Você está na página 1de 83

1ª edição

Fundamentos da Ciência da
Informação e Biblioteconomia

Déborah Ambinder

1
DIREÇÃO SUPERIOR
Chanceler Joaquim de Oliveira
Reitora Marlene Salgado de Oliveira
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves

DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA


Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva

FICHA TÉCNICA
Texto: Déborah Ambinder
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes & Christina Corrêa da Fonseca
Projeto Gráfico e Editoração: Andreza Nacif, Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos.
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos

COORDENAÇÃO GERAL:
Departamento de Ensino a Distância
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói

Bibliotecária: ELIZABETH FRANCO MARTINS – CRB 7/4990

Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se responsabilizando a ASOEC
pelo conteúdo do texto formulado.
© Departamento de Ensino a Distância - Universidade Salgado de Oliveira
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma
forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura,
mantenedora da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).

2
Palavra da Reitora

Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo,


exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO Virtual, que reúne os diferentes
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido
segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas
mundialmente.

São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa


modalidade de ensino é sanada as dificuldades de tempo e espaço presentes nos
dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e
gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável
pela própria aprendizagem.

O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que


permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo o
momento, ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de
nossa plataforma.

Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores


especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos.

A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a


distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização,
graduação ou pós-graduação.

Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando


as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona.

Seja bem-vindo à UNIVERSO Virtual!

Professora Marlene Salgado de Oliveira

Reitora.

3
4
Sumário

Apresentação da disciplina

Plano da disciplina

Unidade 1 – Fundamentação teórica da disciplina: Conceitos básicos.

Unidade 2 – A tríade Biblioteconomia, Documentação, e Ciência da Informação.

Unidade 3 – O Bibliotecário e seu papel na sociedade

Unidade 4 – Bibliotecas: Tipos de Bibliotecas ou Unidades de Informação.

Unidade 5 – Produção e uso da informação

Unidade 6 – Novos paradigmas

Considerações finais

Conhecendo a autora

Referências

Anexos

5
Apresentação da Disciplina

Prezado aluno,

Seja bem-vindo à disciplina de Fundamentos da Ciência da Informação e


Biblioteconomia.

O Livro de Estudo da disciplina traz, além dos conceitos básicos fundamentais


para entendimento do contexto sócio histórico da Biblioteconomia, Documentação
e Ciência da Informação, os aporte teóricos e a ambiência ocupacional nos quais os
profissionais exercem seus papéis e desenvolvem suas competências apoiando o
ensino, a pesquisa e a extensão.

Somados aos aspectos já citados anteriormente, a disciplina pretende também,


responder questões como: O que é informação? Qual a diferença entre dado e
informação? Qual a diferença entre conhecimento e informação? A definição e a
compreensão clara desses conceitos irão possibilitar maior aproveitamento do
conteúdo proposto e servirá de motivação e incentivo para seu aprendizado.

A compreensão da amplitude e da relevância dos aspectos que abrangem os


primórdios da Biblioteconomia, Documentação, Ciência da Informação,
Bibliotecário e as próprias Bibliotecas na produção e uso da informação é o ponto de
partida para um futuro Bibliotecário e/ou profissional da informação.

Vamos juntos percorrer esse caminho até os dias de hoje, buscando identificar
novos paradigmas e desafios frente às tecnologias que se apresentam
principalmente nas áreas de informação e geração de conhecimento.

Conto com você! Sucesso e bons estudos!

6
Plano da Disciplina

OBJETIVOS GERAIS
A disciplina de caráter introdutório busca proporcionar ao aluno a obtenção de
conhecimentos sobre o contexto sócio-histórico, epistemológico e interdisciplinar da
Biblioteconomia e Ciência da Informação, bem como oportunizar o desenvolvimento
de competências e aptidões para sua formação e atuação profissional.

CONTEÚDO PROGRÁMÁTICO

UNIDADE I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA DISCIPLINA: CONCEITOS BÁSICOS

1.1 Dado
1.2 Informação
1.3 Conhecimento
1.4 Competência
1.5 Documento
1.6 Biblioteca
1.7 Documentação
1.8 Biblioteconomia
1.9 Ciência da Informação

UNIDADE II: A TRÍADE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO, E CIÊNCIA DA


INFORMAÇÃO.

2.1 Panorama histórico da Biblioteconomia


2.2 Panorama histórico da Documentação
2.3 Panorama histórico da Ciência da Informação
2.4 Aspectos interdisciplinares

1
UNIDADE III: O BIBLIOTECARIO E SEU PAPEL NA SOCIEDADE

3.1 Atuação profissional: Formação, atitudes e desenvolvimento de competências


3.2 Legislação Profissional
3.3 Código de Ética
3.4 Responsabilidade social
7
UNIDADE IV: BIBLIOTECAS: TIPOS DE BIBLIOTECAS OU UNIDADES DE INFORMAÇÃO
4.1 Biblioteca Pública
4.2 Biblioteca Especializada
4.3 Biblioteca Universitária
4.4 Biblioteca Escolar
4.5 Biblioteca Infantil
4.6 Biblioteca Pessoal ou Particular
4.7 Biblioteca Híbrida
4.8 Biblioteca Eletrônica
4.9 Biblioteca Digital
4.10 Biblioteca Virtual

UNIDADE V: PRODUÇÃO E USO DA INFORMAÇÃO


5.1 A velocidade do conhecimento
5.2 O ciclo da Informação
5.3 A Comunicação científica
5.4 O Livre Acesso à Informação

UNIDADE VI: NOVOS PARADIGMAS

6.1 O Bibliotecário do Séc. XXI.


6.2 Os desafios da Era da Informação
6.3 Novas tendências e exigências tecnológicas
6.4 Tecnologias de Informação

8
UNIDADE 1: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA DISCIPLINA:
CONCEITOS BÁSICOS

Nesta primeira unidade, iremos trabalhar com conceitos básicos relativos à


Dado; Informação; Conhecimento; Competência; Documento; Biblioteca;
Documentação; Biblioteconomia e Ciência da Informação.

Objetivos:
Proporcionar o entendimento dos conceitos que vão fundamentar e nortear a
disciplina como um todo.

Plano da unidade:
 Dado
 Informação
 Conhecimento
 Competência
 Documento
 Biblioteca
 Documentação
 Biblioteconomia
 Ciência da Informação

Bem vindo à primeira Unidade.

Bons estudos!

Déborah Ambinder

9
Conceito de Dados

Os conceitos Dados, Informação e Conhecimento se constituem elementos básicos


no processo de comunicação e tomada de decisões, por isso sua compreensão é
fundamental.

O que são Dados?

Dados são observações documentadas ou resultados da medição. A disponibilidade


dos dados oferece oportunidades para a obtenção de informações. Os dados podem
ser obtidos pela percepção através dos sentidos (observação) ou pela execução de
um processo de medição (PREZI, 2014).

Importante!
Os dados constituem-se como a matéria prima da informação.
(DAVENPORT, 1998)

É uma forma de representação composta de informação codificada, que permite


colocá-las sob o processamento eletrônico (LE COADIC, 2004).

Descrições de coisas, eventos e atividades os quais sozinhos não conseguem se unir


e representar algum significado (TURBAN, 2003).

Figura 1: Cadeia de Evolução dos dados.


Fonte: www.devmedia.com.br

10
Conceito de Informação

O que é Informação?

A informação é um bem público e o acesso a ela é um direito de todo ser humano.


Informação e Conhecimento se constituem como recursos imprescindíveis para o
desenvolvimento social, político e econômico de qualquer país.

Sendo assim, podemos afirmar que o progresso de uma sociedade está relacionado
com o acesso que ela possui as informações.

O conceito de informação como usado na linguagem cotidiana, no sentido de


conhecimento comunicado, tem um importante papel na sociedade contemporânea
Capurro e Hjorland (2007).

Para Machlup (1983), a informação é um fenômeno humano. Envolve indivíduos


transmitindo e recebendo mensagens no contexto de suas ações possíveis.

Importante!
A informação é a matéria prima para obtenção do conhecimento.
(MALHOTRA, 1993)

“Informação é um conjunto de fatos (dados) organizados de modo a fazer sentido


para o destinatário”. (TURBAN, 2003).

A informação é um conjunto organizado de dados, que constitui uma mensagem


sobre um determinado fenômeno ou evento. A informação permite resolver
problemas e tomar decisões, tendo em conta que o seu uso racional é a base do
conhecimento. (PREZI, 2014).

