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Energia Solar Térmica

1. Vantagem e desvantagem da energia solar térmica.


2. Radiação solar.
3. Aplicações da energia solar térmica.
4. Componentes de um sistema solar térmico.
5. Tanques de armazenamento de calor.
6. Circuito solar.
7. Instalação, comissionamento, manutenção e reparação
Energia solar
A maior fonte de energia disponível na Terra provém do sol. A energia
solar é indispensável para a existência de vida na Terra, sendo o ponto
de partida para a realização de processos químicos e biológicos. Por
outro lado, a energia proveniente do Sol é das mais “amiga do
ambiente”, podendo ser utilizada de diversas maneiras.
No centro do Sol ocorre um processo de fusão nuclear, no qual dois
núcleos de hidrogénio se fundem com um de hélio, radiando para o
espaço uma grande quantidade de energia. A energia proveniente
desta fusão é radiada para o espaço em forma de ondas
electromagnéticas. Tendo em conta que o Sol se encontra a 143
milhões de quilómetros da Terra apenas uma pequena fracção da
energia irradiada está disponível. No entanto a energia fornecida pelo
Sol durante um quarto de hora é superior à energia utilizada, a nível
mundial, durante um ano.
1. Principais vantagens e
desvantagens da energia solar
térmica
Vantagens da energia solar térmica
• Longa duração dos equipamentos
• Ajuda a diminuir a poluição do ar nos ambientes
envolventes
• Energia renovável e inesgotável
• Tecnologia eficiente e madura para meios
domésticos
• Benefícios fiscais e apoios do governo em
muitos paises
• Exige pouca manutenção e é gratuita
Desvantagens da energia solar térmica
• Custo inicial da instalação dos equipamentos
• Grande dependência climática (não existe sol
durante o ano inteiro)
• Forma de armazenamento pouco eficiente para
meios industriais
• Tempo de retorno do investimento inicial ainda é
longo
2. Radiação Solar
Radiação Solar - definição
• Radiação que
provém do sol de
natureza
electromagnética
emitida pelo
hidrogénio
altamente
aquecido existente
no Sol
Espectro solar
• A parte da radiação solar captada
pelo olho humano. Janela óptica. A
restante radiação é invisível quer a
radiação infravermelha (de grande
comprimento de onda) quer a
ultravioleta (pequeno comprimento
de onda).
Espectro Solar

Raios gama; raios x; radiação ultravioleta


(pequeno comprimento de onda)
Visível
Radiações infravermelhas, microondas e ondas
rádio (grande comp. onda)
A Terra e a sua atmosfera recebem e irradiam energia de volta para o espaço.
O albedo varia de 0 a 1
Albedo: s.m. - Astr.- É a medida da quantidade de radiação
solar reflectida por um corpo ou uma superfície. É
calculado como sendo a razão entre a quantidade de
radiação reflectida versus a quantidade de radiação
recebida
0 – absorção total
1 – reflexão total
Albedo
variação em função das superfícies
Efeito de Estufa
A radiação solar varia em função do

movimento anual aparente do sol

• Mov. Anual Aparente do Sol consequência do Movimento


de Translação da Terra
A radiação solar varia com:
• A inclinação dos raios solares
• A espessura da atmosfera atravessada pelos raios
solares
• O ângulo de incidência

