o Espírito Santo, estará honrando o Senhor Jesus. O Espírito Santo é Ele, o único que
tem autoridade de infundir no homem a palavra de Cristo.
3 - O Batismo com o Espírito Santo influi poder na vida interior.
O homem interior deve ser renovado dia a dia, e isto é possível pela autuação do Espírito Santo.
Muitos crentes vivem sem poder e sem autoridade sobre o pecado, impotentes para vencer as mentiras
de Satanás, a sua natureza terrena. Estão vencidos, desanimados, insatisfeitos, porque não vivem na
plenitude do Espírito Santo.
4 - Poder para testemunhar.
Ninguém pode testemunhar com eficácia sem o poder do Espírito. Cristo disse aos seus discípulos
que ao descer sobre eles o Espírito Santo, receberiam poder e seriam suas testemunhas (At.1:8).
Testemunhar de Cristo é dever de todos os servos seus. Mas repetimos: Ninguém pode dar este
testemunho à parte do Espírito. Ele toma controle de nossas vidas, então, é que somos instrumentos
úteis para o seu serviço.
5 - Algo que o crente experimenta a alcançar a BÊNÇÃO DO ESPÍRITO.
Em primeiro lugar, a pessoa de Cristo terá um novo significado na vida do crente. Passa a tomar o
primeiro lugar no seu trabalho, nos seus estudos, nos seus negócios, nos seus pensamentos e no seu
humor. Isto acontece quando for dado ao Espírito toda a liberdade de agir, tudo mudará.
6 - A Bíblia se tornará um livro mais aberto.
O Espírito toma a palavra, vivifica e aplica ao coração do crente: "quando vier, porém, o Espírito da
verdade; Ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo que tiver

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ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir" (Jo.16:13). Quem poderia ter dado a correta
interpretação do pentecostes à vista da profecia, senão o Espírito Santo que poderia ensiná-lo. Ele é
quem faz a palavra na nossa boca e nosso coração uma Espada de dois gumes. Não teríamos prazer na
palavra de Deus se do Espírito Santo não viesse iluminação à nossa mente, e este é um dos pontos altos
no propósito no batismo em nossa vida.
7 – E, em último lugar, haverá um amor com o nosso semelhante.
O fruto do Espírito será manifestado. No princípio, os crentes reunirão: "da multidão dos que criam
era um coração e uma alma" (At.3:32). O amor entre os cristãos do primeiro século não era somente
entre eles, mas também o expressavam para com os de fora e mesmo para com os inimigos. "Senhor,
não lhes impute este pecado" (At.7:60). Se o Espírito de Deus está em nós e se estamos revestido dele, é
natural que tenhamos este amor, pois... "o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito
Santo" (Rom.5:55)
Não podemos deixar de falar um pouco sobre os dons espirituais. Lemos na Bíblia acerca deles e,
em particular, até não os negamos, mas na prática negamos tudo. Mas é bom que saibamos que os dons
espirituais são conseqüências ou resultados do batismo com o Espírito Santo.

XVI - COMO SE DÁ O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO.


Esta tem sido uma pergunta de muitos, entre tantos, sem resposta para o que ainda não recebeu o
glorioso batismo com o espírito Santo. Não se pode padronizar esta experiência, ela varia de indivíduo
para indivíduo. Aqueles que ao receber o Espírito Santo recebem um impacto emocional forte, como no
caso de At.2:1-4, quando veio o Espírito no dia de Pentecostes. Já no caso de Paulo foi num estado
normal que ele recebeu o Espírito. A Bíblia diz que Ananias foi à ele e disse: "Saulo, irmão, o Senhor
me enviou... para que recupere as vistas e fique cheio do Espírito Santo" (At.9:18). Não temos aqui um
sentimento, mas um ato de fé. Os sentimentos são muitas das vezes secundários, cumpre-nos, então,
compreender o seguinte:

1 - O batismo no Espírito Santo não é meramente uma experiência emocional.


As emoções falham. Podem estar presentes agora e estarem ausentes depois. Aos que receberem o
dom do Espírito, sem serem tocados emocionalmente terão uma experiência tão válida como a daqueles
que tiveram forte emoção. Não confundamos bênção com emoção. Batismo é poder e alegria real.
2 - A experiência do batismo no Espírito Santo deve ser baseada na palavra. Se a palavra de Deus
nos garantem uma bênção podemos nos apropriar delas. Não há promessa na palavra de Deus para nós
que não possamos receber, se não recebemos é por causa de falhas de nós mesmos: "Vela sobre a minha
palavra para a cumprir" (Jr.1:12).
3 – Concluindo: o batismo no Espírito Santo depende unicamente Dele mesmo. Recebemo-lo pela
fé. Então, se vierem as emoções está bem. Se não vierem, que diferença faz? De qualquer maneira o
Senhor terá cumprido a sua promessa.

XVII - O QUE O CRENTE DEVE FAZER PARA RECEBER O BATISMO NO ESPÍRITO


SANTO?
O Batismo no Espírito Santo é um dom oferecido gratuitamente. É uma dádiva de Deus oferecida
por Jesus aos seus servos. Assim, como recebeu a salvação, e crente receberá também o batismo no
Espírito Santo. Mas é preciso:

XIX - O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO.


1 - Os exemplos no Novo Testamento nos são respostas corretas. O crente não se torna perfeito na
carne por ter recebido o batismo no Espírito. E é justamente aí que ele deve ter cuidado. Não deve
presumir ter chegado ao máximo da carreira cristã. Pedro, depois do Pentecostes, teve uma força e
coragem espirituais não experimentados antes. Entretanto, escrevendo aos Gálatas, Paulo diz que ele se

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tornara repreensível. E o próprio Paulo diz de si mesmo: "não que eu... já tenho obtido a perfeição"
(Fl.3:12).
2 - O aperfeiçoamento do crente como ser humano não é o resultado de uma experiência, mas
depende do exercício completo de todas as faculdades espirituais (Hb.5:14). O crente deve ter cuidado
para não continuar sempre criança, mesmo tendo tal experiência (I Cor.3:1).
Ninguém, pois, pode esperar ser totalmente livre da sua natureza terrena. Ela vai se levantar e
procurar valer a sua vontade (Gl.5:17), mas precisa morrer (Fl.3:5). O batismo no espírito não nos
isenta desta luta, mas nos capacita para ela. Se quisermos, venceremos, porque o poder que temos é
maior. Mas ainda repetimos, o batismo no Espírito não aperfeiçoa os salvos, na carne.
3 - O batismo no Espírito Santo é uma experiência fundamental na vida cristã. Recebemos o
batismo no Espírito Santo no início da vida cristã. O crente está capacitado para vir e servir a Deus de
uma maneira agradável. A partir daí, deve crescer e chegar à maturidade.

XX - ONDE OU A QUEM DEVO IR PARA RECEBER O BATISMO COM O ESPÍRITO


SANTO ?
O lugar não é importante. Você pode ter esta experiência onde estiver. Cornélio recebeu-a em casa.
Jesus é a Fonte.
Ele disse: "Quem crer em mim... do seu interior fluirão rios de água viva". (Jo.7:38). Ele é doador
do Espírito e é Ele quem batiza no Espírito Santo.

XXI - AS RESPONSABILIDADES DO CRENTE PARA COM O ESPÍRITO SANTO.


A este respeito há algumas coisas que precisamos lembrar para que a bênção seja completa em
nossa vida.
1 - Não entristeça o Espírito Santo. Se o Espírito se entristecer em sua vida, com seu grande
poder, você também se entristecerá (Ef.4:30).
O orgulho pela própria experiência á algo que agrava a Deus. Pensar que não é mais como os
outros... Que é mais que eles... e outros tantos pecados entristecem o Espírito.
A desobediência é algo que não lhe agrada. Qualquer que seja o pecado, arrependa-se
imediatamente e vai a Jesus, pois o "sangue de Jesus Cristo, seu filho nos purifica de todo pecado"(I
Jo.1:7)
2 - Estudar a palavra de Deus. Qualquer que seja a nossa experi6encia, ela precisa estar
fundamentada na Bíblia. O Espírito e a palavra não podem ser separados um do outro. Se isto acontece,
o crente pode cair em erros. Devemos preparar momentos para leitura e meditação. Isto ajudará a
fortificar a nossa confiança e fazê-la crescer.
3 - Orar. A oração é indispensável à vida abundante. Os homens que fizeram muito para Deus,
foram aqueles que se dedicaram à oração. A oração deve ser constituída de louvor, gratidão e petição.
"Deus habita no meio dos louvores. E vigiai e orai". Foi a ordem de Cristo.
4 - Livrar de ressentimentos. Isto é um grande empecilho àquilo que o Senhor quer fazer. Se há
problemas desta natureza é melhor resolvê-los o mais depressa possível.
5 - Oração em conjunto. Deve-se procurar irmãos que tenham a mesma experiência e entrar em
comunhão com eles. Isso ajudará o crente no cultivo da bênção que o Senhor lhe concedeu.
6 - Testemunho. Foi para isso que Cristo concedeu o Dom do seu Espírito. Testemunhar de Jesus
aos perdidos é uma das evidências externas do batizado no Espírito Santo. Muitos estão buscando uma
palavra de ânimo e estímulo para se chegar mais perto de Deus.
7 - Prudência. A imprudência é um grave perigo para o homem espiritual, como que para aquele
que não é. Buscar de Deus a sabedoria para viver a nova vida que ele dá em Cristo. O Senhor quer
conservar o crente em seu caminho de bênção. Que possamos andar nele!
“O ESPÍRITO SANTO E SUAS MANIFESTAÇÕES NO BATISMO DE JESUS”

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I – Em todas as fases da vida terrena de Nosso Senhor Jesus Cristo houve abundantes
manifestações da glória de Deus.
1) Seu nascimento foi obra do Espírito Santo – Lucas, 1:34,35.
2) O anúncio de seu nascimento foi também pelo anjo do Senhor e a manifestação da glória de
Deus. Lucas 2:8-14.
3) Quando Maria e José foram ao templo de Jerusalém para apresentar ao Senhor, O Espírito
Santo estava presente para revelar a Simeão, Sumo Sacerdote, que aquela criança era o Salvador
esperado, a Consolação de Israel – Lucas 2:25-30.
4) Aos doze anos de idade, sendo levado pelos seus pais ao templo, novamente, os Doutores da
lei se maravilharam da sua inteligência e sabedoria. Era o Espirito Santo que já se manifestava nele,
inclusive na resposta que deu à Maria, Sua mãe, quando ao “cuidar dos negócios de meu Pai”, como
disse. O Espírito Santo estava presente para revelar-se sua missão. Lucas 4:47.
5) Sua morte na cruz foi acompanhada com grande manifestação da glória de Deus. Mateus
27:50-53.
6) O Espírito Santo se manifestou também no túmulo onde ele estava sepultado, pois foi ele, o
Espírito Santo, que ressuscitou.
7) Como Homem foi batizado no Jordão por João Batista. O próprio João não compreendeu essa
atitude de Jesus, procurando-o para ser batizado, pois cria na Sua origem Divina. Mat. 3:13-15.
8) Como em todas as fases da vida terrena de Cristo houve a manifestação clara do Espírito Santo,
no seu batismo também houve e de maneira extraordinária. Mateus 3:16:
Sendo Jesus batizado, sai logo da água e eis que lhe abriram os céus e viu o Espírito de Deus
descendo como Pomba vindo sobre ele”.
Houve pelo menos três (3) causas principais para que essas manifestações se dessem no Batismo
de Jesus Cristo:
Demostrar aos discípulos de João e a todos os Judeus presentes que Jesus Cristo era o Salvador
em quem eles deveriam crer para serem salvos.
Essas manifestações vieram confirmar o que João pregava declarando que haveria de vir um
“maior do que ele”. Confirmaram que Jesus era o Cordeiro de Deus. Mateus, 3:17, João 1:32-34. Houve
uma cena semelhante no Monte da Transfiguração quando oravam com Jesus os Apóstolos Pedro, Tiago
e João. Mateus 17:5.
Essas manifestações no Batismo de Jesus Cristo revelaram claramente a existência da
Triunidade:
A descida do Espírito Santo sobre alguém sempre foi para ungir, capacitando para o obra de
Deus.
Deus ungiu com seu Espírito, profetas, sacerdotes e reis. Os Apóstolos foram ungidos no dia do
Pentecostes. Até hoje o método divino é o mesmo, e, para a mesma finalidade.
Cristo, Homem, tinha em tudo “ser semelhante aos irmãos”- Hebreus 2:17; “semelhante aos
homens”- Filipenses 2:7. Ele chamou de “irmãos” os seus apóstolos. Mateus 28:10. Tinha que ser
“ungido” também.
A manifestação do Espírito Santo no batismo de Jesus foi também para ungi-lo para a sua árdua
missão. – Salmo 45:7.
a) Antes do seu Batismo no Jordão não encontramos na Bíblia a expressão: “E Jesus, cheio do
Espírito Santo” como está em Lucas 4:1. Essa afirmação foi posterior a Lucas 3:21. Que descreve o Seu
batismo e a manifestação do Espírito Santo.
b) Pedro confirma que Jesus foi ungido com Espírito Santo e Virtude – Atos 10:38. Isso se deu
no seu batismo.
Naquele dia, o Espírito de Deus, que é o mesmo “Espírito Santo” começou a “agir” através do
corpo de Jesus Cristo, que, também, foi “gerado” pelo próprio Espírito Santo. Mateus 1:20.

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9) O ministério de Cristo - Seus ensinos e Suas obras confirmam que a manifestação do Espírito
Santo no seu Batismo foi para ungi-lo, enquanto homem.
a - Logo após o Batismo – “Cheio do Espírito Santo” Foi Tentado por Satanás, 40 dias e 40
noites e venceu. – Lucas 4:1-13.
b - Após o batismo na Sinagoga de Nazareth, Ele confirma: “O Espírito do Senhor é sobre
Mim”... Lucas 4:18-21.
c - Sua Doutrina era com autoridade, não como a dos fariseus... Mateus 7:29.
d - Pelo ‘Dedo de Deus”, que é o Espírito Santo, expulsava os demônios. Lucas, 11:19.

A PRESENÇA DO ESPÍRITO NA FORMAÇÃO DO MUNDO

1) Foi ele que formou Israel como Nação. Isaías, 43:1, de um modo especial, mas, é o Espírito
Santo do senhor que forma as nações.
2) É ele que representa as nações. Sal.9:5.
3) É ele que faz cessar a guerra até os confins da Terra, Sal.46:9.
4) É ele quem ordena as potestades (os governos), Romanos 13:1.
5) É o Espírito de Deus que dá inteligência e sabedoria aos filhos dos Homens para tudo o que é
útil e bom em benefício do mundo e do homem. Gênesis 41:38, 57 – Jó 32:8.

III – O ESPÍRITO SANTO NA FORMAÇÃO DA IGREJA DE CRISTO NO MUNDO

Entre as coisas que estão no plano de Deus em relação a este mundo, há o da formação de um
povo especial para o seu nome, e, esse povo é chamado “geração eleita”, “sacerdócio real”, “nação
santa”, e “povo adquirido”. I Pedro 2:9. Esse “povo” está no mundo, mas não é do mundo – João
17:14,16, mas, a influência dele é muito grande na formação do mundo.
1 – Esse povo é a Igreja de Cristo, que, segundo as Escrituras, tem grande influência na
formação do mundo, pois, é o Sal da Terra. Sem esse “Sal espiritual”, a raça humana, particularmente se
deterioraria e apodreceria como um cadáver – Mat 5:13.
2 – É também a Luz do Mundo. O mundo em que vivemos, sem a presença da Igreja de Cristo
seria completamente imerso nas trevas espirituais. O príncipe das trevas, Satanás, cobriria de trevas toda
humanidade – Mat. 5:14.
Se a humanidade ainda não se destruiu a si própria é porque há alguém, que é o Espírito Santo,
que, através da Igreja de Cristo, age neste mundo impedindo a realização do plano do diabo, e,
inclusive, detendo o aparecimento do “homem do pecado”, o anti-cristo – II Tes. 2:1,6.
a) A igreja de Cristo nasceu como fruto do amor de Deus ao Mundo João 3:16. O Deus fez-se
carne e habitou entre nós. João 4:24 – 1:4 – Fil.2:6,7.
b) O Deus encarnado, Jesus Cristo, foi plantado como trigo. João 12:24. Germinou. Foi gerada a
Igreja.
c) Ressuscitou, mas enviou o Seu Espírito Santo para continuar o que Ele começou a fazer. Atos.
1:4,5 e 1:1. A Igreja tinha sido gerada, ela existia, mas, em embrião. O Espírito Santo foi derramado e
aquela pequena célula cresceu, alcançou todo o mundo habitado daqueles dias, a começar por
Jerusalém, até os confins da Terra. Atos dos Apóstolos 1:8-2:1, 13.
d) É impossível estudar a “Presença do Espírito Santo da formação do mundo” sem incluir a sua
ação na formação da Igreja de Cristo, pois, não obstante, ser peregrina, será arrebatada um dia.
Enquanto está neste mundo é parte integrante do mesmo. Ela existe e age através do Espirito Santo. A
missão específica do Espírito Santo para com o mundo é expressa na cap. 16 de João, vers. 8: “Quando
ele, o Espírito Santo, vier convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”.
e) O panorama do mundo seria outro. Muito mais inferior, mais hostil e mais rude, se no seu
cenário não aparecesse a Igreja de Cristo com sua Influência neste mundo incrédulo, inspirando muitos

TEOLOGIA SISTEMÁTICA – II - – Com Questões Propostas


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a produzirem as virtudes descritas em Filipenses, 4:8: “verdade, honestidade, “justiça”, “pureza”,


“bondade”, etc... Se ainda existe um pouco de pudor, caridade e respeito neste mundo – essa
humanidade ímpia deve à obra do Espírito Santo na formação da Igreja de Cristo.

A PERMANÊNCIA DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO SALVO

“E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro consolador, para que fique convosco para sempre. O
Espírito de verdade que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o
conheceis porque habita convosco, e estará em vós”. João 14:16-17.
Jesus Cristo, nosso Salvador, durante várias vezes em seus ensinos revelou seu plano e sua
vontade de após terminar sua obra específica de salvar o mundo, enviar “outro”, o Consolador par que
ficasse com Seus seguidores para sempre. João 16:7, 14:16.
1) Cristo Homem não ficaria “para sempre”, pois, repetidas vezes Ele declarou esta verdade. João,
20:17.
2) Antes de subir prometeu para os seus apóstolos e discípulos o Espírito Santo. Como Judeus que
eram, estavam pensando que Jesus iria reinar em Jerusalém, restaurar, portanto, o Reino de Israel, mas
Cristo, nesta hora, confirma sua promessa de enviar-lhes o Espírito Santo. Ele iria, mas o Consolador
viria, 10 dias após. E isso aconteceu no dia de Pentecostes, 50 dias após sua ressurreição e 10 dias após
sua ascensão. Atos 1:6-8,2:1-4.
3) O ministério especifico de Cristo, nos dias de sua carne (33 anos, aproximadamente) –
Hebr.5:7, foi muito curto, mais ou menos 3 anos, mas, o ministério do Espírito Santo na Igreja e na do
salvo individualmente, seria “para sempre” - durante toda a dispensação da graça. E quando Jesus dizia:
Eis que estou convosco todos ao dias... (Mat. 28:20), Ele se referia à sua presença através do Espírito
Santo na vida do salvo aqui na Terra. Estevão, “cheio do Espírito Santo”, que permanecia nele, viu, no
entanto, Jesus “em pé” no céu à direita de Deus. Atos, 8:55-60.
4) O Espírito Santo na vida do salvo é chamado por João de “a unção do santo” e ele declara: ela
fica em vós. I João 2:27. Este texto bíblico é muito claro quanto a permanência do Espírito santo na vida
do salvo, o qual o identifica como sendo Ele de Cristo, pois quem não tem o Espírito de Cristo, este tal
não é dele. Romanos 8:9.
5) O recebimento e a permanência do Espírito Santo são privilégios, do salvo. O incrédulo não
pode receber o Espírito Santo, pois não o vê nem o conhece ( João 3:3, I Cor.2:14). Mas, habita no salvo
e estará nele. João, 14:7.
Há diversas razões porque o Espírito Santo permanece na vida do Salvo. Muitas vezes,
começamos a meditar e penar no grande privilégio dos apóstolos e os primeiros discípulos de Cristo,
por tê-lo visto face a face, terem comido na sua presença, orado com ele, contemplarem os seus
milagres, receberem diretamente dos seus lábios os seus ensinamentos, terem assistido à sua morte e tê-
lo visto após sua ressurreição, etc... Mas, Deus, que é justo, através do Espírito Santo em nós, mostra as
mesmas coisas, realiza as mesmas obras e ainda maiores, enche-nos demais gozo ainda e nos chama
bem-aventurados, através da Sua manifestação de Filho. João 14:12; Rom.14:17, João 20:29.
1 – O corpo do salvo, com sua alma remida e a purificação de todos os vícios e pecados se torna
Templo do Espírito Santo assim como o Pai habitava no filho ( Jesus Cristo) - João 14:10, e, através do
seu corpo ele realizava a sua obra, assim, agora, o Espírito Santo, habitando no salvo, faz dele um
instrumento para continuar a sua obra no mundo, pois, segundo o que está em Atos 1:1, O Espírito
Santo, permanecendo no salvo, poderá continuar aquilo que Jesus começou não só a fazer como ensinar.
2 – O Espírito Santo permanece no salvo para ensiná-lo a fazer com que ele se lembre de tudo o
que Jesus falou. João 14:26.
3 - A permanência do Consolador no verdadeiro crente guia-o em toda a verdade, guardando,
portanto, a cada um, do espírito do erro e da confusão, etc... E, ainda, muitas vezes, lhe revela algo que
está para acontecer, para o seu próprio benefício e da obra de Deus. João 16:13.

