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A molécula de água apresenta dois pares de elétrons ligantes e dois pares não
ligantes. O ângulo de ligação esperado seria de 109o28' (geometria angular). No entanto,
verifica-se experimentalmente que esse ângulo é de 104o5'. Isso se deve ao fato de que a
repulsão existente entre pares eletrônicos não ligantes é mais intensa do que entre pares
ligantes (veja melhor em ligações químicas), o que causa um fechamento do ângulo de
ligação.
O hidrogênio pode formar ligações especiais com elementos que possuem baixa
densidade eletrônica, como o boro, com o qual pode formar o composto BH 3. Este, porém, é
instável à temperatura ambiente, e é substituído pelo composto de fórmula B 2H6 (borano),
com uma estrutura esquematizada abaixo:
Como cada ligação envolve três núcleos atômicos, esse tipo de ligação é
dito tricentrada. Cada linha vermelha tracejada é uma ligação que envolve apenas um
elétron. Assim, os pares eletrônicos do hidrogênio fazem parte também dos átomos de
boro.
O hidrogênio poder ter dois estados de oxidação: +1 e -1. O primeiro ocorre quando
ele se liga a elementos mais eletronegativos. O hidrogênio com carga positiva corresponde a
um próton, e como se trata de um cátion de volume extremamente pequeno, sua carga
elétrica é mais intensa e, consequentemente, gera um maior campo elétrico, o que lhe
confere alto poder polarizante. O estado de oxidação negativo ocorre quando o hidrogênio
se liga a elementos menos eletronegativos (geralmente metais). Os compostos mais
importantes em que o hidrogênio adquire carga -1 são chamados hidretos.
Covalentes ou moleculares - São formados quando o hidrogênio se liga a elementos
com eletronegatividade próxima à sua. Estes hidretos geralmente são líquidos ou gases. Ex:
SiH4 (silano), PH3 (fosfina), AsH3 (arsina).
Iônicos ou salinos - São formados quando o hidrogênio se liga a metais alcalinos
ou alcalino-terrosos (com exceção do berílio e do magnésio). Os hidretos do grupo IA são
mais reativos do que os do grupo IIA, e esta reatividade cresce se formos descendo em um
mesmo grupo. Estes hidretos possuem elevado ponto de fusão.
De acordo com a mecânica quântica proposto por Heisenberg, quando dois átomos de
hidrogênio se unem para formar uma molécula de H2, pode ocorrer que o movimento de
rotação dos núcleos (spins) tenham o mesmo sentido ou sentidos opostos. Se tiverem o
mesmo sentido, serão chamados de orto-hidrogênios e se tiverem sentidos opostos serão
chamados de para-hidrogênios. Isto vale para qualquer molécula diatômica homonuclear
(átomos iguais). Veja maiores explicações sobre o fenômeno de acoplamento spin-spin de
átomos de hidrogênio na Espectrometria de RMN 1H.
Síntese da amônia
Combustível
Bomba de hidrogênio
Gasolina sintética
GRUPO IA - Metais Alcalinos
Os metais alcalinos apresentam configuração eletrônica terminada em ns 1. O único
elétron existente na camada de valência está relativamente afastado do núcleo, e
protegido pela camada interna preenchida. Por isso esse elétron pode ser removido com
facilidade. Em contraste, os elétrons internos estão próximos ao núcleo, mais firmemente
ligados, sendo muito difícil removê-los.
Os elementos do grupo IA são os maiores nos seus períodos na tabela periódica.
Quando o elétron externo é removido para formar o respectivo cátion, o tamanho diminui
consideravelmente, pois além da camada externa ter sido completamente eliminada, a
remoção de um elétron permite que a carga positiva nuclear exerça maior força de atração
sobre os elétrons restantes, reduzindo mais ainda o raio do cátion. O tamanho dos íons
aumenta do Li+ para o Fr+, pois o número de camadas eletrônicas aumenta neste sentido.
Porém, a carga nuclear efetiva é a mesma para todos os elementos do grupo.
A primeira energia de ionização dos metais alcalinos é muito baixa (são os valores
mais baixos da tabela), ou seja, é fácil retirar o elétron de valência de um átomo alcalino
neutro - os átomos são muito grandes e o elétron externo é fracamente atraído pelo
núcleo. Do Li para o Fr o tamanho dos átomos aumenta, o elétron externo fica mais
afastado ainda do núcleo e a energia de ionização diminui.
Por outro lado, a segunda energia de ionização é muito alta, porque envolve a
remoção de um elétron de um íon positivo menor, cujos elétrons estão mais fortemente
atraídos pelo núcleo. Além disso, a diferença entre a primeira e a segunda energias de
ionização de um metal alcalino é mais acentuada porque além dos fatores citados ela implica
na remoção de um elétron de um nível eletrônico completo. Por exemplo, para o sódio, a
primeira energia de ionização é de 5,14 eV e a segunda é de 47,3 eV. Em condições normais
não é possível remover um segundo elétron, porque a energia necessária é maior do que
aquela necessária par ionizar os gases nobres. Os elementos do grupo IA, portanto, formam
geralmente íons +1. Os metais alcalinos, quando em estado de vapor, existem sob a forma
de moléculas diatômicas. Isso é possível porque os elementos do grupo IA possuem o último
orbital s com um elétron desemparelhado, permitindo a ligação covalente sigma s-s.
4- Estrutura cristalina
À temperaturas normais, os metais do grupo IA adotam um tipo de retículo
cristalino cúbico de corpo centrado, com número de coordenação 8. Contudo, a
temperaturas muito baixas, o lítio forma uma estrutura hexagonal de empacotamento
denso com número de coordenação 12. Os metais são muito moles e podem ser cortados
com uma faca. O lítio é o de maior dureza entre eles.
Os metais alcalinos possuem somente um elétron de valência que pode participar das
ligações, e esse fato, associado ao grande tamanho dos átomos e à natureza difusa do
elétron externo, tem como consequência o caráter mole dos metais alcalinos, sua
baixa energia de coesão (força que mantém os átomos unidos no sólido) e a fraqueza das
ligações. A ligação efetuada entre os átomos de um metal alcalino, portanto, é do tipo sigma
s-s, onde há pequena interpenetração de orbitais, sendo pouco eficiente. Os átomos se
tornam maiores do Li para o Cs, as ligações se tornam mais fracas, as energias de coesão
diminuem e os metais se tornam mais moles.
Os metais alcalinos são extremamente leves. Como seus átomos são grandes,
apresentam densidades muito baixas, sendo inferiores ou pouco maiores que a densidade da
água. Os valores geralmente baixos de energia de coesão se refletem nos valores muito
baixos para os pontos de fusão e ebulição dos elementos do grupo. Do Li para o Cs as
energias de coesão decrescem; logo, os valores de PF e PE acompanham esse decréscimo.
Os valores das eletronegatividades dos metais alcalinos são muito pequenos. De fato
são os menores valores encontrados na tabela. Assim, quando esses elementos se combinam
com outros elementos para formarem compostos, é provável uma grande diferença de
eletronegatividades dos átomos envolvidos, com a formação de ligações iônicas.
Com os halogênios menores, o lítio é o mais reativo, pois é um átomo que forma um
cátion pequeno e, ao se ligar a um ânion, também pequeno, gasta pouca energia, devida à
relativa facilidade de unir esses íons pequenos. Assim, maior quantidade de energia é
liberada. Por outro lado, os compostos formados têm baixos calores de formação, pois há
uma maior dificuldade de polarização de um ânion pequeno (com uma nuvem eletrônica
pequena), para efetuar a ligação. Assim, a energia gasta nesse processo é maior.
8- Cores das chamas e espectros
Como resultado da baixa energia de ionização, quando os elementos do grupo são
irradiados com luz, a energia luminosa absorvida pode ser suficiente para fazer o átomo
perder o elétron externo. Os elétrons emitidos dessa maneira são chamados
de fotoelétrons.
Os elétrons também podem ser excitados facilmente a um nível energético mais
elevado, por exemplo, no teste da chama: uma amostra de um sal do metal mergulhado em
HCl concentrado, é aquecido sobre um fio de platina ou de níquel-cromo na chama de um
bico de Bunsen. O calor da chama excita um elétron externo a um nível energético mais
alto. Quando o elétron retorna ao seu nível energético original, a energia absorvida é
liberada em determinado comprimento de onda. Para os metais alcalinos essa energia
aparece como luz visível, provocando a cor característica da chama.
A cor surge porque a energia absorvida ou emitida nas transições eletrônicas
corresponde aos comprimentos de onda da região da luz visível. Todos os íons dos metais do
grupo IA apresentam configuração eletrônica de gás nobre, no qual todos os elétrons estão
emparelhados. Assim, a promoção de um elétron requer uma certa energia para
desemparelhar os elétrons, uma certa quantidade de para romper um nível preenchido de
elétrons e outra quantidade de energia para levar o elétron a um nível mais alto de energia.
A quantidade total de energia é grande. Assim, não há transições eletrônicas adequadas: os
compostos são tipicamente brancos.
Qualquer transição que porventura ocorra será de elevada energia e aparecerá na
região do ultravioleta e não da luz visível, e será, portanto, invisível ao olho humano.
Compostos de metais do grupo IA são brancos, exceto aqueles em que o ânion é colorido.
por exemplo, o cromato de sódio (amarelo), o dicromato de potássio (alaranjado) e o
permanganato de potássio (violeta). Nesses casos a cor é devida aos ânions e não aos metais
alcalinos.
Todos os sais simples dos metais alcalinos se dissolvem em água, liberando íons e
formando soluções que são fortes eletrólitos. Como os íons Li + são muito pequenos,
deveríamos esperar que soluções de sais de lítio conduzissem melhor a corrente elétrica do
que soluções de sais dos outros metais alcalinos. Os íons pequenos deveriam migrar mais
facilmente para o cátodo, e conduzir melhor a corrente do que íons grandes. Contudo,
medidas de mobilidade iônica e medidas de condutividade em soluções aquosas mostram
uma sequência oposta: Cs+ > Rb+ > K+ > Na+ > Li+ .
A causa dessa aparente anomalia um campo elétrico maior, que envolve maior número
de moléculas de água. O íon hidratado, portanto, terá maior dificuldade em se movimentar.
Já o Cs hidratado, e o raio do césio hidratado é menor do que o do lítio hidratado. Logo, o
Cs+ é menos hidratado move-se mais rapidamente e conduz melhor a eletricidade.
O tamanho dos íons hidratados é importante fator que afeta a passagem desses íons
através das membranas celulares. O tamanho também explica o comportamento desses íons
em colunas de troca iônica, em que o Li+ se liga menos fortemente, sendo eluído primeiro. O
decréscimo da hidratação do ao Li+ ao Cs+ também se verifica nos sais cristalinos, pois
quase todos os sais de lítio são hidratados, geralmente como triidratos. Muitos sais de
sódio são hidratados e o potássio apresenta poucos sais hidratados. Rubídio e césio não
formam sais hidratados.
