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L525
Lei anticrime comentada – artigo por artigo / Gustavo Junqueira [et al.]. – 2. ed. - São Paulo :
Saraiva Educação, 2021.
336 p.
ISBN 978-65-5559-555-0 (Impresso) e-ISBN: 978-65-5559-551-2
1. Direito. 2. Direito penal. 3. Lei anticrime. I. Junqueira, Gustavo. II. Título.
2021-245 / CDD 345 / CDU 343
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia
autorização da Saraiva Educação. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e
punido pelo art. 184 do Código Penal.
Conteúdo adaptado ao Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em execução desde 1º de janeiro de
2009.
Editora Saraiva Av. Paulista, 901, 3o andar Bela Vista - São Paulo - SP - CEP: 01311-100
www.editorasaraiva.com.br/direito
Apresentação
Código Penal
1. Legítima defesa
2. Pena de multa
4. Livramento condicional
6. Suspensão da prescrição
4. Progressão
5. Vedação de progressão
6. Saída temporária
concussão
Vetos
1. Nova qualificadora no homicídio se houver emprego de arma de fogo de
V. Procedimentos incidentes
VI. Provas
X. Recursos
Segurança Máxima)
Referências bibliográficas
Em 17 de outubro de 2017, o Presidente da Câmara, Deputado Rodrigo Maia,
Brasil.
Especial.
1. LEGÍTIMA DEFESA
Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual
ou iminente, a direito seu ou de outrem. ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste
artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de
segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima
mantida refém durante a prática de crimes. (NR)
nova figura. Diz a Lei, in verbis: “Art. 25. Parágrafo único. Observados os
requisitos do caput, quais sejam, a reação voltada a repelir agressão injusta atual
legítima defesa.
da legítima defesa, uma vez que o conceito de “risco de agressão” parece ser
há vítima mantida refém e, ademais, durante a prática de crimes, resta claro que
defesa.
Terceira: A nova figura não elimina nem mitiga”, neste caso, seja expressa ou
Crítica
A única finalidade da alteração legislativa parece ter sido esclarecer, quiçá
perante a opinião pública, a existência de legítima defesa sob tais circunstâncias,
retroagir. O caso é que, a despeito de qual possa ter sido a intenção do legislador,
não parece que tenha havido o referido alargamento, mas mero esclarecimento.
Ainda assim, trata-se de disposição que deve ser aplicada mesmo a casos
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será
considerada dívida de valor, aplicando-se- -lhes as normas da executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida
legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda
concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e
suspensivas da prescrição.
criminais para a execução da pena de multa, e não há na lei limite temporal para
afastamento do resultado da ADI 3150. Seria a solução mais técnica, mas desde
a edição anterior da obra indicamos que, por razões políticas, o resultado da ADI
3150 deve manter sua eficácia. É o que se percebe nas atuais decisões do STF,
Ministério Público para a execução da pena de multa por 90 dias, perante a vara
juízo das execuções criminais a legitimidade do Ministério Público, uma vez que
as regras de competência e legitimidade devem constar da lei. Não há, em suma,
Pública, ainda que perante o juízo das execuções criminais. A letra da lei
subsidiária da pública como referência: não há analogia possível. O art. 5º, LIX,
da CF trata de um direito fundamental do indivíduo de promover a ação penal no
do indivíduo sobre aquela que pode ser uma arbitrária inércia estatal. Em nada se
Estado – como fonte para levar o poder de promover ação penal de um órgão
prazo, a multa perde a natureza penal, tornando-se dívida de valor, como consta,
mais uma vez, na clara dicção da nova lei, assim como já constava da redação
para o juízo das execuções fiscais. Sem tal premissa, a legitimidade não pode ser
pode ser alterada a competência, por contrariar a clara letra da lei, em sua nova
redação.
executar a multa perante o juízo das execuções criminais (como manda a atual
afastada no caso do exercício pelo titular prioritário. Além disso, se foi usada a
dinâmica ação penal pública × ação penal privada subsidiária como regra geral
legitimidade mesmo após o decurso do prazo, pois é essa a regra no caso da ação
penal privada subsidiária, que admite, até mesmo, denúncia substitutiva (art. 29
do CPP).
2ª posição: não, pois a legitimidade concorrente/simultânea de dois órgãos
estatais traria grande insegurança jurídica: a Procuradoria da Fazenda,
insegura sobre a possível propositura da da execução da multa pelo
Ministério Público, seria obrigada a questioná-lo a cada caso, e o
Ministério Público teria que decidir e responder, com desnecessário gasto
de recursos e de energia processual. Por eficiência (Princípio
Constitucional da Administração Pública – art. 37 da CF), o critério
temporal de legitimidade deve ser claro, impedindo a Procuradoria da
Fazenda de propor a execução nos primeiros 90 dias, e impedindo o
Ministério Público de oferecer a execução após tal prazo. Além disso, a
possibilidade de execuções simultâneas e injustificáveis, uma na vara das
execuções criminais e outra na vara da Fazenda Pública, deve ser evitada.
Por fim, a analogia com a ação penal privada subsidiária da pública não
seria viável, pois, além das críticas já arroladas no tópico anterior,
demandaria, aqui, alteração de competência da vara das execuções fiscais
para a vara das execuções criminais, violando o princípio processual da
perpetuatio jurisdictionis sem qualquer justificativa de efetividade ou
eficácia. É importante, repita-se, proteger a integridade do ordenamento. É
nossa posição.
3ª posição: A legitimidade prioritária do Ministério Público irá prevalecer
mesmo após o prazo de 90 dias, salvo se já oferecida execução pela
Procuradoria da Fazenda, caso em que deverá ser respeitada a perpetuatio
jurisdictionis. Após os 90 dias, a legitimidade não seria mais subsidiária,
mas sim alternativa, nos moldes da Súmula 714 do STF.
contexto do art. 51 do CP. Como dito, essa premissa se harmoniza com o fim da
Não foi essa, no entanto, a premissa adotada como razão de decidir pelo STF
na ADI 3150. Pelo contrário, em vários votos consta a premissa de que a pena de
multa, mesmo após o trânsito em julgado, não pode ser considerada mera dívida
de valor, mas sim sanção penal. O fundamento jurídico seria a redação do art. 5º,
dispositivo.
O argumento, com todo respeito, não se sustenta, por várias razões: a) O art.
Conclusão: nos votos da ADI 3150 consta que a multa não perde natureza
seria do Ministério Público, que nos termos do art. 129, I, da CF, detém a
ministerial.
lei processual penal, respeitada a validade do ato praticado sob vigência da lei
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade
não pode ser superior a 30 (trinta) anos. não pode ser superior a 40 (quarenta) anos .
§ 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade § 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade
cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas cuja soma seja superior a 40 (quarenta) anos , devem elas ser
para atender ao limite máximo deste artigo. unificadas para atender ao limite máximo deste artigo.
deve ser ampliado também o limite máximo de cumprimento de penas. Por outro
lado, a maior eficácia preventiva da pena, que teria maior poder de intimidação
com o novo limite, além de manter por mais tempo afastado da sociedade o
populismo penal.
anos preso, mas desistiria da empreitada criminosa após perceber que o limite
sequer de verossimilhança.
para crimes praticados a partir de sua vigência. Mesmo na soma de crime antigo
com nova infração, a pena do crime antigo não poderia ser estendida além de 30
praticados após a nova lei tornará possível duração maior que os 30 anos
vigentes até janeiro de 2020.
concluir que os crimes praticados até 23 de janeiro de 2020 têm tal propriedade,
qual seja, a possível contração para obedecer ao limite de 30 anos. Se o autor for
anos, e por crime Y posterior à vigência da nova lei a 30 anos de prisão, o limite
contrair até atingir o limite trintenário. As penas dos crimes praticados a partir da
anos.
condenado a 25 anos. A pena mais grave é cumprida antes da pena mais leve.
réu passar mais 15 anos preso (sendo aplicado o limite de 40 anos) em razão de
pena por crime praticado antes de 23 de janeiro de 2020. Vale lembrar que a
Art. 83, III – Comprovado comportamento satisfatório durante a Art. 83. III – Comprovado: a) bom comportamento durante a
execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído execução da pena; b) não cometimento de falta grave nos últimos 12
e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho (doze) meses; c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e
honesto; d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho
honesto;
art. 112, § 1º, ora com nova redação, mas mantém como fonte o atestado emitido
sempre foi visto com especial cuidado nos tribunais, e seria excepcional sua
mesmo na vigência da lei antiga, que exigia, na letra da lei, apenas “satisfatório”
comportamento.
livramento para aquele que praticou falta grave nos últimos 12 meses, pois é o
carcerária com conceito “bom”, após a prática de falta grave pelo condenado.
Entendemos que se a atual redação do art. 83 do CP relaciona a ausência de
falta grave nos últimos 12 meses com o bom comportamento, é possível concluir
que o prazo de reabilitação das faltas graves não pode ser superior a 12 meses,
possível concluir que faltas mais antigas não poderiam ser fundamento para o
exigir o não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses para a concessão
(mesmo sem resultado morte), a vedação já era prevista no art. 83, V, do Código
Crítica
A lei elimina mais um mecanismo de individualização da pena, bem como
progressão em todos os crimes para não afrontar o STF, ainda que usando
ainda que culposa. Resta saber se o STF irá admitir tal restrição, que parece
lucro obtido com o ilícito civil Y, ainda que a conduta Y seja irrelevante penal?
nada relacionados com o ilícito X, mas pela literalidade da lei tal patrimônio
condenados por crimes com penas máximas previstas superiores a seis anos
teriam que demonstrar a origem lícita de seus bens, sob pena de perda, não sendo
oriundos do crime, que podem ter sido consumidos com serviços, por exemplo.
Assim, bens cuja origem não poderia ser facilmente demonstrada (é incomum
eletrodomésticos por muito tempo, por exemplo) não devem ser declarados
valores totalmente desatrelados dos ganhos espúrios. Vale destacar que a perda
O art. 91-A, § 1º, prevê que será considerado patrimônio do condenado tanto
o bem de sua titularidade como aquele sobre o qual exercer o domínio, ou seja,
dono do bem, para então impor sua perda. A demora com o procedimento seria o
decisões antecipadas.
Outro problema a ser enfrentado é que o processo penal tem como objeto a
algum foi reconhecido que o verdadeiro dono do imóvel seria A, e não B? Qual
será a decisão válida? A cível, a criminal ou a que for proferida primeiro? Quem
Necessidade de pedido expresso para perda de bens Nos termos do art. 91-
A, § 3º, a perda de bens deve ser expressamente requerida pelo Ministério
Público, ao oferecer a denúncia, com indicação da diferença apurada.
A previsão é elogiável. O pedido feito já no oferecimento da denúncia
que os bens cuja perda é requerida devem ser também desde logo indicados na
especificação dos bens do § 4º, que trata de decisão condenatória, que deverá
declarar a diferença apurada e então fazer a especificação dos bens.
que só ocorreria quando a posse do referido instrumento for ato ilícito (art. 92,
91-A traz nova previsão específica sobre o tema, que também despreza a regra
Crítica
A regra que exige a ilicitude da posse como condição para a perda (art. 91, II,
a, do Código Penal) é salutar, pois evita que o Estado tenha interesse financeiro
requisito para a perda dos instrumentos do crime, mas a ampliação das exceções
lei.
Federal (art. 5º, XXXIX), repetida pelo Código Penal (art. 1º), trata da
não sofrer consequências da prática de ato definido como crime sem prévia
disposição legal.
6. SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO
Art. 116. Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição Art. 116. Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição
não corre: I – enquanto não resolvida, em outro processo, questão de não corre: I – enquanto não resolvida, em outro processo, questão de
que dependa o reconhecimento da existência do crime; II – enquanto que dependa o reconhecimento da existência do crime; II – enquanto
o agente cumpre pena no estrangeiro. o agente cumpre pena no exterior ; III – na pendência de embargos de
declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando
inadmissíveis; e IV – enquanto não cumprido ou não rescindido o
acordo de não persecução penal.
da prescrição, até que a decisão seja proferida. Assim que proferida a decisão (e
de analogia com o art. 107, IV, seria analogia in malam partem), volta a correr o
prazo prescricional.
Crítica
Sob o prisma teórico, não se justifica a suspensão do prazo no caso de
embargos regularmente opostos, sendo possível pensar em vários casos nos quais
a ora prevista sustação é, sob o ângulo teleológico, indefensável: a) os embargos
prequestionamento, que é medida não provocada pela parte, mas sim pelo
interposição, a análise sobre a prescrição deve ser suspensa até que julgado o
admitido, o período não será contado na análise da prescrição, que teria ficado
suspensa.
Crítica
No atual entendimento dos Tribunais, quando o recurso ao tribunal superior
que durante tanto tempo tenha prevalecido o referido entendimento sem respaldo
sobre a prescrição, mas sim aguardar a decisão política para então julgar de
mesmo que a demora tenha como causador o Estado. Vale repetir que não faz
superior pela defesa. Se interposto pela acusação, o acusado não pode ser
prescricional.
A prescrição já fica suspensa, hoje, enquanto pendente o período de prova da
76 da Lei n. 9.099/1995).
prescrição até que cumprido ou se, por qualquer forma, rescindido o acordo.
Crítica
É justificável a suspensão da prescrição diante do princípio da actio nata. No
procrastinar a decisão que formaliza a rescisão para não permitir que flua o
dada causa à rescisão, mas o Estado não atua para que seja fornalizada, resta
desidioso, e deve ser reiniciado o fluxo do prazo prescricional, que tem entre
Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com
violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes
previstos no art. 1º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, serão previstos no art. 1º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, serão
submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético,
mediante extração de DNA – ácido desoxirribonucleico, por técnica mediante extração de DNA – ácido desoxirribonucleico, por técnica
adequada e indolor. adequada e indolor.
§ 1º A identificação do perfil genético será armazenada em banco de § 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de
dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder proteção de dados genéticos, observando as melhores práticas da
Executivo. genética forense.
§ 2º A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz § 2º A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz
competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de
dados de identificação de perfil genético. dados de identificação de perfil genético.
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos
seus dados constantes nos bancos de perfis genéticos, bem como a
todos os documentos da cadeia de custódia que gerou esse dado, de
maneira que possa ser contraditado pela defesa.
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que
não tiver sido submetido à identificação do perfil genético por
ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá ser
submetido ao procedimento durante o cumprimento da pena.
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao
procedimento de identificação do perfil genético.
crime hediondo ou crime com violência ou grave ameaça à pessoa. Logo em seu
obrigado a produzir prova que facilite sua identificação como autor de outro
crime (não pode ser coagido a colaborar para uma perícia grafotécnica ou
para o incremento de um banco de dados que sirva como fonte de prova para
O art. 9º deve ser lido à luz da Lei n. 12.037/2009, que também foi alterada
pela Lei n. 13.964/2019. O art. 5º-A da Lei n. 12.037/2009 esclarece que o perfil
genético não pode ser usado para revelar traços somáticos ou comportamentais,
seja, dentre vários suspeitos, aquele com características genéticas mais próximas
Tais práticas, nefastas e já desacreditadas, são desde logo repelidas pela lei,
esclarecendo que o único e exclusivo uso do banco de dados deve ser para
identificação.
legislador, eventual regulamento que não traga tais garantias será ineficaz, por
ilegal. Acreditamos que, sem regulamento que cuide de tais garantias, a prática
esclarece o que deveria ser óbvio sob o prisma das garantias processuais do
devem ser submetidos ao procedimento, a qualquer tempo. Não nos parece que a
tomada dos dados genéticos possa ser classificada como sanção, pelo que não se
constitucional.
Falta grave
O § 8º expressamente prevê como falta grave a recusa ao procedimento de
coleta de dados genéticos. Trata-se de nova lei gravosa, que só pode ser aplicada
legislação pudesse ser classificada como desobediência, e, nos termos do art. 50,
VI, fosse classificada como falta grave, não teríamos faltas leves e médias, como
manda o art. 49 da LEP. Apenas com a nova lei a conduta pode ser considerada
falta grave, nos termos dos arts. 45 e 49 da LEP, que determinam respeito ao
organização do tema, foi inserido inciso no art. 50 que capitula as faltas graves,
repetindo que será considerada falta grave a de conduta de “Art. 50, VIII –
autoincriminação.
2. EXCLUSÃO DO PERFIL GENÉTICO DO BANCO DE DADOS
Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados
ocorrerá no término do prazo estabelecido em lei para a prescrição do ocorrerá: I – no caso de absolvição do acusado; ou II – no caso de
delito. condenação do acusado, mediante requerimento, após decorridos 20
(vinte) anos do cumprimento da pena. (NR)
do cumprimento da pena.
sempre identificado como autor de crime grave pela presença de seus dados no
banco de dados sobre perfis genéticos. Os dados devem ser excluídos, assim, no
dos dados.
3. REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (RDD)
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta
grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina
sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar
características: diferenciado, com as seguintes características:
I – duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de I – duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição
repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o da sanção por nova falta grave de mesma espécie; II – recolhimento
limite de um sexto da pena aplicada; II – recolhimento em cela em cela individual; III – visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por
individual; vez, a serem realizadas em instalações equipadas para impedir o
III – visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no
duração de duas horas; IV – o preso terá direito à saída da cela por 2 caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas)
horas diárias para banho de sol. horas; IV – direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que não
provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que haja contato com presos do mesmo grupo criminoso; V – entrevistas
apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em
penal ou da sociedade. instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de
§ 2º Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário; VI –
preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas fiscalização do conteúdo da correspondência; VII – participação em
suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência,
organizações criminosas, quadrilha ou bando. garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do
preso.
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos
presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros: I – que
apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento
penal ou da sociedade; II – sob os quais recaiam fundadas suspeitas
de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organização
criminosa, associação criminosa ou milícia privada,
independentemente da prática de falta grave.
§ 2º (Revogado).
RDD pela prática de falta grave que ocasiona subversão da ordem interna, e
também a amplíssima previsão do preso que gera alto risco para a ordem e
penal ou para a sociedade. Seria possível sustentar que, no inciso primeiro, assim
52, o RDD necessariamente decorre de falta grave. No § 2º, I, não haverá falta
indícios.
seu deslocamento para estados distantes daqueles nos quais o preso costumava
previsão, acreditamos que o sentenciado tem o direito de não ser levado para
primeiro, a duração inicial do RDD deixa de ser até 360 dias e passa a ser até
dois anos. Persiste a possibilidade de repetição da medida por nova falta grave
da mesma espécie, mas desaparece o limite de até 1/6 da pena aplicada: não há
essência do castigo.
Crítica
Em sua previsão original, foi muito discutida a constitucionalidade do RDD,
alguém ao isolamento, com mínimo contato com qualquer outra pessoa e raras
visitas dos entes queridos, seria tratamento desumano e cruel, proibido pela
pena, extirpado pela nova dicção legal. Assim, o sujeito condenado a 20 anos de
pena poderia permanecer a totalidade da pena (cada dia dos 20 anos) em RDD, e,
aplicada.
Visitas
A visita semanal de duas pessoas, sem contar crianças, passa a ser quinzenal,
e não faz ressalva sobre as crianças. Além disso, exige instalação equipada para
geral do art. 39 da LEP, que pode ser realizada por amigos, e fica restrita a
autorização judicial.
culpa certamente não será do condenado, mas sim do Estado), o direito não pode
ser suprimido.
estalebecimentos penais a visita tem duração ainda menor, mesmo para o preso
que não está em regime disciplinar diferenciado. O piso (mínimo) de duas horas
na duração da visita passa a ser, agora, referência do direito à visita para todo
áudio e vídeo e, com autorização judicial, poderá ser fiscalizada por agente
será gravada, mas seu conteúdo não será verificado pela autoridade até que, de
defesa, ainda que diferida. Sustentamos, ainda, que o conteúdo deve ser sempre
apuração de infração penal, nos termos da lei, pode ser transcrito e levado aos
Banho de sol
O banho de sol de duas horas diárias também ganha nova regulamentação:
permanece a duração mínima de duas horas diárias, mas é determinada sua
realização em grupos de até quatro presos, desde que evitado contato com presos
banho de sol por falta de estrutura. Se o estabelecimento não tem estrutura para
Entrevistas
O inciso V prevê que qualquer entrevista seja monitorada, ou seja,
designada e, assim como no caso das visitas, as instalações sejam equipadas para
A ressalva nos parece óbvia, mas elogiável, pois, para o correto exercício da
ampla defesa, o contato entre o indivíduo e seu patrono deve ser resguardado,
sigiloso.
Correspondência
O inciso VI esclarece que toda correspondência do preso em regime
Crítica
A Constituição Federal preserva, no art. 5º, XII, o sigilo da correspondência,
sob a não legislada e errada máxima de que “não existem direitos absolutos”,
Teleconferência
O inciso VII prevê que a participação em audiências judiciais ocorra
afastado dos grandes centros urbanos por medida de segurança. Também o alto
lembrando que tal alto risco pode ser o fundamento legal da decretação do RDD.
Críticas
A questão é tormentosa, pois de um lado viola o direito do réu de interagir
diretamente com seu acusador e com seu julgador, e o argumento sempre usado
O inciso VII conta, ainda, com outro problema: está prevista a presença de
acusado em outro.
