Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO- UEMA

CENTRO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS- CECEN


CURSO DE GEOGRAFIA LICENCIATURA
DISCIPLINA: FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
PROFESSOR: RAFAEL PINHEIRO
ALUNA: EUENE RIBEIRO

FICHAMENTO DO TEXTO DE: IMMANUEL KANT; RESPOSTA À


PERGUNTA: O QUE É ESCLARECIMENTO?

SÃO LUÍS – MA
2019
FICHAMENTO DO TEXTO DE: IMMANUEL KANT; RESPOSTA À
PERGUNTA: O QUE É ESCLARECIMENTO?

“Esclarecimento (Aufklareing) significa a saída do homem de sua


minoridade, pela qual ele próprio é responsável. A minoridade é a incapacidade
de se servir de seu próprio entendimento sem a tutela de um outro. E a se
próprio que se deve atribuir sua minoridade, uma vez que ela não resulta de
entendimento, mas da falta de resolução e de coragem necessárias para
utilizar seu entendimento sem a tutela de outro”. PG.01.

O esclarecimento segundo o autor é a passagem do ser humano de


estado de ignorância, onde o mesmo adquiri conhecimento para toda vida e
passa do estado de incapacidade e chegar ao estado de conhecedor.

“A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma parte tão


grande dos homens libertos há muito pela natureza de toda tutela alheia
(naturaliter majorennes), comprazem-se em permanecer por toda sua vida
menores; é por isso que é tão fácil a outros instituírem-se seus tutores. E tão
cômodo ser menor”. PG. 01.

As pessoas preguiçosas vivem uma vida de fadiga com elas mesma,


não consegue se libertar na mornidão, são pessoas que não desejam mudar
sua realidade, pensam sempre que melhor do que a situação que elas se
encontram não pode melhorar, logo são pessoas sem perspectivas de
crescimento, vivem alheias.

“E, portanto, difícil para todo homem tomado individualmente livrar-se


dessa minoridade que se tornou uma espécie de segunda natureza. Ele se
apegou a ela, e é então realmente incapaz de se servir de seu entendimento,
pois não deixam que ele o experimente jamais”. PG. 02.

É muito difícil para qualquer homem que não sente o desejo de migrar
dessa realidade de minoridade e muito complicado, pois, somos nós mesmos
que nos ajudamos a crescer ou diminuir o conhecimento que temos, e quando
a pessoa se acha pequeno dificilmente ele irá crescer.
“Que um público, porém, esclareça-se a si mesmo, é ainda assim
possível; é até, se lhe deixarem a liberdade, praticamente inevitável, pois
então, sempre se encontrarão alguns homens pensando por si mesmos,
incluindo os tutores oficiais de grande maioria, que, após terem eles mesmos
rejeitado o jugo da maioridade, difundirão o espírito de uma apreciação
razoável de seu próprio valor e vocação de cada homem de pensar por si
mesmo”. PG. 02.

Sempre haverá entre a sociedade homens de maioridade capazes de


tomar suas próprias decisões, assim também como vai existir sempre homens
que só desejam ter a minoridade não tem o desejo de avançar no
esclarecimento preferem ser comandados.

“Estes esclarecimentos não exigem, todavia, nada mais do que a


liberdade, e mesmo a mais inofensiva de todas as liberdades, isto é, a de fazer
um uso público de sua razão em todos os domínios”. PG 03.

O esclarecimento traz consigo a liberdade de escolha de ser livre para


passar e tomar suas próprias decisões. Só teremos homens livres quando os
mesmos forem esclarecidos.

“Mas que limitação constitui obstáculo ao Esclarecimento e qual não


constitui ou lhe é mesmo favorável? Respondo: o uso público de nossa razão a
todo momento ser livre, e somente ele pode difundir o Esclarecimento entre os
homens” PG. 03.

A maior limitação de constitui um obstáculo para o homem é a falta de


esclarecimento, um homem que não tem esse bem, torna-se cego e vítima de
se próprio e da sociedade, pois não consegue muitas vezes discernir o certo e
o errado.

“Desse modo, seria muito nocivo que um oficial, tendo recebido uma
ordem de seus superiores, ponha-se durante seu serviço a raciocinar toda voz
alta sobre a convivência ou utilidade dessa ordem”. PG. 04.

Dá para raciocinar e obedecer uma ordem ainda que a mesma seja


difícil de executar, mas é necessário pontuar cada situação, pois receber uma
ordem e executar a mesma, não significa que aquele homem não tem
esclarecimento em relação à subordinação.

“O Cidadão não pode recusar-se a pagar os impostos que lhe são


exigidos; a crítica insolente de tais impostos no momento em que ele tem a
obrigação de pagá-los pode até ser punida como um escândalo (que poderia
provocar rebeliões gerais) ”. PG. 04

O cidadão dessa época não tinha o direito de recusar-se a pagar os


impostos cobrados pelos superiores da sociedade da época, ainda que o
mesmo não concordasse, teria que pagar para não ser mal visto pela
sociedade. Em contrapartida, a igreja se achava no direito de não pagar os
mesmos impostos, pois cabia a ela a responsabilidade de capacitar o homem
de forma religiosa.

“Em contrapartida, enquanto erudito, que por meio de seus escritos, fala
ao verdadeiro público, isto é, ao mundo, por conseguinte no uso público sua
razão, o padre desfruta-se de sua própria razão de falar em seu próprio nome,
pois querer que os tutores de povo (nas eclesiásticas) voltam a ser menores, é
um absurdo que contribui para a perpetuação dos absurdos”. PG. 05.

O erudito tinha acesso não ao verdadeiro público, mas à classe mais


privilegiada e tinha a capacidade de influenciar as pessoas intelectualmente,
porque era um ser esclarecido e não vivia na escuridão.

“Mas o que um povo não é sequer autorizado a decidir por si mesmo, um


monarca tem ainda menos o direito de decidir pelo povo; pois sua autoridade
legislativa repousa precisamente sabre o fato de que ele reúne toda a vontade
popular na sua”. PG. 06.

Essa afirmação é muito forte, pois sabemos que um monarca tem


autoridades para fazer o que bem entender, mas nessa sociedade ele
precisava saber o que seus súditos desejavam, para não ser rebaixada sua
autoridade enquanto monarca.

“Mas somente aquele que além disso, ele mesmo esclarecido, não teme
trevas, mas ao mesmo tempo tendo sob o comando um exército numeroso e
bem disciplinado, garantia da tranquilidade pública, pode dizer o que um
Estado livre não ousa dizer: raciocinai o quanto quiserdes e sobre o que
desejardes, mas obedecei”. PG. 08.

Aqui observamos o domínio do homem não pela força, mas pelo poder
intelectual que o dominador erudito tem sobre ele, essa dominação é
intelectual, onde os homens são convencidos a obedecer aos seus superiores.

Você também pode gostar