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Pintura

(ESTUDAR JUNTAMENTE COM AS PINTURAS DOS POWER POINTS E RELACIONAR E ESTUDA-LAS


COM ESTES CONHECIMENTOS, ASSIM COMO CONHECER OS ARTISTAS E ESTAR FAMILIARIZADA
COM AS OBRAS)

A pintura pode ser:

1. Miniatura: como iluminuras, molduras nos textos ou pequenos medalhões com


objetivos específicos de recordação ou de dar a conhecer alguém. Antes da fotografia
este era tipo era o retrato representativo.
Anteriormente existiam os ex-votos, em que se fazia um pedido a Santos ou Entidades
divinas, e caso a promessa fosse concebida seria pintado um pequeno quadrinho
relatando o milagre e o acontecimento.

As grandes pinturas eram mais utilizadas em espaços públicos fechados, pois muitas
delas, mesmo com carácter de propaganda, não podiam ser expostas ao ar livre.
Pintura com carácter de reflexão e meditação.

2. Isolada ou de Conjunto:
Podem aparecer em retábulos em madeira ou em pedra, com uma moldura complexa
que pode ter pintura ou escultura/microescultura, revestidas em talhas douradas.
Dípticos, trípticos ou polípticos.
A Pintura individual surge a partir do séc. XVI, atingindo o seu auge no século. XVIII

Museu Grão Vasco, Viseu – políptico

GENÉROS DE PINTURA:

 Pintura Histórica: Utilizada em todas as épocas desde a antiguidade, ao serviço dos


poderosos sendo eles muitas vezes os protagonistas, eles encomendam a
representação dos seus feitos.
 Considerada desde sempre um dos géneros mais importantes; Jacques Louis-David,
um dos principais intervenientes na Revolução Francesa - utilização da arte para
transmitir ideias. Fala de dentro do espírito neoclássico, recorrendo a episódios da
Antiguidade Clássica para fazer a ponte com figuras da Revolução Francesa, ou dando
corpo aos episódios que se sucediam e que mudavam o curso da história; - O
juramento do jogo da pela. Fixação de episódios da Revolução Francesa. A morte de
Marat.
 Pintura de paisagem/panorâmica/ de vistas/vedutas e retrato: Como não continha
figura humana era um pouco inferiorizada.
A paisagem sempre constituiu o fundo das pinturas, mas quando falamos da paisagem
enquanto gênero, falamos da sua autonomia na obra. Que tenha a representação de
um determinado espaço ao ar livre, quer seja rural, urbana, etc. Sempre existiu em
moral, como decoração de casas.
Umas das principais obras que circulou a Europa e que reuniu as principais paisagens
europeias. Qualquer paisagem é sempre filtrada pelo observador, logo nunca será
igual a todos os pintores.
As pinturas de paisagens retratam a forma como as cidades eram vistas e contêm um
importante carácter documental.

E havia vários tipos de vistas, como a vista cavaleira, onde se tenta abarcar o máximo
de paisagem, embora se pudesse associar várias vistas para captar o máximo de
informação.
Muitas vezes, eram modificadas pelos valores da nobreza, nunca é uma mensagem
inócua, há sempre uma mensagem por detrás, uma imagem a ser passada. Ex: As
representações de Lisboa continham sempre um rio, pois havia os portos.

A partir do gótico final começa a aparecer um gosto muito especial pela descrição da
paisagem. Jan van Eyck começa a prestar uma atenção especial da representação do
real, da natureza. Mesmo as paisagens urbanas. Isto, uma vez mais, começa a aparecer
mais no Norte da Europa.
Joachim Patinier - paisagem com S. Jerónimo.

Existe um mote (s. jerónimo), mas o que preocupa o artista é a representação da


paisagem, também nessa questão do desafio técnico e expressivo.

Nos finais do século 16, com a contrarreforma, no norte, a igreja deixa de ser grande
encomendadora, vamos encontrar grande parte dos artistas a canalizar a sua pintura
para outros gêneros que lhes permitam sobreviver, as paisagens e tratos, assim estes
gêneros floriram nos países a norte da europa. Este tipo de pintura era um desafio aos
pintores, uma experiência formal. Haviam variados aspetos de cor, contrastes,
perspetivas, vistas, aspetos alumínicos, detalhes entre outros que necessitavam ser
dominados.
Em Itália, a paisagem tem menos importância do que no Norte. Mesmo assim, em
Botticelli, também existe a procura e a minúcia e o detalhe na representação da
natureza, de determinadas espécies de plantas, podem surgir associadas a
simbolismos (relembro-me, por exemplo, de Leonardo e dos seus estudos de
botânica).
Romantismo. representação da paisagem como forma de acentuar a pequenez do ser
humano face às forças da natureza. Representação da paisagem de forma
intensamente emocional.

