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via de nascimento por elas desejada fosse a vaginal. Diante disso, Janaína
Paschoal afirmou se colocar em defesa das brasileiras assistidas pela rede
pública de saúde, que são obrigadas a sofrer por longas horas por um
parto normal, mesmo quando clamam pela realização de uma cesaria-
na. Segundo a parlamentar, o aludido movimento negaria a existência
de violência obstétrica em situações como essa (SÃO PAULO, 2019).
Nessa toada, a autora do projeto apresenta argumentos que rela-
cionam a ocorrência de desfechos negativos em nascimentos à impo-
sição de partos vaginais, citando, como fundamentos, certas pesquisas
e informações sobre a mortalidade materna no Brasil. Janaína Paschoal
traz, nessa linha de raciocínio, a relação entre o advento das cesáreas e
a redução das mortes maternas e infantis ocorrida há algumas décadas,
além de mais algumas outras justificativas para a lei proposta (SÃO
PAULO, 2019). Ao fim e ao cabo, o PL 435/2019 tramitou em regime
de urgência na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP)
e foi aprovado em agosto do ano de sua propositura, na forma da Lei
Estadual n.º 17.137, de 23 de agosto de 2019 (Lei 17.137/2019), que
ficou conhecida como a “Lei das Cesáreas”.
Essa legislação foi alvo de muitas polêmicas. Ativistas pela humani-
zação da assistência ao parto e ao nascimento, órgãos públicos, parlamen-
tares, associações da sociedade civil, profissionais da saúde, entre outros/
as, manifestaram-se de forma contundente contra a Lei 17.137/2019.
As muitas críticas, entretanto, não impediram que a proposta da aludida
legislação de favorecer as cesarianas a pedido no setor público fosse
replicada por outras leis no país. No começo de 2020, por exemplo,
foi publicada a Lei 9.016, de 30 de janeiro de 2020, no Estado do Pará.
Ocorre que, depois de tantas controvérsias, em julho de 2020, o
Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) declarou a inconstitucionali-
dade da Lei das Cesáreas, no julgamento da Ação Direta de Inconstitu-
cionalidade (ADI) n.º 2188866-94.2019.8.26.0000. Os fundamentos
da decisão não serão apresentados, visto que, baseados em questão de
competência legislativa2, não guardam relação direta com a discussão
Em 02 de julho 2021, poucos dias antes do fechamento desta edição, foi publicada
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Direito, durante a palestra “Caminhos do Parto: por onde anda o nascimento Hu-
mano?”, proferida em 17 de setembro de 2020.
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No que se refere à pobreza da relação entre profissionais de saúde e gestantes/
parturientes, é possível elencar, como outros exemplos, a oferta de um cuidado
não privativo ou indigno, o abandono, a negligência e a recusa de assistência e os
abusos verbais (TESSER et al., 2015, p. 3).
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Exemplificam intervenções (no mínimo, potencialmente) desconfortáveis ou danosas:
o uso indiscriminado de ocitocina sintética; a imposição de posição de litotomia;
a episiotomia; a Manobra de Kristeller; as restrições à alimentação, ao consumo de
água e aos movimentos corporais (TESSER et al., 2015, p. 4) e a negativa de acesso
a analgesia e a métodos não farmacológicos de alívio da dor, quando requerido.
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Do total de 2.849.146 nascidos/as vivos/as no Brasil, 1.604.189 nasceram por meio
de cesáreas (BRASIL, 2020).
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Quando necessárias, as cesáreas salvam vidas e reduzem morbidades de mães e bebês.
Todavia, ainda que a cesariana seja hoje uma cirurgia muito mais segura do que era
antigamente, os seus efeitos adversos são evidentes e persistentes. Em comparação
com mulheres que pariram por via vaginal, as cesariadas são mais propensas à
mortalidade, à morbidade severa, à internação em UTI, ao uso de antibióticos e à
necessidade de transfusão, histerectomia e tempo de permanência no hospital. Para
os/as bebês nascidos/as por cesarianas, por sua vez, as propensões à prematuridade,
à mortalidade neonatal, à admissão em UTI neonatal e ao uso de ventilação mecâ-
nica são maiores. Importa considerar, ainda, que a prematuridade iatrogênica e que
o nascimento eletivo antes de 39 semanas, provocados pela realização de cesáreas,
causam o aumento de internações em UTI neonatal e do número de óbitos. Em
razão desses riscos, não há que se defender que a incidência dessa cirurgia supere
o padrão preconizado pela OMS (TESSER et al., 2015, p. 5).