Prorrogação do RDD
O § 4º cuida da prorrogação do Regime Disciplinar Diferenciado. Na
primeira hipótese, que é a prática de crime doloso, não há prorrogação, pois seria
Nos dois casos, se presentes indícios de que persiste o alto risco para o
ano.
Acreditamos que, apesar da literalidade da lei, que não trata de prazo de “até”
um ano, esse seria o prazo máximo, mas não há vedação para que prazo menor
seja imposto, até porque a própria pena pode ser extinta antes de tal prazo.
frisar que para cada prorrogação será necessário novo procedimento, ou seja, não
arrola critérios que devem ser ponderados pelo julgador, dentre os quais o perfil
Crítica
A principal crítica aos critérios repousa na superveniência de novos processos
criminais como critério de prorrogação, que traz nova violação à já tão
anteriores, que podem ou não dar origem a novos processos, sob pena de
destoa de sua essência e de seu lugar na Lei das Execuções Penais (art. 53 da
LEP).
pessoa da família, duas vezes por mês. Acreditamos que o número de ligações é
mínimo, assim como o período de dez minutos, e ambos podem ser ampliados a
acesso de tal gravação, mas acreditamos que deve ser aplicado analogicamente o
§ 6º, que trata do registro de áudio ou mesmo áudio e vídeo da visita, que só
condenação, basta que a conduta prevista no art. 52 da LEP tenha ocorrido após
a vigência da lei, ainda que o crime cuja pena é cumprida lhe seja anterior
4. PROGRESSÃO
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma
progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser
determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: I –
sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o
carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; II
as normas que vedam a progressão. – 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em
crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; III – 25%
(vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime
tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; IV –
30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime
cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; V – 40%
(quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática
de crime hediondo ou equiparado, se for primário; VI – 50%
(cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: a) condenado pela
prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for
primário, vedado o livramento condicional; b) condenado por exercer
o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa
estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou c)
condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;
VII – 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente
na prática de crime hediondo ou equiparado; VIII – 70% (setenta por
cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou
equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional.
§ 1º A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do § 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de
Ministério Público e do defensor. regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor
§ 2º Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será
previstos nas normas vigentes.
sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público
§ ٣º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por e do defensor, procedimento que também será adotado na concessão
crianças ou pessoas com deficiência, os requisitos para progressão de de livramento condicional, indulto e comutação de penas,
regime são, cumulativamente: I – não ter cometido crime com respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.
violência ou grave ameaça a pessoa; II – não ter cometido o crime
contra seu filho ou dependente; III – ter cumprido ao menos 1/8 (um § 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste
oitavo) da pena no regime anterior; IV – ser primária e ter bom artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei
comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do n. 11.343, de 23 de agosto de 2006.
estabelecimento; V – não ter integrado organização criminosa; § 4º O § 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena
cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a privativa de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da
revogação do benefício previsto no § 3º deste artigo. progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o
reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena
remanescente.
pena. A regra do cálculo por frações foi substituída pelo cálculo em variadas
percentagens, que certamente trará ainda mais dificuldade para a operação diária
e, sem dúvida, para a compreensão, por parte do condenado, dos exatos termos
de sua pena.
A regra de 1/6 para crimes comuns, e 2/5 ou 3/5 para condenados por crimes
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o livramento condicional; b) 50%
condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou
equiparado; ou c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;
Reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional 70%
pessoa, é interessante notar que houve nova lei benéfica, ainda que a diferença
seja, em regra, irrisória. É que o antigo marco exigido para os crimes comuns,
1/6, equivale a 16,6% da pena, e o novo lapso exigido será de 16%. Por se tratar
de nova lei benéfica, deve ser imediatamente aplicada mesmo aos crimes
sem violência ou grave ameaça à pessoa, surge desde logo polêmica derivada
o primeiro como o segundo crime devem ter sido praticados sem violência ou
violência ou grave ameaça. Resta a pergunta: qual o prazo necessário para aquele
que já foi condenado por crime com violência ou grave ameaça e, agora, é
20%. Não há previsão legal que permita exigir prazo maior, ainda que fundada
art. 83 do Código Penal, há previsão expressa na lei sobre o primário com bons
reincidente em crime doloso, que teria de cumprir 1/2 da pena para obter o
benefício, mas a lei não expressa qual seria o tempo de pena necessário para o
2/5, mas tal exigência foi descartada pelos tribunais superiores em homenagem à
exige o lapso de 25% da pena. Trata-se de lei gravosa, só aplicada aos fatos
pessoa, a lei prevê lapso de 30%. Trata-se também de lei penal gravosa, só
Mais uma vez, a polêmica está instalada, dada a má técnica legislativa: a lei
à pessoa para o lapso de 30%. E se o réu já foi condenado por crime sem
violência ou grave ameaça à pessoa (furto, por exemplo), e ora é condenado por
crime com violência ou grave ameaça à pessoa (roubo, por exemplo)? Mais uma
referido, e, mais uma vez, na ausência de previsão legal intermediária, que trate
especificamente do caso do condenado por crime anterior sem violência que ora
é condenado por crime violento, a previsão legal expressa menos restritiva deve
primário, será de 40%, ou seja, idêntico ao previsto na lei anterior, que trazia a
antiga legislação, era prevista a fração de 3/5 da pena para todo condenado por
caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o
seja, qualquer reincidência seria suficiente. A nova redação do art. 112 da LEP,
por outro lado, exige uma reincidência qualificada, ou, nos termos legais,
persiste o mesmo, de 60%, equivalente aos 3/5 da antiga lei. Para o condenado
por crime hediondo que é reincidente, mas cuja condenação anterior se deu por
crime não hediondo, deve ser reconhecida nova lei benéfica, com exigência de
mas reincidente em crime comum – não encontra previsão específica na nova lei,
sentido que o sujeito condenado por mera lesão culposa ou furto privilegiado
A nova lei traz, ainda, novo marco de metade da pena (50%) para o
primário o réu. Trata-se de nova lei gravosa, só aplicada aos fatos praticados
jurisdição. Não pode ser descoberta ou inovada pelo juiz das execuções, a quem
passa a ser, pela mesma Lei n. 13.964/2019, crime hediondo, sujeito aos marcos
que cumprir 40% da pena, mas pela previsão especial terá que cumprir mais, ou
que pela regra da progressão em crimes hediondos teria que cumprir 60%, mas
pela redação do inciso VI, b, que é especial, terá que cumprir apenas metade
(50%) da pena.
mero integrante teria que cumprir 40% se não reincidente específico e 60% se
crimes hediondos.
A lei prevê, também, o marco de 50% da pena para o condenado pelo crime
morte, a fração exigida será de 70%. Mais uma vez, a literalidade do dispositivo
requisito temporal de 70%: deve ter condenação anterior por crime hediondo
com resultado morte apta a gerar reincidência, e ora cumprir pena por novo
crime hediondo com resultado morte. Se o crime anterior foi comum, não
comum aos crimes hediondos com resultado morte para o réu não reincidente
específico. Nesse sentido, o STJ: Ocorre que a atual redação do art. 112 revela
que a situação ora em exame (condenado por crime hediondo com resultado
morte, reincidente não específico) não foi contemplada na lei nova. Nessa
hipótese, diante da ausência de previsão legal, o julgador deve integrar a norma
cometida falta grave (HC 581315/PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior).
com deficiência, desde que cumprido o requisito temporal de 1/8 da pena, além
das partes (MP e Defesa), e que o mesmo procedimento contraditório deve ser
art. 112 da LEP, ou seja, para progressão. É verdade que o STF já pacificou que
contrariava o art. 45 da LEP e o art. 5º, XXXIX, da CF. O castigo ora ganha
previsão legal.
contravenções penais deve seguir o menor lapso previsto na lei, que é de 16%.
5. VEDAÇÃO DE PROGRESSÃO
§ 2º Esta Lei se aplica também: I – às infrações penais previstas em § 2º Esta Lei se aplica também: I – às infrações penais previstas em
tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no
País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou
reciprocamente; reciprocamente;
II – às organizações terroristas internacionais, reconhecidas segundo II – às organizações terroristas internacionais, reconhecidas segundo
as normas de direito internacional, por foro do qual o Brasil faça as normas de direito internacional, por foro do qual o Brasil faça
parte, cujos atos de suporte ao terrorismo, bem como os atos parte, cujos atos de suporte ao terrorismo, bem como os atos
preparatórios ou de execução de atos terroristas, ocorram ou possam preparatórios ou de execução de atos terroristas, ocorram ou possam
ocorrer em território nacional. ocorrer em território nacional.
II – às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas II – às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas
para a prática dos atos de terrorismo legalmente definidos. (Redação para a prática dos atos de terrorismo legalmente definidos. (Redação
dada pela Lei n. 13.260, de 2016) Art. 2º Promover, constituir, dada pela Lei n. 13.260, de 2016) Art. 2º Promover, constituir,
financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa,
organização criminosa: Pena – Reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e organização criminosa: Pena – Reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações
penais praticadas. penais praticadas.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, § 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma,
embaraça a investigação de infração penal que envolva organização embaraça a investigação de infração penal que envolva organização
criminosa. criminosa.
§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na atuação da § 2º As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização
organização criminosa houver emprego de arma de fogo. criminosa houver emprego de arma de fogo.
§ 3º A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou § 3º A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou
coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique
pessoalmente atos de execução. pessoalmente atos de execução.
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços): I – se § 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços): I – se
há participação de criança ou adolescente; II – se há concurso de há participação de criança ou adolescente; II – se há concurso de
funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa
condição para a prática de infração penal; III – se o produto ou condição para a prática de infração penal; III – se o produto ou
proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao
exterior; exterior;
IV – se a organização criminosa mantém conexão com outras IV – se a organização criminosa mantém conexão com outras
organizações criminosas independentes; V – se as circunstâncias do organizações criminosas independentes; V – se as circunstâncias do
fato evidenciarem a transnacionalidade da organização. fato evidenciarem a transnacionalidade da organização.
§ 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público § 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público
integra organização criminosa, poderá o juiz determinar seu integra organização criminosa, poderá o juiz determinar seu
afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação ou remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação ou
instrução processual. instrução processual.
§ 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário § 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário
público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a
interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de
8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena. 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.
§ 7º Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que § 7º Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que
trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e
comunicará ao Ministério Público, que designará membro para comunicará ao Ministério Público, que designará membro para
acompanhar o feito até a sua conclusão. acompanhar o feito até a sua conclusão.
§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que
tenham armas à disposição deverão iniciar o cumprimento da pena
em estabelecimentos penais de segurança máxima.
§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar
organização criminosa ou por crime praticado por meio de
organização criminosa não poderá progredir de regime de
cumprimento de pena ou obter livramento condicional ou outros
benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem
a manutenção do vínculo associativo. (NR)
A lei de organizações criminosas (Lei n. 12.850/2013) também sofre
associativo criminoso.
execuções criminais.
produção de provas e o duplo grau de jurisdição. Não deve o juízo das execuções
segurança máxima seria uma nova lei gravosa? Acreditamos que não. Ainda que
que deve ser maximizado em toda oportunidade, não havia, aqui, um direito
(art. 33 § 1º, a). Assim, mesmo na vigência da antiga redação, não havia um
início do cumprimento da pena, não é possível dizer que a nova lei é gravosa,
permitindo concluir que poderá ser aplicada também para fatos praticados
anteriores à sua vigência.
associativo.
Acreditamos que, por se tratar de lei penal restritiva de direitos, deveria respeitar
crime, que nos termos do art. 52 da LEP configura falta grave, o que seria
policial pela prática de crime. Não faz sentido que sirva apenas como elemento
oficiosidade.
pelo que só pode ser aplicado para crimes praticados a partir da vigência da lei.
progressão e o livramento.
Crítica
A principal crítica à reforma na Lei das Execuções Penais é o inconsequente
pela próxima gestão) sobre gastos e recursos necessários para atender à nova
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto
poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento,
sem vigilância direta, nos seguintes casos: I – visita à família; sem vigilância direta, nos seguintes casos: I – visita à família;
II – frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de II – frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de
instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução; instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;
III – participação em atividades que concorram para o retorno ao III – participação em atividades que concorram para o retorno ao
convívio social. convívio social.
Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a § 1º A ausência de vigilância direta não impede a utilização de
utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando
quando assim determinar o juiz da execução. assim determinar o juiz da execução.
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste
artigo o condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo
com resultado morte.
resultado morte. Ainda que cumpridos todos os demais requisitos do art. 122 da
LEP, o condenado por crime hediondo com resultado morte não terá direito à
saída temporária.
vigência.
escandalosas na imprensa, em dias festivos como dias dos pais e das mães, com
beneficiados pela saída temporária. Aliás, certamente foram tais matérias que
nova lei desde que o pedido de saída temporária seja posterior a 23 de janeiro de
admitindo o tempus regit actum, o que é um equívoco. Vale retomar que a saída
mas sim de pena, que é essência e concretização do poder penal do Estado, e que
por tal razão deve ser submetida à anterioridade constitucional (art 5o, XL da
CF).
Crítica
A lei prevê que o cumprimento da pena em regime semiaberto será realizado
temporária. Vedada a saída temporária, como faz a presente lei para o condenado
por crime hediondo com resultado morte, o sentenciado poderá não sentir
hediondo com resultado morte durante a saída temporária, a mudança tem índole
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada
pela Lei n. 13.654, de 2018) I – (revogado); (Redação dada pela Lei pela Lei n. 13.654, de 2018) I – (revogado); (Redação dada pela Lei
n. 13.654, de 2018) II – se há o concurso de duas ou mais pessoas; III n. 13.654, de 2018) II – se há o concurso de duas ou mais pessoas; III
– se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente
conhece tal circunstância; IV – se a subtração for de veículo conhece tal circunstância; IV – se a subtração for de veículo
automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o
exterior; (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996) V – se o agente exterior; (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996) V – se o agente
mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade; (Incluído mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído
pela Lei n. 9.426, de 1996) VI – se a subtração for de substâncias pela Lei n. 9.426, de 1996) VI – se a subtração for de substâncias
explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela
Lei n. 13.654, de 2018) Lei n. 13.654, de 2018) VII – se a violência ou grave ameaça é
exercida com emprego de arma branca;
abarcada pelo disposto no art. 157, § 2º, I, que fazia menção vagamente à arma,
tal inciso e restringiu a majorante à arma de fogo. Diante disso, houve naquele
momento novatio legis in mellius e, portanto, nos casos envolvendo arma branca,
Tribunal de Justiça.
ambos os aumentos?
O art. 68, parágrafo único, do Código Penal repete norma existente no art. 50,
diminua.
Importante para que se aplique a norma de modo racional observar sua ratio.
que a norma existe para evitar consequências insustentáveis1, contudo, não mais
tema, estatui que se não houvesse esta norma, as circunstâncias produziriam tão
proporcionalidade2.
Observando-se o léxico em sua forma literal, pode-se dizer que há aqui maior
Federal são no sentido de que o art. 68, parágrafo único, do Código Penal, não
exige que o juiz aplique uma única causa de aumento da parte especial do
Código Penal quando estiver diante de concurso de majorantes, mas que sempre
por meio de fração, nada impede que se aplique uma sobre a outra.
uma delas, não havendo espaço para que sejam deslocadas para outra fase.
portanto, deve-se neste caso optar somente pelo maior aumento, devendo ser
sido empregada arma branca, vez que praticado após o advento da Lei n.
tempo.
2. § 2º-B CAUSA DE AUMENTO SE O ROUBO É PRATICADO COM
EMPREGO DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO OU PROIBIDO
[...] [...]
Sem correspondência § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de
arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena
prevista no caput deste artigo.
(vis corporais) ou a grave ameaça (vis compulsiva) for praticada com emprego
de arma de fogo de uso restrito ou proibido. Destarte, não basta o simples porte
Por apenas tratar a majorante de arma de uso restrito ou proibido, não incide
tais situações para fins do crime do Estatuto do Desarmamento não permite que
que era despicienda a apreensão da arma de fogo, desde que a prova oral, em
passagem –, e passaria o acusado a ter que provar que não foi usada arma de
roubo, encontra mais um inconveniente, qual seja, a de o tipo exigir que a arma
como pode a simples prova oral, seja pela vítima (caso sobreviva) ou por
testemunha, suprir referida prova.
ilegal de arma de fogo de uso restrito ou proibido, entendemos que há, a priori,
consunção, de modo que o delito aqui analisado absorve o delito da lei especial,
Por exemplo, se o sujeito após o roubo mantém por dias a arma em seu poder,
responderá também pelo delito de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito ou
roubo.
306.450/SP), o que nos leva a crer que, caso a Corte seja coerente, também
[...] [...]
Sem correspondência § 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima
for: I – a Administração Pública, direta ou indireta; II – criança ou
adolescente; III – pessoa com deficiência mental; ou IV – maior de
70 (setenta) anos de idade ou incapaz.
da vítima.
Indireta. Abrange, portanto, o estelionato, que tem como sujeito passivo um dos
incompletos.
No que tange à idade, não nos parece adequada a margem adotada, qual seja,
Ainda abarca a exceção a vítima incapaz. Aqui nos referimos aos valores do
rol de incapazes dos arts. 3º e 4º do Código Civil. Quanto ao art. 3º, não há nada
abarca os absolutamente incapazes. No que tange ao art. 4º, estamos a falar dos
ébrios habituais, dos viciados em tóxicos, dos que não podem por causa
Lei n. 9.099/1995.
Desse modo, de rigor analisar se referido artigo pode ser aplicado por
pré-processual até a fase recursal e após o trânsito em julgado, e que não estejam
dentre as exceções que mantêm a ação penal pública incondicionada, por óbvio,
feito estiver na fase policial. Desse modo, a mudança legislativa não alcançará os
aplicação do novo entendimento aos processos em curso, tem-se que seus efeitos
187342; 13/10/2020).
foi oferecida, não mais seria possível exigir a representação, com base em dois
XXXVI, ao estabelecer que a lei não prejudicará o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada, traz norma que busca estabelecer segurança jurídica,
mas que não se aplica especificamente ao Direito Penal, pois caso fosse assim, e
art. 2o, parágrafo único do Código Penal, que estabelece que a lei penal retroage
artigo constitucional citado), seria tido por não recepcionado pela Constituição
específico do Direito Penal no que tange à lei no tempo que optou por privilegiar
Constituição Federal.
O uso de expressões, de formas per si, destoa de sua real finalidade. Forma é
nos crimes contra a Dignidade Sexual, hipótese em que se entendeu pela não
retroatividade da norma.
o qual preceitua que a norma penal benéfica se aplica inclusive para fatos
Observação: Houve ainda outro julgado da Segunda Turma do STF que não
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida: Pena – Reclusão, de dois a oito anos, e multa. vantagem indevida: Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
multa.
Crítica
A alteração pontual demonstra novamente o prejuízo advindo da mudança
inexistente harmonia do dispositivo, que traz problemas desde 1990, quando, por
para três anos, enquanto a modalidade qualificada tem pena mínima de dois
anos, sendo desarrazoado que esta tenha pena mínima inferior à modalidade do §
[...] [...]
§ 2º Se o homicídio é cometido: I – mediante paga ou promessa de § 2º Se o homicídio é cometido: I – mediante paga ou promessa de
recompensa, ou por outro motivo torpe; II – por motivo fútil; III – recompensa, ou por outro motivo torpe; II – por motivo fútil; III –
com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV – meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV –
à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso
que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V – para que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V – para
assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime: Pena – Reclusão, de doze a trinta anos. outro crime: Pena – Reclusão, de doze a trinta anos.
Feminicídio (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015) VI – contra a Feminicídio (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015) VI – contra a
mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei n.
n. 13.104, de 2015) VII – contra autoridade ou agente descrito nos 13.104, de 2015) VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts.
arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído
(Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015) Pena – Reclusão, de doze a pela Lei n. 13.142, de 2015) VIII – com emprego de arma de fogo de
trinta anos. uso restrito ou proibido Pena – Reclusão, de doze a trinta anos.
Razões do veto:
Crítica
O veto pretende ser jurídico e se sustenta na suposta desproporcionalidade e
armas de uso restrito ou proibido no exercício da função e têm porte para tanto
públicos têm o porte, este é legal e, dessa forma, não incidirá a qualificadora, ou
importante ser o sujeito ativo agente público, até porque referida qualificadora
não exige característica especial do sujeito ativo. Nota-se que o veto não faz o
prática do crime.
que não, pois a lei exige que se trate de arma de fogo e, portanto, deve ser usada
como tal, valendo-se de sua função precípua, caso contrário estar-se-ia
punição com mais rigor se deve ao maior poder lesivo de referidas armas de
dispositivo.
tais situações para fins do crime do Estatuto do Desarmamento não permite que
qualificadora.
qualificado” ou híbrido.
antes da mudança operada pela Lei n. 13.654/2018, já havia sedimentado que era
passagem –, e passaria o acusado a ter que provar que não foi usada arma de
roubo, a esse crime encontra mais um inconveniente, qual seja, a de o tipo exigir
como pode a simples prova oral, seja pela vítima (caso sobreviva) ou por
como se observa no art. 16, § 2º, da Lei n. 10.826/2003, com a redação operada
Estatuto do Desarmamento.
vedado.
ilegal de arma de fogo de uso restrito ou proibido, entendemos que há, a priori,
dias a arma em seu poder, responderá também pelo delito de porte ilegal de arma
de fogo de uso restrito ou proibido, pois nesse caso o porte ilegal transcendeu o
[...] [...]
