Você está na página 1de 2

Razões e emoções, questões e equações, sensos e defesas de mundo frio e sem norte.

Por fim. Como não deveria ser. Não diferente ao longo tempo em que uma sociedade discute
entre o que é moral e o ser normal. Distante do pensamento lógico passamos a agir conforme manda
o coração de “11”, e encadeamos uma guerra social onde os interesses de “11” “12” passa a valer
mais que uns milhares de costumes e tradições vazias. Secas com o tempo que evaporou o que
nutria e reidratava o que se conhecia por moral. O que restou foram olhares singelos que serão
esquecidos nesses próximos milhares de minutos vividos por cada responsável nessa geração que
não é remanescente doutra, mas que surge entre as fendas da sequidão dos lares, das ruas, das
escolas, e entidades religiosas.
Despimos-nos de unir-nos contra males verdadeiros a enveredar pelas planícies de uma vida
sem depressões ou declives. Sob passos copiados de alheios dançamos uma musica estranha, e sem
sentido. Ao som duma voz rouca e numa língua desconhecida. Defendemos direitos que não
respeitamos, ideias que não entendemos, ideais que não valorizamos. Aprovamos a morte pelo bem
da vida e queremos o que não podemos ter. Desejamos o que é de outro e tomamos de quem nada
tem, regamos o mangue com água retirada da cisterna.
Quanto tempo levaremos para ao invés de discursarmos em defesa do dogma politico e
doutrinário, bem como o pensamento motivado que alguns insistem em dizer que é sentimento?
Quando discutiremos sobre o que é melhor para todos? Buscando um ideal de vida, um formato do
antigo e do moderno, do natural e do surreal, daquilo é visto e o que é crido, do que se pode ver e o
que se deve entendido.
Nesses tempos de renovação do pensamento humano a turbulência tem feito alguns
fecharem os olhos, negligenciarem o socorro e festejarem a depredação. Conspiramos contra a vida
por que não sabemos entender o que outro quer defender. Permitimos sermos dominados sempre,
seja pelo vermelho, pelo preto, ou mesmo pelo verde e amarelo. Nunca estaremos satisfeitos com o
prato nas mãos. Temos que ver sempre as lixeiras cheias das sobras. E ainda fazemos cara de
assustados, perplexos com as cenas de quem saboreiam os restos, do outro lado da tela assistindo a
nada moral razão que dizemos ter em “querer” e “ter”.
Nunca nos esqueçamos do dever que temos como seres que somos, que tal qual todas as
outras sociedades de seres viventes existentes no planeta. O de cuidarmos uns dos outros.
Não sobreviveremos se não estivermos juntos. Tenhamos honradez e deixemos de lado
essas armas que carregamos afim de atacarmos uns aos outros, ferindo os semelhantes. Não sempre
no corpo mas também na alma, na razão e na emoção. Turbemos o nosso “coração” em memória de
muitos que perdemos para que aqui estejamos podendo defender o que achamos que é certo ou
errado. È tempo já passado de unirmos força não para vencermos o oposto mas para torná-lo
companheiro.
Parabéns aos grupos que se unem, congratulem-se e unam uma voz a outra e gritem. Não
para defesa mas para que todos vejam que nessa guerra quem não luta perde mesmo assistindo, e
quem esnoba, acaba engolindo o próprio vômito. Não tenho vergonha em dizer o que penso, mas
penso muito no que devo me envergonhar ao dizer. Não acho justo que o direito de um seja deixado
de lado para que o direito doutro seja defendido. Mas não concordo que se possa mudar o
pensamento de alguém pela força, medida de lei ou movimentos.
Precisamos desarmar os nossos medos. A verdade dali deve ser entendida como a verdade
dele e o que é certo aqui é minha certeza. Se ao menos respeitássemos o direito de liberdade alheia
não seriamos julgados e amedrontados, como se estivéssemos errados fazendo exatamente aquilo
que nos ensinaram a fazer durante séculos. Covardes.

O dia 05 de maio de de 2011 entra para história política e social do país como um marco na luta
pelos direitos individuais de cada brasileiro. O STF aprovou por unanimidade o projeto de lei que
torna legal a união entre homossexuais.
A todos que se uniram e durante anos vem defendendo aquilo que acredita meus sinceros parabéns.
E que sirva de lição aos alienados religiosos fanáticos que insistem em querer impor sua
religião aos outros, que façam isso se obtiverem amparo legal. Se não. Calem-se . Aceitem respeitar
e conviver nesse novo quadro social. E que aprendam a ensinar seus filhos sobre a verdadeira
moral, que vem de dentro e não se aprende nos livros. E aceitem o fato de que agora devam explicá-
los que “agora” é normal “papai e papai”, “mamãe e mamãe” e que se virem por aí nas ruas ou
praças cenas amorosas entre pessoas do mesmo sexo; estamos todos numa era pós-moderna e
devemos respeitar os outros mesmo que pensamos de forma diferente. E amanhã será outro dia.

Você também pode gostar