MAIO DE 2021
2 7229 – Gestão do Stress Profissional
Índice
Introdução ........................................................................................................................................................... 4
Âmbito do manual ........................................................................................................................................... 4
OBJETIVO GERAL.............................................................................................................................................. 4
OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................................................. 4
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS ...................................................................................................................... 4
Ideias Gerais ........................................................................................................................................................ 5
O STRESS .............................................................................................................................................................. 6
Conceito de stress ........................................................................................................................................... 6
Fatores de risco: emocionais, sociais, organizacionais.................................................................................... 6
Sinais e sintomas ............................................................................................................................................. 9
Consequências negativas do stress ............................................................................................................... 10
Medidas preventivas ..................................................................................................................................... 11
Técnicas de controlo e gestão do stress ........................................................................................................ 12
Como lidar com situações de agonia e sofrimento ....................................................................................... 15
Técnicas de autoproteção ............................................................................................................................. 16
AS EMOÇÕES ..................................................................................................................................................... 18
Conceito de emoção ...................................................................................................................................... 19
Caraterísticas fisiológicas, cognitivas e comportamentais das emoções ...................................................... 19
Estratégias de gestão das emoções ............................................................................................................... 21
Sistemas de representação ............................................................................................................................... 22
Necessidades humanas ..................................................................................................................................... 27
Identificação e análise das necessidades humanas....................................................................................... 27
Bibliografia ....................................................................................................................................................... 33
…
“ É impossível progredir sem mudança, e aqueles que não mudam as suas mentes não podem mudar
nada” George Bernard Shaw
“Ontem eu era inteligente, queria mudar o mundo. Hoje eu sou sábio, estou a mudar a mim mesmo.”
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Introdução
Âmbito do manual
O presente manual foi elaborado como instrumento de apoio à unidade de formação de Curta duração nº
7229 – Gestão de Stress Profissional, de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações.
OBJETIVO GERAL
o O curso de formação visa desenvolver nos formandos conhecimentos de suporte à área do
atendimento. Pretende-se que no final do curso os formandos sejam capazes de:
o Identificar o conceito de stress, causas, consequências negativas do mesmo.
o Identificar as técnicas preventivas, de controlo e gestão de stress profissional.
o Caraterizar o conceito de emoção.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
o Identificar e dominar o conceito de stress
o Identificar e gerir os fatores de risco: emocionais, sociais, organizacionais
o Identificar os sinais e sintomas de stress
o Enumerar as consequências negativas do stress
o Elencar as medidas preventivas de stress
o Enumerar as técnicas de controlo e gestão de stress profissional
o Identificar as técnicas de como lidar com situações de agonia e sofrimento
o Gerir as técnicas de autoproteção de stress
o Identificar o conceito de emoção
o Enumerar as caraterísticas fisiológicas, cognitivas e comportamentais das emoções
o Elencar as estratégias de gestão das emoções
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
• O Stress
o Conceito de stress
o Fatores de risco: emocionais, sociais, organizacionais
o Sinais e sintomas
o Consequências negativas do stress
o Medidas preventivas
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Ideias Gerais
pessoal. Podemos definir desenvolvimento pessoal como todas as ações que nos permitem viver em paz
connosco e com os outros; para muitos, é a felicidade no sentido mais pleno.
O STRESS
Conceito de stress
Dos trabalhos de Lazarus e seus colaboradores, na década de 60, retiraram-se dois pressupostos que
servem de base no entendimento sobre o stress:
1) não há nenhuma situação que, por si só, possa ser reconhecida como geradora (indutora) de stress;
2) o fator decisivo que leva um indivíduo a sentir-se ou não em stress depende da avaliação que faz da
situação (circunstância).
Desta forma, podemos definir o stress como uma tensão física ou psicológica fora do habitual, que
provoca um estado ansioso no organismo (Vaz Serra, 2007).
O stress no trabalho define-se, segundo Ross e Altemeier, citado por Vaz Serra (2007, p.555) como a
“interacção das condições de trabalho com características do trabalhador de tal modo que as exigências que
lhe são criadas ultrapassam a sua capacidade de lidar com elas.”
É de salientar que nem todo o stress é prejudicial. Em determinadas circunstâncias o stress é útil
porque cria um impulso que faz o indivíduo tomar decisões e resolver problemas, ajudando-o a melhorar o
seu funcionamento e a as suas aptidões/capacidades (Vaz Serra, 2007).
Vários têm sido os estudos que tentam descrever as grandes classes de acontecimentos que provocam
o stress no ser humano. Desta forma, segundo Vaz Serra (2007), podemos estabelecer classes indutoras
(fatores de risco) de stress numa perspectiva relativa à própria pessoa:
Acontecimentos traumáticos: correspondem a situações graves como, por exemplo, uma ameaça de
morte, espancamento, ser vítima de um incêndio, naufrágio ou tremor de terra de grande intensidade;
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Acontecimentos significativos da vida: simbolizam uma “martelada” que, de repente, ocorre na vida
de uma pessoa. Podemos referir como exemplos de tais situações a separação ou divorcio, a saída de um filho
de casa, morte de um cônjuge, perda de um emprego que considerava estável.