Todos os sais simples dos metais alcalinos são solúveis em água. Quando um sal é
insolúvel, significa que sua energia reticular é maior que sua energia de hidratação. A
solubilidade em água da maioria dos sais do grupo IA diminui do Li para o Cs. Para que uma
substância dissolva-se, a energia liberada quando os íons se hidratam (energia de
hidratação) deve ser maior que a energia necessária para romper o retículo cristalino
(energia reticular). A energia reticular dos metais alcalinos diminui ligeiramente de cima
para baixo no grupo, ao passo que a energia de hidratação varia mais acentuadamente - por
causa disso a solubilidade dos metais alcalinos decresce do Li para o Cs. Os fluoretos e
carbonatos do grupo IA são exceções, pois suas solubilidades aumentam rapidamente de
cima para baixo no grupo. Isso porque a energia reticular apresenta maior variação quando
comparada à energia de hidratação.
LÍTIO ( Li )
Em solução, o lítio é o mais forte redutor conhecido e possui alto poder de corrosão.
Reage com a água, liberando gás hidrogênio. Queimando no ar, sua chama tem uma coloração
vermelha, e, em atmosfera rica em oxigênio, forma-se o óxido de lítio (Li 2O), que, reagido
com a água, forma o hidróxido de lítio. Reage facilmente com ácidos e halogênios, formando
os respectivos sais.
O cloreto, o sulfato e o nitrato são altamente deliquescentes, isto é, possuem uma
forte tendência a absorver água e a se liquefazerem. Por isso estes sais são utilizados em
sistemas de condicionamento de ar, participando da confecção de elementos higroscópicos.
Também utiliza-se o carbonato de lítio para endurecer vidros e espelhos.
SÓDIO ( Na )
HISTÓRICO: O sódio foi isolado em 1790 pelo químico inglês Humphry Davy.
Em liga com o chumbo (hidrona), o sódio ataca o cloroetano, dando origem ao chumbo
tetraetila - Pb(C2H5)4, muito utilizado como antidetonante da gasolina, embora a tendência
seja substituí-lo por outras substâncias que liberem menores quantidades de produtos
tóxicos:
O carbonato de sódio é utilizado principalmente na indústria do vidro e na fabricação
de sabões. O sulfato de sódio é encontrado principalmente natenardita (Na2SO4) e
na mirabilita (Na2SO4 hidratado), também conhecida como sal de Glauber. Outro mineral de
sódio importante para a indústria é acriolita (Na3AlF6), usada na fabricação do vidro e na
metalurgia do alumínio. O hipoclorito de sódio (NaOCl) é usado como agente alvejante e
como desinfetante. O bicarbonato (NaHCO3) é usado como fermento químico.
Sob a forma de vapor, o sódio é usado nas lâmpadas que iluminam os túneis e nas
lâmpadas de rua. É também utilizado no interior de válvulas de admissão de combustíveis e
nos cilindros de combustão dos aviões, impedindo que, durante a combustão, as válvulas
fiquem submetidas a temperaturas muito elevadas, o que provocaria o desgaste excessivo.
Também o hidróxido de sódio, conhecido como soda cáustica, é largamente utilizado na
fabricação de sabões e na refinação do petróleo e de um grande número de óleos vegetais,
na indústria do papel e do raiom e na regeneração da borracha velha.
POTÁSSIO ( K )
HISTÓRICO: O potássio foi descoberto em 1807, por Sir Humphry Davy.
Leucita: K2AlSi2O6
Ortoclásio: KAlSi3O8
Filipsita: KCaAl3Si5O16
Silvita: KCl
Carnalita: MgCl2 . KCl . 6 H2O
Cainita: MgSO4 . KCl . 3 H2O
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS: Reage violentamente com a água, inflamando-se e
liberando gás hidrogênio. Queimando no ar, sua chama tem uma coloração violeta e, em
atmosfera rica em oxigênio, forma-se o superóxido (K2O4). O óxido de potássio (K2O) reage
com a água, formando hidróxido de potássio. Reage facilmente com ácidos e halogênios,
formando os respectivos sais.
UTILIZAÇÃO: O
potássio metálico apresenta pouco interesse industrial, mas combinado
com o sódio, na proporção de 70% do total, ele forma uma liga de grande aplicação,
servindo como veículo de condução de calor em máquinas térmicas, devido ao alto calor
específico dessa mistura. Encontra enorme importância no campo dos fertilizantes,
especialmente como cloreto e como sulfato.
Nos
processos químicos os sais de potássio são preferidos aos de sódio, por
possuírem maior solubilidade e melhor cristalização. Na indústria de vidros e sabões é
importante o carbonato de potássio (K2CO3) e, na preparação da pólvora, o nitrato (KNO3).
O superóxido de potássio é empregado em aparelhos de respiração e em submarinos, e o
KBr encontra uso na fotografia.
RUBÍDIO ( Rb )
HISTÓRICO: O rubídio foi descoberto em 1861 por Bunsen e Kirchhoff.
CÉSIO ( Cs )
FRÂNCIO ( Fr )
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GRUPO IIA - Metais Alcalino-Terrosos
Os metais alcalino-terrosos apresentam configuração eletrônica terminada em ns 2,
ou seja, possuem dois elétrons na camada de valência.
Os elementos do grupo IIA são grandes, mas menores que os correspondentes
elementos do grupo IA, pois a carga adicional no núcleo atrai mais fortemente os elétrons.
Analogamente também os íons são grandes, mas são menores que os do grupo IA,
especialmente porque a remoção de dois elétrons aumenta a carga efetiva. O raio atômico
aumenta ao descer no grupo e os pontos de fusão e ebulição diminuem. O aumento do
número atômico é diretamente proporcional ao tamanho dos átomos (maior raio) e a carga
nuclear efetiva é a mesma para todos os elementos do grupo (no estado neutro).
A energia de ionização para o Be2+ é alta, e seus compostos são tipicamente
covalentes. O Mg também forma alguns compostos covalentes. Contudo, os compostos
formados por Mg, Ca, Sr e Ba são predominantemente divalentes e iônicos. Como os átomos
são menores que os do grupo IA, os elétrons são ligados mais firmemente ao núcleo, e a
energia necessária para remover o primeiro elétron (primeira energia de ionização) é maior
que no grupo IA. A segunda energia de ionização, em relação à primeira, é quase o dobro do
seu valor, porque com um elétron a menos, a carga efetiva do núcleo aumenta. No entanto, o
fato de se formarem compostos iônicos mostra que a energia liberada quando se forma o
retículo cristalino compensa a energia gasta para produzir os íons M2+.
Os metais alcalino-terrosos, quando em estado de vapor, permanecem sob a forma
de átomos, e não de moléculas diatômicas, como ocorre nos metais alcalinos. Isso acontece
porque os elementos do grupo IIA possuem o último orbital s completo com dois elétrons, o
que não permite a formação de uma ligação covalente. Seria necessário promover um desses
elétrons para um orbital p, de modo que se pudesse estabelecer as duas ligações - uma
sigma e uma pi. No entanto, a energia gasta nesse processo seria mais elevada do que a
energia liberada na formação das ligações. Por isso os elétrons permanecem emparelhados.
4- Estrutura cristalina
Os metais alcalino-terrosos têm cor branco prateada. Eles possuem dois elétrons de
valência que podem participar das ligações, o que leva a uma maior eficiência da ligação e,
consequentemente, uma maior dureza do metal e uma maior energia de coesão. Além disso,
o menor tamanho dos átomos gera uma ligação mais curta, e, por isso, mais forte. Mas
apesar disso, os metais do grupo IIA ainda são relativamente moles.
Como os átomos dos metais alcalino-terrosos (IIA) possuem maior massa atômica e
são menores que os dos metais alcalinos (IA), os elementos do grupo IIA têm densidades
maiores que os do grupo IA.
A energia de coesão dos átomos dos metais alcalino-terrosos é maior que a dos
metais do grupo IA, fazendo com que os valores dos pontos de fusão e ebulição sejam
maiores do que os destes últimos. O ponto de fusão varia dentro do grupo de modo
irregular, devido às diferenças entre as estruturas cristalinas que cada metal assume:
Os valores das eletronegatividades dos metais do grupo IIA são pequenos, porém,
maiores que os do grupo IA. O valor para o Be é o mais elevado do grupo.O composto
BeF2 apresenta a maior diferença de eletronegatividade de todos os compostos do berílio,
e é o composto de berílio com maior caráter iônico. Porém, sua condutividade quando
fundido é muito baixa e esse composto é encarado como covalente.
Com os halogênios menores, o lítio é o mais reativo, pois é um átomo que forma um
cátion pequeno e, ao se ligar a um ânion, também pequeno, gasta pouca energia, devida à
relativa facilidade de unir esses íons pequenos. Assim, maior quantidade de energia é
liberada. Por outro lado, os compostos formados têm baixos calores de formação, pois há
uma maior dificuldade de polarização de um ânion pequeno (com uma nuvem eletrônica
pequena), para efetuar a ligação. Assim, a energia gasta nesse processo é maior.
8- Cor dos compostos
Assim como os íons dos metais alcalinos, os íons dos metais alcalino-terrosos
apresentam configuração eletrônica de gás nobre, e é muito difícil promover transições
eletrônicas nesse estado. Por isso, a todos os compostos de do grupo IIA são incolores, a
não ser que o ânion seja colorido.
As energias de hidratação dos íons do grupo IIA são cerca de quatro vezes maior
que as dos íons do grupo IA. Isso se deve ao menor tamanho e à maior carga, e o valor
de Hhidr decresce de cima para baixo no grupo, à medida que aumenta o tamanho dos íons.
Como são cátions menores e de maior carga, geram um campo elétrico maior, que envolve
maior quantidade de moléculas de água.
A solubilidade da maioria dos sais decresce com o aumento da massa atômica do
elemento, embora se observe uma tendência inversa com os fluoretos e hidróxidos deste
grupo. As energias reticulares são muito maiores que os valores dos correspondentes do
grupo IA, por causa do efeito do aumento da carga.
BERÍLIO ( Be )
Em água, os sais de berílio sofrem extensa hidrólise, com a formação de uma série
de hidroxo-complexos de estrutura ainda desconhecida. Adicionando uma base a essas
soluções, os complexos se rompem e dão origem ao íon berilato - Be(OH) 42-. Muitos sais de
berílio contêm o íon hidratado Be(H2O)42+ em vez de Be2+, sendo o íon hidratado um
complexo tetraédrico.A formação de um complexo hidratado aumenta o tamanho efetivo do
berílio, distribuindo assim a carga sobre uma área maior. São conhecidos compostos iônicos
estáveis como Be(H2O)4SO4, Be(H2O)4(NO3)2 e Be(H2O)4Cl2.
Os sais de berílio são ácido quando dissolvidos em água pura, por causa da hidrólise
dos íons hidratados, que originam prótons em solução:
MAGNÉSIO ( Mg )
Magnesita: MgCO3
Dolomita: MgCO3 . CaCO3
Carnalita: MgCl2 . KCl . 6 H2O
Brucita: Mg(OH)2
CÁLCIO ( Ca )
O hidróxido pode reagir com CO2, produzindo o carbonato: Ca(OH)2 + CO2
CaCO3 + H2O
Da eletrólise do óxido de cálcio resulta o carbeto (CaC2), conhecido como carbureto,
e este, reagindo com a água, produz o acetileno: CaC2 + H2O C2H2 + Ca(OH)2
Insolúvel em água, o carbonato dissolve-se desde que esta contenha dióxido de
carbono. Como na atmosfera existe aproximadamente 0,04% de CO2, praticamente todas as
águas superficiais são soluções de gás carbônico. Consequentemente, todas essas águas
estão em condições de dissolver o calcário:
-
CaCO3 + CO2 + H2O Ca2+ + 2 HCO3
Evitar esse fenômeno é especialmente importante para as indústrias que fazem uso
de sabão, seja como detergente, seja como reagente. A perda de sabão nas reações com os
íons Ca2+ e Mg2+ acaba onerando o custo industrial a um ponto quase intolerável. Além disso,
os sais insolúveis formados nessas reações depositam-se sobre as paredes das caldeiras,
reduzindo seu tempo de vida útil. Com esses exemplos, podemos compreender a
necessidade de um controle preciso em relação à dureza da água.