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4 - A Bíblia Sagrada e a história da Igreja estão cheias de provas de que o Espírito Santo no salvo
dá muita ousadia e sabedoria, concedendo-lhe para ser fiel até à morte e obediente à palavra na hora da
perseguição. Marcos, 13:11, Atos, 7:55 e 4:31.
5 - O Espírito Santo habita o cristão mesmo antes de sua experiência pentecostal, ou seja,
manifestação dos dons. Ele, nascido de novo, tem o Espírito de Cristo

AS ALEGRIAS DA PRESENÇA DO ESPÍRITO SANTO EM NOSSA VIDA


Introdução:
A alegria faz parte da vida humana de cada pessoa, a seu modo, segundo sua maneira de pensar,
procura alegrar-se.

1 – Há os que se alegram nas suas riquezas e bens materiais. Lucas 12:19.


2 – Existem os que acham alegria no vinho. II Samuel 13:28.
3 – Há ainda os que têm na sua vida conjugal sua fonte de alegria. Ecles.9:9.
4 - Outros encontram prazer e alegria na boa comida e na boa bebida. Ecles.8:15.

I – A VERDADEIRA CRENÇA EM DEUS E NA BÍBLIA.

Tanto no Velho e Novo Testamentos é caracterizada por indivisível alegria e santo gozo. Na
Velha Dispensação essa alegria era atribuída à presença de Deus no meio do povo. Isaías 12:6, e Salmo
16:11. A arca do Senhor era para os judeus a presença do próprio Deus e Davi dançou de alegria quando
ela foi trazida dos filisteus novamente para Jerusalém, II Samuel 6:12-14. Esse grande Júbilo se dava
também nas festas judaicas. II Crônicas 30:21. Creio que um pentecostal se sentiria bem nas festas
israelitas porque esse gozo, essa alegria não eram fruto de outra coisa a não ser em uma linguagem neo-
testamentária, da presença do Espírito santo. Na experiência religiosa de Davi a salvação da alma estava
ligada também, como para nós, à alegria do Espírito Santo. Salmo, 51:11,12. Paulo confirmou:
Romanos 14:17.
1 – Jesus Cristo prometeu as alegrias do Espírito Santo aos seus seguidores. S. João 16:21. Nessa
passagem o Senhor declara que eles ficariam realmente com sua morte e sua ascensãoi, mas a tristeza
“se transformaria em alegria”, com a vinda do Espírito Santo. Havia alegria nas reuniões dos cristãos
primitivos. Atos, 2:46, e os discípulos, conforme Jesus prometeu, “estavam cheios de alegria e do
Espírito Santo”. Atos 13:52.
a) a primeira alegria que o Espírito Santo concede é a certeza da salvação, pois ele testifica que
“somos filhos de Deus”, Romanos, 8:16.
b) em Segundo lugar é a disposição para louvar a Deus, espontaneamente, sem impulsos
humanos. Quando há verdadeira alegria do Espírito Santo no coração do salvo, não é preciso alguém
mandá-lo dizer: “Aleluia”, porque ele fala sozinho e, na hora certa, não fora de hora. Lucas 1:37,38.
c) Não foi em vão que o Divino Mestre chamou o Espírito Santo de “Consolador”. Ele sabia que
os seus discípulos e ainda todos o seus verdadeiros seguidores iriam passar, neste mundo, por duras
provas e tentações, e o Espírito Santo é que viria alegrá-los e consolá-los nessas horas difíceis. Pedro,
sem alegria do Espírito Santo fracassou, negou a seu mestre, o decepcionou. Mat.20:72,24, mas com
essa alegria a coisa foi diferente. Atos 5:41.
d) A alegria do Espírito Santo é intensa na vida do crente, pois mesmo com os problemas mais
difíceis, a mente mais perturbada poderá orara bem e se alegrar na sua alma, pelo Espírito nele, que
através do Dom de línguas intercede por ele com gemidos inexprimíveis. Romanos 8:26. Pode ele ainda
“cantar” e orar em Espírito e, mesmo que a sua carne ele esteja triste, seu Espírito “ora bem” e se alegra
por essa graça do Espírito Santo. I Cor.14:14,15; Efes.5:18,19.

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2 - Há alguns mandamentos na Bíblia que somente a presença do Espírito Santo e sua alegria na
vida do crente o capacita para observá-los.
a) “Regozijai-vos sempre” – I Tess. 5:16. Como regozijar-se sempre ? “Pela alegria do Espírito
Santo, que é maior do que a tristeza da separação pela morte, por exemplo. Superior ao Sofrimento por
qualquer enfermidade e é capaz de fazer o milagre ainda de enfrentar o sofrimento com resignação,
paciência e fé.”
b) “Em tudo daí graças” I Tess.5:18. Somente com grande alegria do Espírito Santo é que
poderemos dar graças realmente a Deus permanentemente, dar graças em tudo, isto é, em qualquer
circunstância e em qualquer situação.
Obs.: Para entendermos o que Paulo queria dizer em Romanos 5:13 “mas também nos gloriamos
nas tribulações” e, conseqüentemente, tirar lições positivas para a vida cristã, como paciência,
experiência, esperança, etc... (Romanos 5:4). Precisamos entender que isto é possível somente para
alguém que tenha a verdadeira “Alegria do Espírito Santo”.

II - AS ALEGRIAS DA PRESENÇA DO ESPÍRITO SANTO EM NOSSA VIDA

As alegrias da presença do Espírito Santo em nossa vida são independentes de emoções (ainda
que elas produzam emoções positivas), de circunstâncias ou situações boas ou más. Ela é nosso homem
interior e se reflete em toda nossa maneira de viver, através da paciência que demonstramos, do
entusiasmo, disposição, amor e consagração na obra de Deus, sempre com perseverança e amor.
1 – Na época remota do início da nação judaica, Abraão já possuía essa alegria interior. João 8:56.
2 – Jó, o justo, através de todo o seu sofrimento, tinha essa alegria espiritual em seu coração. Jó
19:25-27.
3 – Paulo e Silas, ministros do Senhor, mesmo acorrentados e presos na cadeia de Filipos,
revelaram possuir alegria profunda do “Espírito Santo”, pois, mesmo e circunstâncias tão trágicas, podia
“Cantar louvores a Deus e fazer orações”. Atos, 16:23-25.
4 – Essa alegria é independente de posição social ou de conhecimento intelectual. A denominação
religiosa também não influe. O Senhor disse que derramaria o Seu Espírito Santo sobre “toda a carne”.
Qualquer verdadeiro Cristão, em qualquer Igreja, poderá sentir esse maravilhoso gozo do Espírito
Santo. É só crer e buscar.

A CONFIANÇA NO ESPÍRITO SANTO ANTES DE PENTECOSTES

A confiança no Espírito de Deus, Espírito do Senhor, Espírito, que significa o Espírito Santo – é de
origem muito remota, revelada nos livros da Bíblia, de Gênesis até aos Livros de Mateus, Marcos,
Lucas e João, mesmo antes do derramamento do Espírito Santo no Pentecostes em Jerusalém, no
início da era Cristã.

I – A CONFIANÇA NO ESPÍRITO SANTO REVELADA NO VELHO TESTAMENTO

É muito antiga a crença que Deus age no mundo através do seu Espírito, não obstante, agora, na
Dispensação da graça, esse ministério estar plenamente revelado e a experiência pessoa desse poder
ao alcance de todos s que crêem, o que antes era privilégio somente dos profetas, sacerdotes e reis,
ou alguém com uma missão estritamente pessoal e definida dada por Deus. No entanto, já, antes do
Pentecostes, mesmo no Velho Testamento, a confiança no Espírito Santo ou “Espírito de Deus”,
assim se expressava: “Porque o Senhor é o nosso Juiz, o Senhor é o nosso Legislador; o Senhor é o
nosso Rei. Ele nos salvará”. Isaias, 33:22. Por isso, é uma questão interessante de como o que Deus
exercia o seu domínio sobre Israel. Como é que eus guiava Israel em todas as esferas de suas
existência ? De duas maneiras:

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1 – POR MANIFESTAÇÕES EXTERNAS DE DEUS – nas quais Ele era chamado de “Anjo do
Senhor”, que não é criatura, não e um anjo, mas Anjo do Senhor em forma de manifestação é o
próprio Deus, Gênesis 31:11-13, 23:20-21. O Anjo do Senhor era, portanto, Deus se Manifestando.
2 – ATRAVÉS DO SEU ESPÍRITO – Deus já se manifestava, mesmo no Velho Testamento,
através do seu Espírito. Essa era a crença Judaica. Deus se manifestava pelo seu Espírito através do
homem – e a sua manifestação como “Anjo do Senhor” era fora do homem. Como nós, no Velho
Testamento, já era a crença, portanto, de que Deus agia, através do seu Espírito, no homem e através
dele.
a) Moisés, o grande Libertador e Legislador, cria nesse Espírito Santo ou Espírito do Senhor, na sua
operação, na possibilidade de e necessidade de o homem recebê-Lo também. Números 11:25-29.
b) Entre outros que criam no Espírito Santo também, podemos citar Samuel, que assim se
expressou, referindo-se à unção de Saul: “O Espírito do Senhor se apoderará de ti e tu te
transformarás em outro homem”. I Samuel 10-6, 9, 10.
c) O Salmista Davi também era um fervoroso crente no Espírito Santo. Ele era ungido pelo Espírito
Santo de Deus e anelava pela sua plenitude. Clamava, ainda, rogando a Deus que não tirasse dele o
seu Espírito Santo. Salmo 23:5 e 51:11. O Espírito Santo para ele era o próprio Deus, onisciente e
onipresente. Salmo 139:7.
d) Já na Velha Dispensação era criado que a renovação espiritual e a obra do avivamento eram pelo
assopro de Deus – pelo Espírito, portanto. Ezequiel 37:9.
e) A Palavra do senhor nos revela que já naqueles dias o Espírito do senhor era que revestia o
homem para realizar a obra de Deus e os profetas e escritores sagrados. Juízes 3:10. Sabiam que não
tinha sido a inteligência de Gideão que lhe outorgou a vitória, nem a sua tática de guerra, mas o
Espírito do Senhor. Juízes 6:34. A força de Sansão não estava nos seus cabelos, mas era oriunda do
Espírito Santo.
f) Porventura essa linguagem não é neo-testamentária e de profunda ortodoxia pentecostal? – “Nem
por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor” – Zacarias, 4:6. Mesmo em
época remota havia esta perfeita confiança no Espírito Santo.

II – A CONFIANÇA NO ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO, ANTES DO


PENTECOSTES

A crença no Espírito Santo, no Novo Testamento, antes de Pentecostes, era mais ou menos igual a
que caracterizava o povo Judeu no Velho Testamento. O formalismo e as cerimônias no culto vazio
do templo em Jerusalém e nas sinagogas entristeceram tanto o Espírito Santo que ele não se
manifestava mais através dos sacerdotes, através dos quais, muitas vezes, no Velho Testamento, se
manifestou. Houve um período de 400 anos aproximadamente, compreendido entre Malaquias e o
aparecimento de João Batista, o percursor de Jesus Cristo. Livros escritos, mas, com razão, os
evangélicos os consideram apócrifos por duvidarem da inspiração do Espírito Santo em relação aos
que escreveram.
1) A primeira vez que o Espírito Santo é mencionado no Novo Testamento não foi por parte do
homem, mas um Anjo do Senhor, em relação ao nascimento miraculoso de João Batista, o últimos
dos profetas da Velha Dispensação. Esse Anjo declarou que João Batista seria “cheio do Espírito
Santo” desde o ventre de sua mãe. Lucas 1:13-15. Percebemos a crença no Espírito Santo nesse
período de transição e a operação do mesmo, quando Isabel, leiga, não profetiza, não obstante ser
esposa do sacerdote Zacarias, teve o privilégio que só pertencia aos profetas, sacerdotes e reis. Foi
“Cheia do Espírito Santo”. Lucas 1:41.
2) Apesar da decadência do clero Judaico, havia alguém que permanecia ainda fiel ao Senhor; o
“Espírito Santo estava sobre ele”, a quem revelou que não morreria antes de ter visto o Cristo

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Senhor. Este era Simeão. Lucas, 2: 25,26. E é interessante notar-se que ele cria na direção do
Espírito Santo, pois, “pelo Espírito”, foi ao templo. Vs. 27.
3) A pregação de João Batista, fazendo o paralelo entre os dois batismos – o das águas – por ele, e, -
no Espírito Santo – por Jesus Cristo, mais tarde, trouxe aos seus discípulos fé no Espírito Santo –
por Jesus Cristo, e, eles criam nele, antes do Pentecostes. Lucas 3:16. Houve alguns deles, no
entanto, que mesmo depois do grande acontecimento do dia de Pentecostes em Jerusalém, nem
sabiam que havia o Espírito Santo. Atos 19:3.
4) Depois do nascimento de Jesus Cristo, a crença no Espírito Santo foi, em certo sentido,
substituída, sendo concentrada nele, sobre quem “Estava o Espírito do Senhor”, conforme ele
mesmo declarou na sinagoga de Nazareth. Precisou Jesus Cristo por várias vezes falar sobre o
“Outro Consolador” que viria em seu nome, para estimular a confiança no Espírito Santo.
a) Para que a confiança no Espírito Santo fosse reavivada, o próprio Jesus teve que reiterar a
afirmação de João Batista e esse respeito: “João Batizou-vos com água, mas sereis batizados com o
Espírito Santo não muito depois destes dias”. Atos, 1:15.
b) Jesus teve que fazer o contraste entre as cerimônias mortas do templo, na festa dos Tabernáculos
e a sua gloria obra, anunciando a promessa do Espírito Santo para os que cressem Nele. João 7:37-
39.
c) Para que os seus apóstolos fossem incentivados a “ficar em Jerusalém até que alto fossem
revestidos de poder”(Lucas 24:49). Jesus, ressuscitado dentre os mortos. “Assoprou sobre eles o
Espírito Santo”, antes, o qual os ajudou a crer mais firmemente no próprio Espírito Santo. João
20:22.

I - NOMES QUE SÃO USADOS PARA O ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo tem, pelo menos, 10 nomes, através de toda a Escritura Sagrada e que são usados
ainda como sinônimos nas pregações e na música e poesias sacras. O nome Espírito Santo é usado 1
vez no Velho Testamento, isto é, no Salmo 51:11; e 88 no Novo Testamento.
Antes de apresentarmos o primeiro nome é interessante notar que em muitos casos são meros
sinônimos, mas, em outros, decorrência da obra específica que ele realizou ou das circunstâncias em
que ele foi prometido ou se manifestou.
1) O primeiro nome usado na Bíblia esta também no primeiro livro e primeiro capítulo: 1:2:
“Espírito de Deus”, em hebraico Ruah Elohim, na obra da criação e que mais tarde ungiria os
profetas, que não obstante ser chamado o Espírito de Deus, assim não era conhecido com a terceira
pessoa da Trindade, mas, o Deus UNO que se revelou a Moisés em Êxodo 3:14 e crido e pregado
pelos Judeus em Deuteronômio 6:14.
a) Quando aparece o nome ESPÍRITO DE DEUS em outras partes da Bíblia, já é o Espírito Santo
em que nós remos e sua ação específica no homem e através do homem. Êxodo 35:31, I Samuel
19:20, I Cor. 3:16, 12:3, Mat. 3:16, 12:28.
2) Em Gálatas, 3:23 o nome usado para Espírito Santo é apenas Espírito. Há uma razão toda especial
para o Apóstolo dos Gentios fazer isso: Estava fazendo o contraste entre a vida na carne e a vida no
espírito e ele apresenta o Espírito com agente divino para fortalecer o espírito do homem para
vencer as concupiscência da carne.
3) “ESPÍRITO DO SENHOR” é o mesmo que dizer “ESPÍRITO DE JEOVÁ” dependendo da
tradução da Bíblia. Isaias usou esse nome em Isaias, 11:2, Jesus Cristo, na sinagoga de Nazareth,
citou o mesmo texto. Lucas 4:18 – Esse Espírito do Senhor ou Espírito de Jeová é chamado ainda
por Isaias de: Espírito da Sabedoria, de conhecimento, conselho e fortaleza, etc...
4) Outro nome usado, e só Novo testamento, por duas vezes é Consolador (Paricletos) no grego.
João 14:16,26. A circunstância fez com que Jesus Cristo prometesse o Espírito Santo com esse

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nome. Ele notava a tristeza dos apóstolos com a sua partida muito breve, e a vinda do Espírito Santo
viria “substituí-lo” e “Consolá-los”, já que ambos são um.
5) Ele é chamado na Bíblia também de ESPÍRITO DE VERDADE – João 14:17. Houve duas razões
fundamentais para o senhor Jesus usar esse nome:

a) Ele ( Espírito Santo) procede do Deus Verdadeiro João 17:3.


b) É oposto ao “espírito do erro”, o qual procede dopai da mentira: Satanás. João 8:44.

6) Em I João, 2:20 ele é chamado apenas de “SANTO”. É bem possível que o apóstolo do amor se
referia ao SANTO DE ISRAEL que habitava em Sião (Isaías, 12:6) e que agora, pelo Pentecostes,
habitava nos crentes, ungindo-os para guiá-los na verdade.
7) Ainda, em Romanos 8:9, o Espírito Santo é chamado “ESPÍRITO DE CRISTO”. Paulo, o grande
apóstolo, teve uma experiência tão profunda em Cristo, tão extraordinária transformação que chegou
a dizer: “Não sou eu mais quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gál. 2:20). Para Paulo, estar
revestido do Espírito Santo é “Glorificar a Cristo” e, segundo Paulo, através dele, o Cristo glorioso
refletia na vida do salvo, dando-lhe: 1) O sentimento de Cristo – Filipenses, 2:5; 2) A mente de
Cristo – I Cor. 2:16 e 3) O Espírito de Cristo, portanto, Jesus se fazia presente, pelo Espírito Santo.
8) No Velho Testamento, ele é também chamado ÓLEO E ÓLEO DE ALEGRIA. (Salmo, 23:5,
45:7). No Salmo 23:5, Davi não se referiu ao óleo que Samuel derramou sobre sua cabeça, ele disse:
“ungiste” – dirigiu-se, portanto, a Deus que lhe deu esse óleo: o Espírito Santo.
9) Na Epistola aos Romanos, capítulo 8:2, o Espírito Santo tem o nome do Espirito de Vida. Paulo
aí contrasta a vida abundante alcançada pela graça, por obra do Espírito Santo e a morte e
condenação da Lei, enferma pela carne. II Cor.3:6.
10) Lá em Daniel, 4:9, Nabucodonozor vendo algo de sobrenatural em Daniel, chamou de “Espírito
dos Deus Santos”. Ele não sabia mas nós sabemos que Daniel estava cheio do espírito Santo.

II – NOMES USADOS FORA DA BÍBLIA TRADICIONALMENTE PARA O ESPÍRITO SANTO.

1) PRECEPTOR – usado na liturgia e nos cânticos cristãos em seu louvor.


2) PENTECOSTES – uma expressão simbólica que muito usam para dizer que recebem o
Espírito Santo: “Eu já recebi o Pentecostes”.
3) ESPÍRITO DIVINO – usado na literatura Cristã a seu respeito e nas pregações e cânticos.
4) DIVINO – nome usado entre os católicos romanos para o Espírito Santo, comemorado e
adorado de maneira tão pagã.
5) Há outros nomes ainda como: “Chama Pentecostal” – “Fogo Divino”- Espírito Santo da
Promessa” – “Promessa do Pai”, etc...
OBS. Os nomes: “Espírito Santo da Promessa” e “Promessa do Pai”, são também sinônimos
bíblicos dados ao Espírito Santo ( Efésios 1:13 e Atos, 1:4), em relação a sua manifestação
específica no Pentecostes.

O ESPÍRITO SANTO E SUAS MANIFESTAÇÕES NO NOVO TESTAMENTO

Introdução:
A presença do Espírito Santo atravessa a Bíblia toda nas suas manifestações, desde Gênesis até o
Apocalipse. Gênesis 1:2; Apoc. 22:17. Manifestou-se através dos patriarcas, Juízes, sacerdotes,
profetas e reis no Velho Testamento, de uma maneira restrita, parcial e particular. O povo em geral,
que freqüentava o Templo e as sinagogas, não experimentava suas manifestações em suas vidas.

