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1.1 - INTRODUÇÃO
A escrituração contabilística consiste no registo de tudo aquilo que afeta uma entidade: compras,
vendas, pagamentos, recebimentos, gastos incorridos, rendimentos obtidos, contratos que
originam direitos ou obrigações, etc.
Esse registo assenta no modelo das partidas dobradas, pelo qual é efetuado um débito numa ou
em mais contas, por contrapartida de um crédito noutra(s) conta(s).
- contas do Ativo;
- contas do Passivo;
- contas do Capital Próprio;
- contas de Gastos;
- contas de Rendimentos.
Ver no ponto 2.4 do Capítulo 2 a definição do Ativo, Passivo, Capital Próprio, Gastos e
Rendimentos.
O património contabilístico da entidade é-nos dado pelo valor total das contas do Capital Próprio,
o qual corresponde à diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo, ou seja:
O resultado do período é-nos dado pela diferença entre as contas de Gastos e as contas de
Rendimentos.
- desinvestimentos;
- vendas a pronto pagamento;
- realização de contas a receber;
- subsídios recebidos;
- juros recebidos.
- Ativo;
- Passivo;
- Capitais próprios.
"um ativo é um recurso controlado pela entidade, como resultado de acontecimentos passados,
dos quais se espera que fluam para a entidade benefícios económicos futuros."
Esta definição de ativo constitui um dos conceitos mais relevantes na contabilidade. Uma
componente fundamental da definição é que um ativo deve proporcionar benefícios económicos
futuros para a entidade.
Em que medida esses benefícios económicos podem fluir para a entidade? Segundo a estrutura
conceptual, "os benefícios económicos incorporados num ativo podem fluir para a entidade de
várias formas. Por exemplo, um ativo pode ser:
Outro componente importante da definição de um ativo é o facto de o recurso ser controlado pela
entidade.
Conforme se descreve no capítulo 8, as entidades possuem recursos que não qualificam como
ativos, uma vez que não são controlados.
Segundo a estrutura conceptual, "um passivo é uma obrigação presente da entidade proveniente
de acontecimentos passados, da liquidação da qual se espera que resulte uma saída de
recursos".
Esta definição de passivo é muito importante para a constituição de provisões, assunto tratado no
capítulo 16.
Não existe, na estrutura conceptual, uma definição de capitais próprios, sendo os mesmos
referidos como a diferença entre os ativos e os passivos.
Os rendimentos são aumentos nos benefícios económicos no período, sob a forma de entradas,
aumentos de ativos ou diminuições dos passivos, que resultem em aumento dos capitais próprios,
que não sejam entradas dos subscritores de capital.
Os gastos são diminuições nos benefícios económicos durante o período, sob a forma de saídas,
diminuição de ativos ou aumento dos passivos, que resultem em diminuições dos capitais
próprios, para além das distribuições aos detentores de capital.
- o reconhecimento;
- a mensuração;
- a apresentação;
- a divulgação.
Reconhecimento de ativos
De acordo com a estrutura conceptual, um ativo é reconhecido no balanço quando for provável
que benefícios económicos futuros fluam para a entidade e o ativo tenha um custo ou um valor
que possa ser quantificado com fiabilidade.
Para além dos benefícios económicos futuros, conforme anteriormente abordado, o ativo tem de
poder ser quantificado para ser reconhecido. Por exemplo, nos trabalhos para a própria empresa,
poderão existir dificuldades na quantificação dos ativos, podendo, em situações extremas, levar
ao não reconhecimento dos correspondentes ativos.
Segundo a estrutura conceptual, um passivo é reconhecido no balanço quando for provável que
uma saída de recursos incorporando benefícios económicos resulte da liquidação de uma
obrigação presente e que a quantia pela qual a liquidação tenha lugar possa ser quantificada com
fiabilidade.
Sendo a perda provável, estamos perante um passivo; sendo a perda possível, estamos perante
um passivo contingente, o qual não é incluído no passivo, sendo apenas divulgado nas Notas às
Contas.