Macro indutores de stress: são devidos à organização e funcionamento do sistema social que podem
determinar, por exemplo, períodos económicos de recessão, uma prevalência grande de desemprego,
dificuldades para uma dada industria ou impostos demasiado altos.
Acontecimentos desejados que não ocorrem: representam um desejo, objectivo que tarda em
concretizar-se. Por exemplo: tentativas de engravidar por anos a fio sem sucesso, promoção justa na carreira
que não acontece, as pazes com um familiar que nunca mais surgem.
• Exigência de formação;
• Horários sobrecarregados;
• Medo da morte;
• Baixo salários.
• Escassez de colaboradores;
Sinais e sintomas
Antes de mais, torna-se importante fazer a distinção entre sinais e sintomas. Os sinais são alterações
do organismo de uma pessoa que podem ser percebidas através do exame médico ou medidas em exames.
Os sintomas são alterações do organismo apenas percebidas e relatadas pela própria pessoa, não sendo
possível a outra pessoa diagnosticar (Vaz Serra, 2007).
Os sinais e sintomas de stress variam de pessoa para pessoa. As manifestações que poderão existir,
têm a influência dos aspectos culturais, o tipo de situação que desencadeia o stress, a personalidade do
indivíduo, a manutenção ou esbatimento da situação, a sensação ou não de controlo e, do organismo de cada
ser humano que activa certos órgãos do corpo e não outros (Vaz Serra, 2007).
Segue-se a enumeração de alguns sinais e sintomas de stress diferenciados pelas várias vertentes do
ser humano, segundo Rossi (2010):
Física:
• Indigestão e náuseas;
• Fadiga.
Cognitivo:
• Dificuldades de concentração;
• Problemas de memória;
• Confusão mental;
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Emocional:
• Alteração do humor;
• Irritabilidade;
• Perda de controlo;
• Sensação de sufoco/incerteza;
• Desamparo;
• Ideação suicida;
• Baixa autoestima;
• Labilidade emocional.
Comportamental:
• Desinteresse sexual;
Espiritual:
• Sensação de vazio;
• Dúvida;
• Sensação de desnorte.
O stress tem consequências consideráveis sobre o ser humano contribuindo para deteriorar a
qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo.
Os custos do stress só podem ser calculados por indicadores indiretos. Estes consistem no mal-estar,
nas incapacidades e nas mortes prematuras que gera, na maneira como afeta o coração e outros órgãos
importantes, nos transtornos físicos, psíquicos que provoca, no consumo de analgésicos, tranquilizantes,
tabaco, drogas ilícitas e bebidas alcoólicas.
Entre as caraterísticas do trabalho que podem ter consequências negativas sobre o indivíduo,
salientam-se a sobrecarga de trabalho, a subcarga de trabalho, a pouca autonomia de decisão, a existência de
trabalhos por turnos e, condições físicas adversas. Assim, o stress não é apenas um termo que se relaciona
com alguma situação incomodativa. Quando é intenso, repetitivo e prolongado poderá ter consequências
preocupantes que podem lesar o bem-estar e a saúde (física e psíquica) do indivíduo.
Segundo Vaz Serra (2007), o stress excessivo torna-se prejudicial porque pode:
Medidas preventivas
Anteriormente, foram referidos os vários fatores de risco ou fontes potenciais de stress, quer na vida
pessoal quer na vida laboral.
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Rossi (2010) descreveu várias condições de prevenção necessárias para que não se atinga situações
de limite/stress. Num plano organizacional temos:
Avaliação apropriada dos riscos: utilização de inquéritos e escalas de avaliação do stress para avaliar
o estado atual dos indivíduos/ trabalhadores e permitir medidas de antecipação;
As medidas devem ter sempre como alvo o grupo de trabalho: as intervenções devem ser sempre
dirigidas a grupos de trabalho e apenas, se estritamente necessário, a uma pessoa em particular;
Inclusão da opinião dos trabalhadores: a experiências dos trabalhadores nas distintas atividades
devem ser levadas em conta para identificar problemas e possíveis soluções;
Gestão dos riscos pelas hierarquias superiores: compromisso dos quadros superiores de colocar a
gestão dos riscos como uma prioridade.
Num plano mais pessoal/individual, certas condutas poderão ter efeitos preventivos, tais como:
Existe um termo inglês que não tem tradução fácil para o português e que se designa por coping.
Atualmente quando aplicamos o termo coping tem um significado preciso: refere-se às estratégias para lidar
com o stress (Vaz Serra, 2007).
Assim, as estratégias de coping correspondem às respostas da pessoa que tem como finalidade
diminuir a “carga” física, emocional e psicológica ligada aos acontecimentos geradores de stress. As estratégias
para lidar com situações de stress podem ser centradas: no indivíduo, na diminuição das emoções sentidas
ou, na busca de apoio social.
Vamos agora tratar de cada uma das modalidades em particular assentes na perspectiva de Vaz Serra (2007).
As estratégias focadas no problema procuram estabelecer um plano de ação e segui-lo até eliminar o
problema. Os planos de ação evitam que um estado/sensação desagradável se prolongue e prejudique o bem-
estar e a saúde do ser humano.