Parágrafo único. Se o crime é cometido mediante paga ou promessa § 1 º Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de
de recompensa, aplica-se a pena em dobro. recompensa, aplica-se a pena em dobro.
§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades
das redes sociais da rede mundial de computadores, aplica-se em
triplo a pena.
Razões de veto:
A propositura legislativa, ao promover o incremento da pena no triplo quando o crime for cometido ou
divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores, viola o
princípio da proporcionalidade entre o tipo penal descrito e a pena cominada, notadamente se
considerarmos a existência da legislação atual, que já tutela suficientemente os interesses protegidos
pelo Projeto, ao permitir o agravamento da pena em um terço na hipótese de qualquer dos crimes contra
a honra ser cometido por meio que facilite a sua divulgação. Ademais, a substituição da lavratura de
termo circunstanciado nesses crimes, em razão de a pena máxima ser superior a dois anos, pela
necessária abertura de inquérito policial, ensejaria, por conseguinte, superlotação das delegacias, e,
com isso, redução do tempo e da força de trabalho para se dedicar ao combate de crimes graves, tais
como homicídio e latrocínio.
nesse ambiente já enseja ou aumento, ou tal deve se dar por meio de mensagem
opção. No entanto, a interpretação literal por vezes gera absurdos lógicos que
Críticas
Sustentou-se também que o agravamento faria com que os delitos deixassem
crimes contra a honra. Conclui-se que isso geraria uma superlotação sem uma
análise mais apurada das consequências práticas, o que denota a forma relapsa
1 LYRA, Roberto. Comentários ao Código Penal. Rio de Janeiro: Edição Revista Forense, 1942. v. II, p.
353.
2 BOSCHI, José Antonio Paganella. Das penas e seus critérios de aplicação. 8. ed. Porto Alegre: Livraria do
de janeiro de 2020, o Ministro Luiz Fux suspendeu a eficácia, sine die, dos arts.
3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 3º-E e 3º-F do Código de Processo Penal (implantação do
iudicis, actoris et rei) propicia dois aspectos que são fundamentais para a
principalmente).
discurso de que “as formalidades são estéreis e servem apenas para gerar
impunidade”).
pode ser um mero “expectador de pedra”, pois, “oposto aos inimigos ocultos,
que o mundo não termine devorado pelo diabo; se fosse neutro, seria cúmplice
salus publica suprema lex est. Nasceu assim a persecução penal pública
punitivo do Estado: a punição não mais poderia ser imposta de qualquer forma
(busca da verdade real, inclusive com o emprego da tortura), mas por meio de
Franco Cordero esclarece que as “regras do jogo” são tudo (seria um abuso
Jorge de Figueiredo Dias observa que “o indivíduo não pode ser abandonado
armado com o seu direito de defesa e com as suas garantias individuais. Deste
modo o direito processual penal torna-se em uma ordenação limitadora do poder
seu exercício”12.
principalmente).
(contraditório) no processo.
propositura da ação penal seja provocada por sujeito diverso do juiz); contudo,
interna: haveria apenas uma forma acusatória (na aparência), com um princípio
investigação judicial).
de 1941, da era autoritária, naquilo que nele é central, tal seja, a filosofia de que
República de 1988”16.
especificados.
fase de investigação; e
b) proibição da substituição da atuação probatória do órgão de acusação – em
qualquer fase da persecução penal (investigação criminal e processo
penal).
Assim, de acordo com a redação dos arts. 282, §§ 2º e 4º, e 311, ambos do
Cabe salientar que a atuação judicial ex officio seria admitida apenas para
quando verificada a falta de motivo para que subsista (arts. 282, § 5º, primeira
Por identidade de motivos, a atuação judicial ex officio foi admitida para efeito da revisão nonagesimal
a respeito da necessidade de manutenção da prisão preventiva (art. 316, parágrafo único, do CPP19),
pois tal revisão busca precisamente aferir as possibilidades de sua revogação ou substituição por
medida cautelar pessoal diversa da prisão (arts. 319 e 320 do CPP).
que a justifiquem (arts. 282, § 5º, in fine, e 316, caput, in fine, ambos do CPP), a
contrario sensu e de acordo com a regra geral do art. 3º-A do CPP, dependeria de
verdadeiramente acusatório.
probatória, é a gestão da prova e a forma pela qual ela é realizada que identifica
pela visão que tem do fato (hipótese), o juiz poderia, com ampla liberdade de
atuação (gestor ou senhor da prova), sair em busca das provas que demonstram a
“sua” hipótese, orientando o resultado do processo para a direção que deseja.
antes (escolhe a sua hipótese) e, depois, busca a prova adequada para (apenas)
pois o juiz tem amplos poderes para buscar a (sua) verdade (gestor e senhor da
processo se torna um jogo de cartas marcadas, que estão todas nas mãos do juiz);
perícia cuja realização tenha sido requerida pelas partes (arts. 176, 177,
atuação probatória do órgão de acusação não significa que ao juiz seja permitida
CF) e de sua consequente regra de julgamento (in dubio pro reo): se houver
revogou tacitamente os seguintes dispositivos legais: 1. CPP, art. 5º, II, na parte
juiz tomar conhecimento de infração penal de ação penal pública, deve remeter
Sem correspondência Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da
legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos
individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do
Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: I – receber a
comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput
do art. 5º da Constituição Federal; II – receber o auto da prisão em
flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o
disposto no art. 310 deste Código; III – zelar pela observância dos
direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua
presença, a qualquer tempo; IV – ser informado sobre a instauração
de qualquer investigação criminal; V – decidir sobre o requerimento
de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto
no § 1º deste artigo; VI – prorrogar a prisão provisória ou outra
medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, assegurado,
no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e
oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação especial
pertinente;
de janeiro de 2020, o Ministro Luiz Fux suspendeu a eficácia, sine die, dos arts.
3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 3º-E e 3º-F do Código de Processo Penal (implantação do
De acordo com o art. 3º-B, caput, o juiz das garantias deve ser responsável
Poder Judiciário.
CIVIL.
1. Lei n. 9.034/1995. Superveniência da Lei Complementar n. 105/01. Revogação da disciplina contida
na legislação antecedente em relação aos sigilos bancário e financeiro na apuração das ações praticadas
por organizações criminosas. Ação prejudicada, quanto aos procedimentos que incidem sobre o acesso
a dados, documentos e informações bancárias e financeiras.
2. Busca e apreensão de documentos relacionados ao pedido de quebra de sigilo realizadas
pessoalmente pelo magistrado. Comprometimento do princípio da imparcialidade e consequente
violação ao devido processo legal.
3. Funções de investigador e inquisidor. Atribuições conferidas ao Ministério Público e às Polícias
Federal e Civil (CF, artigo 129, I e VIII e § 2º; e 144, § 1º, I e IV, e § 4º). A realização de inquérito é
função que a Constituição reserva à polícia. Precedentes. Ação julgada procedente, em parte. (STF,
Tribunal Pleno, ADI 1.570, Rel. Min. Maurício Corrêa, j. 12.02.2004, DJ 22.10.2004).
O juiz das garantias não se confunde com o “juiz de instrução” francês (em
mesmo deve ser observado, com muito mais razão, na fase pré-processual, onde,
do CPP), o juiz das garantias, adotado nos arts. 3º-B a 3º-F do CPP, deve
(ii) a salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à
autorização prévia do Poder Judiciário (medidas cautelares que implicam
do art. 399 do CPP (art. 3º-C, caput, do CPP), sendo então a competência
seus incidentes não sejam apensados aos autos do processo: a separação física
ação penal, propiciando justa causa para a propositura de eventual ação penal
objetivo (material objeto de valoração judicial): (i) na primeira, atua o juiz das
provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado (art. 3º-C, § 3º,
magistratura (art. 95, caput e parágrafo único, da CF), que buscam evitar
Costa Rica – Decreto n. 678/1992) contempla, em seu art. 8º, n. 1, como garantia
judicial, a de toda pessoa ter direito a ser ouvida, com as devidas garantias e
penal formulada contra ela. Em igual sentido, o art. 14.1 do Pacto Internacional
parcialidade, inclusive inversa (julgar o acusado com maior rigor, pelo fato de
juiz das garantias funcionar no processo (art. 3º-D, caput, do CPP): um juiz que,
Esse juiz, como ser humano comum (cujas experiências eliminam a utopia de
defensivos posteriores e seria uma ilusão supor que formaria a sua convicção
investigação criminal.
Em tal contexto, percebe-se a importância da figura do juiz das garantias para
se o juiz, qualquer que seja ele, não estiver desde logo psicologicamente
envolvido com uma das versões em jogo. Por isso, a acusatoriedade real depende
admitir que a sua tarefa mais importante, decidir a causa, é fruto de uma
um observador isento (fair minded). Por isso, o direito inglês realça que “a
Justiça deve não apenas ser feita, mas deve ser manifesta e indubitavelmente ser
no trato com os sujeitos processuais (arts. 139, I, e 360, IV, do CPC, c.c. o art. 3º
ser realizada pela autoridade policial a quem foi apresentada a pessoa presa
policial (art. 304 do CPP), disciplinada no art. 306, § 1º, do CPP: “Em até 24
III – zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que
criminis a respeito de crime de tortura que teria sido praticado contra a pessoa
presa.
Em sede de prisão temporária, o art. 2º, § 3º, da Lei n. 7.960/1989, estabelece
investigado).
preventiva (art. 311 do CPP), bem como de outras medidas cautelares pessoais
prisão temporária, por se tratar de prisão decretada com prazo determinado (art.
2º, caput, da Lei n. 7.960/1989, e art. 2º, § 4º, da Lei n. 8.072/1990), caso em
outras medidas cautelares pessoais diversas da prisão (arts. 282, § 5º, e 316 do
não repetíveis encontra previsão nos arts. 225 (prova testemunhal) e 366
(suspensão do processo pela revelia do acusado citado por edital), ambos do CPP
que possível, deve ser realizado uma única vez, em sede de produção antecipada
investigado ou acusado.
prorrogação do prazo de duração do inquérito policial, uma única vez, por até 15
investigado, permanece aquele de 10 dias (art. 10, caput, do CPP), sendo agora
admitida uma prorrogação, por até 15 dias (cabe ao juiz das garantias estabelecer
concluída, a prisão deve ser imediatamente relaxada (art. 3º-B, § 2º, in fine, do
CPP).
CF), não houve alteração: o prazo para conclusão do inquérito policial, estando
contida no art. 66, caput, da Lei n. 5.010/66, podendo ser prorrogado por mais
dias, de acordo com a norma especial contida no art. 51, caput, da Lei n.
da CF).
domiciliar;
do investigado.
no art. 399 do CPP (art. 3º-C, caput e § 1º, do CPP) –, compete ao juiz das
autônoma de impugnação.
no art. 399 do CPP (art. 3º-C, caput e § 1º, do CPP) –, compete ao juiz das
apreciação das causas legais de rejeição liminar da denúncia ou queixa (art. 395
liminar (art. 395 do CPP) e de absolvição sumária (art. 397 do CPP), por serem
ser apreciadas pelo juiz das garantias, para evitar que o “juiz da instrução e
seria mais apropriado que o recebimento ou a rejeição da denúncia ou queixa fosse ato processual da
competência do próprio juiz de garantias, visto que ele já estará em contato com os elementos
indiciários produzidos na fase pré-processual, com o que se estará afastando qualquer necessidade de o
juiz da instrução processual manter contato com o material informativo que compõe o inquérito
policial, exceto quando para tomar conhecimento das provas ditas irrepetíveis, como são os laudos
periciais, em geral. Com efeito, se o objetivo é afastar o juiz do contato com a investigação preliminar,
então outro caminho não resta que deixar a decisão sobre o início do processo penal a cargo do próprio
juiz de garantias, como, a propósito, disciplina o Código de Processo Penal de Portugal, antes referido.
No ponto, destacamos que o Projeto de Lei n. 156/2009 propõe que a decisão de recebimento ou
rejeição da acusação seja proferida após a resposta do acusado, impondo ao magistrado verificar ser
ou não caso de absolvê-lo sumariamente ou de declarar a extinção da sua punibilidade, o que, por
óbvio, implica um atento exame de mérito43.
petição inicial (art. 395 do CPP), a citação do acusado (art. 396, caput, do CPP),
momento em que cessa a competência funcional do juiz das garantias (art. 3º-C,
autos do processo pelo “juiz da instrução e julgamento” (art. 3º-C, § 3º, do CPP),
que agora assume competência funcional para a realização da audiência de
A interrupção do curso da prescrição penal (art. 117, I, do CP) ocorre agora com a decisão de
recebimento da denúncia ou queixa estabelecida no art. 399, caput, do CPP.
Tal posição, no entanto, enfrenta uma objeção frequente por parte daqueles
que costumam resistir aos novos ares: como se poderia conceber uma decisão de
absolvição antes da instauração formal da ação penal? Demonstraremos, a
de função, por que não poderia ser admitida a mesma possibilidade para os
acusados em geral?
decisão preliminar baseia-se nas provas colhidas no sumário. Nos processos das
com base em prova colhida antes da instrução criminal, desde que plena e
indiscutível, pois não é outra coisa o que consagram os arts. 514-516 do Código,
instauração formal da ação penal (art. 396, caput, do CPP), tal como sucede no
Diante de tais considerações, entendemos que os arts. 3º-B, inciso XIV, e 3º-
desempenhada.
produção da perícia.
indicação de assistente técnico, que atuaria a partir de sua admissão pelo juiz e
pelos peritos.
Em processo civil, o assistente técnico pode acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos do perito e,
para tanto, o art. 474 do CPC estabelece que “as partes terão ciência da data e do local designados pelo
juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova”, devendo ainda o perito “assegurar
aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com
prévia comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 dias” (art. 466, § 2º, do
CPC).
juiz das garantias comunicar a autoridade policial, a fim de que, nas perícias a
serem realizadas, seja observado o disposto nos arts. 466, § 2º, e 474 do CPC,
aplicados por analogia (art. 3º do CPP): o perito deve assegurar aos assistentes
persecução penal (art. 28-A do CPP) ou de colaboração premiada (art. 4º, § 7º,
3º-B do CPP.
O inciso XVIII apresenta uma cláusula genérica de encerramento, que
permite a abertura das competências do juiz das garantias para outras matérias
(arts. 3º, IV, e 5º, parágrafo único, da Lei n. 12.037/2009, entre outras medidas
Sem correspondência Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as
infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com
o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste
Código.
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão
decididas pelo juiz da instrução e julgamento.
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o
juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia
ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares
em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias.
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das
garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição
do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos
do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados
os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção
de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos
para apensamento em apartado.
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados
na secretaria do juízo das garantias.
de janeiro de 2020, o Ministro Luiz Fux suspendeu a eficácia, sine die, dos arts.
3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 3º-E e 3º-F do Código de Processo Penal (implantação do
do julgador.
apreciação das causas legais de rejeição liminar da denúncia ou queixa (art. 395
liminar (art. 395 do CPP) e de absolvição sumária (art. 397 do CPP), por serem
ser apreciadas pelo juiz das garantias, para evitar que o “juiz da instrução e
aquela contida no art. 399 do CPP (arts. 3º-B, XIV, e 3º-C, caput, do CPP),
(i) decidir as questões pendentes (art. 3º-C, § 1º, do CPP); (ii) reexaminar a
necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 dias
(art. 3º-C, § 2º, do CPP); e (iii) a designação e realização da audiência de
instrução e julgamento (arts. 400 a 405 do CPP), proferindo ainda
sentença, em face da vinculação gerada pela regra da identidade física do
julgador (art. 399, § 2º, do CPP).
reapreciar aquelas cuja decretação haja sido indeferida pelo juiz das garantias –
medida.
André Machado Maya, contudo, adverte ser “preciso estabelecer um ponto de
deve ser feito a partir da moldura fática estabelecida na decisão proferida pelo
juiz das garantias, de modo similar ao que se procede nos recursos especial e
como definidos na decisão impugnada), mas não o seu mero reexame (contato
pode ser aferido por meio da motivação contida na decisão do juiz das garantias,
da ordem pública (art. 312, caput, do CPP), porque o juiz das garantias motivou
de fato novo.
disposição do Ministério Público e da defesa (art. 3º-C, § 4º, do CPP), não sendo
in fine, do CPP).
O art. 3o-C, § 3o, do CPP, ao determinar a separação física dos autos da investigação criminal (e de
seus incidentes), revogou tacitamente o disposto no art. 12 do CPP58.
não mais “carrega o peso” das informações colhidas na fase preliminar, sendo
da instrução e julgamento.
valoração judicial): (i) na primeira, atua o juiz das garantias e são valorados os
que formarão a ação penal (pode-se dizer que há uma comunhão de ‘bases
tábua de salvação do sistema, fato é que sua adoção ajudaria em muito, pelo
155, caput, do CPP, que, a contrario sensu, permitia ao juiz fundamentar sua
investigação.
C, § 3o, c.c. o art. 155, caput, in fine, ambos do CPP): nenhum outro elemento
violação das garantias do contraditório e da ampla defesa (art. 5o, LV, da CF).
testemunhas.
recursos a ela inerentes (art. 5o, LV, da CF), impõem o reconhecimento dessa
Sem correspondência Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato
incluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará
impedido de funcionar no processo.
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os
tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de
atender às disposições deste Capítulo.
de janeiro de 2020, o Ministro Luiz Fux suspendeu a eficácia, sine die, dos arts.
3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 3º-E e 3º-F do Código de Processo Penal (implantação do
denúncia ou queixa, na forma do art. 399 do CPP (art. 3º-C, caput, do CPP),
Cordero64).
arts. 4º e 5º do CPP deve ser entendida como aos arts. 3º-B e 3º-C, caput, do
garantias).
queixa), porquanto anterior ao processo (arts. 3º-B, XIV, e 3º-C, caput, do CPP).
Assim, o impedimento de funcionar no processo incide logicamente para o
juiz das garantias que, na fase de admissibilidade da acusação (arts. 395 a 399 do
criminal.
caput, do CPP) pode ainda ser inferido do disposto no art. 252, III, do CPP, que
sobre a questão”.
O fato de o juiz das garantias haver exercido competência funcional nas fases
(instrução e julgamento).
Com efeito, o impedimento gerado pelo fato de haver “funcionado como juiz
de outra instância” não deve abranger apenas a competência funcional por graus
de jurisdição (hierárquica ou recursal, no plano vertical), mas igualmente a
O STF reconheceu que o impedimento de funcionar em “outra instância” (art. 252, III, do CPP)
alcançaria a esfera administrativa66 (plano horizontal), por comprometer a imparcialidade objetiva67, e
não apenas outro grau de jurisdição (plano vertical).
caput, do CPP) pode igualmente ser haurido do disposto no art. 449, inciso III,
quando o legislador não permite ser jurado alguém que manifestou prévia disposição para condenar ou
para absolver, está fixando na lei um parâmetro normativo para a verificação da imparcialidade de
quem julga, não somente do jurado. Em suma, consagrar a regra de que o julgador não pode, antes de
decidir sobre a acusação, antecipar o seu julgamento, pois este somente poderá derivar do conjunto
probatório a ser ainda produzido. Não pode, ainda, mostrar inclinação para as posições defendidas por
qualquer das duas partes, deixando de agir de maneira imparcial. Nada justifica o enclausuramento da
regra ao limite estreito dos processos do júri. Ela representa o enunciado de regra geral, extraída do
princípio constitucional da imparcialidade, de que não pode ser juiz de uma causa quem,
antecipadamente, já firmou a sua convicção, sendo favorável à pretensão de um dos litigantes. [...] Não
é possível imaginar solução diversa que, embasada na afirmação de impossibilidade de se aplicar
analogicamente aqueles dispositivos ao artigo 254, apesar de a analogia ser aplicável ao processo penal,
mantivesse no processo juiz que perdeu a sua isenção, em virtude de agir como se fosse parte ou de
manifestar prévia disposição para condenar ou absolver68.
caput, do CPP) – competência funcional por fases da persecução penal (no plano
Duas soluções podem ser então cogitadas: (i) o Tribunal pode designar uma
funcional do juiz das garantias (arts. 3º-B e 3º-C, caput, do CPP) fica igualmente
prevenção contidas nos arts. 75, parágrafo único73, e 8374, ambos do CPP (art.
sustentava que
não é possível, porém, que a lei ordinária possa continuar sendo aplicada, com violação da garantia
constitucional do juiz imparcial. É de se reconhecer, portanto, a não recepção do art. 83, em sua parte
final, nem do parágrafo único, do art. 75, ambos do Código de Processo Penal, na medida em que são
incompatíveis com a garantia do juiz imparcial, em seu aspecto de imparcialidade objetiva, ao menos
em relação àquelas decisões que impliquem um verdadeiro prejulgamento quanto à existência do crime
e a autoria delitiva75.
boa vontade.
juiz das garantias o seu substituto legal (juiz da comarca contígua “Y”), e vice-
versa.
