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INQUÉRITO POLICIAL
1. DEFINIÇÃO E NATUREZA JURÍDICA
É o procedimento administrativo, presidido pela Autoridade Policial, que visa colher indícios de
autoria e prova da materialidade da infração penal, para que posse ser proposta a ação penal.
DICA ➔ Tem natureza instrumental com função preservadora (evitar acusações infundadas) e
preparatória (colher elementos de informação para a ação penal) e se desenvolve num procedimento
flexível.
2. POLÍCIA JUDICIÁRIA
Composta por polícias civil ou federais e dirigida por Autoridade Policial de carreira, é o órgão estatal
com atribuição para exercer as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais.
(CPP) Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas
respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
DICA ➔ A Polícia Militar não tem função investigatória, mas apenas função administrativa (Polícia
administrativa), de caráter ostensivo, ou seja, sua função é agir na prevenção de crimes, não na sua
apuração.
(CPP) Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem
ela ser iniciado.
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Subdivide-se em:
b) notitia criminis de cognição mediata (ou provocada): ocorre quando a autoridade policial
toma conhecimento da infração penal através de um expediente escrito. É o que acontece, por
exemplo, nas hipóteses de requisição do Ministério Público, representação do ofendido, etc.
Pode ser:
- Delatio criminis simples – Comunicação feita à autoridade policial por qualquer do povo
(art. 5º, §3º do CPP).
- Delatio criminis postulatória – É a comunicação feita pelo ofendido nos crimes de ação
penal pública condicionada ou ação penal privada, mediante a qual o ofendido já pleiteia a
instauração do IP.
- Delatio criminis inqualificada – É a chamada “denúncia anônima”, ou seja, a comunicação
do fato feita à autoridade policial por qualquer do povo, mas sem a identificação do
comunicante.
DICA ➔ Diante de uma denúncia anônima, deve a autoridade policial, antes de instaurar o inquérito
policial, verificar a procedência e veracidade das informações por ela veiculadas por meio de um
procedimento preliminar chamado de verificação de procedência das informações (VPI). Na dicção
da Suprema Corte, a instauração de procedimento criminal originada apenas em documento apócrifo
revela-se contrária à ordem jurídica constitucional, que veda expressamente o anonimato.
(CPP) Art. 5º, § 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá
recurso para o chefe de Polícia.