O mais rápido método de determinação da dureza baseia-se no emprego do sal
sódico do ácido etileno diaminotetracético (EDTA), que dá complexos solúveis com os íons
Ca2+ e Mg2+. Usando indicadores adequados, pode-se titular as quantidades desses íons
presentes na água. A água é tamponada com cloreto de amônio e hidróxido de amônio, até
atingir um pH = 10. A seguir adiciona-se o indicador negro de eriocrome T, que, nesse pH,
tem coloração azul. Em presença de íons cálcio e magnésio, dá uma coloração vermelho-
vinho, em virtude da formação de complexos. Adiciona-se então a solução de sal de EDTA,
que se combina com os íons cálcio e magnésio presentes, destruindo os sais formados pelo
indicador com os metais. O indicador readquire, assim, sua coloração azul, que corresponde
à sua forma livre.
O sulfato de cálcio é encontrado sob a forma de gipsita (CaSO 4 . 2 H2O), mineral
muito comum originado, na maior parte dos casos, de camadas de calcário que sofreram a
ação de ácido sulfúrico proveniente da oxidação de minerais de sulfetos. Quando
parcialmente desidratado, o sulfato forma o gesso: CaSO4 . 2 H2O CaSO4 . 1/2
O2 + 3/2 H2O
Como a reação é reversível, o gesso passa a gipsita ao adquirir água, com expansão de
volume, e sendo por isso empregado em moldagens.
UTILIZAÇÃO: O fosfato de cálcio é usado como fertilizante e o sulfeto como
depilatório na preparação de couros e na fabricação de lintas luminosas. O fluoreto (CaF 2) é
largamente usado na indústria metalúrgica, na preparação de escórias de baixo ponto de
fusão. A cal apagada (hidróxido de cálcio) é utilizada na preparação de argamassas em
construção civil.
ESTRÔNCIO ( Sr )
OCORRÊNCIA NATURAL: Analogamente ao bário, o estrôncio é encontrado na natureza
sob a forma de carbonatos e sulfatos:
Estroncianita: SrCO3
Celestina: SrSO4
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS: Muitos de seus compostos assemelham-se aos
compostos de bário e alguns distinguem-se pela diferença de solubilidade em água. O
estrôncio oxida-se facilmente, queimando no ar com chama vermelha intensa.
UTILIZAÇÃO: Alguns sais de estrôncio são usados pelos seus poderes diurético,
analgésico e sedativo.
BÁRIO ( Ba )
HISTÓRICO: O bário foi descoberto em 1770 por Wilhelm Scheele.
Witherita: BaCO3
Barita ou Baritina: BaSO4 (As principais reservas de barita estão nos EUA,
Alemanha Ocidental, México e Canadá, mas também ocorrem na Itália e no Brasil)
EXTRAÇÃO E OBTENÇÃO: A preparação do bário metálico pode ser feita por eletrólise do
cloreto de bário fundido ou pela redução do óxido, usando-se como redutor o alumínio ou o
silício:
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS: No ar, o bário arde com chama verde-esmeralda.
Dissolve-se em água, gerando o hidróxido - Ba(OH)2 - de forte ação alcalina. Por
aquecimento em corrente de oxigênio, a temperaturas elevadas, o bário forma o peróxido -
BaO2.
RÁDIO ( Ra )
HISTÓRICO: O rádio foi descoberto em 1898 pelo casal Pièrre e Marie Curie.
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GRUPO IIIA - Família do Boro
Muitos compostos simples dos demais elementos, tais como AlCl 3 e GaCl3 são
covalentes quando anidros. Porém, Al, Ga, In e Tl formam íons quando em solução. O tipo de
ligação formada depende do que é mais favorável em termos de energia essa mudança de
covalente para iônico ocorre porque os íons são hidratados e a quantidade energia de
hidratação liberada excede a energia de ionização.
Descendo pelo grupo, verifica-se uma tendência crescente dos elementos Ga, In e Tl
para formar compostos monovalnetes, ou seja, nos quais o Nox desse elemento é +1. A
monovalência pode ser explicada se os elétrons s externa permanecem emparelhados, não
participando assim da ligação. É o chamadoefeito do par inerte. Se a energia necessária
para desemparelhar os elétrons for maior que a energia liberada na formação da ligação,
então os elétrons permanecerão emparelhados. Os íons monovalente são muito maiores do
que os trivalentes, e os compostos nos quais o elemento assume o estado de oxidação +1 são
iônicos, assemelhando-se em muitos aspectos aos compostos do grupo IA.
O efeito do par inerte ocorre também em outro elementos mais pesados de outros
grupos do bloco p, como Sn e Pb (grupo IV) e Sb e Bi (grupo V). O estado de oxidação
inferior se torna mais estável de cima para baixo no grupo. O gálio é aparentemente
bivalente em alguns poucos compostos. No entanto, o Ga não é realmente divalente, pois
demonstrou-se que a estrutura do GaCl2 é Ga+[GaCl4] -, que contém Ga nos dois estados de
oxidação (+1 e +3).
1- Não há evidências da existência do íon B3+ em condições normais. O valor
apresentado é uma estimativa.
As energias de ionização aumentam da forma esperada (primeira > segunda >
terceira). A soma das três energias é muito elevada. O boro não apresenta nenhuma
tendência a formar íons. Os outros elementos normalmente formam ligações covalentes,
exceto em solução.
O boro apresenta uma estrutura cristalina fora do comum, da qual resulta um ponto
de fusão muito elevado. Existem pelo menos quatro formas alotrópicas desse elemento,
todas formadas por unidades icosaédricas (poliedro de 20 faces) com átomos de boro nos
12 vértices. As diferenças alotrópicas surgem da maneira pela qual os icosaedros estão
ligados entre si. O gálio tem uma estrutura também pouco comum, na qual os átomos
tendem a formar moléculas diatômicas discretas, e não uma estrutura metálica. Assim se
explica o baixíssimo ponto de fusão do gálio (30o C). Além disso, o gálio também é incomum
porque o líquido se expande quando forma o sólido, isto é, o sólido é menos denso que o
líquido. Essa propriedade só é observada nos elementos Ga, Ge e Bi. Tálio, índo e alumínio
apresentam estruturas metálicas de empacotamento denso.
5- Ponto de fusão e Ponto de ebulição
Os pontos de fusão dos elementos do grupo IIIA não mostram uma tendência
regular de variação, como no caso dos grupos IA e IIA. Os valores não podem ser
comparados entre si com muito rigor, porque B e Ga apresentam estruturas cristalinas
incomuns. Embora os pontos de fusão decresçam do Al para o In, ele aumenta novamente
para o Tl. O ponto de ebulição do boro é incrivelmente elevado, mas os valores para Ga, In e
Tl diminuem de cima para baixo, como o esperado.
Com os halogênios menores, o lítio é o mais reativo, pois é um átomo que forma um
cátion pequeno e, ao se ligar a um ânion, também pequeno, gasta pouca energia, devida à
relativa facilidade de unir esses íons pequenos. Assim, maior quantidade de energia é
liberada. Por outro lado, os compostos formados têm baixos calores de formação, pois há
uma maior dificuldade de polarização de um ânion pequeno (com uma nuvem eletrônica
pequena), para efetuar a ligação. Assim, a energia gasta nesse processo é maior.
BORO ( B )
O orbital híbrido sp3 emparelha os elétrons fazendo três ligações com o halogênio.
No entanto, há ainda um orbital vazio que pode ser preenchido por uma ligação coordenada
pelo halogênio. Isso ocorre apenas no BF3, devido ao seu pequeno tamanho. Os demais
halogênios são átomos grandes e a distância de ligação impede o surgimento da ligação
coordenada. Assim, no BF3 os átomos de flúor alternam a ocupação do orbital vazio do boro
com um par eletrônico. Isso gera uma ressonância na molécula, que faz com que sua
capacidade de aceitar elétrons seja reduzida, pois como há elétrons em constante
movimento, originando formas canônicas, a repulsão à cargas negativas é maior.
ALUMÍNIO ( Al )
HISTÓRICO: O alumínio foi obtido no estado elementar em 1825, por Oersted.
GÁLIO ( Ga )
HISTÓRICO: O gálio foi descoberto em 1875, por Lecoq de Boisbaudran.
OCORRÊNCIA NATURAL: Embora não seja tão raro, o gálio encontra-se em baixo teor
nos minerais e, por isso, não pode ser extraído diretamente. O gálio quase sempre
acompanha a bauxita. É no beneficiamento desse mineral que os compostos do gálio
aparecem como subprodutos. Para obtê-lo puro faz-se a eletrólise das soluções aquosas de
tais compostos.
reduzindo seu volume. Muito estável, não reage com o oxigênio do ar, permanecendo
inalterado. Embora o ataque ácido seja muito lento, as bases o atacam sem nenhuma
dificuldade, formando o ânion hidroxigalato - Ga(OH)4-. O estado de oxidação III é o mais
estável.
ÍNDIO ( In )
TÁLIO ( Tl )
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GRUPO IVA - Família do Carbono
Como regra geral, o primeiro átomo de cada grupo é sempre menor e mais
eletronegativo, e por isso apresenta maior energia de ionização e, sendo mais covalente e
menos metálico. Os raios covalentes, portanto, aumentam de cima para baixo. A diferença
de tamanho entre o Si e o Ge é menor do que seria de esperar, porque o Ge possui uma
camada 3d preenchida, e a blindagem da carga nuclear é menor eficiente. De um modo
semelhante, a pequena diferença de tamanho entre Sn e Pb se deve ao preenchimento de
um subnível 4f.
O carbono difere dos demais elementos do grupo por vários motivos. O principal
deles é a sua capacidade de se ligar a vários outros átomos de carbono, formando enormes
cadeias (catenação). Isso porque as ligações C-C são fortes, e as ligações Si-Si, Ge-Ge e
Sn-Sn diminuem progressivamente de energia. Além disso, o carbono é o único capaz de
formar ligações múltiplas (duplas e triplas ligações). Os demais elementos do grupo
dificilmente formam ligações múltiplas, principalmente porque seus orbitais atômicos são
muito grandes e difusos para permitir uma interação efetiva. Entretanto, eles podem
utilizar orbitais d para formar estas ligações, principalmente entre Si e N e entre Si e
O.
O efeito do par inerte se mostra em caráter crescente nos elementos mais pesados
do grupo. Há um decréscimo da estabilidade do estado de oxidação +4 e um aumento da
estabilidade do estado de oxidação +2.
