Você está na página 1de 13

Ossufo Baessa António

LEGISLAÇÕES SOBRE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS

(Curso de Licenciatura em Ensino de Física)

Universidade Rovuma

Nampula

2022

0
Ossufo Baessa António

Trabalho de Carater Avaliativo da Cadeira de


Necessidades Educativas Especiais, 2°Ano, 2° Semestre
Curso de Licenciatura em Ensino de Física, Turma 1. A
Ser Apresentado a Docente: Mestre Maria de
Esperança Anastácio Gomes

Universidade Rovuma

Nampula

2022
1
Índice

Índice

Introdução...................................................................................................................................2

LEGISLAÇÕES SOBRE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS..............................4

Legislações Sobre Necessidades Educativas Especiais..............................................................4

Da Declaração Universal Dos Direitos Humanos À Emergência Do Direito À Educação De


Pessoas Com Necessidades Educativas Especiais......................................................................7

Declaração Universal Sobre Os Direitos Humanos....................................................................7

Convenção Sobre os Direitos da Criança....................................................................................7

A DECLARAÇÃO DE SALAMANCA.....................................................................................8

Objectivo Da Declaração De Salamanca....................................................................................8

LEI NACIONAIS SOBRE LEGISLAÇÕES SOBRE NECESSIDADES EDUCATIVAS


ESPECIAIS.................................................................................................................................9

Legislação Moçambicana Relativa Às Pessoas Com Deficiência..............................................9

Princípios Que Norteiam A Convenção Sobre Direitos Das Pessoas Com Deficiência...........10

Conclusão..................................................................................................................................11

Referencias Bibliográficas........................................................................................................13

2
Introdução

O presenta trabalho da cadeira de Necessidades Educativas Especiais com o tema Legislação


Sobre Necessidades Educativas Especiais, procura mostrar que todo ser humano e qual, com
base em decretos nacionais e internacionais.

Como a declaração de Salamanca que estabelecer uma política e orientar os governos,


organizações internacionais, organizações de apoio nacionais, organizações não-
governamentais e outros organismos, através da implementação da Declaração de Salamanca
sobre Princípios, Politica na área das Necessidades Educativas Especiais.

O Enquadramento da Acção inspira ̵ se na experiencias a nível nacional dos países


participantes, assim como nas resoluções, recomendações e publicações das Nações Unidas e
de outras organizações intergovernamentais, especialmente nas Normas sobre Igualdade de
Oportunidades para pessoa com Deficiência.

Baseia ̵ se, igualmente, nas propostas, directrizes e recomendações formuladas nos cinco
seminários regionais, preparatórios deste congresso

3
1. LEGISLAÇÕES SOBRE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS

Definições Básicas

 Necessidades Educativas Especiais

Necessidades Educativas Especiais faz alusão a um campo de estudo vasto, denso e


complexo, é uma categoria que encontra cruzamento de muitas disciplinas científicas:
Pedagogia, Medicina, Psicologia, Sociologia e a economia.

 Legislações

Legislação é um corpo de leis que regulariza determinada matéria ou ciência, ou ainda um


conjunto de leis que organiza a vida de um país, ou seja, o que popularmente se chama de
ordem jurídica e que estabelece condutas e ações aceitáveis ou recusáveis de um indivíduo,
instituição, empresa, entre outros.

1.1. Legislações Sobre Necessidades Educativas Especiais

Os princípios e as normas que garantem uma educação inclusiva para todos os alunos
encontram-se exarados nas Legislações Sobre Necessidades Educativas Especiais.

 Decreto-Lei N.º 54/2018, De 6 De Julho (Que Veio Revogar O Decreto-Lei N.º


3/2008, De 7 De Janeiro, Alterado Pela Lei N.º 21/2008, De 12 De Maio)

Este decreto aplicam-se aos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas, às escolas
profissionais e aos estabelecimentos da educação pré-escolar e do ensino básico e secundário
das redes privada, cooperativa e solidária.

No âmbito deste regime, são criadas redes de escolas de referência no domínio da visão; para
a educação bilingue; e para a intervenção precoce na infância, enquanto recursos
organizacionais específicos de apoio à aprendizagem e à inclusão.

