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Hepatopatia fulminante
Ausência de doença hepática pre-existente e desenvolvimento de
hepatopatia com encefalopatia hepática dentro de dois meses do início da
doença.
Insuficiência hepática
Condição na qual a função hepática está diminuída em 25% ou menos.
Esteatose hepática
Condição (“fígado gordo”) caracterizada pela acumulação de gordura
excessiva no fígado, comumente causada por excesso de álcool mas
também associada com obesidade, inanição, bypass intestinal, nutrição
parentérica e resistência à insulina.
Hepatite
Inflamação extensa do fígado; geralmente de origem viral.
Encefalopatia hepática
Ou encefalopatia sistémica portal. Síndrome clínica caracterizada por
actividade mental prejudicada, distúrbio neuromuscular e consciência
alterada; quatro estágios de progressão.
Encefalopatia de Wernicke
Condição de dano ao sistema nervoso central pela deficiência de tiamina;
comum no alcoolismo.
Ascite
Acumulação de líquidos, proteína sérica e electrólitos no interior da
cavidade peritoneal causado por pressão aumentada pela hipertensão
portal e produção diminuída de albumina (a qual mantém a pressão
osmóstica coloidal do plasma).
Hipertensão portal
Pressão sanguínea anormalmente aumentada no sistema venoso portal
devido a obstrução do fluxo sanguíneo através do fígado.
Icterícia
Síndrome caracterizada por hiperbilirrubinemia e deposição de pigmento
biliar, resultando em amarelamento da pele, membranas mucosas e
esclera.
Varizes
Veias de pouca pressão que se tornam distendidas por aumento da
pressão; desenvolvem-se frequentemente na porções inferiores do esófago
e superior do estômago.
Interpretação:
Níveis elevados de bilirrubina conjugada são observados no cancro do
pâncreas ou de fígado e obstrução do ducto biliar.
Níveis elevados de bilirrubina não conjugada são observados na hepatite e
anemia, icterícia.
Valores de referência: bilirrubina total – 0,3-1mg/dL; bilirrubina indirecta –
0,2-0,8mg/dL; bilirrubina directa – 0,1-0,3mg/dL.
Limitações: muitos medicamentos aumentam os níveis de bilirrubina.
Interpretação:
Lesão hepática resulta em níveis elevados de ALT.
Reduzida na desnutrição.
Valores de referência: 4-36 U/L
Limitações: muitos medicamentos aumentam os níveis de ALT.
Os níveis de ALT são frequentemente comparados com os níveis de AST
para diagnóstico diferencial.
Interpretação:
Utilizada para avaliar a progressão da doença hepática e investigação de
alcoolismo.
Valores de referência: mulheres – 4-25 U/L; homens – 12-38 U/L.
Limitações: muitos medicamentos aumentam os níveis de GGT.
Interpretação:
Níveis elevados observados em distúrbios hepáticos e ósseos.
Valores de referência: 30-120 U/L; 0,5-2 µKat/L.
Limitações: muitos medicamentos aumentam os níveis de ALP.
Teste não específico; outros testes precisam ser realizados para confirmar
diagnóstico.
Interpretação:
Instrumento diagnóstico em caso de suspeita de doença cardíaca oclusiva
ou doença hepatocelular.
Valores de referência: 0-35 U/L; 0-0,58 µKat/L.
Limitações: muitos medicamentos aumentam os níveis de AST.
Os níveis de AST são frequentemente comparados com os níveis de ALT
para diagnóstico diferencial.
Interpretação:
TG elevado indica síndrome de sobrecarga lipídica; medir TG antes e após
a infusão inicial de lípidos e pós-infusão, após isso, medir uma vez por
semana.
Limitações: medir somente após a infusão de lípidos impede a
interpretação do resultado.
Álcool
→ acetaldeído → hepatotoxicidade → activação de vitaminas diminuída → hipovitaminemia
→ hidrogénio → o hidrogénio repõe a gordura como fonte de energia e a acumula
→ esteatose hepática
↓
→ activação de vitaminas diminuída → inflamação e necrose → hepatite e cirrose
A alta pressão nos vasos que suprem o fígado pode causar ruptura de
varizes e acumulação de líquido na cavidade abdominal.
Síndrome hepatorrenal
Insuficiência da função renal sem alterações anatómicas ou histopa-
tológicas renais; associada a cirrose e ascite ou a icterícia obstrutiva.
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viii. Desnutrição na doença hepática
A desnutrição moderada-grave é um achado comum em doentes com
doença hepática avançada.