Um plano de ação passa por desenvolver várias etapas intermédias até chegar à resolução do
problema. Vejamos um exemplo: Numa instituição, duas pessoas que trabalham num mesmo sector não
conseguem dialogar e chegar a entendimento sobre as tarefas e isso provoca um estado de tensão constante.
Um plano de ação aconselhável seria: primeiro alguém tomar a iniciativa de querer resolver o problema;
segundo, recorrer a alguém que possa mediar um diálogo entre ambas as partes; terceiro, avaliar os pontos
divergentes; quarto, reunir com o mediador e o/a colega de trabalho; debater os pontos divergentes e tentar
encontrar soluções e medidas para que o trabalho possa fluir.
De qualquer forma, as estratégias focadas na resolução do problema são as mais aconselhadas, pois,
permitem remover definitivamente as fontes de perturbação.
As estratégias de coping que levam à busca de informação e resolução do problema têm efeitos
benéficos sobre o funcionamento psicológico e, permitem reduzir a influência adversa das mudanças
negativas e das situações de pressão que reaparecem no tempo. As pessoas com tendência a usar estratégias
de resolução de problemas têm menos propensão do que as outras de ficaram deprimidas.
Quando o stress é sentido como mais grave, o foco é mais orientado para o controlo das emoções.
Quando atingem uma intensidade grave são difíceis de tolerar e afetam as rotinas e interferem largamente
com o seu bem-estar.
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Por vezes, tentamos fugir das situações que nos provavam demasiada tensão, fugimos de forma real
ou imaginada da situação desagradável em que vivemos. Os mecanismos que reduzem os estados de tensão
têm diferentes finalidades. Algumas são uteis, onde a pessoa apenas busca uma forma imediata para reduzir
as emoções desagraváveis, no entanto, ajuda a uma análise posterior mais objetiva:
Outras são prejudiciais na medida em que adiamos indefinidamente a resolução do problema e apenas
adiamos a dor moral, tais medidas poderão ser:
Estes tipos de estratégias estão associadas à forma como lidamos e mantemos o relacionamento com
outras pessoas em situação de stress.
A pessoa que dá apoio manifesta uma relação empática. Se souber ter o dom para observar a situação
na perspectiva/ ponto de vista de quem o solicita, se souber evitar o juízo de valor e, compreender o que a
pessoa diz em linguagem verbal e não-verbal, tende a ser procurada, pelos outros, para ser um apoio na
resolução do problema e redução da sensação de stress. Aqueles que prestam cuidados a terceiros tendem a
ser os mais compreensivos e genuinamente empáticos e desenvolvem mais facilmente planos de ação para a
resolução dos problemas. A procura de apoio emocional tende a recair para alguém com quem se possa
desabafar, contar os problemas e encontrar compreensão.
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Se quisermos compreender o que é capaz de ameaçar o lesar uma pessoa, teremos de perceber a sua
rede de preocupações. Se quisermos perceber quais são as suas preocupações teremos de conhecer quais são
as crenças e valores da pessoa.
Assim, os valores relacionam-se com aquilo que um indivíduo quer ou prefere e ligam-se aos ideais ou
objetivos que a pessoa pretende atingir, enquanto, as crenças dizem respeito ao que o indivíduo pensa de
verdade quer goste ou não e aprove ou não. Os valores e crenças são gerados no seio da família, os primeiros
influenciados pela cultura e os segundos pela relação que existe entre os elementos da família (Vaz Serra,
2007). Qualquer um destes conceitos pode levar a formas desajustadas de lidar com a vida.
A forma como nos colocamos perante uma situação desagradável poderá aumentar ou diminuir o foco
de tensão, assim como a dor ou sofrimento. Desta forma, quando estamos associados (associação) numa dada
situação, estamos no aqui e no agora, absorvidos no presente, damos muita importâncias a sensações vividas,
assim, tendemos a aumentar o grau de agonia, de sofrimento pois estamos a viver a situação na primeira
pessoa.
O processo de luto (perda) poderá significar a morte de um familiar, amigo, ou pessoa ao seu cuidado,
mas também outro tipo de perdas, tais como: emprego, divórcio ou mudança de residência. Existe uma
sensação de desmoronamento, agonia e tristeza profunda.
Desde o momento da perda até ao total restabelecimento emocional será necessário passar por várias
etapas. Não poderemos passar para a etapa seguinte sem resolver completamente anterior (Worden, 1991):
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I. Aceitar a realidade da perda: A primeira tarefa é aceitar que a pessoa não voltará. Se no seu
íntimo não deixa a pessoa partir, pois assume nas suas vivências como se ela estivesse presente no
dia-a-dia criará resistências à aceitação natural. Desprender-se da maioria dos objetos ou
recordações e no discurso usar os verbos no passado “ ele/ela foi, esteve, gostava…” será um meio
para a aceitação.
II. Elaborar a dor da perda: É necessário que a pessoa em luto passe e assuma a dor, não deve
evitar ou suprimir a dor da perda. Não elaborar a dor é não sentir e prolongar no tempo o sentimento
de agonia, sendo então fulcral uma terapia do luto.