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1) O VELHO TESTAMENTO era a “sombra” das coisas futuras e representava o ministério da


LETRA, da lei, enfim. Mas, o Novo Testamento, pelo contrário, o ministério do Espírito. II
Coríntios, 3:7, 8.
O Novo Testamento inaugurou a Graça. João 1:17, que é, na realidade, a Dispensação do Espírito
Santo. É a última revelação de Deus. Esse tempo é chamado: O ano aceitável do Senhor. Na
realidade, este é o tempo em que os predestinados se salvarão, e esse período já se estende por mais
de dois mil anos. (Lucas 4:18). Quem não se arrepender nesse tempo está automaticamente pecando
ou blasfemando contra o Espírito Santo, resistindo-O, pois é Ele quem age no mundo agora,
mostrando, assim, que é filho da perdição. (João 16:7-11; Lucas 12-10). A manifestação do Espírito
Santo a favor dos eleitos terminará com o arrebatamento da Igreja. Essa dispensação da graça ou do
Espírito Santo é chamada na Bíblia de Hoje. (Heb. 3:7). “Amanhã” não existe.
1) As manifestações do Espírito Santo antes de Pentecostes, não obstante estarem registradas no
Evangelho, não pertencem ainda ao Tempo do Novo Testamento, mas formam uma continuação das
manifestações específicas do velho Testamento, reiniciada, por exemplo, com o que aconteceu com
Isabel, mãe de João Batista, no cântico de Zacarias, seu esposo. (Lucas 1:67-80). Estas
manifestações eram relacionadas com as promessas do Velho Testamento concernentes aos
nascimentos de João Batista e de Jesus Cristo. Podemos, sem medo e errar, chamá-las de
intermediárias, porque se deram no período de transição entre os acontecimentos do Velho e do
Novo Testamento.
2) A primeira manifestação do Espírito Santo, que podemos chamar de neo-testamentária, se deu,
realmente, após a ressurreição, quando, após Ter cumprido a LEI por nós. Até aquele momento
Vigorava ainda o Velho Testamento e todas as manifestações do Espírito Santo estavam
enquadradas ainda na Velha Dispensação, mas, Ele morrendo e ressuscitando, “realizou” o Novo
Testamento. Como escrito acima, a primeira manifestação do Espírito santo segundo o padrão neo-
testamentário, se deu após a ressurreição de Jesus Cristo, quando ele assoprou sobre eles o Espírito
Santo. João, 20:1-18, 19-22. Essa unção já pertencia ao Novo Testamento, Cristo já havia abolido o
Velho Testamento conforme está expressa em II Coríntios 3:14. Não era, contudo, ainda, o Espírito
santo da promessa, porque, para isso, Ele teria que, primeiro, subir para depois enviá-Lo. (João,
16:5-7, Atos, 1:4-5).

II – A PLENA MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO SE DEU NO


DIA DE PENTECOSTES. Atos, 2:33.

1) A manifestação do Espírito Santo como “batismo no Espírito Santo” só aparece prometida nos
Livros, particularmente, e, também, em Atos dos Apóstolos e nas Epístolas, e é experiência
“específica” do Novo Testamento. (Lucas, 3:16, Atos 1:5). No velho Testamento, essa experiência
ou manifestação era desconhecida.
2) No Novo Testamento, as manifestações do Espírito Santo foram, no início da Igreja, privilégio
exclusivo dos primeiros Judeus convertidos ao cristianismo. Atos, 1:12-14. Mas, segundo a
promessa feita através do Apóstolo Pedro em Atos, 2:38,39, elas se entenderiam a todos “que
estavam longe e a tantos quantos o Senhor chamasse”. Assim sendo, observamos o seguinte no livro
de Atos:
a) Os samaritanos receberam também o Espírito Santo. (Atos, 8:14-17).
b) O mesmo aconteceu com o gentio Cornélio, a todos os seus que creram e outros que estavam
na sua casa no momento. (Atos, 10:44-46).
c) Os gregos também gozaram das manifestações do Espírito Santo. (Atos, 19:1-6).
As manifestações do Espírito Santo no Novo Testamento são sem qualquer restrição quanto à raça,
nacionalidade, sexo, ou posição social. Ele seria derramado sobre toda a carne, “filhos e filhas”,
“servos e servas”, mancebos e velhos”, etc... Atos 2:17-18. Isso, na antiga dispensação, era dado

TEOLOGIA SISTEMÁTICA – II - – Com Questões Propostas


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FACIFITERJ

somente aos profetas, sacerdotes e reis e, ainda, sem a multiplicidade de manifestações dos dons do
Espírito Santo, que eram desconhecidos deles. Há quem queira afirmar que o dom de línguas já se
manifestava no Velho Testamento e, para isso, apresentam o caso da “mão misteriosa” que escreveu
na parede do palácio do rei Belsazar (Daniel, 5:24), e, que o dom de interpretar línguas foi dado a
Daniel que interpretou o que estava escrito, mas isto não possui nenhuma relação com os dons do
Novo Testamento. O dom da Sabedoria foi outorgado, não resta dúvida, ao rei Salomão, em uma
circunstância especial, mas tem um sentido bem diferente da “palavra da sabedoria” de I Corintios,
plenamente desconhecidos do Velho Testamento. O próprio dom de profecia tem outra extensão
tendo outra dimensão. “Todos vós podeis profetizar” I Cor. 14:31.

III – AS MANIFESTAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO UMA RAZÃO


DEFINIDA DE SEREM OPERADAS.

1) No íntimo do ser humano, essa manifestação é para convencer a pessoa do pecado, da justiça e do
Juízo. (João 16:7-9).
2) Através das vidas transformadas, pela operação do Espírito Santo, e os prodígios operados,
através dos dons do Mesmo, a glorificação do Nome de Jesus Cristo. (João 16:13, 14).
3) Pelas manifestações do Espírito Santo a palavra de Deus pregada, é confirmada. Marcos 16:20;
Hebreus 2:1-4.
4) As manifestações do Espírito Santo no Novo Testamento são exclusivamente para o que for útil.
Não é apenas barulho ou ostentação. I Cor.12:7, 14:23-25.
5) Os dons do Espírito Santo, que são, na realidade, Suas manifestações, terminarão um dia n aterra.
Isso se dará com o arrebatamento da Igreja. I Cor. 13:8-10.

IV – NÃO OBSTANTE ESSAS MANIFESTAÇÕES TEREM SIDO INICIADAS CLARAMENTE NO


DIA DE PENTECOSTES E PROMETIDAS PARA A IGREJA, ATÉ A VINDA DO SENHOR, HÁ 3
PONTOS DE VISTA A RESPEITO, ENTRE OS RAMOS DO PROTESTANTISMO.

1) Há os que a aceitam na sua totalidade, crendo que elas devem acompanhar a Igreja até o fim.
Aceitam todos os dons e suas operações. Esses são os chamados “Pentecostais”.

2) Existem também os que acreditam em experiências atribuídas ao Espírito Santo, com certa
reserva quanto às manifestações, não aceitando, no entanto, o exercício dos dons na Igreja. Esses
são representados pelos metodistas livres, Holiness, Exército da Salvação etc.

3) Outros ramos aceitam só intelectualmente a doutrina. Não crêem e não permitam suas
manifestações.

O ESPÍRITO SANTO, SUAS MANIFESTAÇÕES E BENÇÃO RESULTANTES DE SUA PRESENÇA


NA VIDA DO SALVO

Introdução:
O dom do Espírito Santo, a experiência do seu recebimento e as bênçãos resultantes de sua presença
na vida do salvo fazem parte do concerto de bênçãos prometidas a Abraão, conforme está escrito em
Gênesis, 12:2-6 e Gálatas, 3:5-14. E, realmente, da Nação Judaica, formada por descendentes de
Abraão, veio o Messias, nosso Salvador Jesus Cristo, que é “a graça de Deus que se manifestou
trazendo salvação a todos os homens”. Tito, 2:11. Através dele, vêm, também, as bênçãos do
Espírito Santo, que, prometidas, começaram a se cumprir no dia de Pentecostes. (Atos, 2:17). As
bênçãos resultantes da presença do Espírito Santo na vida do salvo estão enquadradas nas bênçãos

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espirituais à que se referiu Paulo escrevendo aos Efésios. (Ef. 1:3). Que contraste marcante entre
esse texto neo-testamentário e Deut. 27:15-26, onde a palavra “maldito” é repetida 12 vezes e,
naquele, vemos: “Bendito o Deus e Pai”, O qual os “abençoou” com todas as bênçãos espirituais”.
Nesses estão contadas as “bênçãos resultantes da presença do Espírito Santo na vida do salvo”.

I - AS BÊNÇÃOS RESULTANTES DA PRESENÇA DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO SALVO –


só podem ser recebidas pelo salvo por Cristo.

1) O homem natural não compreende as coisas de Deus porque lhe parecem loucura. I Cor. 2:14. Se
Deus, através da Sua manifestação de Filho disse que não se deve “lançar pérolas aos porcos”, nem
“dar o que é santo aos cães”. Ele não dará esses dons, essa graça, a quem não nasceu de novo e,
conseqüentemente, não é predestinado.
2) O recebimento das “bênçãos do Espírito Santo” depende da obediência. Atos 5:22.
3) Somente o salvo pode orar, buscando essas bênçãos.
4) O Cristão, realmente convertido, natural e espontaneamente, tem sede, ansiedade de receber as
bênçãos do Espírito Santo. Isaías 43:18-19. Esse “um caminho no deserto” não é nada mais do que
uma profecia sobre o Caminho (Jesus Cristo) (João 14:6). Esse “deserto” é o mundo em que
vivemos. O cristão andando nesse deserto sente “sede” não de água material, mas, das águas vivas
dos “rios do ermo” que são os “rios de água viva” das bênçãos do Espírito Santo. (João 7:37-39).
5) Pedro, no dia de Pentecostes, incluiu o Dom do Espírito Santo como bênção a receber após o
arrependimento e o batismo nas águas. (Atos 2:38).

II – TANTO AS BÊNÇÃOS DE JESUS CRISTO, COMO DO “ESPÍRITO SANTO”, Procedem do


Pai Celestial, POIS OS TRÊS SÃO UM. II João 4:10, Atos 2:33.

1) Quando recebemos o Senhor Jesus, nascemos de novo e nos tornamos “filhos de Deus”. (João
1:12).
Não obstante o cristão convertido Ter o Espírito Santo, porque pertence a Cristo ( Rom. 8:9),
recebendo as bênçãos resultantes da presença do Espírito Santo em sua vida, ele está apto a crescer
na graça pela operação do Espírito Santo no seu homem interior. (Ef. 3:16).

2) Através de Jesus Cristo nos reconciliamos com Ele. (Romanos 5:1).


Através do Espírito Santo recebemos força para permanecermos nesse estado de paz e obediência a
Deus. (Gálatas 5:16-18).
3) Em Jesus temos a purificação dos nossos pecados, pelo seu sangue. (I João 1:7).
A única maneira de cumprirmos o que está em Eclesiastes: “Em todo o tempo sejam alvos os teus
vestidos e nunca falta óleo sobre a tua cabeça” (Ecles. 9:8), é através do Espírito Santo. Quantos de
nós já teríamos mancados as nossas vestes se não recebemos as bênçãos do Espírito Santo em
nossas vidas.
4) Dos lábios de Jesus Cristo recebemos o Evangelho. (João 15:15).
O Espírito Santo nos fez lembrar tudo quanto Ele disse. (João 14:26).

III – AS MANIFESTAÇÕES DO ESPÍRITO NA VIDA DO SALVO TRAZEM PARA ELE GRANDES


BÊNÇÃOS NA SUA VIDA.

1) A primeira é o testemunho do Espírito de que ele é filho de Deus. Nem a maior perseguição,
zombaria ou desprezo consegue tirá-lo do caminho de Deus. (Rom.8:16).

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2) Outra extraordinária bênção é UNÇÃO DO ESPÍRITO SANTO, que ensina a se comportar como
cristão em qualquer circunstância e lhe abre o entendimento para compreender as Escrituras. (I João
2:20-27).
3) A presença do Espírito Santo na vida do salvo lhe traz a consolação nas lutas e decepções pelas
quais ele passa neste mundo e lhe dá sabedoria e coragem na hora da perseguição. (João, 15:26,
Lucas 12:11, 12).

IV – AS BÊNÇÃOS RESULTANTES DA PRESENÇA DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO


CRENTE BATIZADO NO MESMO ESPÍRITO, SÃO MAIORES E MAIS ABUNDANTES.

1) Ele recebe poder para ser testemunha de Jesus Cristo como descreve Atos 1:8.
2) Recebe os dons do Espírito Santo para sua edificação particular, entre eles, o dom de línguas,
com o qual ele se edifica a si mesmo. (I Coríntios 14:4). Com o dom de interpretação serve também
para edificação dos outros. O dom de profecia é outra bênção oriunda do batismo no Espírito Santo,
juntamente com outros dons que são uma bênção para quem os possui e para edificação da Igreja.
3) É indiscutível que o crente batizado no Espírito Santo alcança mais facilmente a experiência da
Santificação, pois, além dos dois agentes divinos que agem nele nesse sentido, isto é, a palavra de
Deus (João 17:17), e o sangue de Jesus (I João 1:7), ele está cheio do Espírito Santo que o santifica
também. II Tessal. 2:13.
4) Apesar da muita mistificação que se vê por aí, muita coisa atribuída ao Espírito Santo, não é, na
realidade. Pode-se notar na vida dos verdadeiros pentecostais e de Igrejas zelosas e fiéis, mais
conversão de alma, mais santidade e entusiasmo do que em denominações que não aceitam as
bênçãos da Manifestação do Espírito santo.

O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO


Introdução:
As palavras “terra”, “semente”, “árvore”, folhas” e “frutos” têm, na Bíblia, sentidos literais e
figurados. A “boa terra”, por exemplo, é o coração bom, que creu na verdade e percebeu a
“semente”, que é a palavra de Deus e produziu “muito fruto”. Luc.8:11, Mat. 13:23. No Salmo 1º
vs.3, está escrito que o homem que sente prazer na Lei do Senhor é comparado à uma “árvore”
plantada junto a ribeiro de águas e que do seu fruto, na estação própria, e cujas “folhas não caem”.
Cristo, no Seu Evangelho, compara as manifestações de homens bons com árvores que produzem ,
respectivamente, “frutos bons” e frutos maus”. Mat. 7:15-20. João Batista usava a mesma metáfora
e nas pregações dizia: “Produzi frutos dignos de arrependimento”. Mt. 3:8. Esses frutos são
chamados, na Bíblia, “frutos de Justiça”, (Fil. 1:11), “Fruto pacífico” (Heb. 12:11) “frutos dos lábios
que confessam o seu nome”. (Heb. 13:15) e, finalmente, aparece o “fruto do Espírito”. (Gal. 5:22).
1) –O fruto do Espírito, segundo o Apóstolo Paulo, se manifesta com os seguintes nomes: Caridade,
gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança. É como um fruto
produzindo frutos, comparado a um cacho de uvas que, na realidade, é um fruto de muitos frutos,
que, por si mesmo, poderão produzir outros frutos ainda. O fruto do Espírito é um “fruto”,
manifestando-se em nove frutos, procedentes do Espírito Santo. No Velho Testamento, não existe a
expressão acima, mas sempre que o termo “fruto” é mencionado, quando não tem sentido de
geração ou no sentido material de plantação, se refere à conduta moral do homem. E, não obstante
não haver a terminologia do Novo Testamento, houve homens que produziram em suas vidas.
Podemos exemplificar, acompanhando as vidas de vários santos do Velho Testamento, entre os
quais, Moisés, Samuel, Jó e Daniel, os quais, mesmo em tempos remotos, viveram pela fé,
superando o padrão da lei, produzindo frutos idênticos aos do “Espírito”, segundo o padrão neo-
testamentário.

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Se na Velha dispensação há abundantes figuras simbólicas representando a obra do Espírito Santo,


é, particularmente, os seus dons e frutos. Na confecção das vestes sacerdotais teria que ser
obedecido os detalhes: “Nas suas bordas farás romãs de azul e de púrpura, e de carmesim, ao redor
de suas bordas; e campainha de ouro no meio delas ao redor. Uma campainha, uma romã, outra
campainha de ouro e outra romã...” (Êxodo 28:33, 34). Figura perfeita representando o fruto e os
dons do Espírito, respectivamente pelas romãs (frutos) e campainhas (dons). Notemos bem: frutos,
primeiro, depois, dons, ordem idêntica também no Novo Testamento. Número igual (intercaladas),
também na nossa dispensação: nove dons e nove frutos. Perfeito equilíbrio para o Sacerdote se
apresentar diante do senhor com frutos e dons simbólicos. Os ruídos das campainhas ficaram suaves
e agradáveis com as romãs intercaladas.
Entre a manifestação dos dons descrita em I Coríntios 12:7-11 e a desordem e os excessos de I
Coríntios 14, Paulo intercala I Coríntios 13:1-13 para que os ruídos tivessem o necessário equilíbrio
ao entrarmos na presença de Deus como sacerdotes, pois um dos princípios fundamentais da
reforma Protestante é o “Sacerdócio Universal dos Crentes”. É comum no Pentecostismo passar-se
por cima de Gálatas, 5:22 e I Coríntios 13, havendo muita falta de ética e excessos como os que
caracterizavam a Igreja de Cristo, como o ruído estridente das campainhas muitas vezes desafinadas,
por falta do cultivo do fruto do Espírito, fazendo com que, desgraçadamente, o barulho falasse mais
alto do que o padrão de vida cristã de muitos crentes.
O fruto do Espírito Santo é intimamente ligado à experiência da santificação e a vida no Espírito.
Segundo R.A. Tornei, grande evangelista e teólogo do passado, essa experiência nos concede “graça
para o caráter”, e não há menor sombra de dúvida de que essa “graça” é os frutos do Espírito.
2) T.A. Hegre, um grande servo de Deus, ministro luterano, que passou pela experiência da
santificação e do batismo no Espírito santo, em um de seus livros declara que o Pentecostes tem
duas partes: uma negativa e outra positiva. A primeira se refere à experiência de santificação quando
o cristão coloca tudo sobre o altar – literalmente entrega tudo, alcançando a santificação – a graça
para produzir o fruto do Espírito. A Segunda é o recebimento de tudo, enchendo-se do ser
santificado, do Espírito Santo, pelo batismo no Espírito Santo. A razão de muitas denominações não
se sentirem atraídas pelas experiências do Espírito Santo está no desequilíbrio notado entre os
Pentecostais entre a abundância de dons, muitas vezes imperfeitos em suas manifestações, e a
ausência do fruto escritos em Gálatas, 5:22.
3) E interessante notar que para produzir o fruto do Espírito Santo é necessário ser batizado no
Espírito Santo. É suficiente “nascermos do Espírito Santo” e “crescermos na sua graça e
conhecimento”. Em Romanos 8:1-10, está claramente revelado que o homem nascido de novo e
santificado está apto a produzir o fruto do Espírito.
4) Há duas correntes distintas no verdadeiro cristianismo. A primeira é representada por
movimentos pietistas oriundos de avivamento de séculos passados, que dá grande ênfase ao caráter
cristão e muitos defendem a tese de uma experiência definida de santificação e a necessidade de
produzir o fruto do Espírito e inclusive muitos deles têm confundido isto com batismo do Espírito
Santo. Em virtude desta confusão, muitos deles já esfriaram, e alguns já estão quase ecumenistas.
Mas, é admirável a ética e a educação que possuem. A Segunda corrente é representada pelos
Pentecostais, dando ênfase ao entusiasmo, e fervor, e aos dons do Espírito. Ambos estão
incompletos. Aqueles se esfriaram por falta de fervor pentecostal, estes estão em perigo de se
corromperem por falta de uma vida mais profunda no Espírito, vivendo de emoções, muitas vezes,
sem o necessário equilíbrio no que concerne ao caráter cristão manifestado através dos frutos do
Espírito.
II – O SENHOR JESUS CRISTO FALOU: “Eu vos nomeei para que vades e deis frutos e o vosso
fruto permaneça”. (João 15:16). Para permanecer é necessário que seja do Espírito. Emoções,
alegrias, etc..., vêm e desaparecem se não forem fruto de uma experiência real com Deus. Os frutos
são obras que têm de acompanhar a fé, porque, segundo Tiago, a fé sem obras é morta. A árvore

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somente com folhas, sem frutos, é amaldiçoada por Cristo. (Marcos 11:13, 14). O fruto do Espírito
têm que ser uma conseqüência natural e normal na vida do salvo, como o é em relação às árvores e
seus frutos. O Apóstolo Paulo nomeou os frutos do Espírito na Epístola aos Gálatas, Cap. 5, vs. 22.
1) CARIDADE: Segundo o mesmo apóstolo, este é o maior de todos os frutos e, por isso, ele o
coloca em primeiro lugar. Segundo o dicionário Bíblico de John D. Davis essa “caridade” não é a de
dar esmolas, mas, o amor verdadeiro para com todos, descrito em I Coríntios 13.
2) GOZO: Este termo significa “alegria nas cousas de Deus” independente de qualquer
circunstância, boa ou má. Este foi um dos milagres do Espírito que o próprio Paulo experimentou
em Atos 16:24, 25.
3) PAZ: Esse fruto é decorrente da experiência prometida em Romanos 5:1 e traz um quádruplo
benefício: 1) Paz com Deus, 2) Paz interior (na própria consciência), 3) Paz com o próximo, 4) Paz
para o próximo, pois quem produz desse fruto torna-se pacificador. (Mateus 5:9).
4) LONGANIMIDADE: Essa é uma palavra mista, composta por duas: longo e animo e que lhe deu
o seguinte sentido: firmeza de ânimo, perseverança, etc. É um maravilhoso fruto do Espírito.
5) BENIGNIDADE: O significado real deste fruto é: suavidade, ternura, benevolência.
6) BONDADE: O próprio termo revela: É a capacidade de ser bom pelo Espírito Santo. Segundo a
Bíblia, esta característica pertence somente a Deus. (Marcos 10:18). Mas é um dos frutos do Espírito
que poderá ser produzido por um verdadeiro cristão.
7) FÉ: Há capítulos inteiros na Bíblia dedicados à fé, que tem um tríplice aspecto: 1) Fé salvadora,
que uma vez foi entregue aos santos. (Judas 3). Vinda ao coração humano por ouvir a Palavra de
Deus. (Rom. 10:17. 2) FÉ – DOM DE DEUS OU DOM DO ESPÍRITO SANTO – I Cor.12:9, dada
para a realização da obra de Deus. 3) FÉ – FRUTO DO ESPÍRITO que pode significar a
FIDELIDADE a Cristo e a sua palavra. É esta fé que realmente agrada a Deus, pois é a daqueles que
“Crêem para a conservação da alma”. (Hebreus 10:39).
8) MANSIDÃO: O cristão, depois de verdadeiramente convertido, está apto a “aprender” de Jesus
que é “manso e humilde de coração”, e, consequentemente, poderá produzir esse fruto do Espírito.
Quantos homens, outrora violentos, hoje produzem esse fruto e são capazes de oferecer a “outra
face” para ser batida também.
9) TEMPERANÇA: O homem sem Deus não tem controle de nada, convertendo-se e cultivando a
vida espiritual, torna-se equilibrado em tudo e, na sua vida cristã está capacitado a produzir esse
excelente fruto do Espírito guardando-o com fanatismo, do mundanismo e do descontrole
emocional.

