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Sermão De Santo António Aos Peixes homens era a exploração dos mais fracos, oportunismo,

cobiça, antropofagia social.


Estrutura Interna:
Em particular, o roncador - arrogância; o pegador -
 Exórdio (Introdução)
parasitismo; o voador - ambição; o povo - traição.
 Exposição / Confirmação (Desenvolvimento)
 Peroração (Conclusão)
Exórdio - Capítulo I
Estrutura Externa:
 Apresentação do assunto e da estrutura do sermão;
 Capítulo 1 a 6
 Panegírico a Santo António;
Conceito Predicável:
 Invocação a Virgem Maria.
 Máxima ou proposição de natureza moral,
Exposição/Confirmação
normalmente retirada da Bíblia.
Capítulo II
 Ideia a comprovar no sermão para ser aceite pela
 Elogio das virtudes, em Geral.
audiência.
Capítulo III
Objetivos:
 Elogio das virtudes, em Particular.
 Docere:
Capítulo IV
 Carácter didático e pedagógico do sermão;
 Crítica dos vícios, em geral.
 Objetivo moralizador e doutrinário.
Capítulo V
 Delectare:
 Crítica dos vícios, em particular.
 Carácter plástico, estético do sermão;
Capítulo VI
 Exercício retórico e dimensão espetacular.
 Conclusão do discurso: apelo incitamento, elevação.
 Movere:
 Carácter persuasivo do sermão;
 Exortação à mudança de comportamentos.
Crítica Social e Alegoria:
Vieira prega aos peixes com o intuito de censurar
alegoricamente o comportamento dos homens. Em geral,
Louvor das virtudes dos peixes eram bons ouvintes,
escutaram Santo António com ordem, tranquilidade e
atenção; em geral, crítica dos vícios dos homens era a
falta de devoção relativamente à palavra de Deus.
Em particular, Louvor das virtudes do peixe Tobias -
possui entranhas que saram a cegueira e coração que
afeta os demónios; crítica dos vícios dos homens era
Heresia e a ausência de conversão. A Rémora - é
pequena no corpo, mas grande na força e no poder;
crítica a fraqueza humana, a apatia/ausência de vontade.
O Torpedo - produz descargas elétricas, fazendo tremer o
braço do pescador e evitando ser pescado; crítica a
exploração do próximo, corrupção e a ambição
desmedida. O quatro-olhos - tem quatro olhos, dois que
olham para cima e dois que olham para baixo; crítica a
vaidade e a incapacidade de discernimento.
Ao censurar os vícios dos peixes, Vieira critica, por
analogia, os defeitos dos homens. Em geral, repreensão
dos vícios dos peixes e a repreensão dos vícios dos
Fernando Pessoa O poeta deseja ser inconsciente mas ter a consciência de
que o é.
Características Temáticas:
Em suma, a “dor de pensar” que o autor diz sentir, provém
de uma intelectualização das sensações, a qual é
1. O Fingimento Artístico - Representação de uma
inevitável para o poeta.
dor imaginada; Intelectualização das emoções.
3. Sonho/Realidade
O poema não traduz aquilo que o poeta sente, mas sim
Transmutação entre a realidade e o mundo onírico.
aquilo que imagina a partir do que anteriormente sentiu.
Refúgio e evasão, através do sonho
O poeta é pois um fingidor, que escreve uma emoção
Indistinção entres estados ilusórios e reais.