III. Ajustar-se ao ambiente diário sem presença da pessoa: A perda significa um vazio criado,
novos papéis a assumir, reajustar as tarefas do dia-a-dia de forma diferente, pois quem estava já não
está. Torna-se importante adaptar as novas rotinas e encontrar motivação para os novos
desafios/compromissos.
IV. Reposicionar em termos emocionais a pessoa que faleceu e continuar a vida: Ninguém
esquece as lembranças de alguém que teve grande significado na sua via. O importante não é
esquecer mas sim recolocar a pessoa num “local emocional” adequado para que se possa estar
disponível para as novas experiencias/vivencias e continuar a viver com motivação e interesse.
Técnicas de autoproteção
As pressões diárias, na vida pessoal e profissional, a que a pessoa está sujeita envolvem circunstâncias
desagradáveis que podem torná-la vulnerável. Modificar as vulnerabilidades pode diminuir o stress. De
seguida serão abordadas as modificações que permitem reduzir a vulnerabilidade da pessoa (Vaz Serra, 2007):
• Não se expor a situação de stress: Para conservar a sua saúde e energia, não pode dizer sim a tudo
quanto lhe pedem; delegar tarefas reduz o volume de situações potencialmente stressantes; é útil
utilizar os dias de férias, feriados e fins-de-semana para descansar e realizar atividades que conceda
satisfação pessoal.
• Aprender a resolver problemas: A resolução adequada de um problema elimina, ou pelo menos
modifica de forma substancial a fonte de stress. A resolução adequada passa por 4 etapas:
2) Génese de soluções alternativas: passa por criar o maior número possível de alternativas
válidas;
4) Implementação e verificação das soluções: avaliação dos resultados após a ação realizada, ou
seja perceber se foi eficaz.
• Pensar com lógica: A avaliação dos acontecimentos nem sempre é realizada com lógica, é importante:
• Melhorar a autoestima: Entre diversas mudanças necessárias para melhorar a autoestima, uma delas
é aprender a: compreender, aceitar, perdoar a si mesmo e aos outros. Outra consiste em criar
objetivos de vida.
• Modificar comportamentos: As mudanças podem ser introduzidas percorrendo diversas etapas a
seguir indicadas:
Em contextos interpessoais (relação no trabalho, nos grupos, com pares sociais) ser autoafirmativo
permite, embora respeitando os direitos dos outros, lutar pela defesa dos seus próprios direitos.
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As aptidões de autoafirmação estão ligadas a duas grandes classes (Vaz Serra, 2007). Quando o próprio
precisa responder à iniciativa de alguém ou quando tem que tomar a iniciativa em relação a outra pessoa.
Assim:
Quando responde à iniciativa de alguém: há assinalar a importância de dizer não, saber lidar com as críticas,
aceitar felicitações, saber manter conversas e responder a solicitações para futuros encontros;
Realizar críticas construtivas: não impor pontos de vista. Serve para ajudar o próprio a criar perspectivas
diferentes sobre um dado problema;
Revelar preferências: demostrar o que agrada ou não e mudar o assunto quando está desgastado ou a tornar-
se desagradável;
Capacidade para tomar iniciativa: iniciar conversas, terminar interações indesejáveis, aprender a discordar,
pedir favores, impedir que lhe interrompam o que está a expor.
Quando é necessário fazer uma crítica deve-se: começar e terminar com uma referência positiva à
outra pessoa, exprimir o que sente em relação a determinada situação, dirigir- se sobre os aspetos específicos
do seu comportamento, solicitar modificações concretas e, falar em voz neutra e não zangada. Saber dar
feedback - treinar!
O relaxamento deriva da hipnose e produz modificações físicas e psíquicas. Atua determinando uma
resposta de repouso. Esta prepara o organismo para um estado de calma, inatividade do comportamento e o
restauro das modificações existentes.
Várias são as disciplinas, técnicas que trabalham as questões do relaxamento, entre elas podemos
destacar: o ioga, pilates, meditação transcendental, relaxamento progressivo de Jacobson e hipnose (Vaz
Serra, 2007).
AS EMOÇÕES
19 7229 – Gestão do Stress Profissional
Conceito de emoção
Do latim emotĭo, a emoção é uma alteração intensa e passageira do ânimo, podendo ser agradável ou
penosa, que surge na sequência de uma certa comoção somática. Por outro lado, de acordo com o Dicionário
da Língua Portuguesa da Porto Editora, a emoção desperta, em certa medida, um sentimento de agitação no
indivíduo, expectante perante aquilo em que participa ou determinada circunstância.
As emoções são reações psicofisiológicas, que representam modos eficazes de adaptação face às
mudanças ambientais, contextuais e/ou situacionais. Em termos psicológicos, as emoções alteram a atenção
e elevam o nível de determinados comportamentos na hierarquia de respostas do indivíduo. No que diz
respeito à fisiologia, as emoções organizam as respostas de muitos sistemas biológicos, inclusive as expressões
faciais, os músculos, a voz e o sistema endócrino, com vista a estabelecer um meio interno ótimo em prol de
um comportamento mais efetivo.