Figura 2: Informação
Fonte: http://bsf.org.br/

11
No ambiente cientifico, a informação é considerada um conceito interdisciplinar.
Para Capurro e Hjorland (2007), quase todas as disciplinas científicas usam o
conceito de informação dentro de seu próprio contexto e especificidades.
Muitos autores buscam esclarecer o conceito informação, seu fluxo e sua
distribuição.
Na Ciência da Informação, Buckland (1991, p.352) subdivide a informação em três
grupos:
1.”Informação-como-processo”- Referem-se às mudanças
ocorridas através do ato de informar;
2.“Informação-como-conhecimento” - Relacionam-se ao
aspecto do conhecimento comunicado;
3.”Informação-como-coisa - Referem-se a tudo que é visto
como informativo: objetos, dados, documentos, textos ou
eventos. A representação física da informação para fins de
compreensão e manipulação.

Para Barreto (2008), o lugar em que a informação se faz conhecimento, é na


consciência do receptor que por sua vez precisa ter condições para aceitar esta
informação e a interiorizar.

De acordo com Capurro (2003), não existe uma definição sucinta e única do que é
informação, todavia destaca características essenciais para seu entendimento:

1. Necessidade de interpretação da informação (hermenêutica);


2. Necessidade de contextualização para permitir a interpretação da
informação;
3. Informação vista como um conceito interdisciplinar; com significado e
interesses diferentes.

Importante!
A noção básica comum para todos os conceitos de informação é a noção da
mudança intencional da estrutura mental do indivíduo.

Belkim e Robertson (1976, p.198), ao afirmarem que “informação é aquilo que é


capaz de alterar uma estrutura” situam que a transferência da informação somente
acontece efetivamente, a partir de uma fonte geradora (o emissor) para uma
receptora (o usuário), ou seja, quando se estabelece uma comunicação.

12
Conceito de Conhecimento

O que é Conhecimento?
Conhecimento é uma abstração interior, pessoal, de alguma coisa que foi
experimentada por alguém [...]. Requer uma vivência do objeto do conhecimento
(SELTZER, 1999).

Segundo Nonaka; Takeuchi (1997) a criação do conhecimento consiste na dinâmica


das atividades proporcionada pela interação entre elos humanos, documentos,
treinamentos, reuniões e decisões que, essencialmente, constitui o processo sob o
qual a Organização retém, utiliza e repassa o conhecimento.

Importante!

O conhecimento se baseia em dados e informações, mas está sempre ligado as


pessoas (VALLS, 2008).

A construção do conhecimento é um processo intrínseco, individual. Duas pessoas


podem produzir conhecimentos diferentes a partir da mesma informação (objeto). A
maneira como cada um vê e/ou absorve a informação, ou seja, a relação do
indivíduo com o objeto – é que determinará o conhecimento a ser
construído.(VALLS, 2008).

Para Hjorland (1997), o conhecimento é visto como resultado da interação do sujeito


com o meio, como estrutura criada culturalmente e como produto histórico da
atividade humana ligada a pratica social.

Figura 3: Conhecimento
Fonte: http://www.sbgc.org.br/

13
Depois de compreender os conceitos (Dados, Informação e Conhecimento),
podemos destacar que os dados por si só não representam o conhecimento, e sim o
início do processo para sua obtenção.

O principal desafio é transformar dados em informação e informação em


conhecimento, minimizando as interferências individuais nesse processo de
transformação (ANGELONI, 2003).

Dados, Informação e Conhecimento.

Dados Informação Conhecimento


Simples observações Dados dotados de Informação valiosa da
sobre o estado do relevância e propósito. mente humana.
mundo.
Facilmente estruturado. Requer unidade de Inclui reflexão, síntese e
análise. contexto
Exige consenso em De difícil estruturação,
Facilmente obtido por relação ao significado. transferência e captura
máquina. em máquinas.
Frequentemente Exige necessariamente a Frequentemente tácito
quantificado. mediação humana.
Facilmente transferível.

FONTE: Davenport; Prusak, 1998, p.1

“Numa economia, onde a única certeza é a incerteza, apenas o conhecimento, é a


fonte segura de vantagem competitiva” (NONAKA, 2000, p. 28). Incluídas neste
processo, as bibliotecas são espaços absolutamente apropriados à promoção,
partilha e construção do conhecimento. É seu compromisso, disponibilizar recursos
que possibilitem a descoberta, uso e apresentação de informações de forma cada
vez mais eficaz.

Observa-se que a Gestão do Conhecimento - GC se apresenta como uma


necessidade da sociedade atual e, esta pode ser identificada nos espaços de
conhecimento contemporâneos envolvendo identificação, captura, gerenciamento,
compartilhamento, reuso de dados, informações e conhecimento de uma
organização.

De acordo com Valls (2008), para trabalhar com a Gestão do Conhecimento, uma
Organização precisa capturar, armazenar, recuperar e distribuir ativos tangíveis de
conhecimento, tais como patentes, produção técnica, e-mails, relatórios,
documentos arquivísticos e outros. Para Fiates (2001) além dos ativos de
conhecimento, a Organização precisa também da gestão dos processos que atuam

14
sobre esses ativos (desenvolvimento, preservação, utilização e compartilhamento do
conhecimento). Tudo com o intuito de atingir os objetivos da organização.

15
Importante!

Gestão do Conhecimento é o “Processo sistemático de procura, seleção,


organização, análise e disponibilização da informação, de modo que se possibilite
aos trabalhadores de uma Organização a compreensão necessária e suficiente
numa área de interesse específico”. (KNOWLEDGE MANAGEMENT GLOSSARY)

A Gestão do Conhecimento em Bibliotecas propõe organizar e prover acesso a


recursos intangíveis auxiliando os bibliotecários a desenvolver suas funções de
maneira eficiente e efetiva.

De que maneira?

 Mantendo o conhecimento sempre acessível;


 Apoiando as atividades que ampliem os processos operacionais, táticos e
estratégicos, integrando a Organização em relação às suas práticas;
 Impulsionando a reutilização do conhecimento e a interação humana;
 Fomentando o ambiente de aprendizagem.

Figura 3: Gestão do Conhecimento


Fonte: http://clickinfoway.wordpress.com/

Conceito de Competência

Para otimizar a atuação profissional do Bibliotecário, suas atitudes e o


desenvolvimento de suas competências (a ser estudado na Unidade III), se faz
necessário compreender o conceito de competência.

O que é Competência?
“Agrupamento de conhecimentos, habilidades e atitudes correlacionadas, que afeta
parte considerável da atividade de alguém, que se relaciona com seu desempenho,

16
que pode ser medido segundo padrões preestabelecidos, e que pode ser melhorado
por meio de treinamento e desenvolvimento.” (PARRY, 1996)

O que é competência técnica?

“É tudo o que o profissional precisa saber para desempenhar sua função ou ser um
especialista técnico, por exemplo, idiomas, sistemas de computação, ferramentas,
etc. É o saber e o saber fazer!” (LEME, 2005).

O que é competência comportamental?

“É tudo o que o profissional precisa demonstrar como seu diferencial competitivo e


tem impacto em seus resultados, por exemplo, criatividade, flexibilidade, foco em
resultados e no cliente, organização, planejamento, liderança e tantas outras.
É o querer fazer!” (LEME, 2005)

Figura 4: CHA – Conhecimento, Habilidade e Atitude


Fonte: http://www.osabetudo.com/

Em resumo, “Conhecimento é o saber; é o que aprendemos nas escolas da vida [...].


Habilidade é o saber fazer; é o que utilizamos dos nossos conhecimentos no dia-a-dia
[...]. Atitude é o que nos leva a exercitar nossa habilidade de um determinado
conhecimento, pois ela é o querer fazer [...]” (LEME, 2005).

Conceito de Documento

O que é Documento?
Para Ortega; Lara (2009), o documento é concebido como instância física e
informativa, que sob as ações e condições específicas e contextualizadas, amplia
circulação social do conhecimento. Independente de seus formatos e suportes, os
registros dos documentos contribuem dentre outros aspectos, para a preservação da
memória humana. Schellenberg (2006) define Documento como:

17
Todos os livros, papéis, mapas, fotografias ou outras
espécies documentárias, independentemente de sua
apresentação física ou características, expedidos ou
recebidos por qualquer entidade pública ou privada no
exercício de seus encargos legais ou em função das suas
atividades e preservados ou depositados para preservação
por aquela entidade ou por seus legítimos sucessores como
prova de suas funções, sua política, decisões, métodos,
operações ou outras atividades, ou em virtude do valor
informativo dos dados neles contidos (SCHELLENBERG, 2006,
p. 41).