Por vezes, poderemos não estar em condições de quantificar um passivo com fiabilidade. Poderá
ser o caso de um processo judicial em que a perda é considerada provável, mas não se consegue
estimar com fiabilidade o seu montante. Nesse caso, não se reconhece o passivo, procedendo-se
apenas à sua divulgação. Estas situações terão de ser apreciadas com muito cuidado, uma vez
que as entidades terão a tendência de concluir que uma determinada perda não é susceptível de
quantificação, para não reconhecer o passivo e o respectivo gasto.
Reconhecimento de rendimentos
Reconhecimento de gastos
Este critério para o reconhecimento de gastos será da maior utilidade na decisão entre capitalizar
um determinado dispêndio ou levá-lo diretamente a gastos, sendo também relevante para a
contabilização das perdas por imparidade dos ativos.
Como contabilizar o gasto com rappel? Quando o cliente tiver direito a ele? Certamente que não!
Na data do reconhecimento do rédito, devemos estimar o rappel correspondente e proceder à sua
especialização.
Essa estimativa terá de ser reapreciada em períodos subsequentes. Desta forma, estaremos a
correlacionar os gastos com os rendimentos. Doutra forma, o que teríamos? Um rendimento em
Janeiro e um gasto associado em Dezembro ou, muito mais grave, no ano seguinte.
Uma regra clara a ser observada no reconhecimento de gastos é que não podemos ter gastos em
períodos futuros relativamente a rendimentos reconhecidos no passado. Daí, termos de recorrer a
estimativas para se determinar o valor dos gastos contingentes (por exemplo, gastos com
garantias).
O reconhecimento de gastos deverá ter por base uma atitude de prudência: na dúvida, antecipam-
se gastos.
- a mensuração inicial; e
- a mensuração subsequente.
A mensuração inicial é, por regra, ao custo, existindo, no entanto, várias situações em que tal não
se verifica.
Bases de mensuração
- custo histórico;
- custo corrente;
- valor realizável;
- valor presente;
- justo valor.
O justo valor não consta na estrutura conceptual do IASB como base de mensuração, embora
seja muito utilizado na elaboração de contas de acordo com as Normas Internacionais de
Contabilidade. A CNC decidiu incorporá-lo nas bases de valorimetria.
- custo histórico;
- custo corrente;
- valor realizável líquido;
- valor presente (ou atual);
- valor recuperável;
- valor de uso;
- custo amortizado;
- custo presumido;
- justo valor;
- valor de mercado.
Custo histórico
Os ativos são contabilizados pelo valor pago através de caixa ou seus equivalentes e/ou o justo
valor de outra retribuição dada para adquirir o ativo no momento da sua compra ou construção ou,
quando aplicável, o valor atribuído a um ativo no seu reconhecimento inicial. Os passivos são
contabilizados pelo valor de caixa ou seus equivalentes a ser pago e/ou o justo valor de outra
retribuição a ser entregue para liquidar a obrigação.
O custo histórico é, como sabemos, muito contestado em épocas de inflação. Os ativos não
monetários mensurados ao custo histórico ficam subavaliados, o mesmo sucedendo com alguns
gastos, em particular, as depreciações e amortizações e custo de vendas. Dessa forma, o balanço
e a demonstração dos resultados perdem relevância.
A vantagem do custo histórico reside no facto de ser objetivo, facilmente verificável, estando
isento de
manipulações.
Custo corrente
O ativo é valorizado pelo valor de caixa (ou seus equivalentes) que seria necessário pagar se o
mesmo ativo ou um ativo equivalente fosse adquirido na data corrente.
O ativo é apresentado pelo valor de caixa (ou seus equivalentes) que seria obtido pela sua venda.
Os custos de transporte e outros custos necessários para levar o ativo para o mercado devem ser
levados em conta na determinação do justo valor de um ativo na localização e condição
presentes.
É o valor que se obtém da venda de um ativo ou unidade geradora de caixa numa transação entre
partes independentes, conhecedoras e dispostas a negociar, menos os custos para vender.
Valor realizável líquido é o preço estimado de venda de um ativo no decurso normal dos negócios,
deduzido dos custos estimados para o completar e dos custos estimados para realizar a venda.