fingida, pensada, por isso fruto da razão e da imaginação,
4. A nostalgia da Infância - Tempo de pureza,
e não a emoção sentida pelo coração, que apenas chega
felicidade, unidade; Saudade intelectual e
ao poema transfigurada, na tal emoção trabalhada
literariamente trabalhada.
poeticamente, imaginada.
Do mundo perdido da infância, Pessoa sente nostalgia.
Na perspetiva de Fernando Pessoa, a arte poética resulta
Um profundo desencanto e angústia acompanham o
da intelectualização das sensações, o que remete para a
sentido da brevidade da vida e da sua efemeridade, isto é,
temática do fingimento poético.
o tempo é para ele um fator de desagregação na medida
Isto significa que um poema é um produto intelectual e,
em que tudo é breve, tudo é efémero. O tempo apaga
por isso, não acontece no momento da emoção, mas no
tudo.
momento da sua racionalização.
Ao mesmo tempo que gostava de ter a infância das
Assim, ao não ser um resultado direto da emoção, mas
crianças que brincam, sente a saudade de uma ternura
uma construção mental da mesma, a elaboração de um
que lhe passou ao lado.
poema define-se como um “fingimento”.
Frequentemente, para Fernando Pessoa, o passado é um
Tal significa que o ato poético apenas pode comunicar
sonho inútil, pois nada se concretizou, antes se traduziu
uma dor fingida, inventada, pois a dor real (sentida)
numa desilusão.
continua apenas com o sujeito, que, através da sua
Por isso, o contraste descrença perante a vida real e de
racionalização, a exprime através de palavras,
sonho.
construindo o poema.
Daí uma nostalgia do bem perdido, do mundo fantástico
2. A dor de Pensar - Intelectualização das emoções;
da infância, único momento possível de felicidade.
Dialética consciência / inconsciência; inveja e
Linguagem, Estilo e Estrutura:
desejo de inconsciência.
 Presença de formas lírica tradicional portuguesa:
Fernando Pessoa sente-se condenado a ser lúcido, a ter
quadras e quintilhas versos em redondilha maior e
de pensar, isto é, considera que o pensamento provoca a
menor;
dor, teoria que baseia a temática da “dor de pensar”.
 Tendência para a regularidade estrófica, métrica e
Na sequência da mesma, o poeta inveja aqueles que são
rimática;
inconscientes e que não se despertam para a atividade de
 Musicalidade: presença de rima, aliterações e
pensar.
transporte;
Assim o poeta inveja a felicidade alheia, porque esta é
 Vocabulário simples, mas pleno de símbolos;
inatingível para ele, uma vez que é baseada em princípios
 Construções sintáticas simples;
que sente nunca poder alcançar - a inconsciência, a
 Uso da pontuação expressiva;
irracionalidade -, uma vez que o pensamento é uma
 Recursos expressivos: metáfora, antítese,
atividade que se apodera de maneira persistente e
comparação, repetição, interrogação retórica.
implacável de Pessoa, provocando o sofrimento e
condicionando a sua felicidade.
Impedindo de ser feliz, devido à lucidez, procura a
realização do paradoxo de ter uma consciência
inconsciente.
Funções Sintáticas
Complementos:

Complemento Direto - Pode ser substituído pelo pronome pessoal o, a, os, as ou o, isso.

Complemento Indireto - Pode ser substituído pelo pronome pessoal lhe, lhes.
Complemento Oblíquo - Ao contrário do complemento indireto, não pode ser substituído pelo pronome pessoal lhe, lhes.
Complemento Agente da Passiva - Identifica-se fazendo a pergunta: Sujeito + verbo na passiva + por quem?

Predicados:

Predicativo do sujeito - Verbos que podem ocorrer com predicativo do sujeito: ser, estar, parecer, permanecer, ficar,
continuar, tornar-se, revelar-se.

Predicativo do complemento direto - Verbos que geralmente selecionam predicativo do complemento direto: apelidar,
cognominar; considerar, denomizar, eleger, nomear, proclemar, reputar, sagrar.
Modificador:

Modificador do grupo verbal - Pode omitir-se da frase. Exemplo: Abel foi assassinado numa sexta feira.
Modificador do nome Apositivo - Não restringe o sentido do nome; Na escrita, é delimitado por vírgulas.
Modificador do nome Restritivo - Restringe o sentido do nome; Na escrita, não é delimitado por vírgulas.

Complementos:

Complemento do nome - Nomes que selecionam complemento: Nomes derivados de verbos; Nomes de parentescos;
Nomes icónicos; Nomes que denotam relações de parte-todo; Nomes que descrevem estados psicológicos/emoções;
Nomes que denotam obras culturais; Nomes que denotam conceitos.
Complemento do Adjetivo - É selecionado por um adjetivo; É iniciado por preposição; Adjetivos que podem selecionar
complemento: aborrecido, atento, capaz, certo, consciente, contente, contrário, convencido, desejoso, estranho, fiel,
hábil, incapaz, preocupado, útil.

Deíticos
Pronomes Pessoais de 1ª e 2ª pessoas Eu, me , mim, nós, nos, tu, te, ti, vós
Pessoais Determinantes e pronomes possessivos Meu, teu, nosso, vosso, seu
Formas verbais de 1ª e 2ª pessoas Digo, dizemos, dizes, dizeis
Vocativo e formas de tratamento Meus queridos sobrinhos, ....
Advérbios adverbiais que indicam tempo Hoje, ontem, anteontem, amanhã
T
Tempos verbais Digo, disse, direi
e
Léxico Recente, antigo, na atualidade
m
p
o
r
a
i
s
Advérbios adverbiais que indicam lugar Aqui, cá, aí, acolá, lá
E
Determinantes/pronomes demonstrativos Este, esse, aquele, isto, isso, aquilo
s
Verbos que indicam proximidade do enunciador. Chegar, vir, sair, ir, partir
p
a
c
i
a
i
s

Coesão Lexical
 Repetições de Palavras ou Expressões;
 Substituições:
 Sinonímia: Substituição de palavras ou expressões por sinónimos.
Exemplo: “Galharda”/”Gloriosa”.
 Antonímia: Substituição de palavras ou expressões por antónimos.
Exemplo: “Reverência”/”Desprezo”.
 Hiperonímia / Hiponímia: Relação hierárquica de inclusão semântica entre
duas unidades lexicais, partindo do genérico para o específico. Exemplo:
Peixe/Torpedo.
 Holonímia / Meronímia: Relação semântica de inclusão onde uma parte
denota o todo sem impor as suas propriedades semânticas à outro,
considerada a parte. Exemplo: Peixe/Barbatanas.
Coesão Gramatical
 Coesão Referencial
 Anáforas: Palavras, frequentemente pronomes, mas também advérbios,
que recuperam referentes que ocorreram antes do texto.
 Catáforas: Palavras frequentemente pronomes, que antecipam referentes
que ocorrerão depois no texto.
 Coesão Frásica
 Constrói-se através de mecanismos de concordância. Marcas idênticas de
pessoa e número, de género e número.
 Coesão Interfrásica
 Constrói-se através de conectores que ligam frases ou orações. Estes conectores estabelecem relações de
natureza semântica muito variada entre as frases ou as orações.
 Coesão Temporal
 Da ordenação correlativa dos tempos verbais: fomos...vimos;
 Da utilização de expressões adverbiais ou preposicionais de valor temporal: de manhã...à tarde.
Oração Coordenada
Copulativa ( Adição ) E
Adversativa ( Oposição ) Mas
Disjuntiva ( Conclusão ) Ou
Explicativa ( Alternativa ) Pois
Conclusivas Logo
( Explicação)
Oração Subordinada Adverbiais
Temporal ( Tempo ) Enquanto
Final ( Finalidade) Para
Causal ( Causa ) Porque
Comparativa Como
( Comparação )
Consecutiva Que
( Consequência )
Concessivas Embora
( Concessão )
Condicionais ( Condição Se
)
Oração Subordinada Adjetivas Relativa
Restritivas ( Limitam o Que
nome )
Explicativas ( Explicam a
informação sobre o
nome )
Oração Subordinada Substantivas
Relativas ( o pronome Que
relativo não tem um
antecedente )
Completivas ( são Que, Se, Para
selecionadas por
nomes, verbos e
adjetivos )
Valor Aspetual

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