As emoções permitem que uma pessoa estabeleça a sua posição relativamente ao seu meio
envolvente, sendo projetada para terceiros, objetos, ações ou ideias. As emoções funcionam também como
uma espécie de depósito de influências inatas e aprendidas.
Na ótica do psicólogo Jean Piaget, existem condutas emocionais que estão relacionadas com os
processos de construção de uma mente individual inteligente. Os processos de conhecimento do meio
circundante são adquiridos através de um processo de evolução individual da inteligência, que seleciona
estruturas internas relacionadas com a formação e as características estruturais do cérebro e os elementos do
sistema nervoso, e as liga às perceções do meio. Deriva em processos mentais cada vez mais complexos, que
envolvem a epigénese das estruturas cognitivas.
funcionamento cerebral explicam, por exemplo, que alguém seja capaz de detetar o perigo antes mesmo que
uma situação de ameaça aconteça. Isso significa que a reação bioquímica é anterior a emoção (1998).
O ser humano possui em seu cérebro uma estrutura chamada de sistema límbico, responsável pelas
emoções e sentimentos. O sistema límbico, quando recebe um estímulo, sensitivo (Audição, paladar, visão,
olfato), envia essas “informações” para o tálamo e hipotálamo que elabora respostas aos estímulos através
do sistema endócrino e do sistema nervoso autónomo. Automaticamente produzem repostas, ativando esses
sistemas, e então temos um estado, que são as emoções e sentimentos manifestos. Sistema Límbico é o nome
dado às estruturas cerebrais que coordenam o comportamento emocional e os impulsos motivacionais e é
formado por diversas estruturas localizadas na base do cérebro.
De acordo com Ballone, os sentimentos e emoções, como amor, alegria, ódio, pavor, ira, paixão e
tristeza tem origem no Sistema Límbico. Chama-se circuito de Papez a porção do Sistema Límbico relacionada
às emoções e seus estereótipos comportamentais. Na década de 30, o neurofisiologista Papez propôs que
componentes do Sistema Límbico mantinham numerosas e complexas conexões entre si. Este Sistema é
responsável também pelos aspetos da identidade pessoal e por funções ligadas à memória (2005).
Resumindo, perante uma situação de emergência, primeiro o homem reage e foge e é por fugir que
sente medo. De acordo com William James, o que diferencia as emoções é que cada uma delas esta
relacionada a perceção de transformações corporais. Esta teoria é conhecida como teoria de James-Lange,
porque essa mesma teoria era defendida por Carl Lange.
James declarava que quando um indivíduo é afetado por um estímulo, sofre alterações fisiológicas
perturbadoras, como falta de ar, palpitações, angústia e etc. O reconhecimento desses sintomas é que vai
gerar emoção no indivíduo.
A teoria de James-Lange recebeu críticas do fisiologista Walter Cannon, que em 1927 propôs uma
teoria alternativa, baseando-se nas investigações de Philip Bard. De acordo a teoria de Cannon-Bard, as
emoções têm origem no cérebro, ocorrem ao mesmo tempo que as reações fisiológicas, mas não são causadas
por estas. Segundo essa Teoria, os estímulos emocionais têm dois efeitos excitatórios independentes:
Provocam o sentimento da emoção no cérebro bem como a expressão da emoção no sistema nervoso
21 7229 – Gestão do Stress Profissional
autónomo e somático. Tanto a emoção como a reação a um estímulo seriam simultâneos. Assim, numa
situação de perigo, o indivíduo perante um estímulo ameaçador sente primeiro medo e depois tem a reação
física, foge.
Segundo Pereira, a perspectiva Culturalista diz que as emoções são comportamentos apreendidos no
processo de socialização. Cada cultura tem diferentes formas de exprimir as diferentes emoções. As emoções
são uma construção social que exige aprendizagem e que, por isso, dependem da cultura em que o indivíduo
está inserido. O tipo de emoções que se manifesta em cada situação, a forma como são demonstradas, e o
conjunto de regras de cada cultura específica é própria em cada cultura e para cada uma delas, há uma
linguagem da emoção específica que é reconhecida por todos aqueles que nela estão inseridos.
Segundo Casanova et alli, para os partidários da abordagem culturalista, a emoção é um papel social
que aprendemos num certo tipo de sociedade, o que supõe que outras pessoas criadas em outros lugares
sentirão e expressarão emoções diferentes (2009).
Dada a importância das emoções, mesmo as desagradáveis, o importante não é anulá-las mas poder
regulá-las de forma a sermos nós a controlá-las a ela e não elas a controlarem-nos a nós.
A regulação das emoções tem dois componentes: por um lado é importante regular a experiência
emocional, por outro regular a expressão emocional. E é importante, de facto, distingui-los: experienciar uma
emoção não implica necessariamente agi-la, e mesmo expressá-la não tem de ser feito de uma forma dura e
inapropriada.
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Nem sempre precisamos de expressar as emoções e mesmo quando o fazemos é essencial ter em
conta a forma como as expressamos para não gerar situações e problemas maiores.