O valor realizável líquido é o valor líquido que a entidade espera realizar pela venda do ativo no
decurso normal dos seus negócios. O justo valor reflecte o valor pelo qual o ativo pode ser
trocado no mercado com compradores conhecedores e interessados. O valor realizável líquido é
um valor específico da entidade. O justo valor não. Assim, o valor líquido de realização pode não
ser igual ao justo valor deduzido dos custos para vender.
O ativo é valorizado pelo valor presente descontado dos recebimentos futuros que se espera que
o ativo gere no decurso normal dos negócios. Os passivos são valorizados pelo valor presente
descontado dos pagamentos futuros que se espera que sejam necessários para liquidar os
passivos no decurso normal dos negócios.
O conceito do valor presente aplica-se sempre que existem ativos ou passivos não correntes, sem
juros, bem como na mensuração dos respectivos rendimentos e gastos. O balanço deve reflectir o
valor presente dos ativos ou passivos, devendo em cada período ser acrescido o montante dos
juros do período, por contrapartida dos resultados financeiros. Na demonstração dos resultados,
os rendimentos e os gastos são apresentados pelo seu valor descontado.
Este conceito de desconto, que não era habitualmente praticado em Portugal, ao contrário do que
sucedia noutros países, e, em particular, nos Estados Unidos da América, poderá ter importantes
efeitos, por exemplo, na mensuração de provisões, no reconhecimento do rédito sempre que
exista diferimento do recebimento por um período substancial de tempo e o preço incorpore juros,
em empresas que atravessaram dificuldades financeiras e que obtiveram importantes
prorrogações das suas dívidas e também em empresas que obtêm subsídios reembolsáveis sem
juros. Nestes casos, o montante dos ativos e dos passivos deverá ser apresentado no balanço
pelo seu valor presente e não pelo valor nominal. O valor presente é determinado pela aplicação
ao valor nominal de uma taxa apropriada de desconto.
- taxa de desconto;
- data estimada de liquidação financeira; e
- montante a ser liquidado.
A taxa de desconto deve ser uma taxa que reflicta uma taxa de juro compatível com a natureza,
prazo e risco relacionados com a transação.
Valor recuperável
O valor recuperável de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa é o mais alto entre o seu
preço de venda líquido e o seu valor de uso.
Valor de uso
O valor de uso, também conhecido como o valor específico para a entidade, reflecte o valor para
um investidor específico e não para um hipotético participante no mercado. É o valor presente dos
fluxos de caixa que uma entidade prevê que sejam originados pelo uso continuado do ativo e pela
sua alienação no final da sua vida útil ou em que espera incorrer ao liquidar um passivo.
Custo amortizado
O custo amortizado de um ativo financeiro ou de um passivo financeiro é o valor pelo qual o ativo
financeiro ou o passivo financeiro é mensurado no reconhecimento inicial, deduzido dos
recebimentos de capital, mais ou menos a amortização acumulada usando o método da taxa de
juro efectiva, da diferença entre o valor inicial e o valor na maturidade e menos reduções por
ímparidade ou incobrabilidade.
Custo presumido
É um valor usado em substituição do custo ou custo depreciado numa certa data. A depreciação
ou amortização subsequente assume que a entidade tinha inicialmente reconhecido o ativo numa
certa data e que o custo era igual ao custo presumido.
Justo valor
Justo valor é o valor pelo qual um ativo pode ser trocado ou um passivo liquidado, numa
transação entre partes independentes, conhecedoras e com vontade de negociar.
- abordagem do custo;
- abordagem do rendimento;
- abordagem de mercado.
A hierarquia do justo valor presente em várias normas NCRF requer o uso da abordagem de
mercado, sempre que possível, para mensurar os ativos, uma vez que, em geral, se trata da
melhor evidência do justo valor.