Sendo assim, como a noção de documento está inserida nas áreas de Arquivologia,
Biblioteconomia e Museologia?

Quadro 1 – Noção de documento nos três campos

Biblioteconomia Arquivologia Museologia

Problema Análise da literatura Comprovação da Sentido histórico e


científica origem estético

Método Ênfase no Ênfase na Autentici- Ênfase no objeto/


Conteúdo/ Assunto dade/Função Informações Intrínse-
cas e Extrínsecas

Desenvolvimento Técnico-científico Jurídico- Artístico-cultural


administrativo
Fonte: TANUS; RENAULT, ARAÚJO, p.170, 2012.
Disponível em: http://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/220/234

Conceitos de documentação e Documentação

O que é documentação?
O termo “documentação” é usado para indicar o conjunto de técnicas de
organização da informação visando recuperação, acesso e uso, e o termo
“Documentação” para referir-se à área que estuda os fundamentos e métodos
relacionados a estas técnicas. (ORTEGA, 2009, p.60).

O que é Documentação?

18
A Documentação é uma corrente teórica e prática proposta no final do século XIX
considerada como uma das origens da Ciência da Informação. (ORTEGA, 2009, p. 60).
Seus princípios e técnicas promovem a representação do conteúdo e a promoção do
uso da informação.

Tomando como base a definição de Smit (1983), a documentação tem por objetivo
reunir todas as informações úteis sobre um assunto, e organizar tudo de forma que
seja possível achar essas informações.
O fazer da documentação se propõe a reunir e a organizar para localizar. Isto
significa realizar uma sucessão de operações que começa pela coleta e seleção de
documentos e termina na pesquisa bibliográfica.

Figura 4: documentação
Fonte: http://www.hotfrog.com.br/

Atenção: Na unidade II vamos aprender como surgiu a documentação e a


importância da mesma para a Ciência da Informação.

Conceito de Biblioteca

O que é Biblioteca?
No sentido etimológico do termo, a palavra biblioteca é de origem grega.
“Bibliothéke” significa “lugar onde se guardam livros”.

De acordo com a definição do Dicionário Aurélio (2001, p.97), “biblioteca é a coleção


pública ou privada de livros e documento congêneres, para estudo, leitura e
consulta. Edifício ou recinto onde ela se instala. Estante ou outro móvel onde se
guardam e / ou ordenam livros”.

19
Na visão contemporânea de Vieira (2014, p.3), Biblioteca é uma unidade
informacional. “Uma coleção de livros e outros suportes informacionais organizados
de forma que atendam às necessidades informacionais de seus usuários”.

Vieira (2014) chama a atenção para pelo menos dois tipos distintos de bibliotecas:
Bibliotecas físicas (que possuem espaço e acervo fisco) e Bibliotecas virtuais
(constituídas por documentos eletrônicos e acessadas também por meio eletrônico).

Atenção: Na unidade IV iremos aprender como se constitui e qual a função de cada


tipo de Biblioteca. Dentre estas: Biblioteca Pública; Biblioteca Especializada;
Biblioteca Universitária; Biblioteca Escolar; Biblioteca Infantil; Biblioteca Pessoal ou
Particular; Biblioteca Híbrida; Biblioteca Eletrônica; Biblioteca Digital; Biblioteca
Virtual e Biblioteca Nacional.

Figura 5: Biblioteca
Fonte: http://www.anid.com.br/

Conceito de Biblioteconomia

O que é Biblioteconomia?
Biblion = livro ou informação + Théke = acervo ou coleção + nomos = norma ou
regulamento (ANDRADE; COELHO, 2008, p. 9).
Para Vieira (2000), “Biblioteconomia é o conhecimento sobre os procedimentos e
critérios necessários para organizar o acervo de livros contendo informações de
natureza diversa”.
No dicionário Aurélio (2010) Biblioteconomia é a “disciplina de nível universitário
referente à organização e administração de bibliotecas”.
Na definição de Ortega (2004, p.1), a Biblioteconomia é uma área que realiza a
organização, gestão e disponibilização de acervos de bibliotecas. Cabe aqui ressaltar
que a organização de livros e outros documentos abrangem os ambientes físicos e
/ou virtual.

20
Já a atividade de geração de produtos que indicam os conteúdos dos documentos,
independente dos espaços institucionais em que estes se encontrem, é definida por
Ortega (2004, p.1) como Bibliografia.

Segundo Vieira (2014), de acordo com o conceito norte-americano, a


Biblioteconomia, ou Library Science (Ciência das bibliotecas) tem como missão
aplicar a tecnologia e a teoria para a seleção, organização, gerenciamento,
preservação, disseminação, criação e utilização das coleções de informações por
todos e em todos os formatos.
Conceito de Ciência da Informação

O que é Ciência da Informação?


É uma disciplina interdisciplinar, que investiga as propriedades e o comportamento
da informação, as forças que governam o seu fluxo, a sua utilização e as técnicas,
tanto manuais como mecânicas, de processamento da informação para
armazenagem, recuperação e disseminação ótimas (BORKO, 1968). Para este autor,
a CI está ligada ao corpo de conhecimentos relativos à origem, coleta, organização,
estocagem, recuperação, interpretação, transmissão, transformação e uso da
informação.

A Ciência da Informação é determinada pelas questões sociais e por elas constitui


seus temas de estudo. Está relacionada com a organização dos processos de
comunicação destinados à redução de incertezas e ao preenchimento das
necessidades de atualização do público em geral. Sua origem pragmática, calcada no
fazer e na recuperação de dados, engloba os aspectos intelectuais da descrição de
informações, além de qualquer sistema, técnica ou máquina empregada no
desempenho da operação.

Dito de outra forma, a Ciência da Informação toma para si a tarefa de organizar e


facilitar a recuperação dos registros de informações que surgem a partir do
conhecimento.
Saracevic (1999) resume que a Ciência da Informação possui duas áreas de
concentração de estudos.
1. A primeira área é básica e analítica, relativa ao domínio da informação.
2. A segunda área de concentração é mais aplicada e direcionada à recuperação de
informação em sistemas. É onde se encontram os estudos de algoritmos de
recuperação, processos e sistemas práticos, sistemas de bibliotecas, estudos de
usuários e interação humano-computador.
Para Saracevic, três ideias resumem esta ciência interdisciplinar:
1. Recuperação da informação;

21
2. Relevância;
3. Ideia de interação entre pessoas e os sistemas.

22
Na unidade I compreendemos a diferença entre ‘documentação’ e ‘Documentação’.
Na unidade II vamos estudar o panorama histórico da Biblioteconomia, da Ciência da
Informação e como ocorreu a consolidação da Documentação e os atores envolvidos
neste processo.

É HORA DE SE AVALIAR

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo


a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-
aprendizagem.

23
Exercícios da Unidade 1

1. O que se constitui como a matéria prima da informação?


a) Mensagem
b) Conhecimento
c) Dados
d) Letras a, b, e c estão corretas.
e) Nenhuma das anteriores

2. O que se constitui como matéria prima para obtenção do conhecimento?


a) Competência
b) Documento
c) Informação
d) As letras a/b estão corretas
e) Nenhuma das anteriores

3. Com relação aos conceitos de informação está correto dizer que:

a) A noção básica comum para todos os conceitos de informação é a noção da


mudança intencional da estrutura mental do indivíduo.
b) O conhecimento é matéria prima da informação
c) A informação é um conjunto organizado de dados, que constitui uma mensagem
sobre um determinado fenômeno ou evento.
d) As letras a/c estão corretas
e) Nenhuma das anteriores

4. O conhecimento se baseia em dados e informações, mas está sempre ligado a(s):


a) Administração
b) Pessoas
c) As letras a/d estão corretas
d) Tecnologias
e) Nenhuma das anteriores

5. A Gestão do Conhecimento se apresenta como uma necessidade da sociedade


atual e pode ser identificada nos espaços de conhecimento contemporâneos
envolvendo:

a) Identificação
b) Captura
c) Gerenciamento e reuso de dados
d) Informações e conhecimento de uma organização

24
e) Todas as alternativas estão corretas

6. Biblioteca é a coleção pública ou privada de livros e documento congêneres, para


estudo, leitura e consulta. Dentre os tipos existentes podemos destacar pelo menos
dois que com algumas diferenças englobam os demais tipos:
a) Virtual
b) Local
c) Estrangeira
d) Física
e) As alternativas a/d estão corretas

7. Quando falamos de competência nos referimos a/ao:


a) Agrupamento de conhecimentos, habilidades e atitudes correlacionadas.
b) Parte considerável da atividade de alguém, que se relaciona com seu desempenho
c) Somente a letra a está correta.
d) Letras a/b estão corretas
e) Nenhuma resposta está correta

8. O documento é concebido como instância física e informativa que sob as ações e


condições específicas e contextualizadas, amplia:
a) O tamanho
b) A circulação social do conhecimento.
c) O espaço físico onde está armazenado
d) Letras a/b/c estão corretas
e) Nenhuma resposta está correta

9. Diferencie documentação e Documentação

10. Conceitue Biblioteconomia e Ciência da Informação

25
UNIDADE 2: A TRÍADE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO,
E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO.
Na segunda unidade, iremos estudar as origens históricas da tríade Biblioteconomia,
Documentação e Ciência da Informação.

