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BENEFÍCIO ASSISTÊNCIAL DE SALÁRIO MÍNIMO DO TRABALHADOR

AVULSO PORTUÁRIO

A Lei n. 12.815/2013, criou um novo benefício assistencial não previsto na


LOAS destinado aos trabalhadores portuários.

O artigo 73, da Lei 12.815/2013, assegurou, na forma do regulamento, um


benefício assistencial mensal, de até 1 (um) salário mínimo, aos
trabalhadores portuários avulsos, com mais de 60 (sessenta) anos, que
não cumprirem os requisitos para a aquisição das modalidades de
aposentadoria previstas nos arts. 42 (invalidez), 48 (idade), 52 (tempo de
contribuição) e 57 (especial) da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, e que
não possuam meios para prover a sua subsistência, não podendo ser
acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade
social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e da pensão
especial de natureza indenizatória.

Requisitos:

I. Idade de 60 anos ou mais;


II. Renda média mensal individual inferior ao valor de um salário
mínimo mensal, calculada com base na média aritmética simples
dos últimos 12 meses anteriores ao requerimento, incluindo-se no
cômputo a renda proveniente de décimo terceiro salário, se houver;
III. Domicílio no Brasil;
IV. Quinze anos, no mínimo, de cadastro ou registro ativo como
trabalhador portuário avulso ou registro ativo junto ao OGMO -
Órgão Gestor de Mão de Obra do Trabalho Portuário Avulso.
V. Comparecimento, no mínimo, a 80% das chamadas realizadas pelo
respectivo órgão de gestão de mão de obra; e
VI. Comparecimento, no mínimo, a 80% dos turnos de trabalho para os
quais tenha sido escalado no período.
VII. Não receber outro benefício do Regime Geral de Previdência Social
A ausência de meios para prover a subsistência é caracterizada pela renda
média auferida pelo trabalhador portuário, avulso nos últimos doze meses
anteriores ao requerimento, no valor inferior a um salário mínimo mensal.

Média do salário de contribuição inferior a um salário mínimo, inclusive o


décimo terceiro salário, se houver, faz jus ao benefício assistencial ao
trabalhador portuário avulso.

A comprovação dos itens IV, V e VI (registro e comparecimentos) realizada


por meio de certidão emitida pelo Órgão Gestor de Mão de Obra.

Não tem décimo terceiro.

Cessação

I- morte do beneficiário;

II – morte presumida ou de ausência do beneficiário, declarada em juízo;

III – concessão de qualquer benefício do RGPS ou de outro regime de


previdência; e

IV – quando identificada irregularidade na concessão ou manutenção do


benefício.

AUXÍLIO-INCLUSÃO AOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA

A Lei n. 13.146, de 6.7.2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência,


assegura no art. 94 o pagamento de auxílio-inclusão a pessoa com
deficiência moderada ou grave.

Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a pessoa com
deficiência moderada ou grave que:

I - receba o benefício de prestação continuada previsto no art. 20 da


Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , e que passe a exercer atividade
remunerada que a enquadre como segurado obrigatório do RGPS;
II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de
prestação continuada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de
dezembro de 1993 , e que exerça atividade remunerada que a enquadre
como segurado obrigatório do RGPS.

Trata-se de uma ação afirmativa voltada para a promoção “da


autonomia da pessoa com deficiência, sua inclusão na vida comunitária e
a compensação de seus encargos adicionais decorrentes exercício laboral”

Requisitos:

I – receber o benefício de prestação continuada previsto no art. 20 da Lei


n. 8.742, de 1993, e que passe a exercer atividade remunerada que a
enquadre como segurado obrigatório do RGPS;

II – tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de prestação


continuada previsto no art. 20 da Lei n. 8.742, de 1993, e que exerça
atividade remunerada que a enquadre como segurado obrigatório do
RGPS.