As energias de ionização decrescem do C para o Si e a seguir variam de forma
irregular por causa dos efeitos do preenchimento dos subníveis d e f. A quantidade de
energia necessária para ionizar um átomo desse grupo é muito alta e, por isso, compostos
iônicos simples são raros. O único íon metálico significativo é o Pb2+.
A transição de não-metal para metal com o aumento do número atômico é bem
ilustrada com os elementos desse grupo, onde o C e o Si são ametais, o Ge tem caráter
intermediário e o Sn e o Pb são metais. O aumento do caráter metálico se manifesta nas
estruturas e no aspecto dos elementos, através de propriedades físicas como maleabilidade
e condutividade elétrica., e através de propriedades químicas, como o aumento da tendência
a formar íons ou as propriedades ácidas ou básicas de óxidos e hidróxidos.
CARBONO ( C )
O carbono forma compostos binários com vários elementos, denominados carbetos.
De longe, o mais importante deles é o carbeto de cálcio, obtido industrialmente pelo forte
aquecimento (cerca de 2 200o C) de cal com carvão coque: CaO + C CaC2
Esse carbeto é usado na reação com a água, para produzir gás acetileno:
H2O + CaC2 HC CH + CaO
O carbeto de magnésio Mg2C3, quando reagido com água, fornece o propino (CH3-C
CH).
Gás d'água: CO + H2
Gasogênio: CO + N2
Gás de iluminação: CO + CO2 + CH4 + H2
UTILIZAÇÃO: O carvão amorfo possui muitas aplicações. Além de ser usado como
pigmento (negro-de-fumo), possui a propriedade de absorver grande quantidade de gás e de
solventes fortemente esfriados. Levado à temperatura do gelo seco (-53 o C) ou do ar
líquido (-190o C), o carvão amorfo é colocado dentro de instalações de vácuo, para retirar a
s moléculas de gás residual que as bombas não conseguem extrair.
A grafita tem emprego amplo na indústria metalúrgica, usado na fabricação dos
eletrodos dos fornos de arco ou de certas células eletrolíticas, devida à sua boa
condutividade elétrica. A grafita é usada ainda como moderadora de nêutrons em reatores
nucleares. A estrutura da grafita permite que ela seja facilmente esfoliada em lâminas
planas, bem escorregadias, umas sobre as outras. esta propriedade é aproveitada para
produzir óleos com partículas de grafita em suspensão coloidal, que mantém suas ótimas
propriedades lubrificantes, mesmo sob fortes pressões.
2 Mg + SiO2 2 MgO + Si
SiO2 + 2 C Si + 2 CO
Quando uma mistura de areia e coque é aquecida em forno elétrico, o resultado é o
carbeto de silício (SiC), conhecido como carborundum:
SiO2 + 3 C SiC + 2 CO
O silício também pode formar compostos orgânicos - as siliconas - Sob a forma de
óleos, tais produtos apresentam uma série de vantagens sobre os hidrocarbonetos,
principalmente porque não sofrem grandes alterações de viscosidade com o aumento da
temperatura e resistem sem se decompor.
GERMÂNIO ( Ge )
O dióxido de germânio, pouco solúvel em água, pode formar com esta o ácido
germânico (H4GeO4), coloidal - um ácido fraco. O germânio pode encontrar-se também no
estado de oxidação +2. O mais importante desses compostos é o óxido (GeO), obtido pelo
tratamento do dióxido com redutores muito enérgicos.
ESTANHO ( Sn )
OCORRÊNCIA NATURAL: A principal fonte de estanho é a cassiterita, que contém óxido
de estanho (SnO2). As maiores reservas de cassiterita estão nas regiões oriental e
nordeste da Sibéria, Tailândia, na Malásia e nas ilhas de Bankga e Billiton (Indonésia).
Existem ainda reservas na Nigéria, Bolívia e no Brasil (Rondônia).
O estado de oxidação do estanho pode ser +2 ou +4, embora este último seja o mais
encontrado. O metal, quando aquecido a altas temperaturas, oxida-se lentamente, gerando
o óxido estanoso (SnO). Este por sua vez, oxida-se facilmente a óxido estânico (SnO 2).
Este último, quando fundido com hidróxido de sódio, forma o estanato de sódio (Na 2SnO3).
Outra reação interessante é a do cloreto estânico (SnCl4) com o ácido clorídrico,
formando-se o ácido cloroestânico:
CHUMBO ( Pb )
HISTÓRICO: Embora tenha sido conhecido e utilizado desde épocas remotas, o chumbo
só encontrou seu verdadeiro campo no final do século XIX.
O chumbo e a maioria de seus compostos são muito venenosos, e o metal acumula-se
no sistema nervoso central, podendo causar, com o tempo, uma intoxicação
chamada saturnismo.
UTILIZAÇÃO: De
caráter fortemente metálico, o chumbo combina-se facilmente com o
oxigênio, formando óxidos, dos quais o Pb3O4 é muito importante, chamado zarcão, usado
como base na pintura de outros metais, para evitar a corrosão destes. Também o
PbO2 encontra aplicação como cátodo nas baterias de chumbo.
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Todos os elementos desse grupo apresentam cinco elétrons na camada mais externa
e o estado de oxidação máxima é +5, quando utilizam todos os elétrons para fazer ligações.
O efeito do par inerte cresce com o aumento da massa atômica. Assim, geralmente só os
elétrons p são utilizados, resultando uma valência 3.
Somente o nitrogênio existe sob a forma de molécula diatômica, porque os demais
átomos do grupo são grandes e seus tamanhos dificultam o estabelecimento de duas
ligações pi (M M). Nos hidretos destes elementos a energia de ligação e a estabilidade
decrescem de cima para baixo no grupo. Assim, a arsina (AsH3), a estibina (SbH3) e a
bismutina (BiH3) só são obtidas em pequenas quantidades. Nestes hidretos, os ângulos de
ligação se tornam menores, à medida que se desce no grupo. Veja:
Isso ocorre provavelmente devido ao tamanho crescente dos átomos centrais,
fazendo com que o orbital p, com dois elétrons, seja mais difuso e se aproxime da forma
esférica, "comprimindo" as ligações. Tanto a arsina quanto a estibina são gases tóxicos.
NITROGÊNIO ( N )
HISTÓRICO: O nitrogênio foi descoberto em 1722, por Priestley.
OCORRÊNCIA NATURAL: O nitrogênio gasoso constitui cerca de 78% do ar atmosférico
da Terra e forma vários sais solúveis presentes no solo, que são utilizados pelas plantas.
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS: O nitrogênio exige uma grande variedade de estados
de oxidação, que pode ser verificado pelos seguintes exemplos: -3 na amônia (NH 3), -2 na
hidrazina (N2H4), -1 na hidroxilamina (NH2OH), 0 no nitrogênio molecular (N2), +1 no óxido
nitroso (N2O), +2 no óxido nítrico (NO), +3 no ácido nitroso (HNO2), +4 no dióxido de
nitrogênio (NO2) e +5 no ácido nítrico (HNO3). Passando uma faísca elétrica através do
N2 gasoso a baixas pressões, pode-se obter o nitrogênio ativo. Essa forma de nitrogênio
atômico reage com diversos elementos, rompendo muitas moléculas normalmente estáveis.
UTILIZAÇÃO: O nitrogênio puro é obtido industrialmente pela destilação fracionada do
ar resfriado. O nitrogênio líquido (-180o C) é muito utilizado na conservação de embriões,
sêmen e outros materiais, além de encontrar emprego na medicina, como antisséptico e
para retirada de verrugas na pele. Os nitratos são empregados como fertilizantes agrícolas
e na fabricação de explosivos e o nitrito é usado em testes laboratoriais. Junto com o ácido
clorídrico, o ácido nítrico (na proporção 3:1) forma a água-régia - único solvente capaz de
dissolver o ouro e outros metais nobres, mais resistentes a ácidos.
FÓSFORO ( P )
HISTÓRICO: O fósforo foi isolado pela primeira vez em 1669, pelo alquimista Brand.
OCORRÊNCIA NATURAL: O fósforo é muito difundido na crosta terrestre (cerca de 12%
de sua composição), sendo encontrado em mais de 250 minerais. O mineral de fósforo mais
importante é a apatita, a qual pode se apresentar de três maneiras, de estruturas
semelhantes, sendo que as três podem se apresentar mescladas na mesma rocha:
Fluorapatita: 3 Ca3(PO4)2 . CaF2
Cloroapatita: 3 Ca3(PO4)2 . CaCl2
Hidroxiapatita: 3 Ca3(PO4)2 . Ca(OH)2
Existe também um mineral formado apenas por carbonatos e fosfatos de cálcio,
chamado fosforita. A extração do fósforo pode ser feita pelo aquecimento das fosforitas
em forno elétrico, a temperaturas próximas a 1000o C, com areia e carbono. O fósforo é
ainda um importante constituinte dos ossos e dentes dos animais.
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS: O fósforo existe sob três formas alotrópicas: O
fósforo amarelo é uma variedade venenosa e instável, que oxida-se espontaneamente a
temperaturas próximas de 40o C, gerando uma intensa luminosidade e liberando grande
quantidade de calor (a combustão produz o pentóxido de fósforo - P 2O5). Por isso ele deve
ser conservado imerso em água. Suas moléculas são formadas por quatro átomos de
fósforo, formando um tetraedro.
O fósforo amarelo apresenta uma afinidade muito grande pelos demais elementos,
podendo formar com eles numerosos compostos. Sendo um redutor bastante enérgico,
transforma o ácido sulfúrico, a quente, em SO2. A mais de 600o C o fósforo decompõe a
água, formando ácido fosfórico e liberando hidrogênio:
Com o oxigênio, o fósforo forma vários óxidos de caráter ácido: P 2O3 (P com valênica
+3), P2O5 (P com valênica +5), P2O4 (P com valênicas +3 e +5). Dos três, o pentóxido é o óxido
mais ávido por água, e constitui um dos melhores agentes desidratantes disponíveis no
laboratório e na indústria.
O fósforo reage com halogênios, produzindo haletos, dentre quais os mais
importantes são os cloretos (PCl3 e PCl5). O PCl3 é obtido pela síntese direta do fósforto
com o halogênio. Fazendo-se borbulhar o cloro através do tricloreto, que é líquido à
temperatura ambiente, obtém-se o pentacloreto. O fósforo também forma o hidreto
PH3 (fosfina), mas o PH5 não existe porque o hidrogênio não possui orbitais d para distorcer
a nuvem eletrônica do fósforo e hibridizá-lo.
UTILIZAÇÃO: O ácido fosfórico é empregado na produção de fosfatos que são
utilizados como fertilizantes. Os fosfatos de sódio e potássio são ainda usado como
aditivos em detergentes. Os cloretos de fósforo (PCl 3 e PCl5) são muito utilizados em várias
sínteses orgânicas, como agente clorador.
ARSÊNIO ( As )
HISTÓRICO: O arsênio foi isolado no século XIII, por Roger Bacon.
