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Nacala Porto
2022
ii
UNIVERSIDADE ROVUMA
INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTE, TURISMO E COMUNICAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO
COMUNITÁRIO
Nacala Porto
2022
iii
Índice
1 Introdução............................................................................................................................4
5.1 Educação......................................................................................................................8
5.2 Saúde............................................................................................................................8
5.4 Energia.......................................................................................................................13
6 Conclusão..........................................................................................................................15
7 Referências bibliográficas.................................................................................................16
4
1 Introdução
Um dos aspectos fundamentais da administração pública constitui a prestação dos serviços
públicos aos cidadãos e o debate em torno da administração pública voltada para o cidadão é
um dos principais pressupostos da administração pública gerencial que foi iniciada em países
da OCDE a partir da reforma administrativa apoiada nos princípios da nova gestão pública
como corolário da decadência do modelo da administração burocrática.
A problemática da prestação dos serviços públicos gira em torno da efectivação da prestação
dos serviços públicos aos cidadãos pelo Estado e a relação que se deve manter entre o Estado
e o cidadão, sendo esta relação o elemento fundamental da governação que tem a participação
como um dos seus elementos fundamentais.
Assim, o presente trabalho da cadeira de diagnostico ambiental pretende de forma geral
compreender o nível de satisfação dos cidadãos no que tange aos serviços prestados como
saúde, água, energia e educação e, de forma especifica espera-se com este trabalho alcançar os
seguintes objectivos:
No que diz respeito a estrutara do mesmo, este obedece a seguinte organização: introdução,
desenvolvimento onde esta o conteúdo em destaque, a conclusão e referências bibliográficas.
5
político e as mudanças das políticas públicas. Assim sendo, Mozzicafreddo e Gouveia (2011,
p.5) sintetizam a ideia de transformação da administração pública do seguinte modo:
(…) conceito e estrutura de gestão das sociedades, como uma
instituição que se adapta, transforma e acompanha a evolução do
conjunto da sociedade e das instituições, por um lado, e como uma
entidade com uma estrita relação com o Estado e com o modelo de
Estado com o qual coexiste, por outro.
2011: 129). Quem participa almeja afirmar-se diante de alguém, sobrepujar alguém, resolver
algum problema ou postular a posse de bens e direitos, modificando sua distribuição.
[ CITATION Mar11 \l 2070 ] concebe que é necessário distinguir pelo menos três tipos de
participação,
nomeadamente: a participação assistencialista, a participação corporativa e a participação
política.
A participação assistencialista é de natureza filantrópica ou solidária
Trata-se de uma actividade universal, encontrável em todas as épocas,
como extensão da natureza gregária e associativa do ser humano, e
que se mostra particularmente relevante entre os segmentos sociais
mais pobres e marginalizados ou nos momentos históricos em que
carecem a miséria e a falta de protecção [CITATION Mar11 \p 130 \l
2070 ].
Este tipo de participação diz respeito a práticas de auxílio mútuo para diminuir o infortúnio,
para optimizar recursos comunitários ou grupais, para aumentar a qualidade de vida, para
neutralizar conflitos ou para resolver problemas.
A segunda forma de participação é a corporativa e está dedicada à defesa de interesses
específicos de determinados grupos sociais ou de categorias profissionais. “Trata-se de uma
participação fechada em si, que se objectiva sobretudo com um propósito particular, em
maior ou menor medida excludente: ganham apenas os que pertencem ao grupo ou
associação” (Nogueira, 2011, p.131).
A terceira modalidade é a participação política que é aquela em que projecta-se para o campo
político propriamente dito e inicia com a participação eleitoral em que não é em vista à defesa
de interesses particulares, mas interfere directamente na governabilidade e tem efeitos que
dizem respeito a toda a colectividade.
Já há nela, portanto, uma consciência mais clara do poder político e
das possibilidades de direccioná-lo ou de reorganizá-lo. O cidadão
aqui está mais encorpado e maduro, afirmando-se não apenas em
relação a si próprio (direitos individuais), mas também em relação aos
outros (direitos políticos) (Nogueira, 2011: 132).
Entretanto, a participação política não se limita no exercício do voto, uma vez que a
participação eleitoral tem seus limites e não necessariamente leva a uma reorganização
sustentada do Estado ou do poder político.
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Por meio da participação política, indivíduos e grupos interferem para fazer com que
diferenças e interesses se explicitem num terreno comum organizado por leis e instituições,
bem como para fazer com que o poder se democratize e seja compartilhado. É esta
participação que consolida, protege e dinamiza a cidadania e todos os variados direitos
humanos.
