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O MINISTÉRIO DE

ACONSELHAMENTO
Seus Problemas e Soluções

Keli Arruda 1
SOUZA, Keli Cristina de Arruda. O Ministério de
Aconselhamento – Seus Problemas e
Soluções. E-book. 1ª Ed. Rio das Ostras/RJ,
publicação independente 2019.

2
GRATIDÃO

A Deus, meu Senhor,


que me capacitou para a realização deste
trabalho.

A Mesaque,
meu esposo e maior incentivador, por acreditar
na minha capacidade.

Aos meus filhos, Bheatriz, Miguel José e


Sarah,
por serem as pessoas mais incríveis que Deus
me deu.

A minha mãe, Eunice,


por ter sempre orgulho de mim, por qualquer
motivo.

Ao meu pastor, Alexandre Marques e sua


esposa, Denise Dias,
por serem conselheiros tão presentes em minha
vida.

3
“Jesus Cristo é certamente o melhor exemplo que

possuímos de um “maravilhoso conselheiro”, cuja

personalidade, conhecimento e habilidade

capacitaram-no eficazmente para assistir às

pessoas que precisavam de ajuda.”

(Gary R. Collins)

4
Este livro trata sobre O Ministério de
Aconselhamento – Seus Problemas e
Soluções, levando em consideração a realidade
atual, comparando a situação real com a
situação ideal dessa prática ministerial, tão
necessária nos dias de hoje.
Partindo do pressuposto que o
Aconselhamento é um Ministério, verificamos
que seu exercício, quando feito de forma hábil,
tem extrema importância para a vida saudável da
Igreja e até mesmo da sociedade na qual a Igreja
está inserida. Os textos bibliográficos utilizados
são de autores renomados e experientes e
versam sobre a eficácia do Aconselhamento
Cristão, quando bem realizado.

5
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................07

CAPÍTULO I: ........................................................ 11

ACONSELHAMENTO – DEFINIÇÕES E
RELEVÂNCIA 11

CAPÍTULO II: ....................................................... 29

MÉTODOS E MODALIDADES DE
ACONSELHAMENTO29

CAPÍTULO III: ...................................................... 38

A PESSOA DO CONSELHEIRO CRISTÃO – O


REAL E O IDEAL 38

FINALIZANDO ........ Erro! Indicador não definido.

BIBLIOGRAFIA.....................................................62

6
INTRODUÇÃO

Há crises financeiras, de identidade, na vida

sentimental e profissional. São um sem número de

razões pertinentes para se buscar um conselheiro.

Este é o século da dúvida, da

concretização de mudanças, da informação e da

aceleração. Acelera-se o período de gestação, os

anos da infância e o tempo de vida. Acelera-se, ou

seja, altera-se o ritmo, sobrecarrega-se o eixo de

sustentação do indivíduo: suas certezas, suas

crenças, seu tempo pessoal.

Com tantas mudanças sociais e internas, o

norteamento de um sujeito também é alterado;


7
pois precisa estabelecer novos caminhos, nova

forma de caminhar; fixar novos objetivos, muitas

vezes.

Já se vive, bastante, como versa a canção:

“caminhando contra o vento, sem lenço, sem

documento... eu vou...”. o “vento” muda de

direção a todo instante, impetuoso, tornando a

vida dinâmica e inconstante. E o indivíduo

tenta, ainda, manter-se equilibrado no

vendaval.

É nessa tentativa de viver com qualidade

que a pessoa vai buscar o aconselhamento,

tentando apropriar-se de como lidar com

determinadas situações de dúvida ou crise; de

dor ou desespero.

Na busca pelo aconselhamento,

8
encontra-se o conselheiro; que fará a mediação

entre o sujeito em conflito e a solução que ele

procura. Mas o que é, de fato, o aconselhamento?

Como ele acontece? Há técnicas apropriadas?

Seria uma forma de psicoterapia? A quem se

busca afinal? Quem é a pessoa realmente capaz,

pronta, para mostrar uma “luz no fim do túnel”?

Como alguém se torna apto a exercer uma função

tão importante, a cumprir uma missão tão nobre, e

ao mesmo tempo árdua? Qual seria o perfil ideal

de um aconselhador cristão, levando-se em conta

os aspectos social, intelectual, emocional e

espiritual? Qual é o perfil real dos aconselhadores

que temos encontrado no meio cristão? Quais são

as motivações de alguém que exerce o

aconselhamento?

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São muitos os questionamentos e dúvidas

acerca deste tema tão relevante nos dias de

hoje. Questões que necessitam ser elucidadas

com urgência; para um melhor desempenho da

função de conselheiro e melhor eficácia da

prática do aconselhamento cristão.

Este trabalho não tem a pretensão de ser a

última palavra em “como aconselhar

corretamente”, mas de propor uma discussão

reflexiva sobre o assunto, a fim de colaborar

para uma prática saudável desse Ministério tão

necessário hoje.