Quanto maior é o ângulo de incidência, menor é a


espessura da atmosfera atravessada pelos raios
solares, maior é a superfície iluminada e menor é a
radiação recebida.
3. Aplicações da energia
solar termica
Energia térmica solar de baixa
temperatura
A energia térmica solar de baixa temperatura
utiliza energia solar para obter temperaturas de
65º – 90ºC. Aplicações: aquecimento de água
sanitária, aquecimento, aquecimento da piscina,
refrigeração por absorção, etc...
Energia térmica solar de media
temperatura
Energia solar de media temperatura é usada em
aplicações que exigem temperaturas entre
100ºC e 250ºC, como por exemplo fogões
solares.
Energia térmica solar de alta
temperatura
Energia solar de alta temperatura acima de
500ºC, como por exemplo fornos solares,
centrais térmicas solares, etc.
Ar condicionado por máquinas de absorção
Um dos campos de desenvolvimento máximo
de instalações térmicas solares de baixa
temperatura que serão vistas em um curto
período de tempo serão coletores de vácuo ou
aviões de alto desempenho que produzem água
quente sanitária, aquecimento no inverno e, por
máquinas absorção, produzir frio no verão.
Fundamentais tecnologias de
aproveitamento solar termico
1. Aquecimento de agua (agua saniataria).
2. Aquecimento de agua de piscinas.
3. Destilação de agua.
4. Estufas solares.
5. Secagem de produtos.
6. Chamines solares.
7. Cozinhas solares.
8. Refrigeração solar.
Colectores Solares
Energia
Térmica

. Aquecimento
de água
Desalinização
solar
Secador
Solar de
Cacau
Refrigeração
solar por
absorção
Tipos de sistemas de
aquecimento sanitario de agua
Energia solar térmica
Sistema de termossifão
Sistema forzado
Componentes de um Sistema
de aquecimento solar
sanitário
• Colectores solares;
• Circuitos primários e secundários;
• Trocador de calor;
• Acumulador;
• Bombas;
• Vaso de expansão;
• Pipes;
• Painel de controlo principal.
Tipos de coletores solares
Os três principais tipos de coletores solares são:
Coletores solares térmicos de placa plana;
Coletores de tubo de vácuo solar termopar;
Coletores solares térmicos parabólicos;
Vidro transparente

Serpentina

Chapa absorvente

Isolamento Térmico (Poliuretano)