A participação constitui um dos princípios da organização administrativa, o que significa que
“os cidadãos têm o direito de intervir na resolução de problemas relativos aos interesses da
comunidade a que pertencem e relativos às questões que lhes dizem directamente respeito e
não apenas votar de quatro em quatro anos para eleger os dirigentes de alguns órgãos”
[CITATION SÃA99 \p 70 \l 2070 ].
5.2 Saúde
Durante os anos 70, com base nos diferentes tipos de socialismo africano e restrições
económicas relacionadas com a geopolítica e assuntos sociais internos [ CITATION Edu69 \l
2070 ], países como Moçambique lutaram para construir um sistema de saúde pública
abrangente baseado em agentes comunitários de saúde, postos e centros de saúde, hospitais
rurais e hospitais provinciais maiores.
O sistema de saúde público moçambicano incrementou fortemente a sua infraestrutura em
apenas dez anos, de 326 unidades de saúde em 1975 para 1.195 em 1985 (Magnus Lindelow,
Ward & Zorzi, 2004), tornando-se num modelo de Cuidados de Saúde Primários, apostando
na equidade e eliminando o serviço médico colonial que enfatizava o cuidado curativo e
urbano.
Nos anos 80 e 90, Moçambique passou por profundas mudanças sociais, económicas e
políticas. Em 1989, doze anos após o início da guerra civil e após duas greves de doadores em
1983 e 1986, quando a ajuda alimentar foi suspensa (Hanlon, 2004), a Frente de Libertação de
Moçambique (FRELIMO) abandonou formalmente o marxismo. Sob as pressões do Fundo
Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), em 1987, Moçambique assinou um
programa de ajuste estrutural (PAE) e, em 1990, uma nova constituição proporcionou eleições
multipartidárias que levaram à privatização dos serviços, reduções nos gastos do governo e
uma transição para uma economia de mercado.
1
Segundo dados divulgados em 2010, no período de 2008/2009, de 21,5 milhões de pessoas em Moçambique,
55% da população vivem abaixo da linha de pobreza com cerca de meio dólar americano por dia. Vide
Ministério de Planificação e Desenvolvimento (MPD), Direcção Nacional de Estudos e Análises de Politicas,
(2010) Terceira Avaliação Nacional sobre Pobreza e Bem-Estar em Moçambique, p. xiii; MISAU (2013) Plano
Estratégico da Sector da Saúde 2014-2019, Ministério da Saúde (PDC), p. 12.
2
Dados de cinco anos, referente ao período de 2009 a 2013 do sistema de vigilância epidemiológica (Boletim
Epidemiológico Semanal, BES do Ministério da Saúde -MISAU), a malária conta com uma média de 5,8
milhões de casos diagnosticados clinicamente por ano, sendo a principal razão de consulta externa (45%) e de
internamento no serviço de pediatria (56%) e com alta taxa de mortalidade (variação de 1.8% a 9.9%,
dependendo do nível da unidade sanitária). Dados mais recentes, revelam que só primeiro semestre de 2014,
foram registados 3.297.386 casos de malária e 1.937 óbitos em todo o País. Para além do impacto directo na
saúde, existe um peso socioeconómico enorme nas comunidades e no país em geral, particularmente para os
segmentos populacionais mais pobres e vulneráveis.
11
quilómetros por dia não são raros. No caso específico de Tete, uma das províncias afetadas
pela crise de água, o FIPAG abriu em 2011 doze furos. O que não basta diz, Admelo Mabote,
referindo a procura crescente: “Planeamos abrir mais 15 furos e estamos a construir mais
reservatórios de mil metros cúbicos para poder assegurar a rede de expansão.”
Grande parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento, que lançam
90% da água de esgoto sem tratamento para o ambiente. Em Moçambique, uma das maiores
causas de morte associada à falta de saneamento é a diarréia. A doença mata cerca de 2,2
milhões de pessoas em todo o mundo anualmente. Mais da metade dos leitos de hospital no
planeta, diz o Relatório acima citado, é ocupada por pessoas com doenças ligadas à água
contaminada. Além disso, mais da metade das escolas primárias em 60 países em
desenvolvimento não tem instalações adequadas de água e dois terços não tem saneamento
apropriado.
O acesso fraco e desigual à água potável segura e ao saneamento adequado é responsável por
surtos regulares de cólera e diarreias, uma das causas principais de mortalidade infantil. As
crianças têm mais probabilidade de ficar doentes devido a doenças transportadas pela água
quando utilizam fontes de água não seguras tais como rios.