Objetivos:
Destacar os aspectos da gênese e evolução da Biblioteconomia, Documentação e
Ciência da Informação a partir de uma abordagem historiográfica, para compreender
em que contexto e com que motivação surgiu as três disciplinas.

Plano da unidade:

 Panorama histórico da Biblioteconomia


 Panorama histórico da Documentação
 Panorama histórico da Ciência da Informação
 Aspectos interdisciplinares

Bons estudos!

26
Panorama Histórico da Biblioteconomia

Como consta na vasta literatura sobre o assunto, Biblioteconomia é uma das mais
antigas profissões da humanidade e está diretamente ligada ao surgimento das
bibliotecas. Para Ortega (2004, p.1) “parte-se das primeiras evidências de
organização de documentos segundo seus conteúdos, apontando estes processos e
as bibliotecas primitivas da Antigüidade que os realizavam, como a origem do que
depois foi denominado Biblioteconomia”.

A primeira biblioteca do mundo tem como referência as primeiras coleções de


documentos organizados no terceiro milênio a.c., conhecida como Biblioteca de Ebla
e localizada na Síria, sua coleção contava com15 mil tábuas de argila, as quais eram
armazenadas nas estantes de acordo com o seu tema. Nesta biblioteca, milhares de
tabuletas escritas eram armazenadas com caracteres cuneiformes, a mais antiga
forma de escrita que conhecemos. Apesar da escrita das tabuletas serem
cuneiformes, não eram no seu idioma original (o sumério), mas numa língua
desconhecida a qual se chamou Eblaíta (ORTEGA, 2004). A organização dessa
biblioteca é apontada pela autora, como origem dos princípios da Biblioteconomia.
Dentre outras bibliotecas da Antigüidade as quais se tem conhecimento, podemos
destacar os registros da Biblioteca de Assurbanipal, rei da Assíria entre os séculos VIII
e VII a.C. (LEMOS,1998) e as Bibliotecas dos templos gregos que surgiram a partir do
século IV a.C. Estas têm como destaque, aquela que Aristóteles criou em sua Escola
de Filosofia, que serviu como modelo para a fundação, no século III a.C., da famosa
biblioteca de Alexandria, uma das maiores e já conhecidas sobrevivente a muitos
saques e desastres naturais, até ter seu fim definitivo (ORTEGA, 2004).

A primeira biblioteca do mundo Escrita Cuneiforme Ruínas da Biblioteca de Alexandria


Fonte: REDARTE/RJ Fonte: Wikipédia no Egito

No que diz respeito à Biblioteca de Alexandria,

Parte do acervo desta biblioteca, foi constituído


principalmente a partir de um decreto de Ptolomeu III
em que todos os navios que parassem em Alexandria
tinham que entregar seus livros para serem copiados
(após a cópia, às vezes devolviam-se os originais, às
vezes as cópias). O objetivo era uma biblioteca que

27
abrigasse a totalidade do conhecimento humano
registrado. (MANGUEL, 1997, p. 217)

Na idade Média, os mosteiros e conventos foram os responsáveis pela preservação


da antiga cultura greco-romana. Eram bibliotecas ligadas a ordem religiosas. Todavia,
o advento da imprensa no ocidente propiciou o rompimento do monopólio que a
Igreja exercia sobre a produção bibliográfica, e a tarefa de reprodução de
manuscritos realizada pelos copistas nos mosteiros passou a ser feita em oficinas
especializadas. (SANTOS; RODRIGUES, 2013, p.119). Para os autores, a produção dos
livros tipográficos leva as bibliotecas e os bibliotecários de então a se distanciarem
dos processos de organização dos documentos, mas em contrapartida, “[...]
ganharam maior visibilidade pública e social” (ORTEGA, 2004, p. 3).

Dois marcos importantes para a Biblioteconomia merece destaque: A invenção da


prensa tipográfica de Gutemberg e a obra de Gabriel Naudé – Advis pour dresser um
bibliothéque (1627).
A invenção da prensa tipográfica de Gutemberg (1440) foi um marco tecnológico
para as bibliotecas. Com a produção bibliográfica e a difusão do conhecimento, as
mesmas se converteram em “templos do saber acumulado”, sendo sinônimo do
poder socioeconômico para a burguesia (SIQUEIRA, 2010). Todavia, “as bibliotecas,
com o impulso da invenção tipográfica conseguiram fortalecer laços institucionais,
estabelecer rotinas e ganhar maior projeção social”. O livro impresso permitiu a
difusão do conhecimento para as massas, adquirindo uma vigência social jamais
vista. (SIQUEIRA, 2010, p.57).

A obra de Gabriel Naudé – Advis pour dresser um bibliothéque (1627), que também
merece destaque, é considerada como o primeiro manual para bibliotecários, que
teve como objetivo, formalizar as bases conceituais da área fornecendo conceitos
importantes como a idéia de ordem bibliográfica.

Então podemos dizer que a base da Biblioteconomia foi constituída pela:

Necessidade de organizar, conservar e divulgar os


documentos, desde o início da escrita até a época moderna,
que levaram as bibliotecas a criarem uma série de
procedimentos e métodos que, apesar de possuírem caráter
eminentemente técnico, visando à resolução de problemas
práticos, formaram um conjunto de técnicas e de questões
envolvendo a rotina dessas técnicas que, ao longo do tempo,
se constituíram na base da futura disciplina Biblioteconomia.
(SANTOS; RODRIGUES, 2013, p.116)

28
A Biblioteconomia divide-se em três grandes domínios: acervos (documentos);
leitores (público) e espaços físicos (estabelecimentos), que interligados, não há
possibilidade de isolar completamente a qualquer dos elementos (VIEIRA, 2014, p.2).

Shera (1980 apud RUSSO, 2010, p.38) destaca que [...] a Biblioteconomia é
considerada como uma área de conhecimento, na medida em que compreende um
conjunto de organismo, operações, técnicas e princípios, que dão aos documentos a
utilização máxima, em benefício da humanidade.

Foi a partir do século XIX com a multiplicação das ciências e de suas aplicações
tecnológicas, que as técnicas e práticas dos bibliotecários começaram a ser
sistematizadas (ORTEGA, 2004).

“O aumento da produção bibliográfica, consequência da tecnologia (prensa gráfica),


gerou a necessidade de novas ferramentas de organização, preservação e
recuperação das coleções, o que levou vários estudiosos a se debruçarem sobre o
problema”. (SANTOS; RODRIGUES, 2013, p.122)

Teóricos como Konrad Gessner (1516-1565), Francis Bacon (1561-1626), Gabriel


Naudé (1600-1653), Jacques-Charles Brunet (1780-1867), Anthony Panizzi (1797-
1879), Charles Ammi Cutter (1837-1903), Melvil Dewey (1851-1931), Ranganathan
(1892-1972), são alguns que apresentam relevante contribuição na busca de novos
métodos e técnicas para a organização e administração das coleções bibliográficas,
conforme apontam os estudos de Pinheiro (2002 apud SANTOS; RODRIGUES, 2013,
p.122).

Panorama Histórico da Documentação

Simeão e Fontoura ressaltam que o registro da enorme produção intelectual no final


de 1800, passou a ser impresso e distribuído com uma rapidez até então nunca vista,
somado ao fato de que as mesmas máquinas que eram notícias, também imprimiam
e distribuíam com maior velocidade, o conhecimento registrado.