Caixa Perfilada de Alumínio


Partes de um
colector solar
para aquecer
agua
Colector solar
O coletor solar é um tipo de painel solar projetado para o captar a
energia solar térmica. Os coletores solares são os elementos que
captam a radiação solar e convertê-la em energia térmica para
aquecer. Como colectores solares são conhecidos a placa plana,
os colectores de tubo de vácuo e absorventes sem protecção
ou isolamento. Os sistemas de colecta plana (ou plana) com
cobertura de vidro são os mais comuns na produção de água
quente sanitária. O vidro deixa os raios do Sol passarem, eles
aquecem tubos metálicos que transmitem calor para o líquido
interno. Os tubos são de cor escura, pois as superfícies escuras
absorvem maior quantidade de calor. O vidro que cobre o coletor
não apenas protege a instalação, mas também permite conservar
o calor que produz um efeito estufa que melhora o desempenho
do coletor.
Painel solar de tubo de vácuo
Neste sistema, os tubos metálicos do sistema anterior são substituídos por
tubos de vidro, inseridos um por um em outro tubo de vidro entre os quais
o vácuo é feito como isolamento. As grandes vantagens desses tipos de
coletores são o alto desempenho (196% mais eficiente que as chapas
planas) e que, no caso de um dos tubos quebrar, você não precisa trocar o
painel inteiro por um novo, mas sim você só precisa trocar o tubo afetado.
Eles também são mais baratos de fabricar, uma vez que os novos tubos são
100% de vidro borossilicato e não usam tubos de cobre, o que reduz os
custos acima mencionados.
Esse sistema aproveita a mudança de fase de vapor para líquido dentro de
cada tubo, para fornecer energia a um segundo circuito de líquido de
transporte.
Os elementos são tubos fechados, geralmente feitos de cobre, que
contêm o líquido que, quando aquecido pelo sol, ferve e se transforma
em vapor que sobe para o topo, onde há uma cabeça mais larga do que
na parte superior (zona de condensação) . O exterior está em contato
com o líquido de transporte, que, sendo mais frio que o vapor no tubo,
captura o calor e faz com que o vapor condense e caia no fundo do tubo
para reiniciar o ciclo.
O líquido no tubo pode ser água, na qual a pressão foi reduzida a vácuo
parcial, terá um baixo ponto de ebulição, o que permite trabalhar
mesmo com a insolação dos raios infravermelhos na presença de
nuvens. O tubo de calor (ou tubo de cobre) pode ser enrolado com uma
jaqueta de materiais especiais para minimizar as perdas por irradiação.
O tubo de calor é fechado dentro de outro tubo de vidro entre o qual o
vácuo é feito como isolamento.
Os coletores solares são compostos dos seguintes elementos:
•Capa: é transparente, pode estar presente ou não. Geralmente é
feito de vidro, embora eles também são usados em plástico, pois
é menos caro e gerenciável, mas deve ser um plástico especial.
Sua função é minimizar as perdas por convecção e radiação e,
portanto, deve ter uma transmissão solar o mais alta possível.
•Canal de ar: É um espaço (vazio ou não) que separa a cobertura
da placa absorvente. Sua espessura será calculada levando-se
em conta a finalidade de equilibrar as perdas por convecção e as
altas temperaturas que podem ocorrer se forem muito estreitas.
•Placa absorvente: A placa absorvente é o elemento que absorve
a energia solar e a transmite para o líquido que circula nos tubos.
A principal característica da placa é que ela deve ter uma grande
absorção solar e uma redução de emissão térmica. Como os
materiais comuns não atendem a esse requisito, os materiais
combinados são usados para obter a melhor taxa de absorção /
emissão.
Tubos ou electrodos: os tubos estão tocando (às vezes
soldados) a placa absorvedora de forma que a troca de energia
seja a maior possível. Pelos tubos circulam o líquido que vai
aquecer e vai para o tanque de acumulação.
Camada isolante: O objetivo da camada isolante é cobrir o
sistema para evitar e minimizar as perdas. Por que o isolamento é
o melhor possível, o material isolante deve ter uma baixa
condutividade térmica.
Em coletores solares de placa plana, o núcleo do sistema é um
portão vertical de tubos de metal, para simplificar, que conduzem
a água fria em paralelo, conectado por um tubo horizontal até a
entrada de água fria e acima por outro semelhante ao retorno.
No sistema de coletores solares térmicos de tubos a vácuo, os
tubos metálicos do sistema anterior são substituídos por tubos de
vidro, encapsulados, um a um, em outro tubo de vidro, entre os
quais o vácuo é feito isolante.
Em coletores solares parabólicos, os coletores têm uma forma
parabólica para concentrar toda a radiação solar recebida em uma
superfície em um ponto através do qual o fluido térmico passa.
Esses sistemas são geralmente usados para gerar vapor e com o
vapor para acionar turbinas com as quais obter eletricidade. É
uma forma de obter energia elétrica através da energia solar se
você usar painéis fotovoltaicos.
circuito primário
O circuito primário de uma instalação solar térmica, é um circuito
fechado, transporta o calor do coletor para o acumulador (sistema
que armazena o calor). O líquido aquecido (água ou uma mistura
de substâncias que podem transportar o calor) transporta o calor
para o acumulador. Uma vez resfriado, retorna ao coletor para
reaquecer e assim por diante.