OS DONS ESPIRITUAIS
NA VIDA DOS BATIZADOS

Introdução:
O cristianismo é, por excelência, uma religião baseada em múltiplas experiências. Aliás, tanto no
Velho como no Novo Testamento o Senhor manda que o provemos, que o experimentemos. (Salmo
34:8, Jeremias 33:3). O Apóstolo Paulo testificava: “Eu sei em quem tenho crido... estou bem
certo...”etc. (II Timóteo 1:12).
Há um grande perigo ameaçando o próprio “Pentecostes” que é o ramo do Protestantismo que mais
busca experiências com Deus. Perigo esse se tornar carnal apenas, possuindo grande ruído em suas
reuniões, sem nenhum significado e, até o verdadeiro som alegre de louvor, desaparecer dos cultos
dando lugar ao formalismo morto e às cerimônias sem vida. Em outras palavras: Ficar só a doutrina
do Espírito Santo, sem as experiências correspondentes. Tinha razão o Apóstolo Paulo quando
escreveu a Timóteo: “não desprezes o dom que há em ti” (II Tim. 1:16). Aos Coríntios: “Quero que
todos vós faleis línguas... que profetizeis...” (I Cor. 14:5), e, “procurai com zelo os dons
espirituais...” I Cor. 14:1.

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No cap. 1º de Atos, vs. 1º está escrito que Jesus “começou” a fazer e a ensinar e esta obra teria que
ser continuada, mas como? Através do homem, cheio do Espírito Santo e dos dons do Espírito
Santo, que lhe conferia atributos semelhantes aos de Cristo. Foi por isso que Ele (Jesus), subiu ao
alto e deu dons aos homens, (Efés. 4:8). O mestre também afirmou: “Aquele que crê em mim,
também fará obras que eu faço... e maiores” (João 14:12). Vimos o cumprimento disto em Paulo e
Pedro. (Atos 5:15,16; 19:11; Heb. 2:4). E, através dos séculos isto tem acontecido: Homens tem se
tornado verdadeiros gigantes quando as mãos de Deus, pelo recebimento dos dons do Espírito Santo
e exercício dos mesmos na obra de Deus.
Antes de tudo é bom que se esclareça que é desnecessário especificar que é nos batizados no
Espírito Santo, porque é impossível alguém receber esses dons e exercê-los sem a experiência
definida do Pentecostes.
1. Inicialmente temos que mencionar o penúltimo dom da lista dos 9 apresentados em I Cor. 12, que
é o dom de “diversidade de línguas”, que, não obstante ter essa extensão, inicialmente, exceto em
alguns casos, não se manifesta assim, mas, segundo a promessa de Marcos, 16:17, ou, como “língua
espiritual”, segundo I Cor. 14:2. A qual poderemos chamar de “língua devocional”, muito comum
nas Igrejas Pentecostais modernas.
1) Não obstante haver 9 (nove) preciosos dons, há dois deles que mais se manifestam nas Igrejas:
LÍNGUAS E PROFECIAS. É bom que se considere alguma cousa a mais sobre o dom de Línguas.
a) LÍNGUA ESPIRITUAL: I Cor. 14:2. O exercício desse dom nesse aspecto é muito agradável para
quem exerce, mas, na verdade, sem proveito ou edificação para os outros. Porque: 1º) fala com
Deus, de mistérios (I Cor.14:2), ninguém o entende: 2º) O Espírito do crente “ora bem”, mesmo em
circunstâncias das mais difíceis. Essas línguas o ajudam, com Gemidos Inexprimíveis. (Romanos
8:26). Que não são nada mais e nada menos do que as “línguas espirituais” com as quais ele pode
orar em Espírito”.
OBS. O exercício deste dom neste aspecto é um grande privilégio do crente, pois quando o
vocabulário humano é insuficiente para externar o louvor da alma remida a Deus, ou quando for
fraco e inexpressivo para apresentar a súplica do coração, através desse dom tão combatido e mal
aproveitado na Igreja, a noiva (Igreja) fala com o Noivo (Jesus) com uma linguagem que ninguém
entende, nem satanás. Aleluia!!! Só Deus. Pois fala de ministérios... (I Cor. 14:2).
b) Há ainda o terceiro aspecto desse dom, que se manifesta de acordo com o nome dado na lista de I
Cor. 12: VARIEDADES DE LÍNGUAS, as quais são interpretáveis, em alguns casos. O servo de
Deus que exerce o dom no aspecto acima descrito, na Igreja, é usado por Deus como autêntico
profeta, pois, línguas interpretadas se transformam em profecias. Ele é beneficiado e edifica a Igreja.
(I Cor. 14:5).
2. O Batismo no Espírito Santo abre a porta para o cristão passar por muitas outras maravilhosas
experiências decorrentes do seu recebimento. Para ser salvo, passa pelo CALVÁRIO e, em seguida,
como cristão autêntico, entra no Cenáculo e começa a experimentar de uma maneira ampla as
cousas prometidas em I Cor. 2:9. O tesouro de Deus fica à sua disposição.
1) Primeiramente, é importante notar que, mesmo sendo, muitas vezes, analfabeto ou semi-
analfabeto, o cristão pode possuir grande facilidade de testificar e falar de Jesus aos outros, pois
recebeu a manifestação de um dos mais excelentes dons: A PALAVRA DA SABEDORIA. Estevão
foi agraciado com essa extraordinária bênção, pois “ninguém podia resistir à sabedoria e ao espírito
com que ele falava.” (Atos, 6:3,10). Pedro reconhecia este dom em seu colega Paulo. (II Pedro,
3:15).
3. Um dos dons experimentados por muitos cristãos e que tem sido de grande influência sobre eles,
e através deles sobre os outros, é o dom da Palavra da ciência ou conhecimento. (I Coríntios 12: 7).
Paulo analisa-o em I Cor. 2:12 e ele mesmo possuía e está provado com o caso acontecido em Atos,
16:16-18, quando ele conheceu que o que estava com aquela moça não era da parte do senhor, mas
do diabo. Pedro experimentava essa maravilhosa graça também. O caso de Ananias e Safira o prova

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cabalmente. (Atos 5:1-5). Hoje em dia, quando há tanta operação do espírito do erro, é bênção no
seio da Igreja pessoas com esse maravilhoso dom.
4. A experiência dos dons espirituais na vida de uma pessoa concede-lhe uma nova dimensão à sua
confiança e lhe é fácil crer na possibilidade de repetições de milagres operados por Jesus Cristo e
através dos apóstolos. Os dons lhe dão ousadia, coragem e autoridade para agirem em nome de
Jesus Cristo. Vejamos o que aconteceu com Pedro na porta Formosa: “O que tenho isto te dou”. O
dom ou os “dons de curar” conforme o original, se torna uma realidade, uma cousa normal e natural.
(Atos 3:1-9). Ainda hoje há muitos que exercem esse dom e são uma grande bênção nas mãos de
Deus para a libertação de muitos. O Apóstolo da fé – Smith Wiglesworth exerceu o dom de curar à
semelhança dos apóstolos de Cristo.
5. Em pleno tempo de apostasia, como o que estamos atravessando, onde a ciência tem procurado
desmoralizar a Bíblia, querendo tomar o lugar do sobrenatural ou provar que o sobrenatural não
existe, o cristão pode crer, receber e realizar maravilhas e milagres em nome de Jesus Cristo.
Através do dom de “operação de maravilhas”, os milagres de Jesus Cristo se estenderam por todos
os séculos e estão prometidos até para os últimos dias. (Atos 2:19-20).
6. Sempre quando lemos os livros dos profetas do Velho Testamento ficamos maravilhosos com as
revelações que Jeová lhes concedeu, mas, hoje, todos “poderão profetizar” (I Cor. 14:31) e, ao
mesmo gozo, a mesma experiência dos profetas da Velha Dispensação, poderão ser experimentados
por qualquer cristão. Ele pode, através do dom de Profecia, instruir, por revelação de Deus à Igreja,
predizer algo que deverá acontecer, em benefício do rebanho e de alguém, com uso da razão, com o
espírito da revelação, recebendo a mensagem da parte do Senhor. Aqui está uma diferença
fundamental entre as línguas faladas pelos médiuns espíritas e as palavras que falam em êxtase
mediúnico: Não sabem o que fazem nem o que falam. São tomados pelo espírito (demônio), mas o
que profetiza tem o dom sujeito a ele, e o que fala em línguas, também. Ele pode controlar-se e
“falar consigo mesmo e com Deus” (I Cor. 14:28). “O espírito (dom) de profeta está sujeito ao
profeta”. (I Cor. 14:32).
7. Outra grande experiência para o batizado no Espírito Santo é o recebimento do dom de Discernir
os espíritos. Na linguagem de João, o apóstolo – provar os espíritos. Outro extraordinário dom para
guiar o povo de Deus a fim de que não seja enganado com as falsas doutrinas, tão comuns em
nossos dias, com tantos falsos profetas e tantas seitas heréticas, entre as quais, as testemunhas de
Jeová, Mormons, etc... Usam a Bíblia, mas o espírito que há neles é outro: espírito do erro.

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO


Introdução:
Quem primeiro usou a expressão “batismo”, registrada no Novo Testamento, a qual, na realidade, é
desconhecida no Velho Testamento, foi João Batista, quando batizava os Judeus que se arrependiam
dos seus pecados mediante as suas pregações, no Rio Jordão. (Marcos, 1:8). Não houve ninguém
que lhe precedesse quanto ao anúncio, também, do batismo no Espírito Santo. (Lucas, 3:16).
BAPTIZO (batismo) que quer dizer: Lavar, limpar, imergir, etc...
Há vários batismos mencionados na Bíblia.
1. O batismo pelo qual Cristo passou (exceto o das águas) por João, mas, o batismo da morte da
cruz, o qual ninguém poderia receber, mas só ele. (Marcos 10:39, 39).
2. O batismo em Cristo Jesus, isto é, em seu corpo, feito pelo Espírito Santo. (Rom. 6:3; I
Cor.12:13; Gal.3:27), pelo qual a nossa vida está “escondida”, “imersa” em Cristo Jesus. (Coloss.
3:3).
3. O batismo nas águas – segundo o padrão do Evangelho da lei, também conhecido como do
arrependimento.

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4. O batismo no Espírito Santo. (Lucas 3:16). Este é efetuado por Cristo naquele batizado em Cristo
ou no corpo de Cristo.
I – A experiência denominada Batismo no espírito Santo possui outros nomes na Bíblia e em muitos
livros. Em João 7:37-39 ela é comparada e chamada “rios de águas vivas”, tal a sua abundância e
transbordamento e o movimento que produz na vida de quem a recebe. Davi a considerava, mesmo
sem a ter recebido, como “um cálice que transborda”, imaginando a alegria e satisfação que ela dá
ao coração humano. (Salmo 23:5). Jesus, nosso salvador o chamou de “revestimento do Poder do
alto e recebimento da virtude do Espírito Santo”. (Lucas 24:29; Atos 1:8). Falou isto considerando a
realidade da fonte de poder em que os apóstolos receberiam graça e virtude para continuar a sua
obra. Paulo viu nessa experiência a “plenitude das cousas espirituais” e ordena aos Efésios: “Enchei-
vos do Espírito”. (Efés. 5:18). Chama-o ainda de “renovação do Espírito Santo” escrevendo a Tito.
(Tito 3:5). O apóstolo dos gentios cria que “renovação, reavivamento” só vem pelo Espírito Santo.
Essa gloriosa bênção ainda é chamada de “chuva seródia” por alguém que entende que o batismo
que os pentecostais recebem são falsos e que a promessa do Espírito Santo para os “Últimos dias” e,
conseqüentemente, ainda não se realizou. Todos esses nomes, esses títulos, enfim, significam uma
só cousa: Batismo no Espírito Santo.
II – João Batista estabeleceu a existência real dos dois fatos e definiu os seus autores.
1) João Batista também confirmou: “Aquele que me enviou a batizar com água disse-me: Aquele
sobre quem vires descer o Espírito Santo e ficar sobre ele, esse é o que batiza no Espírito Santo”.
(João 1:33). Esse batismo só Jesus pode efetuar.
Entendemos que o batismo no Espírito Santo é de origem neo-testamentária e que, não obstante,
santos de Deus da Velha dispensação terem experimentado virtudes e poderes da parte de Deus, tais
experiências não eram, na realidade, o batismo no Espírito Santo. Isso aconteceu com Sansão e
Gideão, que foram revestidos com o Espírito Santo para a obra que lhes entregou o Senhor para
realizar. (Juízes 3:10; 6:34).
Pela palavra de Deus aprendemos que o batismo no Espírito Santo é uma experiência que se dá na
conversão, nunca, em hipótese alguma, antes. (At.2:37; I Cor.3:10).
Obs.: Alguém tem interpretado a expressão bíblica: “derramei do meu Espírito sobre toda e qualquer
pessoa” indistintamente. Mas essa profecia se refere à atuação ou operação do Espírito Santo sobre
os eleitos, porque “a graça se manifestou trazendo salvação a todos os homens”, e essa operação
está escrita em João, 15:7-11.
2) Para os pentecostais a experiência do batismo no Espírito Santo é única, isto é, uma só. É
incorreta a idéia de muitos, que pode haver “vários batismos”. É verdade, no entanto, que muitos
experimentam novos “revestimentos” e “renovações” como aconteceu com os apóstolos durante
várias vezes. Em Atos, 4:31 eles foram outra vez “cheios” do Espírito Santo”.
a) Segundo Efésios, 4:5, deve haver “um só batismo”, o batismo no Espírito Santo.
b) O batismo no Espírito Santo é tão definido e claro que quem o recebe pode testificar dizendo do
ano, do mês, do dia, da hora, do minuto e até do segundo em que se passou por tão gloriosa
experiência.

III – O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO não é uma experiência distinta de outras, como ensina a
tradição.
1) É o Selo do Espírito Santo e é recebido na conversão. Quando a pessoa crê no Evangelho de
Cristo. (Efésios, 1:13; 4:30). Selo significa, marca, etc. É a marca do Senhor no seu escravo. Para
nós, é a marca do Senhor Jesus Cristo na sua ovelha que Ele comprou com o Seu sangue, que Ele
fez com o fogo do Espírito. Paulo possuía essas marcas, este selo. (Gálatas 6:17).
2) É a UNÇÃO DO SANTO (I João, 2:27) que, como o Selo e o testemunho do Espírito (Romanos,
8:16), e, ainda o Espírito de Cristo, (Romanos 8:9), são experiências simultaneamente ou,
automaticamente, com a Regeneração, com a conversão.

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IV – O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO tem sido entendido como uma experiência instantânea.

1) É repentina. “De repente veio do céu...” Atos 2:2.


2) É real. “Foram cheios do Espírito Santo...” Atos 2:4
3) É confirmada. Gal. 5:22-23.
a) É UM BATISMO DE PODER – Atos 1:8 e 4:33.
b) É UM BATISMO DE SANTIDADE – Em toda alma havia temor...” Atos 2:43.
c) É UM BATISMO DE UNIÃO – “... Estavam unidos e tinham tudo em comum...” Atos 2:44;
5:32.
d) É UMA BATISMO DE AMOR – “repartiam o que tinham entre todos, segundo a necessidade
de cada um...” – Atos 2:45-46.
e) É UM BATISMO DE FIDELIDADE – “... perseveravam na doutrina dos apóstolos...” Atos
2:42.

AS INCONTÁVEIS BÊNÇÃOS

CORRENTES DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO


Introdução:
Desde o primeiro passo que o pecador da em direção a Deus, quando este o chama, no sentido de
arrepender-se, obedecer a sua vontade e reconhecer Jesus Cristo como Salvador, inicia uma carreira,
que será caracterizada por abundantes bênçãos para sua vida e em benefício dos outros, por seu
intermédio.
1. Em Adão todos morreram, isto é, estão condenados à morte e à maldição. Gên. 3:16-19
2. Em Cristo, os condenados em Adão e malditos se tornaram benditos. Rom. 5:18-21.
3. Os que viveram antes da lei, isto é, antes que a lei fosse dada a Moisés e por ele organizada,
crendo em Deus, foram ricamente abençoados. Houve um, Abraão, que, não obstante ter vivido em
tempos tão remotos, VIU O DIA DE CRISTO de longe e se alegrou. Essa sua fé lhe foi imputada por
Justiça e foi abençoado pelo PAI. (Gên. 12:2,3. Hebr. 11:11-13). Enoque também foi abençoado pelo
Pai porque andou com Ele. Houve outros tantos que foram agraciados pela bênção do Pai, tanto reis
como profetas. (Gên.5:24).
4. O período de bênçãos sem restrição inaugurou-se com a Dispensação da graça, quando cristo
nos “resgatou da maldição da Lei”, para que fossemos benditos e abençoados, e, ainda domo Abrão, nos
tornássemos uma bênção. Gál. 3:13.
5. Notamos, portanto, que os que creram na Pai e Lhe obedeceram, no passado, como Abrão,
receberam grandes bênçãos e, para que essa ordem não sofresse solução de continuidade, mas se
intensificasse, Cristo falou: Credes em Deus, crede também em Mim... É impossível enumerar-se as
bênçãos recebidas através da manifestação de Filho, pois em Romanos, 8:31, 32 está escrito que “Deus
nos entregou seu fiho e com Ele todas as cousas”. E, entre elas, o cumprimento da Promessa do Espírito
Santo que, como o Pai e o Filho, é uma fonte inesgotável de bênçãos, já que todos são um só.
I – É indiscutível que após a conversão, a experiência mais profunda e gloriosa é o Batismo no
Espírito Santo, que se torna no crente um manancial perene de Bênçãos. Ele passa a experimentar o
que está expresso em Isaías 58:11 “E o senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma de
lugares secos, e, fortalecerá os teus ossos; e serás um jardim regado, e como um manancial, cujas
águas nunca faltarão”. Ele é abençoado e as bênçãos nunca cessam e, ainda se torna “uma fonte de
bênção para os outros”.
Não obstante as bênçãos serem incontáveis, conforme nos sugere o título, poderemos enumerar as
principais.

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1. Olhando para traz e vendo a distância que nos separa do tempo dos apóstolos, devemos
considerar que é uma grande bênção que eles experimentaram, receber o que eles receberam, e
sentir o que eles sentiram, no Cenáculo de Jerusalém.
2. Para o crente, a expressão EMANUEL quer dizer: Deus Conosco, que tem um significado muito
mais real do que para o que não passou pela experiência ainda, e a promessa de Cristo: “Eis que
estou convosco todos os dias” tem muito mais profundidade e extensão. (Mat. 1:23; 28:20).
Esta verdade tem sido com certeza mais mentalmente e de um modo intelectual e tem sido a causa
de muitos pecarem depois de crentes, falado coisas contrarias ao Evangelho e agirem em desacordo
com a sã doutrina. Não obstante aceitarem a verdade da presença de Cristo com eles todos os dias,
falta-lhes uma experiência mais profunda de sua presença, bênção alcançada com o batismo no
Espírito Santo. Jesus viu essa necessidade de quando em João, 1:20 Ele expressou: “Naquele dia (
de Pentecostes) conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós em Mim e Eu em vós.” A experiência
do batismo no Espírito Santo trouxe, no sentido celestial, o que havia no individual, na congregação
da Igreja Apostólica: “E em toda a alma havia temor”. Tal era a sensação da presença de cristo no
meio deles pelo Dom do Espírito Santo que fez mais real e profunda. (Atos 2:43).
3. Outra grande bênção decorrente do batismo no Espírito Santo é a maior abundância de
consolação e paciência ao salvo por Cristo que foi batizado realmente no Espírito Santo. Nas
maiores tribulações ou na enfermidade mais pertinaz ele experimenta duas coisas importantíssimas:
a) Consolação abundante. O que ele não conseguiu receber na saúde ele recebe na enfermidade:
cânticos espirituais, línguas em abundância, etc. e, literalmente, goza o que está escrito no Salmo
42:8.
b) O Espírito Santo “vivificará o seu corpo mortal", isto é, na enfermidade, ajudará a "reagir"
positivamente, apressando a cura. E, quantas vezes vamos levar consolação a um santo enfermo e
saímos consolados. Não foi ele que nos consolou, mas o Espírito Santo que está nele. Aleluia! Rom.
8:11.
4. Há ainda outras bênçãos que, na realidade, não podem ser recebidas sem essa gloriosa
experiência. Na realidade, todo salvo as possui.
a) O batismo no Espírito Santo concede mais fervor.
b) A experiência do pentecostes produz, infalivelmente, no que a recebe e na Igreja, um efeito
extraordinário, dando-lhe mais visão da obra de Deus. Atos 2:17.
c) Existe o entusiasmo da carne e o entusiasmo do Espírito. O do Espírito é uma das grandes
bênçãos do batismo no Espírito Santo.
d) Outra bênção gloriosa é a manifestação dos dons espirituais. Sem o Pentecostes ninguém pode
receber essa bênção.