Estas escolas de referência devem assegurar uma articulação com as equipas locais que atuam
no âmbito do Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância (SNIPI), criado pelo
Decreto-Lei n.º 281/2009, de 6 de outubro, e que se aplica às crianças em idade pré-escolar.

4
 Apoio A Alunos Em Idade Pré-Escolar

O apoio a alunos com necessidades educativas especiais em idade pré-escolar é assegurado


pelo Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância (SNIPI) (Decreto-Lei n.º 281/2009,
de 6 de outubro) que tem como público-alvo:

Crianças dos 0 aos 6 anos de idade que apresentam alterações nas estruturas ou funções do
corpo que limitam o seu crescimento pessoal e a sua participação nas atividades típicas para a
sua idade ou risco grave de atraso no desenvolvimento.

 Apoio A Alunos No Ensino Regular

Ao invés de categorizar os alunos com “necessidades educativas especiais”, ou de criar um


regime jurídico especial para alunos especiais com base em diagnósticos de dificuldades de
aprendizagem, o Regime Jurídico da Educação Inclusiva (Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de
julho) pretende responder às necessidades diversificadas de todos os alunos, colocando um
enfoque nas respostas educativas e perspetivando a mobilização de recursos de saúde,
emprego, formação profissional e segurança social, de forma complementar e sempre que se
afigure necessário.

São definidos como grupo (s) alvo (s) prioritários os alunos: 

 Que necessitam dos recursos organizacionais existentes nos Agrupamentos de Escolas


de Referência para a Educação Bilingue ou nos Agrupamentos de Referência no
Domínio da Visão;

 Com Programa Educativo Individual.

Em termos de agrupamento de alunos, o referido decreto prevê a constituição de grupos ou


turmas de:

 Alunos em ensino bilingue (Língua Gestual Portuguesa e Português Língua segunda)


que frequentam os Agrupamentos de Referência para a Educação Bilingue.

Quanto ao processo de avaliação, prevê-se um conjunto de adaptações, ao nível de escola,


para:

5
 Alunos que apresentem problemas de saúde física e mental como dislexia, surdez,
cegueira, etc.

 Apoio A Alunos Em Idade Pré-Escolar

A fim de garantir as condições de desenvolvimento necessárias às crianças dos 0 aos 6 anos


que apresentem alterações nas estruturas ou funções do corpo que limitam o seu crescimento
pessoal e a sua participação nas atividades típicas para a sua idade ou risco grave de atraso no
desenvolvimento, foi criado o Sistema Nacional de Intervenção Precoce (SNIPI) (Decreto-
Lei n.º 281/2009, de 6 de outubro).

 Apoio A Alunos No Ensino Regular

Como previsto no Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho, que estabelece o Regime Jurídico
da Educação Inclusiva, cada escola deverá reconhecer a diversidade dos seus alunos e
identificar formas de lidar com a mesma, adequando os processos de ensino às características
e condições individuais de cada aluno e mobilizando os meios necessários que garantam o
acesso ao currículo e às aprendizagens.

Assim, cada escola deverá constituir uma equipa multidisciplinar de apoio à educação
inclusiva, composta por:

 Elementos permanentes (um docente, um docente de educação especial, membro do


Conselho Pedagógico e um psicólogo).

 Elementos variáveis (docente titular de grupo/turma ou o diretor de turma do aluno,


outros docentes do aluno, técnicos do centro de recursos para a inclusão (CRI) e outros
técnicos que intervêm com o aluno).

Esta equipa multidisciplinar está incumbida de definir, concretizar, acompanhar e avaliar as


medidas de apoio a implementar.

A identificação da necessidade de medidas de apoio à aprendizagem e à inclusão deve ocorrer


o mais precocemente possível e efetua-se por iniciativa dos pais/encarregados de educação,
dos serviços de intervenção precoce, dos docentes ou de outros técnicos ou serviços que
intervêm com a criança ou aluno.

6
2. Da Declaração Universal Dos Direitos Humanos À Emergência Do Direito À
Educação De Pessoas Com Necessidades Educativas Especiais.

A expressão “EDUCAÇÃO PARA TODOS” com certeza não é nova para si. De facto, no
mundo contemporâneo a educação é um direito, o que quer dizer que alguém (ou alguma
instituição) tem o dever de provê-la a todos quantos queiram usufruir dela. Esta ideia está
expressa, ainda que de diversas formas, a nível de muitos documentos normativos.