Sem correspondência Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de
organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal,
observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados
pelo respectivo tribunal.
de janeiro de 2020, o Ministro Luiz Fux suspendeu a eficácia, sine die, dos arts.
3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 3º-E e 3º-F do Código de Processo Penal (implantação do
Sem correspondência Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das
regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de
qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem
da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil,
administrativa e penal.
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão
disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as
informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso
serão, de modo padronizado e respeitada a programação normativa
aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a
efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade
da pessoa submetida à prisão.
de janeiro de 2020, o Ministro Luiz Fux suspendeu a eficácia, sine die, dos arts.
3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 3º-E e 3º-F do Código de Processo Penal (implantação do
submetida à prisão.
a conduta.
Assim, nos casos em que não tenha sido iniciada a fase de instrução e
no art. 3º-D, caput, do CPP, devendo ser afastado o julgador (pessoa natural) a
CPP), de acordo com o disposto nos arts. 3º-B, inciso XIV, e 3º-C, caput e § 1º,
Caso iniciada a instrução do processo (arts. 400 a 405 do CPP), deve ser
física (vinculação do julgador para proferir a sentença: art. 399, § 2º, do CPP),
Lei n. 13.964/1919 (art. 2º, in fine, do CPP) – aplicação imediata e não retroativa
PARTE II
DEFESA TÉCNICA DO INVESTIGADO
Sem correspondência Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições
dispostas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como
investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e
demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação
de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício
profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações
dispostas no art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado
deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório,
podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito)
horas a contar do recebimento da citação.
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de
nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável
pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado
o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a
representação do investigado.
§ 3º (VETADO).
§ 4º (VETADO).
§ 5º (VETADO).
§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores
militares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da
Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito
a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.
vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo
2º, do CPP).
representação dos respectivos entes federados (arts. 131 e 132 da CF) – e, por
federado).
A conjugação das regras legais contidas no art. 14-A do CPP permite afirmar
que:
assistência por defensor, mas não a obrigatoriedade da sua presença nos atos de
União (art. 44, parágrafo único), do Distrito Federal (art. 89, parágrafo único) e
Trata-se de norma processual pura (art. 14-A do CPP), que observa a regra da
3. VETOS
A propositura legislativa, ao prever que os agentes investigados em inquéritos policiais por fatos
relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional serão defendidos prioritariamente
pela Defensoria Pública e, nos locais em que ela não tiver instalada, a União ou a Unidade da
Federação correspondente deverá disponibilizar profissional, viola o disposto no art. 5º, inciso LXXIV,
combinado com o art. 134, bem como os arts. 131 e 132, todos da Constituição da República, que
confere à Advocacia-Geral da União e às Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, também
Função Essencial à Justiça, a representação judicial das respectivas unidades federadas, e destas
competências constitucionais deriva a competência de representar judicialmente seus agentes públicos,
em consonância com a jurisprudência do Supremo Tribunal (v.g. ADI 3.022, Rel. Min. Joaquim
Barbosa, j. 2-8-2004, P, DJ de 4-3-2005).
PARTE III
ARQUIVAMENTO DO PROCEDIMENTO DE INVESTIGAÇÃO
CRIMINAL
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de
denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do
quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à
improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de
peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei.
designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o
insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz
arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta)
obrigado a atender.
dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão
da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a
respectiva lei orgânica.
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da
União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do
inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem
couber a sua representação judicial.
2020, o Ministro Luiz Fux suspendeu a eficácia, sine die, do art. 28, caput, do
inquérito policial).
que poderia oferecer denúncia, designar outro órgão do Ministério Público para
comandos constitucional (art. 129, I, da CF) e legal (art. 3º-A do CPP) que
indevida intervenção judicial para a promoção da ação penal pública (no sistema
propositura da ação penal pública (art. 24, caput, do CPP), a decisão que ordena
(determina) o arquivamento do inquérito policial (ou de outro procedimento de
haurida, por analogia (art. 3º do CPP), da Lei da Ação Civil Pública, que
Revisão (MPU) pode então deliberar por três possibilidades: (i) homologação do
competente para designar o membro que irá atuar, de acordo com o disposto no
arquivamento, caso em que deve designar, desde logo, outro órgão do Ministério
o disposto no art. 9º, § 4º, da Lei n. 7.347/1985, aplicado por analogia (art. 3º do
CPP).
(LONMP).
ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica (art. 28, § 1º, do CPP).
comunicação) – art. 9º, § 2º, da Lei n. 7.347/1985, aplicado por analogia (art. 3º
do CPP).
pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial (art. 28, § 2º, do
(art. 2º do CPP).
PARTE IV
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
Sem correspondência Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado
confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal
sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4
(quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não
persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação
e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas
cumulativa e alternativamente: I – reparar o dano ou restituir a coisa
à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; II – renunciar
voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público
como instrumentos, produto ou proveito do crime; III – prestar
serviço à comunidade ou a entidades públicas por período
correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um
a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na
forma do art. 46 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal); IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos
termos do art. 45 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser
indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como
função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
aparentemente lesados pelo delito; ou V – cumprir, por prazo
determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde
que proporcional e compatível com a infração penal imputada.
O art. 28-A incorporou em lei o acordo de não persecução penal que havia
formal.
Com isso, o acordo de não persecução penal (assim como a transação penal)
contidos no art. 28-A, caput, do CPP: (i) não ser caso de arquivamento.
A proposta do acordo de não persecução penal pressupõe a presença de justa
pelo investigado.
justificativa racional para tanto, afinal, a essência dessa solução consensual seria
não discutir a culpabilidade do investigado – tal como ocorre na transação penal
culpabilidade do investigado.
denúncia (art. 28-A, § 10, do CPP) perante o juiz das garantias que havia
399, caput, do CPP) pelo juiz das garantias (arts. 3º-B, XIV, e 3º-C, caput, do
julgamento, que não teria contato (divisão fascicular dos autos: art. 3º-C, § 3º, do
CPP) com a confissão prestada pelo investigado como condição legal para a
CPP).
A separação física dos autos (art. 3º-C, § 3º, do CPP) impede a valoração
princípio da presunção de inocência (art. 5º, LVII, da CF): o acusado não mais
instrução e julgamento.
O acordo de não persecução penal pode ser aplicado para infrações penais
com pena mínima cominada (pena em abstrato) inferior a 4 anos, tais como: –
(art. 171, caput, do CP: reclusão de 1 a 5 anos); – peculato (art. 312, caput e §
reclusão de 2 a 12 anos);
– corrupção passiva (art. 317, caput, do CP: reclusão de 2 a 12 anos); –
lavagem de capitais (art. 1º, caput e §§ 1º e 2º, da Lei n. 9.613/ 1998:
reclusão de 3 a 10 anos); – tortura-custódia (art. 1º, § 1º, da Lei n.
9.455/1997: reclusão de 2 a 8 anos); e outros.
O art. 28-A, § 1º, do CPP, esclarece que, para a aferição da quantidade da
pena mínima cominada, devem ser consideradas as causas de aumento
durante o repouso noturno (art. 155, § 1º, do CP): a pena mínima cominada para
Em outras palavras: para alcançar a pena mínima possível (em abstrato), deve
cominada para o todo, por meio da consideração global (e não isolada) das
infrações penais: para tanto, devem ser somadas (concurso material) ou
Os Tribunais Superiores adotam a mesma orientação para a suspensão condicional do processo (art. 89
da Lei n. 9.099/1995) – aplicada para infrações penais com pena mínima cominada igual ou inferior a 1
ano –, nos enunciados da Súmula n. 243 do STJ (“O benefício da suspensão do processo não é
aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou
continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da
majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano”) e da Súmula n. 723 do STF (“Não se admite a
suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais
grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano”).
persecução penal.
O acordo de não persecução penal somente pode ser aplicado para infrações
deve abranger apenas aquela dirigida contra a pessoa – e não contra a coisa,
anos).
• Violência imprópria
Entendemos que a violência imprópria – assim considerada a conduta que,
(vis corporalis) e da grave ameaça (vis compulsiva), sem qualquer alusão a outro
em que o agente tenha ministrado para o ofendido substância que o tenha feito
que faça presumir ser ele autor da infração), em estado de flagrância (art. 302,
IV, do CPP); por ocasião da sua captura, o sujeito ainda pratica o crime de
militares.
que a soma das penas mínimas cominadas alcança o patamar de 2 anos e 2 meses
Ocorre que o crime de resistência foi praticado com grave ameaça, fator
impeditivo do acordo de não persecução penal (art. 28-A, caput, do CP). Surge
então a questão: a grave ameaça, que nesse caso integra uma infração penal de
penal?
penal (instituto restrito aos casos de menor potencial ofensivo), deve então
de não persecução penal (instituto mais amplo, que alcança os casos de mediano
potencial ofensivo) – ainda que praticada com violência ou grave ameaça.
devem valer as mesmas razões da primeira, e ainda com mais força..., de tal
modo que a primeira não possa ser atingida sem que a segunda o seja
também’”83.
não persecução penal “se for cabível transação penal de competência dos
devem possibilitar o acordo de não persecução penal, ainda que praticadas com
de crime com pena máxima cominada igual ou inferior a 2 anos, foi valorada
pelo legislador como de menor potencial ofensivo, para efeito de incidência das
de não persecução penal (infrações penais com pena mínima cominada inferior a
4 anos).
persecução penal, salvo quando integrar uma infração penal de menor potencial
ofensivo.
O art. 28-A, § 2º, do CPP, estabelece requisitos negativos (que não podem
da lei.
(exclusão) do processo.
para o juízo comum, por conexão ou continência: art. 60, parágrafo único, da Lei
A, caput, do CPP).
• Reincidência
De acordo com o art. 63 do CP, considera-se reincidente o sujeito que comete
Cabe recordar que o Código Penal de 1969, em seu art. 64, § 2º, considerava
infração penal”87.
habitualidade criminosa.
uma unidade, ainda que por ficção legal: juridicamente, haveria apenas uma
reiteração criminosa (duas ou mais infrações penais) – por isso a rubrica “crime
Por isso, entendemos que a ressalva legal deve ser aplicada para as infrações
crimes com pena máxima cominada igual ou inferior a 2 anos (art. 61 da Lei n.
9.099/1995).
penal anterior por crime de ameaça (art. 147 do CP: detenção de 1 a 6 meses), e
persecução penal seria afastada, por ser a infração penal pretérita considerada de
julgado.
Decreto n. 678/1992).
aos pressupostos de fato do requisito negativo contido no art. 28-A, § 2o, inciso
ou profissional” (aquele que se encontra sob estado de inocência não pode ser
que decorre do conjunto das circunstâncias judiciais contidas no art. 59, caput,
Entendemos que o art. 28-A, § 2o, inciso II, do CPP, acaba operando uma
caput, do CPP).
condicional do processo.
Os acordos de (i) não persecução penal (art. 28-A do CPP), (ii) de transação
acordo com o disposto no art. 64, inciso I, do CP, aplicado por analogia (art. 3º
do CPP).
do agressor.
O art. 28-A, § 2o, IV, do CPP, estabelece uma regra de exclusão material, que
CP, que define a qualificadora do feminicídio: CP, art. 121, § 2o-A: Considera-se
que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I –
familiar).
bens e valores (art. 5º, XLVI, b, da CF; arts. 43, II, e 45, § 3º, do CP89).
art. 5º, XLVI, d, da Constituição Federal, e arts. 43, IV, e 46, ambos do Código
Penal.
local a ser indicado pelo juízo da execução, de acordo com o disposto nos arts.
não é sua posição topográfica no Código, ou o nome que lhe dão o legislador ou
pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha,
imputada.
fases:
solução consensual.
Caso seja celebrado, o acordo de não persecução penal deve ser formalizado
por escrito, sendo firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado
O acordo de não persecução penal se aplica aos casos de competência originária dos Tribunais pela
prerrogativa de função, de acordo com o disposto no art. 1º, § 3º, da Lei n. 8.038/1990 (acrescentado
pelo art. 16 da Lei n. 13.964/2019).
Público: o seu órgão de execução não pode decidir livremente, por critérios de
(isonomia).
art. 28-A, caput e § 2º, do CPP, o órgão de execução do Ministério Público deve
propor o acordo de não persecução penal para o investigado, com as condições
não persecução penal, o investigado pode requerer a remessa dos autos a órgão
Por isso, a recusa do Ministério Público deve ser motivada, com a indicação
pois o Ministério Público não estaria promovendo a ação penal pública na forma
da lei (art. 129, I, in fine, da CF), mas na forma da “sua” política criminal
político.
Luiz Flávio Gomes salienta que “quem traçou a política criminal consensual
persecução penal deve ser aplicado aos crimes de ação penal privada (comum
O STJ admite a aplicação das negociações penais (soluções consensuais) da transação penal e da
suspensão condicional do processo (arts. 76 e 89 da Lei n. 9.099/1995) em crime de ação penal privada,
por analogia95.
persecução penal, que promove a contenção do mesmo direito de punir, por meio
da exclusão do processo.
(art. 46, § 2º, do CPP), pode então, na mesma oportunidade, a fortiori ou por
do CPP), deve ser submetido ao juiz das garantias (art. 3º-B, XVII, do CPP) para
audiência, para o juiz das garantias verificar a sua voluntariedade, por meio da
enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal (art.
Entendemos que o juízo competente para a declaração de extinção da punibilidade seria o juiz das
garantias (art. 3o-B, XVII, do CPP) – a competência do juiz da execução penal, porque excepcional,
pressupõe atribuição legal expressa (art. 28-A, § 6o, do CPP).
art. 28-A, § 2º, III, do CPP – ter sido o agente beneficiado, nos 5 anos anteriores
de não persecução penal seria o juiz das garantias, por regra de simetria (art. 3o-
acordo de não persecução penal, entendemos que a decisão judicial deve ser
LV, da CF).
CPP), deve o juiz das garantias designar audiência para oitiva do investigado,
CP).
IV, do CP) –, percepção que foi reforçada pela competência funcional que o
seu objeto, pois, como adverte Weber Martins Batista, “o que caracteriza um
cominada ser inferior a 4 anos); pressupõe a presença de justa causa (não ser
caso de arquivamento); tem por objeto uma pena (ainda que rotulada como
recusa)101.
Tratando da transação penal, Afrânio Silva Jardim afirma que “há atividade jurisdicional do Estado, por
isso há pena. O juiz aplica a pena e, parece-nos, um outro tipo de ação penal está sendo exercitado pelo
Ministério Público. O Ministério Público está indo ao Poder Judiciário manifestando uma determinada
pretensão e sugerindo a aplicação de uma determinada pena. Sanção no sentido penal mesmo, restritiva
de direito; pena não privativa de liberdade; pena de multa”.
Assim, enquanto sucedâneo do processo penal condenatório, o acordo de não
persecução penal pode ser cogitado em ações penais ainda não encerradas – em
alcançada por meio de decisão penal condenatória (processo), não mais teria
O STF estabelece limites para a aplicação retroativa da lex mitior: (i) quando a lei posterior, malgrado
retroativa, não tem mais como incidir, à falta de correspondência entre a anterior situação do fato e a
hipótese normativa a que subordinada a sua aplicação102, ou (ii) quando a situação de fato, no
momento em que essa lei entra em vigor, não mais condiz com a natureza jurídica do instituto mais
benéfico e, portanto, com a finalidade para a qual foi instituído103.
Sob nossa perspectiva, a norma processual contida no art. 28-A do CPP deve
alcançar:
julgado)105.
185.913).
PARTE V
PROCEDIMENTOS INCIDENTES
Art. 122. Sem prejuízo do disposto nos arts. 120 e 133, decorrido o Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas
prazo de 90 dias, após transitar em julgado a sentença condenatória, o apreendidas serão alienadas nos termos do disposto no art. 133 deste
juiz decretará, se for caso, a perda, em favor da União, das coisas Código.
apreendidas (art. 74, II, a e b do Código Penal) e ordenará que sejam
Parágrafo único. (Revogado).
vendidas em leilão público.
Parágrafo único. Do dinheiro apurado será recolhido ao Tesouro
Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
dos bens a museus públicos, desde que o crime não tenha ofendido determinado.
museus federais, dos bens de valor cultural, artístico ou histórico que fazem
Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de
ofício ou a requerimento do interessado, determinará a avaliação e a ofício ou a requerimento do interessado ou do Ministério Público ,
venda dos bens em leilão público. determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público cujo
Parágrafo único. Do dinheiro apurado, será recolhido ao Tesouro perdimento tenha sido decretado .
Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé. § 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres públicos o que
não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
§ 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo Penitenciário
Nacional, exceto se houver previsão diversa em lei especial.
O art. 133, caput, do CPP, em sua nova redação, amplia o rol de legitimados
Sem correspondência Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a
utilização de bem sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer
medida assecuratória pelos órgãos de segurança pública previstos no
art. 144 da Constituição Federal, do sistema prisional, do sistema
socioeducativo, da Força Nacional de Segurança Pública e do
Instituto Geral de Perícia, para o desempenho de suas atividades.
§ 1º O órgão de segurança pública participante das ações de
investigação ou repressão da infração penal que ensejou a constrição
do bem terá prioridade na sua utilização.
§ 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o interesse público,
o juiz poderá autorizar o uso do bem pelos demais órgãos públicos.
§ 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for veículo,
embarcação ou aeronave, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou
ao órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório
de registro e licenciamento em favor do órgão público beneficiário, o
qual estará isento do pagamento de multas, encargos e tributos
anteriores à disponibilização do bem para a sua utilização, que
deverão ser cobrados de seu responsável.
§ 4 º Transitada em julgado a sentença penal condenatória com a
decretação de perdimento dos bens, ressalvado o direito do lesado ou
terceiro de boa-fé, o juiz poderá determinar a transferência definitiva
da propriedade ao órgão público beneficiário ao qual foi custodiado
o bem.
quais deverão ser cobrados de seu responsável (art. 133-A, § 3º, do CPP).
ilícita do bem).
Esse receio ainda se agrava por dois fatores, que incrementam o interesse
demais órgãos públicos (art. 133-A, § 2º, do CPP); (ii) a possibilidade de o juiz
automóveis, de modo que o Estado não teria gasto algum com tais bens, salvo o
“colaboradores”).
Assim, entendemos que a destinação adequada desses bens deve ser a mesma
da regra geral: avaliação e venda dos bens em leilão público, devendo o valor
diversa em lei especial (art. 133, § 2º, do CPP), assegurando assim a atuação
PARTE VI
PROVAS
de janeiro de 2020, o Ministro Luiz Fux suspendeu a eficácia, sine die, do art.
prova influencie a formação da sua convicção – bem sabemos que a prova ilícita
pode vir a ser o motivo determinante, ainda que velado, do juízo condenatório,
violaria a regra da identidade física do julgador (art. 399, § 2º, do CPP), com o
que não podemos concordar: se a regra da identidade física do julgador pode ser
julgador.
composta de elos, que dizem respeito a um vestígio que, por sua vez, eventualmente, será considerado
uma prova. Um elo é qualquer pessoa que tenha manejado esse vestígio. É dever do Estado e, também,
direito do acusado, identificar, de maneira coerente e concreta, cada elo, a partir do momento no qual o
vestígio foi encontrado. Assim, fala-se em cadeia de custódia íntegra quando se fala em uma sucessão
de elos provados. “[Cada um deles] proporciona a viabilidade do desenvolvimento do seguinte [elo], de
forma a proteger a integridade de um vestígio do local do crime ao seu reconhecimento como prova
material, até o trânsito em julgado”109.
a rede de garantias constitucionais formada para assegurar o axioma nulla poena sine probatione estaria
em risco se desconsiderasse a possibilidade de manipulação dos suportes, em regra digitais, que
recepcionam o resultado das diligências executadas com base em interceptações telefônicas, de e-mails,
ambientais, infiltração de policiais e colaboração premiada. E neste contexto, a preservação das fontes
de prova é concebida como remédio jurídico-processual contra o desequilíbrio inquisitório,
caracterizado pela seleção e uso arbitrário de elementos pelas agências repressivas110.
[...].
X. Apesar de ter sido franqueado o acesso aos autos, parte das provas obtidas a partir da interceptação
telemática foi extraviada, ainda na Polícia, e o conteúdo dos áudios telefônicos não foi disponibilizado
da forma como captado, havendo descontinuidade nas conversas e na sua ordem, com omissão de
alguns áudios.
XI. A prova produzida durante a interceptação não pode servir apenas aos interesses do órgão acusador,
sendo imprescindível a preservação da sua integralidade, sem a qual se mostra inviabilizado o exercício
da ampla defesa, tendo em vista a impossibilidade da efetiva refutação da tese acusatória, dada a perda
da unidade da prova.
XII. Mostra-se lesiva ao direito à prova, corolário da ampla defesa e do contraditório –
constitucionalmente garantidos –, a ausência da salvaguarda da integralidade do material colhido na
investigação, repercutindo no próprio dever de garantia da paridade de armas das partes adversas.