A figura humana poderia aparecer como um elemento que dava escala á imagem e
não como figura principal. Mas além desta, a pintura de género também é trazida para
a paisagem através dos detalhes ( exemplo: o que acontece nas janelas, ou ações
quotidianas) concessionando paisagens amplas e panorâmicas com detalhes que
permite a duplicidade minuciosa e vasta do olhar, é o que capta o olhar do observador.

Chegando a uma certa altura, os pigmentos deixam de ser trabalhados no próprio


atelier e passam a ser disponibilizados em tubos, podendo ser trazidos para o exterior,
onde o pintor pode se sentar á frente da paisagem e ter mais a noção das cores e
valores lumíneos.

H.Pousão, "casas brancas"

(Descodificação do contexto da obra e do autor: Ferramenta importante para a análise


de uma obra.)
The water lilies, Pond, Claude Monet

O estudo ao vivo, das mudanças da luz. Os pintores aprofundaram este gênero,


criando novos desafios e problemas e indo em busca das soluções. Monet criou o
jardim de propósito para poder estudar.

 Pintura de Género: (distingue-se do termo “gêneros de pintura)


Temas voltados para aspetos da vida real, que poderiam ser considerados não dignos de
ser pintados.
Diego Velázquez, o Mestre deste género. A pintura não vale pela cena retratada, mas sim
pela composição e pela forma que os objetos interagem entre si na composição.

Velha fritando ovos, Velázquez 1

A obra tem objeto com valores lumíneos, formas de mostrar a sua mestria na
representação de objetos com características desafiantes.
Casamento de Camponeses, Pieter Bruegel 1

A volta á valorização da figura humana leva á representação de cenas quotidianas de


tarefas diárias.

A composição é a forma como o pintor, desde a escolha do tema e da organização dos


elementos, vai compor a sua narrativa, a forma como conta a sua história. Influencia a
forma como a história é contada, se tiver 3 personagens preciso de encaixa-las de
modo a corresponder á ordem da narrativa pretendida.

Nesta obra, os nossos olhos vão diretamente á figura central de azul indo para o
homem em frente, esse estende o braço e os nossos olhos aos seguirem esse braço
encontra a noiva ressaltada pelo pano verde. Os detalhes são inusitados, a forma da
representação da retirada das sopas, todo um conjunto de aspetos, representados de
uma forma obliqua para dar a sensação de profundidade.

Diego Velsquez, cristo em casa de Marta 1

As personagens estão ocupadas na sua vida, somos os intrusos.

Os têxteis e os moveis, com textura e padrões, estratagemas para demonstrar a sua


mestria. Os panejamentos são uma ótima forma de representar a luz, assim como o
cão e os copos, que são objetos transparentes
 Pintura de Natureza Morta-Vantias e menmento mori:
 Podia ser representada nos túmulos como iguarias. Exemplo: Nas pinturas de
Pompeia.
 Podiam ser representadas: flores arrancadas (que vão murchar), doces e caixas
(motivo para representar texturas e valores diferentes), animais mortos, vasilhão
(texturas e cores diferentes que permitem um equilíbrio.
 Menmento Mori: Todos nós morremos, nada é eterno, e a morte espera.
Representado através de crânios, velas ou flores, basicamente objetos que acabam
por ter um fim, representa a nossa mortalidade.
 Vantias: Objetos preciosos e prazeres da vida, como música e leitura.
 Anamorfosis: transformação propositada de um elemento que faz com que ele
tenha leitura apenas se o observador se movimentar, aproximar ou afastar.

 Pintura-Retrato: Representação de uma identidade utilizando uma variedade de atributos.


Muitas vezes é uma construção social/construção de uma identidade, quem cumprem
várias funções desde a expressão de poder até á manifestação de estatuto social, de uma
imagem mais ou menos próxima da figura com imensas mensagens, pensadas e sentidos
implícitos. A maior parte dos retratos foca-se no rosto, outros revelam mais acerca do
ambiente e das relações sociais subjacentes ao retrato.
Existiu desde a antiguidade. Na idade média quase desaparece, mas quando surge
novamente é em ambiente religioso. No renascimento, salta do caracter religioso para um
ambiente civil, a figura representada é o âmago. A construção social está muito patente, o
que tem em cima de si? As vestes? o enquadramento? As paisagens que representam as
terras que a pessoa tem, tudo isto simboliza o seu estatuto na vida real.