Permutador de calor
O trocador de calor aquece a água potável através do calor
captado pela radiação solar. Está localizado no circuito primário,
no seu final. Tem uma forma serpentina, pois assim é possível
aumentar a superfície de contato e, portanto, a eficiência.
A água que entra no acumulador, desde que esteja mais fria que a
bobina, aquecerá. Esta água, aquecida durante as horas de sol,
estará disponível para consumo posterior.
O acumulador é um tanque onde a água aquecida útil para
consumo se acumula. Tem uma entrada para água fria e uma
saída para água quente. O frio entra embaixo do acumulador onde
está com o trocador, enquanto aquece se move para cima, que é
onde a água quente virá para consumo. Internamente, possui um
sistema para evitar o efeito corrosivo da água quente armazenada
nos materiais. No exterior, possui uma camada de material
isolante que evita a perda de calor e é coberta por um material
que protege o isolamento contra possíveis choques e humidade.
O circuito secundário ou de consumo (circuito aberto) entra no
fornecimento de água fria e na outra extremidade a água aquecida
é consumida (chuveiro, pia, ...). A água fria passa primeiro pelo
acumulador, onde aquece a água quente até atingir determinada
temperatura. Os canos de água quente do lado de fora devem ser
cobertos por isoladores.
Bombas hidráulicas
As bombas hidráulicas, se a instalação for de circulação forçada, são do tipo
recirculação (geralmente há dois por circuito), trabalhando uma metade do dia, e o
casal, metade do tempo restante. A instalação consiste nos relógios que percorrem o
sistema, trocam as bombas, de modo que uma trabalha as primeiras 12 horas e a outra
as 12 horas restantes. Se houver duas bombas em operação, há a vantagem de, no
caso de uma delas parar de funcionar, existir um substituto, para que o processo não
possa ser interrompido quando uma delas falhar. O outro motivo a considerar, é que
graças a essa troca a bomba não sofre tanto, mas é deixada para descansar, esfriar, e
quando volta a estar em boas condições (após 12 horas) ela é colocada de volta nos
trilhos. Isso faz com que as bombas possam prolongar o tempo de operação sem ter
que fazer nenhum tipo de manutenção anterior.
No total e como definido acima, geralmente há 4 bombas, duas em cada circuito. Dois
no circuito primário que bombeiam a água dos coletores e os outros dois no circuito
secundário que bombeiam a água dos acumuladores, no caso de uma instalação do tipo
de circulação forçada.
Nada a ver com as bombas hidráulicas usadas em um sistema híbrido de energia solar
e energia hidráulica.
Vaso de expansão
O vaso de expansão absorve variações de volume do fluido de
transferência de calor, que circula pelos dutos coletores, mantendo a
pressão adequada e evitando perdas da massa do fluido. É um recipiente
com uma câmara de gás separada da de líquidos e com uma pressão
inicial que depende da altura da instalação.
O que é mais usado é com vaso de expansão fechado com membrana,
sem transferência de massa na parte externa do circuito.
Tubos
Os tubos da instalação são cobertos com um isolamento térmico para
minimizar a perda termodinâmica com o ambiente.
Painel de controlo
Há também um painel de controlo principal na instalação solar térmica,
onde as temperaturas são mostradas a cada momento (um regulador
térmico), para que a operação do sistema possa ser controlada a qualquer
momento. Os relógios responsáveis pela troca de bombas também
aparecem.
Orientação:
Em geral, é conveniente posicionar os sensores
orientados para o equador da Terra, ou seja, para o
sul em qualquer país do hemisfério norte (como a
Espanha) e para o norte nos países localizados no
hemisfério sul, como Angola. Por outro lado, do
ponto de vista da radiação perdida, é possível
desviar os coletores α = 20º para o leste ou oeste, se
os fatores determinantes (possíveis sombras, linha
arquitetônica do edifício, orientação do terreno ...) o
justificarem.
Inclinação:
Como previamente previsto, a altura solar máxima atingida diariamente pelo
"Astro rey" é modificado de acordo com as estações do ano, tendo o máximo
no dia do solstício de verão (dia mais longo do sol do ano) e mínimo que o do
solstício de inverno inverno (dia de menor duração da luz solar do ano).
Parece consistente pensar que o ideal seria o sensor seguir essa variação (no
caso de rastreadores solares), mas Isso nem sempre é possível devido a uma
infinidade de fatores (custos, encargos técnicos, etc...) que impõe a busca por
outra solução. Uma opção seria dividir o período anual de irradiação em dois
tipos diferentes de inclinação: uma para os próximos meses para o verão; e
uma para os meses focados no inverno. Embora eles já existam no mercado
perfis de ancoragem que permitem esta operação, seu custo extra é
aumentado com o qual apenas sua implementação faz sentido se for obtido
um aumento real de desempenho. E, portanto, é Mais inteligente para
corrigir uma inclinação da solução de compromisso entre todos os fatores.
A condição anterior se traduz nos seguintes critérios matemáticos:
Para instalações de produção AQS, é melhor otimizar a instalação para capturar o
radiação máxima ao longo do ano, considerando a latitude da
local:
β = latitude
AQS _ Agua quente sanitaria