XIII. É certo que todo o material obtido por meio da interceptação telefônica deve ser dirigido à
autoridade judiciária, a qual, juntamente com a acusação e a defesa, deve selecionar tudo o que
interesse à prova, descartando-se, mediante o procedimento previsto no art. 9º, parágrafo único, da Lei
n. 9.296/1996, o que se mostrar impertinente ao objeto da interceptação, pelo que constitui
constrangimento ilegal a seleção do material produzido nas interceptações autorizadas, realizada pela
Polícia Judiciária, tal como ocorreu, subtraindo-se, do Juízo e das partes, o exame da pertinência das
provas colhidas. Precedente do STF.
XIV. Decorre da garantia da ampla defesa o direito do acusado à disponibilização da integralidade de
mídia, contendo o inteiro teor dos áudios e diálogos interceptados. [...].
XVII. Ordem concedida, de ofício, para anular as provas produzidas nas interceptações telefônica e
telemática, determinando, ao Juízo de 1º Grau, o desentranhamento integral do material colhido, bem
como o exame da existência de prova ilícita por derivação, nos termos do art. 157, §§ 1º e 2º, do CPP,
procedendo-se ao seu desentranhamento da Ação Penal 2006.51.01.523722-9. (STJ, 6ª Turma, HC
160.662/RJ, Rel. Min. ASSUSETE MAGALHÃES, j. 18.02.2014, DJe 17.03.2014).
Geraldo Prado observa que a questão, que de uma forma um tanto intuitiva
era tratada no âmbito do direito brasileiro, no estudo das perícias, como assunto
custódia (art. 158-B do CPP): – na etapa da fixação (inciso III), que exige a
corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por
ação (§ 4º).
2.2 Rastreabilidade
O art. 158-A, caput, do CPP, esclarece que os procedimentos de manutenção
provas ilícitas: “o filtro processual contra provas ilícitas depende do rastreio das
propriamente ditos”113.
que mantiveram contato com ela [prova] [...] Isso credencia tais pessoas a
recipiente (§ 5º).
devem ser registradas a data e a hora do acesso (§ 3º); por ocasião da tramitação
2.3 Integridade
A integridade envolve procedimentos de atestação da idoneidade,
objeto da prova são: – isolamento, que busca evitar que se altere o estado das
aos vestígios e local de crime (arts. 6 º, I e II, e 158-B, II, do CPP) – afigura-se
sendo tipificada como fraude processual a sua realização (art. 158-C, § 2º, do
das pessoas que tenham sofrido lesão, bem como dos veículos nele envolvidos,
natureza do material (art. 158-D, caput, do CPP), devendo ainda ser selado com
conteúdo (§ 2º); somente pode ser aberto pelo perito que vai proceder à análise
órgão pericial até sua devolução, juntamente com o laudo pericial, ao órgão
O art. 158-A, § 1º, do CPP, esclarece que a cadeia de custódia se inicia com a
preservação do local de crime (arts. 6º, I e II, 158-B, II, e 158-C, § 2º, do CPP)
produção da prova pericial deve ficar responsável por sua preservação (§ 2º).
vestígio (ou amostra dele) deve permanecer preservado sob armazenamento (art.
qualquer tempo (art. 622 do CPP), sob pena de violação do direito à prova (art.
implica a sua exclusão do processo116 (art. 5º, LVI, da CF, e art. 157, caput, do
DA PUNIBILIDADE.
1. A quebra da cadeia de custódia tem como objetivo garantir a todos os acusados o devido processo
legal e os recursos a ele inerentes, como a ampla defesa, o contraditório e principalmente o direito à
prova lícita. O instituto abrange todo o caminho que deve ser percorrido pela prova até sua análise pelo
magistrado, sendo certo que qualquer interferência durante o trâmite processual pode resultar na sua
imprestabilidade (RHC 77.836/PA, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em
05.02.2019, DJe 12.02.2019).
2. É dever do Estado a disponibilização da integralidade das conversas advindas nos autos de forma
emprestada, sendo inadmissível a seleção pelas autoridades de persecução de partes dos áudios
interceptados.
3. A apresentação de parcela do produto extraído dos áudios, cuja filtragem foi estabelecida sem a
presença do defensor, acarreta ofensa ao princípio da paridade de armas e ao direito à prova, porquanto
a pertinência do acervo probatório não pode ser realizado apenas pela acusação, na medida em que gera
vantagem desarrazoada em detrimento da defesa. [...].
5. Recursos especiais providos para declarar a nulidade da interceptação telefônica e das provas dela
decorrentes, reconhecendo, por consequência, a superveniência da prescrição da pretensão punitiva do
Estado, de ofício. (STJ, 6ª Turma, REsp 1.795.341/RS, Rel. Min. NEFI CORDEIRO, j. 07.05.2019,
DJe 14.05.2019).
PARTE VII
MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS
Assim, de acordo com a nova redação dos arts. 282, §§ 2º e 4º, e 311, ambos
Cabe salientar que a atuação judicial ex officio seria admitida apenas para
quando verificada a falta de motivo para que subsista (arts. 282, § 5º, primeira
Por identidade de motivos, a atuação judicial ex officio foi admitida para efeito da revisão nonagesimal
a respeito da necessidade de manutenção da prisão preventiva (art. 316, parágrafo único, do CPP119),
pois tal revisão busca precisamente aferir as possibilidades de sua revogação ou substituição por
medida cautelar pessoal diversa da prisão (arts. 319 e 320 do CPP).
que a justifiquem (arts. 282, § 5º, in fine, e 316, caput, in fine, ambos do CPP), a
acusatório.
6 A respeito do aspecto ou dimensão objetiva da imparcialidade, remetemos aos comentários ao art. 3º-B do
CPP, especialmente aos itens n. 2 (“A importância do juiz das garantias para a imparcialidade do
julgador”) e n. 2.1 (“A imparcialidade objetiva”).
7 CORDERO, Franco. Procedimiento penal. Santa Fe de Bogotá: Temis, 2000. t. 1, p. 19 e 88.
10 MAIER, Julio B. J. Derecho procesal penal. 2. ed. Buenos Aires: Del Puerto, 2004. t. 1, p. 336.
11 CORDERO, Franco. Procedimiento penal. Santa Fe de Bogotá: Temis, 2000. t. I, p. 88 e 90.
12 Dias, Jorge de Figueiredo. Direito processual penal. Coimbra: Coimbra, 2004. p. 64-65.
13 PRADO, Geraldo. Sistema acusatório: a conformidade constitucional das leis processuais penais. 4. ed.
estrutura cooperatória. In: GRINOVER, Ada Pellegrini. O processo constitucional em marcha. São
Paulo: Max Limonad, 1985. p. 7.
15 GRINOVER, Ada Pellegrini. A marcha do processo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000. p. 78-
79.
16 PRADO, Geraldo. Sistema acusatório: a conformidade constitucional das leis processuais penais. 4. ed.
substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se
sobrevierem razões que a justifiquem”.
18 CPP, art. 316, caput: “O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no
correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como
novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem”.
19 CPP, art. 316, parágrafo único: “Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar
a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício,
sob pena de tornar a prisão ilegal”.
20 Coutinho, Jacinto Nelson de Miranda. O papel do novo juiz no processo penal. In: COUTINHO, Jacinto
Nelson de Miranda. Crítica à teoria geral do direito processual penal. Rio de Janeiro: Renovar, 2001. p.
24.
21 Coutinho, Jacinto Nelson de Miranda. Um devido processo legal (constitucional) é incompatível com o
sistema do CPP, de todo inquisitorial. In: PRADO, Geraldo; MALAN, Diogo. (Coord.). Processo penal
e democracia: estudos em homenagem aos 20 anos da Constituição da República de 1988. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2009. p. 254-255.
22 CORDERO, Franco. Procedimiento penal. Santa Fe de Bogotá: Temis, 2000. t. I, p. 19 e 23.
23 Coutinho, Jacinto Nelson de Miranda. O papel do novo juiz no processo penal. In: COUTiNHO, Jacinto
Nelson de Miranda. Crítica à teoria geral do direito processual penal. Rio de Janeiro: Renovar, 2001. p.
32. Do mesmo autor: (i) Um devido processo legal (constitucional) é incompatível com o sistema do
CPP, de todo inquisitorial. In: PRADO, Geraldo; MALAN, Diogo. (Coord.). Processo penal e
democracia: estudos em homenagem aos 20 anos da Constituição da República de 1988. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2009. p. 256-257; e (ii) Sistema acusatório: cada parte no lugar constitucionalmente
demarcado. In: COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda; CARVALHO, Luis Gustavo Grandinetti
Castanho de. (Org.). O novo processo penal à luz da Constituição: análise crítica do Projeto de Lei n.
156/2009, do Senado Federal. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. p. 12-13.
24 GOMES FILHO, Antonio Magalhães. Direito à prova no processo penal. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1997. p. 88 (grifo nosso).
25 PRADO, Geraldo. Sistema acusatório: a conformidade constitucional das leis processuais penais. 4. ed.
interpostos, de ofício, pelo juiz: I – da sentença que conceder habeas corpus; II – da que absolver desde
logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena,
nos termos do art. 411”.
27 CPP, art. 746: “Da decisão que conceder a reabilitação haverá recurso de ofício”.
28 Lei n. 1.521/1951, art. 7º: “Os juízes recorrerão de ofício sempre que absolverem os acusados em
processo por crime contra a economia popular ou contra a saúde pública, ou quando determinarem o
arquivamento dos autos do respectivo inquérito policial”.
29 PRADO, Geraldo. Sistema acusatório: a conformidade constitucional das leis processuais penais. 4. ed.
Gilson. (Org.). Processo penal, constituição e crítica: estudos em homenagem ao Prof. Dr. Jacinto
Nelson de Miranda Coutinho. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011. p. 273.
31 MAYA, André Machado; GIACOMOLLI, Nereu José. O juiz de garantias no projeto de reforma do
Código de Processo Penal. In: PRADO, Geraldo; CHOUKR, Ana Cláudia Ferigato; JAPIASSÚ, Carlos
Eduardo Adriano. (Org.). Processo penal e garantias: estudos em homenagem ao professor Fauzi
Hassan Choukr. 2. ed. Florianópolis: Empório do Direito, 2016. p. 114-115.
32 Remetemos aos comentários ao art. 3º-A, especialmente ao item n. 2.2 – Proibição da substituição da
Processo Penal. In: BONATO, Gilson. (Org.). Processo penal, constituição e crítica: estudos em
homenagem ao Prof. Dr. Jacinto Nelson de Miranda Coutinho. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011. p.
259-261.
34 PRADO, Geraldo. Sistema acusatório: a conformidade constitucional das leis processuais penais. 4. ed.
imparcialidade objetiva do juiz nos sistemas em que não há a função do juiz de garantias. In: BONATO,
Gilson. (Org.). Processo penal, constituição e crítica: estudos em homenagem ao Prof. Dr. Jacinto
Nelson de Miranda Coutinho. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011. p. 346.
36 FELDENS, Luciano; SCHMIDT, Andrei Zenkner. O marco normativo do direito fundamental a um juiz
imparcial: do passado ao presente. In: MALAN, Diogo; MIRZA, Flávio. (Coord.). Setenta anos do
Código de Processo Penal brasileiro: balanço e perspectivas de reforma. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2011. p. 32 e 40-43.
37 BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. Direito ao julgamento por juiz imparcial: como assegurar a
imparcialidade objetiva do juiz nos sistemas em que não há a função do juiz de garantias. In: BONATO,
Gilson. (Org.). Processo penal, constituição e crítica: estudos em homenagem ao Prof. Dr. Jacinto
Nelson de Miranda Coutinho. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011. p. 348.
38 FELDENS, Luciano; SCHMIDT, Andrei Zenkner. O marco normativo do direito fundamental a um juiz
imparcial: do passado ao presente. In: MALAN, Diogo; Mirza, Flávio. (Coord.). Setenta anos do
Código de Processo Penal brasileiro: balanço e perspectivas de reforma. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2011. p. 45.
39 “§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será encaminhado à presença do
juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento em que se realizará audiência com a
presença do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de advogado constituído, vedado o emprego
de videoconferência”. Razões dos vetos: “A propositura legislativa, ao suprimir a possibilidade da
realização da audiência por videoconferência, gera insegurança jurídica ao ser incongruente com outros
dispositivos do mesmo código, a exemplo dos arts. 185 e 222 do Código de Processo Penal, os quais
permitem a adoção do sistema de videoconferência em atos processuais de procedimentos e ações
penais, além de dificultar a celeridade dos atos processuais e de regular funcionamento da justiça, em
ofensa à garantia da razoável duração do processo, nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça (RHC 77580/RN, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de 10/02/2017).
Ademais, o dispositivo pode acarretar em aumento de despesa, notadamente nos casos de juiz em vara
única, com apenas um magistrado, seja pela necessidade de pagamento de diárias e passagens a outros
magistrados para a realização de uma única audiência, seja pela necessidade premente de realização de
concurso para a contratação de novos magistrados, violando as regras do art. 113 do ADCT, bem como
dos arts. 16 e 17 LRF e ainda do art. 114 da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2019 (Lei n. 13.707,
de 2018)”.
40 Remetemos aos comentários ao art. 3º-A do CPP, especialmente ao item n. 2.2 – Proibição da
substituição da atuação probatória do órgão de acusação.
41 O art. 66, parágrafo único, da Lei n. 5.010/1966, estabelece que, ao requerer a prorrogação do prazo para
art. 5º, caput) e pelo mais alto princípio da justiça suum cuique tribuere, baseado na interpretação de
que ‘o que é igual deve ser tratado como igual e o que é diferente, de maneira diferente’” (Conflito de
normas. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 83).
43 MAYA, André Machado. Imparcialidade e processo penal: da prevenção da competência ao juiz de
garantias. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011. p. 228-229. Em igual sentido: GIACOMOLLI, Nereu
José. Juiz de garantias – um nascituro estigmatizado. In: MALAN, Diogo; MIRZA, Flávio. (Coord.).
Setenta anos do Código de Processo Penal brasileiro: balanço e perspectivas de reforma. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2011. p. 307.
44 Fuller, Paulo Henrique Aranda. Reforma do procedimento comum (Lei n. 11.719/2008): o momento
processual adequado para o recebimento da denúncia ou queixa e a absolvição sumária (art. 397 do
CPP). Boletim IBCCrim, São Paulo, ano 16, n. 192, p. 9-10, nov. 2008.
45 Lei n. 8.038/1990, art. 6º, caput: “A seguir, o relator pedirá dia para que o Tribunal delibere sobre o
processos de competência originária dos Tribunais de Justiça e dos Tribunais Regionais Federais.
47 STJ, Corte Especial, Apn 404/AC, rel. Min. Gilson Dipp, j. 05.10.2005, DJ 24.10.2005; STJ, 5ª Turma,
STJ, Corte Especial, Apn 240/PA, rel. Min. Fernando Gonçalves, j. 18.08.2004, DJ 20.09.2004.
49 BATISTA, Weber Martins. Direito penal e direito processual penal. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1997.
p. 146-147.
50 STF, 1ª Turma, HC 83.346/SP, rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 17.05.2005, DJ 19.08.2005; STF,
Tribunal Pleno, Inq-QO 1.604/AL, rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 13.11.2002, DJ 13.12.2002.
51 BATISTA, Weber Martins. Direito penal e direito processual penal. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1997.
p. 125.
52 Lei n. 8.906/1994 (EOAB), art. 7º: “São direitos do advogado: [...]
XIV – examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem
procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda
que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; [...].
§ 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exercício dos direitos
de que trata o inciso XIV.
§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado
aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos,
quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências.
§ 12. A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos
ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo
implicará responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o
acesso do advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo
do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz competente”.
53 Súmula vinculante n. 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”.
54 “4. A intimação das partes constitui a regra. É a forma que se tem de assegurar aos litigantes ciência,
desde o início, dos trabalhos que serão realizados. Busca-se evitar, assim, a feitura de provas periciais de
caráter sigiloso, desprovidas de participação das partes da relação processual. 5. O acompanhamento,
desde o primeiro momento, das tarefas técnicas desenvolvidas pelo perito confere ampla transparência e
lisura ao processo e permite a produção de laudo pericial que retrate os fatos da forma mais fidedigna
possível, a fim de dar suporte adequado ao magistrado, no exercício da atividade jurisdicional. [...]”.
(STJ, Corte Especial, EREsp 1121718/SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 18.04.2012, DJe
01.08.2012).
55 Lei n. 9.099/1995, art. 61: “Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos
desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois)
anos, cumulada ou não com multa”.
56 BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. Direito ao julgamento por juiz imparcial: como assegurar a
imparcialidade objetiva do juiz nos sistemas em que não há a função do juiz de garantias. In: BONATO,
Gilson. (Org.). Processo penal, constituição e crítica: estudos em homenagem ao Prof. Dr. Jacinto
Nelson de Miranda Coutinho. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011. p. 352-355.
57 MAYA, André Machado. Imparcialidade e processo penal: da prevenção da competência ao juiz de
ou outra”.
59 Remetemos aos comentários ao art. 3º-B do CPP, especialmente aos itens n. 1 (O juiz das garantias:
considerações gerais”) e n. 2 (“A importância do juiz das garantias para a imparcialidade do julgador”).
64 Remetemos aos comentários ao art. 3º-A, especialmente ao item 2.2 – Proibição da substituição da
na segunda fase (juízo da causa) do procedimento especial do júri: aos jurados compete decidir sobre as
matérias do art. 483 do CPP; ao juiz presidente, sobre as demais (art. 492 do CPP). A respeito da
competência funcional: MARQUES, José Frederico. Da competência em matéria penal. Campinas:
Millennium, 2000. p. 257-324.
66 “HABEAS CORPUS. PEDIDO APRECIADO DE OFÍCIO E DENEGADO. CABIMENTO.
MAGISTRADO QUE JULGOU RECURSO ADMINISTRATIVO. PRONUNCIAMENTO DE
DIREITO SOBRE A QUESTÃO. POSTERIOR PARTICIPAÇÃO NO JULGAMENTO DA
APELAÇÃO CRIMINAL. IMPEDIMENTO EXISTENTE. ORDEM CONCEDIDA. [...] O
desembargador relator do recurso administrativo pronunciou-se de direito sobre a questão e manteve a
pena de demissão, com análise detalhada dos fatos imputados ao paciente. Considerações que, no
mínimo, tangenciam o mérito da ação penal. Posterior participação no julgamento do apelo criminal fere
o princípio do devido processo legal. Ordem concedida, para que se determine a realização de novo
julgamento, declarado nulo o acórdão de que participou o magistrado impedido, nos termos do art. 252,
III, do Código de Processo Penal. [...]” (STF, 2ª Turma, HC 86.963/RJ, Rel. Min. JOAQUIM
BARBOSA, j. 12.12.2006, DJe 16.08.2007).
67 “HABEAS CORPUS. Processo Penal. Magistrado que atuou como autoridade policial no procedimento
imparcialidade objetiva do juiz nos sistemas em que não há a função do juiz de garantias. In: BONATO,
Gilson. (Org.). Processo penal, constituição e crítica: estudos em homenagem ao Prof. Dr. Jacinto
Nelson de Miranda Coutinho. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011. p. 362.
70 MAYA, André Machado. Imparcialidade e processo penal: da prevenção da competência ao juiz de
imparcialidade objetiva do juiz nos sistemas em que não há a função do juiz de garantias. In: BONATO,
Gilson. (Org.). Processo penal, constituição e crítica: estudos em homenagem ao Prof. Dr. Jacinto
Nelson de Miranda Coutinho. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011. p. 357.
72 GIACOMOLLI, Nereu José. Juiz de garantias – um nascituro estigmatizado. In: MALAN, Diogo;
MIRZA, Flávio. (Coord.). Setenta anos do Código de Processo Penal brasileiro: balanço e perspectivas
de reforma. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011. p. 308.
73 CPP, art. 75, parágrafo único: “A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da
decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da
ação penal”.
74 CPP, art. 83: “Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes
igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática
de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia
ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c)”.
75 BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. Direito ao julgamento por juiz imparcial: como assegurar a
imparcialidade objetiva do juiz nos sistemas em que não há a função do juiz de garantias. In: BONATO,
Gilson. (Org.). Processo penal, constituição e crítica: estudos em homenagem ao Prof. Dr. Jacinto
Nelson de Miranda Coutinho. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011. p. 361.
76 MAYA, André Machado. Imparcialidade e processo penal: da prevenção da competência ao juiz de
para os servidores das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares – e das Forças Armadas
(art. 142 da CF), quando em missões para a Garantia da Lei e da Ordem (art. 16-A, § 6º, do CPPM).
Ambos os dispositivos legais não constavam do “Projeto Sergio Moro” (PL n. 882/2019) nem do
“Projeto Alexandre de Moraes” (PL n. 10.372/2018), tendo sido acrescentados no substitutivo
apresentado na Câmara dos Deputados.
78 Lei n. 7.347/1985 (LACP), art. 9º: “Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se
arquivamento de inquérito policial, inquérito parlamentar ou peças de informação, exceto nos casos de
competência originária do Procurador-Geral; [...]”.