As grandes figuras e governantes, nobreza em geral, a fazer-se representar


sistematicamente, ás vezes têm características diferentes, umas vezes representando
como alguém guerreiro, sábio, intelectual, etc
Retratos podem ser de: corpo inteiro, de perfil, meio corpo, três quatros, frontalidade.
O posicionamento do encomendante: da periferia ao centro da composição. A conquista
do espaço sagrado

Banquet of the Officers of St George Civic Guard - Frans Hals


Os artistas começam a arranjar formas de dar mais
interesse visual a estas composições de grupo,
jogando com a posição e conjugação de diferentes
elementos da pintura, criando pesos e linhas do olhar.
Podem conjugar diversas géneses da pintura,
enriquecendo o quadro.

RETRATO PSICOLÓGICO - Fundo neutro, pouco


trabalhado, é mancha que não dispersa a atenção do
observador da figura e da sua expressão.

Assim, a forma como as pessoas se representam permite


perceber quem eram na vida, o que fizeram, etc. Através
dos objetos que muitas vezes acompanham as figuras nos retratos, o ambiente e os elementos
demonstram um certo estatuto. Conhecimento como prazer da vida: ideia muitas vezes
transmitida pelos atributos presentes nos retratos.

RETRATO DE CORTE: era difícil haver alguma corte que não se fizesse representar. Duplicidade
de honrar uns aos outros. Por exemplo, é uma honra representar a rainha, e é uma honra para
a corte ser representada ao pé do poder (a rainha).

BIOGRAFIA PINTADA: Retrato sistematizado uma narrativa para conta a história de alguém. O
auge do retrato, que enaltece e demonstra características psicológicas e caracter vigoroso.

Maria de Médicis. Encomenda uma biografia pintada para o novo palácio, pede a Piter Paul
Rubens, um pintor famoso na altura. Começa com uma representação da educação que ela
teve, representando figuras clássicas que confere a sabedoria de Atena e a sensibilidade das
artes clássicas, e alguém com grande inteligência e interpretação das vontades divinas,
mostrando estar destinada a governar França.

AUTORETRATO DE PINTORES: Ideia de reflexão sobre a própria obra, retrato pouco o


detalhado no rosto, mas muito detalhado no ambiente, que é pobre.

Utilizado por muitos autores, não só como forma de autovalorização da sua figura (elevação do
estatuto social do próprio pintor), mas também como maneira de desafio.
Durer demonstram-nos a forma em como o pintor se via a si próprio. Num momento em que o
estatuto do pintor se eleva do artesão ao intelectual, especialmente no século XVI, em que
conquistam um estatuto superior ao comum artífice. Nos retratos de Durer desloca-se dessa
qualidade de pintor para se representar como um homem nobre, um homem respeitável.

Rubens não se autorretrata muito, mas o suficiente para deixar essa ideia do autorretrato em
que mais nada nos distrai das suas feições físicas, mas também para reforçar o seu carácter
intelectual e nobre, de pensador. Autorretrato com a sua primeira mulher, e com o irmão.
A emancipação do retrato e o culto da personalidade: Frederico de Montefeltro

O retrato pode ser:

O VALOR DO RETRATO

Uns revelam mais sobre o ambiente e relações sociais, muitas vezes não são as características
físicas que estão em causa, os retratos são construções de identidade complexas.
A partir da década de 40 a fotografia começa a expandir-se, no ponto de vista do retrato esta
substitui a pintura por ser mais rápido e mais barato. Começa-se então a fazer retratos de
grupo e de família.

ANÁLISE DOS PRINCIPAIS ELEMENTOS UTILIZADOS POR UM PINTOR:

-Cor, linha, mancha, luz e modelado-

Linha

fixa a aparência das coisas. Identificação e reconhecimento das formas. Apela muito mais ao
intelecto do que aos sentidos Qualidade gráfica

A linha e o modelado são usados de forma a criar efeitos.

 linha gráfica, mais fechada, que apela mais á nossa razão,


 Ao contrário da linha aberta, que nos dá outra sensibilidade, como uma linha cerrada
em Picasso.
 Linha continua e cerrada/descritiva e analítica. Valorização dos contornos, táctil.
 Descontinua, aberta, transforma-se em manchas, aludir, apelo á imaginação.