II - As bênçãos decorrentes do batismo no Espírito Santo beneficiam a quem recebe e, por seu
intermédio, os outros também.
Na Palestina existe o histórico rio Jordão que, literalmente, atravessa quase o país de Norte a Sul.
Segundo a Geografia da Palestina, é um rio que produz muitos peixes. Sua água, quando tratada,
serve para o uso de muitas cidades. Transborda, de vez em quando; sua água é corrente e, á
semelhança do Nilo, suas margens são muitos férteis, havendo, portanto, grande vegetação, muitas
plantações de cereais e muitas frutas. Sua água é derramada no Mar Morto, que, pelo contrário, não
tem vida. A água é venosa. Ao seu redor não existe vegetação, etc. O crente é comparado ao Jordão:
Produz, alimenta, e, tem água para dessedentar os outros por onde ele passa. Sua influência traz vida
e alegria. O crente vazio e frio é um autêntico Mar Morto. Absorve tudo e não produz nada.
1. Pedro, no dia de Pentecostes, recebeu para ele e para os outros. "O que eu tenho, isto te dou".
Atos 3:5-6. Antes de sua experiência do batismo no Espírito Santo, chegou a perder até o que ele
tinha. Não tendo nem para ele nem para os outros. Sempre devemos considerar o Batismo no

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Espírito Santo, Além do revestimento de poder, um meio de graça que Deus dá aos crentes para
conservarem a sua salvação e serem uma bênção para os outros irmãos.
Tomaz de Aquino, grande teólogo católico romano, na cega tradição de que Pedro foi o primeiro
Papa e que o dos seus dias era um sucessor dele, vendo a pompa do Vaticano, assim se dirigiu ao
Papa: "Agora sua Santidade não precisa mais dizer como Pedro, o primeiro papa: - "não tenho prata
nem ouro - ao que o papa lhe respondeu: "Mas também não posso dizer: Levanta-te e anda."
2. Os dons espirituais, além de se harmonizarem com os frutos do Espírito quanto ao número,
seguem também a ordem da gramática hebraica quanto à conjugação dos verbos. Nós começamos
com a primeira pessoa do singular. No hebraico, a conjugação começa com a terceira pessoa: Ele
Assim nós dizemos: eu, tu ele. E eles: Ele, tu e eu. Existem 9 dons distribuídos em 3 grupos:
1º - Palavra de Sabedoria. Palavra da Ciência.
Esses dons são relacionados diretamente com Deus (3ª pessoa - Ele). - Sabedoria de Deus; Ciência
de Deus; Fé em Deus
2º - Dons de curar
- Operação de Maravilhas
- Profecia.
Esses dons visam o benefício do próximo (2ª pessoa – Você). Cura para o próximo; milagres para o
benefício do próximo; profecia ( para edificação da Igreja - próximo também).
3º - Discernir espíritos
- Línguas
- Interpretação de Línguas
Apenas um dom é exclusivamente para edificação particular ou para deleite próprio (línguas) (I Cor.
14:4). E, não obstante o terceiro grupo ser para benefício próprio, ainda há a repartição pela
interpretação das línguas, para que outros também sejam edificados.
Um cristão, zelando pela sua vida espiritual e não enterrando os seus dons, é um autêntico Abraão
moderno. Recebe bênçãos decorrentes de sua experiência pentecostal e também se torna uma
bênção para os outros.

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QUESTIONÁRIO

01. Podemos dizer que ao conhecermos a Deus conhecemos toda a trindade? Por quê?
02. Quais foram os símbolos que o escritor Lucas autor dos Atos dos Apóstolos usou quando
escreveu sobre o milagre do Pentecoste?
03. Podemos afirmar que o Espirito Santo sempre opera em conjunto com toda a divindade?
Porque?
04. Diga qual as nove diferentes virtudes dos Espirito citada no texto? E em que livro esta
escrito?
05. O que vem a ser a Promessa do pai citada no texto?
06. O que vem a ser o "falar em novas línguas"?
07. Qual a maior necessidade do crente hoje citada no texto? Porque?
08. Qual é o nome do Magico de Samaria que chegou a ser considerado "um grande
personagem"? E o que aconteceu em Éfeso?
09. É correto afirmar que o uso de dons em Coríntios estava errado? Por quê?
10. Qual é o segredo do crescimento e do amadurecimento da Igreja citado no texto? Por quê?
11. Quais os três dons que manifestam o poder de Deus por meios de ações sobrenaturais?
12. Podemos usara profecia como fonte de consulta ou meio de obtermos direção? Qual sua
principal finalidade?
13. Nos como seres humanos podemos escolher um homem para ser um ministro? Porque e Qual
o significado da palavra ministro?
14. Pode uma só pessoa possuir mais de um Dom? Porque e Qual o significa do palavra
evangelista?
15. Como devem ser os diáconos? E como devem ser escolhidos Por quê?
16. Como o Espirito Santo transmite a chamada divina? E Qual o significado da palavra "Opera
como vento"?
17. Se uma pessoa chegar ate você, preocupada e chorando por achar que cometeu o pecado de
Blasfêmia contra o Espirito Santo. No seu ponto de vista ela cometeu ou não este pecado?
Porque?
18. Podemos dizer que o batismo como o Espirito Santo depende de nós? Por quê?

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"CRIAÇÃO E REDENÇÃO "

CRIAÇÃO
1. Introdução:
A criação de Deus foi algo tão extraordinário que deve merecer mais atenção por parte dos
cristãos. Foi na criação que Deus estabeleceu um padrão e conduta que podem ser vistos durante toda
história bíblica. Quando descobrirmos alguns destes padrões, iremos ter uma melhor compreensão de
todo o drama bíblico e do propósito de Deus na criação. Lembramos ainda que para falar de redenção,
temos que falar da criação.

2. - A Terra em caos - Gên. 1.1-2


2.1 - A primeira declaração bíblica é a narração do ato da criação:
A criação foi um ato soberano de Deus

O verbo criar, usado neste verbo não e yatsar, que significa enquadrar ou formar, mas barra, que
significa criar do nada. Assim sendo, Deus opera o primeiro milagre relatado nas Escrituras, pois é
impossível para o ser humano criar coisas partindo do nada.
Note que não temos outras informações precedentes ao texto. Nada é dito quanto a data e tempo
da criação. Não existe argumento tentando provar a existência de Deus, antes, a sua existência é
afirmada como um fato a ser crido.

2.2 A Segunda declaração bíblica mostra que:


A Terra era sem forma, a Terra era vazia, havia trevas sobre a face da Terra, o Espírito de Deus
pairava sobre as águas.
Note que a melhor tradução talvez fosse, "A Terra veio a se tornar sem forma e vazia". Alguma
catástrofe deve ter acontecido entre o verso um e dois. Isaías mostra que a Terra não foi criada no
estado descrito. João Calvino disse: "... antes que Deus aperfeiçoasse o mundo, ele era massa indigesta"
(Gênesis 7:3). A Terra era confusa e vazia.
A Terra, neste caso, servia para os propósitos de Deus, pois Ele não a criara para ser uma massa
disforme. A esperança da restauração esta nesta atividade divina: "O espírito de Deus pairava sobre as
águas". Este mundo em tal desordem continuou de certa forma estável por causa da operação do
Espirito Santo, cf Calvino.

2.3 - A terceira declaração bíblica merece destaque especial. Pela primeira vez nas Escrituras
temos um relato da fala de Deus. Por 10 vezes neste capítulo temos a expressão: "E disse Deus".
Se contrastarmos este ato de Deus com o verso anterior, vemos que a Terra estava na mais densa
trevas, assim sendo, antes de Deus realizar o trabalho de restauração, Ele resgata a Terra do seu
cativeiro de trevas.
Este foi o primeiro ato missionário na história, quando Deus vem em socorro da sua criação,
trazendo luz às trevas. Temos aqui o primeiro padrão a ser estabelecido por Deus, ou seja: e Deus quem
busca e resgata ao que está perdido. É Deus quem tem o poder de trazer luz para onde impera as trevas.

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Deus como luz. Veja os versos: 27:1, 84:11, Isa. 60:20, Mq. 7:8, I Jo. 1.5 (especialmente este
verso).
2.4 - Depois da restauração das coisas criadas e tendo elas adquirido o estado de perfeição que
Deus intentou na criação, Deus parte para a criação dos outros componentes da natureza, coroando a
criação com os seres vivos.
Note aqui a ordem das ações de Deus. Ele primeiro traz luz e depois recria os elementos da
natureza.
Os dois elementos na restauração: a atividade do Espírito e o ministério da palavra de Deus.
Vemos aqui a bondade e a misericórdia de Deus vindo resgatar a Terra do seu estado de cativeiro.
Por isso, temos, também, responsabilidades para com a criação de Deus. Se Deus ama a sua criação a
ponto de resgatá-la, porque os cristãos não tem a mesma atitude para com a Terra?

2.5 - A Terra é a serva do Senhor


Restaurada e iluminada, a tarefa da criação é manifestar a glória de Deus.
A natureza glorifica a Deus através da sua beleza (Salmo 19).
Todavia, a natureza glorifica a Deus quando ela cumpre o propósito pela qual ela foi criada, isto é,
prover para a existência da humanidade (Gên. 1:28).
Deus entrega a Terra para ser subjugada e para servir de alimento (Gên. 1.29-30). Através deste
serviço continuo a natureza glorifica a Deus.
O ser humano, todavia, não é o carrasco da natureza. Ele é o mestre sobre a criação e ao mesmo
tempo é ligado à Terra como seu servo (Brigite Kahl).

3. A Criação dos Seres Humanos. (Gên. 1.25-30; 2.4-8, 18-25).

3. 1 Após a restauração da Terra e a criação de todos os seres viventes, Deus cria o homem e a
mulher. Note alguns detalhes desta criação em Gên. 1:26-30.
A criação do primeiro ser humano sobre a face da Terra ocorre quando já está restaurada.
Os seres humanos terão características distintas dos outros seres criados, pois neles haverá algo
único e diferenciado. Criados a imagem e semelhança de Deus (Imago Dei), Podem ser santos em
caráter. Acima de tudo, Deus instila nos mesmos uma disposição para o servir (Gen. 2.16-17), criados
com responsabilidades e limitações. Receberam um mandamento de Deus: multiplicar e dominar a
Terra. Este mandamento é chamado na missiologia de "Mandato Cultural". Note em Gen. 2.25 o
perfeito relacionamento entre Adão e Eva.

3.2 A primeira tragédia na história da humanidade ocorre quando as criaturas desobedecem a


vontade de Deus, conforme o relato de Gen 3.1-6.
O que mais chamou a atenção da mulher entre todas as ofertas do tentador foi que se ela comesse
do fruto da árvore da vida, seria como Deus, conhecedora do bem e do mal.
Outra mentira do tentador que tem presença marcante é que ele procura apresentar Deus como um
mentiroso que quer enganar as suas criaturas. Veja v. 5: "Deus sabe ..." Em outras palavras: "Deus tem
medo de concorrência e, por isso, esconde de vocês toda a verdade". Ainda hoje temos algumas
religiões que pregam que o ser humano será como Deus. Ex. Os oferecimentos do tentador foram mais
atraentes do que a tarefa de ser servo. Adão "ultrapassou os limites estabelecidos para a sua natureza
humana; Quando deseja executar a parte de Deus" ( Suzanne de Dietrich).
Conseqüências da queda:
- v 7 quebra no relacionamento entre as criaturas.
- v 14, Satanás é humilhado ( ver Is. 65:25).
- v 16, sofrimento da mulher.
- v 17, A Terra é amaldiçoada.

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- v 17, O trabalho é imposto, deixando de ser voluntário.


- v 24, exclusão da presença de Deus. A conseqüência mais trágica do pecado. Todavia, se os
primeiros não fossem expulsos da presença de Deus, eles teriam que morrer. Vemos, portanto, que neste
ato está registrado um ato de misericórdia de Deus.
- Diante de todas as conseqüências, note a do v. 17, quando a Terra e não os seres viventes, é que
recebem a maldição por causa do pecado. Veja o contraste com Gen 1.31 onde tudo o que Deus cria era
muito bom.
- A quebra do relacionamento vem por parte das criaturas no estado (longe de Deus) perdura até
os dias atuais.
- Para o seu aprimoramento em teologia bíblica, compare Adão e Cristo em Rm. 5:12-21
- Antes da expulsão do Jardim, note que em 3:21, Deus providencia vestimentas para os seres
humanos. Isto implica que Deus teve que sacrificar alguns animais para prover para Adão e Eva. Temos
aqui uma pré-figuração do que Deus fará no futuro: Cristo seria sacrificado para prover restauração para
o homem e a mulher.

Conclusão:
Toda a criação ainda está debaixo do controle de Deus, tanto a natureza como os seres viventes.
Assim, evangelizar é também comunicar que todas as criaturas são responsáveis pelas suas ações diante
do Criador. Aliás, toda evangelização deveria ter como ponto de partida a criação.
Quando cristo ressurgiu dentre os mortos e ordenou a Grande Comissão (Mt. 28:18-20), Ele teve
consciência de que toda a autoridade lhe foi dada tanto no céu como na Terra. A autoridade é
conquistada na ressurreição quando a serpente tem sua cabeça esmagada (Gên. 3:13).
Esta autoridade é repartida com todos os seguidores de Cristo. Por isso, o crente tem a autoridade
de ir a qualquer parte o mundo para anunciar que todas as criaturas são responsáveis para com o Criador
e necessitam de reconciliação.
A busca que Deus começou no Jardim, quando foi ao encontro de Adão e Eva, continua até os
dias de hoje. Aqueles que ouvem a sua voz e recebem as "vestimentas" que Ele providencia para as suas
vidas, são amparados e cobertos pela graça de Deus.

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ALIANÇA ETERNA

1. Introdução:
Nós vimos que Deus teve o cuidado em criar todas as coisas boas. Vimos também que o pecado
entrou no mundo e uma das conseqüências do pecado foi o rompimento entre Deus e os seres humanos,
culminando com a expulsão dos mesmos da presença de Deus. A humanidade estava agora entregue ao
seu próprio destino.

2. Subtração da Raça Humana:


2.1 - Conforme Gên. 1.28, um dos mandamentos de Deus para a raça humana foi o de multiplicar
e provar a Terra.

2.2 - Ao invés da multiplicação, temos o fenômeno da subtração:


a. Caim mata seu irmão, Abel (Gên. 4.1-8)
Note que o assassinato foi premeditado: "Vamos ao campo" era a senha para o assassinato

Caim rejeita o convite ao arrependimento e perdão.


b. Lameque se gloria de ter matado várias pessoas (Gên. 4:23)
- Note principalmente o porquê das mortes.

2.3 - Conforme Gên. 6.5. foi a maldade que se multiplicou na Terra. O capítulo seis é a
culminação de toda a maldade humana, e o resultado do pecado de Caim e da geração que foi
formada após ele. Era uma geração sem Deus, conforme o versículo 13.

3. Noé
Partindo do principio de que aquela geração era ingrata ao Deus criador, Ele intenta destruí-la.
Todavia, no meio daquele caos, a pessoa de Noé é destacada.

3.1 - O Crente Noé


a. Salvo pela graça de Deus (v. 8)
b. Era uma pessoa justa, honesta (v. 9)
c. Era uma pessoa integra no meio dos pecadores (v.9)
d. Tinha um relacionamento perfeito com Deus (v.9)

3.2 - A Biografia de Noé


a. v. 9: "Eis a história de Noé". A história da vida de Noé é descrita em 14 palavras apenas,
muitas biografias têm sido escritas para descrever as mais diversas personalidades, mas a biografia de
Noé talvez seja uma das mais curtas que temos notícias.
b. Viver ao lado de pessoas pecadoras e que não seguem a Deus, não serve como desculpa para
pecar. No meio de pessoas ímpias, nossa missão é brilhar em nome de Deus.
c. Deus jamais fica sem as suas fieis testemunhas na história. Há sempre alguém que não se
rende à miséria generalizada causada pelo pecado.

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3.3 - A Aliança com Noé


a. Conforme o v. 18, Deus fez uma Aliança de salvar Noé e sua família do dilúvio.
b. Esta arca é um tipo de salvação que Cristo oferece. Noé aceitou pela fé que a Terra fosse
destruída e que se ele cresse em Deus seria salvo. As circunstâncias para ele crer eram
desfavoráveis, mas mesmo assim fez o que Deus pediu (Gen. 7.5).
c. Semelhante modo Deus exige de nós o mesmo tipo de confiança.

4. Aliança Eterna com a Humanidade


4.1 - Novo início da Humanidade
a. A base deste início é o sacrifício que Noé ofereceu a Deus (Gen. 8.20).
b. Deus se agradou do sacrifício.
c. Prometeu não mais amaldiçoar a Terra por causa da humanidade (em constante com a queda
de Adão, quando a Terra foi amaldiçoada por causa do pecado).

4.2 Aliança Eterna


a. Deus é a fonte desta Aliança. Note as expressões por Deus:
1 - Estabeleço minha Aliança (Gen. 9.9,11)
2 - Aliança que (eu) faço entre mim e vos (Gen. 9.12)
3 – Lembrar-me-ei da minha Aliança (Gen. 9.15).

b. Geralmente as Alianças são acordos mútuos, onde ambas as partes prometem cumprir com o
que está sendo estabelecido. Nesta Aliança com Noé, Deus á o ofertante e Noé á apenas o recipiente da
Graça. Note que Noé não abriu a boca, somente ouvi o que Deus tinha para compactar.
c. Esta Aliança tinha implicações Mundiais. Conforme Gen. 9.9. Por mais de vários milênios
Deus tem sido a sua promessa de não destruir a Terra. Note algumas implicações do pacto:

 que Deus promete ele cumpre.


 arco-íris que de tempos em tempos aparece nos céus deve ser motivo para que louvemos a Deus
pela sua fidelidade.
 Recordemos que o pacto que Deus fez conosco também será fielmente cumprido por ele.
 Deus persiste em dar novas oportunidades às suas criaturas. Provas do seu amor, bondade e
misericórdia.

5. Resumo

5.1 - Iniciamos com a subtração da raça humana com os assassinatos promovidos por aqueles que
não tinham Deus em suas vidas.
5.2 - Subtração maior foi a promovida por Deus por cousa da miséria da humanidade, quando
somente Noé e sua família foram salvos do dilúvio.
5.3 - Com Noé, Deus planeja um novo começar para os seres humanos.
5.4 - Este novo criar é iniciativa do próprio Deus.

6. Considerações Gerais

6.1 - Noé na Bíblia:


Ez. 14.14,20; Mt. 24.37; Hb. 11.7; I Pe. 3.20; II Pe. 2.5.
6.2 - Algumas aplicações:
 Deus continua tendo a mesma atitude para com o pecado, isto é: desprezo.

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FACIFITERJ

 Aqueles que estão em pecado não podem agradar a Deus, Rm. 8,8: "Portanto os que estão na
carne (pecado) não podem agradar a Deus".
 Deus continua castigando e repreendendo aqueles que acham que andam longe dos seus
propósitos.

ALIANÇA COM ABRAÃO


1. INTRODUÇÃO:
Esta Aliança é chave para o nosso tema geral. Nos já vimos que Deus criou os céus e a Terra e
que resgatou a Terra do seu estado caótico Depois vimos a corrupção do seres humanos e a tragédia do
diluvio. No meio da tragédia Deus levanta e salva Noé e sua família para um começo na história da
humanidade.

2. A Torre de Babel ( Gên. 11.1-9).


2.1 Uma torre cujo topo chegue até os céus.
 Esta torre jamais poderia alcançar os céus, pois não haveria tijolos suficientes para tal
empreitada.
 Conforme a Bíblia Nova, a melhor tradução seria "Uma torre com o céu no topo".
 Este céu no topo simbolizava que os habitantes da Terra não tinham necessidade de Deus.
2.2. Tornemos celebre o nosso nome.
 Havia um desejo por parte da liderança daquele movimento de controlar as pessoas. Construir um
império, uma cidade fortalecida por muros e guerreiros.
 O primeiro passo daquele que quer tornar o seu nome grande é romper com Deus. Esta atitude está
em sintonia com o oferecimento do Senhor.

2.3. A resposta Divina.


 Deus não aprovou aquele projeto. O verso 6 mostra que Deus sabia que depois de Babel não haveria
mais limites para a maldade humana. Ele já tinha isto antes do Diluvio.
 O remédio de Deus foi confundir os povos e os espalhar pela superfície da Terra (v. 7).

2.4. A Torre de Babel


 Babel inicialmente significava "O Portão de Deus". Com a desobediência dos povos, ela veio a ser
conhecida como: "Confusão".
 Babel mostra que não há nenhuma possibilidade da criatura viver sem o Criador. Deus não criou os
seres humanos autônomos. Ele se interessa pelo estado das suas criaturas.
 Esta é a perpetua efetuação do mundo: negar o céu é procurar imortalidade na Terra, onde todas as
coisas são perecíveis e transitórias "João Calvino).

3. O Chamado de Abraão (Gên. 12.1-9)


3.1. Um chamado Divino
 Gên. 12.1: "Ora, disse o Senhor a Abraão". Veja que a iniciativa é Divina. Note que é um padrão
que já foi visto na criação, na queda e no diluvio. Deus sempre toma a iniciativa de salvar os Seus.
 Abraão não dialoga com Deus. Obedece.
 Este é num certo sentido um recomeço para a humanidade.

3.2. Um chamado com propósito

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FACIFITERJ

 Chamado divino: "Sai da tua terra"


 Direção Divina: "Vai para uma terra que eu te mostrarei
 Promessas Divinas:
Farei uma grande nação
Abençoar-te-ei
Engrandecerei o nome
 Mandamento Divino: "Se tu uma benção":
 Cuidado divino: "Amaldiçoarei os que te amaldiçoarem"
 Recompensas Divinas: "Em ti serão benditas todas as famílias da Terra".