OCORRÊNCIA NATURAL: Em quantidades reduzidas (aprox. 0,00005%), o arsênio está
presente na matéria orgânica e em quase todos os sulfetos metálicos, e encontra-se ainda
dissolvido nas águas naturais. Raramente ocorre sob a forma elementar, e seus principais
minerais são:
Ouro-pigmentado: As2S3
Realgar: AsS
Arsenopirita: FeAsS
Arsenolita: As2O3
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS: Analogamente ao fósforo, o arsênio existe sob três
formas alotrópicas. A única estável à temperatura ambiente é uma substância cristalina de
cor cinza-escuro, de brilho metálico. As duas outras formas, instáveis, são o arsênio
amarelo e o arsênio negro. A primeira, obtida pelo resfriamento rápido de vapores de
arsênio, cristaliza-se no sistema cúbico e é constituída de moléculas tetratômicas. Além
disso é volátil e solúvel em solventes apolares. Já o arsênio negro é amorfo, resultando da
decomposição térmica do hidreto de arsênio AsH3 (arsina).
A arsina pode ser obtida pela seguinte reação:
Substituindo-se os hidrogênios da arsina por radicais orgânicos pode-se obter
derivados orgânicos do arsênio.
A altas temperaturas o arsênio combina-se com muitos elementos, especialmente
alguns metais, com os quais forma ligas extremamente duras. Entre os halogenetos mais
conhecidos está o AsCl3, um líquido oleoso e incolor, muito venenoso e instável na presença
de ar. Fazendo passar uma corrente de gás sulfídrico (H2S) através de uma solução de
ácido arsênico (H3AsO4), forma-se um precipitado amarelo - o pentassulfeto (As 2S5) - que
se dissolve em presença de íons sulfeto.
UTILIZAÇÃO: Muitos compostos de arsênio são poderosos agentes venenosos,
decorrendo daí sua aplicação como inseticidas e raticidas. Para isto são usados
principalmente o anidrido arsenioso e os arseniatos de chumbo e cálcio. No caso de
envenenamento humano por arsênio, o Ca(OH)2, o MgSO4 e o Fe(OH)3 são antídotos
convenientes, pois todos eles provocam a formação de compostos insolúveis de arsênio,
impedindo, dessa forma, sua ação.
Alguns compostos aromáticos de arsênio são empregados como medicamentos. Entre
eles o para-amino-fenil-arsenato de sódio, conhecido como Atonil, e o 3,3-diamiino-4,4-
diidróxi-arsenobenzeno, chamado Salvarsan. É empregado no tratamento de algumas
formas de malária e também no combate à sífilis.
ANTIMÔNIO ( Sb )
OCORRÊNCIA NATURAL: Encontra-se sempre associado a outros elementos, sendo
praticamente constante a presença de enxofre. Seu mineral mais importante - a antimonita
(Sb2S3) - representa a combinação mais simples. Na pirargirita e na estefanita existe, além
do enxofre, a prata. Quando o grupo SbS se liga ao cobre ou ao chumbo, os minerais são
chamados respectivamente tetraedrita e boulangerita. No entanto, de todos esses minerais
apenas a antimonita é usada como fonte de obtenção do semimetal, pois é o mais rico em
antimônio e também o mais difundido. Suas principais jazidas estão na China, Japão, Bolívia,
México, Peru e Iugoslávia.
A extração do antimônio a partir da antimonita recorre a técnicas diversas. Uma
delas consiste em ustular o sulfeto, reduzindo, em seguida o óxido formado (como redutor
usa-se, geralmente, o carbono):
Entretanto, o antimônio assim obtido é bastante impuro. Através de sucessivas
refinações eletrolíticas pode-se obtê-lo com elevado grau de pureza (99,9%).
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS: O antimônio é um sólido acinzentado que apresenta
dificuldades na transmissão de calor e oferece grande resistência à passagem de corrente
elétrica. Além dessa forma aparentemente metálica, o antimônio ocorre sob outra forma
alotrópica: o antimônio amarelo, estável a -90o C e que, a -40o C, dá origem ao antimônio
negro (uma terceira forma alotrópica).Existe ainda o estado chamado antimônio explosivo,
obtido por eletrólise do tricloreto (SbCl3). Trata-se de uma variedade instável que, ao ser
aquecida, explode e se converte na forma cinzenta comum.
Os estados de oxidação do antimônio são +5, +3 e -3. O estado -3 é o menos estável.
Um exemplo conhecido é o hidreto (SbH3), conhecido como estibina- um gás venenoso e
altamente instável: sob leve aquecimento decompões-se em hidrogênio e antimônio. O óxido
de antimônio III (Sb2O3) é um óxido anfótero, que se dissolve em ácidos, produzindo
+
cátions Sb(OH)2+ ou SbO e na presença de bases, dá origem a ânions SbO - ou Sb(OH)4-.
O óxido de antimônio V (Sb2O5) é atacado por ácido nítrico concentrado em excesso,
produzindo o ácido antimônico (HSbO3 . 3 H2O). Existe ainda um óxido em que o antimônio
é aparentemente tetravalente - o Sb2O4. No entanto, trata-se de um composto em que um
dos átomos de Sb é trivalente e o outro pentavalente.
UTILIZAÇÃO: Apenas o antimônio cinza é aproveitado industrialmente, principalmente
na preparação de ligas. É usado também na preparação de vernizes, cerâmica e esmaltes.
BISMUTO ( Bi )
OCORRÊNCIA NATURAL: Na natureza, o bismuto ocorre no estado livre. Geralmente,
porém, é encontrado sob a forma de compostos em alguns minerais. Destes, os mais
importantes são:
Bismutina ou Bismutinita: Bi2S3
Bismita ou Bismutocre: Bi2O3
Bismutita: Bi2CO3(OH)4
Telurobismutita: Bi2Te3
Tetradimita: Bi2Te2S
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS: O estado de oxidação característico do bismuto é +3.
À temperaturas elevadas forma com o oxigênio o óxido de bismuto (Bi 2O3). Trata-se de um
óxido básico de coloração amarelo-escura, insolúvel em água. Reagindo-se esse óxido com o
ácido clorídrico obtém-se o cloreto de bismuto (BiCl3), um sal volátil e solúvel em água.
Dissolvendo-se o bismuto em ácido nítrico, forma-se o nitrato, que com um excesso de
água, precipita-se sob a forma de um sal básico, o Bi(OH)2NO3. O processo é reversível: um
excesso de ácido nítrico redissolve o precipitado, conduzindo-o à forma de nitrato
novamente.
UTILIZAÇÃO: O bismuto é utilizado na preparação de ligas de baixo ponto de fusão,
usadas na fabricação de fusíveis protetores de fusíveis protetores de circuitos elétricos.
Também usa-se o bismuto no endurecimento de placas de chumbo dos acumuladores, mas a
maior parte do elemento é utilizada pela indústria farmacêutica, que explora seu poder
adstringente e suas propriedades anti-sifilíticas. No entanto, deve-se administrá-lo em
quantidades controladas; caso contrário, resultaria em envenenamento. Outros compostos
de bismuto são usados no tratamento da úlcera gástrica, da artrite e ainda como
cicatrizante.
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OXIGÊNIO ( O )
O aldeído fórmico (H2CO), através de reações mais complexas, origina carboidratos,
aminoácidos e outras substâncias essenciais à matéria viva. Simultaneamente, ocorre a
liberação de oxigênio gasoso, que retorna à atmosfera e é absorvido pelos seres vivos para
a respiração. Neste processo, os seres vivos obtêm a energia que precisam e produz-se
CO2, que então retorna restitui a atmosfera, fechando o ciclo. Pequenas quantidades de
oxigênio para experiências em laboratório podem ser conseguidas pela eletrólise da água ou
pelo aquecimento de substâncias ricas em oxigênio, como o clorato e o permanganato de
potássio:
KClO3 KCl + 3/2 O2
2 KMnO4 K2O + 2 MnO2 + 3/2 O2
Em estado sólido, líquido ou gasoso, o oxigênio exibe uma coloração levemente
azulada. Por ação da luz ultravioleta, o oxigênio diatômico origina uma forma alotrópica
formada por três átomos de oxigênio: o ozônio (O3). Graças a esta propriedade, o oxigênio
protege a vida na superfície terrestre de grande parte das radiações solares, nocivas aos
seres vivos.
Muitas substâncias se combinam com o oxigênio, nas reações de combustão, que
desenvolvem grande quantidade de calor, formando a chama. Quando a combustão se dá
com oxigênio puro, a chama é sempre muito viva; já com o oxigênio do ar, é mais lenta e
menos ostensiva, por causa da baixa concentração desse gás em relação ao nitrogênio. Com
os ametais, o oxigênio forma óxidos ácidos, e com os metais, óxidos básicos.
UTILIZAÇÃO: O oxigênio puro, que ferve a -183o C, é obtido juntamente com o
nitrogênio, na destilação fracionada do ar líquido. Na indústria do aço o oxigênio é insuflado
nos conversores, através do ferro gusa, para queimar o carbono contido neste. Também é
usado no corte de chapas metálica, alimentando a combustão do acetileno em cilindros
especiais.
ENXOFRE ( S )
OCORRÊNCIA NATURAL: O enxofre encontra-se na natureza sob a forma de inúmeros
sulfetos, sulfatos e no estado livre ou nativo. Na vizinhança dos vulcões existem grandes
quantidades deste último. Isso porque os gases emanados contendo enxofre, ao sofrerem
brusco resfriamento e diminuição de pressão, decompõem-se parcialmente, liberando o
enxofre elementar. Uma grande quantidade de enxofre é também encontrada no carvão,
chegando a constituir cerca de 2% do peso do carvão e prejudicando a utilização deste
como combustível. As maiores jazidas de enxofre nativo encontram-se nos EUA (maior
produtor mundial), Chile, México, Finlândia, Itália e Japão.
No estado sólido normal, o enxofre é formado por anéis octatômicos. Com o
aquecimento os anéis abrem-se e formam longas cadeias (aumento da viscosidade).
Continuando o aquecimento, as cadeias quebram-se, diminuindo a viscosidade. O
resfriamento súbito do líquido conduz a uma forma elástica, chamada enxofre plástico. Os
vapores de enxofre são formados também por moléculas octatômicas, mas quando a
temperatura ultrapassa 860o C, passam a ser constituídos por moléculas diatômicas (S2). A
temperaturas ainda mais elevadas essas moléculas dissociam-se em átomos. Nas soluções
com solventes orgânicos as moléculas também são diatômicas.
Quando queima em atmosfera de oxigênio, o enxofre pode formar vários óxidos,
dependendo da disponibilidade do oxigênio: SO (monóxido), S 2O3(sesquióxido),
SO2 (dióxido), SO3 (trióxido).
UTILIZAÇÃO: O ácido sulfúrico é largamente usado na indústria de tecidos, em
baterias de automóveis, como catalisador em sínteses orgânicas etc. Os sais contendo
enxofre são muito importantes, e dentre eles destacam-se alguns:
SELÊNIO ( Se )
OCORRÊNCIA NATURAL: Encontra-se muito difundido pela crosta terrestre, quase
sempre sob a forma de selenetos, geralmente acompanhando sulfetos nos seguintes
minerais:
Berzelianita: Cu4Se
Tiemanita: HgSe
Naumanita: Ag2Se
Os principais produtores de selênio são os EUA e o Canadá, seguidos pelo Japão,
Suécia e Zâmbia. O selênio livre é encontrado nos resíduos de combustão das piritas,
quando se prepara o ácido sulfúrico.
