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Como o corona vírus impacta o setor elétrico

nacional
POR: ENERGY FUTURE | 08/04/2020

Com as medidas de isolamento social, redução da carga e mudança no perfil de consumo são alguns
dos efeitos causados pela pandemia.

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A pandemia de corona vírus impacta o setor elétrico nacional, exigindo ações em curto prazo. Com
a adoção de medidas de isolamento pelos estados, a redução na carga e a alteração no perfil do
consumo levam a mudanças na operação, regulação e comercialização da energia elétrica no país.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), desde o início das ações de
contenção à pandemia, a carga de energia (consumo somado às perdas) do Sistema Interligado
Nacional (SIN) vem apresentando rápida redução, com grande tráfego do consumo da indústria e
do comércio para as residências.

O ONS também avalia que o aumento do consumo residencial, em diminuição às demais classes, fez
com que a demanda maior do sistema fosse descolada do período diurno para o noturno.

O Programa Mensal de Operação Energética (PMO), elaborado pelo operador nacional com a
participação dos agentes do setor, mostra os efeitos de Covid-19 na projeção da carga de janeiro ao
mês de maio.
Em contrapartida aos efeitos econômicos da redução do consumo, o Comitê de Monitoramento do
Setor Elétrico (CMSE) avalia que a diminuição da carga contribui para o aumento do nível dos
reservatórios das usinas hidrelétricas.

Responsável por monitorar as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia


elétrica do país, o comitê acredita que a redução da carga amplia a segurança do atendimento aos
consumidores brasileiros, tanto no cenário atual, quanto no futuro, após a retomada das atividades
econômicas e crescimento do país.

ADOÇÃO DE MEDIDAS FRENTE ÀS INCERTEZAS

Como resposta aos desafios impostos pela crise do corona vírus, o Ministério de Minas e Energia
(MME) vem realizando reuniões com agentes setoriais para avaliar medidas que garantam o
atendimento energético com o menor impacto financeiro.

Na reunião, realizada na última sexta-feira (04.04), o ministro Bento Albuquerque afirmou que “as
soluções para a atual situação excepcional são urgentes, e que o papel mais importante do
Ministério de Minas e Energia é o de preservar a saúde do Setor”, destacando que todos deverão
contribuir no atual cenário.

Entre as medidas regulatórias para mitigar os impactos, a Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) anunciou a publicação da Resolução Normativa n°878/2020, que proíbe temporariamente a
suspensão do fornecimento por inadimplência de consumidores residenciais e de serviços
essenciais.

Para o secretário de Energia Elétrica, Rodrigo Limp, as medidas da Aneel preservam o consumidor
ao garantir o abastecimento de energia, com a suspensão de cortes por inadimplência no prazo de
90 dias.
Segundo o secretário, os impactos tarifários sobre os consumidores de baixa renda e os efeitos
econômicos às empresas, com a queda de consumo, estão em análise do governo, que teria também
como foco medidas para as distribuidoras de energia. “Não há bala de prata! Não temos uma
solução única!”, afirma Limp.

Agentes do setor elétrico também destacam a necessidade de aprovação pelo Senado Federal da PL
3975/2019, que trata do risco hidrológico, que pode contribuir como uma ação de curto prazo,
possibilitando o destrave de linhas de financiamento de boa parte das empresas.

Também ponto de consenso setorial está a ‘Modernização do Setor Elétrico’, que garantiria a
prontidão do setor para a retomada da atividade econômica e a continuidade dos investimentos em
eficiência energética.

PRINCIPAIS IMPACTOS DA CRISE DO CORONAVÍRUS NO SETOR ELÉTRICO

Queda da carga de energia: projeção da ONS afirma que o consumo de energia deve cair 0,9% em
2020. A carga que, inicialmente, estava prevista para 70.825 MW médios, agora está estimada em
67.249 MW médios. Na comparação com o consumo de 2019, que foi de 67.835 MW médios,
estima-se um recuo de 586 MW médios (- 0,9%).

Redução nos preços de energia: a queda de carga, por sua vez, também impacta nos preços da
energia para os próximos meses. Para reduzir eventuais perdas, as elétricas podem tentar vender
os excedentes por meio de alguns mecanismos regulatórios ou liquidá-las no mercado spot de
energia, pelo Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). Com a maior oferta de energia no mercado,
o PLD deve ter valores mais baixos.

Adiamento de leilões: o Ministério de Minas e Energia adiou por tempo indeterminado a realização
de leilões de geração e transmissão de energia elétrica em razão da crise provocada pela pandemia
do novo corona vírus. O adiamento foi formalizado em portaria publicada no “Diário Oficial da
União” no dia 30 de março. A portaria cita os leilões de energia existentes A-4 e A-5, o leilão de
energia nova A-4 e A-6, os leilões de transmissão e os leilões para suprimento dos sistemas isolados.