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Caracterizada pela prática de cesarianas em índices elevados, descolada de reais
indicações clínicas de realização desse procedimento cirúrgico.
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Nesta pesquisa, sobrepondo alguns dos sentidos do conceito de humanização mape-
ados por Diniz (2005), compreendemos que a assistência é humanizada quando se
baseia em evidências científicas, incorpora a defesa do protagonismo e dos direitos
das mulheres e qualifica a relação entre pacientes e cuidadores/as.
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Cumpre destacar que as altas taxas de cesáreas no Brasil não decorrem apenas das
cesarianas eletivas. Tem-se que, na assistência a partos normais, as mulheres costu-
mam ser submetidas a uma “cascata de procedimentos” (MOLD; STEIN, 1986 apud
DINIZ, 2005, p. 629) em muitas das vezes em que o parto poderia transcorrer de
maneira fisiológica, sem a necessidade de intervenções. O resultado desse processo,
em alguns casos, é a realização de cesáreas que poderiam ter sido evitadas. Ademais,
há de se considerar que as deficiências da formação médica atual fazem com que
muitos/as obstetras só saibam lidar com complicações, com distócias e com variações
da normalidade em partos normais por meio da realização da cirurgia, inclusive
em situações em que ela poderia ser evitada, gerando benefícios para mães e para
bebês (TESSER et al., 2015, p. 6). Conquanto esses e outros fatores tenham de ser
considerados para uma análise mais aprofundada do fenômeno das altas taxas de
cesarianas no Brasil, isso por ora não será feito.
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Nascer no Brasil foi um estudo nacional realizado entre 2011 e 2012, de base
hospitalar, composto por puérperas e por seus/suas recém-nascido/as. Durante
a pesquisa, 266 hospitais foram amostrados e 23.940 pessoas foram entrevistadas
(DOMINGUES et al., 2014, p. 102), o que permitiu delinear um panorama das
condições dos partos e dos nascimentos no Brasil.
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De acordo com o DataSUS, em 2019, houve um total de 2.849.146 nascidos vivos
no Brasil. Desse total, 2.063.669 gestações contaram com 7 ou mais consultas pré-
-natais; 577.170 tiveram entre 4 e 6 consultas pré-natais; 152.483, de 1 a 3 consultas;
43.406 gestações não contaram com nenhuma consulta pré-natal; e, para 12.418
gestações, esse número é ignorado.
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De acordo com o DataSUS, em 1996, houve um total de 2.945.425 nascidos
vivos no Brasil. Desse total, 947.537 gestações contaram com 7 ou mais consultas
pré-natais; 744.125 tiveram entre 1 e 6 consultas; 3.124 de 4 a 6 consultas; 4.194
gestações tiveram de 1 a 3 consultas pré-natais; 185.676 gestações não contaram com
nenhuma consulta pré-natal; e, para 1.060.769 gestações, esse número é ignorado.
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provocada pela má prática médica, podendo ocorrer em todas as fases do ato médico
e derivar tanto de ação quanto de omissão no trato com o/a paciente (PEREIRA
et al., 2000, p. 75).
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atenção ao parto. Além disso, mulheres pretas e pardas têm seu direito
ao/à acompanhante mais desrespeitado, têm um pré-natal com menor
número de consultas e exames, recebem menos orientações e têm menor
vinculação à maternidade, levando a uma maior peregrinação para parir
(LEAL et al, 2017, p. 10) (o que resulta em uma menor assistência durante
o trabalho de parto, com mais riscos para gestantes e para nascituros).
Aproximando, agora, as considerações sobre a Lei das Cesáreas das
discussões trazidas ao longo deste artigo, vale destacar que a autora desse
instrumento legal fez, ainda em sede de projeto de lei, uma constante
referência à necessidade de respeitar a autonomia das mulheres, no
panorama do cumprimento dos princípios da bioética. Ocorre que, a
nosso ver e por tudo o quanto explicitamos até aqui, as proposições de
Janaína Paschoal tendiam a não contribuir para o respeito ao direito à
autodeterminação das gestantes e das parturientes de seu Estado.