Abordagem do custo
A abordagem do custo considera o valor que seria necessário gastar para substituir a capacidade
de serviço (muitas vezes referido como o custo corrente de substituição). A estimativa do justo
valor considera o custo de adquirir um ativo substituto de utilidade comparável, ajustado pela
obsolescência. A obsolescência incorpora depreciação física, obsolescência funcional e
obsolescência económica. Trata-se de um conceito mais abrangente do que a depreciação para
efeitos de relato financeiro (uma alocação do custo histórico) ou objetivos fiscais
(com base em vidas úteis especificadas).
Abordagem do rendimento
A abordagem do rendimento usa técnicas de avaliação para converter valores futuros (por
exemplo, fluxos de caixa ou rendimentos) num único valor presente (descontado). A estimativa do
justo valor é baseada no valor indicado pelas expectativas do mercado sobre esses valores
futuros.
Abordagem de mercado
Trata-se de uma forma geral de estimar um valor usando um ou mais métodos que comparem o
ativo com ativos similares que tenham sido vendidos.
A abordagem de mercado (para estimar o justo valor) requer preços observáveis e outras
informações provenientes de transações realizadas envolvendo idênticos ativos.
Valor de mercado
Várias NCRF referem o uso do valor de mercado, embora não definam este conceito. O valor de
mercado é uma base de mensuração consistente com o conceito de justo valor; requer a
mensuração por referência a um preço pelo qual partes conhecedoras e com vontade de negociar
iriam negociar.
Mensuração inicial
Os bens adquiridos devem ser mensurados pelo custo, o qual deve incluir o preço de compra,
direitos de importação e impostos não reembolsáveis, custos necessários para colocar o ativo na
localização e condição de funcionamento e valor presente do custo estimado de
desmantelamento e remoção do bem ou restauração do local. Se o pagamento for diferido para
além das condições normais de crédito, o ativo é valorizado pelo equivalente ao preço a dinheiro.
A mensuração inicial é efetuada pelo preço de compra adicionado dos custos diretamente
atribuíveis de preparação do ativo para o seu uso pretendido (custos de benefícios de
empregados e honorários diretamente resultantes de levar o ativo à sua condição de
funcionamento e custos de testes para concluir se o ativo funciona corretamente). Se o
pagamento for diferido para além das condições normais de crédito, o
ativo é valorizado pelo equivalente ao preço a dinheiro.
Compras de propriedades de investimento
Compras de inventários
Os inventários são inicialmente mensurados pelo seu custo de aquisição ou produção, o qual
inclui os custos de compra, de conversão e outros custos incorridos para colocar os inventários no
seu local atual e na sua condição. Se o pagamento for diferido para além das condições normais
de crédito, o ativo é valorizado pelo equivalente ao preço a dinheiro.
Trocas de ativos não monetários (assumindo-se que a transação tem substância comercial)
1.º Caso se consiga determinar o justo valor do ativo recebido com fiabilidade:
2.º Não se consegue determinar com fiabilidade o justo valor do ativo recebido mas está
disponível o justo valor do ativo cedido:
3.º Não se consegue determinar com fiabilidade o justo valor do ativo recebido nem do ativo
cedido:
- a mensuração inicial é efetuada pelo valor líquido contabilístico do ativo cedido.
As propriedades de investimento transferidas para inventários dão entrada nos inventários pelo
seu valor contabilístico (custo ou justo valor, dependendo do modelo de mensurado escolhido
para as propriedades de investimento).
As propriedades de investimento transferidas para ativos fixos tangíveis dão entrada nos ativos
fixos tangíveis pelo seu valor contabilístico (custo ou justo valor, dependendo do modelo de
mensurado escolhido para as propriedades de investimento), independentemente do modelo de
mensuração escolhido para os ativos fixos tangíveis.
Caso se tenha optado pelo modelo do justo valor para a mensuração das propriedades de
investimento, quando existirem transferências de ativos fixos tangíveis, investimentos em curso ou
inventários para propriedades de investimento, as mesmas são mensuradas pelo seu justo valor,
sendo a diferença para a anterior mensuração levada a resultados (investimentos em curso e
inventários) ou a capital próprio (ativos fixos tangíveis).
Caso se tenha optado pelo modelo do custo para a mensuração das propriedades de
investimento, quando existirem transferências de ativos fixos tangíveis que estejam mensurados
ao justo valor para propriedades de investimento, as mesmas são mensuradas pelo seu valor
contabilístico.