Para instalações com consumo ou produção de energia, principalmente em apoio a


aquecimento (o Sol é "mais baixo" no horizonte, no inverno) pode ser usado
como inclinação β a latitude do local aumentou 10º:
β = latitude + 10º

E, finalmente, para instalações usadas apenas para aquecer piscinas (o Sol


é "mais alto" no horizonte, no verão), é recomendável usar um ângulo
igual à latitude do local diminuída em 10º:
β = latitude - 10º
Localização dos painéis solares

Angulo de inclinação
Sul Norte

Angulo de Azimude
Do ponto de vista do cálculo das perdas máximas permitidas devido à
orientação e inclinação dos coletores, é altamente recomendável seguir
os critérios estabelecidos nas Especificações Técnicas para instalações
solares térmicas.
Tais perdas serão calculadas com base nos parâmetros já explicados:
ângulo de inclinação e orientação (azimute). De fato, este algoritmo
simples permite avaliar se as perdas devido à orientação e inclinação do
gerador solar térmico estão dentro dos limites permitidos para uma
instalação solar com um certo desvio do Norte (azimute) e com uma
inclinação em relação à horizontal de um determinado ângulo. .
Tais perdas máximas admissíveis são:
*Para o caso geral, as perdas máximas permitidas são de 10%.
*Para sobreposição, as perdas máximas permitidas são 20%.
*Para integração arquitetônica, as perdas máximas permitidas são de
40%.
Pressão do vento em função da sua velocidade para cálculos
mecânicos
v (m/s) v(km/h) P (N/m2) f (kp/m2)
5 18,00 15 1,53
6 21,60 22 2,24
7 25,20 30 3,06
8 28,80 39 3,97
9 32,40 50 5,10
10 36,00 61 6,22
11 39,60 74 7,54
12 43,20 88 8,97
13 46,80 103 10,50
14 50,40 120 12,23
15 54,00 138 14,06
Sombras próprias:
São aquelas causadas por colectores naqueles instalados logo atrás
deles, no tipo de montagem na superfície horizontal. Eles são os mais
fáceis de prever e, portanto, tentam evitar. A separação entre fileiras de
colecionadores ou entre elementos arquitetônicos, um dever que, ao
meio-dia solar (12 horas) no solstício de inverno, nenhuma sombra é
projetada uma pela outra ou devido a elementos arquitetônicos
localizados em frente ao prédio. colecionadores.
A “tradução” matemática da condição anterior estabelece que a
distância d entre a perpendicular traçada de um coletor até o pé coletor
localizado imediatamente atrás, que deve ser deixada para evitar a
projeção de sombras próprias, deve ser:
𝒉
d = 𝒕𝒈 (𝟔𝟕º −𝒍𝒂𝒕𝒊𝒕𝒖𝒅𝒆)
Orientação dos
colectores para
evitar a sobra
de uns sobre os
outros