A concessão dessa prestação, que consiste em uma renda auxiliar para o


trabalhador portador de deficiência, depende de regulamentação

PL 2.130/2015 e PL 4.410/2016 e PL 11.098/2018 e PL 6.159/2019 e

Em princípio, o auxílio-inclusão passará a ser pago no momento em que a


pessoa com deficiência for admitida como segurado empregado ou venha
exercer atividade por conta própria como, por exemplo, na condição de
Microempreendedor Individual.

O valor poderá ser inferior ao salário mínimo, pois tal renda não é prevista
constitucionalmente e por não constituir verba substitutiva do rendimento
do trabalho.
SEGURO DESEMPREGO

Seguro-Desemprego (inclusive seguro-defeso do pescador artesanal)

Artigo 7º., inciso II, da Constituição Federal de 1988,

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros


que visem à melhoria de sua condição social:

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

Seguro desemprego é direito social do trabalhador

Também está previsto no artigo 201da CF

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime


Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação
obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente


para o trabalho e idade avançada; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação


dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego


involuntário; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos


segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou


companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)\
A CF estabelece a proteção ao trabalhador em situação de desemprego
involuntário como risco social a ser coberto pelo Regime Geral de
Previdência Social.

Ocorre que o legislador ordinário trilhou outro caminho e excluiu


expressamente a cobertura do desemprego involuntário do RGPS, a teor
do artigo 9°, §1°, da Lei 8.213/91

Art. 9º A Previdência Social compreende:

I - o Regime Geral de Previdência Social;

II - o Regime Facultativo Complementar de Previdência Social.

§ 1º O Regime Geral de Previdência Social–RGPS garante a cobertura


de todas as situações expressas no art. 1º desta Lei, exceto a de
desemprego involuntário, objeto de lei específica.

§ 1o O Regime Geral de Previdência Social - RGPS garante a


cobertura de todas as situações expressas no art. 1o desta Lei, exceto as
de desemprego involuntário, objeto de lei específica, e de aposentadoria
por tempo de contribuição para o trabalhador de que trata o § 2o do art. 21
da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 123, de 2006)

O seguro-desemprego é benefício previdenciário ou não?

Há divergência na doutrina

Fernando Amaro e Ítalo Romano diz que não.

Hugo Goes, Ivan Kertzman, Fábio Zambitte Ibrahime, e a maioria da


jurisprudência diz que sim.

Para Fernando Amaro - o seguro-desemprego é benefício assistencial


Deveria ser, mas não é benefício previdenciário, pois não previsto no
Plano de Benefícios da Previdência Social, sendo pago pelo Ministério do
Trabalho, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador — FAT.
Entende-se que o seguro-desemprego deve ser enquadrado como
benefício assistencial, tendo em conta inexistir contribuição direta dos seus
beneficiários. Ademais, não poderá ser enquadrado como benefício
previdenciário por não ter previsão na Lei 8.213/91, bem como não ser
custeado pelas contribuições previdenciárias, e o caráter contributivo que é
a marca da previdência social no Brasil.

Ítalo diz: Note que a proteção ao trabalhador em situação de desemprego


involuntário está prevista no inciso III do art. 5o do Decreto no 3.048/1999.
Entretanto, este benefício não é coberto pelo Regime Geral de Previdência
Social não sendo, portanto, benefício previdenciário. O seguro-
desemprego é financiado pelos recursos provenientes do Fundo de
Amparo ao Trabalhador – FAT, administrado pelo Ministério do Trabalho. A
administração do Regime Geral de Previdência Social é atribuída ao
Ministério da Previdência Social, sendo exercida pelos órgãos e entidades
a ele vinculados, e que não inclui o seguro-desemprego.

Quem defende que é benefício previdenciário diz que é assim porque está
previsto na Constituição, o desemprego involuntário é risco social e que
por questões políticas e administrativas ele passou a ser administrado pelo
Ministério do Trabalho e Emprego.