Esta ampliação do número de volumes publicados fez


multiplicar-se o número de publicações científicas e
informativas. Tais publicações ampliavam sem cessar os
acervos bibliográficos. Registros de patentes, desenhos,
textos originais, manuscritos ou datilografados,
acumulavam-se como nunca em depósitos arquivísticos.
Amostras, modelos reais e em escala faziam crescer as
coleções museológicas. (SIMEÃO; FONTOURA).

29
O crescimento desenfreado desse acervo, consequentemente resultou na
dificuldade de sua gestão. Preocupados com a explosão documentária decorrente da
multiplicação das ciências e de suas aplicações tecnológicas, os pesquisadores belgas
Henri La Fontaine (1854-1943) e Paul Otlet (1868-1944) fundam em 1895, o Instituto
Internacional de Bibliografia.

Para Fonseca (2007 apud SANTOS; RODRIGUES, 2013, p. 120), esse Instituto
estabeleceu as bases para a criação de uma grande bibliografia universal com o
objetivo de reunir a produção mundial de impressos por meio do registro em fichas.
Segundo Shera (1980, apud SANTOS; RODRIGUES, 2013, p. 120), para realizar essa
tarefa, La Fontaine e Otlet “[...] tiraram da biblioteconomia suas técnicas e estratégia
fundamentais”, pois utilizaram “[...] os catálogos de bibliotecas do tipo tradicional e
escolheram o Sistema Decimal de Dewey como base de sua classificação”.

Paul Otlet era um jovem de 22 anos, recém-formado e estagiário em Direito num


escritório de advocacia que se dedicava aos estudos dos problemas de gestão do
conhecimento registrado, vinculados à produção e à edição de bibliografias
especializadas. (SIMEÃO; FONTOURA). Este escritório era também uma editora de
bibliografias especializadas em Direito belga. (RAYWARD, 1975, p. 24 apud SIMEÃO;
FONTOURA).

Paul Otlet identificou o caos intelectual na organização das fichas catalográficas das
editoras de bibliografia e a necessidade de organização e gestão destas informações,
contudo, considerava urgente a criação de um sistema que permitisse a recuperação
otimizada do conhecimento e das idéias. Desvinculou-se da carreira de advogado e
passou a se dedicar a organização da produção intelectual do homem. (SIMEÃO;
FONTOURA).

No bojo da Revolução Industrial, no fim do século XIX, sob a liderança de Paul Otlet e
Henry La Fontaine, a Bibliografia se consolida e se transforma em Documentação.
(FREIRES, 2007, p.27)

A partir da idéia de “promover um levantamento


bibliográfico universal”, os pesquisadores criaram o Instituto
Internacional de Bibliografia (IIB), atualmente denominado
Federação Internacional de Documentação (FID), para
coordenar as atividades de controle bibliográfico universal,
e, a Classificação Decimal Universal (CDU), com o objetivo de
adotar um mesmo sistema nocional para a indexação de
documentos (OLIVEIRA, 2005, p. 10 apud FREIRES, 2007)

Paul Otlet e Henri La Fontaine sistematizaram a Documentação, cunhando este


termo para significar, de forma mais ampla, aquilo que antes era denominado
Bibliografia. Otlet vem sendo considerado precursor e fundador da Documentação e
da própria Ciência da Informação (ORTEGA, 2004).

30
O aparecimento dos periódicos ainda no século XIX, fez
surgir a necessidade de organizar e indexar suas unidades de
informação para possibilitar a recuperação do seu conteúdo.
Em 1876, na primeira conferência da American Library
Association (ALA), os bibliotecários e bibliófilos diante das
dificuldades encontradas para tratar tecnicamente e
recuperar as informações contidas nesses documentos
mostraram-se motivados em desenvolver esforços
cooperativos. (SANTOS; RODRIGUES, 2013, p. 120)

Buscando a organização bibliográfica da produção científica, Paul Otlet e Henri La


Fontaine, em 1892 criaram o Escritório Internacional de Bibliografia (em Bruxelas),
mas perceberam de imediato que seria necessária uma cooperação internacional
para organizar um índice universal.

Em 1895, promoveram a I Conferência Internacional de


Bibliografia, na qual foi aprovada a criação do Instituto
Internacional de Bibliografia (IIB), com o apoio do governo
belga. Iniciativa pioneira dentre as associações
internacionais no campo da informação, que teve seu nome
alterado para Instituto Internacional de Documentação (IID),
em 1931, e em 1938 para Federação Internacional de
Documentação (FID). Em 1986, recebeu a denominação de
Federação Internacional de Informação e Documentação,
mas mantém a sigla original (RAYWARD, 1997; BRADFORD,
1961 apud ORTEGA, 2004).

Contudo, esta iniciativa não obteve muito êxito devido ao fato dos serviços técnicos
realizados pelas bibliotecas serem voltados para a organização e a classificação de
monografias, ou seja, “[...] para reunir em uma proximidade física os documentos de
conteúdos semelhantes” (ORTEGA, 2004, p. 4). Este modelo de organização
dificultava as bibliotecas de trabalhar com os periódicos. A partir daí, um grupo de
especialistas passou a pensar em métodos e processos que dessem conta da
diversidade intelectual dos conteúdos dos periódicos, o que deu origem à
Documentação. (SANTOS; RODRIGUES, 2013, p. 120)

A documentação se destacou na Europa (principalmente na França). Importantes


discussões sobre normalização catalográfica e bibliográfica; padronização de
sistemas de classificação e elaboração terminológica da área, entre outras assuntos
foram realizadas e sedimentadas no Congresso Mundial de Documentação Universal
em Paris. (SIQUEIRA, 2010).

31
Panorama Histórico da Ciência da Informação

Durante a Segunda Guerra Mundial o mundo passava por um momento de grandes


conflitos. Países como os EUA, URSS e Grã-Bretanha, empregaram um grande
número de pessoas as quais passaram a trabalhar em processos de coleta, seleção,
processamento e disseminação de informações, inicialmente em Ciência e
Tecnologia (C&T) – fertilizantes do nascimento da Ciência da Informação. Naquele
momento, era imprescindível prover meios para o fornecimento de informações
para indivíduos, grupos e organizações envolvidas com C&T.

Com a preocupação voltada às questões políticas, econômicas e bélicas, a


informação passou a ter um valor estratégico para o governo, que passou a investir
mais em pesquisas científicas e tecnológicas desencadeando uma explosão
informacional.

A Ciência da Informação nasce num momento histórico de predomínio e controle do


conteúdo, da informação em si, no escopo de suas técnicas de gestão e do controle
da informação em Ciência e Tecnologia. Pinheiro (2005, p.34) nos fala que a
evolução da recuperação da informação, seria a grande responsável, não a única,
mas a mais forte para o surgimento da área.

Vannevar Bush na sua publicação “As we may think” (Como nós pensamos) apontou
os problemas decorrentes da informação liberada após a Segunda Guerra Mundial,
mantida secreta naquele período e depois colocada à disposição do mundo. Em
1945, Bush escreveu sobre o problema da explosão informacional em C&T e os
possíveis obstáculos que, poderiam ser encontrados na sua organização e no repasse
à sociedade:
a) formação inadequada de recursos humanos para lidar
com o volume de informação;
b) fraco instrumental de armazenamento e recursos da
informação existentes;
c) o arcabouço teórico existente para área não explicava ou
solucionava as prática de informação da época.

Ele indicou uma mudança de paradigma para a área de informação em C&T, que
envolvia: seus profissionais, seus apetrechos de trabalho e falta de condições
teóricas para embasar a organização, representação e processo da informação para
sua armazenagem e recuperação. Ele introduziu a noção de associação dos conceitos
ou palavras para organização da informação, pois este é o padrão que o cérebro
humano utiliza para transformar a informação em conhecimento. Os processos para
armazenar e recuperar informação deveriam ser operacionalizados por associação
de conceitos “como nós pensamos”.

32
A formação do profissional de informação foi dita conservadora para a época; o
aparelhamento da área insipiente; propôs então, a construção de uma máquina
chamada Memex – um utensílio tecnológico para armazenar e recuperar
documentos através da associação de palavras. Advertiu que a base teórica utilizada
na construção dos sistemas de classificação da informação além de ultrapassada
estava errada.