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CAPÍTULO I

ACONSELHAMENTO – DEFINIÇÕES E
RELEVÂNCIA

1.1 – Definições

Muito tem sido discutido e muito tem sido escrito

sobre Aconselhamento Cristão. Existem diversas

teorias sobre o que seja o aconselhamento,

propriamente dito; muitas ideias e “achismos”

vindos das teorias e inúmeras práticas nascidas do

que se acredita ser o certo, de acordo com o

pensamento de cada conselheiro.

Entretanto, alguns estudiosos sobre

o assunto, parecem ter chegado a uma conclusão

11
comum de qual deve ser a definição apropriada

para o tema.

Segundo Rollo May, o aconselhamento é:

... a prática de ajudar pelo conselho,

orientação, simpatia e encorajamento, tanto

informalmente (de amigo para amigo) quanto

profissionalmente (sacerdote para fiel, doutor

para paciente, professor para aluno)... o

aconselhamento é mais uma técnica ou arte do

que uma profissão e deve ser empregado como

parte de uma responsabilidade mais coerente

com profissões cujo objetivo principal são as

pessoas.(MAY, 1982, pp 13, 14).

Collins consegue dizer, em outras

palavras, o que Rollo May pensa:

12
O aconselhamento busca estimular o

desenvolvimento da personalidade; ajudar os

indivíduos a enfrentarem mais eficazmente os

problemas da vida, os conflitos íntimos e as

emoções prejudiciais; prover encorajamento e

orientação para aqueles que tenham perdido

alguém querido ou estejam sofrendo uma

decepção; e para assistir às pessoas cujo

padrão de vida lhes cause frustração

e infelicidade. (COLLINS, 1997, p12)

Já para Rubem Olinto:

O aconselhamento cristão busca levar o

indivíduo a uma relação pessoal com Jesus

Cristo, e o seu alvo é ajudar outros a se

tornarem, primeiramente, discípulos de Cristo

e, depois, discipular outros, num movimento

13
sequencial que transcende o tempo, as

culturas e o Universo. (OLINTO, 1993, p166)

De acordo com o Dicionário da Língua

Portuguesa, aconselhamento significa

“persuasão”.

Segundo o Dicionário de Psicologia

Prática, Aconselhamento é uma forma

e psicoterapia utilizada nos casos de

desajustamentos menos graves, tais como

preocupações e confusões resultantes, e

propor-lhe sugestões sobre a melhor maneira

de enfrentar seus problemas sem grandes

perturbações emocionais, de certas

desavenças conjugais, dificuldades no

trabalho, na escola e semelhantes. É uma

técnica de caráter geralmente mais diretivo que

as formas mais profundas de terapia. Ele tem

como objetivo ajudar a pessoa a descobrir as


14
fontes de suas dificuldades. (DICIONÁRIO DE

PSICOLOGIA PRÁTICA, p. 234).

Pelo o que diz esse dicionário, o

aconselhamento não consiste apenas em “dar

conselhos”. Por outro lado, aconselhamento

também não significaria simplesmente imbuir a

pessoa de confiança em si mesma.

Em seu livro A Árvore da Cura, Roger F.

Hurding faz o seguinte comentário sobre definir

aconselhamento:

“Parece-me que muitos dos conceitos

contidos na palavra-ônibus “aconselhamento”

são tão úteis na questão da ajuda mútua, que é

mais sábio fazer o possível para recuperar

alguma espécie de definição exequível. Isso é

preferível, acredito eu a sair em busca de novos

15
termos igualmente abertos a generalizações e

equívocos, tais como “pastorear”, com suas

conotações de cuidado de ovelhas dentro do

Corpo de Cristo, e o “ajuda às pessoas”, um

tanto canhestro e excessivamente vago.

Imediatamente após buscarmos uma definição

clara de aconselhamento, chegamos à questão

da relação entre aconselhamento e

psicoterapia.” (HURDING, 1995, p.31)

Há muitas outras definições,

posicionamentos e comentários a respeito delas

como, por exemplo, a posição de Ruth Scheeffer

em seus escritos, onde passeia pelas concepções

de Garrett, Carl Rogers, Mac Kinney, Robinson,

Tolberg, Erickson, entre muitos outros,

concordantes ou discordantes em suas opiniões

sobre o assunto.

16
Após verificar e estudar cada ideia e definição e

compreender que o termo caminha para uma certa

e constante evolução em seu sentido, chega-se, à

conclusão de que aconselhamento é mais do que

dizer a um sujeito em crise que há solução para

seu problema. É, também, fazê-lo sentir-se

acolhido e compreendido em sua dificuldade, de

forma a ter seu jugo emocional compartilhado e,

consequentemente, aliviado, possibilitando-lhe

erguer a vista além da altura que conseguia e

vislumbrar novos horizontes “apesar de”.

Na realidade, é possível perceber que os

teóricos a que se referiu Ruth Scheeffer, tinham

ideias bem pouco avançadas e

nada abrangentes, o que, certamente, dificulta o

esclarecimento mais concreto do termo, como

“uma ajuda a pessoas normais”; “uma relação

17
entre duas pessoas”; “entrevista” etc.