Valorização da linha e do contorno, limite. O neoclassicismo utilizou a linha fechada


enquanto que o barroco usou a linha aberta que apela mais ao sentimento.

Mancha ampla, desvalorização da linha para uma forma sem contorno. William Turner,
romantismo e explosão de cor e mancha, difícil de identificar o tema sem ajuda do titulo.

A pintura pode atuar no plano (linhas planas que sobressaem o carácter bidimensional do
quadro) ou em profundidade.

Cor

Pigmentos que permitem reações diferentes por parte do observador, a conjugação das
cores é uma experiência explorada pelos vários movimentos artísticos que muitas vezes
contrariavam as normas das academias de belas-artes.

Cores frias afastam-se do observador e as cores quentes aproximam, muitos pintores


tentam contrariar isso mesmo.

Limitadas e circunscritas: Matize dá-nos o corte das cores, não há mistura, temos cores
que vivem de matizes diferentes, mas que são encerradas em espaços distintos e não se
misturam. Em Van Gogh as cores misturam-se umas nas outras.

O simbolismo da cor e os mecanismos que esta dispersa: Por exemplo, Cristo é


normalmente representado por cores quentes, mas numa pintura da sua morte, ele é
representado com cores mais cinzentas e ácidas, as cores que nos fazem sentir inquietude
e desconforto para transmitir a intenção ou a emoção da narrativa representada.

A cor quase que narra o próprio tema, o vermelhão concentra mais o nosso olhar nesse
elemento por exemplo. Pode ser utilizada também de uma forma mais naturalista. Jan Van
Evick
A representação de volume, o modelado

Capacidade de representação de romper a superfície plana e criar uma espacialidade que é


uma ilusão ótica, algo que na idade média é perdido pois esse não era muito procurado,
era mais valorizado a espiritualidade interior.

Acentua a solidez, o peso, a corporeidade, dureza e resistência das formas.

Valores tácteis /valores escultóricos Socorre-se para esse efeito da luz e da sombra, do
claro-escuro, conseguidos quer através do desenho, quer através da cor

Giotto, 1304, recomeça o peso do caminho de procuras com a capacidade de exprimir o


volume. Acentua a solidez, o peso dureza e resistência. O valor tátil e escultórico socorre
aos efeitos de luz e sombra conseguidos através da cor, desenho ou luz.

Procura da profundidade e da ilusão de ótica: Trompe l'oeil termo francês que significa
"enganar olho", este foi genero praticamente autónomo.

Mantegna, as quadraturas: imagens tridimensionais com ilusões de ótica que se abrem


para o espaço celestial povoado de figuras, nos tetos ou cúpulas. Falsa continuidade
espacial.

A Luz

Foi um elemento trabalhado de forma autónoma, muitas vezes a sua presença nem é
notada ou pode assumir todo o protagonismo da obra.

No barroco foi utilizada bastante, obras que vivem da intensidade da luz, as narrativas sao
contadas pelos jogos de luz.

Muitas vezes a luz é artificial/inventada, e destaca preciosamente as figuras importantes, :


emerge prodigiosamente Contraria o real, expressiva e simbólica Luz espiritual, divina

Peter Rubens, A descida da Cruz

Utilizar a luz para colocar grandes partes dos quadros na penumbra e outras iluminadas
para criar o aspeto teatral
Composição

Ordenação de todos os meios plásticos formando um todo único indissocial. Se retirarmos


um elemento o quadro não é o mesmo.

Totalmente solidários, constituem um universo próprio em que nada pode ser alterado ou
suprimido sem pôr em causa a obra Assinatura do pintor. Marca da personalidade artística.
Cria uma realidade única, nova e autónoma

A Adoração de Vénus, terminada por Ticiano. Tem uma composição clássica, com uma
figura central que é elevada com outros figurantes que ilham para ela, é um esquema
tradicional. Depois o esquema é modificado, dividido em várias partes, temos a paisagem,
a estátua no pedestal, uma figura que nos obriga a olhar para a estatua. muita coisa
acontecer, o nosso olhar é redirecionado em várias direções que acabam todas na Vénus.
Diferentes maneiras com o mesmo efeito.

Composição no sentido da criação de espaços dinâmicos e oblíquos, até opressivos por


vezes. Exemplo: última ceia, Tintoretto. Ele tem um padrão, linha diagonal forte da
composição, muitas vezes ressaltada pela luz.