Se o ativo for adquirido por meio de um subsídio do Governo livre de encargos, ou por uma
retribuição nominal, pode-se optar entre:
- mensuração inicial pelo justo valor (quer do ativo quer do subsídio); ou
- mensuração inicial pelo valor nominal.
Os bens recebidos por doação devem ser mensurados inicialmente pelo seu justo valor,
determinado através de avaliação tendo em conta o estado do bem.
Os ativos biológicos e produtos agrícolas são mensurados inicialmente ao justo valor, menos os
custos estimados de comercialização, excepto se o justo valor não for determinado com
fiabilidade, sendo nesse caso mensurados pelo custo.
Provisões
As provisões são inicialmente mensuradas pelo valor presente dos dispêndios futuros estimados.
Instrumentos financeiros
Subsídios reembolsáveis
Os subsídios reembolsáveis devem ser inicialmente mensurados pelo valor presente dos
pagamentos futuros.
Rédito
O rédito deve ser reconhecido pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber.
Mensuração subsequente
Contrapartida da variação
Componente Mensuração subsequente
do justo valor
Ganhos: rendimento (se
reverter perdas) ou excedente
de revalorização
Método da equivalência
patrimonial
Entidades conjuntamente
Não são elaboradas contas
controladas
consolidadas:
Método da equivalência
patrimonial ou
Método da consolidação
proporcional
Método da equivalência
Associadas
patrimonial
Há mensuração fiável: justo
valor
Outros investimentos Rendimentos ou gastos
Não há mensuração fiável:
custo histórico
Justo valor
(preferencialmente) ou custo
Propriedades de investimento histórico Rendimentos ou gastos
No método do justo valor não
há depreciações
Ativos biológicos Justo valor ou custo histórico Rendimentos ou gastos
Derivados que qualificam
Justo valor Rendimentos ou gastos
como cobertura
Derivados que não qualificam
Justo valor Capital próprio
como cobertura
Ativos financeiros ou
Justo valor Resultados para negociação
passivos financeiros detidos
Existem dois possíveis conceitos para a elaboração das demonstrações financeiras: o conceito de
manutenção do capital financeiro e o conceito de manutenção do capital físico.
O conceito financeiro de capital é adaptado pela maioria das empresas na preparação das suas
demonstrações financeiras. Num conceito de capital financeiro, tal como dinheiro investido ou
poder de compra investido, o capital é sinónimo de capital próprio da empresa. Num conceito de
capital físico, tal como a capacidade operacional, o capital é visto como a capacidade produtiva da
empresa baseada, por exemplo, nas unidades produzidas por dia.
A seleção do apropriado conceito de capital deve ser baseada nas necessidades dos utentes das
demonstrações financeiras. Assim, o conceito financeiro de capital deve ser adaptado se os
utentes das demonstrações financeiras dão primazia à manutenção do capital nominal investido
ou ao poder de compra do capital investido.
Se, no entanto, a preocupação maior dos utentes é com a capacidade de produção da empresa,
deve ser usado o conceito de capital físico.
Segundo a estrutura conceptual, "os conceitos de capital acima apresentados dão origem aos
seguintes conceitos de manutenção de capital:
a) Manutenção do capital financeiro. Neste conceito, somente existe lucro se o valor do capital
próprio no final do período exceder o valor do capital próprio no início do período, após exclusão
de distribuições aos detentores do capital e das suas contribuições de capital no período. A
manutenção financeira do capital pode ser mensurada quer em unidades monetárias nominais
quer em unidades constantes de poder de compra.
b) Manutenção do capital físico. Neste conceito, somente existe lucro se a capacidade física de
produção de uma empresa (ou os recursos ou fundos necessários para obter essa capacidade)
no fim do período exceder a capacidade física produtiva no início do período, após exclusão de
distribuições aos detentores do capital e das suas contribuições de capital no período".
Uma crítica, relativamente generalizada, feita à contabilidade atual é que a mesma não trata o
custo do capital próprio.