(SCHEEFFER, s.d., PP 12, 13, 14)

Hoje, poucos são os que divergem na

definição de aconselhamento e, quando o

fazem, geralmente algo importante é

acrescentado. Todos, unanimemente, o

compreendem como uma necessidade

evidente e urgente, e que não deve ser

encarada como uma profissão, mas como um

serviço bem prestado. Logo, um Ministério,

interpretando as palavras de Rollo May.(MAY,

1982, p 14).

Eis porque o ser humano é carente, como dito

no início deste capítulo, de um conhecimento mais

aprofundado e sólido do significado de

aconselhamento.

18
É possível trabalhar com um pouco mais de

facilidade algo de que já se tenha certo

conhecimento. E, já sendo conhecidas as

definições coerentes, ou não tão coerentes, vistas

pelos olhos dos diversos entendidos, deve ser este

o ponto de partida para o desenvolvimento do

assunto em voga. Não que seja fácil fazê-lo, mas

importante, haja conhecido o grande número de

situaçõesproblema causadas por maus

conselheiros em maus aconselhamentos.

1.2 - Aconselhamento e Psicoterapia

Segundo o professor Josias dos Santos Batista

Júnior, em seu artigo “Somos Conselheiros ou

Terapeutas?” há várias diferenças entre

“Psicoterapia” e “Aconselhamento”. Essas

diferenças são difíceis de serem estabelecidas pois


19
a linha que separa os dois é muito fina e é preciso

muita atenção para que se possa vê-la. E é

extremamente importante sabe diferenciar as duas

práticas a fim de evitar o exercício ilegal de uma

determinada função, além de ter a real certeza do

que se está fazendo com uma

pessoa aflita.

Para ele, o aconselhamento é um processo

baseado na aprendizagem, e ocorre em um

ambiente social simples entre o conselheiro e o

aconselhando. Este conselheiro, que deve ser

uma pessoa com habilidades e conhecimentos

psicológicos relevantes, mesmo que não um

profissional da área psicoterápica, exercerá o

aconselhamento através de métodos

apropriados a este fim.

20
O objetivo do conselheiro é que aquela pessoa

aflita, em conflito, se torne um membro mais feliz e

produtivo na sociedade. Assim, o foco central no

aconselhamento é ajudar a pessoa a alcançar seu

“potencial” ou “desenvolvimento máximo” e

funcionar plenamente como pessoa. O

aconselhamento visa ajustar a pessoa ao meio em

que está inserida.

A psicoterapia já seria o processo pelo qual

um terapeuta assiste/ajuda a “reorganizar” a

personalidade de uma pessoa. É como se fosse

um trabalho de “reconstrução” ou “reforma”

psicológica do sujeito, através de técnicas

próprias de cada método

psicoterapêutico.

Embora se faça essa diferenciação, nem todos

os terapeutas entendem que haja diferenças


21
entre aconselhamento e psicoterapia. Mas, elas

existem. O Professor Josias Júnior, comenta ainda

que Leona Tyler, por exemplo, afirmou que “para

se remover problemas psíquicos e mentais ou

livrar de limitações não é trabalho do

conselheiro, mas do terapeuta que visa

essencialmente a mudança ao invés de

realização

Uma das maiores distinções entre

aconselhamento e psicoterapia é o “foco”. No

aconselhamento, o conselheiro vai focar o “aqui e

agora” – situações da realidade.

O aconselhamento enfatiza o “normal”, ou

seja, aquela pessoa que não vem se queixar de

uma neurose, mas de um desajuste social, ainda

que isso venha a ser o sintoma de uma neurose. O

aconselhamento pode ser descrito como

22
“solucionador” de problemas contemporâneos,

sendo que a psicoterapia é mais “analisadora” de

problemas históricos. Assim, o aconselhamento é

sempre mais curto que a terapia. Mas há as

similaridades também. Os dois são similares

porque cada cliente traz consigo as vantagens,

habilidades, possibilidades e a força que precisará

para a terapia; ambos usam uma abordagem

eclética, fazendo uso de diferentes técnicas.

O aconselhamento e a psicoterapia chegam a

ser idênticos nos aspectos “essenciais”. A

“natureza do relacionamento”, que é considerado

básico, essencial. Tanto no aconselhamento como

na psicoterapia a necessidade de uma empatia

relacional é idêntica! A natureza de ambos é o

sentimento de “ajuda psicológica”.

23
1.3 - Relevância

A necessidade de um bom

aconselhamento, a uma grande parte das pessoas,

é clara e urgente, o que, com certeza, não é

diferente no meio cristão. Há crentes magoados, em

pecado, que não sabem lidar com suas crises

pessoais e emoções ou que não conseguem sair de

suas depressões, tornando o aconselhamento

eminentemente relevante; já que os problemas e

dificuldades humanas são constantes e

contemporâneos, e não fazem acepção de pessoas

ou faixas etárias. E vão desde a falta de estímulo

para prosseguir num propósito até uma

desorganização mental, passando por diversas

outras coisas. Tudo isso acaba por ser depositado,

com muita confiança e, por que não dizer, esperança

em pastores e líderes que não são capazes de


24
escapar da situação de aconselhar, mesmo que não

se sintam preparados para isso. Este é um problema

que já está inserido na rotina do dia a dia desses

Ministérios.