3.3. A Resposta de Abraão


 Pela fé: "Partiu pois Abraão" (ver Hb 11.8)
 Através da obediência: "Como Deus lhe ordena"

4. Gên. 11 e Gên. 12
4.1 Uma linha divide a família de Babel e a família de Abraão.
4.2 Na família de Babel vemos.
 Confusão e rebeldia
 Falta de direção
 A não presença de Deus.

4.3 Na família de Abraão destacamos


 Fé e obediência
 Note Gên. 12.2 a promessa de Deus em tornar o nome de Abraão Grande. Comparando
com Gên. 11 vemos a diferença entre como o nome é construído.
 Abraão foi chamado para abençoar aquelas famílias que foram dispersas em Babel. Isto
mostra:
O amor de Deus
O propósito de Deus: resgatar suas criaturas
A graça de Deus: (Babel foi o julgamento, Abraão foi a graça)
O desejo de Deus de ter comunhão com suas criaturas.

5. Conclusão.
5.1. Vemos aqui a ligação entre as duas linhagens que continua existindo na Terra: a linhagem ou
geração daqueles que querem viver a vida sem Deus, e a linhagem daqueles que pela fé fazem parte da
família de Deus.
5.2 O povo de Deus precisa ter consciência do que eles são e do que Deus requer de cada um
deles.
UMA ALIANÇA COM OBRIGAÇÕES
1. Introdução.
Deus não permitiu que os Seus ficassem abandonados ao seu próprio destino: Ele providenciou
em Abraão uma porta de esperança para que os povos da Terra tivessem acesso às bênçãos divinas.
Neste capítulo, iremos ver que o povo de Israel passa por muitos problemas e, finalmente, termina como
escravo no Egito. A partir deste momento Deus chama Moisés. O propósito de Deus é eterno: Ele quer
que os povos da Terra louvem o seu nome.

2. Um povo escravizado
2.1 Como o povo foi escravizado no Egito:

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 José é vendido como escravo (Gên. 37).


 É levado como governador da casa de Faraó (Gên. 41.37-57). Note o bom testemunho de José
(v. 38).
 José se torna aqui um exemplo do que Deus prometerá a Abraão, pois em José as famílias da
Terra são abençoadas e preservadas.
 Capítulos 42-46 de Gen mostram a família de José descendo ao Egito.

2.2 Um povo escravo não pode ser uma Bênção (Ex. 1.8-14).
 Levantou- se um Rei que não conhecia a José (v. 8). Temos aqui um salto de quase 400 anos de
história. Uma geração que pensava diferente da geração quando José foi governador.
 "Usemos de astúcia" (v.10). Astúcia é a arma predileta dos inimigos de Deus.
 Ex. 2.23. O povo gemia sob a servidão. Note que neste momento o povo de Israel não pode ser
bênção.

3. Uma Grande Libertação


3.1 Deus ouve o clamor de seu povo (Ex. 2.224)
 O povo estava escravo, e não morto.

3.2 Aliança para Israel ser uma benção para todas as nações. Note que Deus irá libertar Israel não
somente para ter um povo, mas para que este povo livre possa ter condições de cumprir os propósitos de
Deus na história.

6.3 O chamado do Libertador


 O nascimento de Moisés (Ex. 2.1-10)
 Moisés estava para receber dos inimigos do seu povo a mais elevada cultura da época. Seria
educado para ser um Líder e legislador do Egito. Deus, porém, tinha outros planos.
 Com muito poder, Deus liberta o povo do Egito.

7. A Aliança é Renovada (Ex. 19.1-9)


7.1 Em primeiro lugar note que antes de renovar a Aliança com Moisés. Deus recorda ao seu povo
que foi Ele quem os tirou da terra do Egito (v. 40).
 Na Aliança com Abraão Deus promete agir.
 Na Aliança com Moisés, Deus já agiu. "A Aliança é baseada em atos já realizados
graciosamente ( Jolm Bright)
 Nesta Aliança o povo já experimentou as ações de Deus.

7.2 - O Propósito da Aliança


 No verso 5 o povo deveria:
*Ouvir a voz de Deus
* Guardar a Aliança
 Se o povo obedecesse a ele seria:
* Povo especial de Deus no meio dos povos
* reino de sacerdotes
*nação santa
 Conforme v. 5, Deus declara que toda a Terra é dele. Ou seja: Israel deve viver como um povo
missionário entre todos o povos da Terra. Para isso Israel deveria cumprir com a sua tarefa de servo.
Leia Lv. 25.55 e veja porque Deus tirou o povo do Egito.
 A resposta do povo está em Ex. 19.8.

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 Deus providência uma linha de conduta para Israel viver entre os povos da Terra. Os dez
mandamentos (Ex. 20) Se cumpridos e obedecidos, fariam de Israel o povo exclusivo que Deus tinha
em mente. Para cumprirmos com finalidade a nossa missão no mundo, não podemos comprometer a
nossa fé e a nossa obediência ao Senhor

8. Desobediência de Israel.
8.1 Israel fracassou em cumprir a vontade de Deus. Note que após a entrada na terra prometida, o
povo já estava adorando outros deuses:
 Josué 24.14-15
* O povo continuava servindo aos deuses que a geração passada servia no Egito. Porque os ídolos
são mais atraentes do que Deus.
* Veja que a ênfase de Josué está no serviço a Deus.
* Veja mais uma vez a resposta do povo (vv. 24-25).
 Leia Juizes 21.25 e veja o resultado da desobediência. Israel não é luz, mas trevas, logo, não
pode ser uma benção para ninguém. Triste caminhada para um povo em quem Deus deposita e
confia o seu propósito eterno.
A ALIANÇA DO REINO
1. Introdução.
1.1 Um breve resumo:
 Deus criou os céus e a Terra. A criação dos seres humanos foi o coroamento desta criação.
Todavia, com a entrada do pecado, o relacionamento entre Deus e as criaturas foi rompido.
 Com Noé, Deus estabeleceu uma Aliança eterna, e providencia para que a raça continue a
existir na Terra .
 Depois do dilúvio, esperava- se que a humanidade teria uma atitude com respeito ao Criador.
Como isso não acontece. Deus dispersa a raça humana e chama Abrão para ser uma benção de
todas as famílias da Terra.
 Quando o povo de Israel se encontra escravizado no Egito. Deus chama Moisés (um tipo de
Cristo) para libertar o seu povo. Deus não se esquece da sua Aliança e do seu propósito: salvar
as famílias da Terra.
1.2 Juízes 21.25 mostra que o povo que havia prometido seguir os mandamentos do Senhor (Ex.
19.8), não cumpre com a promessa e cada um vive a sua própria vida, a sua própria maneira. "O período
dos Juizes se caracterizou pela maldade e a anarquia" (Bíblia Vida Nova).
1.3 Saul é escolhido como Rei de Israel (I Sm. 10.17-24). A monarquia era uma promessa ao povo
de Israel (Dt. 17.14-15), todavia, a maneira como ela foi pedida a Deus não o agradou (I Sm. 8.5-22).
Deus foi rejeitado como o condutor de Israel.
1.4 I Sm 15 mostra que Saul é desobediente e foi rejeitado por Deus para ser rei de Israel. Leia
especialmente o v. 23.

2. Davi: O Rei de Deus


2.1 I Sm. 16.1, Deus toma a iniciativa de procurar um Rei. Os versos 12 e 13 mostram que Davi
foi ungido como Rei quando Saul ainda era o rei de Israel.
2.2 Com a morte de Saul, Davi é chamado Rei de Israel (II Sm. 5.1-5).
2.3 Antecedentes favoráveis para Aliança davidica:
 Davi conquista Jerusalém dos jebuses e a estabelece como localidade permanente para o
seu trono (II Sm 5.6-10).
 Davi leva a arca de Deus para Jerusalém (II Sm. 6) Fazendo assim, ele revela a todos que
pretende fazer o governo ser imediatamente relacionado com o trono de Deus.
 Deus dá descanso a Davi de todos os seus inimigos em redor (II Sm. 7.1).

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3. A Aliança com Davi (II Sm. 7).


3.1 Davi toma a iniciativa de construir uma casa (templo) para Deus (v.2).
3.2 O profeta Natã encoraja Davi a construir o templo para Deus. Natã assume que Deus estaria
de acordo com o desejo de Davi, pois o profeta já tinha visto como a mão do Senhor era favorável para
com este Rei, em oposição ao Rei Saul. Veja que Deus se revela ao profeta e mostra que esta não é a
sua vontade (v. 4).
3.3 "Dinastia" ou uma "Casa"?
 Conforme o v. 5, a pergunta de Deus tem o sentido de mostrar que a criatura não tem o poder de
determinar o lugar de habitação do Todo Poderoso. Queremos controlar Deus, e Ele não é mais Deus,
mas uma criação humana.
 Davi quer construir uma casa para Deus, e Deus em troca promete construir a casa de Davi.
 Não se trata de um palácio, porque Davi já habita em um (v.11)
 Deus se refere à linguagem de Davi. Salomão construiu o templo.
 Mais especialmente, Deus se refere a sua manifestação de Filho. A consumação desta Aliança se
dá com a vida do Messias (Rm. 1.3-4)
 Note o paralelo deste episódio com o chamado de Abrão. Aqui, Deus intenta construir a
dinastia (nome, casa) de Davi. Em Abrão, Deus também fez a mesma promessa:
* "engrandecerei o teu nome" (Gên. 12.2). Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os
que a edificam (Sl. 127.1)
* Note a consciência de Davi quanto ao chamado único de Israel.

4. O Fracasso em Cumprir a Aliança


4.1 Depois da Aliança com Davi, Israel fracassa redondamente em cumprir com os propósitos de
Deus no mundo. Note que Deus prometeu construir a dinastia de Davi, mas ele também prometeu
castigar aqueles que não cumprissem com a sua vontade (v. 14).
 Salomão quase pôs tudo a perder. 1 Reis 11 mostra este rei se desviando dos caminhos do
Senhor. Era idolatra e fraco. Veja v. 11, que Deus dará o trono a um servo, mas por causa de Davi, ele
irá preservar uma tribo (v. 12,13).
 A Unidade de Israel é quebrada e nasce o reino do Norte e o reino do Sul (I Re. 12).
 Note a idolatria de Jeroboão (I Re. 12.25-33). Este pecado é semelhante ao de Arão depois da
saída do Egito.
4.2 O Cativeiro do Povo Chamado para ser uma Bênção.
 Israel ( Note). Leia II Reis 17, especialmente a partir do verso 5. Note o motivo do cativeiro e
veja que Israel andou segundo os costumes dos povos da Terra. O inverso disto é que deveria ter
acontecido, ou seja: os povos da Terra adotarem os costumes de Israel. No ano 722 a.C. o rei da Assíria
levou Israel (Note) cativo.
 Judá ( Sul). Mesmo tendo visto que o Norte não havia escapado da punição divina, Judá
continua cometendo os mesmos pecados. II Re. 24.1-4 mostra esta verdade. No ano 587 a.C., o Sul foi
levado cativo à Babilônia.
 O Salmo 137 mostra quão difícil foi a situação do povo cativo na Babilônia.

5. Conclusão
Somos nós uma geração cativa da sociedade em que vivemos?

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A NOVA ALIANÇA
1. Introdução
A Aliança que Deus fez com Abraão, Moisés e Davi chega a um triste e lamentável episódio.
Chamaremos esta Aliança de a "Velha Aliança" para distinguirmos da "Nova Aliança" que será
efetuada em Jesus Cristo.
A promessa da Nova Aliança é dada em meio à devastação e julgamento. Lembremos que ela é
dada antes do povo ser levado para o cativeiro.
Israel falhou em cumprir sua parte na Aliança com Deus, todavia, Deus não falhou no seu
propósito de estabelecer um grande povo e uma grande nação para glorificar o seu nome. A intenção de
Deus em redimir um povo para si mesmo não será frustada.
Esta é a última Aliança que Deus realizará. O seu propósito redentor será realizado de uma vez
para sempre.

2. O Contexto da Profecia da Nova Aliança.


2.1. Jeremias 25.1-14. Aqui vemos Deus prometendo levar o povo ao cativeiro. Note
especialmente os versos 7-9. A queda de Jerusalém e o cativeiro (do sul) acorre em 587 a. C.
* O povo que ocupava a terra prometida por Deus a Abraão teria agora que deixar esta terra. Foi
levado para a Babilônia.
* Este povo de Deus seria declarado culpado por não ter cumprido com a Aliança efetuada.
2.2. Mesmo no cativeiro o povo foi conclamado por Deus para buscar a paz da cidade onde eles
estivessem. (Jr. 29.7).
2.3. Deus promete que o cativeiro terá uma duração de 70 anos, v. 10 Após estes anos o próprio
Deus restaura este povo.
3 A Nova Aliança (Jr. 31.31-34)
3.1 Observe mais uma vez que a iniciativa de realizar uma Nova Aliança parte de Deus: "Eis que
vem dias, diz o Senhor....." (v.31)
3.2 "Firmarei uma Nova Aliança" (v.31). Vemos aqui esta Aliança não e uma renovação da
Aliança feito com Abraão, Moisés e Davi.
* Indica um rompimento com o passado. A Aliança foi anulada por causa da desobediência do
povo em seguir as ordens de Deus.
*Note que Jeremias não condena a Velha Aliança como ineficaz. Ele condena Israel por quebrar a
Aliança. Ao remover Israel da terra prometida. Deus dramatiza o fim da Antiga Aliança.

3.3 Os profetas antecipam esta "cousa nova" que Deus iria realizar;
* Is. 42.9:43.19; 48,6; 65.17; 66.22.
* Ez. 11. 19; 36.24-28.

3.4 Mesmo com a vinda de uma Nova Aliança, ainda existe uma linha de continuidade com a
Velha Aliança.
I. A lei de Deus. Antes ela foi escrita nas tábuas de pedra. Agora ela será escrita nos corações (II
Cor. 3:3). Indica que esta Aliança é eterna.
II. A Antiga Aliança foi uma Aliança de redenção: Ela foi realizada quando Deus libertou o povo
da terra do Egito. A Nova Aliança será mais eficaz para cumprir com o propósito de Deus, mas a
substância das duas Alianças são idênticas: redenção.
III. O perdão dos pecados é a base das Alianças (v. 34).

4. O retorno de Israel a Terra Prometida.


4.1. Após o retorno do povo à Palestina, iremos encontrá-los praticando as mesmas maldades de
antes (o retorno pode ser visto em Esdras, Neemias).

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4.2. O templo é reconstruído em 516 a.C. (Este templo foi destruído no ano 70 d.C.).
4.3. O povo habitava em casas bonitas, enquanto o templo estava em completa ruína e eles não se
importavam. Contraste com Davi que morava em palácio e queria construir um templo para Deus.
4.4. Malaquias mostra que o povo não havia aprendido a obedecer a Deus (3. 6-12).
4.5. Assim vemos que a disciplina realizada no cativeiro não modificou a mente de Israel para
obedecer a Deus.
4.6. A partir deste momento, Deus aponta para aquele que virá para realizar a Nova Aliança (M.
3.1).
5. Conclusão
Pertencer ao povo de Deus envolve muitos privilégios, mas também muitas responsabilidades. O
nosso serviço prova a nossa filiação na família de Deus.

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NA PLENITUDE DOS TEMPOS: JESUS, O SERVO DE DEUS


Com a vinda de Cristo, temos o início de uma nova era na história. Uma Nova Aliança e que Deus
tem em mente, todavia, esta será diferente das outras, porque desta vez ele não ira chamar a nação de
Israel para ser a segunda parte n Aliança. A razão desta mudança da parte de Deus é conhecida: Israel é
negligente e incapaz de obedecer aos mandamentos do Senhor.
O fracasso de Israel serve como plataforma para este novo começo. Pela providência de Deus, a
plenitude dos tempos se faz presente, e se faz presente no tempo certo de Deus, pois a raça humana
estava em completa desorientação. O mundo estava política, moral, econômica e religiosamente
preparado para a vinda do Messias. Por muito tempo Deus tem esperado que as nações sejam
abençoadas e sua vontade não chegou nunca a ser totalmente cumprida. Portanto, ao enviar Cristo, Ele
está ao mesmo tempo anunciando a Israel que o seu tempo chegou ao fim e que finalmente as bênçãos
de Abraão serão compartilhadas como os gentios predestinados. (Gl. 3.14). Jesus Cristo é, neste sentido,
a personificação da promessa de Deus a Abraão, em Gn. 12.1-3.
E É importante também perceber que, com a vinda de Cristo, Deus não somente está inaugurando
uma nova era, como também descontinuando a velha era. Israel não só rejeitou o papel de servo, mas
também vem a rejeitar o Servo do Senhor e, em rejeitando o Servo, Israel rejeita também a sua missão.
A conseqüência disto e que agora Israel será rejeitado como o povo através do qual Deus quer espalhar
as suas bênçãos aos seus. A salvação será providenciada Nele mesmo e, agora, Ele irá adquirir para si
um outro povo, a Igreja, ao qual fica incumbido o privilégio de transmitir a sua mensagem. O privilégio
que antes pertencia a Israel, agora pertence à Igreja.
Jesus, O Ungido de Deus, veio pregando a salvação prometida por Deus através dos profetas no
Velho Testamento. Todavia, a sua mensagem é fonte de tremenda confusão, porque ele não se enquadra
dentro das expectativas judaicas daquele que seria o Messias. O ministério de Jesus é surpreendente
desde o seu princípio. Os judeus visionavam um Messias política e militarmente poderoso, que os
livraria do jogo do Império Romano, todavia, Jesus não cumpriu com aquelas expectativas, trazendo
então desilusão àquele povo cuja esperança era toda colocada na vinda do Libertador. Jesus foi
entendido, pelos judeus, sob o julgamento daquela esperança, por isso, foi rejeitado. Os israelitas
"queriam um para libertá-los de Roma, e não um salvador para redimi-los dos seus pecados."(Ladd).
Quando pensamos sobre esta trágica rejeição, a pergunta que devemos fazer: "Qual foi o real
motivo da mesma?" Acima já providenciamos parte desta resposta, todavia, aliado àquela expectativa
não cumprida por Jesus, entendemos que Ele foi rejeitado porque veio na forma de Servo do Senhor.
Israel, que havia fracassado em aceitar o modelo de servo proposto por Deus, não tem razões para,
agora, aceitar um Messias que personifica aquele modelo. Neste sentido, Israel é coerente no seu
pecado, porque definitivamente o modelo de Deus não o agradava de forma alguma.