Nivel do solo
h: altura da perpendicular traçada do coletor para o chão. Se a altura a
do coletor e o ângulo de inclinação β em relação à horizontal são
conhecidos, a projeção vertical h pode ser obtida por simples
considerações trigonométricas da seguinte forma: h = a⋅senβ
latitude: latitude do local em que a instalação está localizada.
EXEMPLO: calcule a distância a ser deixada entre as fileiras de sensores
térmicos de 1,6 m de altura, instalados em uma superfície horizontal
com um ângulo de 10º e localizado em Luanda.
A projeção vertical h da altura do coletor é obtida com a fórmula
mencionada: h = 1,6⋅ senβ =1.6⋅sen10º = 0,28
Lembrando também que a latitude da capital de Angola é de 8.83º e
substituindo na expressão da distância d que temos:
𝒉 𝟎.𝟐𝟖
d = 𝒕𝒈 (𝟔𝟕º − 𝒍𝒂𝒕𝒊𝒕𝒖𝒅𝒆) = 𝒕𝒈 (𝟔𝟕º −𝟖.𝟖𝟑 ) = 𝟎, 𝟏𝟕𝒎
Dimensionamento de aquecimento solar
O dimensionamento adequado do sistema de captação de radiação
solar é um dos pontos mais importantes do projeto. Quando
corretamente planejado, determina a viabilidade do investimento e
garante a sua eficiência para a edificação.
O projeto deve ser elaborado de acordo com a NBR 15569, que trata de
sistemas de aquecimento solar de água em circuito direto. Basicamente,
existem três elementos a serem analisados: o local de instalação e seu
potencial de insolação, o perfil de consumo de água quente e a forma
de instalação.
O primeiro item refere-se à instalação dos coletores e do reservatório
térmico. Devido à diversidade dos telhados e existência de áreas de
sombra, é preciso analisar com atenção qual o melhor tamanho do
coletor solar e o modelo do reservatório. Essa decisão impactará no
dimensionamento do sistema, influenciando assim a sua eficiência.
Além disso, a avaliação do local também é importante
para direcionar corretamente as placas coletoras,
aumentando a sua eficiência na captação do sol. Para as
regiões abaixo da linha do Equador (Hemisfério Sul) elas
normalmente devem ser direcionadas para o norte, e
para as regiões acima desse marco geográfico
(Hemisfério Norte), devem ser direcionados para o sul.
O perfil de consumo de água quente da edificação
também impacta a decisão sobre a capacidade dos
equipamentos. Quanto maior a necessidade de água
quente, maior a demanda por energia. Por isso, o
reservatório precisa ter maior capacidade de
armazenamento e podem ser necessários mais
Para fazer essa análise, é preciso verificar quantos
pontos (chuveiros e torneiras) receberão a água
aquecida, a quantidade de usuários, o número de
banhos diários e o tempo de cada um, entre outros
aspectos. É importante ter atenção à vazão de água dos
pontos de consumo, pois isso também determina o
volume diário.
Por fim, o terceiro item refere-se à forma de instalação.
Dependendo do projeto, alguns acessórios, como
válvulas e bombas para a circulação da água, também
podem ser necessários. Embora possam elevar o valor
final da instalação, tais equipamentos são fundamentais
para garantir o funcionamento correto do sistema.
volume de água a aquecer
Como explicamos, o projeto deve prever a
demanda por água aquecida, ou seja, quantos
litros precisam ser aquecidos por dia. Com essa
informação, os técnicos planejam o
dimensionamento do sistema e os equipamentos
necessários.
Assim, você deve saber quais os pontos de água
aquecida (chuveiro, banheira e torneiras) e
quantas pessoas residem no imóvel. Como
parâmetro, é possível utilizar a tabela seguinte
para fazer o cálculo:
Aparelho litros/dia/pessoa NÚMERO DE PESSOAS V(l/dia)
Chuveiro 70
Banheira 150
Lavatório 20
Pia da cozinha 25
TOTAL

a coluna 1 indica os aparelhos com a capacidade de fornecer água quente à sua


residência;
a coluna 2 mostra o volume médio por dia e por pessoa, consumido por cada
aparelho. a coluna 3 relaciona o número de pessoas que utiliza cada aparelho.
Normalmente, é o próprio número de residentes;
a coluna 4 totaliza o volume consumido para cada aparelho (valor da coluna 2
multiplicado pela coluna 3).
Portanto, basta preencher as colunas 3 e 4 e, ao final, somar os dados da coluna 4,
obtendo o total de água necessário aquecer para o consumo de um dia.
Veja, no exemplo a seguir, o caso de uma residência na qual vivem 4 pessoas e só
uma faz uso da banheira todos os dias:
APARELHO V(l/dia/Pessoa) N. DE PESSOAS VOLUME
APARELHO
Chuveiro 70 4 70 X 4 = 280
Banheira 150 1 150 X 1 = 150
Lavatório 20 4 20 X 4 = 80
Pia da cozinha 25 4 25 X 4 = 100
TOTAL 610 litros/dia