As idéias de Bush chegaram a Londres e os cientistas de quase todas as áreas do


conhecimento compareceram a Royal Conference com propostas para resolver os
problemas da organização e acesso a informação. Este novo campo foi criado e
batizado com o nome de Ciência da Informação.

Baseada na importância estratégica da informação e nos fins políticos e lucrativos


que esta poderia proporcionar, este esforço foi estendido posteriormente a todos os
campos.

O desenvolvimento histórico da CI caracteriza-se pelos problemas referentes à


organização e gestão dessas informações, que transformaram em definitivo, a sua
relevância e o seu papel para a sociedade. Calcada no fazer e na recuperação da
informação a Ciência da Informação engloba os aspectos intelectuais da descrição de
informações, suas especificidades para a busca, além de qualquer sistema, técnica
ou máquina empregadas no desempenho da operação.

A necessidade de recuperar informações suscitou questões e promoveu pesquisas


exploratórias de fenômenos. O trabalho com a recuperação da informação foi
responsável não só pelo desenvolvimento de produtos, sistemas, redes e serviços,
mas também pelo desenvolvimento da CI como um campo onde se interpretam as
questões científicas e profissionais e pela evolução da indústria informacional.

A Ciência da Informação é um campo de estudo surgido do fim da década de 1950,


embora pesquisadores isolados já tivessem realizado trabalho científico na área
antes disso. Registro oficial da denominação Ciência da Informação data do início da
década de 1960 (SIQUEIRA, 2010, p. 60), a partir de eventos promovidos pelo
Georgia Institute of Technology, nos Estados Unidos. Cientistas, escritores e filósofos
estrangeiros discutiam a criação de novas tecnologias de informação e o crescimento
da produção científica em decorrência da multiplicação dos periódicos científicos.

Para Santos e Rodrigues (2013) a Ciência da Informação surgiu devido aos problemas
relacionados à produção, comunicação e efetiva utilização da informação registrada.
A relação entre as duas áreas se intensificou a tal ponto que passaram a ser
confundidas como uma só. Saracevic (1996, p. 49) lembra que apesar da estreita
relação entre às áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação, não significa que
seja um só campo de conhecimento.

33
Saracevic (1996) aponta diferenças significativas entre as duas áreas:

a) na seleção dos problemas propostos e a forma de sua definição;


b) nas questões teóricas colocadas e nos modelos explicativos introduzidos;
c) na natureza e no grau de experimentação e desenvolvimento empírico, assim
como no conhecimento prático ou competências derivadas;
d) nas ferramentas e abordagens utilizadas;
e) na natureza e na força das relações interdisciplinares estabelecidas e sua
dependência para o avanço e evolução das abordagens interdisciplinares.

Analisando o seu desenvolvimento, a Ciência da Informação em seu percurso desde


1945, possuiu três tempos distintos:
(1) tempo de gerência da informação (1945-1980);
(2) tempo de relação informação e conhecimento (1980-1995);
(3) tempo de conhecimento interativo.
As questões de gerência de informação têm uma constância até os dias atuais.
Todavia, durante os anos do pós-guerra, este era o principal problema a ser
resolvido.
Como ordenar, organizar e controlar uma explosão de informação, para o qual o
instrumental e as teorias da época não tinham uma solução preparada?
No tempo da gestão, não havendo no curto prazo os aparelhos necessários para
resolver o problema, foi necessário estabelecer uma metodologia de reformatação
da informação baseada na substituição do conteúdo dos documentos por
indicadores deste conteúdo. A era da gestão trouxe para a CI, as linguagens de
classificação, as indexações e os tesauros.

Saracevic (1996, p.43) afirma que o despertar da CI foi o mesmo em todo o mundo: a
necessidade de selecionar, organizar, disseminar o conhecimento científico ou
tecnológico gerado.

Na unidade II, estudamos as origens históricas da Biblioteconomia, Documentação e


Ciência da Informação. Dando sequência ao estudo, a unidade III irá abordar as
competências e a atuação profissional do Bibliotecário, seu papel na sociedade e a
Legislação que regulamenta o exercício da profissão.

É HORA DE SE AVALIAR

34
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo
a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-
aprendizagem.

35
Exercícios da Unidade 2

1. Podemos dizer que a Biblioteconomia é:


a) Uma das mais antigas profissões da humanidade.
b) Está diretamente ligada ao surgimento das bibliotecas.
c) Letras a, b, estão corretas.
d) Letras a, b, estão incorretas.
e) Nenhuma das anteriores

2. Cite dois (2) marcos importantes para a Biblioteconomia:

a) A invenção da prensa tipográfica de Gutemberg


b) Os processos de seleção e descarte
c) A obra de Gabriel Naudé – Advis pour dresser um bibliothéque (1627).
d) As letras a/c estão corretas
e) Nenhuma das anteriores

3. A primeira biblioteca do mundo foi a:


a) Biblioteca de Alexandria localizada na Síria
b) Biblioteca de Ebla localizada na Síria
c) Biblioteca da antiguidade
d) As letras a/b estão corretas
e) Nenhuma das anteriores

4. No que diz respeito à Biblioteca de Alexandria:


a) Parte do acervo desta biblioteca foi constituída principalmente a partir de um
decreto de Ptolomeu III.
b) As letras a/c estão corretas
c) Todos os navios que parassem em Alexandria tinham que entregar seus livros para
serem copiados.
d) As letras a/b estão corretas
e) Nenhuma das respostas anteriores

5. A base da Biblioteconomia foi constituída pela necessidade de:


a) Organizar
b) Conservar
c) Divulgar os documentos
d) As letras a/b e c estão corretas
e) Nenhumas das alternativas estão corretas.

6. No bojo da Revolução Industrial, no fim do século XIX a Bibliografia se consolida e


se transforma em Documentação. Sob a liderança de quem?

36
a) Paul Otlet
b) Francis Bacon
c) Gabriel Naudé
d) Henri La Fontaine
e) As alternativas a/d estão corretas

7) Saracevic (1996) analisando o desenvolvimento, da Ciência da Informação e seu


percurso desde 1945, destaca que esta possuiu três tempos distintos:
a) Tempo de gerência da informação (1945-1980);
b) Tempo de relação informação e conhecimento (1980-1995);
c) Tempo de conhecimento interativo
d) Letras a/b/c estão corretas
e) Nenhuma resposta está correta

8. Paul Otlet se dedicava __________________________________ registrado,


vinculados à _____________________________________.

9. Segundo Saracevic (1996), transmitir o conhecimento para aqueles que dele


necessitam é uma responsabilidade social, e essa responsabilidade parece ser o:
________________________________.

10. Com a preocupação voltada às questões políticas, econômicas e bélicas, a


informação passou a ter um valor estratégico, _________________ que passou a
investir mais em ________________________________desencadeando uma
____________________________________.

37
UNIDADE 3: O BIBLIOTECÁRIO E SEU PAPEL NA SOCIEDADE

Na terceira unidade, iremos estudar o Bibliotecário e seu papel na sociedade,


envolvendo questões como atuação profissional: formação, atitudes e
desenvolvimento de competências; Legislação Profissional; Código de Ética e
Responsabilidade social.

Objetivos da unidade:
Compreender a atuação Legal do profissional Bibliotecário, bem
como o papel que o mesmo desempenha na sociedade.

Plano da unidade:
3.1 Atuação profissional: Formação, atitudes e desenvolvimento de competências.
3.2 Legislação Profissional
3.3 Código de Ética
3.4 Responsabilidade social

Bons estudos!

38
Atuação profissional: Formação, atitudes e desenvolvimento de
competências.

A Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho e Emprego - (CBO),


nomeia os Bibliotecários, Documentalistas e Analistas de Informação, como aqueles
que “disponibilizam informação em qualquer suporte; gerenciam bibliotecas, centros
de documentação, centros de informação e correlatos, além de redes e sistemas de
informação. Tratam tecnicamente e desenvolvem recursos informacionais;
disseminam informação com o objetivo de facilitar o acesso e geração do
conhecimento; desenvolvem estudos e pesquisas; realizam difusão cultural;
desenvolvem ações educativas. Podem prestar serviços de assessoria e consultoria”
(BRASIL, 2002).

O surgimento das novas tecnologias de comunicação e disseminação da informação,


em conjunto com o atendimento as novas necessidades informacionais dos usuários
de bibliotecas exigem habilidades e atitudes por parte dos bibliotecários que vão
além da atuação técnica. Outras competências como, interação com o grupo, pró-
atividade, senso crítico, criatividade e liderança passaram a ser exigidas desse
profissional.

