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O kata possui outras facetas além do treinamento físico. Cada forma possui, também, um
componenete psicológico, pois prepara o karateca para um combate real, e um
componente filosófico, que busca transmitir valores e pensamentos críticos, para avaliar as
situações serenamente, situações essas não limitadas a embates físicos.
Finalidade
Os katas, segundo ensinamento dos grandes mestres, são a essência do estilo de karatê.
Neles estão contidas as técnicas de grandes mestres, representando cada um deles uma
situação diferente pela qual o karateca pode enfrentar, sendo que seus significados
somente serão compreendidos, na verdade, por aquele que os pratica com maior
frequência.[1]
Um grande mestre, no passado disse que um kata só deve ser mostrado a outros quando
ele for praticado 10.000 vezes. Com uma prática dessa quantidade, pode-se realmente
alcançar o real significado de cada técnica contida no Kata, e não a simples ordenação
dos movimentos, pois o kata não deve ser dublado, mas sim vivido, e deve-se incorporar a
situação para que ele possa vir a ter um proveito real para o praticante.[2]
História
Sabe-se que o te, a arte marcial autóctone de Okinawa, já era estabelecida quando se deu
a majoração da influência chinesa, mas, não se tem como precisar como era exatamente
transmitida, devido aos escaços registros. A arte marcial chamada de Okinawa-te foi
justamente, e grosso modo, a evolução das técnicas locais insulares sob influência de
mestres de chuan fa, e o kata é a exata marca dessa evolução.[3]
A despeito de os kata terem sua origem na China, não se lhes pode retirar a originalidade
nascida em Oquinaua, pois são claras as modificações desenvolvidas pelos mestres do te.
Não se pode esquecer que o caratê surgiu como uma necessidade de defesa com as
mãos nuas contra agressores portando punhais e/ou espadas e, às vezes, usando
armadura. Por conseguinte, aqueles movimentos considerados supérfulos ou ineficientes
nesse tipo de embate, foram ou suprimidos ou adaptados: os movimentos acrobáticos
(saltos) praticamente sumiram.
Formas vetustas
Ver também: Koshiki-no-kata
refere-se àquelas formas vetustas, tidas como as primeiras formas de promover o ensino
do caratê. Deste modo, classificam-se como tais os kata reconhecidamente tradicionais,
cuja origem e/ou introdução nalguma das três linhagens promordiais tenha-se dado logo
no nascedouro destas. Nesta cércea, entram logo os kata Passai, do estilo tomari-
te; Naifanchi, do naha-te; e Kushanku, do shuri-te.[5]
Além dos três kata previamente listados, os estilos tradicionais, que foram a base dos
estilos modernos, ainda carregam as primeiras composições dos katas, que também
podem ser consideradas primordiais. Ou seja, grosso modo, os koshiki no kata são
aqueles oriunos de algumas das três primeiras ramificações do caratê.
Shuri-te
1. Naihanchi
2. Channan
3. Pinan
4. Kushanku
5. Passai
6. Jion
7. Jitte
8. Sochin
9. Gojushiho
10. Chinto
11. Seisan
Naha-te
1. Naihanchi
2. Sanchin
3. Saifa
4. Seienchin
5. Shisochin
6. Sanseru
7. Seipai
8. Kururunfa
9. Seisan
10. Suparinpei
Tomari-te
1. Naihanchi
2. Bassai
3. Gojushiho
4. Kushanku
5. Chinto
6. Rohai
7. Wanduan
8. Wankuan
9. Wanshu
Formas perdidas
Ainda que existam vários katas e muitas outras variações de um mesmo kata, o que
representa uma quantidade bastante grande de formas distintas, há relatos de que alguns
deles foram perdidos. O factores que levaram a esse desaparecimento, tal e qual a forma
que se perdeu, são diáfanos. Sabe-se da existência de katas perdidos pelas notícias que
chegaram sobre eles, como a enumeração ou citação deles nalgumas obras.
Formas modernas
Há, porém, outros katas que não podem ser vinculados a este ou aquele estilo em
exclusivo mas, antes de tudo, apenas vinculados a determinados mestres e há ainda
aqueles outros que foram criados tem tempos recentes como resultado de estudos de
alguns mestres, são os gendai no kata (現代の型 ). ?
Além das mudanças conforme o estilo/escola, cada kata possui seu próprio caráter, seu
próprio espírito e, eventualmente, uma finalidade particular. Alguns são pesados e
potentes, enquanto outros são mais graciosos e fluem em sua natureza, outros, no
entanto, contêm uma mistura de ambos.
Kihon kata
Alguns estilos praticam logo no início do aprendizado de caratê os kihon kata, que são
sequências simplificadas de movimentos, geralmente duas ou três técnicas, cujo fito é
promover uma forma mais rápida, ou natural (?), de o aluno ir-se acostumando ao
treinamento.[7]
Esta prática tem suas raízes nos ensinamentos do mestre Yasutsune Itosu, que com a
finalidade de simplificar o ensino de sua arte marcial criou os katas da série Pinan. Depois,
seus discípulos e outros mestres em suas respectivas escolas também assim procederam,
como é o caso de Seigo Tada, que chamou explicitamente suas criações dekihon kata.
Classificação
Outro critério usado para classificas os katas tem a ver com sua finalidade:[8] [9]
Annan[Expan
○ ● ● ● ●
dir]
Ananko ● ● ●
Ananku ● ● ●
Ansan[Expand
○ ● ●
ir]
Aoyagi[b] ●
Bassai[Expan
● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
dir]
Channan[c] ○
Chinte ○ ● ● ● ● ● ●
Chinto[Expan
○ ● ● ● ● ● ● ● ●
dir]
Danennsho ●
Fukyugata[Ex
● ● ● ●
pandir]
Garyu ●
Notas
[a] ^
No quadro comparativo somente estão listadas linhagens principais de cada
estilo e apenas uma variante de cada kata.
[b] ^
Os estilos Uechi-ryu, Shito-ryu e Shotokan-ryu, na linhagem Asai-ha, possuem
cada qual um kata chamado seiryu, mas as formas não guardam correspondência
uma com a outra, nem na história nem nas técnicas.
[c] ^
Kata perdido.
Referências
Bibliografia