Algumas proposições de concursos públicos citam trecho do texto


constitucional do qual consta previsão do atendimento à situação do
desemprego involuntário pela previdência social. Estas questões
obviamente devem ser consideradas corretas. Se contudo, a proposição
afirmar que o seguro desemprego é um benefício efetivamente oferecido
pela Previdência Social, deve ser considerada errada.

A Lei 7.998/90 aprovou o Programa do Seguro-Desemprego, alterada pela


Medida Provisória 2.164-41/01 e pelas Leis 8.900/94, 10.608/02, 10.779/03
e 13.134/2015.

Assim, são beneficiários do seguro-desemprego:


• Trabalhador despedido sem justa causa ou indiretamente (é a que ocorre
quando o empregado solicita judicialmente a dispensa do trabalho,
alegando que o empregador não está cumprindo as disposições do
contrato);

• Trabalhador que estiver com o contrato de trabalho suspenso em virtude


de participação em curso ou programa de qualificação profissional
oferecido pelo empregador, em conformidade com o disposto em
convenção ou acordo coletivo celebrado para este fim (seguro-
desemprego como bolsa de qualificação);

• Pescador profissional que exerça sua atividade de forma artesanal,


individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o
auxílio eventual de parceiros, que teve suas atividades paralisadas no
período de defeso (seguro-defeso);

• O empregado doméstico dispensado sem justa causa, inscrito no Fundo


de Garantia do Tempo de Serviço — FGTS;

• Trabalhador comprovadamente resgatado de regime de trabalho forçado


ou da condição análoga à de escravo

SEGURO DEFESO

Quando pescador fica impedido de pescar em razão da necessidade de


preservação das espécies

O pescador profissional que exerça sua atividade exclusiva e


ininterruptamente, de forma artesanal, individualmente ou em regime de
economia familiar, fará jus ao benefício de seguro-desemprego, no valor
de um salário-mínimo mensal, durante o período de defeso de atividade
pesqueira para a preservação da espécie, não podendo exceder a 05
meses.

Considera-se ininterrupta a atividade exercida durante o período


compreendido entre o defeso anterior e o em curso, ou nos doze meses
imediatamente anteriores ao do defeso em curso, o que for menor.
O pescador profissional artesanal não fará jus a mais de um benefício de
seguro-desemprego no mesmo ano decorrente de defesos relativos a
espécies distintas, sendo o benefício do seguro-desemprego pessoal e
intransferível.

O período de defeso de atividade pesqueira é o fixado pelo Instituto


Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -
IBAMA, em relação à espécie marinha, fluvial ou lacustre a cuja captura o
pescador se dedique.

A competência administrativa para processar e deferir o seguro-defeso


passou a ser do INSS

Requisitos

I-Exercer a atividade da pesca artesanal de forma ininterrupta


individualmente ou em regime de economia familiar

II — registro como pescador profissional, categoria artesanal, devidamente


atualizado no Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP), emitido pelo
Ministério da Pesca e, Aquicultura com antecedência mínima de 1 (um)
ano, contado da data de requerimento do benefício;

III — cópia do documento fiscal de venda do pescado a empresa


adquirente, consumidora ou consignatária da produção, em que conste,
além do registro da operação realizada, o valor da respectiva contribuição
previdenciária de que trata o § 7º do art. 30 da Lei n° 8.212/1991, ou
comprovante de recolhimento da contribuição previdenciária; caso tenha
comercializado sua produção a pessoa física;

IV- Comprovante de residência em municípios abrangidos pela portaria


que declarou o defeso.

V- Não ter vínculo de emprego ou outra relação de trabalho ou fonte de


renda diversa da decorrente da atividade pesqueira
INACUMULÁVEL com o LOAS/benefício de prestação continuada ou
benefício da Previdência Social, exceto pensão por morte, auxílio-
reclusão, auxílio-acidente, ou abono de permanência em serviço

Prazo: pagamento será feito do primeiro dia até o último dia do defeso

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