Na toada do exposto neste trabalho, tem-se que os/as pacientes
exercem a sua autonomia quando podem decidir sobre as intervenções
médicas a que serão ou não submetidos/as (SIQUEIRA, 2019, p. 72).
Diante disso, para que uma decisão no campo da saúde seja válida, ela
deve ser precedida de um consentimento real do/a titular do bem ju-
rídico, o qual, por sua vez, tem como pressuposto o acesso a informações que
permitam aos/às pacientes compreender o procedimento e os valores que ele coloca
em conflito (GRECO; SIQUEIRA, 2017, p. 651-652, destaque nosso).
Dessa forma, considerando todas as circunstâncias componentes
da obstetrícia brasileira e relativas à falta de informações para que as
mulheres possam decidir, autonomamente, sobre a via de nascimento
de seus/suas bebês, a Lei 17.137/2019 não propôs nada que efetiva-
mente favorecesse a mudança dessa conjuntura. A afixação de placas
informando os direitos à cesariana eletiva e à analgesia nem de longe
alcança a possibilidade de esclarecer gestantes e parturientes sobre tudo
o quanto importa para a tomada dessas decisões. Além disso, não houve
menção a outras iniciativas com um potencial de efetivamente viabilizar
o acesso a informações suficientes e adequadas sobre partos normais e
sobre cesáreas, como programas educativos para a população ou como
estratégias para a qualificação da assistência de profissionais da saúde.
Reforçando o discurso de exacerbação dos riscos do parto normal
e minimização dos atrelados à cirurgia cesariana, a Lei 17.137/2019
também sugere defender, em seu art. 2.º, o respeito à autonomia da
mulher que optar pelo parto normal. Contudo, condiciona o respeito
a essa escolha à apresentação, pela mulher, das condições clínicas para
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tanto. Condicionante essa que não há no art. 1.º, que trata do direito da
parturiente a escolher pela cesariana eletiva a partir da 39.ª semana de
gestação, como que pressupondo inexistirem condições clínicas que tor-
nem a cirurgia cesariana desaconselhável, como há para o parto normal.
Importa destacar, também, que em se tratando de violações da
autonomia corporal resultantes do impedimento de realizar inter-
venções desejadas (FEINBERG, 1986, p. 53), no caso específico da
negação de cesáreas e analgesia em partos normais às usuárias do
sistema público de saúde, as proposições de Janaína Paschoal não ata-
cam pontos centrais do problema. Como mencionado pela própria
deputada, já existem normativas determinando o atendimento dos
desejos das gestantes e das parturientes, mas elas não são aplicadas na
rede pública de atendimento.
Isso acontece por diversos motivos, dentre eles: o racismo por de-
trás do uso diferencial de anestesia (HOFFMAN et al., 2016, p. 4.296-
4.301 apud LEAL et al., 2017, p. 10); a orientação, pelos/as profissionais
da assistência, da fisiologia e da anatomia femininas a partir do padrão
de consumo das mulheres (DINIZ, 2001, p. 213); e as dificuldades de
operacionalização da analgesia no Sistema Único de Saúde (SUS), de-
correntes da escassez de verbas para o pagamento de anestesistas (DINIZ,
2001, p. 95-96). Então, diante dessas complexidades subjacentes à forma
de violação da autonomia corporal das gestantes e das parturientes em
comento, parece-nos muito claro que o reforço dos direitos à cesariana
eletiva e à analgesia no parto normal por meio de uma legislação esta-
dual não seria capaz de resolvê-las.
Por fim, ressaltamos a valia de problematizar a Lei 17.137/2019,
mas acreditamos também na importância de registrar um alerta. A crítica
a esse instrumento legal não pode ser incoerente com uma proposta de
respeito à autonomia das mulheres na atenção ao parto e ao nascimento.
Com isso, queremos dizer que mesmo que acreditemos na neces-
sidade de reduzir as taxas de cesáreas no Brasil, compreendemos que a
luta por essa mudança não pode trilhar o caminho da crítica às cesaria-
nas eletivas por si só. Tal caminho deve passar, sim, pelo fortalecimento
do dever de informação do/a médico para o consentimento válido da
paciente, principalmente ao logo do pré-natal, mas, também, durante o
parto, bem como pela melhoria da qualidade da assistência obstétrica aos
partos normais, reduzindo ou erradicando intervenções desnecessárias,
dolorosas, indesejadas, arriscadas e sobre as quais não haja evidências
de benefícios associados.
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