2.1. Declaração Universal Sobre Os Direitos Humanos

ONU, 1948, defende em seu artigo primeiro a igualdade das pessoas em direitos e
oportunidades. Aplicado ao contexto das NEE, este princípio significa que todos, incluídos os
alunos com NEE ou deficiência têm o direito à escolarização.

2.2. Convenção Sobre os Direitos da Criança

Unicef, 1989, defende o direito que as crianças têm a serem respeitadas e a beneficiarem-se de
todas as condições necessárias para o seu crescimento saudável, o que inclui a educação.
Estes direitos são extensivos a todas as crianças do mundo, incluindo aqueles que apresentam
NEE.

Como o nome sugere, A Declaração mundial sobre educação para todos (1990) é um
documento resultante duma conferência sobre a educação para todos havida em Jomtien. Este
documento, embora não dedicado especialmente à defesa dos direitos das pessoas com NEE
reafirma o princípio da igualdade de oportunidades para todos, em particular no campo
educativo, defendendo a necessidade de que nenhuma criança seja excluída da escola, em
nenhum lugar do mundo.

As Regras Gerais sobre a Igualdade de Oportunidades para Indivíduos com Deficiências


(ONU, 1993), e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (NU, 2006), por
exemplo, são documentos internacionais que se ocupam da igualdade de
direitos/oportunidades para especificamente para as pessoas com deficiência.

7
Em síntese, estes textos defendem que a deficiência não pode ser um motivo de exclusão
social, pelo que, todos os deficientes têm o direito de participar da vida em sociedade e de
serem respeitados nas suas particularidades, na escola, no trabalho e em outros locais
públicos, os quais devem ser adaptados de acordo com as suas necessidades.

3. A DECLARAÇÃO DE SALAMANCA

O presente Enquadramento da acção sobre Necessidades Educativas Especiais foi adoptado


pelo congresso Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, organizado pelo Governo
de Espanha em colaboração com a UNESCO e realizou ̵ se em Salamanca, de 7 a 10 de Junho
de 1994.

3.1. Objectivo Da Declaração De Salamanca

O seu objectivo consistiu em estabelecer uma política e orientar os governos, organizações


internacionais, organizações de apoio nacionais, organizações não-governamentais e outros
organismos, através da implementação da Declaração de Salamanca sobre Princípios, Politica
na área das Necessidades Educativas Especiais.

O Enquadramento da Acção inspira ̵ se na experiencias a nível nacional dos países


participantes, assim como nas resoluções, recomendações e publicações das Nações Unidas e
de outras organizações intergovernamentais, especialmente nas Normas sobre Igualdade de
Oportunidades para pessoa com Deficiência.

Baseia ̵ se, igualmente, nas propostas, directrizes e recomendações formuladas nos cinco
seminários regionais, preparatórios deste congresso. Estas declarações situa a questão dos
direitos das crianças e jovens com NEE no contexto mais vasto dos direitos do homem e, por
isso, refere a Declaração Universal dos Direitos do Homem, a conferência Mundial sobre
Educação para Todos e as Normas das Nações Unidas sobre a Igualdade de Oportunidades
para pessoas com Deficiência.

4. LEI NACIONAIS SOBRE LEGISLAÇÕES SOBRE NECESSIDADES


EDUCATIVAS ESPECIAIS

8
Nos últimos tempos, Moçambique tem marcado passos assinaláveis rumo a construção de
uma
sociedade inclusiva, onde os direitos humanos e as liberdades fundamentais de todas as
pessoas
são respeitados com igualdade e sem discriminação de nenhuma espécie.

4.1. Legislação Moçambicana Relativa Às Pessoas Com Deficiência

A Convenção Internacional sobre Direitos das Pessoas com Deficiência (adiante também
designada abreviadamente pela sigla CDPcD) foi adoptada em 2006 e o Estado Moçambicano
ratificou em 2010. Este instrumento abre uma nova era na promoção e protecção dos direitos
das pessoas com deficiência.