80 Lei n. 8.625/1993 (LONMP), art. 12: “O Colégio de Procuradores de Justiça é composto por todos os
determinava que, “para todos os efeitos, o acordo homologado é considerado sentença condenatória”.
82 Assim consideradas as contravenções penais e os crimes com pena máxima cominada igual ou inferior a
1.575.
86 PIERANGELLI, José Henrique. Códigos Penais do Brasil: evolução histórica. Bauru: Jalovi, 1980. p.
618.
87 JESUS, Damásio Evangelista de. Direito penal: parte geral. 31. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. v. 1, p. 254.
88 JESUS, Damásio Evangelista de. Direito penal: parte geral. 31. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. v. 1, p. 254.
89 CP, art. 45, § 3º: “A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação
especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o
montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da
prática do crime”.
90 BATISTA, Weber Martins. Direito penal e direito processual penal. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1997.
p. 125.
91 CP, art. 45: “[...] § 1º A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus
dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz,
não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O
valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se
coincidentes os beneficiários. § 2º No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a
prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza”.
92 KARAM, Maria Lúcia. Juizados especiais criminais: a concretização antecipada do poder de punir. São
consensual”: FULLER, Paulo Henrique Aranda; JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz. Legislação
penal especial. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. v. 1, p. 611-617.
94 GOMES, Luiz Flávio. Suspensão condicional do processo penal: e a representação nas lesões corporais,
sob a perspectiva do novo modelo consensual de justiça criminal. 2. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1997. p. 188.
95 “PENAL E PROCESSUAL PENAL. AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA. QUEIXA. INJÚRIA.
TRANSAÇÃO PENAL. AÇÃO PENAL PRIVADA. POSSIBILIDADE. LEGITIMIDADE DO
QUERELANTE. JUSTA CAUSA EVIDENCIADA. RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA. I – A
transação penal, assim como a suspensão condicional do processo, não se trata de direito público
subjetivo do acusado, mas sim de poder- -dever do Ministério Público (Precedentes desta e. Corte e do
c. Supremo Tribunal Federal). II – A jurisprudência dos Tribunais Superiores admite a aplicação da
transação penal às ações penais privadas. Nesse caso, a legitimidade para formular a proposta é do
ofendido, e o silêncio do querelante não constitui óbice ao prosseguimento da ação penal. III – Isso
porque, a transação penal, quando aplicada nas ações penais privadas, assenta-se nos princípios da
disponibilidade e da oportunidade, o que significa que o seu implemento requer o mútuo consentimento
das partes. [...]” (STJ, Corte Especial, APn 634/RJ, Rel. Min. FELIX FISCHER, j. 21.03.2012, DJe
03.04.2012).
96 Voto vencido da Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, proferido na APn 634/RJ: “Tem
legitimidade o Ministério Público para propor a transação penal na ação penal privada na hipótese em
que o querelante permanece silente diante da intimação para realizar a proposta de transação ao
querelado, pois se o instituto da transação é aplicável, analogicamente, ao rito da ação penal privada, há
violação ao princípio da isonomia ao se entender que o Ministério Público deve realizar a proposta de
transação ou justificar a sua não proposição na ação penal pública, e, noutro lado, que o querelante não
se sujeita à mesma imposição. [...] se é certo que o querelante na ação penal privada é parte legítima
para dar início à persecutio criminis e detém, inclusive, a discricionariedade de fazê-lo, isso não lhe
transfere o poder absoluto de, por ato unilateral, impedir a realização da proposta de transação penal,
que tem cunho despenalizante e, portanto, de política criminal, além do que, o querelado tem o direito
de saber os motivos pelos quais não se permite a transação penal” (STJ, Corte Especial, APn 634/RJ,
Rel. Min. FELIX FISCHER, j. 21.03.2012, DJe 03.04.2012).
97 KARAM, Maria Lúcia. Juizados especiais criminais: a concretização antecipada do poder de punir. São
consensual”: FULLER, Paulo Henrique Aranda; JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz. Legislação
penal especial. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. v. 1, p. 611-617.
99 BATISTA, Weber Martins. Direito penal e direito processual penal. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1997.
p. 125.
100 KARAM, Maria Lúcia. Juizados especiais criminais: a concretização antecipada do poder de punir. São
102 “[...] II. Lei penal: retroatividade in melius: inteligência. Lei superveniente, que atribuiu efeito extintivo
do CPP, especialmente aos itens 2 (A importância do juiz das garantias para a imparcialidade do
julgador) e 2.1 (A imparcialidade objetiva).
107 DIAS FILHO, Claudemir Rodrigues. Cadeia de custódia: do local de crime ao trânsito em julgado; do
vestígio à evidência. In: NUCCI, Guilherme de Souza; MOURA, Maria Thereza Rocha de Assis. (Org.).
Doutrinas essenciais: processo penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. v. III, p. 404.
108 PRADO, Geraldo. Prova penal e sistema de controles epistêmicos: a quebra da cadeia de custódia das
provas obtidas por métodos ocultos. São Paulo: Marcial Pons, 2014. p. 86.
109 EDINGER, Carlos. Cadeia de custódia, rastreabilidade probatória. Revista Brasileira de Ciências
Criminais. v. 120, p. 237-257, maio/jun. 2016.
110 PRADO, Geraldo. Prova penal e sistema de controles epistêmicos: a quebra da cadeia de custódia das
provas obtidas por métodos ocultos. São Paulo: Marcial Pons, 2014. p. 75.
111 DIAS FILHO, Claudemir Rodrigues. Cadeia de custódia: do local de crime ao trânsito em julgado; do
vestígio à evidência. In: NUCCI, Guilherme de Souza; MOURA, Maria Thereza Rocha de Assis. (Org.).
Doutrinas essenciais: processo penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. v. III, p. 401-403.
112 PRADO, Geraldo. Prova penal e sistema de controles epistêmicos: a quebra da cadeia de custódia das
provas obtidas por métodos ocultos. São Paulo: Marcial Pons, 2014. p. 82.
113 PRADO, Geraldo. Prova penal e sistema de controles epistêmicos: a quebra da cadeia de custódia das
provas obtidas por métodos ocultos. São Paulo: Marcial Pons, 2014. p. 41 e 57.
114 DIAS FILHO, Claudemir Rodrigues. Cadeia de custódia: do local de crime ao trânsito em julgado; do
vestígio à evidência. In: NUCCI, Guilherme de Souza; MOURA, Maria Thereza Rocha de Assis. (Org.).
Doutrinas essenciais: processo penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. v. III, p. 402-403.
115 DIAS FILHO, Claudemir Rodrigues. Cadeia de custódia: do local de crime ao trânsito em julgado; do
vestígio à evidência. In: NUCCI, Guilherme de Souza; MOURA, Maria Thereza Rocha de Assis. (org.).
Doutrinas essenciais: processo penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. v. III, p. 401.
116 PRADO, Geraldo. Prova penal e sistema de controles epistêmicos: a quebra da cadeia de custódia das
provas obtidas por métodos ocultos. São Paulo: Marcial Pons, 2014. p. 86-92; KNIJNIK, Danilo. Prova
pericial e seu controle no direito processual brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 179;
EDINGER, Carlos. Cadeia de custódia, rastreabilidade probatória. Revista Brasileira de Ciências
Criminais. v. 120, p. 237-257, maio/jun. 2016.
117 PRADO, Geraldo. Prova penal e sistema de controles epistêmicos: a quebra da cadeia de custódia das
provas obtidas por métodos ocultos. São Paulo: Marcial Pons, 2014. p. 92.
118 CPP, art. 316, caput: “O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no
correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como
novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem”.
119 CPP, art. 316, parágrafo único: “Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão
revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal”.
120 STJ, 5ª Turma, HC 590.039/GO, Rel. Min. RIBEIRO DANTAS, j. 20.10.2020, DJe 29.10.2020.
2. CONTRADITÓRIO PRÉVIO (ART. 282, § 3º, DO CPP) O art. 282, § 3º,
do CPP, que exige a observância da garantia do contraditório (art. 5º, LV,
da CF) antes da decretação de medida cautelar pessoal, foi aprimorado em
dois aspectos: (i) estabeleceu o prazo legal de 5 dias para a manifestação do
investigado ou acusado, a respeito do pedido de medida cautelar pessoal
recebido pelo juiz; (ii) os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da
medida, que possibilitam a dispensa do contraditório prévio e a decretação
inaudita altera parte da medida cautelar pessoal, devem ser justificados e
fundamentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que
justifiquem essa excepcionalidade.
que a justifiquem (arts. 282, § 5º, in fine, e 316, caput, in fine, ambos do CPP), a
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente,
em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação
no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão criminal transitada em julgado.
temporária ou prisão preventiva.
alteração em sua redação: (i) a prisão-pena (penal) era indicada pela expressão
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do
mandado não obstará a prisão, e o preso, em tal caso, será mandado não obstará a prisão, e o preso, em tal caso, será
imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado. imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado,
para a realização de audiência de custódia .
1. AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
A nova redação do art. 287 do CPP apenas foi aprimorada para incorporar a
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo
fundamentadamente: [...] máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do
que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública
III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência , o juiz deverá,
1940 – Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao fundamentadamente: [...]
acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a § 1 º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente
todos os atos processuais, sob pena de revogação. praticou o fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II
ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao
acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento
obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de revogação.
2020, o Ministro Luiz Fux suspendeu a eficácia, sine die, do art. 310, § 4º, do
Parece-nos que a nova redação do art. 310, caput, do CPP, modificou o prazo
flagrante.
audiência de custódia.
prazo máximo de até 24 horas após a realização da prisão (captura) para o juiz
flagrante, foram preservadas nos incisos I a III e § 1º do art. 310 do CPP: (i)
incongruente com outros dispositivos do mesmo código, a exemplo dos arts. 185
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo
penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento
curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por
querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade representação da autoridade policial.
policial.
Cabe salientar que a atuação judicial ex officio seria admitida apenas para
verificada a falta de motivo para que subsista (arts. 282, § 5º, primeira parte, e
Por identidade de motivos, a atuação judicial ex officio foi admitida para efeito da revisão nonagesimal
a respeito da necessidade de manutenção da prisão preventiva (art. 316, parágrafo único, do CPP126),
pois tal revisão busca precisamente aferir as possibilidades de sua revogação ou substituição por
medida cautelar pessoal diversa da prisão (arts. 319 e 320 do CPP).
justifiquem (arts. 282, § 5º, in fine, e 316, caput, in fine, ambos do CPP), a
contrario sensu, dependeria de pedido das partes – requerimento do Ministério
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da
ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução
criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver
prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de
perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado .
§ 1 º [...]
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e
fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos
novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida
adotada.
acusada.
inocência (art. 5º, LVII, da CF) impõe que a regra geral seja a preservação da
de cumprimento de pena.
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão
preventiva será sempre motivada. preventiva será sempre motivada e fundamentada .
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer
outra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de
fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da
medida adotada.
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja
ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I – limitar-se à indicação,
à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida; II – empregar conceitos
jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso; III – invocar motivos que se prestariam a
justificar qualquer outra decisão; IV – não enfrentar todos os
argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador; V – limitar-se a invocar precedente
ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos; VI – deixar de seguir enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a
existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.
das decisões que decretam, substituem ou denegam a prisão preventiva (art. 315,
art. 1.022, parágrafo único, inciso II, do CPC, aplicado por analogia (art. 3º do
CPP).
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes , revogar a
processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo,
novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como
novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão
emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada
90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob
pena de tornar a prisão ilegal.
justifiquem (arts. 282, § 5º, in fine, e 316, caput, in fine, ambos do CPP), a
3. Nessa trilha, a obrigação de revisar, a cada 90 (noventa) dias, a necessidade de se manter a custódia
cautelar (art. 316, parágrafo único, do Código de Processo Penal) é imposta apenas ao juiz ou tribunal
que decretar a prisão preventiva. Com efeito, a Lei nova atribui ao “órgão emissor da decisão” – em
referência expressa à decisão que decreta a prisão preventiva – o dever de reavaliá-la. [...] Encerrada a
instrução criminal, e prolatada a sentença ou acórdão condenatórios, a impugnação à custódia cautelar
– decorrente, a partir daí, de novo título judicial a justificá-la – continua sendo feita pelas vias
ordinárias recursais, sem prejuízo do manejo da ação constitucional de habeas corpus a qualquer tempo
(HC 589.544/SC, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 08/09/2020, DJe
22/09/2020). A propósito: AgRg no HC 569.701/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA
TURMA, julgado em 09/06/2020, DJe 17/06/2020. Ressalvo meu entendimento, porém acolho referida
posição firmada por ambas as Turmas que compõem a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça.
4. No caso, o réu foi condenado à pena total de 9 anos e 4 meses de reclusão, no regime inicial fechado,
vedado o direito de recorrer em liberdade. O Tribunal local manteve a condenação.
5. Ademais, cabe consignar que, no acórdão que julgou a apelação, a matéria referente à manutenção da
prisão preventiva não foi objeto de debate. Dessa forma, considerando que inexiste obrigação legal
imposta à Corte de origem de revisar, de ofício, a necessidade da manutenção da custódia cautelar
reafirmada pelo juízo sentenciante, não há nenhuma ilegalidade a ensejar a ingerência deste Superior
Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância.
6. Agravo regimental improvido. (STJ, 5ª Turma, AgRg no HC 628.947/AM, Rel. Min. REYNALDO
SOARES DA FONSECA, j. 09.12.2020, DJe 14.12.2020).
fundamentos”.
preventiva – que implicaria o seu relaxamento, nos termos do disposto no art. 5o,
PARTE VIII
PROCEDIMENTO ESPECIAL DO JÚRI
Art. 492. [...] Art. 492. [...]I – [...]e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-
I – [...] lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da prisão
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou superior
se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva; a 15 (quinze) anos de reclusão, determinará a execução provisória das
penas, com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem
prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos;
[...]
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a
execução provisória das penas de que trata a alínea e do inciso I do
caput deste artigo, se houver questão substancial cuja resolução pelo
tribunal ao qual competir o julgamento possa plausivelmente levar à
revisão da condenação.
§ 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do
Júri a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não
terá efeito suspensivo.
Júri a uma pena igual ou superior a 15 anos de reclusão não terá efeito
Cabe salientar que a soberania dos vereditos (art. 5o, XXXVIII, c, da CF)
não implica reconhecimento antecipado da culpabilidade, mas apenas significa
jurados, mas apenas a sua modificação direta (substituição) pelo Tribunal – que
jurados for manifestamente contrária à prova dos autos (art. 593, § 3o, do CPP).
individual (art. 5o, XXXVIII, da CF); portanto, nunca pode incidir contra o
norma constitucional.
Em igual sentido:
1. Após o julgamento da Suprema Corte das Ações Declaratórias de Constitucionalidade n. 43, 44 e 54,
houve alteração legal no art. 492, inc. I, alínea “e”, do CPP, em que é determinado que o Juiz
Presidente do Tribunal de Júri proferirá sentença que, em caso de condenação, “mandará o acusado
recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da prisão
preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão,
determinará a execução provisória das penas, com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem
prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos”. Contudo, é pacífica a
jurisprudência desta Corte no sentido de que é ilegal a execução provisória da pena como decorrência
automática da condenação proferida pelo Tribunal do Júri.
2. Agravo regimental improvido. (STJ, 6ª Turma, AgRg no TP 3.026/RS, Rel. Min. NEFI CORDEIRO,
j. 01.12.2020, DJe 07.12.2020).
PARTE IX
NULIDADES
PARTE X
RECURSOS
Trata-se de cabimento secundum eventum litis, pois o art. 581, inciso XXV,
(art. 28-A, § 6o, do CPP), por ausência de previsão legal específica, não admite
Art. 638. O recurso extraordinário será processado e julgado no Art. 638. O recurso extraordinário e o recurso especial serão
Supremo Tribunal Federal na forma estabelecida pelo respectivo processados e julgados no Supremo Tribunal Federal e no Superior
regimento interno. Tribunal de Justiça na forma estabelecida por leis especiais, pela lei
processual civil e pelos respectivos regimentos internos.
1. RECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO ESPECIAL NA
COMPETÊNCIA PENAL
Entendemos que a redação dada pela Lei n. 13.964/2019 ao art. 638 do CPP
121 CPP, art. 316, caput: “O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no
correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como
novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem”.
122 CPP, art. 316, parágrafo único: “Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão
revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal”.
123 Resolução CNJ n. 213/15, art. 1º, caput: “Determinar que toda pessoa presa em flagrante delito,
125 CPP, art. 316, caput: “O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no
correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como
novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem”.
126 CPP, art. 316, parágrafo único: “Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão
revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal”.
127 “PROCESSO PENAL. [...] PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS EM MATÉRIA PENAL.
Não havia. Art. 16-A Nos casos em que servidores das polícias militares e dos
corpos de bombeiros militares figurarem como investigados em
inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais,
cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força
letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou
tentada, incluindo as situações dispostas nos arts. 42 a 47 do Decreto-
Lei n. 1.001, de 21 de outubro de 1969 (Código Penal Militar), o
indiciado poderá constituir defensor.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado
deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório,
podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito)
horas a contar do recebimento da citação.
fase investigatória).
instituição a que estava vinculado o agente à época dos fatos para que no prazo
ser inadmissível que o sujeito seja investigado sem que o saiba imediatamente.
dos Estados. No parágrafo único do art. 128 desse diploma legal, lê-se: “Quando,
pode ser realizado antes dessa providência. A seguir, tem 48 horas para constituir
norma atinge tanto os procedimentos que serão iniciados quanto aqueles que já
estão em curso. Quanto a estes, assim que a lei entrar em vigor, deve ser
entanto, das provas já colhidas sem a presença deste. Quanto aos casos em que o
Por fim, o Projeto de Lei previa que, caso o próprio investigado não
orçamento da instituição à qual está vinculado o agente (art. 16-A, §§ 3º, 4º, 5º).
Tais dispositivos foram vetados sob o argumento de que violam o art. 5º,
LXXIV, combinado com o art. 134, bem como os arts. 131 e 132 da CF. As
razões de veto deixam claro, portanto, que, caso não haja defensoria instalada, a
TÍTULO I TÍTULO I
Processos de Competência Originária Processos de Competência Originária
CAPÍTULO I CAPÍTULO I
Ação Penal Originária Ação Penal Originária
Art. 1º Nos crimes de ação penal pública, o Ministério Público terá o Art. 1º Nos crimes de ação penal pública, o Ministério Público terá o
prazo de quinze dias para oferecer denúncia ou pedir arquivamento prazo de quinze dias para oferecer denúncia ou pedir arquivamento do
do inquérito ou das peças informativas. inquérito ou das peças informativas.
§ 1º Diligências complementares poderão ser deferidas pelo relator, § 1º Diligências complementares poderão ser deferidas pelo relator,
com interrupção do prazo deste artigo. com interrupção do prazo deste artigo.
§ 2º Se o indiciado estiver preso: a) o prazo para oferecimento da § 2º Se o indiciado estiver preso: a) o prazo para oferecimento da
denúncia será de cinco dias; b) as diligências complementares não denúncia será de cinco dias; b) as diligências complementares não
interromperão o prazo, salvo se o relator, ao deferi-las, determinar o interromperão o prazo, salvo se o relator, ao deferi-las, determinar o
relaxamento da prisão. relaxamento da prisão.
§ 3º Não sendo o caso de arquivamento e tendo o investigado
confessado formal e circunstanciadamente a prática de infração
penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4
(quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não
persecução penal, desde que necessário e suficiente para a
reprovação e prevenção do crime, nos termos do art. 28-A do
Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo
Penal).
ações penais originárias, nos termos do art. 28-A do Código de Processo Penal.
leitor.
processos em curso, desde que não tenha havido trânsito em julgado, ou seja, o
solução do conflito social, que poderia ser resolvido a contento de forma menos
gravosa ao cidadão. Tal consideração político-criminal sem dúvida tem que ver
de recurso, outros que era possível a aplicação desde que não houvesse sentença,
outros consideravam ser possível a proposta somente para os casos em que ainda
acordo de não persecução aos fatos ocorridos antes da Lei 13.964/2019, desde
Mais correta nos parece a posição adotada pela 6ª Turma do STJ (AgRg no
qual a norma do artigo 28-A é de natureza mista e que portanto deve retroagir
em beneficio do réu em processos não transitados em julgado.