O que bem testifica, também, da importância do

aconselhamento, é o quanto já foi e continua sendo

dito sobre isso e como se tem buscado aprender

sobre ele. A própria Bíblia Sagrada faz relatos

claros de situações de aconselhamento pessoal:

no Antigo Testamento, Moisés foi aconselhado por

seu sogro e, a partir disso, conseguiu aconselhar

todo um povo; Jó, durante sua grande crise

pessoal, recebeu diversos conselhos, mesmo que

maus, foram conselhos em tempos de crise. No

Novo Testamento, Paulo realizava um trabalho

constante de aconselhamento às Igrejas e às

pessoas em geral, como solteiros, casados etc. (I

Co 7.9)
25
Uma senhora, crente em Cristo, foi certo dia ao

gabinete de seu pastor e contou-lhe algo que a

atormentava há muito tempo. Há anos atrás

cometera adultério e, por mais que pedisse perdão

a Deus, não se sentia perdoada; sua consciência a

incomodava tremendamente e seu esposo de nada

sabia sobre a situação. O que fazer? Qual deveria

ser sua atitude? Ela esperava que o Pastor

pudesse ajuda-la a se libertar do seu conflito...

Aquele líder espiritual foi colocado em

“cheque”. Mas não só ele, porque essas

situações são muito corriqueiras para um

conselheiro, o que não significa que sejam

simples de serem solucionadas.

O conselheiro precisa compreender a

importância da tarefa que realiza, para realiza-

la com competência, com coerência e bom

26
senso. Ele necessita preparar-se, não só

espiritualmente, mas também emocional e

intelectualmente para a função, porque o ser

humano não é somente um ser espiritual.

Portanto, muitas vezes somente a oração não

será suficiente para a resolução de um conflito.

1.4 - Bases históricas do aconselhamento

Roger Hurding, em seu livro A Árvore da Cura,

diz que nos Estados Unidos, a partir da década de

30 as publicações sobre a psicologia da religião

começaram a falar sobre o tema aconselhamento

e que essas confabulações a respeito do

aconselhamento prosseguiram até a década de 50.

(HURDING, 1995, p 251)

27
Mas bem antes disso, o aconselhamento já era

praticado. Os fatos bíblicos mencionados no item

anterior são também históricos o que deixa claro a

necessidade de o indivíduo ser orientado sobre as

questões cruciais da vida e a contemporaneidade

da prática. Há de se compreender então, que a

prática do aconselhamento foi instituída por Deus.

Quem sabe pode-se ponderar que o conselheiro

seja, ou deveria ser, a “boca do próprio Deus” entre

os homens.

28
CAPÍTULO 2

MÉTODOS E MODALIDADES DE
ACONSELHAMENTO

Segundo Catherine Tourette-Turgis, "o princípio

de coerência do aconselhamento reside

fundamentalmente no fato de que muitas situações da

vida são, elas mesmas, causas de sofrimentos

psicológicos e sociais, necessitando uma

conceitualização e que dispositivos de apoio sejam

colocados à disposição das pessoas que as vivem".

Há pelo menos três aspectos na “camada do

aconselhamento”: 1. Alívio do peso dos problemas

diante de um ouvinte compreensivo; 2. Vazão de

sentimentos num relacionamento de apoio; 3.

29
Discussão de problemas existentes com um

ajudador que não assuma a posição de juiz. Assim,

fica claro que a essência do aconselhamento

encerra a ideia de ajudar ao outro por meio de um

relacionamento de cuidado, somente. Pois entra aí

o interventor, autorizado pelo aconselhado a sê-lo.

Temos, portanto, dois elementos na função do

aconselhamento: 1. Ajudar o outro (ou outros); 2.

Um relacionamento (ou relacionamentos). E

relacionamento não é composto somente de

cuidados, paternalismo ou maternalismo. Vai bem

além.

Durante anos, os padres e religiosos deram

conselhos conforme as percepções da própria fé.

Entretanto, houve a necessidade, movida pela

situação real dos problemas da sociedade, de se

alargar esse caminho, de compreender a fé


30
diferente da sua e de perceber que nem todos os

problemas dos indivíduos, nem todas as raízes de

suas crises, estão ligadas à espiritualidade,

embora esta seja parte inerente a todo ser

humano.

2.1 – Métodos

Os métodos de aconselhamento têm sofrido,

durante a sua evolução, acentuadas

modificações nas suas técnicas, nos princípios

que os norteiam e na sua dinâmica. Alguns

métodos parecem ser mais eficazes do que

outros, entretanto, é necessário conhecê-los,

para julgá-los.

31
2.1.1 - AUTORITÁRIO

Os primeiros métodos se caracterizam pelo

elevado grau de autoritarismo. Consistiam em

repreender e ameaçar o aconselhado. Os

arquivos das primeiras clínicas de orientação

para pais e filhos, no começo do século XX,

revelam a maneira como era encarado o

aconselhamento psicológico. Ao lado do

histórico de um caso, por exemplo, está a

anotação: “pais repreendidos e aconselhados”.

Ordens e ameaças eram consideradas técnicas

eficientes para modificar o comportamento

humano. Hoje em dia este método está banido.