O acesso à água e saneamento tem uma influência directa na higiene das populações e na
prevenção de doenças. Dados do IDS 2011 revelam que 44% dos agregados familiares não
tem água e sabão para lavar as mãos5. Os dados avançam ainda que a presença de água e
sabão está estritamente correlacionada com o nível socioeconómico do agregado. Por outro
lado, cerca de 51% de agregados familiares utiliza fontes de água melhoradas, que incluem
água canalizada dentro e fora de casa, furos protegidos, poços com bomba manual e água
engarrafada. A percentagem é muito mais elevada nos agregados familiares que residem na
área urbana (84%) do que os da área rural (37%).
Na zona rural, as principais fontes de água são os poços não protegidos, com 42% e água da
superfície, como por exemplo rios e lagos. Por províncias, todas da região Sul, incluindo
Manica e Sofala, apresentam percentagens de fontes seguras de água para beber acima de
60% enquanto as províncias da região Norte, incluindo Zambézia e Tete, apresentam
percentagens de água proveniente de fontes seguras, abaixo de 50%6.
5.4 Energia
Em Moçambique, a eletricidade é fornecida pela Empresa Nacional de Fornecimento de
Energia Elétrica (Electricidade de Moçambique E. P. - EDM).
A EDM é uma empresa pública verticalmente integrada fundada em 1977, responsável pela
geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica (Arthur e Cockerill,
2019). Tem um mandato social para expandir o acesso à eletricidade para os consumidores em
regiões urbanas e rurais, embora continue a enfrentar vários desafios para cumprir essa meta
[ CITATION NHA15 \l 2070 ].
5
Considerando que o Inquérito observava o lugar onde a lavagem das mãos era normalmente efectuada ao nível
dos agregados familiares. Portanto, entre os agregados familiares onde o lugar para a lavagem das mãos foi
observada, 44% dos agregados mostraram não ter agua, sabão e outros materiais de limpeza, de onde se pode
inferir que a lavagem de mãos não é feita ou se é feita, não é de forma adequada ou regular.
6
MISAU, INE, ICFI (2013).
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Este é um dos sectores que regista mais crescimento no país nos últimos anos, porém, ainda
preexistem desafios que passa por eletrificar as zonas rural por onde ainda a cobertura é
deficiente.
6 Conclusão
Terminado o trabalho, conclui-se que quanto aos serviços prestados aos cidadãos, o nível de
satisfação ainda continua baixo devido a um leque de desafios que caracterizam os sectores
chaves do país: educação, saúde, abastecimento de água e energia.
No sector de eeducação ainda preexistem problemas no acesso a mesma, uma vez que para
aqueles que precisam de um acompanhamento especial não tem acesso a este devido a falta de
infra-estruturas que respondam este grande desafio de inclusão.
No sector da saúde, as desigualdades são basicamente evitáveis e a sua redução depende de
acções específicas, significativas e baseadas em evidências. Mostra-se um conjunto de
recomendações nesta secção, as quais se destinam a actores específicos.
O governo deve reconhecer o impacto das desigualdades nos cuidados de saúde para melhorar
os resultados de saúde e assegurar que as condições estejam reunidas para a implementação
efectiva das acções políticas, as políticas públicas devem alocar os recursos com base em
informações geográficas significativas socioeconômicas e de pequenas áreas, caso contrário,
quem já está em melhor situação tende a estar em melhor posição para aproveitar novas
oportunidades, as acções efectivas devem ser planificadas e implementadas para preencher as
necessidades de infraestrutura e recursos humanos em áreas com menores níveis de acesso e
na redução dos pagamentos directos para a população mais desfavorecida, assim como
continuar a aprimorar o programa de Avaliação da Qualidade e Humanização dos Cuidados
para lidar com o alto nível de reclamações detectadas entre os utentes.
No sector da água e saneamento do meio também existem desafios que precisam ser
resolvidos com vista ao acesso a água potável para todos principalmente nas zonas rurais onde
o problema é grave.
E, por fim no sector de energia é preciso procurar sempre junto dos parceiros mecanismos de
acesso a energia para todos os moçambicanos através de politicas que beneficiem a própria
população assim como o melhoramento da energia existente uma vez que esta ainda não está
nos padrões aceitáveis para responder a demanda.
16
7 Referências bibliográficas
MONDLANE, E. (1969). The struggle for Mozambique (Penguin African Library). London:
Penguln Books.
NHAMIRE, B., & MOSCA. (2015). Electricidade de Moçambique: mau serviço, não
transparente e politizada’,. Maputo: EDM.
POLLITT, C., & GEERT, B. (2004). Public management reform: a comparative analysis.
New York: Oxford University Press.
UNICEF e OMS