O selênio encontra-se sob diversas formas alotrópicas, podendo ser amorfo,
monoclínico vermelho (em duas formas, alfa e beta) e hexagonal cinza (a mais estável à
temperatura ambiente). No estado amorfo é mau condutor de eletricidade, enquanto no
cristalino a condutividde é tanto maior quanto mais ele estiver iluminado, ou seja, é
fotocondutor.
UTILIZAÇÃO: Devido
à sua propriedade fotocondutora no estado cristalino, é usado
em fotocélulas. Os retificadores (conversores de corrente alternada para corrente
contínua) servem-se de uma propriedade especial do selênio: a semi-condutividade, que lhe
permite conduzir a corrente elétrica em sentido único. Por isso é bastante difundido na
indústria de transistores. O selênio é usado também na indústria do vidro, em pequenas
quantidades, para encobrir a natural coloração verde dada pelas impurezas do ferro.
TELÚRIO ( Te )
OCORRÊNCIA NATURAL: No estado livre, o telúrio é raramente encontrado, a não ser no
Colorado e na Bolívia. Mais frequentemente encontra-se misturado ao enxofre. Sua
ocorrência mais comum é sob a forma de telureto, cujas maiores fontes estão nos EUA,
Canadá, México, América do Sul, Zâmbia, Suécia, Europa central e Rússia. Seus minerais
mais importantes são:
Tetradimita: BiTe2S
Hessita: Ag2Te
Calaverita: AuTe2
Altaíta: PbTe
Silvanita: AgAuTe2
EXTRAÇÃO E OBTENÇÃO: Para preparar o telúrio, dissolvem-se os sulfetos que o contém
em ácido clorídrico e trata-se a solução com SO 2. Assim, se precipita o telúrio metálico,
sob a forma de um pó negro.
POLÔNIO ( Po )
HISTÓRICO: O polônio foi descoberto em 1898 pelo casal Pièrre e Marie Curie.
OCORRÊNCIA NATURAL: O polônio é um elemento radioativo cujo núcleo, instável, se
transforma em chumbo, pela emissão partículas alfa. A baixas temperaturas tem estrutura
cúbica e a altas temperaturas assume uma forma romboédrica.
UTILIZAÇÃO: Comercialmente, apresenta-se como uma fina película sobre um disco de
aço inoxidável (como na fotografia acima), forma em que é vendido como fonte de
partículas alfa para uso científico.
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A maioria dos compostos formados pelos halogênios com metais são iônicos. Contudo,
alguns haletos como BeCl2 e AlCl3 são covalentes. Os halogênios apresentam configuração
eletrônica terminada em ns2 np5 e existem sob a forma de moléculas diatômicas. Cl, Br e I
podem apresentar valências elevadas, com números de oxidação +3, +5 e +7, pois têm
orbitais d disponíveis, o que não acontece com o flúor, cuja valência é sempre -1. Nas
moléculas Cl2, Br2 e I2 as ligações são mais fortes do que no F2, devido à hibridação de
orbitais p e d.
Os valores para a energia de ionização dos halogênios diminui de cima para baixo, à
medida que os elementos aumentam de tamanho. A energia de ionização do flúor é
consideravelmente maior que a dos outros elementos do grupo, por causa da repulsão entre
seus pares eletrônicos não ligantes em consequência do seu pequeno tamanho. Essa repulsão
é, em grande parte, responsável pela grande reatividade do flúor.
A afinidade eletrônica diminui com o aumento do tamanho do elemento (de cima para
baixo). No entanto, do flúor para o cloro ocorre o contrário, ou seja, a afinidade eletrônica
do flúor é menor que a do cloro. Isso porque o flúor, devido ao seu pequeno tamanho, tem
dificuldade em acomodar o elétron recebido.
FLÚOR ( F )
HISTÓRICO: O flúor foi descoberto em 1771 por Scheele, mas sua existência só foi
confirmada em 1801.
OCORRÊNCIA NATURAL: O mineral mais característico do flúor é a fluorita (CaF2), mas
ele ainda integra outros minerais como criolita (3 NaF . AlF3) e as apatitas. Além disso está
presente, em pequenas quantidades, na água do mar e nos ossos, unhas e dentes dos
animais.
UTILIZAÇÃO: O ácido fluorídrico é empregado na fabricação de vidros despolidos e o
flúor elementar é adicionado em pequenas quantidades em dentifrícios e na água dos
reservatórios urbanos, pois ajudam a prevenir as cáries dentárias. Em certos aparelhos de
alta tensão é usado o hexafluoreto de enxofre, sob forte pressão, que serve como isolante.
O gás freon (CCl2F2) é empregado nos aparelhos de refrigeração e em aerosóis.
CLORO ( Cl )
HISTÓRICO: O cloro foi descoberto em 1774 por Scheele, e confirmado em 1810 por
Davy.
OCORRÊNCIA NATURAL: Assim como o flúor, o cloro também não é encontrado livre na
natureza, mas sob a forma de diversos minerais, especialmente o NaCl, presente na água do
mar, a silvita (KCl) e a carnalita (KCl . MgCl2 . 6 H2O).
UTILIZAÇÃO: O
gás freon (CCl2F2) é empregado nos aparelhos de refrigeração e em
aerosóis e o cloro gasoso é usado como desinfetante e descorante. O composto de cloro
mais importante é, sem dúvida, o ácido clorídrico, obtido pela síntese direta dos elementos
em presença de luz. Sua solução é conhecida comercialmente como "ácido muriático", muito
usado para limpar e branquear pedras nas casas. O clorato de sódio (NaClO 3) é usado como
agente exterminador de ervas daninhas, enquanto o de potássio encontra aplicação como
oxidante na fabricação de fósforos. O hipoclorito de sódio (NaClO) é usado como
branqueador na indústria do papel e como desinfetante, devido à sua propriedade de
liberar cloro gasoso quando em solução aquosa.
BROMO ( Br )
HISTÓRICO: O bromo foi descoberto em 1826 pelo químico francês Ballard.
IODO ( I )
HISTÓRICO: O iodo foi descoberto em 1811 por um produtor de sal-gema, chamado
Courtois.
OCORRÊNCIA NATURAL: O iodo encontra-se em quantidades muito pequenas na natureza,
sendo encontrado principalmente na água do mar. Está presente também na tireoxina,
hormônio produzido na glândula tireóide humana, e a ausência desse elemento causa o bócio
("papo inchado"). Para remediar essa falta é obrigatório a adição de iodo no sal de cozinha.
O iodo é muito solúvel em solventes orgânicos e pouco solúvel em água. No entanto, a
mínima quantidade de 0,015% de iodo em água, a 22o C, já é o suficiente para produzir uma
coloração amarelada. O iodo pode formar, em soluções de certos solventes orgânicos, íons
-
positivos e negativos: I2 I+ + I . Isso é possível porque o iodo é um átomo muito
grande e de baixa energia de ionização. Também por ser grande, o iodo é facilmente
substituído quando combinado com radicais orgânicos. Sua nuvem eletrônica é muito grande
e facilmente polarizável, podendo ser retirado para a entrada de outros grupos na molécula
(veja aqui um exemplo).
UTILIZAÇÃO: A tintura de iodo (solução de iodo em álcool) é usada como medicamento
externo, por suas propriedades bactericidas. O iodo é usado para revelar a presença de
amido nas substâncias orgânicas ou nos tecidos biológicos: o iodo colore o amido de azul-
escuro.
ASTATO ( At )
HISTÓRICO: O astato (ou astatínio) foi descoberto em 1940. Sua detecção foi
registrada no caderno de notas (acima) pelo físico americano D. R. Coroson, Mackenzie e
Segrè.
OCORRÊNCIA NATURAL: O astato 211 (o mais estável de seus isótopos) é obtido pelo
bombardeamento de átomos de bismuto 209 com núcleos de hélio. É radioativo e seu
período de meia-vida atinge um máximo de 8 horas e meia.
Todos os elementos desse grupo possuem uma particularidade que lhes confere uma
excepcional estabilidade química: a última camada completa com oito elétrons (exceto o
hélio, com 2 elétrons) - ns2 np6. Por isso, estes gases são praticamente inertes e se
encontram naturalmente sob a forma de átomos isolados, sem se combinarem entre si
formando moléculas. Não se pode dizer que são totalmente inertes porque, em condições
especiais de temperatura e pressão e em presença de certos catalisadores, consegue-se
alguns compostos, especialmente do xenônio (o exemplo mais comum é o XeF 6, que serve
como doador de íons fluoreto).
HÉLIO ( He )
HISTÓRICO: Somente por volta do fim do século XIX conseguiu-se isolar uma
apreciável do elemento, extraindo-o de um mineral de urânio.
OCORRÊNCIA NATURAL: O hélio é formado no interior da crosta terrestre, a partir de
átomos mais pesados, como o urânio e o tório, elementos radioativos, que produzem hélio
pelo processo de desintegração nuclear. O átomo de hélio é formado por uma partícula alfa
(dois prótons e dois nêutrons) envolta por dois elétrons. Os átomos de hélio são muito leves
e atingem facilmente a atmosfera, terrestre, tendendo a se perder no espaço. Esse gás
está presente em mínimas quantidades no ar atmosférico, mas é o principal componente de
estrelas como o Sol, onde é produzido pela fusão nuclear de átomos de hidrogênio.
UTILIZAÇÃO: O hélio é utilizado sob a forma gasosa, por ser um gás mais leve que o ar
e não inflamável, para encher aeróstatos e dirigíveis. Também é utilizado em mistura com o
O2 nos balões de oxigênio de mergulhadores. Sob a forma anômala (hélio II) é usado para
detecção de escapamentos em instalações de vácuo, para manter constante a pressão em
reservatórios de foguetes que vão-se esvaziando do comburente e do combustível, e
também para manter em atmosfera inerte superfícies metálicas aquecidas.
NEÔNIO ( Ne )
HISTÓRICO: O neônio foi isolado em 1898, por William Ramsay, quando procedia à
destilação fracionada do ar.
UTILIZAÇÃO: A
maior aplicação do neônio está na construção de anúncios luminosos,
pela agradável luz vermelho-alaranjado que emite quando atravessado por uma corrente
elétrica. Em mistura com outros gases, a coloração pode assumir outras tonalidades.
Também utiliza-se o neônio em válvulas estabilizadoras de tensão.
ARGÔNIO ( Ar )
HISTÓRICO: O argônio foi descoberto em 1875 por Cavendish e isolado por Lord
Rayleigh e William Ramsey, em 1894.
UTILIZAÇÃO: O
argônio substitui o hélio na solda de metais de difícil obtenção. Serve
também para criar uma atmosfera inerte para a fusão de materiais que, a altas
temperaturas, oxidar-se-iam pelo ar.
CRIPTÔNIO ( Kr )
HISTÓRICO: O criptônio foi isolado em 1898, por William Ramsay, quando procedia à
destilação fracionada do ar.
XENÔNIO ( Xe )
HISTÓRICO: O xenônio foi isolado em 1898, por William Ramsay, quando procedia à
destilação fracionada do ar.
RADÔNIO ( Rn )
OCORRÊNCIA NATURAL: O radônio se forma no decaimento radioativo de minerais de
rádio e de tório. Seu isótopo mais estável é o de massa atômica 222.