Sua ação seguia mais o sentido de reprimir do

que modificar.

32
2.1.2 - EXORTATIVO

Obtenção de um termo de compromisso ou

promessa formal. O conselheiro se empenha em

fazer o aconselhado agir de acordo com aquilo que

acha ser melhor para ele. Trabalha com este

objetivo, até conseguir a promessa: deixar de

beber, de jogar, de bater na esposa etc. Este

método causa sentimentos de culpa muitas vezes,

já que, geralmente, a promessa não pode ser

cumprida devido a situações internas que fogem

do domínio do conselheiro e do aconselhado.

2.1.3 - SUGESTIVO

Baseia-se no emprego de técnicas

sugestivas. Procura-se provocar uma

modificação no procedimento do indivíduo,


33
sugestionando-o com o progresso obtido.

Usase o tipo encorajamento: “você está mais

calmo, mais corajoso” etc.

Este método nem sempre consegue os objetivos

desejados e acontecem certas surpresas; porque

a sugestão dada, muitas vezes, não é

compreendida ou porque não atua no sentido em

que deseja. Consiste na repressão do problema.

Através do encorajamento e suporte, o indivíduo se

convence que a problemática não existe.

2.1.4 - DIRETIVO

É o método onde o conselheiro direciona o

aconselhamento. É ele quem seleciona os tópicos

a serem discutidos, define os

problemas, descobre as causas e sugere soluções

34
ou planos de ação. Aqui, a

responsabilidade maior cabe ao conselheiro, já

que toma para si a direção do momento. Este tipo

de aconselhamento é muito perigoso, pois exime o

aconselhado da responsabilidade de chegar à

conclusão, ele mesmo, do que é melhor para si.

2.1.5 - ECLÉTICO

Caracteriza-se pela aplicação de

conceitos e técnicas pertencentes aos

diversos métodos. Consiste no aproveitamento

das técnicas consideradas pelo conselheiro

como mais satisfatórias e eficientes para a

situação apresentada pelo aconselhado, de

acordo com a natureza do problema.

35
2.1.6 - NÃO DIRETIVO

É o método praticamente oposto ao diretivo.

Apresenta as seguintes características:

a maior responsabilidade da direção do

aconselhamento cabe ao aconselhado; visa a

pessoa mais do que o problema apresentado;

proporciona a oportunidade de um

amadurecimento pessoal; dá-se maior ênfase ao

conteúdo emocional, ou seja, ao resultado do

conflito, para que o sujeito o resolva a partir da

compreensão dele.

2.2 – Modalidades

Há pelo menos três modalidades de

aconselhamento: Familiar, casal e individual.

36
Nestas modalidades de aconselhamento, há três

categorias:

1. Os casos cujos problemas podem ser

solucionados mediante aconselhamento.

2. Casos que devem ser encaminhados para

psicoterapia ou outro tipo de tratamento.

3. Casos que não são passivos de serem ajudados,

num primeiro momento, mediante

aconselhamento, ou terapia, pois necessitam de

remoção do ambiente familiar. Por exemplo, a

dependência química.

Seja lá qual for o método utilizado, deve sempre

ser levada em conta a história de vida do

aconselhado, pois ninguém nasce, por exemplo,

com 20 anos de idade. E tudo o que o sujeito

vivencia ajuda na construção dos desejos e até

mesmo dos traumas e situações de conflito.

37
CAPÍTULO 3

A PESSOA DO CONSELHEIRO CRISTÃO


– O REAL E O IDEAL

Há características imprescindíveis à

pessoa do aconselhador. São aspectos que

garantem o sucesso do “trabalho”.

Há todo um mecanismo que propicia um bom

ambiente para o aconselhado. Necessário é, dizer

que muitos aconselhamentos têm fracassado; e

em muitas vezes porque é visto como um momento

de colocar em prática idéias e teorias próprias

sobre a solução para os problemas do ser humano,

sem qualquer embasamento teórico para tal.

Transformando um aflito em um paciente mal

38
assistido. E sem, muitas vezes, ter sequer a

capacitação técnica para tanto.

Aconselhar é auxiliar alguém a voltar para o

caminho, de forma que não haja dependência de

nenhuma das partes envolvidas no

aconselhamento, tampouco deve haver

manipulação e controle sobre a vida do outro.

Muito se tem falado a respeito das características

necessárias para exercer com sucesso,

adequação e suficiência o aconselhamento. Deve

ser capacitado. É este o verdadeiro xis da questão.

Há de se adquirir preparo para essa tarefa.

Quando se pensa em um conselheiro, busca-se

alguém como sendo um centro de referência

pessoal. Daí a necessidade de que este

39
conselheiro tenha um perfil adequado para o

exercício da tarefa.

Há pelo menos dois perfis que merecem

ser analisados e discutidos.

3.1 – O Conselheiro Autossuficiente

Conselheiros autossuficientes, inclusive os

de grande fundamentação teológica,

presumem que seu único propósito no

aconselhamento é informar e corrigir, nunca

escutar, ou escutar o mínimo. Detém todas as

respostas aos problemas humanos e não acha

ser necessário preparar-se teoricamente,

buscar conhecimentos e técnicas para

melhorar seu desempenho, e nem

espiritualmente, porque seu desempenho não

falha. Algo está, de fato, fora do contexto.