Sistemas de representação
As modalidades sensoriais ou sistemas de representação são os diferentes canais através dos quais
representamos a informação, usando para isso os nossos sentidos: visual, auditivo, cinestésico, olfativo e
gustativo. São também o nosso estilo favorito de como nos exprimimos no mundo: tipo de linguagem,
tonalidade e expressão corporal.
O sistema de representação preferido de alguém é o sistema que um indivíduo tipicamente usa para
pensar, organizar a sua experiência e exprimir-se.
A neurolinguística explica que os sistemas de representação são responsáveis pela codificação do que
ocorre no mundo externo por meio dos canais visual, auditivo e cinestésico (tátil, olfativo e gustativo). Assim,
nossa comunicação interna e externa é feita com base em nossos sentidos.
Cada pessoa escolhe um sistema de representação preferido para processar as informações sobre o
que está a acontecer em torno dela. Este sistema age como sensor da realidade único para cada indivíduo e
se fortalece justamente pela maneira como enxergamos o mundo e entendemos e vivenciamos as coisas.
Perceber qual é o sistema de representação preferido de quem está a ser avaliado é essencial porque
ele faz toda a diferença na maneira que ele vai escolher para comunicar. Por exemplo, uma pessoa visual dará
muita importância a uma explicação escrita ou repleta de gráficos e desenhos. Um auditivo dará importância
a uma explicação oral bem-feita, gostará de ouvir uma boa história. Um cinestésico levará em conta o clima
do ambiente, o uso de sentimento de palavras ou frases, o tom de voz e até mesmo a velocidade da respiração.
• Cinestésico: é aquele que sente. O cinestésico gosta de abraçar, dançar e sentir. São pessoas que
identificam/percebem as coisas por meio do contato, do corpo e da experimentação. Além disso, são
muito intuitivas e valorizam bastante o local onde estão inseridas.
• Auditivo: é aquele que ouve. Uma pessoa auditiva gosta de ouvir as outras pessoas, apresenta um
amplo vocabulário, se expressam com objetividade e gesticulam muito. Essas pessoas aprendem a
partir da escuta e gostam de desfrutar do silêncio.
• Visual: é aquele que vê. Uma pessoa visual usa a visão como maneira de conseguir informações,
identificando as coisas por meio de imagens. Essas pessoas têm memória fotográfica e geralmente
demoram a repetir instruções orais/faladas. Em geral, preferem ler sozinhos a perguntar ou depender
de outra pessoa.
• Falar a língua do outro: Quando comunicamos com outra pessoa a partir de sistema de representação
preferido dela, falamos a mesma língua e acentua a identificação entre o Coach e o Coachee. Assim,
a comunicação torna-se mais assertiva. Saber comunicar é essencial tanto no âmbito pessoal como no
profissional.
• Maior domínio do próprio comportamento;
• Maior capacidade de influência;
• Clareza na identificação de metas e objetivos;
• Maior desenvoltura no relacionamento interpessoal;
• Facilidade em resolver conflitos;
• Clareza e assertividade nas tomadas de decisão;
• Construção de padrão hábitos de sucesso.
O Coaching usa os sistemas de representação porque acredita que a perceção das pessoas começa a partir
dos membros que aportam os nossos sentidos: olhos, nariz, ouvidos, boca e pele. Esses elementos estão em
constante contato com o mundo exterior, e são usados para filtrar as vivências e experiências e para organizar
os pensamentos.
A forma como percecionamos o mundo influencia a nossa maneira de comunicar. A forma pela qual
assimilamos, armazenamos e codificamos a informação na nossa mente, através da visão, da audição, do tato
ou do olfato, em um ou vários sistemas sensoriais.
O Sistema de Representação Primário é o sistema preferencial, ou seja, o sistema que a pessoa usa
habitualmente para pensar de maneira consciente e organizar a sua experiência. O sistema de representação
preferencial é reconhecível através de elementos como por exemplo:
• Predicados;
• Fisiologia;
Em seguida são apresentados alguns predicados relacionados com os três sistemas de representação.
Visual
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Auditivo
Cinestésico
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Certos predicados não são precisos do ponto de vista sensorial, e é esta a razão por que uma frase não lhe
dará indicação nesse domínio. Caso de palavras como: compreender, pensar, recordar-se, saber, crer etc.
Nesse caso, perguntas simples, do tipo "Como você sabe isso?" ou "Como você faz para aprender
isso/recordar-se etc.?", permitem obter a informação. Seu interlocutor o informará do processo interno que
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utiliza. É provável que você receba respostas como: "Bem, vejo que... ou "Digo a mim mesmo que...", ou ainda
"Sinto que..."
Necessidades humanas
Em termos gerais, necessidade é algo que é indispensável, que é essencial. Relativamente às
necessidades humanas, pode-se falar de algo que é essencial para a sobrevivência.
Existem vários autores que estudaram as necessidades humanas. Para efeitos deste manual, vamos
debruçar-nos apenas sobre Abraham Maslow e a sua vertente, cuja teoria ajuda a perceber o que motiva o
comportamento e ação humana e é usada em termos gerais e também sobre a teoria do Coach Tony Robbins.