Nessa simulação, o sistema deverá ser


dimensionado para um consumo diário de 610
litros de água aquecida. Se não houver banheira,
desconsidere esse valor.
O cálculo de incidência solar serve para indicar e
orientar a colocação dos coletores solares no telhado da
edificação. A latitude influencia na projeção do sol no
imóvel. Logo, para cada localidade deve ser realizado
um estudo distinto para instalar as placas
corretamente, otimizando o seu funcionamento.
Além disso, é preciso avaliar a área onde os
painéis serão instalados. Especialmente em centros
urbanos, existem locais bastante afetados por sombra
de outras edificações vizinhas, o que interfere na
eficiência do sistema. Essa análise determina a
inclinação das placas e o melhor ponto para instalação.
Reservatório térmico
A capacidade de armazenamento do boiler também deve considerar
tanto o volume diário de água aquecida necessária para o imóvel,
quanto a incidência de sol. Sua instalação, no entanto, depende de
algumas características da edificação. A água quente tem densidade
distinta da fria, e isso normalmente faz com que ela circule entre os
coletores e reservatórios. Nesse caso, não é necessário o uso de energia
elétrica, apenas um termossifão. O sistema pode estar em nível ou
desnível.
Quando há desnível, o projeto deve calcular uma diferença de 10
centímetros entre o nível do reservatório e o dos painéis, e a caixa de
água fria deve estar acima do boiler. Na instalação em nível, quando a
caixa de água fria e o reservatório estão nivelados, o projeto deve prever
uma lâmina de água de, no mínimo, 10 centímetros acima do nível
superior do reservatório.
Energia necessária para a eficácia do
sistema
São necessários, pelo menos, dois cálculos. Antes de tudo,
deve-se projetar o volume do sistema de armazenamento por
meio da fórmula:
Varm = Vcons x (Tcons – Tamb)/(Tarm – Tamb)
Nessa equação:
•Vcons significa consumo diário (m³);
•Tcons é a temperatura de consumo de utilização (em ºC);
•Tarm é a temperatura de armazenamento da água (Tarm
>Tcons) em ºC;
•Tamb é a temperatura ambiente média anual do local da
instalação, também em ºC.
Utilizando o exemplo que citamos anteriormente para estimar
o volume de consumo de água aquecida, temos os seguintes
dados:
Varm = 75% do consumo diário (volume ideal);
Vcons = 610l/dia;
Tcons = temperatura ideal de consumo da água quente, que
costuma variar de 40º a 50º;
Tamb = temperatura ambiente do local, que varia. Adotaremos
25ºC.
Logo, teremos:
V = 610 x (40º – 25º)/(50º – 25º) = 366 litros (volume mínimo) —
ou 75% do consumo diário da edificação = 457.5 litros (volume
ideal).
Com esses dados, já podemos calcular a energia necessária,
expressa na seguinte fórmula:
Eutil = Varm x ρ x Cp x (Tarm – Tamb)/3600
Na qual:
•Eutil é a energia útil, calculada de acordo com a unidade
Kwh/dia;
•Varm é a capacidade de armazenamento, que deve ser, no
mínimo, de 75% do total necessário;
•ρ é a massa específica da água (1000 kg/m³);
•Cp é o calor específico da água (4,18 kj/kg).
Dessa forma, temos:
Eutil = 458 x 1000 x 4,18 x (50 – 25)/3600 = 13,29 Kwh.
Essa é a quantidade diária de energia que precisa ser
gerada pelos coletores, a fim de manter a água a ser
utilizada na casa aquecida a uma temperatura ideal.
A tabela do Inmetro lista os coletores solares
disponíveis no mercado e a sua geração mensal de
energia. Com esta informação, é possível estimar quais
e quantos coletores você vai precisar para o seu
sistema.
Um técnico especializado tem condições de fazer todos
esses cálculos e projetar o sistema mais adequado para
cada necessidade. Saber fazer o correto
dimensionamento de aquecimento solar é fundamental
para garantir o funcionamento adequado, com melhor
RESERVATÓRIO TÉRMICO

O reservatório térmico (boiler) armazena a


água aquecida pelos coletores solares,
fazendo com que toda a água quente
esteja disponível para consumo sem
grandes perdas de temperatura. Ver a
continuação:
MUITO OBRIGADO PELA
ATENÇÃO

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