A Convenção rompe com o passado na medida em que, contrariamente aos instrumentos


jurídicos anteriores, assume de forma directa o modelo social como o mais adequado para a
promoção e protecção dos direitos das pessoas com deficiência, quando estabelece que:

A deficiência é um conceito em evolução e que a deficiência resulta da


interacção entre pessoas com limitações e as barreiras atitudinais e
ambientais que impedem a sua plena e efectiva participação na sociedade em
igualdades de oportunidades com as demais pessoas.

Conclusão

O documento acolhe as novas concepções sobre educação dos alunos com necessidades
educativas especiais, expressa a opção pela escola inclusiva e traça as orientações necessárias
para a acção, a nível nacional e a nível internacional, com vista á implementação de uma
escola para todos.

O texto apela todos os governos e incita ̵os adoptar, como matéria de lei ou como politica, o
princípio da educação inclusiva, admitindo todas as crianças nas escolas regulares, a não ser
que haja razões que obriguem a proceder de outro modo.

Acordou ̵ se em Salamanca que as escolas devem ajustar ̵ se “a todas as crianças,


independentemente das suas condições físicas, sócias, linguísticas ou outras. Neste conceito,
devem incluir ̵ se crianças com deficiência ou sobredotadas, crianças da rua ou crianças que
9
trabalham, crianças de população remotas ou nómadas, crianças de minorias linguísticas,
étnicas ou culturas e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos e marginais”. Estas
condições colocam uma série de diferentes desafios aos sistemas escolares.

Em suma, ao nível legal, o Estado moçambicano assumiu a obrigação de criar um ambiente


jurídico favorável às pessoas com deficiência através de várias iniciativas tais como a
modificação, revogação ou reforma das leis em vigor que contrariam os padrões
internacionais,
a aprovação de novas leis nas áreas onde forem necessárias com vista a criação de um
ambiente
propício para o respeito, protecção e promoção dos direitos das pessoas com deficiência.

 INSTRUMENTOS NORMATIVOS

Fontes Internacionais

 Declaração sobre Direitos das Pessoas com Deficiência (1975)


 Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948);
 Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos (1981);
 Carta Africana dos Direitos e Bem-Estar da Criança (1990);
 Carta das Nações Unidas aprovada em São Francisco a 26 de Junho de 1945;
 Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
Racial (1965);
10
Fontes Nacionais

 Código Civil (1966);


 Constituição da República de Moçambique (1990);
 Constituição da República de Moçambique (2004);
 Constituição da República Popular de Moçambique (1975);
 Decreto nº 15/2013, de 26 de Abril, que cria o Instituto do Patrocínio e Assistência
Jurídica (IPAJ;
 Decreto nº 38/2015, de 31 de Dezembro, que cria o Conselho Nacional de Acção
Social
(adiante CNAS);

Referencias Bibliográficas

CONFERÊNCIA MUNDIAL DE EDUCAÇÃO PARA TODOS. (1990). Declaração mundial

sobre educação para todos, Jomtien: Unesco. Lei 6/92, de 06 de Março de 1992. (1992,

06 de Março). Reajusta o quadro geral do sistema educativo.

MOÇAMBIQUE. MEC-DEE. (2006). Políticas e Perspectivas das necessidades educativas

especiais no contexto moçambicano. Maputo.


11
UNESCO (1994), Conferência mundial sobre necessidades educativas especiais: acesso e

qualidade. Unesco: Salamanca.

MEGRET, F., & MSIPA, D. (2014). Global reasonable accommodation: how the convention

on the rights of persons with disabilities changes the way we think about equality.
South

African Journal on Human Rights, 30(2), 252-274; Stein,

STEIN, M. A., & LORD, J. E. (2009, May). Future prospects for the United Nations
Convention

on the Rights of Persons with Disabilities. In The UN Convention on the Rights of


Persons

with Disabilities (pp. 17-40);

JONA, O. M & LOPES C. S (2013), Colectânea de Legislação sobre Direitos da Pessoa com

Deficiência, Centro de Direitos Humanos da Faculdade de Direito da Universidade

Eduardo Mondlane, Maputo.

ONU (2006), Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência, Nova Iorque: ONU.

UNICEF (1989), Convenção sobre os direitos da criança, Unicef: Nova Iorque.

MOÇAMBIQUE. MEC-DEE. (2004). Estratégia da Educação Inclusiva. Maputo.

12

Você também pode gostar