UTILIZAÇÃO: Ainda não possui nenhuma grande aplicação, mas graças às suas
características radioativas, o radônio auxilia no estudo da geologia, servindo para a
determinação da idade das rochas.
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BLOCO D - Elementos de transição
O preenchimento dos níveis eletrônicos 3d, 4d e 5d formam tr6es séries de
elementos que, em conjunto, constituem os elementos do bloco d, que são organizados em
grupos numerados de I a VIII B. São conhecidos como elementos de transição porque suas
propriedades são geralmente intermediárias entre os elementos metálicos dos blocos s e os
elementos não metálicos dos blocos p. Nos blocos s e p os elétrons vão sendo adicionados ao
nível eletrônico mais externo do átomo. Já no bloco d, os elétrons vão sendo adicionados ao
penúltimo nível, expandindo-se de 8 até 18 elétrons.
Uma característica marcante dos elementos do bloco d é apresentar um subnível d
apenas parcialmente preenchido, com exceção do Pd, Cu, Ag, Au, Zn, Cd e Hg, que
apresentam um subnível d completo com 10 elétrons. Isso, no entanto, confere aos
compostos destes elementos diferenças em relação aos outros.
Um aspecto muito importante dos metais de transição é existência de diversos
estados de oxidação dos elementos. Isso porque ocorre a promoção de elétrons de
subníveis s ou p para um subnível d. Nos elementos do bloco d, o penúltimo nível eletrônico
se expande. Assim, eles apresentam muitas propriedades físicas e químicas comuns. Por
exemplo, todos os elementos de transição são metais. Portanto, são bons condutores de
eletricidade e de calor, apresentam brilho metálico e são duros, fortes e dúcteis. Formam
também ligas com outros metais.
Os elementos de transição apresentam uma grande tendência em formar compostos
de coordenação com bases de Lewis, isto é, com grupos capazes de doar um par eletrônico.
Esses grupos, que chamaremos de ligantes, podem ser moléculas ou íons. Essa capacidade
excepcional dos elementos do bloco para formarem complexos está relacionada com o fato
de formarem íons pequenos com carga elevada, contendo orbitais vazios de baixa energia,
capazes de receber pares de elétrons dos grupos ligantes.
Os volumes atômicos dos elementos de transição são baixos quando comparados com
os elementos dos grupos vizinhos (IA e IIA). Isso se deve à fraca proteção da carga
nuclear aumentada, que assim atrai mais fortemente todos os elétrons. Além disso, os
novos elétrons adicionados ocupam orbitais internos. Em consequência, as densidades dos
elementos de transição são elevadas. Praticamente todos têm densidade superior a 5
g/cm3.
Os pontos de fusão e ebulição dos elementos de transição geralmente são muito
elevados. Normalmente eles fundem a temperaturas superiores a 1000 o C. Três exceções
dignas de menção são o Zn, o Cd e o Hg (grupo IB), que fundem a, respectivamente, 420o C,
321o C e -38o C (o mercúrio, portanto, é líquido à temperatura ambiente). Isso ocorre
porque esses três elementos têm os dois últimos subnívis (d e s) completos, e os elétrons d
não participam da ligação metálica; logo, essa ligação é menos eficiente.
A facilidade com que se pode remover um elétrons de um átomo de transição, isto é,
sua energia de ionização, é intermediária entre aquelas dos blocos s e p. Os valores para as
primeiras energias de ionização variam num amplo intervalo, de 541 kJ/mol para o lantânio
até 1007 kJ/mol para o mercúrio. Os elementos de transição podem, portanto, formar
ligações iônicas ou covalentes, dependendo das condições. Geralmnete os estados de
oxidação mais baixos favorecem a ligação iônica e os mais altos favorecem a covalência. Os
elementos da primeira série de transição formam um número maior de compostos iônicos do
que os da segunda e terceira séries.
Diversos compostos iônicos e covalentes dos metais de transição são coloridos,
devido à presença de orbitais d para as transições eletrônicas que absorvem radiações na
região visível do espectro. Também podem apresentar cor por causa da existência de
orbitais parcialmente preenchidos, que permitem transições eletrônicas, responsáveis pela
emissão luminosa. Os compostos dos elementos que apresentam todos os orbitais
preenchidos (Zn, Cd e Hg) normalmente não são coloridos.
Muitos dos compostos dos elementos de transição são paramagnéticos, isto é, podem
ser atraídos por um campo magnético, pois contêm níveis eletrônicos semipreenchidos. Em
particular, Fe, Co e Ni são ferromagnéticos, isto é, são magnetizados por um ímã - os
átomos se alinham e apontam todos para uma mesma direção.
Vários metais de transição e seus compostos são utilizados em sínteses de outros
compostos devido à sua propriedade catalítica, podendo formar compostos intermediários
instáveis ou fornecer a superfície de contato adequada para a reação. Os metais de
transição estão presentes inclusive em algumas enzimas (proteínas que agem como
catalisadores biológicos) do corpo humano.
Grupo IB - Cobre, Prata, Ouro
COBRE ( Cu )
Calcopirita: CuFeS2
Calcosita: Cu2S
Covelita: CuS
Malaquita: Cu2CO3 (OH)2
Azurita: Cu3(CO3)2 (OH)2
Turquesa: CuAl6(PO4)4(OH)8 . 5 H2O
Torbernita: Cu(UO2)2(PO4)2 . 12 H2O
O cobre possui dois isótopos estáveis, de números atômicos 63 e 65. Atacável pelo
ácido nítrico concentrado a quente ou a frio, o cobre resiste, porém, ao ácido clorídrico. O
ácido sulfúrico consegue atacá-lo, contudo, somente a quente. Depois de certo tempo de
exposição ao ar, o cobre apresenta-se coberto por uma substância esverdeada,
chamada pátina, formada por um carbonato básico, que protege o metal contra posteriores
agentes atmosféricos.
O sulfato cúprico (CuSO4) é utilizado como fungicida e o hidróxido cúprico amoniacal
- Cu(NH3)4(OH)2 - é utilizado no laboratório e na indústria por sua propriedade de dissolver
a celulose, sem alterar-lhe a estrutura.
PRATA ( Ag )
OCORRÊNCIA NATURAL: A prata encontra-se tanto sob a forma elementar quanto sob a
forma de minerais. Os principais deles são:
Argentita: Ag2S
Cerargirita: AgCl
Prustita: 3Ag2S . As2S3
Pirargirita: 3Ag2S . Sb2S3
Os maiores produtores mundiais de prata são: México, EUA, Canadá, Peru, Bolívia e
Austrália.
Quando se adiciona uma base a soluções de sais de prata, forma-se um óxido
castanho, Ag2O, que se dissolve em uma solução aquosa de amônia, originando o íon
complexo [Ag(NH3)2]+. Na evaporação de soluções que contenham esse íon sobra um resíduo
sólido, violentamente explosivo, cuja composição ainda não é bem conhecida; já foi descrito
como amideto (AgNH2) e também como nitreto (Ag3N).
OURO ( Au )
HISTÓRICO: O ouro já era procurado pelos egípcios entre as areias do Nilo, milhares
de anos antes da Era Cristã e foi alvo inatingido de todo alquimista medieval.
Os compostos de ouro em geral são instáveis e, sob aquecimento, liberam o ouro
metálico. O ouro pode apresentar os estados de oxidação +1 (compostos aurosos) e +3
(compostos áuricos). O composto auroso encontrado com maior frequência é o aurocianeto
de sódio - Na Au (CN)2. O cloreto, sulfeto, iodeto e fluoreto aurosos também ocorrem na
natureza. Dos compostos áuricos destacam-se, por sua relativa abundância, o cloreto
hidratado (AuCl3 . 2 H2O), óxido (Au2O3), o sulfeto (Au2S3) e o hidróxido - Au(OH)3. O
metal é extraído de seus compostos por meio de precipitação, provocada por agentes
redutores.
Metal mole no estado elementar (como o estanho e o chumbo), o ouro é geralmente
usado sob a forma de liga com outros metais. O teor de ouro nas ligas é expresso
em quilates, que são partes de um total de 24. Dizer que certa liga tem 18 quilates equivale
a dizer que em 24 partes de liga, 18 são de ouro, ou seja, a liga tem 75% de ouro.
Extremamente maleável, o ouro pode ser facilmente transformado em delgados fios ou em
lâminas finíssimas, com espessura inferior a um milésimo de milímetro.
ZINCO ( Zn )
HISTÓRICO: O zinco foi descoberto no século XVI pelo alquimista Paracelso, embora
suas ligas já fossem conhecidas desde a antiguidade.
Blenda: ZnS
Calamina: Zn4Si2O7(OH)2
Smithsonita: ZnCO3
Franklinita: (Zn, Mn) Fe2O4
Hidrozincita: Zn3(CO3)2(OH)2
O zinco metálico é facilmente atacado por ácidos, produzindo hidrogênio gasoso.
Esse, inclusive, é um dos métodos mais comuns para a produção desse gás. Um fato
interessante nesse processo é que a reação torna-se mais rápida quando o zinco contém
impurezas.
Dos compostos de zinco, o mais simples é o óxido (ZnO), um pó muito branco obtido
pela queima do zinco metálico no ar. O sulfeto de zinco (ZnS), além de ser encontrado na
natureza, pode ser preparado sinteticamente, por meio de soluções amoniacais de sais de
zinco tratados com ácido sulfídrico. O sulfeto é fluorescente, quando impurificado por
pequenas quantidades de sais de metais pesados. Emite uma luz esverdeada quando é
excitado por luz branca, raios ultravioleta ou raios X, e essa luminescência ainda permanece
por certo tempo quando a radiação é cessada. O silicato (ZnSiO 4) também é fluorescente.
Essa propriedade permite a aplicação destes compostos na construção de telas
fluorescentes para aparelhos de raios X.
CÁDMIO ( Cd )
MERCÚRIO ( Hg )
HISTÓRICO: A partir da idade Média o mercúrio recebeu esse nome pelos alquimistas.
Do cinábrio o mercúrio é obtido por ustulação, ou seja, por aquecimento do sulfeto
em corrente de ar:
O cloreto mercuroso, por sua vez, se tratado com água amoniacal, resulta um sal
complexo - o aminocloreto mercúrico, de cor branca:
O mercúrio pode reagir diretamente com cloro em excesso, obtendo-se o cloreto
mercúrico (HgCl2), embora o processo mais comum para sua obtenção seja outro. Trata-se
de um sal que sublima-se durante sua formação e possui poder de corrosão. Outro sal
interessante é o iodeto mercúrico, que é insolúvel em água pura, mas dissolve-se em uma
solução que contenha excesso de iodeto de potássio. Nessas condições forma-se o iodo-
mercurato de potássio - K2HgI4.
ESCÂNDIO ( Sc )
ÍTRIO ( Y )
HISTÓRICO: O ítrio foi descoberto em 1749 pelo químico finlandês Gadolin.
Xenotima: YPO4
Gadolinita: Y2FeBe2Si2O10
TITÂNIO ( Ti )
Anatásio: TiO2
Ilmenita: FeTiO3
Perowskita: CaTiO3
Titanita: CaTi(OSiO4)
Um
composto muito importante é o dióxido de titânio (TiO 2), obtido pela reação do
tetracloreto de titânio com água, formando uma enorme quantidade de fumaça branca (HCl
e TiO2 finamente divididos), servindo à chamada cortina de fumaça.