Suportes

 Madeira
 Tela
 Papel
 Cartão
 Metal
 Vidro

DENOMINAÇÕES A SABER:

 Oficial / De corte
 Identificação / Individualização
 Psicológico, introspetivo
 Fundos e soluções espaciais
 Atributos
 Individual, coletivo, de grupo

TÉCNICAS DE PINTURA (técnicas pictóricas)

Cada técnica apresenta capacidades expressivas diferentes, condicionamentos e limitações


próprias. Preferência do pintor/empatia com o material.

Foi frequente utilizar o fresco para o muro, a têmpera para a tábua e o óleo para a tela,
mas é incorreto identificar uma técnica com um suporte. Quase todas foram utilizadas
quer no cavalete quer no muro, podendo o pintor recorrer a mais do que uma técnica num
só e mesmo quadro.

As técnicas refletem também uma época, a organização do trabalho, as possibilidades e os


avanços técnicos.
Deve-se ter em consideração o resultado final e o efeito estético dos materiais quando
secarem, assim como a conservação da obra tendo em conta o local a que se destina e o
tamanho e suporte, etc.

 Pintura Mural (fresco, a seco, encáustica):


o A FRESCO a buon fresco: difunde-se em todo o Ocidente desde a época
romana. Não s encontra propriamente nos palácios dos senhores, mas sim
nos espaços públicos com grandes extensões de murros e Igrejas,
importantes para a vivencia e religiosidade da igreja e entendimento pelos
analfabetos.
Aplicação das cores dissolvidas em água de cal sobre o muro, previamente
preparado e humedecido.
As cores de origem mineral para melhor resistência à ação da cal. paleta
restrita / depois de secas as cores diminuem de tom.
Branco dado pela cal; ocres naturais para o amarelo e vermelho; osso e
carvão para o negro.
Impossibilidade de correções / exige um grande domínio técnico
Para Vasari o fresco era a prova suprema da firmeza de qualquer pintor
Camadas superficiais do reboco: seis semanas a secar / muito mais nas
camadas profundas só depois de completamente seco podem fazer-se
alterações

Pintasse por partes, de cima para baixo, exige uma grande capacidade pois
não pode ser alterada ou corrigida logo de seguida, requere também
esforço físico, as posições exigiam grandes esforços, o que dificultava a
pintura.
1. ARRICCIO: Sobre um muro completamente seco aplicase uma
camada de cal e areia, amassada com água.
2. SINOPA: Realiza PISANELLO, 1440, Palácio Ducale, Mântua -se
o desenho prévio ou preparatório em tinta vermelha.
3. INTONACO: Seguem-se outras camadas, progressivamente
mais finas (intonaco) e uma outra ainda (tonachino).
4. GIORNATA: Sobre esta última, ainda húmida, aplicamse as
tintas. Área susceptível de se acabar num dia, a dimensão
depende da rapidez de trabalho do pintor. Aplica-se a tinta de
cima para baixo para evitar tocar no que já foi pintada.

 Pintura de Cavalete (óleo, têmpera, aguarela, guache, etc.):


o ÓLEO E TÊMPERA SOBRE TÁBUA OU TELA:
1. TÊMPERA, utiliza-se a água para dissolver ovo (inteiro, gema
ou clara soltas) para aglutinar os diversos pigmentos, daí o
termo tempera de temperar (dissolver e misturar).
resistente, altera-se em 500 anos o que um óleo se altera em 30. Seca
rapidamente, podendo pintar-se por cima. O suporte da têmpera pode ser
a pedra, madeira, metal, cartão, tela e o muro. Este suporte deve
preparar-se antes de receber a pintura. Exemplo da madeira por ter sido o
suporte mais utilizado com esta técnica: Madeira seca e compacta, sem
vestígio de resinas ou gomas. Contraventamento em madeira por trás,
normalmente cruzado, conferindo rigidez ao conjunto. Cola, tela e gesso
grosso, alisado e polido alguns dias depois. 8 mãos de gesso fino. Uma vez
seca, depois de exposta ao ar e à sombra polia-se de novo até obter uma
superfície lisa e compacta.

2. ÓLEO linhaça, noz, cravo para dissolver Resinas para aglutina.