Cruz et al. (2013) adaptado de Valentim (2002) ressalta as competências exigidas do


Profissional Bibliotecário. Para Cruz, tais competências devem proporcionar a
assimilação de saberes para uma atuação que constitua atitudes (saber ser/agir)
conhecimentos (saber) e habilidades (fazer), de modo a favorecer as boas práticas e
desempenho na profissão.

Quadro 2 - Competências do Profissional Bibliotecário

Competências de Comunicação e Expressão Competências Técnico-científicas

Formular e gerenciar projetos de informação; Formular Desenvolver e executar o


Aplicar técnicas de marketing, de liderança e processamento de documentos em distintos
de relações públicas; Capacitar e orientar os suportes; Selecionar e difundir a informação
usuários para um melhor uso dos recursos de gravada em qualquer meio para os usuários;
informação; Elaborar produtos de Elaborar produtos de informação; Utilizar e
informação; Executar procedimentos disseminar fontes, produtos e recursos de
automatizados próprios; Planejar e executar informação em diferentes suportes; Políticas

39
estudos para formação de usuários da de pesquisa na área; Pesquisar sobre
informação. metodologias de elaboração e utilização do
conhecimento registrado, entre outras.

Competências Gerenciais Competências Sociais e políticas

Gerenciar unidades, sistemas e serviços de Participar da formulação de políticas de


informação; Gerenciar projetos de informação; Fomentar a interação com os
informação; Aplicar técnicas de marketing, diversos atores sociais; Identificar as
de liderança e de relações públicas; Planejar demandas sociais de informação; Contribuir
recursos econômico-financeiros e humanos com o desenvolvimento do mercado de
do setor; Planejar, coordenar e avaliar a trabalho; Atuar coletivamente no âmbito das
preservação e conservação de documentos; instituições para promover a profissão;
Planejar estudos de usuários da informação; Formular políticas de pesquisa e elaborar
Planejar e manipular redes globais de normas jurídicas em Biblioteconomia e
informação, entre outras. Ciência da Informação, entre outras.

Fonte: CRUZ et al., 2013, p.13 adaptado de Valentim (2002)

Disponível em: <http://portal.febab.org.br/anais/article/viewFile/1488/1489>.

Quadro 3 - Habilidades e Atitudes do Profissional Bibliotecário

Habilidades Atitudes

Utilizar metalinguagens, demarcar campos Sensibilidade, flexibilidade, curiosidade


específicos e integrar conteúdos de áreas intelectual, postura investigativa,
correlatas em uma perspectiva criatividade, senso crítico, rigor e precisão,
multidisciplinar, produzir e divulgar capacidade de trabalhar em equipe, respeito
conhecimentos, gerar produtos resultantes à ética e aos aspectos legais da profissão,
de conhecimentos adquiridos, desenvolver e espírito associativo.
aplicar instrumentos de trabalhos
adequados, processar diversos tipos de
documentos, gerenciar instituições, serviços
e sistemas de documentação e informação,
desenvolver ações expositivas e pedagógicas,

40
realizar atividades profissionais autônomas,
responder às demandas sociais determinadas
pelas transformações tecnológicas, refletir
criticamente sobre sua prática, ter a
informação como objeto de trabalho, aceitar
e entender a interdisciplinaridade teórica-
metodológica da área, considerar as
tecnologias de informação e comunicação,
implementar novas formas de mediação da
informação, conhecer as necessidades
informacionais dos indivíduos ou grupos, e
demais.

Fonte: CRUZ et al., 2013, p.12 adaptado de Valentim (2002)


Disponível em: http://portal.febab.org.br/anais/article/viewFile/1488/1489

No que diz respeito às competências mais valorizadas pelas empresas/organizações


diante dos desafios da Gestão do conhecimento, 15 competências são definidas pela
CBO e apontadas por Farias et al. (2005).

Quadro 4 – Competências mais valorizadas pelas organizações

Competências da Classificação Brasileira Competências valorizadas pelas


de Ocupações organizações

Manter-se atualizado Ter disposição para mudanças

Liderar equipes Ter liderança

Trabalhar em equipe e em rede Ter afetividade e sociabilidade

Ter capacidade de análise e síntese Ter capacidade de análise e síntese ou


avaliação

Ter conhecimento de outros idiomas Ser comunicativo

Ter capacidade de negociação Saber negociar

Agir com ética Ter ética e liderança

41
Demonstrar senso de organização Ter organização e planejamento

Ter capacidade empreendedora Saber realizar

Demonstrar raciocínio lógico Ter criatividade e capacidade cognitiva

Ter capacidade de concentração Ter atenção e saber priorizar

Demonstrar Proatividade Saber antecipar ameaças

Ser criativo Ter flexibilidade/criatividade

Fonte: FARIA et al., 2005, p. 29-30.


Vimos que o valor da informação como vantagem competitiva, é uma realidade.
Todavia, a formação acadêmica do Bibliotecário deve estimular o desenvolvimento
dessas competências, para que o mesmo possa aplicar novas habilidades e atitudes
junto a organização à qual ele está inserido.

Legislação Profissional

Bibliotecários são profissionais formados em cursos de nível superior, com duração


de 4 (quatro) anos. A Profissão de Bibliotecário é reconhecida pele Lei 4.084, de 30
de junho de 1962. O Decreto que regulamenta o exercício da mesma é o Nº 56.725,
de 16 de Agosto de 1965 é privativo aos portadores de diploma de Bacharelado em
Biblioteconomia expedidos por instituições reconhecidas pelo Ministério da
Educação e Cultura. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-
1969/L4084.htm.
O Dia do Bibliotecário é comemorado em todo território nacional no dia 12 de
março, e foi instituído no dia 12 de abril de 1980 pelo Decreto nº 84.631. A data é
uma homenagem ao dia do nascimento do Bibliotecário Manuel Bastos Tigre,
considerado o primeiro Bibliotecário concursado do Brasil.

Código de Ética

O código de ética é um documento que busca expor os princípios e a missão de uma


determinada profissão ou empresa [...]. Seu conteúdo deve ser pensado para
atender às necessidades que aquela categoria serve e representa. Códigos de Ética
Profissionais são códigos em que estão especificados os direitos e deveres, o que é
vetado eticamente naquele exercício profissional e as possíveis punições no caso de
desobediência ao código. (CÓDIGO DE ÉTICA)

42
O Código de Ética dos Bibliotecários é estabelecido pela Resolução 327, de 20 de
agosto de 1986, do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB). Disponível em:
http://repositorio.cfb.org.br/bitstream/123456789/233/1/Resolucao_327-86.pdf

43
Responsabilidade social

“O uso da informação proporciona a inclusão do homem no sistema das


relações sociais. Permite a interação humana não somente na produção de bens
materiais e culturais, mas também, na vida social”. Essas palavras ditas por
(CARVALHO, 1991, p.1172), chama a atenção para o papel dos Bibliotecários
enquanto agentes de transformação social e sua responsabilidade neste processo.

O acesso à informação possibilita a formação, assimilação e reuso de novos


conhecimentos. É através desse conhecimento que o cidadão adquire uma
consciência crítica a respeito de si mesmo e do mundo. Tomando como base esse
pressuposto, podemos afirmar que:

O Bibliotecário é o profissional qualificado para interagir


com processos de registro e transferência da informação (da
geração o uso), interpretando criticamente a realidade
social, com uma visão contributiva e consciente de seu papel
social e de sua atuação no avanço científico e tecnológico do
seu Estado e da região, sem desconsiderar as dimensões
humanas e éticas do conhecimento, da tecnologia e das
relações sociais. (CONSELHO FEDERAL DE
BIBLIOTECONOMIA).

Na unidade III, discutimos a atuação e as competências básicas do profissional


Bibliotecário, o seu papel na sociedade e a Legislação que regulamenta o exercício
desta profissão. Na unidade IV, iremos conhecer os tipos de Bibliotecas ou unidades
de informação, onde os Bibliotecários desempenham suas atividades, destacando as
especificidades e diferenças de cada uma.

É HORA DE SE AVALIAR

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo


a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-
aprendizagem.