UTILIZAÇÃO: O
titânio forma boas ligas com outros metais, como alumínio, cromo,
ferro, manganês, molibdênio, zircônio, silício, estanho e vanádio, sendo leves e resistentes,
excelentes para a aeronáutica. Também é um importante componente em aços especiais,
suportando temperaturas abaixo de -190o C, onde a maioria dos metais é muito frágil. O
dióxido de titânio é usado ainda em pastas e cremes dentais, como abrasivo.
ZIRCÔNIO ( Zr )
HISTÓRICO: O
zircônio foi descoberto em 1789 por M. H. Klaproth, mas foi isolado
somente em 1824, por Berzelius, embora ainda muito impuro. O elemento puro só foi
preparado em 1914.
Zirconita: ZrSiO4
Dióxido de zircônio: ZrO2
No Brasil, as principais reservas de zircônio são no litoral, RN, BA e ES (579.000
ton) e em Poços de Caldas (1.790.000 ton). Também é encontrado em Ceilão e Sião.
O zircônio é muito pouco reativo. É atacado apenas
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS:
pelo ácido clorídrico e pela água-régia (3 partes de HCl para 1 parte de HNO 3). Somente a
altas temperaturas é que ele reage com o oxigênio, formando o ZrO 2, e com o nitrogênio e o
carbono, dando, respectivamente, o nitreto (ZrN) e o carbeto (ZnC). No nitreto o zircônio
não é tetravalente.
Possui
caráter anfótero, podendo reagir como hidróxido - Zr(OH) 2 - considerado uma
base relativamente forte, ou como ácido - H4ZrO4 - relativamente fraco. O dióxido é obtido
pelo aquecimento do hidróxido, sendo solúvel apenas no ácido sulfúrico concentrado.
Combina-se com bases fundidas, formando zirconatos, como K 2ZrO3 e K4ZrO4. Estes
compostos, se tratados com água oxigenada, dão peroxizirconatos, como o K 4ZrO8, que são
muitos estáveis quimicamente.
Os
haletos do zircônio são preparados a quente, a partir do metal, do halogênio e do
carvão. Este reduz o dióxido a zircônio metálico, que então reage com o halogênio:
UTILIZAÇÃO: Graças
ao seu baixíssimo poder absorvente de nêutrons, o zircônio é
usado para recobrir as barras de urânio nas pilhas nucleares. O dióxido de zircônio, por seu
elevado ponto de fusão (2700o C) é utilizado na fabricação de utensílios refratários.
HÁFNIO ( Hf )
HISTÓRICO:
O háfnio foi descoberto em 1911 por G. Urbain, mas foi isolado somente
em 1923, por D. Coster e G. Van Havesey.
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS: O comportamento químico do háfnio é idêntico ao do
zircônio e todos os seus compostos são muito parecidos entre si. Os métodos de
preparação também são exatamente os mesmos.
UTILIZAÇÃO: Ao
contrário do zircônio, o háfnio ainda não tem grandes aplicações na
tecnologia ou na indústria, pois além de sua extração ser muito difícil e dispendiosa, a sua
purificação é extremamente complicada e antieconômica. O uso mais frequente do háfnio
ocorre nos reatores nucleares, onde é empregado como elemento de controle (isto é,
absorvente de nêutrons), graças à sua grande seção de choque para nêutrons térmicos.
VANÁDIO ( V )
HISTÓRICO: O
vanádio foi descoberto em 1830 pelo químico Selfström, mas o metal
puro só foi obtido em 1869 pelo químico inglês Roscoe.
Vanadinita: 3 Pb3(VO4)2 . PbCl2
Patronita: V2S3
Carnotita: vanadato de potássio e uranila
Desclozita: hidroxivanadato de chumbo, zinco e cobre
Motramita: de composição química semelhante à da desclozita, porém, de estrutura
ligeiramente diferente
Volbortita: Vanadato hidratado de cobre
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS: O vanádio é obtido como subproduto da extração do
urânio. É um metal mole, de dureza semelhante ao estanho e ao chumbo. Todavia, quando em
liga com o aço. aumenta de muito a dureza deste último, mesmo que esteja presente na liga
em quantidades mínimas, em geral, 0,2%.
O
vanádio possui estados de oxidação variados, que vão de +2 até +5. Todos os
compostos nos quais o vanádio apresenta valência inferior a +5 são coloridos
UTILIZAÇÃO: O
vanádio é utilizado principalmente em ligas com aço e outros metais,
para torná-los mais duros e resistentes. Também é utilizado como catalisador de muitas
reações, estando puro ou sob a forma de composto, como o pentóxido (V 2O5).
NIÓBIO ( Nb )
HISTÓRICO: O nióbio foi descoberto em 1800, por Hachett, sendo chamado, até 1950,
de colúmbio.
Columbita: Fe(NbO3)2
Eeuxenita: mistura de niobatos, tantalatos e titaniatos de terras raras
Pirocloro: Ca(NbO3)2 . NaF
Samarksita: mistura de niobatos e tantalatos de terras raras com presença de
urânio
A maior fonte de nióbio do mundo está no Brasil, em Araxá (MG), que possui grandes
reservas de pirocloro.
UTILIZAÇÃO: O
nióbio é um metal de pouca utilidade, mas pode ser utilizado no aço,
em reatores atômicos, motores de propulsão a jato e foguetes.
TÂNTALO ( Ta )
HISTÓRICO: O tântalo (ou tantálio) foi descoberto em 1801, por Ekeberg.
Fergusonita: YTaO4
Itriotantalita: Y4Ta2O7
Microlita: Ca(TaO3)2 . NaF
Samarksita: mistura de tantalatos e niobatos de terras raras com presença de
urânio
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS: O
tântalo é separado por intermédio da redução do
heptafluortantalato de potássio (K2TaF7), que se obtém quando se trata o minério fundido
de nióbio e tântalo com solução alcalina. Praticamente não é atacado por ácidos, com
exceção do ácido fluorídrico. Assim como o nióbio, pode ser atacado pelo hidrogênio e
também forma carbetos e nitretos.
UTILIZAÇÃO: O
tântalo serve especialmente para reparos cirúrgicos no corpo humano.
Substitui o osso (em placas cranianas, por exemplo), é transformado em lâminas delgadas
ou fios, que podem conectar nervos desfeitos, e também do metal faz-se tecido com gaze
para unir os músculos abdominais.
CROMO ( Cr )
Cromita: FeO . Cr2O3
Crocoíta: PbCrO4
Entre os sais de cromo trivalente destacam-se o cromito de sódio NaCrO 2, usado
como mordente em tinturaria, para fixação de corantes. No estado de oxidação +6, o cromo
é encontrado sob a forma de cromatos e dicromatos. Tratando-se o dicromato com ácido
sulfúrico concentrado forma-se o trióxido de cromo:
MOLIBDÊNIO ( Mo )
Molibdenita: MoS2
Ferrimolibdita: Fe(MoO4)3 . 7 H2O
TUNGSTÊNIO ( W )
HISTÓRICO: O tungstênio foi descoberto em 1783 pelos irmãos João José e Fausto
d'Elhuyar.
As maiores jazidas de tungstênio ocorrem na Ásia Oriental e Meridional, nos EUA,
Congo e Austrália. No Brasil existem consideráveis reservas de scheelita na Paraíba e no
Rio Grande do Norte.
MANGANÊS ( Mn )
Quando fundido em contato com o ar, misturado a carbonatos alcalinos, a cor negra
do dióxido de manganês (MnO2), conhecido como pirolusita, desaparece, dando lugar a um
verde escuro. Isso se deve à oxidação do dióxido, que forma o íon MnO 42-, que é estável em
solução alcalina, mas em meio ácido sofre uma mutação, gerando o íon permanganato
-
(MnO4 ) segundo a reação:
-
3 MnO42- + 4 H+ MnO2 + 2 MnO4 + 2 H2O
TECNÉCIO ( Tc )
HISTÓRICO: O tecnécio foi obtido pela primeira vez em 1937, pelos físicos Pierrer e
Emílio Segrè.
RÊNIO ( Re )
HISTÓRICO: O rênio foi descoberto em 1925 pelos químicos Noddack, Ida Tacke e
Berg.
O rênio exibe normalmente valências +3, +5 e +6. Dos seus compostos, são comuns o
Re2O3 . H2O, de cor negra, o ReO2, marrom, o ReO3, vermelho, o Re2O5, azul, e o Re2O7,
amarelo. O rênio, assim como o tecnécio, reage diretamente com halogênios, produzindo
haletos coloridos. Tanto o tecnécio quanto o rênio possuem grande capacidade de formar
complexos.
Grupo VIIIB - [Ferro, Rutênio, Ósmio] ; [Cobalto, Ródio, Irídio] ; [Níquel, Paládio, Platina]
FERRO ( Fe )
HISTÓRICO: O ferro é conhecido pelo homem desde épocas remotas, da civilização
pré-histórica. O ferro sempre foi largamente utilizado para a produção dos mais diversos
utensílios.
OCORRÊNCIA NATURAL: O ferro é um dos metais mais difundidos na Terra, sendo muito
abundante na crosta terrestre. cada tonelada de rocha contém em média 50 kg de ferro.
Os maiores produtores mundiais de ferro são os EUA. Existem inúmeros minerais que
contêm esse elemento; dentre eles destacam-se:
Hematita: Fe2O3
Magnetita: Fe3O4
Pirita: FeS2
Limonita: Fe2O3 . n H2O
Siderita: FeCO3
RUTÊNIO ( Ru )
ÓSMIO ( Os )
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS: Há compostos de ósmio com números de oxidação que
variam de II a VIII. O único composto octavalente conhecido é o tetróxido de ósmio
(OsO4). O ósmio é o metal mais denso que se conhece (22,48 g/cm 3).
UTILIZAÇÃO: O
ósmio pode ser utilizado como agente redutor em sínteses orgânicas,
devido à sua grande afinidade com o hidrogênio.
COBALTO ( Co )
HISTÓRICO: O cobalto foi descoberto em 1735 por Brandt.
Esmaltina: CoAs2
Cobaltina: CoAsS
O cloreto cobaltoso (CoCl2), anidro, é um sal de coloração azul. Se, porém, for
hidratado, torna-se praticamente incolor, e se for aquecido, o sal perde água novamente e
volta à sua coloração azul. Tal propriedade é utilizada para compor as chamadas "tintas
invisíveis"; o escrito aparece por aquecimento da superfície onde ela foi aplicada.
RÓDIO ( Rh )
IRÍDIO ( Ir )
Millerita: NiS
Niquelita: NiAs2
Gersdorfita (sulfoarsenieto)
Garnierita (silicato hidratado)
O níquel praticamente só exibe a valência +2 em seus compostos, que, em geral, não
têm aplicações importantes. Conhecem-se o óxido, o cloreto, hidrato, sulfato, nitrato,
cianeto, sulfeto simples e duplo, e ainda os arseniatos.
PALÁDIO ( Pd )
PLATINA ( Pt )
FONTE: http://www.oocities.org/vienna/choir/9201/indice_quimica_inorganica.htm
http://www.oocities.org/vienna/choir/9201/grupo_VIIA.htm