Duas técnicas principais:
ALLA PRIMA - desde o primeiro momento o pintor trabalha sobre o efeito
final do quadro. Exige uma grande mestria uma vez que se trabalha o
desenho, o claro escuro, as sombras e as cores em simultâneo
APLICAÇÃO DA COR POR CAPAS - constitui um procedimento mais antigo
e baseia-se na divisão do trabalho. Na capa inferior aplica-se o desenho e o
modelado com uma ligeira indicação de cor. Na capa superior o artista
trabalhava o efeito cromático.
Uma das técnicas mais características da pintura a óleo é a aplicação das
cores por velaturas: capas ténues que vão sempre do claro ao escuro.
Tiziano utilizava mais de 20 velaturas, conseguindo uma enorme riqueza
de cor e profundidade tonal. Terminada a pintura dava-se uma capa de
verniz protector (cores mais brilhantes)

Vantagens:
o Pode ser trabalhada durante sessões longas;
o Tinta permanece fresca durante dias
o Permite acabamentos mais refinados
o Vasta gama de cores disponíveis.

Muitas vezes nos contratos era dito os pigmentos pretendidos, e


muitas vezes os preços dependiam do tipo de pigmentos, que podiam
ser importados de outras regiões longínquas, era um negócio
caríssimo, apenas aqueles com grande capacidade financeira teriam
acesso a tais pigmentos. A qualidade dos materiais das obras depende
muito daquilo que o artista tem acesso.

Utilização da tela: : Itália, última década do século XV. linho e cânhamo


bem esticados sobre uma armação de madeira.
Há uma preparação prévia: proteger a tela e eliminar a sua porosidade
através de uma demão de cola Seguem-se várias capas de cola, óxido de
zinco e carbonato de cálcio No final apresenta uma superfície lisa, muito
fina e branca
Vantagens: custo, flexibilidade (mudanças bruscas de temperatura ou
clima responsáveis pelo estalar da tábua e desintegração das tintas), fácil
transporte, naturalidade, aspeto menos plano.
Criação de quadros numa escala sem precedentes (várias peças cozidas,
costuras quase invisíveis).
Vantagem explorada nos finais do renascimento, principalmente em
Veneza, onde as telas de Tintoreto e de Veronese atingiam enormes
dimensões. Bellini 5% de uso da tela Ticiano 95%.
Utilização da tábua: È um dos materiais mais recorrentes, mas as tábuas
são grandes e pesadas, mais difíceis de transportar assim é tudo pintado
no loca onde vai ficar.
Com a revolução industrial, a tela substitui a madeira e há uma redução do
preço dos materiais relacionados com a ação de pintar.

John Goffe Rand, pintor americano, inventou o tubo de tinta que patenteou em 1841.
William Winsor (Winsor & Newton) acrescentou a tampa de enroscar.

 IMPASTOS:
Técnica em que a tinta é aplicada em quantidades que a destacam da
superfície. Foi muito utilizado para representar texturas. Pintores como
Rembrandt, Frans Hals e Velázquez usaram-na para retratar a pele
enrugada, jóias e tecidos. Também van Gogh ficou conhecido pelo uso e
qualidade dos seus impastos, de pinceladas espessas e rápidas.

CONCEITOS IMPORTANTES A SABER:

 Anamorphosis: do grego “transformar”,

É uma técnica de perspectiva que oferece uma vista distorcida do objeto representado quando
ele é observado do ponto de vista comum (frente ao quandro, ao centro). Para captar a
imagem correcta é necessário que o observador se coloque num ângulo particular. Leonardo
da Vinci integra esta técnica nos seus cadernos. Foi considerada uma demonstração de
virtuosismo técnico, e incluída na maioria dos manuais de desenho dos séculos XVI e XVII.

 Tenebrismo: do latim tenebrae (escuridão)

É uma técnica que usa contrastes extremos de luz e escuridão em composições figurativas para
aumentar seu efeito dramático. As figuras são frequentemente retratadas num pano de fundo
escuro, sendo iluminadas por uma luz brilhante e penetrante. A técnica foi introduzida pelo
pintor italiano Caravaggio (1571-1610) e foi retomada no início do século XVII por pintores
como o pintor francês Georges de La Tour.

 Sfumato, (do italiano sfumare, esfumado ou evaporado)

Sombras que produzem transições suaves e quase imperceptíveis entre as cores e os tons.
Graduações subtis sem contornos ou fronteiras entre a luz e as zonas iluminadas.

 Encáustica: inventada na Grécia Antiga (de enkaustikos, ‘queimar’)

É uma técnica de pintura em que os pigmentos são misturados com cera líquida quente. Após
a aplicação da tinta ao suporte aproxima-se uma fonte de calor sobre a superfície até que as
marcas individuais da escova ou da espátula se fundem num filme uniforme (“queima” das
cores).

 Pontilhismo

Técnica de pintura, criada em França em meados do século XIX que faz uso da justaposição de
pequenas manchas ou pontos de cor provocando uma mistura óptica nos olhos do observador

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