Nos anos 60, o psicólogo Maslow estudou as necessidades que motivam o ser humano. Segundo este
autor, somos motivados segundo necessidades que se manifestam em graus de importância, que estruturou
em forma de pirâmide, na qual as fisiológicas são as necessidades iniciais e as de realização pessoal são as
necessidades finais. Cada necessidade influencia na motivação e realização do individuo e fá-lo avançar na
pirâmide hierárquica das necessidades.
Como é possível verificar na pirâmide acima, são 5 os níveis de necessidades humanas descritos por
Maslow:
Nos dois primeiros níveis são consideradas necessidades primárias, ou seja, estritamente
indispensáveis, enquanto os restantes são consideradas necessidades secundárias. Assim, cada nível superior
representa algo menos importante à existência humana.
As necessidades de amor e pertença (ou sociais) estão ligadas a tudo que respeita a amizade,
oportunidades de socialização e lazer, à aceitação em novos grupos, sentimento de pertença, seja famílias,
grupos ou associações e à intimidade sexual. A ausência destes elementos deixa a pessoa mais vulnerável à
depressão, ansiedade e solidão.
Na pirâmide, para alcançar uma nova etapa, segundo Maslow, a anterior deve estar satisfeita, ao
menos parcialmente. Isto acontece porque quando uma etapa está satisfeita ela deixa de ser o elemento
motivador do comportamento do ser, fazendo com que outra necessidade tenha destaque como motivação.
Os 4 primeiros níveis destas necessidades podem ser satisfeitos por aspetos extrínsecos (externos) ao ser
humano, e não apenas por sua vontade.
É importante salientar que a necessidade de autorrealização nunca é saciada, ou seja, quanto mais se
sacia, mais a necessidade aumenta. Por outro lado, acredita-se que as necessidades fisiológicas já nascem com
o indivíduo e as outras vão-se adquirindo com o tempo.
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O indivíduo será sempre motivado pelas necessidades que se apresentarem mais importantes para
ele, sendo que variam de pessoa para pessoa.
A imagem abaixo mostra o resumo dos níveis de necessidades e de alguns parâmetros neles incluídos,
fazendo também a analogia para a satisfação destas necessidades no local de trabalho.
Durante os seus estudos, Maslow, encontrou também dois níveis extra na pirâmide naquelas pessoas
que consideravam ter atingido o 5º nível de forma satisfatória. Esses níveis foram denominados de
necessidades cognitivas:
Tony Robbins lista 6 necessidades básicas do ser humano, independente de quem seja, o que faz, onde
mora e quando nasceu:
1) Certeza e conforto: Todo ser humano precisa de algumas certezas na vida para se sentir confortável. É uma
questão de sobrevivência. Se não estamos seguros de que o teto não vai desabar, não ficaremos tranquilos.
Não permaneceremos debaixo daquele teto. Da mesma maneira, nós necessitamos de sentir alguma certeza
quanto aos nossos empregos ou empresas, ou mesmo em relação aos nossos cônjuges, fora outros exemplos,
para nos sentirmos bem, seguros e calmos.
Cada um tem uma forma para instilar essa certeza em si mesmo. Alguns encontram essa certeza na
prática religiosa. Outros buscam essa segurança ao envolverem-se apenas com pessoas menos inteligentes,
isto é, vivendo na ilusão de que são melhores ou superiores do que todos à sua volta. Há ainda aqueles que
procuram a sensação de certeza ao evitar a dor a qualquer custo. Têm medo do desconhecido, do novo, e
vivem enclausurados na sua própria rotina.
Note que, se existisse uma escala de certeza, cada um de nós viveria em pontos diferentes dessa
escala. Uns de maneira mais saudável e outros de forma mais exagerada. A pergunta que devemos fazer é se
estamos a usar essa necessidade básica para nos “empoderar” ou “desempoderar”.
O interessante é que, supondo que exista uma pessoa 100% certa de tudo e na qual não há incerteza,
essa pessoa estaria provavelmente bastante entediada. Viver sabendo de tudo o que vai acontecer e não se
surpreender com nada é, curiosamente, extremamente chato.
2) Incerteza e variedade: A verdade é que todo ser humano precisa de eventos novos na sua vida, em maior
ou menor escala, sob risco de ficar realmente entediado com a vida. Por mais que temamos às vezes,
mudanças fazem bem à nossa vida. A monotonia atrofia-nos, seja quanto ao corpo, seja quanto à mente.
O problema é quando a necessidade por incerteza põe as pessoas no caminho das drogas, do abuso
de álcool, de relações extraconjugais, supondo que com isso sairão daquele estado de apatia ou insatisfação.
Tony cita um exemplo muito interessante sobre ver filmes: há ocasiões em que vemos um mesmo
filme uma segunda ou mais vezes e isso tem tudo a ver com as 2 primeiras necessidades das pessoas. Quando
alguém está nessa situação, sabe que vale a pena assistir o filme de novo (certeza), ao mesmo tempo em que
também sabe que não se recorda de todas as cenas dele a ponto de trazer alguma incerteza e surpresa. Esta
é, verdadeiramente, uma das dualidades a que o ser humano está exposto.