Foco nas distribuidoras: o aumento da inadimplência e a redução do consumo de comércios e


indústrias impactam diretamente as distribuidoras, que funcionam como um “caixa” do setor,
arrecadando e repassando os recursos para os demais segmentos, inclusive impostos. Por isso,
Ministério de Minas e Energia e Aneel devem focar ações neste setor.

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De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), desde o início das ações de
contenção à pandemia, a carga de energia (consumo somado às perdas) do Sistema Interligado
Nacional (SIN) vem apresentando rápida redução, com grande tráfego do consumo da indústria e
do comércio para as residências.

O ONS também avalia que o aumento do consumo residencial, em diminuição às demais classes, fez
com que a demanda maior do sistema fosse descolada do período diurno para o noturno.
O Programa Mensal de Operação Energética (PMO), elaborado pelo operador nacional com a
participação dos agentes do setor, mostra os efeitos de Covid-19 na projeção da carga de janeiro ao
mês de maio.

Em contrapartida aos efeitos econômicos da redução do consumo, o Comitê de Monitoramento do


Setor Elétrico (CMSE) avalia que a diminuição da carga contribui para o aumento do nível dos
reservatórios das usinas hidrelétricas.

Responsável por monitorar as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia


elétrica do país, o comitê acredita que a redução da carga amplia a segurança do atendimento aos
consumidores brasileiros, tanto no cenário atual, quanto no futuro, após a retomada das atividades
econômicas e crescimento do país.

ADOÇÃO DE MEDIDAS FRENTE ÀS INCERTEZAS

Como resposta aos desafios impostos pela crise do corona vírus, o Ministério de Minas e Energia
(MME) vem realizando reuniões com agentes setoriais para avaliar medidas que garantam o
atendimento energético com o menor impacto financeiro.

Na reunião, realizada na última sexta-feira (04.04), o ministro Bento Albuquerque afirmou que “as
soluções para a atual situação excepcional são urgentes, e que o papel mais importante do
Ministério de Minas e Energia é o de preservar a saúde do Setor”, destacando que todos deverão
contribuir no atual cenário.

Entre as medidas regulatórias para mitigar os impactos, a Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) anunciou a publicação da Resolução Normativa n°878/2020, que proíbe temporariamente a
suspensão do fornecimento por inadimplência de consumidores residenciais e de serviços
essenciais.

Para o secretário de Energia Elétrica, Rodrigo Limp, as medidas da Aneel preservam o consumidor
ao garantir o abastecimento de energia, com a suspensão de cortes por inadimplência no prazo de
90 dias.

Segundo o secretário, os impactos tarifários sobre os consumidores de baixa renda e os efeitos


econômicos às empresas, com a queda de consumo, estão em análise do governo, que teria também
como foco medidas para as distribuidoras de energia. “Não há bala de prata! Não temos uma
solução única!”, afirma Limp.

Agentes do setor elétrico também destacam a necessidade de aprovação pelo Senado Federal da PL
3975/2019, que trata do risco hidrológico, que pode contribuir como uma ação de curto prazo,
possibilitando o destrave de linhas de financiamento de boa parte das empresas.

Também ponto de consenso setorial está a ‘Modernização do Setor Elétrico’, que garantiria a
prontidão do setor para a retomada da atividade econômica e a continuidade dos investimentos em
eficiência energética.

PRINCIPAIS IMPACTOS DA CRISE DO CORONAVÍRUS NO SETOR ELÉTRICO

Queda da carga de energia: projeção da ONS afirma que o consumo de energia deve cair 0,9% em
2020. A carga que, inicialmente, estava prevista para 70.825 MW médios, agora está estimada em
67.249 MW médios. Na comparação com o consumo de 2019, que foi de 67.835 MW médios,
estima-se um recuo de 586 MW médios (- 0,9%).

Redução nos preços de energia: a queda de carga, por sua vez, também impacta nos preços da
energia para os próximos meses. Para reduzir eventuais perdas, as elétricas podem tentar vender
os excedentes por meio de alguns mecanismos regulatórios ou liquidá-las no mercado spot de
energia, pelo Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). Com a maior oferta de energia no mercado,
o PLD deve ter valores mais baixos.

Adiamento de leilões: o Ministério de Minas e Energia adiou por tempo indeterminado a realização
de leilões de geração e transmissão de energia elétrica em razão da crise provocada pela pandemia
do novo corona vírus. O adiamento foi formalizado em portaria publicada no “Diário Oficial da
União” no dia 30 de março. A portaria cita os leilões de energia existentes A-4 e A-5, o leilão de
energia nova A-4 e A-6, os leilões de transmissão e os leilões para suprimento dos sistemas isolados.

Foco nas distribuidoras: o aumento da inadimplência e a redução do consumo de comércios e


indústrias impactam diretamente as distribuidoras, que funcionam como um “caixa” do setor,
arrecadando e repassando os recursos para os demais segmentos, inclusive impostos. Por isso,
Ministério de Minas e Energia e Aneel devem focar ações neste setor.

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