3. LEI N. 8.072/1990 (LEI DE CRIMES HEDIONDOS)
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos
tipificados no Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – tipificados no Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 –
Código Penal, consumados ou tentados: I – homicídio (art. 121), Código Penal, consumados ou tentados: I – homicídio (art. 121),
quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda
que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, §
2º, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); I-A – lesão corporal dolosa de 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII ); I-A – lesão corporal dolosa
natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de morte de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de
(art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição; dessa condição;
II – latrocínio (art. 157, § 3º, in fine); III – extorsão qualificada pela I – roubo:
morte (art. 158, § 2º); IV – extorsão mediante sequestro e na forma
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, §
qualificada (art. 159, caput, e §§ lº, 2º e 3º); V – estupro (art. 213,
2º, inciso V); b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art.
caput e §§ 1º e 2º); VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§
157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso
1º, 2º, 3º e 4º); VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º).
proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); c) qualificado pelo resultado
VII-A – (VETADO)
lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); IIII – extorsão
VII-B – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão
destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § corporal ou morte (art. 158, § 3º); IV – extorsão mediante sequestro
1º-A e § 1º-B, com a redação dada pela Lei n. 9.677, de 2 de julho de e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lº, 2º e 3º); V – estupro
1998). (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); VI – estupro de vulnerável (art. 217-A,
VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); VII – epidemia com resultado morte (art.
sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, 267, § 1º).
e §§ 1º e 2º).
VII-A – (VETADO)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime de
genocídio previsto no arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de VII-B – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto
outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, §
restrito, previsto no art. 16 da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 1º-A e § 1º-B, com a redação dada pela Lei n. 9.677, de 2 de julho de
2003, todos tentados ou consumados. 1998).
VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração
sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput,
e §§ 1º e 2º).
introdução de dez novas figuras. Curioso notar que continuou constando da Lei
figura não chegou sequer a ser criada, uma vez que o dispositivo mencionado foi
2º, V).
ii) Roubo majorado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, I).
iii) Roubo majorado pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou
restrito (figura majorante específica criada pela própria Lei n. 13.964/2019
– art. 157, § 2º-B).
iv) Roubo qualificado pela lesão corporal grave (art. 157, § 3º – o roubo
qualificado pela morte, ou seja, o latrocínio, já era considerado hediondo e
continua a sê-lo).
v) Extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima (art. 158, § 3º).
vi) Extorsão qualificada pela lesão corporal. Cabem aqui alguns reparos à
técnica legislativa. O primeiro é que a redação do dispositivo, ao tratar
dessa hipótese, traz como referência o art. 158, § 3º. Ocorre que a hipótese
de extorsão qualificada pela lesão corporal grave ou morte também está
prevista no art. 158, § 2º, que era mencionado na antiga redação da Lei de
Crimes Hediondos, mas deixou de ser nessa nova versão. Além disso, o
texto do dispositivo menciona a extorsão qualificada pela lesão corporal,
enquanto a qualificadora diz respeito apenas à lesão corporal grave.
Entendemos que, a despeito dessas imprecisões, o texto legal passou a
incluir tanto a extorsão qualificada pela privação da liberdade quanto a
qualificada pela lesão corporal grave ou morte, estejam ou não associadas.
A extorsão qualificada pela morte já constava do rol de crimes hediondos e
continuou constando.
vii) Furto qualificado pelo emprego de explosivo ou artefato análogo que
cause perigo comum (art. 155, § 4º-A). Trata-se da figura introduzida no
Código Penal pela Lei n. 13.654, de 2018, cuja pena é a mesma do roubo.
O foco do legislador foi atribuir maior gravidade a uma espécie de conduta
que, não obstante a ausência de violência ou grave ameaça, é usualmente
praticada por organizações criminosas como forma de alimentar entradas
financeiras que suportam outros delitos, tais como corrupção de
autoridades estatais, compra de armas e drogas.
viii) Comércio ilegal de armas de fogo (art. 17 da Lei n. 10.826/ 2003). Em
2017, foi introduzido no rol de crimes hediondos o crime de porte ou posse
ilegal de arma de uso restrito ou proibido (art. 16 da Lei n. 10.826/2003).
Agora a Lei n. 13.964/2019 introduziu no ordenamento as condutas do
comércio legal (art. 17 da Lei n. 10.826/2003) e do tráfico internacional de
arma de fogo (art. 18 da Lei n. 10.826/2003), seja de uso permitido, seja de
uso restrito.
ix) Tráfico internacional de arma de fogo (art. 18 da Lei n. 10.826/ 2003),
acessório ou munição (art. 18 da Lei n. 10.826/2003).
x) Organização criminosa, quando direcionada à prática de crime hediondo
ou equiparado. Embora o texto legal não o diga expressamente, trata-se do
crime previsto no art. 2º da Lei n. 12.850/2013, desde que voltada à prática
de crimes hediondos ou equiparados. Não se inclui, por tratar-se de
infração diversa, o crime de associação criminosa (art. 288 do CP), ainda
que constituída com o fim específico de cometer crimes hediondos ou
equiparados, nem o crime de associação para o tráfico (art. 35 da Lei n.
11.343/2006), pela mesma razão.
Conflito de leis no tempo
A introdução de todas essas figuras típicas constitui lei penal mais severa
Progressão de regime
A segunda alteração à Lei dos Crimes Hediondos foi a revogação do § 2º do
art. 2º, que previa as frações de 2/5 e 3/5, respectivamente, para a progressão de
passa a ser inteiramente regulada pelo art. 112 da Lei de Execução Penal. A
Livramento condicional
A terceira alteração que incide sobre os crimes hediondos ou equiparados diz
Saída temporária
A quarta alteração diz respeito à saída temporária. O § 4º do art. 122 da LEP
passou a prever que não terá direito à saída temporária o condenado que cumpre
pena por praticar crime hediondo com resultado morte. O ponto também já foi
examinado no Capítulo 1 deste livro.
4. LEI N. 8.429/1992 (LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA)
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo
Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de
trinta dias da efetivação da medida cautelar. trinta dias da efetivação da medida cautelar.
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que § 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de
trata o caput. acordo de não persecução cível, nos termos desta Lei.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações § 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações
necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio
público. público.
§ 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério § 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério
Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3º do art. 6º da Lei Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3º do art. 6º da Lei
n. 4.717, de 29 de junho de 1965. n. 4.717, de 29 de junho de 1965.
§ 4º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, § 4º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte,
atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
§ 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas § 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas
as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de
pedir ou o mesmo objeto. pedir ou o mesmo objeto.
§ 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que § 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que
contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade
ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de
qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as
disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil. disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.
§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e § 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e
ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por
escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações,
dentro do prazo de quinze dias. dentro do prazo de quinze dias.
§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em § 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em
decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência
do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação
da via eleita. da via eleita.
§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar § 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar
contestação. contestação.
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de § 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de
instrumento. instrumento.
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da § 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as
ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contestação, por
mérito. prazo não superior a 90 (noventa) dias.
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos § 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da
processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1º, do ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do
Código de Processo Penal. mérito.
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa § 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos
jurídica interessada o ente tributante que figurar no polo ativo da processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1º, do
obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Código de Processo Penal.
Complementar n. 116, de 31 de julho de 2003. § 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica
interessada o ente tributante que figurar no polo ativo da obrigação
tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei
Complementar n. 116, de 31 de julho de 2003.
ou conciliação nas ações de sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha
Já o texto aprovado pelo Congresso foi bem mais enxuto, afirmando que tais
ações admitem acordo de não persecução civil (art. 17, § 1º). Além disso, prevê
Art. 8º A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer Art. 8º A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer
natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do
inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das
das diligências, gravações e transcrições respectivas. diligências, gravações e transcrições respectivas.
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada
imediatamente antes do relatório da autoridade, quando se tratar de imediatamente antes do relatório da autoridade, quando se tratar de
inquérito policial (Código de Processo Penal, art. 10, § 1º) ou na inquérito policial (Código de Processo Penal, art. 10, § 1º) ou na
conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto
nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de Processo Penal. nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de Processo Penal.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações
telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da
Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em
em lei. lei.
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Art. 10-A Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos,
ópticos ou acústicos para investigação ou instrução criminal sem
autorização judicial, quando esta for exigida: Pena – Reclusão, de 2
(dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Não há crime se a captação é realizada por um dos
interlocutores.
§ 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário público que
descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a
captação ambiental ou revelar o conteúdo das gravações enquanto
mantido o sigilo judicial.
Captação ambiental
A Lei n. 13.964/2019 trouxe importante inovação disciplinando o
9.034/1995 (art. 2º, IV), que dispunha sobre meios operacionais para a
continuou sendo prevista (art 3º, II). O traço comum é que ambas as previsões
detalhada.
válido e aplicável pelo Supremo Tribunal Federal, admitindo-se até mesmo que a
domicílio (art. 5º, XI, CF) ou quando realizada em local público, mas
optando por uma mesa discreta e afastada dos olhos e ouvidos dos demais
implantar uma escuta para captar as conversas travadas pelo par. A nova lei veio,
sobre infração penal com pena máxima superior a quatro anos, ainda que não se
Crítica
É preciso dizer, desde logo, que a figura da captação ambiental, quando
realizada em domicílio (nos termos do art. 150 do Código Penal), nos parece de
Por isso, a Constituição Federal cuida não apenas de estabelecer tal garantia
que é admitida a sua violação. Tais hipóteses são: flagrante delito ou desastre, ou
juiz que deve autorizá-la. De acordo com a alteração legislativa, autoriza-se que
A violação do domicílio durante a noite não pode ser realizada, seja por meio
física à virtual (ex vi art. 121, § 7º, III, do CP, alterado pela Lei n. 13.771/2018:
Ademais, nos parece claro e incontornável que sob hipótese nenhuma pode haver
jurídico, que portanto deve ser utilizado com extrema parcimônia, interpretando-
examinar: Conceito
A captação ambiental consiste na apreensão e/ou registro, por terceiro, de
Finalidade
Só poderá ser realizada para a obtenção de prova em investigação criminal
Requisitos
A captação ambiental exige, em primeiro lugar, que a investigação ou
processo diga respeito a infração penal cuja pena máxima seja superior a quatro
anos ou a infração penal conexa a outra que preencha esse requisito. Trata-se de
parâmetro diverso daquele adotado pela interceptação telefônica (infração
punida com reclusão), o que se justifica pelo fato de que a captação ambiental é
Em terceiro lugar, só pode ser realizada caso a prova não possa ser feita por
análise desse requisito, pois o exame da eficácia pode ser largamente subjetivo e,
fundamentais. Em outras palavras, ainda que não haja outro meio igualmente
eficaz, a captação ambiental não poderá ser utilizada caso haja outro meio eficaz
de obtenção da prova.
Procedimento
A captação ambiental deve ser requisitada pela autoridade policial ou
durante a noite, ainda que com autorização judicial. Essa ressalva, aliás,
foi o seguinte: A propositura legislativa gera insegurança jurídica, haja vista que,
qualquer compartimento habitado, até mesmo um aposento que não seja aberto
150, § 4º, do Código Penal (v. g. HC 82788, Relator: Min. Celso de Mello,
noite, exceto se for em “casa”, não gera nenhuma insegurança jurídica, muito ao
equipamento seja instalado durante o dia, mesmo que por meio de ação policial
e as pessoas investigadas, bem como justificar a razão pela qual a prova não
pode ser feita de outro modo, para que o juiz possua elementos para aferir a
Prazo
A captação ambiental tem prazo máximo de 15 dias. Segundo o texto legal, o
não basta que a medida seja considerada indispensável ou que atividade criminal
homicídio, pode haver a autorização para captação ambiental (crime com pena
máxima maior do que quatro anos), mas não pode haver autorização para a
expressão merece interpretação restritiva e técnica, que só pode ser aquela que
10-A, que, espelhando o art. 10, que diz respeito ao crime de interceptação
Lei n. 13.869/2019.
imediatividade.
INTERCEPTAÇÃO CAPTAÇÃO
CONCEITO Interceptação das comunicações telefônicas, informáticas ou Captação ambiental, de sinais eletromagnéticos,
telemáticas. ópticos ou acústicos.
FINALIDADE Para prova em investigação criminal e em instrução Para investigação ou instrução criminal.
processual penal.
REQUISITOS 1. Indícios razoáveis da autoria ou participação em infração 1. Elementos probatórios razoáveis de autoria e
penal punida com pena de reclusão. participação em infração criminal punida com pena
2. A prova não puder ser feita por outros meios disponíveis. máxima superior a 4 (quatro) anos ou em infrações
penais conexas.
2. A prova não puder ser feita por outros meios
disponíveis e igualmente eficazes.
PROCEDIMENTO Requerimento da Autoridade Policial, Ministério Público ou Requerimento da Autoridade Policial ou Ministério
determinada de oficio pelo juiz. Público. Não pode ser determinada de ofício pelo
Apenas com ordem judicial. juiz, apenas com ordem judicial.
Deve ser descrita com clareza a situação objeto da O requerimento deverá descrever
investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos circunstanciadamente o local e a forma de instalação
investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente do dispositivo de captação ambiental.
justificada.
PRAZO 15 dias, renovável por igual tempo, uma vez comprovada a 15 dias, renovável por decisão judicial por iguais
indispensabilidade do meio de prova. períodos, se comprovada a indispensabilidade do
meio de prova e quando presente atividade criminal
permanente, habitual ou continuada.
CRiME Constitui crime realizar interceptação de comunicações Art. 10-A Realizar captação ambiental de sinais
telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo eletromagnéticos, ópticos ou acústicos para
da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não investigação ou instrução criminal sem autorização
autorizados em lei. judicial, quando esta for exigida: Pena – Reclusão,
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Não há crime se a captação é realizada por um
dos interlocutores.
§ 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário
público que descumprir determinação de sigilo das
investigações que envolvam a captação ambiental
ou revelar o conteúdo das gravações enquanto
mantido o sigilo judicial.
6. LEI N. 9.613/1998 (LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO)
Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização,
disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores
valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa. Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a § 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a
utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal: utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal:
I – os converte em ativos lícitos; I – os converte em ativos lícitos;
II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia,
guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere; III – importa ou guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere; III – importa ou
exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros. exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem: I – utiliza, na atividade § 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem: I – utiliza, na atividade
econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de
infração penal; II – participa de grupo, associação ou escritório tendo infração penal; II – participa de grupo, associação ou escritório tendo
conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida
à prática de crimes previstos nesta Lei. à prática de crimes previstos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do § 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do
Código Penal. Código Penal.
§ 4º A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes § 4º A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes
definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por
intermédio de organização. intermédio de organização.
§ 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida § 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida
em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de
aplicá-la ou substituí~ -la, a qualquer tempo, por pena restritiva de aplicá-la ou substituí- -la, a qualquer tempo, por pena restritiva de
direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente
com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à
apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e
e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do
crime. crime.
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a
utilização da ação controlada e da infiltração de agentes. (NR)
Verdade que, mesmo antes da previsão legal, tais mecanismos podiam ser
criminosa, nos termos do art. 3º, III e VII, da Lei n. 12.850/2013, o que é
art. 13, especificamente, prevê não ser punida, no âmbito da infiltração, a prática
original do projeto de lei visava excepcionar tal regra, esclarecendo que não
conduta criminal preexistente. Não foi esse, como se viu no texto encampado no
infiltração, já fica claro que não estaria amparada pela inexigibilidade de conduta
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar,
remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em
em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão,
reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: I – suprimir ou § 1º Nas mesmas penas incorre quem: I – suprimir ou alterar marca,
alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou
de fogo ou artefato; II – modificar as características de arma de fogo, artefato; II – modificar as características de arma de fogo, de forma a
de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou
restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade
autoridade policial, perito ou juiz; policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou
incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar; IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou legal ou regulamentar; IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou
fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal
de identificação raspado, suprimido ou adulterado; V – vender, de identificação raspado, suprimido ou adulterado; V – vender,
entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e VI – acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e VI –
produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar,
de qualquer forma, munição ou explosivo. de qualquer forma, munição ou explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo
envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4
(quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é
aumentada da metade se forem praticados por integrante dos órgãos e aumentada da metade se: I – forem praticados por integrante dos
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei. órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou II – o
agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.
primeira prevista no art. 16, caput, com pena de 3 a 6 anos de reclusão e multa, e
vinte joules); arma de fogo de uso proibido (art. 2º, III: a) as armas de fogo
(art. 2º, IV: as munições que: a) atinjam, na saída do cano de prova de armas de
munição de uso proibido (art. 2º, V: as munições que sejam assim definidas em
arma de fogo de uso restrito pode ser encontrado no art. 15, § 2º, II, do
proibido, cuja pena passou a ser mais alta, constitui novatio legis in pejus, e
dessa forma não retroage, aplicando-se apenas aos delitos praticados após a
entrada em vigor na nova, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa, com
condenado pela venda de armas e policial disfarçado, sem que haja tais
há de ser tida como atípica, considerada como crime impossível por obra do
agente provocador.
Câmara dos Deputados. Da proposta inicial constava que a pena dos arts. 14, 15,
da Lei n. 10.826/2003. Não é necessário que o crime seja o mesmo, mas que seja
descrita no art. 16 (porte ou posse ilegal de arma de uso restrito ou proibido) terá
Balísticos será gerido pela unidade oficial de perícia criminal e sua formação,
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar,
adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar,
trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar: desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – Reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 Pena – Reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: I – importa, exporta, remete, § 1º Nas mesmas penas incorre quem: I – importa, exporta, remete,
produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem
em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas; II – semeia, cultiva ou faz a destinado à preparação de drogas; II – semeia, cultiva ou faz a
colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para
a preparação de drogas; III – utiliza local ou bem de qualquer a preparação de drogas; III – utiliza local ou bem de qualquer
natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou
vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
IV – vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto
químico destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em
desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente
policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios
razoáveis de conduta criminal preexistente.
do art. 33, veio do “Projeto Sergio Moro” e repete os já comentados arts. 17, §
1º, e 18, parágrafo único, introduzidos na Lei n. 10.826. O tema diz respeito ao
condenado pela venda de armas e policial disfarçado, sem que haja tais
há de ser tida como atípica, considerada como crime impossível por obra do
agente provocador.
9. LEI N. 11.671/2008 (LEI DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS
FEDERAIS DE SEGURANÇA MÁXIMA)
Art. 2º A atividade jurisdicional de execução penal nos Art. 2º A atividade jurisdicional de execução penal nos
estabelecimentos penais federais será desenvolvida pelo juízo federal estabelecimentos penais federais será desenvolvida pelo juízo federal
da seção ou subseção judiciária em que estiver localizado o da seção ou subseção judiciária em que estiver localizado o
estabelecimento penal federal de segurança máxima ao qual for estabelecimento penal federal de segurança máxima ao qual for
recolhido o preso. recolhido o preso.
Parágrafo único. O juízo federal de execução penal será competente
para as ações de natureza penal que tenham por objeto fatos ou
incidentes relacionados à execução da pena ou infrações penais
ocorridas no estabelecimento penal federal.
Art. 3º Serão recolhidos em estabelecimentos penais federais de Art. 3º Serão incluídos em estabelecimentos penais federais de
segurança máxima aqueles cuja medida se justifique no interesse da segurança máxima aqueles para quem a medida se justifique no
segurança pública ou do próprio preso, condenado ou provisório. interesse da segurança pública ou do próprio preso, condenado ou
provisório.
Art. 10. A inclusão de preso em estabelecimento penal federal de Art. 10. A inclusão de preso em estabelecimento penal federal de
segurança máxima será excepcional e por prazo determinado. segurança máxima será excepcional e por prazo determinado.
§ 1º O período de permanência não poderá ser superior a 360 § 1º O período de permanência será de até 3 (três) anos, renovável
(trezentos e sessenta) dias, renovável, excepcionalmente, quando por iguais períodos, quando solicitado motivadamente pelo juízo de
solicitado motivadamente pelo juízo de origem, observados os origem, observados os requisitos da transferência, e se persistirem os
requisitos da transferência. motivos que a determinaram.
§ 2º Decorrido o prazo, sem que seja feito, imediatamente após seu § 2º Decorrido o prazo, sem que seja feito, imediatamente após seu
decurso, pedido de renovação da permanência do preso em decurso, pedido de renovação da permanência do preso em
estabelecimento penal federal de segurança máxima, ficará o juízo de estabelecimento penal federal de segurança máxima, ficará o juízo de
origem obrigado a receber o preso no estabelecimento penal sob sua origem obrigado a receber o preso no estabelecimento penal sob sua
jurisdição. jurisdição.
§ 3º Tendo havido pedido de renovação, o preso, recolhido no § 3º Tendo havido pedido de renovação, o preso, recolhido no
estabelecimento federal em que estiver, aguardará que o juízo federal estabelecimento federal em que estiver, aguardará que o juízo federal
profira decisão. profira decisão.
§ 4º Aceita a renovação, o preso permanecerá no estabelecimento § 4º Aceita a renovação, o preso permanecerá no estabelecimento
federal de segurança máxima em que estiver, retroagindo o termo federal de segurança máxima em que estiver, retroagindo o termo
inicial do pra-zo ao dia seguinte ao término do prazo anterior. inicial do prazo ao dia seguinte ao término do prazo anterior.
§ 5º Rejeitada a renovação, o juízo de origem poderá suscitar o § 5º Rejeitada a renovação, o juízo de origem poderá suscitar o
conflito de competência, que o tribunal apreciará em caráter conflito de competência, que o tribunal apreciará em caráter
prioritário. prioritário.