JESUS CRISTO, O SERVO DO SENHOR


A narrativa do Apóstolo Paulo sobre a vinda de Cristo ao mundo é bela e impressionante. Em Fp.
2:5-8, encontramos que o estilo de vida que Cristo assumiria ao vir ao mundo já estava determinado
pelo Pai. Ele assumiria a natureza humana e, enquanto vivendo entre seres humanos, Ele assumiria a
forma de servo. Neste sentido, a encarnação de Filho tem dupla humilhação: Ele primeiramente se
humilha perante a humanidade. Todo o ministério e vida de Cristo refletem a sua natureza de servo do
Senhor.
Nos ensinos, ele enfatizou que a missão não seria realizada através do poder da espada, mas
através do poder do serviço. Aos seus discípulos ele afirmou: ".... o Filho do homem não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos" (Mc. 10:45). Ele não se enquadra na

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categoria daqueles que através do poder da dominação, fazendo uso da violência, mas conquista e
liberta através do serviço.
Ele perturbou as mentes revertendo o conceito existente de grandeza e de quem deveria ser o
primeiro a ser servido. Os seus discípulos, após cuidadosa observação da sociedade, chegam à
conclusão que o proeminente é aquele que é servido. Este status, eles não poderiam alcançar na
sociedade terrena, todavia, eles pensavam que poderiam adquiri-lo na nova sociedade que Jesus estava
formando. Por isso, discutiam entre eles quem era o maior. A este questionamento, Jesus responde: "Se
alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos". (Mc. 9:35). Jesus não afirma que eles não
podem ser o primeiro, de fato, eles podem, mas o caminho para alcançar a primazia no Reino de Deus é
diferente, tem que se tornar o último e ser servo (diáconos) de todos. Jesus está, ainda que
implicitamente, apontando para si mesmo como o modelo a ser seguido. Ele, sendo Deus, o maior e o
primeiro entre todos, assume a vocação de diáconos (Mc. 10:45) e do doulos (Fp. 2:7).
Similar linguagem é encontrada no pedido de Tiago e João: um lugar de honra na glória de Jesus.
A resposta de Jesus foi: "Sabeis que os que são considerados governadores dos povos, tem-nos sob seu
domínio, e sobre ele os seus maiores exercem autoridade"(Mc. 10:42). Jesus reconhece aqui a ordem
existente na Terra: o superior domina sobre o inferior. O superior demanda e o inferior tem apenas a
obrigação de obedecer. Todavia, mesmo reconhecendo esta ordem, Jesus não a sanciona, antes o
contrário: "Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será o que
vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós, será esse servo de todos". (Mc. 10:43-44).
Assim, temos aqui uma rejeição clara da ordem que permeava e que ainda permeia a sociedade
onde Deus não é reconhecido como Senhor. “Jesus coincidentemente coloca em oposição a ordem de
dominação terrena pela vocação do servo... A ordem da vida é a do amor expresso através do serviço.
Isto transforma a questão sobre a superioridade e grandeza na tarefa do serviço; somente através do
serviço alguém se torna grande" (W.L. Lane). No Reino que Jesus está inaugurando, o escravo é o
primeiro e o servo é o grande:
Jesus deixa claro aos seus discípulos que eles precisam eliminar de suas mentes esta ordem
terrena, do contrário, eles não estarão em seu Reino. Para entrar no Reino é necessário sujeição ao
Senhor, e isto é muito difícil para aqueles que dominam sobre outros e gostam desta posição, porém,
todos quantos estão dispostos a tomar tal decisão são bem vindos no Reino de Deus. No Reino onde o
Senhor absoluto é Jesus Cristo, todos os outros estão na mesma categoria: servos.
Este ensino de Jesus adquire talvez maior relevância para a Igreja contemporânea do que em
qualquer outro período da história cristã. Nós não podemos inocentemente crer que somente porque um
grupo de pessoas se reúne dominicalmente para alguma atividade cristã, queira dizer que elas são de
fato cristãs. A verdade é que se os discípulos de hoje precisam levar a sério este ensino de Cristo, e isto
implica em não assumir o modelo de dominação que a sociedade tem nos ensinado. Uma breve reflexão
sobre isso irá mostrar que todas as estruturas da nossa sociedade são montadas em cima do modelo:
fortes dominando fracos. Todavia, isto pode até ser entendido quando entre os pagãos, mas é totalmente
errado entre o povo de Deus.
Jesus foi também muito severo nas suas palavras quando se referia aos ricos do mundo, ou
poderíamos até dizer que Jesus foi realista quando tratou com os ricos. Ele afirmou que seria muito
difícil um rico entrar no reino de Deus. (Mc. 10:23). Ensinou ainda que: "Ninguém pode servir a dois
senhores; porque ou há de aborrecer-se de um, amar ao outro; ou se devotara a um desprezara ao outro.
Não podeis servir a Deus e as riquezas” (Mt. 6:24). A Igreja de hoje não pode minimizar estes ensinos
de Jesus, por causa do perigo em misturar a ordem divina com a ordem terrena. Quando a Igreja se
compromete nesta área, ela perde a sua autoridade no mundo. Assim, estes ensinos são
convenientemente "esquecidos" porque a Igreja quer agradar os ricos, mesmo sabendo que na maioria
da vezes, com algumas exceções, eles estão mesmo é servindo a si mesmos e ao sistema monetário.
Quando transpomos estes ensinos para o campo da missiologia, eles devem ser tratados com seriedade.
A Igreja que envia missionários deve enviar pessoas que são comprometidas com os valores do Reino e

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FACIFITERJ

pessoas motivadas a viver no campo missionário um estilo de vida até mesmo diferente daquele que
vivia anteriormente. Isto, principalmente se a Igreja que envia estiver situada em um contexto de
riqueza superior ao do pais que a recebe.
A autoridade é adquirida não quando a Igreja é amiga do Mundo, mas justamente o contrário, pois
quanto mais a Igreja incomodar a ordem terrena e seus valores, mais autoridade a Igreja terá na
sociedade. Na vida de Cristo, "autoridade e humildade estavam paradoxalmente juntas; aceitação por
Deus e rejeição dos homens andavam de mãos dadas" (Marshall). A Igreja, muitas vezes, joga o
perigoso jugo de ser aceita pelos homens e querendo ao mesmo tempo ser aceita por Deus, todavia, o
resultado deste jogo já é sabido: ela será reprovada pelo senhor, porque ele não pode contradizer-se a si
mesmo. As palavras de Jesus são esclarecedoras: "Se fosseis os do mundo, o mundo amarias o que era
seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso o mundo vos odeia"
(Jo. 15:19). Um cuidadoso olhar ao redor da Igreja irá mostrar que o mundo quase não a odeia, e
quando odeia, não é pelo que a Igreja faz de positivo, mas pelos escândalos que ela produz. Neste caso,
o ódio do mundo e um ódio cheio de zombaria.
Impressionante também, o exemplo de humildade demostrado por Jesus quando ele lava os pés
dos discípulos. Sabendo que a hora da sua partida é chegada, Ele torna-se um exemplo de humildade,
pois Ele queria que os seus discípulos recordassem mais tarde que a sua missão foi realizada através do
serviço. Uma leitura atenta de Jo. 13:12-17 mostraria o quão sério e profundo era o compromisso de
Jesus em cumprir a missão determinada pelo Pai.

A Memória de Jesus na Missão da Igreja


Após esta poderosa demonstração de amor e serviço ao mundo, Jesus inicia os preparativos para a
última e suprema demonstração da sua total obediência à vontade do Pai: a marcha à cruz do Calvário.
Ele está consciente de que cumpriu a missão a ele entregue (Jo. 17:4). Ele também tem consciência de
que pode fazer uso dos poderes sobrenaturais para derrotar os seus inimigos (Mt. 26:53), mas recusa- se
a usar de tal forma. O cálice não será tirado (Mt. 26:42), das suas mãos. De alguma maneira, estas ações
revelam a razão pela qual Jesus foi rejeitado como o Messias: a sua humildade e humilhação fugiam dos
padrões do Messias nas mentes judaicas. O problema que se levanta para nós também está intimamente
ligado com a percepção que temos de Jesus nos dias de hoje. Isto irá influenciar o nosso pensar
missiológico e a nossa prática missionária. Que Jesus existe na memória da Igreja hoje? Quando nos
referimos ao nome de Jesus qual a pessoa que associamos a este nome? De acordo com Luke T.
Johnson, quando falamos da memória de Jesus na igreja não queremos apenas que isto seja tão somente
uma recordação mecânica dos fatos do passado. Esta memória e uma reminiscência do passado que
aviva e outorga poder ao presente. Esta memória não está limitada a uma atividade mental de
indivíduos; ela é encontrada acima de tudo nos rituais e atividades verbais da comunidade. Neste caso, é
necessário que as Igrejas do Primeiro Mundo façam uma auto-análise a fim de descobrirem como é que
elas compreendem Jesus e, mais importante ainda, como é que o Jesus que elas compreendem, é
comunicado a outros povos. A questão que devemos colocar é a seguinte: É possível que uma sociedade
rica e poderosa compreender Jesus como Servo? Ao mesmo tempo em que questionamos a leitura
hermenêutica de Jesus pelas Igrejas ricas, nós, que somos de terceiro Mundo, devemos embarcar nesta
mesma reflexão. Como via de regra, as Igrejas do terceiro mundo, que estão enviando missionários,
estão localizadas em regiões mais avançadas do país. Por outro lado, as áreas que recebem os
missionários estão nas regiões mais empobrecidas do país. Fica a questão: Não estão os missionários
nacionais agindo com superioridade quando trabalhando em culturas ou regiões mais pobres?
A nossa memória é sempre e inevitavelmente seletiva, e ela é modelada pela experiência continua
da comunidade (Johnson). Devemos ter isto em mente quando falamos de programa missionário,
quando elaboramos a nossa própria teologia de missão ou ainda o modelo da Igreja, portanto a pergunta:
o Jesus, na missão de Igreja, é ainda o Jesus do Evangelho? Ou será um Jesus diluído através da nossa
mente seletiva. Se a nossa missão é a missão do Jesus diluído, com certeza será a missão de fracasso do

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Evangelho sem sentido e incapaz de causar inquietação nos seres humanos. Pior ainda, esta missão pode
ser a da melhor estratégia, a do programa mais bem elaborado, mas não será a missão de Jesus, porque
ela não traz as características do Servo do Senhor.
Conclusão
Vivemos em uma época tecnológica e secularizada, onde o dinheiro é talvez o único elemento de
fator comum na sociedade. É precisamente neste tipo de sociedade que precisamos tirar Jesus o Servo
do Senhor do limbo onde se encontra. Jesus esta lá por causa da nossa memória seletiva. Chega, porém,
o momento em que devemos decidir se continuamos neste cristianismo sem Cristo onde proclamamos
ser seguidores do Mestre. Temos perdido todas as implicações do que é ser seguidor do Servo do
Senhor. Johnson ainda nos lembra que: "Sem um passado, não temos presente e pouca esperança resta
para o futuro. A identidade da Igreja primitiva estava ligada à memória de Jesus. Ela procurou entender
o presente no passado de Jesus justamente porque ela foi motivada a procurar o passado de Jesus através
da experiência da sua presença". Quão bom seria se a Igreja de hoje pudesse entender o passado de
Jesus através da experiência da sua presença constante na vida dela! O Jesus representado na Bíblia é o
Jesus Servo do Senhor. Após cumprir com o seu ministério, Ele se oferece como sacrifício agradável e
nele cria uma nova humanidade (Ef. 2:15). Finalmente, o propósito original de Deus na criação é
restaurado. As nações recebem a benção de Abraão.
Tudo isso, porque o Servo do Senhor foi fiel e obediente e cumpriu a sua missão, pois veio para
servir e salvar os Seus.

NA PLENITUDE DOS TEMPOS, O SALVADOR


Um encontro apenas com Jesus foi o suficiente para Zaqueu, o coletor de imposto e tido como o
traidor do seu povo; ter as suas propriedades colocadas em ordem, e receber aquilo que lhe parecia
impossível: a salvação para a sua vida "Senhor, resolvo dar aos pobres metade dos meus bens; e; se
alguma coisa tenho defraudado, restituo quatro vezes mais" (Lc. 19:8). A esta genuína prontidão, Jesus
responde: "Hoje houve salvação nesta casa" (19:9). Também foi necessário somente um encontro com
Jesus, para que o jovem rico, altamente respeitado na sociedade, descobrisse que para ele a salvação era
algo mais difícil de ser recebido do que ele pensava. Ele vai ao encontro de Jesus, já se achando salvo, e
com surpresa recebe as seguintes palavras: "Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, e terás um
tesouro no céu; então vem, e segue-me". A esta estranha resposta, muito contrariado, "retirou-se triste,
porque era dono de muitas propriedades” (Mc. 10:21-22).
O que é salvação? Como pode alguém ser salvo? Quando olhamos atentamente para as Escrituras,
iremos perceber que muitas pessoas foram a Jesus com estas perguntas na mente. Por exemplo:
Nicodemos (Jo 3), o jovem rico (Mc 10), o doutor da lei (Luc. 10:25-37). O nosso propósito neste
capítulo é tentar entender o que a palavra salvação significa, pois muitas pessoas foram a Jesus em
busca da mesma. Que salvação tinham estas pessoas em mente?

Salvação: Uma perspectiva Bíblica


"Porque o Filho veio buscar e salvar o perdido" (Luc. 19:10). Nos não podemos ignorar o fato de
que Jesus veio para salvar aquele que estava perdido, como ele mesmo declara acima. Este perdido é
aquele desgraçado do convívio e comunhão com Deus; esta salvação é a restauração desta comunhão. E
possibilitar ao ser predestinado ter com Deus o mesmo relacionamento de amizade que havia antes do
pecado. Esta salvação é também Escatológica e tem aspectos que são puramente eternos. É verdade, que
na teologia contemporânea, este aspecto esta sendo relegado a planos secundários, chagando a ponto de
que em alguns círculos, a conversa sobre a vida eterna chega a ser motivo de em baraço. Todavia,
quando estudamos o ministério de Jesus, iremos descobrir que em muitas ocasiões, Ele tinha a vida
eterna em mente quando ensinava sobre a salvação. Vejamos alguns exemplos. Para Nicodemos, um
dos mais entendidos sobre a lei, Jesus disse "...se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de

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Deus" (Jo 3:3). Aos judeus incrédulos, Jesus afirmou: "Quem crê, tem a vida eterna" (Jo 6:47) e, "quem
ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entra sem juízo, mas passou
da morte para a vida" (Jo 5:24). Devemos notar que aqui a vida eterna está em oposição à morte eterna.
Muitos tentam "desespiritualizar" estas passagens e incorrem no mesmo erro daqueles que
espiritualizam outras passagens na Bíblia para não ver outros aspectos do cristianismo. Ainda mais,
aqueles que crêem em Cristo não morreram eternamente (Jo 11:25). Ele é o único caminho para o Pai
(Jo 14:6) e veio para salvar o seu povo dos seus pecados (Mt. 1:21). Ele aconselhou que não
entesourássemos riquezas na Terra, mas no céu (Mt. 6:19; Mc. 10: 21). A alma do ser humano foi
colocada em perspectiva quando disse: "Pois, que aproveitara o homem se ganhar o mundo inteiro e
perder a sua alma?” ou “que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt. 16:26). Estas e muitas outras
passagens no ministério de Jesus mostram que Ele veio para trazer vida eterna ao eleito, àqueles que
crêem em seu nome.
Teólogos e pastores que se envergonham destas verdades são desafiados a uma releitura da Bíblia
e um melhor entendimento da missão do Jesus de Nazaré. A isto fazemos uma paráfrase das palavras de
Jesus: "pois, que aproveitara o homem se ganhar a utopia prometida pelos teólogos e perder a sua
alma?”
Este não é, todavia, o único entendimento que devemos ter da palavra salvação. Poderíamos dizer
que este elemento representa um lado da moeda, ou seja: a dimensão vertical da salvação. Tristemente,
este é o lado que os evangélicos olham com mais freqüência, esquecendo-se de que existe um outro lado
da mesma moeda, um outro conceito a ser explorado, para que a salvação deixe de ser manca e ganhe o
aspecto de integridade. Podemos ser justos com a palavra salvação, tão somente quando olhamos para
este outro lado que é o seu aspecto horizontal.
Quando Jesus afirma ter vindo procurar o perdido, que aspecto do perdido tinha ele em mente?
Pensava Jesus na alma do perdido ou no corpo do perdido? Olhando para o seu ministério, não temos
outra alternativa que não seja a de que ele pensava no ser humano como um todo. Jesus olhava para o
ser humano como sendo ele a "Imagem de Deus" que precisava ser restaurado em todos os sentidos, em
toda plenitude. Outra razão para isto, é que Jesus era homem ministrando à humanidade. Ele não era
uma alma ministrando a almas, nem era um corpo ministrando a corpos.
Pessoas em completo desespero vinham a ele para saírem do problema imediato que as afligiam.
Para estes, a questão não era: "O que eu devo fazer para ter vida eterna?" A questão era sempre
relacionada com o problema: "Você pode nos salvar desta dor, desta doença, desta pressão?" De acordo
com Norman Anderson, no Novo Testamento, "O sentido primário da salvação é escatológico: salvação
do pecado, julgamento e ira de Deus. Mas as palavras "salvar" e "salvo" são repetidamente também para
resgate da morte, doenças, possessão demoníaca, escravidão do pecado ou do pecado ou qualquer
espécie de calamidades. Jesus via o seu ministério dentro desta perspectiva. Não encontramos nenhum
registro nas escrituras onde alguém que tendo procurado Jesus para ser salvo dos problemas, tenha
voltado para casa com uma resposta negativa. Jesus não tinha nenhuma junta diaconal ou conselho para
estudar os casos apresentados, pois, para Ele, a necessidade e a dor humanas não eram algo a ser
considerado, mas algo que merecia respostas concretas e rápidas.
A igreja cristã, seguidora do próprio Cristo, tem que demostrar em suas ações aquilo que Cristo
demostrou nas deles, pois, para Ele, a salvação era integral ou total. Lemos no Antigo Testamento:
“Tu visitas a terra e a regas; tua a enriqueces copiosamente: os ribeiros de Deus são abundantes de
água; preparas o cereal, porque para isso a dispões, regando-lhe os sulcos, aplanando-lhe as leivas. Tu
amoleces como chuviscos, e lhe abençoas a produção. Coroas o ano da tua bondade; as tuas pegadas
destilam fartura, destilam sobre as passagens do deserto, e de júbilo se revestem os outeiros. Os campos
cobrem-se de rebanho, e os vales vestem-se de espigas: exultam de alegria, e cantam”. (Salmo 65:9-13).
Este sonho do salmista se torna realidade em Cristo. A Terra, antes amaldiçoada pelo pecado de
Adão, é agora abençoada na vinda do segundo Adão. Este sonho do salmista é apenas um vislumbre da
salvação holística pretendida por Deus é realizada em Cristo, ainda que vivamos parcialmente, mas já

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aguardando a completa manifestação do Reino de Deus. Esta salvação, de acordo com Rene Padilha,
"abrange a reconstrução total do homem em todas as dimensões do seu ser, isto tem a ver com a total
recuperação do homem no propósito original de Deus na sua criação". E este propósito, segundo a tese
que defendemos, é que Seus filhos cumpram a missão de Deus através do serviço.

As conseqüências da Salvação integral.


A recuperação do ser humano para propósito original de Deus na criação somente se torna
possível através da salvação integral. Esta recuperação pode ser vista em pelo menos cinco diferentes
aspectos.
Primeiro, a criatura caída recupera a paz com Deus. Por causa do pecado original, a raça humana
tornou-se inimiga de Deus e, como tal, estava debaixo do julgamento e punição do Senhor. Todavia, em
Cristo, "Justificados, pois, mediante a fé, tenhamos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus
Cristo" (Rm. 5:1). Agora, por causa de Cristo, Deus não considera mais o ser humano como seu
inimigo. A cortina de separação foi rompida (Mt. 27:51), e assim o acesso à presença de Deus é livre e
seguro. A paz, outrora existente entre Deus e a raça humana, é restaurada em Cristo.
Segundo, a salvação oferecida por Cristo outorga aos que Ele conheceu de antemão a paz de
Deus. Esta paz não é a mesma da acima descrita, mas é conseqüência da mesma. Deus coloca esta paz
no coração dos predestinados que se tornam seus amigos. O apóstolo Paulo enfatiza esta paz quando
escreve: "E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardara os vossos corações e as vossas
mentes em Cristo Jesus" (Fp. 4:7), e "Seja a paz de Cristo o arbitro em vossos corações" (Cl. 3:15). Esta
paz trás o aspecto da pessoa sendo humanizada. A sua luta contra o pecado opressor não desaparece
instantaneamente, mas ela tem a paz de Deus, que restaura, dando forças para a jornada adiante. Estes
dois primeiros aspectos são a dimensão espiritual da salvação em Cristo.
Terceiro, a paz com Deus e a paz de Deus produzem a paz interior. Em Cristo, os escolhidos têm
um encontro consigo mesmos. Em encontrando Cristo alguém encontra-se a si mesmo, porque Ele é a
nossa paz (Ef. 2:14). A imagem de Deus nos Seus se torna mais real, ainda que enfraquecida pelos
pecados. Este é ainda outro aspecto da humanização do ser humano. A pessoa que é desmoralizada pela
sociedade, onde os valores não são os valores de Deus, encontra a restauração interior que restaura a
dignidade humana.
O Quarto aspecto da recuperação humana é conseqüência dos acima mencionados. A paz com
Deus, a paz de Deus e paz interior levarão as pessoas a procurarem a paz com o próximo. Em Cristo, os
inimigos são reconhecidos (Ef. 2:15) e esta reconciliação a faz procurar a paz com os outros (Hb.
12:14). Em Cristo, o egoísmo humano morre para dar lugar à nova criatura que procura pelo bem estar
do seu próximo. "Bem-aventurado os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus" (Mt.
5:10).
Em último lugar, mas não menos importante, os indivíduos regenerados pela graça de Deus
procurarão pela paz e preservação da natureza. Aqueles que tiveram a suas vidas restauradas pelo poder
de Deus estão ou deveriam estar mais aptos a entender que a criação aponta para a glória de Deus
(Salmo 19:1); portanto, eles terão pelas coisas criadas um profundo respeito porque elas ocuparam um
lugar todo especial na economia de Deus. É preciso também entender que a criação será completamente
restaurada por Deus (Rm. 8:18-22) e assim ela será parte da vida diária no Reino de Deus.
O nosso entendimento da salvação não pode ser apenas limitado a "salvação do inferno". Este
entendimento deve englobar os conceitos do Novo Testamento, bem como os conceitos do Antigo
Testamento. Assim, teremos o que chamamos de salvação holística, isto é, totalidade do ser humano
sendo restaurado a imagem do Deus.

Conclusão:
Vivemos em uma época na história do cristianismo em que a missão da Igreja tem sido
constantemente redefinida, exatamente porque ela é uma missão dinâmica. Nesta nova missiologia,

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"salvação” é definitivamente um assunto do aqui como do além, com um forte ênfase no que concerne à
presente vida. Humanização é associada com a salvação como uma dimensão constitutiva e essencial da
salvação" (Luzbetack).
A missão da Igreja como serva do Senhor no presente mundo não pode ser diferente ou ter outros
parâmetros que não seja a missão de Cristo. É muito fácil tentar levar a cabo a missão de salvar as almas
perdidas e ao mesmo tempo fechar os olhos para a realidade ao nosso redor. Se assim fizermos, teremos
falhado em nossa missão.

A MISSÃO DO POVO DE DEUS


Com a sua morte na cruz do Calvário, Jesus cumpre com a tarefa que Ele mesmo se havia
determinado. O modelo de servo foi levado até as últimas conseqüências. A morte de Jesus é também
uma ilustração do que Deus queria que Israel cumprisse naquilo que concernia à missão de ser luz para
as nações. A tarefa de ser testemunha para as nações era uma missão sacrificial.
Em Cristo, a esperança de salvação é aberta a todas as nações. Ele cumpre aquilo que Deus havia
requerido de Israel, portanto, Israel não tem mais missão de finalidade nos propósitos de Deus. Quando
Deus aceita o sacrifício de Cristo, Ele está no mesmo tempo rejeitando Israel como o canal de bênção
para as nações. Esta é a conseqüência última da desobediência do povo de Israel. Com a sua morte,
Cristo não somente coloca um fim na missão de Israel, mas com o seu sangue ele compra para Deus um
novo povo (Ap. 5:9). Este é um povo que não pertence a si mesmo (I Cor. 6:19); é separado para ser
testemunha do nome e poder de Deus (Atos 1:8; I Pd. 2:9-10) e, destinado para as boas obras.