40
Por algum motivo, a gama de

conhecimentos teológicos desse tipo de

conselheiro não baseia a profundidade espiritual

que, em muitos casos, não existe, e sequer

norteiam o relacionamento conselheiro -

aconselhado. Só resta às pessoas, portanto,

viverem suas vidas em confusão, questionando

se as perguntas que as fazem ficar acordadas

durante a noite, realmente têm respostas. Muitos

desses conselheiros estão com as mesmas

dificuldades dos crentes comuns, não envolvidos

com o ministério do aconselhamento:

pouca ajuda buscam no saber psicológico, tão

importante e na Bíblia, onde deveriam basear

seus conceitos e vida. Preocupam-se em fazer

notável o seu próprio saber, desprezando, para

tanto, a necessidade urgente de quem lhes busca

41
os conselhos. Em decorrência de todo este

problema que ora urge, há frustrações,

decepções e descrenças, prejudiciais a todos.

Questiona-se o bem feito por tudo isso, se

existir o bem nisso.

3.2 – O Conselheiro Capaz

Há, entretanto, uma classe séria, voltada para

um Ministério rebuscado e profundo de

aconselhamento.

O conselheiro precisa ter parâmetros, precisa

moldar-se para atingir o perfil sadio. Segundo Ruth

Scheeffer, um conselheiro capacitado é fruto de

um bom senso apurado. Contudo, não é possível

pensar em um conselheiro capaz sem delimitar

seus aspectos básicos fundamentais.

42
3.2.1 – Aspectos Psicológicos

Um bom ajustamento é evidente condição

necessária para o exercício do aconselhamento, já

que a possibilidade de pessoas desajustadas

projetarem os seus conflitos no conselheiro é bem

certa, principalmente em se tratando de

aconselhamento diretivo. E este ajustamento

envolve ainda outros critérios: o conselheiro

precisa ter um profundo autoconhecimento e uma

autoestima bem trabalhada. É importantíssimo que

tenha seus problemas emocionais resolvidos e

uma psiquê saudável. Além de ser consciente de

que também é um ser humano, passível de erros e

sujeito a problemas e, portanto, pode ele mesmo,

vir a precisar de algum tipo de acompanhamento

psicológico ou aconselhamento cristão. Isto é boa

maturidade emocional, boa saúde psíquica. A


43
paciência, bem como um senso de humor

comedido também faz parte e, em muitos casos, é

o senso de humor do conselheiro que possibilita ao

aconselhado sentir-se à vontade para derramar

seu coração.

3.2.2 – Aspectos Intelectuais

Deve estar muito bem atualizado e familiarizado

com as conclusões das teorias e pesquisas

psicológicas a fim de ajudar o aconselhado da

maneira mais completa possível, sabendo que as

leis psicológicas são verdadeiras e que é

necessário sintetizar todas as informações a

respeito do caso, a fim de interferir com

adequação. Bom senso também é imprescindível,

assim como reconhecer seu limite enquanto

conselheiro e saber-se coadjuvante no processo.


44
Importante ainda ter uma percepção real de

situações de risco, principalmente na área sexual.

Precisa ter conhecimento o bastante para

compreender quando deve, por exemplo, sugerir a

um aconselhado que procure um profissional

específico, como o psicoterapeuta. Suas leituras e

experiências devem ter lhe proporcionado

conhecimento de que certas situações e condições

são sintomáticas de determinados problemas

atuais ou potenciais. Deve adquirir o hábito de

perceber além da “superfície” dos fatos

apresentados. Ter conhecimento da etiologia e

dinâmica do comportamento humano e dos

desajustamentos psicológicos, educacionais e

morais

45
3.2.3 – Aspectos Espirituais

“Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como

obreiro que não tem de que se envergonhar, que

maneja bem a Palavra da Verdade.” Este texto

apresenta características espirituais muito claras

de um obreiro, ou seja, de quem faz a obra, de um

ministro.

Primeira, o texto diz que um obreiro deve buscar e

ter um relacionamento pessoal com Deus

(“Procura apresentar-te a Deus”). Só quem tem ou

busca ter um relacionamento pessoal com o

Senhor, tem condições de colocar-se diante dEle.

Segunda, deve ser aprovado por Deus. Terceira,

deve amar a Deus e a sua obra. Não se sente

vergonha de quem se ama. Quarta, deve viver a

própria vida com zelo, verdade, idoneidade, para


46
não se sentir envergonhado de si mesmo e

deve conhecer muito bem a Palavra de Deus e

fazer uso dela para a própria vida.

Percebemos que o poder curador

indispensável no dom terapêutico é o amor. E

nisto, é provável que o cristão cheio do Espírito e

frutífero seja dotado de uma autenticidade oriunda

da bondade e da fidelidade, de uma receptividade

com distanciamento incentivada pela benignidade,

pela mansidão e pelo domínio próprio e de uma

empatia apurada sustentada pela longanimidade,

sendo tudo isso reforçado pela paz e pela alegria,

e motivado pelo amor (Gl 5.22,23). O conselheiro

precisa ser capaz para que o aconselhamento seja

eficiente.

