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PROGRAMA FRANCISCO EDUARDO MOURÃO SABOYA DE

PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA


ESCOLA DE ENGENHARIA
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Mecânica da Fadiga e da Fratura


TCE 11103

12º TRABALHO

MARCEL FREITAS DE SOUZA

NOVEMBRO DE 2016
Seja um duto de raio interno r i e raio externo r 0 (espessura e=r 0−r i) submetido a uma
pressão interna P0 e uma pressão externa P0. Para que a parede do duto seja considera fina, e
e r i devem obedecer a seguinte relação:
ri (1)
>10
e
Neste caso, para um duto sem dano, a tensão é dada por (coordenadas cilíndricas):
σ rr =0 0 0 (2)

σ=
[ 0
0
σ θθ ≈
( P 0 r i −P0 r 0)

0
e
0
σ zz=0
]
1) Suponha r i=500 mm , e=5 mm, Pi=2 MPa, Pe =0 , Eduto =90 000 MPa e σ y =400 MPa e que
possa ocorrer uma fissura transpassante de comprimento 2a na direção axial desse mesmo
tubo. O critério para que não haja propagação brutal da fissura é dado por σ θθ √ πa< K IC .

Sabendo que K IC=25 MPa √ m, determine qual seria o comprimento crítico (2a cr) a partir do
qual a ruptura seria brutal.

2) Considere ainda o duto do problema anterior. O controle de qualidade só detecta fissuras


maiores do que o comprimento crítico calculado. Para solucionar esse problema, decidiu-se
envolver o cilindro com uma luva feita de material compósito tal que Eluva =50000 MPa. Qual
deve ser a espessura dessa luva para que o valor do comprimento crítico de fissura no duto
passe a ser o dobro do caso sem luva?

DICAS:

O objetivo da luva seria reduzir a tensão tangencial já que a luva faria uma pressão externa de
contato Pe sobre o duto, reduzindo a tensão tangencial no duto. A tensão circunferencial do
duto e na luva seriam dadas pelas seguintes expressões:
Pi r i −P c r e P r (3)
σθθ = ;σ θθ = e e
duto
e luva
e luva
a) Usando o critério para propagação de fissuras, calcule a pressão de contato Pe necessária

para que σ θ θ duto


√ π 2a cr =K IC

b)Usando as relações tensão deformação tem-se que:


E cil ( ∆ r )duto E ( ∆ r )luva (4)
σ θ θ =E duto ( ε θθ )duto = ; σ θ θ =Eluva ( ε θθ )luva= luva
duto
ri luva
re
Com as relações (3) e (4) é possível determinar expressões para o deslocamento radial da luva
( ∆ r )luva e do duto ( ∆ r )duto. A espessura da luva pode ser finalmente obtida sabendo-se que os
deslocamentos radiais da luva e do duto devem ser os mesmos na superfície de contato:
( ∆ r )luva = ( ∆ r )duto.
A solução obtida é adequada? Comente.

3) Suponha que a fissura tenha um tamanho inicial 2 a0 menor do que o tamanho crítico e que
o dano é submetido a uma pressão alternada (de 0 até um valor máximo Pi). Determine qual a
espessura da luva para que a vida do duto seja duplicada (ou seja, a espessura de luva de tal
forma que o número de ciclos necessários até que a fissura atinja o tamanho crítico seja o
dobro do que ocorreria sem a luva).

DICAS:

A lei de Paris foi a primeira relação empírica proposta para da / dN e ∆ K e, até hoje, é a de
maior uso no caso de carga e descarga dada a sua simplicidade:

da (5)
=C ( ∆ K )m
dN
Ou seja,
1 (6)
dN = m
da
C (∆ K )
Portanto, o número necessário de ciclos para que uma fissura de comprimento inicial 2 a0
atinja o comprimento crítico é dado por:
2a
1 1
cr
(7)
N= ∫ da
C 2 a ( ∆ K )m
0

Se o valor de K 1 for menor do que K 1 c , não haverá propagação instável da fissura. Se a tensão
máxima no duto com reforço for uma percentagem da tensão no duto sem reforço.
Pi r i −P c r e x Pi r i (8)
σθθ = duto
e
=
100 e ( )
Tem-se que:
x P i ri (9)
∆ K =σ θ θ
100 e
duto ( )
√ 2 πa=
√ 2 πa
Supondo que a vida N é dada pela expressão (7), é fácil verificar que a vida N do duto com

m
100
reforço será, pelo menos ( ) vezes maior do que a vida N do duto sem reforço.
x
m
100
N=
x ( )N
Ou seja, para aumentar a vida N do duto de, pelo menos, um fator λ (vida N com reforço
igual a λ N ) a pressão de contato da luva deve ser tal que:
Pi r i −P c r e 1 1
Pi r i
σθθ =duto
e
=
λ () m
e

Resolução
1)
σ θθ √ πa< K IC ∴ σ θθ √ πa<25 MPa √m
Pi r i −P c r e ( 2 MPa ) ( 500 mm )
σθθ = = =200 MPa
duto
e 5 mm
25 1 25 2 1 0.03125
200 √ πa< 25∴ √ πa<
200
∴a<
π 200 π ( )
∴ a< ( 0.015625 ) ∴2 a<
π
2 a<9.95 mm
2)
a.
Pi r i −P c r e Pi r i−Pc r e
σθθ = ∴ √ π 2 acr =K IC
duto
e e
(2 MPa)(500 mm)−Pc (505 mm)
5 mm
√ π (9.95mm)=25 MPa √ m
[ ( 200 MPa )−P c ( 101 ) ] ( 0.1768 √m )=25 MPa √ m
[ ( 200 MPa )−P c ( 101 ) ]= 25 MPa √m
0.1768 m
∴ [ ( 200 MPa )−Pc (101 ) ]=141.40 MPa

−Pc (101 ) =−58.598 MPa
Pc =0.58 MPa
b.
( ∆ r )duto ( P i r i−P c r e ) ( ∆ r )duto ( Pi r i−Pc r e ) r i
( σ θθ ) duto=E ( ε θθ )duto= E ⟹ =E ⟹ ( ∆ r )duto=
ri ⏟ e duto ri E e duto
( σθθ )duto

Logo, uma vez calculada a expressão para Pc usando-se (3), a dilatação ( ∆ r )duto do duto pode
ser obtida a partir da equação acima como uma função de η , P0 ,r 0 , r i e E
Como o deslocamento da luva e do duto devem ser iguais na superfície de contato, segue que:

( Pi r i−Pc r e ) r i P c r 2e
( ∆ r )duto= =( ∆r )luva=
E e duto Eluva e luva
Ou seja, a espessura mínima da luva é a raiz da função θ:
2
( Pi r i−Pc r e ) r i Pc r e
θ ( e luva )= −
E e duto Eluva e luva

3)

1
Pi r i −P c r e 1 Pi r i ( ∆ r )duto
σθθ =duto
e
=
λ () m
e
=E ( ε θθ )duto =E
ri

1 1 1
Pi r 2i
( ∆ r )duto=
E λ () m
e
( Pi r i−Pc r e ) r i P c r 2e
( ∆ r )duto= =( ∆r )luva=
E e duto Eluva e luva

Pi r 2i Pc r 2e
{[ ]}
1
θ ( e luva )=
1 1
E λ () m
e ][ −
Eluva eluva

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