Potenciais veículos usados para satisfazer essa necessidade são: enfrentar desafios, novos
relacionamentos, novos empregos, viagens, aventuras, estudar algo novo, mudanças, uso de álcool e drogas.
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3) Significado: Todas as pessoas têm uma necessidade de encontrar um significado para a vida. De descobrir
qual o sentido ou propósito para sua própria vida. Que a sua vida é importante e que tem um significado.
Todos se querem sentir importantes. Há maneiras positivas e negativas para encontrar um sentido, um
propósito, um significado para a própria vida. Tudo depende de qual o significado que você vai querer dar para
ela.
Numa perspetiva negativa, há indivíduos que farão de tudo para ter um carro chamativo, uma casa
enorme, com a ilusão de que essas coisas os farão melhores, mais invejados, mais importantes ou sei lá o quê.
Do lado positivo, há pessoas que buscam um significado para a vida desenvolvendo um conjunto de
habilidades que vai ajudar outras pessoas a ter melhor qualidade de vida.
Os veículos para satisfazer essa necessidade são muito variados. O dinheiro, o poder e a fama são
maneiras claras de buscar significado na nossa sociedade. Mas também ter o maior problema, ser o mais
humilde pode dar significado. Ter um filho é uma boa maneira de obter significância, pois os filhos, pelo menos
na infância, valorizam os pais.
4) Conexão e amor: Tony cita exemplos de grandes atores, atrizes, personalidades que sempre quiseram se
tornar únicos e aclamados pela sociedade, ou seja, buscaram um sentido para sua própria vida, mas não
conseguem se sentir amadas e conectadas a outras pessoas. Elas não acreditam que as outras pessoas possam
ter sentimentos verdadeiros e positivos sobre elas. Creem que todos querem se aproximar em função de
algum interesse sorrateiro.
Outro exemplo são aquelas pessoas que gostam de permanecer doentes pelo simples fato de que isso
atrai a atenção e a ajuda dos outros. São indivíduos carentes de amor, que se sentem sós e farão o que for
preciso para se sentir conectadas ou queridas.
Há ainda pessoas que atingem essa conexão e esse amor por meio de orações, meditação, um
relacionamento saudável em família, trabalho voluntário, adotando um gato ou cachorro, entre outros.
São vários os veículos para a satisfação dessa necessidade. Eles vão desde o uso da doença para ganhar
conexão e atenção amorosa, o que dificulta a recuperação e cura devida a esse ganho secundário, até o amor
incondicional dos pais para os filhos.
5) Crescimento: Até agora, nós falamos sobre as necessidades fundamentais do ser humano. Mas esta e a
sexta necessidade são as que farão alguém ser de fato realizado e feliz com a própria vida. Todos nós temos a
necessidade de crescer ou de evoluir. A estagnação é extremamente perigosa para o ser humano. Quando nós
sentimos que estamos parados ou que não estamos a fazer nenhum avanço, é porque a quinta necessidade
está ressoando em nossas mentes.
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Essa é a razão pela qual muitos empresários que vendem seus negócios por alguns milhões (ou mesmo
bilhões) precisam empreender novamente, comprar uma parte de uma outra empresa ou se lançar em algum
outro empreendimento. Fazem isso porque, caso contrário, perdem o brilho da vida. Deixam de evoluir.
Sentem que estão parados no tempo. Têm essa necessidade gravada em suas mentes de que precisam crescer.
A questão chave aqui é: “se não estamos a crescer, estamos a morrer”.
6) Contribuição: Tony Robbins compartilha que as pessoas farão muito mais para aquelas que elas amam do
que para si mesmas. Para umas pessoas, o objetivo é fazer para Deus. Para outras, são os filhos. Para uns
ainda, são os pais.
Independente de qual seja a sua motivação, é interessante notar que essa necessidade tem o
pressuposto de que ajudar o próximo é o que nos fará felizes e realizados.
Contribuir para o próximo pode ser feito de diversas maneiras, inclusive fazendo trabalho social. Nosso
trabalho pode ser uma forma de ajudar ao próximo. A empresa que você abriu pode ser uma forma de dar
emprego a outras pessoas ou de fazer a economia girar. O seu emprego pode, igualmente, ser uma maneira
de fazer a roda da economia girar e de criar outros empregos. O produto que você vende pode estar ajudando
as pessoas a ter uma vida melhor.
• Qual tem sido a sua contribuição para o mundo? É essa contribuição que quer deixar?
• E quanto ao seu crescimento? Você tem experimentado o crescimento que sempre desejou?
Se não, por que isso tem acontecido?
(Artur, 2018)
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Bibliografia
Diário da República, 1.ª série — N.º 195 — 7 de Outubro de 2010 Faria, M. (1995). O erro humano. Lisboa:
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Sorrentino, S. (2001) Fundamentos para o auxiliar de enfermagem. Porto Alegre: Editora Artmed
Vaz Serra, A. (2007). O stress na vida de todos os dias. Coimbra: Gráfica de Coimbra, Lda
NOTA: A maior parte dos conteúdos aqui presente foi retirado das fontes citadas, pelo que os créditos
É essencial aplicar os conteúdos leccionados nas aulas para ter os devidos resultados.
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