Um conselheiro cristão, portanto, não é

“qualquer um”, mas é alguém chamado para este


47
fim, consciente de sua chamada e obediente a

quem o chamou.

3.2.4 – Aspectos Sociais

O conselheiro cristão, como qualquer outra

pessoa, é um ser social também e precisa ter

algumas características sociais próprias para o

desenvolvimento de seu papel. São elas que vão

colaborar na parte prática do aconselhamento:

Autenticidade. Interesse em lidar e trabalhar

diretamente com pessoas; ética; responsabilidade;

não extremamente retraído; postura e até mesmo

bom gosto na vestimenta. O conselheiro precisa

ser suficientemente seguro em sua personalidade,

a fim de suportar as tempestades em potencial,

resultantes de ajudar alguém em dificuldades.


48
Precisa ser o que é e saber quem é. Receptividade

sem preconceitos. É a consideração positiva

incondicional por parte do conselheiro. O auxiliador

precisa expressar esta consideração verbalmente,

facialmente, visualmente, etc., para que o paciente

perceba sua autenticidade. Às vezes, a pessoa em

dificuldades, está necessitando

desesperadamente de alguém que se importe, e

essa receptividade pode ajudar a preparar o

terreno do aconselhamento proveitoso. Para que

isto ocorra, o conselheiro precisa estar à vontade

no mundo dos sentimentos e emoções, tanto seus

quanto de seu aconselhado. O auxiliador precisa

compreender até mesmo suas próprias reações

diante da pessoa ajudada. Essa compreensão

evita que o conselheiro seja pego desprevenido.

Empatia Apurada. A palavra “empatia” deriva dos

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termos gregos “sofrimento (ou sentimento) com (ou

dentro de)”. Então, empatia é a capacidade de

alguém projetar sua personalidade no objeto de

contemplação e, desse modo, compreendê-lo

totalmente. A palavra-chave nesta situação é

compreensão. Neste sentido, o aconselhamento

implica compreender o aconselhado instante após

instante. A sexualidade do conselheiro também é

um ponto importante. Precisa ser bem

compreendida pelo próprio conselheiro e ser sadia.

A boa e a má terapia dependem muitíssimo da

personalidade do conselheiro, não importando

quais sejam os graus e diplomas conquistados, os

cursos feitos ou os cargos ocupados.

50
3.3 – A Motivação do Conselheiro

Alguns conselheiros o são simplesmente

por “status”, já que, para muitos, é uma função

fascinante, embora árdua. Outros, como muitos

pastores e líderes religiosos foram

praticamente obrigados a desempenhar essa

função.

Na verdade, quase nunca é fácil analisar e

avaliar os motivos. Mas um desejo sincero de

ajudar as pessoas a se desenvolverem é uma

razão válida para tornar-se um conselheiro. Mas há

outras razões que motivam os conselheiros e

interferem na eficácia e eficiência de seu

aconselhamento:

51
3.3.1 – CURIOSIDADE

Necessidade de informação. Quando o

conselheiro é curioso, ele algumas vezes esquece

o aconselhado, pressionando-o para obter mais

detalhes e com frequência não consegue manter

segredo.

3.3.2 – NECESSIDADE DE
MANTER RELAÇÕES

Todos precisam de aproximação e contatos

íntimos com pelo menos duas a três pessoas. E

muitas vezes o conselheiro faz de seus

aconselhados seu único grupo de relacionamento.

52
3.3.3 – NECESSIDADE DE

PODER

O conselheiro autoritário gosta de “endireitar” os

outros, dar os melhores conselhos (do seu ponto

de vista) e desempenhar o papel de solucionador

de problemas. A maioria das pessoas irá,

eventualmente, opor resistência ao conselheiro

autoritário.

3.3.4 – NECESSIDADE DE

SOCORRER

O conselheiro deste tipo tira a responsabilidade

do aconselhado ao demonstrar uma atitude que diz

claramente: “você não é capaz de resolver isso,

deixe tudo comigo.”. Quando a técnica do socorro

falha, esse conselheiro sente-se culpado e

53
inadequado e muitas vezes até desiste da tarefa de

aconselhar.

3.4 – A Vulnerabilidade do Conselheiro

São pelo menos duas as principais maneiras de

as pessoas frustrarem o conselheiro e

aumentarem sua vulnerabilidade:

3.4.1 – Manipulação

Algumas pessoas são mestras em impor a

sua vontade, controlando outros. Os

conselheiros manipulados, geralmente têm pouca

utilidade. Os aconselhados que

manipulam fazem isso não só com o

conselheiro, mas em todas as áreas de sua vida.

Cabe ao conselheiro a não permissão desta


54
atitude. É sábio perguntar-se constantemente:

“Estou sendo manipulado de alguma forma? O que

este aconselhado realmente deseja?”