Isso é extremamente significativo, considerando que a desnutrição
desempenha um importante papel na patogénese da lesão hepática e tem
um impacto negativo profundo sobre o prognóstico.
Medidas antropométricas
- Sensibilidade, especificidade e confiabilidade questionáveis
- Fontes múltiplas de erro
- Desconhecido se as medidas de dobras cutâneas reflectem a gordura
corporal total
- As referências não descrevem a variação no estado de hidratação e na
compressibilidade da pele
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ix. Avaliação nutricional
Estudos do balanço do nitrogénio
- O nitrogénio é retido no corpo na forma de amónia
- A síndrome hepatorrenal pode afectar a excreção de nitrogénio
Índice de creatinina-altura
- Afectado pela desnutrição, envelhecimento, massa corporal diminuída e
ingestão proteica
- Afectado pela função renal
- A creatinina é um produto final metabólico da creatina, a qual é sintetizada
no fígado; portanto a doença hepática grave altera as taxas de síntese de
creatinina
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ix. Avaliação nutricional
Concentrações de proteínas viscerais
- A síntese de proteína viscerais é diminuída
- Afectadas pelo estado de hidratação, má absorção e insuficiência renal
ASG
- Foi usada para avaliar doentes hepáticos e transplante e foi demonstrado
grau aceitável de segurança e validade.
- Usa alguns parâmetros prontamente disponíveis obtidos por um clínico
experiente.
- Fornece ampla perspectiva mas não é sensível às alterações no estado
nutricional.
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ix. Avaliação nutricional
Parâmetros de Avaliação Subjectiva Global para avaliação nutricional
de doentes hepáticos
História
Alteração da massa corporal
- considerar as flutuações resultantes de ascite e edema
Apetite
Alterações de paladar e saciedade precoce
Registo alimentar
- energia,
- proteínas,
- sódio
Físico
Perda muscular
Depósitos de gordura
Ascite ou edema
Classificação
(baseada no resultado dos parâmetros)
- bem nutrido
- moderadamente nutrido (ou risco nutricional)
- gravemente desnutrido
Classificação
(baseada no resultado dos parâmetros)
- bem nutrido
- moderadamente nutrido (ou risco nutricional)
- gravemente desnutrido
A terapia nutricional adjuvante deve ser dada aos doentes desnutridos com
doença hepática se a sua ingestão for menor do que a DRI de:
- 0,8g de proteína e
- 30 kcal / kg de peso corporal /dia
e se estiverem em risco de complicações fatais provenientes da doença.
Energia
As necessidades de energia variam entre os doentes com cirrose.
Vários estudos mediram o gasto de energia em repouso (GER) em doentes
hepáticos para determinar as necessidades de energia.
O peso corporal seco estimado deve ser utilizado em cálculos para prevenir
a alimentação excessiva.
Acredita-se há muito tempo que a cirrose seja uma doença catabólica, com
quebra proteica aumentada e ressíntese inadequada → resultando na
deplecção dos depósitos de proteína visceral e perda muscular.
Doses altas (100 mg) de tiamina são administradas diariamente por tempo
limitado se há suspeita de deficiência.
O doente deve tomar suplementos de minerais, geralmente em deficit, pelo
menos para atingir as DRIs.
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xi. Tratamento nutricional
Hipertensão portal
Durante os episódios de sangramento agudo, não pode ser administrada
nutrição entérica.
A nutrição parentérica é indicada se o doente não for tomar nada via oral
por pelo menos cinco dias.
Alimentos contra-indicados
- queijo, gema de ovo, carne de vaca, carne de porco, frango e derivados
Alimentos permitidos
- azeite, óleo, proteína texturizada de soja
- leite de soja, tofu, leite e lacticínios de cabra, peixe congelado e miúdos de carneiro
- cebola, pimentão, tomate, limão, chuchu
- molho de tomate, ameixas, uva passa, abacate
- açúcar, farinha de rosca, farinha de trigo, fubá
- abobrinha (courgette), cenoura, cogumelos, vagem, pepino, brócolos, espinafres,
beringela, batata, maçã, mamão, banana
- leite de coco, baunilha, margarina, amido de milho, arroz, feijão, grão-de-bico, milho,
lentilha, palmito
- condimentos: pimenta-preta, salsinha, alho, canela, cominho, louro, coentro, manjericão,
gengibre
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xi. Tratamento nutricional
Alterações na glicose