Na segunda palestra da disciplina Formação do Profissional Biólogo, o palestrante Nei Alonso,
formado em Biologia pela Universidade Veiga de Almeida, discute sobre o tema do
empreendedorismo na biologia, tomando como exemplo o empreendimento na área da educação. Em dezembro de 2017, fundou a empresa EcoFuture, voltada para a educação ambiental e à alfabetização científica. Essa filosofia de ensino trata a ciência como uma linguagem própria, trazendo a realidade prática da biologia e da natureza, normalmente ausente na didática habitual, para o ambiente escolar. As aulas práticas fornecidas também incluem passeios em ambientes externos. O grande foco é na educação infantil, devido principalmente ao período de alfabetização, mas em turmas mais avançadas, estas aulas práticas complementam a teoria fornecida na grade escolar. Este empreendimento na área da educação provê uma maior autonomia do empreendedor para realizar suas aulas, pois não necessita de obedecer a um currículo inserido em uma grade fixa, além de ter maior independência para adquirir materiais para organizar as lições. Além dessa liberdade, um empreendedor da área de educação tem uma grande versatilidade, podendo escolher o número de escolas nas quais fornece serviços, retirando assim um possível limite salarial e fornecendo uma alta capacidade de crescimento, além da possibilidade de realizar eventos e palestras, paralelos à prática escolar. Apesar disso, o ato de empreender facilmente sobrecarrega o empresário, que tem que lidar praticamente por conta própria, ou dividir entre poucos sócios, as inúmeras responsabilidades do ofício, implicando também em um acréscimo de responsabilidade dos contratados para com seus alunos. A inexistência de um teto salarial traz consigo a possibilidade de instabilidade ou até falta de remuneração, principalmente em períodos de crise e falta de empregos, como a atual pandemia. Em comparação com profissionais empregados por uma instituição educacional (CLT), esse tipo de profissional apresenta mais estabilidade do que um empreendedor, pois, apesar da presença de um teto salarial e menor perspectiva de crescimento, o salário fixo, os direitos trabalhistas e auxílios fundam um ambiente estável para o empregado, mesmo em momentos de crise. Além disso, um profissional empregado se dedica à uma grade horária prevista por um conteúdo previamente programado, diminuindo sua sobrecarga e responsabilidade pelo conteúdo e turma, em relação ao empreendedor.