3.4.2 – Resistência

A resistência é uma força poderosa que

quase sempre exige acompanhamento

profissional especializado. Quando o

aconselhado começa a ser trabalhado, as defesas

psicológicas dele sentem-se ameaçadas e isso

leva à ansiedade, à ira e a uma atitude de não

colaboração. Isso, muitas vezes, é inconsciente. É

preciso permitir que o aconselhado saiba que é o

responsável pelo resultado final do processo, seja

lá qual for.

55
3.5 – A Ética do Conselheiro

A relação que existe entre aconselhado e

conselheiro é sui-generis e envolve aspectos sutis

e delicados. Na situação de

aconselhamento são fornecidas informações

confidenciais ao conselheiro e, em muitos casos,

altamente sigilosas, que envolvem não somente a

pessoa aconselhada mas a outros que com ele

estão relacionados. No aconselhamento,

sentimentos e vivências íntimos são desnudados e

compartilhados com o conselheiro. É necessário

elevado senso de responsabilidade, discrição,

capacidade de discernimento e mesmo uma

atitude de humildade para lidar com esse material

de caráter privativo e sigiloso, de maneira a

corresponder à confiança depositada.

O conselheiro é responsável
56
primeiramente perante seu aconselhado e, em

última instância, perante a sociedade. Deve, em

todas as situações respeitar a integridade e

proteger o bem estar do seu aconselhado. Para

comunicar uma informação qualquer sobre o

aconselhado, o conselheiro deve ter sua

autorização (por escrito, de preferência), mesmo

que seja para pais, médicos etc.

Ele deve guardar sigilo das confidências, sob o

peso de ser penalizado judicialmente, inclusive.

O conselheiro deve encaminhar seu

aconselhado ao especialista adequado quando

verifica que as dificuldades por ele

apresentadas estiverem fora de sua

competência, não devendo oferecer serviços

estranhos a sua formação e experiência.

57
As sessões de aconselhamento não devem ser

gravadas. Mesmo porque seu material deve ser

mantido em sigilo absoluto e a forma de fazer isso

deve ser informada ao aconselhado. Caso o

conselheiro queira utilizar o material fornecido pelo

aconselhado em aulas ou publicações só poderá

fazê-lo com permissão ou quando sua identidade

não puder ser absolutamente reconhecida.

O conselheiro deve respeitar os valores de vida

de seu aconselhado, mesmo que eles firam os

seus. Deve despir-se de qualquer forma de

preconceito, pois não deve, de forma alguma,

influenciá-lo para que passe a pensar como o

conselheiro. Deve lembrar-se de que nem sempre

o aconselhado será, por exemplo, da mesma

religião que o que aconselha.

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O aconselhamento tem sua ética própria. O

exercício da ética na função de conselheiro auxilia

no exercício funcional da tarefa.

Há realmente um padrão a ser seguido para o

bom desempenho desse Ministério; e Gary Collins

em seu livro Aconselhamento Cristão, deixa claro

qual é o modelo quando diz que: “Jesus Cristo é

certamente o melhor exemplo que possuímos de um

“maravilhoso conselheiro”, cuja personalidade,

conhecimento e habilidade capacitaram-no

eficazmente para assistir às pessoas que precisavam

de ajuda.”

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FINALIZANDO...

Tudo o que foi dito até aqui não conclui de fato

o que se tem a dizer sobre os problemas e as

soluções do Ministério de Aconselhamento Cristão;

não encerra qualquer discussão sobre o tema.

Apenas fomenta ideias e questionamentos sobre

este assunto absolutamente inesgotável.

Ter a oportunidade de propor estas questões

privilegia e amadurece o saber teológico e suas

inserções nos diversos campos e demais saberes.

E é impossível que haja um crescimento sem haver

quebra de conceitos e paradigmas. A

aprendizagem se faz assim: percebe-se o quanto

se deveria compreender diante do pouco que

compreende. O caminho percorrido foi o dos

autores que compartilham da ideia de o

60
aconselhamento ir bem mais além do que

simplesmente dar conselhos baseados nas

próprias teorias, nos “achismos” pessoais. Mas é

cumprir a tarefa buscando capacitação constante,

divina e humana.

Ao final deste texto, compreendo a

importância dele, bem como a necessidade de

aprofundar, e muito, os estudos na área

abordada.

Há muito ainda o que aprimorar na arte

ministerial do Aconselhamento Cristão.

Estudos precisam continuar sendo feitos e o

tema constantemente pensado e discutido por

quem deseja desenvolver este Ministério a

contento de Deus.

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BIBLIOGRAFIA

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Odayr Olivetti. 7ª Ed. São Paulo:
Fiel, 1993. 267 p.

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Antigo e Novo Testamento.
Traduzida em português por João
Ferreira de Almeida. 2ª Ed. rev. e atual. no
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Somos Conselheiros ou Terapeutas? [S.I.: s.n.].
Disponível em
http://www.bibliaworldnetutil.locaweb.com.br/bi
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7. MAY, Rollo. A Arte do Aconselhamento
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Tempo. Rio de Janeiro: Vinde, 1993.
221 p.

9. SCHEEFFER, Ruth. Aconselhamento


Psicológico. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, s.d.
211 p.

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