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Com a sua ressurreição e conseqüente vitória sobre a morte, o servo do senhor adquire para si
mesmo toda a autoridade e poder para cumprir a sua missão na Terra. Jesus tem, porém, uma surpresa
reservada aos seus discípulos quando os convoca para instruções sobre o futuro: Jesus delega aos
mesmos a missão de trazer luz para as nações. Seria a missão através do poder do Espírito Santo (Lc.
24:49; At. 1:8). E através as sua presença confortada entre eles (Mt. 28:20). Jesus estava neste momento
pronto para retornar de onde veio e ser revestido novamente da sua glória, a glória que Ele havia
deixado para ser o servo de Deus entre a humanidade perdida.
Deste momento em diante a missão de tornar o nome de Deus conhecido entre os povos da Terra
pertence a este novo povo: a Igreja. Antes de qualquer aventura no mundo, a Igreja precisava desta
comissão e da delegação do poder e autoridade de Jesus Cristo. Isto pode ser lido em Mt. 28:18-20. Esta
comissão e delegação têm como fundamento de Deus sobre toda a sua criação, pois do contrário ficaria
sem sentido a Igreja ir ao mundo sem ter autoridade sobre o mesmo. O cosmos pertence a Deus, e por
esta razão a Igreja não deve se envergonhar de cumprir o que Deus confiou a ela.

Missão: Evangelismo ou Ação Social?


A pergunta que a Igreja deve responder antes de ir ao mundo é: qual a missão a ser cumprida?
Esta questão tem gerado longas discussões e aparentemente estamos longe de qualquer conclusão sobre
a mesma. Uma das conseqüências desta confusão ao redor do que seja a missão da Igreja, a tem levado
a perder a sua identidade e o sentido real da sua missão. Isto tem levado a muitas frustrações como bem
aponta Howard Snyder: "Muito do que tenho visto e experimentado na igreja contemporânea tem me
levado a seriamente questionar se a Igreja como a conhecemos poderá ser novamente renovada". De
acordo com Donald McGavran, o fundador do movimento do Crescimento de Igreja, a missão da Igreja
é "um empreendimento devotado a proclamar as Boas Novas de Jesus Cristo e persuadir homens a se
tornarem seus discípulos e confiáveis membros da sua Igreja”. Podemos deduzir desta definição que a
missão da Igreja é evangelizar o mundo perdido e o crescimento da mesma passa a ser a sua meta. Isto,
McGavran deixa muito claro em outro comentário: "A missão primaria da Igreja - evangelização
mundial e crescimento da Igreja - envolve Evangelismo transcultural bem como monocultural”.
De acordo com Arthur P. Johnston, este fervor evangelístico tem diminuído nos últimos tempos, e
a sua teoria é que isto aconteceu por causa da nova teologia de missão, que para ele não é nada nova,
mas bem ecumênica, onde o foco das atenções centrais está no aspecto social do Evangelho. Ele ainda
acredita que John Stott, entre os evangelistas contribui para destronar o evangelismo do único alvo
histórico da missão da Igreja.
Será que estas afirmações são legítimas? Como é que podemos estar certos de que foi a
preocupação com o social que provocou a diminuição do fervor evangelístico e não outra coisa
qualquer? David B. Barret, que tem trabalhado em compilar dados estatísticos sobre o crescimento do
Cristianismo, afirma que: "A dimensão da tarefa ainda por realizar na evangelização mundial tem
permanecido a mesma desde 1920”. Isto pelo menos nos leva a crer que situações contemporâneas não
podem servir como desculpas pelo fracasso de entusiasmo da Igreja na tarefa da evangelização.
Talvez uma das mais importantes contribuições para a falta de evangelização, é que a igreja se
esqueceu de que ela foi chamada para ser serva de Deus no mundo, enquanto leva a cabo a sua missão.
A igreja serva não pode ser identificada com as estruturas pecaminosas do mundo. Ela deve viver
sempre entre a tensão de estar no mundo, mas não pertencer a estruturas do mesmo; o povo de Deus não
pode prometer lealdade a Jesus Cristo e não levar esta lealdade até as últimas conseqüências.
Precisamos ser o "povo contra-cultural de Deus, encarnando em nossas comunidades de vidas
compartilhadas, os valores radicais da nova era de Deus.”
Este foi o grande erro de Israel, quando se esqueceu de ser o povo contra-cultural de Deus e
passou a ter associações perigosas com a cultura e os valores ao redor do mesmo. Todavia, a Igreja não
tem como se desculpar quando comete os mesmos erros de Israel, exatamente porque ela tem o
testamento das Escrituras em como Deus agiu com o seu povo no passado, quando o mesmo foi

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desobediente aos propósitos do Senhor. A Igreja tem se esquecido do seu aspecto de peregrina neste
mundo. Bosch comenta que: “Sempre que a Igreja, assim como o velho Israel, se esquece da sua
peregrinação e do seu caráter de evento, e deseja sentar-se na calçada da estalagem, sempre que ela se
esquece de que não pertence a este mundo e começa a exercitar poder na sociedade, então desenvolve-
se em elemento de inquietação dentro dela, que freqüentemente torna a forma de células, grupos,
sociedades, ou seitas, que desafiara os fundamentos da Igreja”.
Esta é precisamente a razão pela qual a Igreja tem colhido fracos resultados na evangelização: ela
não peregrina pelo mundo, mas permanece confortavelmente estalada na hospedagem chamada
tradição, valores denominacionais, demomestificação do divino e covardia. Não sabe a Igreja que a
estalagem virá a ser eventualmente o seu próprio túmulo? Se Evangelismo é a missão primária da
Igreja, então aqueles que advogam esta posição devem mostrar isto em ações que levem a Igreja a
evangelizar.
Vimos acima que segundo alguns estudiosos da Bíblia, a missão da Igreja é evangelizar e, como
conseqüência, virá o seu crescimento. Por outro lado, temos um grupo que advoga que a missão da
Igreja no mundo é lutar contra as forças opressoras do sistema e tornar as estruturas do mundo mais
justas e humanas. A missão primária da Igreja ficaria no plano mais horizontal dos relacionamentos
humanos. Dentro deste grupo estaria a teologia da libertação, com uma forte ênfase na esperança de ver
o Reino de Deus totalmente realizado neste era. Segundo Leonardo Boff, a Igreja deve dedicar-se às
questões básicas da dignidade humana, trabalhando, paz, discriminação classial e assim por diante.
Segundo ele, é para isto que a Igreja existe. Outro exemplo da Igreja pode ser encontrado em William
B. Frazier. Dentre as várias afirmações, destacamos que ele enfatiza que a Igreja aventura-se ao mundo
não para enriquecê-lo, mas para ser enriquecida. E ainda: os não cristãos precisam da Igreja tão somente
para um conhecimento mais profundo da salvação, pois eles já são salvos.

Redescobrindo as Raízes da Missão


Até agora, temos discutido ou procurado mostrar que existe uma polarização sobre qual a missão
da Igreja. Um grupo destaca a evangelização, enquanto outro destaca a humanização. Devemos ainda
ter em mente que esta origem nos Estados Unidos e na Europa é influenciada pelo pragmatismo e pelo
dualismo do pensamento grego da divisão entre a matéria e o espírito. Eventualmente, esta discussão foi
levada até os países do Terceiro Mundo, criando entre as Igrejas dos mesmos uma divisão que é vista
nos países do Primeiro Mundo.
É chegada a hora, para todos aqueles que compartilham a fé no mesmo Cristo, de crescer em
maturidade no desenvolvimento da missão da Igreja. Esta missão não é produzir algum tipo de
Evangelismo nem produzir algum tipo de ação social no mundo. A missão da Igreja e ser serva de Deus
no mundo presente, e a tarefa do servo não e discutir o que vem primeiro: evangelismo ou ação social?
Esta é uma discussão sem sentido, causando apenas divisões no corpo de Cristo. De acordo com Tom
Sine, "Olhando para a vida e ministério de Jesus é absolutamente impossível desenhar uma linha entre a
sua vida, palavras e obras de amor". Se a tarefa do servo não é discutir o que vem primeiro, então qual a
sua missão? Cremos que a missão do servo é proclamar (não entenda proclamar como ação verbal) o
nome e o poder de Deus entre as nações (I Pd. 2:9).
Se aceitarmos isto, evitaremos a dicotomia, Evangelismo versos ação social, e evitaremos a
discussão sobre a prioridade da missão da Igreja. É isto, pela simples razão de que quando o nome de
Deus é proclamado, ele é proclamado como o Deus total, ou o Deus na totalidade do seu ser. O Deus
que salva (Sl. 67:2), e o Deus que ama a justiça (Sl. 89:14; 97:2). E o Deus que traz salvação (Lc. 19:9).
O Deus que julga o opressor (Am. 2:6-8), e o mesmo Deus que leva o opressor a buscá-Lo e viver
(Amos 5:4). Deus não pode ser dividido em nossa pregação.

Conclusão:

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O padrão para julgar o desempenho da Igreja e da missão não é a sua atividade evangelística, e
não é também o seu envolvimento social. O padrão de julgamento e o serviço a Deus são a motivação
que está por detrás deste serviço. Quando olhamos para o Novo Testamento encontramos uma forte
ênfase no serviço a Deus, e a conseqüência deste serviço é a realização do propósito redentivo de Deus.
A palavra "evangelista" aparece somente três vezes em todo o Novo Testamento (Atos 21:8; Ef.
4:11 e Tm. 4:5), enquanto que a palavra diáconos e doulos aparecem inúmeras vezes. O apóstolo Paulo
não chamou a si mesmo de "o evangelista de Cristo,"ainda que era um grande evangelista, mas preferiu
chamar-se de servo (doulos) de Jesus cristo. Em Rm. 1:11 ele diz: "Paulo, servo de Jesus Cristo,
chamando para ser apóstolo, separado para o Evangelho de Deus." Note a seqüência do seu chamado:
em primeiro lugar ele é servo de Deus e como servo, ele é submisso à vontade de Deus, que o separa
para pregar o Evangelho. Paulo não era pregador servo de Deus, mas um servo de Deus pregardor do
Evangelho.
Ainda, o que marca o cristão no Novo Testamento e a sua obediência é o serviço apresentado a
Deus. Zaqueu demostrou que havia recebido a salvação, não dizendo: "senhor, eu deixarei a minha
profissão e serei um evangelista". O sinal de que ele havia sido salvo, foi a sua determinação em ser
honesto e justo. O verdadeiro discípulo não é aquele que pratica algum Evangelismo, mas aquele que
nega a si mesmo, torna a sua cruz e segue a Jesus momento após momento (Mt. 16:24-28). O verdadeiro
discípulo, disse Jesus, não é aquele que tão somente diz: "Senhor, Senhor," mas aquele que faz a
vontade de Deus. O verdadeiro discípulo não é aquele que tão somente profetiza, expulsa demônios ou
opera milagres (Mt. 7:21-22), mas aquele que vê Jesus na face do necessitado, do faminto, do sedento e
do marginalizado. Estes são os verdadeiros e abençoados discípulos de Jesus e para estes o Reino está
preparado (Mt. 25).
Devemos ainda ter em mente uma outra verdade. A Igreja serva de Cristo é uma Igreja
preocupada com a salvação da humanidade. Existe um perigo de relegar a grande mensagem de que
Cristo veio para salvar, para destruir as obras do diabo a um segundo plano. Poucas são as Igrejas que
tem tido uma preocupação sadia com a sua área evangelista. A evangelização acontece "por causa" da
obra de algum crente mais abnegado e preocupado com o destino de outros seres humanos. É
interessante notar que as Igrejas que mais refutam a obra social do cristianismo, são também as Igrejas
mais fracas na evangelização do Mundo.
Devemos destacar ainda que nem todas as Igrejas que praticam algum tipo de evangelismo são
automaticamente qualificadas para receber o título de serva do Senhor. A Igreja serva evangeliza porque
quer ser obediente a Deus, por outro lado, a Igreja que não é serva, evangeliza por muitos motivos
secundários, e este é o grande perigo pelo qual incorre nos dias de hoje. Cada Igreja deve refletir sobre a
sua motivação em praticar Evangelismo e obra social, e todas as atividades nestas direções devem estar
debaixo do serviço a Deus em primeiro lugar. "Tudo para a glória de Deus" deve ser verdade em cada
cristão e não somente um chavão para esconder motivos humanos e denominacional.

CONCLUSÃO
A missão da Igreja não pode ser entendida à parte da criação de Deus. Em Deus, todos
compartilhamos da mesma humanidade e, portanto, não há lugar para coisas tais como "Destino
Manifesto", que implica na superioridade de um povo sobre o outro. A graça e o amor de Deus são
suficientes para todos os povos e perante Ele somos todos iguais. O entendimento da missão da Igreja
precisa passar também pelas Alianças que Deus fez com Israel. Nestas Alianças encontramos o modelo
paradigmático do serviço a Deus: Somos chamados à servidão e, em Cristo, temos não somente o
cumprimento das promessas de Deus, mas também o modelo de como a nossa missão deve ser
cumprida.
O futuro da missão cristã é cheio de esperança "por causa da ressurreição de Jesus Cristo, e por
causa das comunidades de cristãos fiéis que, através da história, têm procurado com honestidade seguir
o Ressuscitado e tem revelado a realidade da comunidade do Rei". Algumas mudanças são necessárias

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para que esta esperança se torne cada vez mais concreta. Não somente o nosso entendimento das
estruturas de missão precisa mudar, mas também a motivação que está por detrás de cada atividade
missionaria deve ser reexaminada. Fica sem sentido implantar novas estratégias missionarias debaixo do
velho conceito de superioridade da Igreja enviadora. A nossa teologia de missão precisa refletir o
modelo do Servo do Senhor.
Nós precisamos de uma teologia que não dicotomize a obra de Deus e a sua missão. Até este
momento procuramos mostrar neste trabalho que esta missão tem sido esfacelada pelas opiniões
divergentes. Os conservadores enfatizam Evangelismo e os progressistas enfatizam obra social:

Conservadores: 1) evangelismo 2) obra social


Progressistas: 1) obra social 2) evangelismo

Uma outra maneira de ver esta discussão seria:


Conservadores: evangelismo
Deus> Igreja>Mundo>ação social> Humanização.
A resposta a este problema acima deve ser inclusiva e não exclusiva. O debate promovido pelos
dois grupos é, muitas vezes, dirigido à exclusão: Missão é redentora ou humanizadora. Esta é uma má
interpretação do missio Dei. Porque a missão é serviço e o serviço tem como propósito a salvação e a
humanização. Se a Igreja é fiel na sua motivação, ela honra a Deus e valoriza a vida e ministério de
Cristo.
Vinay Samuel e Chis Sugden estão certos em afirmar: "toda atividade evangélica, ainda que não
tenha uma intenção social, tem uma dimensão social. Todo envolvimento social cristão, ainda que não
tenha uma intenção evangélica, tem uma dimensão evangélica" (citado por Gensicher). Esta deve ser a
nossa abordagem.
Voltamos à idéia de Rowley que a eleição é para o serviço. Adicionamos que o serviço é para a
salvação. A Igreja serve a Deus com o propósito de salvar o mundo. Devemos entender a palavra
salvação na sua integridade. Salvar o mundo de todas as conseqüências do pecado. A Igreja tem por
finalidade não somente apontar as falhas do mundo, mas deve ir mais adiante e demonstrar através da
sua comunidade uma genuína preocupação com a sociedade ao seu redor. A Igreja tem se especializado
mais em apontar defeitos e pecados do que provar que é possível viver uma vida digna e decente onde o
Criador é glorificado e os povos vivam em harmonia.
É preciso ainda esclarecer que serviço a Deus e a ação social são a mesma coisa. Servidão é o
conceito que impulsiona a Igreja a servir e salvar, enquanto que ação social é tão somente uma ação.
Servidão leva à encarnação, e isto pode ser esquecido no desenvolvimento da missão do mundo. Jesus
ilustrou em sua vida e ministério que a proclamação e o serviço são realizados de maneira efetiva
quando nos fazemos presentes no mundo. Esta seria uma afirmação óbvia, mas quando tomamos a
Igreja na América Latina como exemplo, vemos que a mesma tem tido uma atitude de afastamento do
mundo, porque o mundo é visto como um inimigo e quanto mais distante dele, melhor a "santificação"
da Igreja. A Igreja de hoje é uma Igreja no meio de um mundo que está caminhando para uma super
população, cuja maioria será pobre e miserável. A Igreja não pode ser cega a esta realidade, e é por isso
que ela precisa começar a aprender a viver o modelo encarnacional de Cristo (II Cor. 8:9). Missão é
encarnação, enquanto que resignação é anti-missão. A salvação, no seu sentido integral, não pode ser
efetuada divorciada da cruz (Berkouwer), pois se a cruz é a marca do sofrimento e humilhação, ela é
também o símbolo de vitória, pois não teve forças para reter o Autor da Vida.

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Aluno: ___________________________________________ ______Matrícula ___________


Tutor: __________________________________________________Nota:_______________

QUESTÕES PROPOSTAS

1) Nós, como seres humanos, podemos escolher um homem para ser um ministro? Por que e qual o
significado da palavra ministro?
2) Pode uma só pessoa possuir mais de um Dom? Por que e qual o significa da palavra evangelista?
3) Como devem ser os diáconos e como devem ser escolhidos? Por quê?
4) Como o Espírito Santo transmite a chamada divina? E qual o significado da palavra "Opera como
vento"?
5) Se uma pessoa chegar ate você, preocupada e chorando por achar que cometeu o pecado de Blasfêmia
contra o Espírito Santo. No seu ponto de vista ela cometeu ou não este pecado? Por quê? Podemos dizer
que o batismo como o Espírito Santo depende de nós? Por quê?
6) Quais são as atitudes que impedem a atuação do Espírito Santo?
7) Quais são as atitudes que dão plena liberdade ao Espírito Santo?
8) O que é batismo no Espírito Santo?
9) Todo deve ou é batizado no Espírito Santo?
10) Qual o propósito do batismo no Espírito Santo?
11) Como o Espírito Santo influi na vida do crente?
12) É correto dizer que é o batismo no Espírito Santo confere poder para testemunhar? Explique.
13) O que acontece quando há o batismo no Espírito Santo?
14) Como se dá o batismo com o Espírito Santo?
15) O que significa dizer que o batismo no Espírito Santo não é uma experiência emocional?
16) Por que o batismo no Espírito Santo depende da fé que Deus nos deu?
17) É certo dizer que após o batismo o crente está perfeito no seu todo? Explique.
18) Podemos nós, de alguma forma, contribuir para o batismo no Espírito Santo, como ir a lugares
específicos ou a pessoas especiais?
19) Quais são as nossas responsabilidades por termos recebido o Espírito Santo?
20) Fale sobre o Espírito Santo e suas manifestações no batismo de Jesus.

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21) Como se deu a presença do Espírito Santo na formação do mundo?


22) Qual foi a atuação do Espírito Santo na formação da igreja?
23) Quais são os mandamentos que são cumpridos mediante a manifestação do Espírito Santo?
24) De quais maneiras o Espírito Santo agia no V. T.?
25) Como era a crença no Espírito Santo no N. T., antes do dia de Pentecostes?
26) Quais são os nomes usados para o Espírito Santo?
27) Quais são as manifestações do Espírito Santo no N. T.?
28) Qual é a primeira aparição neo-testamentária do Espírito Santo?
29) Quando se deu a plena manifestação do Espírito Santo no N. T.?
30) Quais são as posições entre os ramos do protestantismo sobre as manifestações do Espírito Santo?
31) Quais são as bênçãos resultantes da presença do Espírito Santo no salvo?
32) É correto afirmar que recebemos o dom de línguas para a edificação pessoal?
33) Mesmo não existindo a expressão Fruto do Espírito no V. T., é correto dizer que houve homens que o
manifestaram? Cite um exemplo.
34) Quais são as duas correntes distintas do cristianismo em relação as manifestações do Espírito Santo?
35) Considerando as experiências que os dons espirituais exercem na vida dos salvos, o que o apóstolo
Paulo quis dizer com 2 Timóteo 1:16?
36) Como experiência dos dons espirituais, o que pode ser dito sobre o dom de orar em línguas espirituais?
37) Por que a criação merece destaque no estudo da Teologia?
38) Na terceira declaração bíblica sobre a criação, o que há de mais importante a ser ressaltado?
39) Como a natureza glorifica a Deus?
40) Quais foram as conseqüências geradas pela queda do primeiro homem?
41) O que tipificam as vestes providenciadas por Deus para Adão e Eva?
42) O que significa a subtração da raça humana?
43) Quais são as características da Aliança de Deus com Noé?
44) O que a torre de Babel nos diz?
45) Quais são as características da Aliança com Abraão?
46) Qual o propósito da Aliança com Moisés?
47) O que é a Aliança do Reino?
48) O que pretendia Deus com a Aliança feita com Davi?
49) Por que a Aliança com Davi fracassa?
50) Qual o propósito final de Deus em estabelecer Alianças com o homem?
51) O que é a Nova Aliança?
52) Qual o seu contexto?
53) Qual a substância comum entre a Velha e a Nova Aliança?
54) Em se tratando de Jesus como servo de Deus, por que Israel foi coerente com o seu pecado?
55) O que significa Jesus ter vindo como servo?
56) O que significa memória de Jesus na igreja?
57) O que significa dizer que na plenitude dos tempos Jesus é o salvador?
58) “Buscar o perdido”, significa buscar o que?
59) Quais são as conseqüências da salvação integral?
60) Qual a missão do povo de Deus?

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