§ 6º Enquanto não decidido o conflito de competência em caso de § 6º Enquanto não decidido o conflito de competência em caso de
renovação, o preso permanecerá no estabelecimento penal federal. renovação, o preso permanecerá no estabelecimento penal federal.
estabelecida por juiz estadual, mas, diante dos requisitos legais, passa a cumprir
estabelecimento penal federal teriam qual competência? A nova lei parece querer
execuções criminais o competente para as ações penais que tenham por objeto
Justiça Federal, uma vez que tal competência está disciplinada expressamente na
legal, aqui, parece ser eficaz apenas para resolver qual, dentre os juízos federais,
teria competência para conhecer e julgar fatos: ficou estabelecido o juízo das
execuções criminais.
Crítica
A lei impõe ao juízo federal da execução criminal a competência também
penal federal, o que não parece ser a melhor escolha. Uma vara especializada da
execução criminal não conta com estrutura para o trâmite de ações penais – daí a
Crítica
O texto, infelizmente, foi mantido. A redação, repetida na nova lei, é ampla
pública. A questão fica mais grave quando se percebe que o regime ora imposto
diferenciado, que é castigo previsto na Lei das Execuções Penais. Ora, se tem
RDD para o preso que é considerado alto risco para a ordem ou segurança do
de até duas pessoas por vez, sem contar as crianças (como era na antiga redação
do RDD, vigente até 2020). A estrutura prisional deve impor a separação por
gravação.
estrutura, a visita deve ser admitida da forma mais próxima à prevista em lei, e
Pelo contrário, a lei aqui dispõe que o parlatório será monitorado, e se vale do
inciso IV do art. 3º, § 2º, para dispor que todos os meios de comunicação serão
monitorados. Resta a dúvida: o contato do preso com sua visita será filmado e
judicial? A lei não é clara, e no inciso II, que cuida das visitas, a lei não se vale
da expressão “monitorar”, mas sim filmar e gravar. Por outro lado, não faria
sentido que o RDD, que é castigo e assim deve ser considerado mais restritivo
visita depende de autorização judicial, parece ser conclusão necessária que, aqui,
Crítica
A falta de clareza sobre a necessidade de autorização judicial para a
permite o monitoramento por áudio e vídeo com autorização judicial diz respeito
objetivo do legislador é impedir que a visita seja usada como instrumento para a
visitas por ato fundamentado. A lei não detalha quais os fundamentos possíveis e
pertinentes, permitindo assim exagerada discricionariedade da autoridade
53 da LEP, e a suspensão sem falta anterior seria castigo sem falta, violando o
do mesmo art. 3º, que prevê o monitoramento por áudio e vídeo no parlatório e
autorização judicial nos casos em que ela era necessária. Nesse caso, deve-se
entender que a alusão ao art. 325 não implica que a conduta seja de violação de
captado com o monitoramento por áudio ou vídeo é sigiloso e não pode ser
para três anos, renovável por iguais períodos, desde que autorizado pelo juízo de
determinaram.
Vale lembrar que já na antiga redação consta que cabe ao juízo federal
negada poderá ser suscitado conflito de competência, nos termos do art. 10, § 5º,
da Lei n. 11.671/2008.
Nesse ponto é bom que se reforce que, embora os artigos antecedentes não o
pode ser extraído do § 1º do art. 10, que trata da renovação, que será solicitada
motivadamente pelo juízo de origem, e portanto não faria sentido algum que a
transferência anterior não tivesse sido determinada por ele. Além disso, o art. 11-
possibilidade de que a atividade de execução penal possa ser exercida por órgão
colegiado de juízes. Por fim, quando a Lei n. 12.850 agora prevê que os líderes
regras próprias.
Órgão colegiado
A Lei n. 13.964/2019, em linha com a alteração promovida na Lei n.
estabelecimento penal federal de segurança máxima poderá ser tomada por órgão
colegiado de juízes, o chamado “juiz sem rosto”, que será adiante estudado.
Direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho Banho de sol de até 2 (duas) horas diárias.
de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato
com presos do mesmo grupo criminoso.
Visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas em Visita do cônjuge, do companheiro, de parentes e de amigos somente
instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de em dias determinados, por meio virtual ou no parlatório, com o
objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado máximo de 2 (duas) pessoas por vez, além de eventuais crianças,
judicialmente, com duração de 2 (duas) horas. separados por vidro e comunicação por meio de interfone, com
filmagem e gravações.
Entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, Os estabelecimentos penais federais de segurança máxima deverão
em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem dispor de monitoramento de áudio e vídeo no parlatório e nas áreas
de objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário. comuns, para fins de preservação da ordem interna e da segurança
A visita será gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com pública, vedado seu uso nas celas e no atendimento advocatício, salvo
autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário. expressa autorização judicial em contrário.
Duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da O período de permanência será de até 3 (três) anos, renovável por
sanção por nova falta grave de mesma espécie ou prorrogado iguais períodos, quando solicitado motivadamente pelo juízo de
sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de origem, observados os requisitos da transferência, e se persistirem os
que o preso continua apresentando alto risco para a ordem e a motivos que a determinaram.
segurança do estabelecimento penal de origem ou da sociedade ou
mantém os vínculos com organização criminosa, associação
criminosa ou milícia privada, considerados também o perfil criminal
e a função desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação
duradoura do grupo, a superveniência de novos processos criminais e
os resultados do tratamento penitenciário.
10. LEI N. 12.037/2009 (LEI DA IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL) – ART. 7-
A, ART. 7-C
Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados
ocorrerá no término do prazo estabelecido em lei para a prescrição do ocorrerá: I – no caso de absolvição do acusado; ou II – no caso de
delito. condenação do acusado, mediante requerimento, após decorridos 20
(vinte) anos do cumprimento da pena.
Art. 7º-B. A identificação do perfil genético será armazenada em Art. 7º-B. A identificação do perfil genético será armazenada em
banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo
Poder Executivo. Poder Executivo.
dados geridos por órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário das
registro de íris, voz e reconhecimento facial) – note-se que a lei não inclui aqui,
de forma expressa, o perfil genético, mas entendemos que ele está incluído pela
Digitais poderão ser colhidos de duas situações: (i) durante o inquérito, por
cautelar antes da condenação definitiva, quando não tiverem sido extraídos por
administrativa sobre aquele que permitir ou promover sua utilização para fins
13.964/2019.
11. LEI N. 12.694/2012 (LEI DO JULGAMENTO COLEGIADO)
Art. 1º Em processos ou procedimentos que tenham por objeto Art. 1º Em processos ou procedimentos que tenham por objeto
crimes praticados por organizações criminosas, o juiz poderá decidir crimes praticados por organizações criminosas, o juiz poderá decidir
pela formação de colegiado para a prática de qualquer ato processual, pela formação de colegiado para a prática de qualquer ato processual,
especialmente: I – decretação de prisão ou de medidas assecuratórias; especialmente: I – decretação de prisão ou de medidas assecuratórias;
II – concessão de liberdade provisória ou revogação de prisão; III – II – concessão de liberdade provisória ou revogação de prisão; III –
sentença; sentença;
IV – progressão ou regressão de regime de cumprimento de pena; V – IV – progressão ou regressão de regime de cumprimento de pena; V –
concessão de liberdade condicional; concessão de liberdade condicional;
VI – transferência de preso para estabelecimento prisional de VI – transferência de preso para estabelecimento prisional de
segurança máxima; e VII – inclusão do preso no regime disciplinar segurança máxima; e VII – inclusão do preso no regime disciplinar
diferenciado. diferenciado.
§ 1º O juiz poderá instaurar o colegiado, indicando os motivos e as § 1º O juiz poderá instaurar o colegiado, indicando os motivos e as
circunstâncias que acarretam risco à sua integridade física em decisão circunstâncias que acarretam risco à sua integridade física em decisão
fundamentada, da qual será dado conhecimento ao órgão correicional. fundamentada, da qual será dado conhecimento ao órgão correicional.
§ 2º O colegiado será formado pelo juiz do processo e por 2 (dois) § 2º O colegiado será formado pelo juiz do processo e por 2 (dois)
outros juízes escolhidos por sorteio eletrônico dentre aqueles de outros juízes escolhidos por sorteio eletrônico dentre aqueles de
competência criminal em exercício no primeiro grau de jurisdição. competência criminal em exercício no primeiro grau de jurisdição.
§ 3º A competência do colegiado limita-se ao ato para o qual foi § 3º A competência do colegiado limita-se ao ato para o qual foi
convocado. convocado.
§ 4º As reuniões poderão ser sigilosas sempre que houver risco de § 4º As reuniões poderão ser sigilosas sempre que houver risco de que
que a publicidade resulte em prejuízo à eficácia da decisão judicial. a publicidade resulte em prejuízo à eficácia da decisão judicial.
§ 5º A reunião do colegiado composto por juízes domiciliados em § 5º A reunião do colegiado composto por juízes domiciliados em
cidades diversas poderá ser feita pela via eletrônica. cidades diversas poderá ser feita pela via eletrônica.
§ 6º As decisões do colegiado, devidamente fundamentadas e § 6º As decisões do colegiado, devidamente fundamentadas e
firmadas, sem exceção, por todos os seus integrantes, serão firmadas, sem exceção, por todos os seus integrantes, serão
publicadas sem qualquer referência a voto divergente de qualquer publicadas sem qualquer referência a voto divergente de qualquer
membro. membro.
§ 7º Os tribunais, no âmbito de suas competências, expedirão normas § 7º Os tribunais, no âmbito de suas competências, expedirão normas
regulamentando a composição do colegiado e os procedimentos a regulamentando a composição do colegiado e os procedimentos a
serem adotados para o seu funcionamento. serem adotados para o seu funcionamento.
diferenciado.
Art. 2º
§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que
tenham armas à disposição deverão iniciar o cumprimento da pena
em estabelecimentos penais de segurança máxima.
§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar
organização criminosa ou por crime praticado por meio de
organização criminosa não poderá progredir de regime de
cumprimento de pena ou obter livramento condicional ou outros
benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem
a manutenção do vínculo associativo.
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão
judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade
ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado
efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo
criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos
seguintes resultados: I – a identificação dos demais coautores e seguintes resultados: I – a identificação dos demais coautores e
partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles
praticadas; II – a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de praticadas; II – a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de
tarefas da organização criminosa; III – a prevenção de infrações tarefas da organização criminosa; III – a prevenção de infrações
penais decorrentes das atividades da organização criminosa; IV – a penais decorrentes das atividades da organização criminosa; IV – a
recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações
penais praticadas pela organização criminosa; V – a localização de penais praticadas pela organização criminosa; V – a localização de
eventual vítima com a sua integridade física preservada. eventual vítima com a sua integridade física preservada.
§ 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a § 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a
personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a
gravidade e a repercussão social do fato criminoso e a eficácia da gravidade e a repercussão social do fato criminoso e a eficácia da
colaboração. colaboração.
§ 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério § 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério
Público, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do Público, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do
inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, poderão inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, poderão
requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao
colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido previsto na colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido previsto na
proposta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei proposta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei
n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).
§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos § 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos
ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses,
prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as medidas prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as medidas
de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional. de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional.
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério Público poderá § 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o Ministério
deixar de oferecer denúncia se o colaborador: Público poderá deixar de oferecer denúncia se a proposta de acordo
de colaboração referir-se a infração de cuja existência não tenha
prévio conhecimento e o colaborador:
I – não for o líder da organização criminosa; II – for o primeiro a I – não for o líder da organização criminosa; II – for o primeiro a
prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo. prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.
§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser § 4º-A. Considera-se existente o conhecimento prévio da infração
reduzida até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda quando o Ministério Público ou a autoridade policial competente
que ausentes os requisitos objetivos. tenha instaurado inquérito ou procedimento investigatório para
§ 6º O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes apuração dos fatos apresentados pelo colaborador.
para a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o § 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser
delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação reduzida até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda
do Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério que ausentes os requisitos objetivos.
Público e o investigado ou acusado e seu defensor.
§ 6º O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º, o respectivo termo,
para a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o
acompanhado das declarações do colaborador e de cópia da
delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação
investigação, será remetido ao juiz para homologação, o qual deverá
do Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério
verificar sua regularidade, legalidade e voluntariedade, podendo para
Público e o investigado ou acusado e seu defensor.
este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu
defensor.
§ 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender § 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta que não
aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto. atender aos requisitos legais, devolvendo-a às partes para as
§ 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre adequações necessárias.
acompanhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do § 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre
Ministério Público ou pelo delegado de polícia responsável pelas acompanhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do
investigações. Ministério Público ou pelo delegado de polícia responsável pelas
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas investigações.
autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser § 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas
utilizadas exclusivamente em seu desfavor. autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser
utilizadas exclusivamente em seu desfavor.
§ 10-A. Em todas as fases do processo, deve-se garantir ao réu
delatado a oportunidade de manifestar-se após o decurso do prazo
concedido ao réu que o delatou.
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua § 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua
eficácia. eficácia.
§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o § 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o
colaborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou colaborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou
por iniciativa da autoridade judicial. por iniciativa da autoridade judicial.
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será § 13. O registro das tratativas e dos atos de colaboração deverá ser
feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia,
digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter
maior fidelidade das informações. maior fidelidade das informações, garantindo-se a disponibilização
de cópia do material ao colaborador.
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na § 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na
presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao
compromisso legal de dizer a verdade. compromisso legal de dizer a verdade.
§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da § 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da
colaboração, o colaborador deverá estar assistido por defensor. colaboração, o colaborador deverá estar assistido por defensor.
§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento § 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida
apenas nas declarações de agente colaborador. com fundamento apenas nas declarações do colaborador: I – medidas
cautelares reais ou pessoais; II – recebimento de denúncia ou queixa-
crime; III – sentença condenatória.
§ 17. O acordo homologado poderá ser rescindido em caso de
omissão dolosa sobre os fatos objeto da colaboração.
§ 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe que o
colaborador cesse o envolvimento em conduta ilícita relacionada ao
objeto da colaboração, sob pena de rescisão.
Art. 5º São direitos do colaborador: I – usufruir das medidas de Art. 5º São direitos do colaborador: I – usufruir das medidas de
proteção previstas na legislação específica; II – ter nome, proteção previstas na legislação específica; II – ter nome,
qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados; III qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados; III
– ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e – ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e
partícipes; IV – participar das audiências sem contato visual com os partícipes; IV – participar das audiências sem contato visual com os
outros acusados; V – não ter sua identidade revelada pelos meios de outros acusados; V – não ter sua identidade revelada pelos meios de
comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia
autorização por escrito; VI – cumprir pena em estabelecimento penal autorização por escrito; VI – cumprir pena ou prisão cautelar em
diverso dos demais corréus ou condenados. estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados.
Art. 7º O pedido de homologação do acordo será sigilosamente Art. 7º O pedido de homologação do acordo será sigilosamente
distribuído, contendo apenas informações que não possam identificar distribuído, contendo apenas informações que não possam identificar
o colaborador e o seu objeto. o colaborador e o seu objeto.
§ 1º As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas § 1º As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas
diretamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo diretamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo
de 48 (quarenta e oito) horas. de 48 (quarenta e oito) horas.
§ 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e § 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e
ao delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das ao delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das
investigações, assegurando-se ao defensor, no interesse do investigações, assegurando-se ao defensor, no interesse do
representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam
respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de
autorização judicial, ressalvados os referentes às diligências em autorização judicial, ressalvados os referentes às diligências em
andamento. andamento.
§ 3º O acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim § 3º O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do
que recebida a denúncia, observado o disposto no art. 5º. colaborador serão mantidos em sigilo até o recebimento da denúncia
ou da queixa-crime, sendo vedado ao magistrado decidir por sua
publicidade em qualquer hipótese.
Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade
para, por meio da internet, colher indícios de autoria e materialidade
dos crimes previstos no art. 1º desta Lei.
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a
estrita finalidade da investigação responderá pelos excessos
praticados.
Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos
praticados durante a operação deverão ser registrados, gravados,
armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público,
juntamente com relatório circunstanciado.
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput
deste artigo serão reunidos em autos apartados e apensados ao
processo criminal juntamente com o inquérito policial, assegurando-
se a preservação da identidade do agente policial infiltrado e a
intimidade dos envolvidos.
Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do
delegado de polícia para a infiltração de agentes conterão a delegado de polícia para a infiltração de agentes conterão a
demonstração da necessidade da medida, o alcance das tarefas dos demonstração da necessidade da medida, o alcance das tarefas dos
agentes e, quando possível, os nomes ou apelidos das pessoas agentes e, quando possível, os nomes ou apelidos das pessoas
investigadas e o local da infiltração. investigadas e o local da infiltração.
Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro público poderão
incluir nos bancos de dados próprios, mediante procedimento sigiloso
e requisição da autoridade judicial, as informações necessárias à
efetividade da identidade fictícia criada, nos casos de infiltração de
agentes na internet.
A Lei n. 12.850/2013 sofreu quatro alterações diretas (além de muitas outras,
estabelecimento de segurança máxima ou média (art. 33, § 1º, a). Assim, mesmo
pena, não é possível dizer que a nova lei é gravosa, permitindo concluir que
poderá ser aplicada também para fatos praticados anteriores à sua vigência.
modificação dos arts. 3º-A; 3º-B; 3º-C; 4º, § 4º; 4º, § 4º-A; 4º, § 7º; 4º, § 7º-A;
4º, § 7º-B; 4º, § 8º; 4º, § 10-A; 4º, § 13º; 4º, § 16; 4º, § 17; 4º, § 18; 5º, VI; 7º, §
3º. Tais dispositivos não constavam dos projetos originais (PL n. 882/2019 e PL
dos Deputados. Como se verá, seu objetivo, mais do que operar modificações
problemas que foram surgindo e sendo percebidos ao longo dos sete anos de
para penas bastante elevadas, o que sempre suscitou críticas por parte da
cuja existência não tenha prévio conhecimento. O texto do art. 4º, § 4º-A,
prévias, está em linha com a transparência, lisura e ética esperadas dos atos
todos os fatos ilícitos para os quais concorreu e que tenham relação direta com
os fatos investigados. Ou seja, a obrigação de não omissão do colaborador, cujo
relacionados.
imediatamente.
10-D e 11, parágrafo único) instituindo a figura do agente infiltrado virtual, que
desde 2017 era prevista nos arts. 190-A e seguintes do Estatuto da Criança e do
Adolescente. A seguir, os lineamentos do instituto, separados por tema.
ix) Identidade fictícia: por fim, o art. 10-C esclarece que não comete crime o
policial que oculta a sua identidade para, por meio da internet, colher
indícios de autoria e materialidade dos crimes previstos no art. 1º desta lei,
previsão que nos parece desnecessária.
imediatamente.
13. LEI N. 13.608/2018 (LEI DO “DISQUE-DENÚNCIA”)
Art. 4º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no Art. 4º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no
âmbito de suas competências, poderão estabelecer formas de âmbito de suas competências, poderão estabelecer formas de
recompensa pelo oferecimento de informações que sejam úteis para a recompensa pelo oferecimento de informações que sejam úteis para a
prevenção, a repressão ou a apuração de crimes ou ilícitos prevenção, a repressão ou a apuração de crimes ou ilícitos
administrativos. administrativos.
Parágrafo único. Entre as recompensas a serem estabelecidas, poderá Parágrafo único. Entre as recompensas a serem estabelecidas, poderá
ser instituído o pagamento de valores em espécie. ser instituído o pagamento de valores em espécie.
reporta fatos ilícitos dos quais teve ciência. Evidentemente, qualquer pessoa
alguém que não participou do crime e por isso não cabe nenhum tipo de
que o prêmio terá de ser de outra natureza, via de regra, uma vantagem
pecuniária.
Art. 3º Constituem recursos do FNSP: I – as doações e os auxílios de Art. 3º Constituem recursos do FNSP: I – as doações e os auxílios de
pessoas naturais ou jurídicas, públicas ou privadas, nacionais ou pessoas naturais ou jurídicas, públicas ou privadas, nacionais ou
estrangeiras; II – as receitas decorrentes: estrangeiras; II – as receitas decorrentes:
a) da exploração de loterias, nos termos da legislação; e b) das a) da exploração de loterias, nos termos da legislação; e b) das
aplicações de recursos orçamentários do FNSP, observada a aplicações de recursos orçamentários do FNSP, observada a
legislação aplicável; legislação aplicável;
c) da decretação do perdimento dos bens móveis e imóveis, quando c) da decretação do perdimento dos bens móveis e imóveis, quando
apreendidos ou sequestrados em decorrência das atividades apreendidos ou sequestrados em decorrência das atividades
criminosas perpetradas por milicianos, estendida aos sucessores e criminosas perpetradas por milicianos, estendida aos sucessores e
contra eles executada, até o limite do valor do patrimônio transferido; contra eles executada, até o limite do valor do patrimônio transferido;
III – as dotações consignadas na lei orçamentária anual e nos créditos III – as dotações consignadas na lei orçamentária anual e nos créditos
adicionais; e IV – as demais receitas destinadas ao FNSP. adicionais; e IV – as demais receitas destinadas ao FNSP.
país”.
Nessa linha, foram introduzidos no art. 3º da Lei n. 13.756/2018 quatro