44
Exercícios da Unidade 3

1. “O uso da informação proporciona a inclusão do homem no sistema das relações


sociais. Permite a interação humana não somente na produção de bens materiais e
culturais, mas também, na vida social”. Essas palavras ditas por (CARVALHO, 1991,
p.1172), chama a atenção para o papel dos Bibliotecários enquanto:

a). Agentes de transformação social


b). Sua responsabilidade nesse processo
c) Letras a, b, estão corretas.
d) Letras a, b, estão incorretas.
e) Nenhuma das anteriores

2. Por definição, Códigos de Ética Profissionais são:


a) Códigos em que estão especificados os direitos e deveres, o que é vetado
eticamente naquele exercício profissional e as possíveis punições no caso de
desobediência ao código. (CÓDIGO DE ÉTICA)
b) Códigos em que estão especificados exclusivamente os direitos e o que é vetado
eticamente naquele exercício profissional e as possíveis punições no caso de
desobediência ao código.
c) Códigos em que estão especificados exclusivamente os deveres e o que é vetado
eticamente naquele exercício profissional e as possíveis punições no caso de
desobediência ao código.
d) As letras a/c estão corretas
e) Nenhuma das anteriores

3. O acesso à informação possibilita crítica a respeito de si mesmo e do mundo:


a) A formação
b) Assimilação
c) Reuso de novos conhecimentos. É através desse conhecimento, que o cidadão
adquire uma consciência.
d) As letras a/b/c estão corretas
e) Nenhuma das anteriores

4. Segundo o CONSELHO FEDERAL DE BIBLIOTECONOMIA o Bibliotecário é o


profissional qualificado para:
a) Interagir com processos de registro e transferência da informação (da geração ao
uso)
b) Interpretar criticamente a realidade social

45
c) Ter uma visão contributiva e consciente de seu papel social e de sua atuação no
avanço científico e tecnológico
d) Considerar as dimensões humanas e éticas do conhecimento, da tecnologia e das
relações sociais.
e) Todas as respostas estão corretas
5. No que diz respeito às competências mais valorizadas pelas
empresas/organizações diante dos desafios da Gestão do conhecimento, 15
competências são definidas pela CBO e apontadas por Farias et al. (2005). Dentre
estas podemos destacar:
a) Ter ética e liderança
b) Ter organização e planejamento
c) Saber realizar
d) As letras a/b e c estão corretas
e) Nenhuma das alternativas está correta.

6. O Código de Ética dos Bibliotecários é estabelecido pela Resolução:


a) 320, de 20 de janeiro de 1986, do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB).
b) 322, de 20 de março de 1986, do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB).
c) 325, de 20 de maio de 1986, do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB).
d) 327, de 20 de agosto de 1986, do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB).
e) Nenhuma alternativa está correta

7) Que competências o profissional Bibliotecário deve ter?


a) Competências de Comunicação e Expressão
b) Competências Técnico-científicas
c) Competências Gerenciais
d) Competências Sociais e políticas
e) Todas as respostas estão corretas

8. De acordo com a Legislação, a Profissão de Bibliotecário é reconhecida pela


____________________________. O Decreto que regulamenta o exercício da
mesma é o________________________________ privativo aos portadores de
diploma de Bacharelado em Biblioteconomia expedidos por instituições
reconhecidas pelo Ministério da Educação e Cultura

9. O surgimento das_________________________________________________,
em conjunto com o atendimento as novas necessidades informacionais dos usuários
de bibliotecas exigem habilidades e atitudes por parte dos bibliotecários que vão
além da atuação técnica. Outras competências
como_________________________________ passaram a ser exigidas desse
profissional.

46
10. Como a Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho e
Emprego - (CBO), nomeia os Bibliotecários, Documentalistas e Analistas de
Informação?

47
UNIDADE 4: BIBLIOTECAS: TIPOS DE BIBLIOTECAS OU UNIDADES DE
INFORMAÇÃO

Na quarta unidade, iremos estudar os tipos de Bibliotecas ou


unidades de informação que existem.

Objetivos da unidade:
Conhecer as funções desempenhadas, a comunidade que
atendem e os vínculos institucionais de cada Biblioteca.

Plano da unidade:
4.11 Biblioteca Pública
4.12 Biblioteca Especializada
4.13 Biblioteca Universitária
4.14 Biblioteca Escolar
4.15 Biblioteca Infantil
4.16 Biblioteca Pessoal ou Particular
4.17 Biblioteca Híbrida
4.18 Biblioteca Eletrônica
4.19 Biblioteca Digital
4.20 Biblioteca Virtual

Bons estudos!

48
Tipos de Bibliotecas

Conforme apontado por Andrade e Coelho (2008), as bibliotecas antecedem a


história do livro. As primeiras bibliotecas que se tem conhecimento são chamadas
“Minerais” constituídas por tabletes de argila; Em seguida as bibliotecas “vegetais e
animais”, constituídas de rolos de papiro e pergaminho dos babilônios, Assírios
egípcios, e mais tarde (com o advento do papel pelos árabes), as bibliotecas de papel
e mais adiante aquelas constituídas por livros.
Para Milanesi, foi a partir do século XVI que as bibliotecas realmente se
transformaram, tendo como característica a localização acessível e a democratização
da informação especializada em diferentes áreas do conhecimento. As bibliotecas,
então, deixaram de ser tesouros para se tornarem serviços, enquanto os livros
perderam o seu valor material para se tornarem material de consumo (MILANESI,
1993, p.21).
Vamos agora compreender como se constitui e qual a função de cada tipo de
Biblioteca.

Biblioteca Pública
Biblioteca que tem por finalidade atender as necessidades de estudo, consulta e
recreação de uma determinada comunidade (ANDRADE; COELHO, 2008, p.16). Podem
ser municipais, estaduais ou federais e são mantidas com dinheiro público. Funciona
dentre outros aspectos como um centro de informações utilitárias para a população.

Biblioteca Especializada
Esse tipo de biblioteca visa atender às necessidades informacionais de um grupo
específico de estudantes, pesquisadores ou professores de uma determinada área do
conhecimento humano. Estas bibliotecas podem ser vinculadas a uma entidade científica
e de pesquisa, a uma empresa ou mesmo a um serviço público especializado (VIEIRA,
2014).

49
Biblioteca Universitária
Integrada a uma Instituição de Ensino Superior, complementa os conhecimentos
ministrados nos currículos dos cursos, funcionando como órgãos de apoio às atividades
de ensino, pesquisa e extensão. Seu objetivo é facilitar o acesso e uso das fontes de
informação, que representam a base do ensino e da pesquisa (PRADO, 1992, p.16).

Biblioteca Escolar
Tem como objetivos, fornecer material bibliográfico e dar suporte às atividades
desenvolvidas pelos professores e alunos de uma escola, complementando e
incentivando as atividades realizadas dentro da sala de aula. A Biblioteca escolar
desempenha papel importante na formação do hábito de leitura do aluno, pois o mesmo
nesta fase está iniciando sua trajetória intelectual.

Biblioteca Infantil
A importância desta biblioteca está relacionada ao fato de que é nesta biblioteca que a
criança vai ter seu primeiro contato com os livros. O acervo deste tipo de biblioteca deve
ser selecionado de acordo com a faixa etária, envolvendo atividades lúdicas prazerosas e
divertidas como Hora do conto, clube de leitura, etc.

Biblioteca Pessoal ou Particular


A Biblioteca pessoal é um projeto de vida [...] construído ao longo dos anos e é parte da
biografia do seu dono (VELLOSO, 2008, p.138). É uma espécie de espelho do que somos,
como uma segunda pele, impressão digital única que nos distingue dos outros. Não há
duas bibliotecas iguais (LIVREIRO ANÔNIMO).

Biblioteca Híbrida
Com base na definição de Garcez; Rados (2002, p.47), Biblioteca híbrida é aquela que
agrega diferentes tecnologias e fontes, refletindo o estado que hoje não é completamente
digital, nem completamente impresso, utilizando tecnologias para unir em uma só
biblioteca, o melhor dos dois mundos: o impresso e o digital.

Biblioteca Eletrônica
Para Arboit;Bufren (2011, p.5) , diversos autores na literatura consideram esta biblioteca
como um tipo de ambiente que faz uso das ferramentas da tecnologia da informação para
facilitar e agilizar os processos inerentes às atividades por ela desempenhadas. Assim, o
uso da tecnologia fica restrito aos serviços e rotinas como catalogação, busca recuperação
e acesso de forma remota apenas a informações relacionadas a índices, catálogos e

50
demais formas de representação da informação. Isto é, o conteúdo completo dos itens
que compõe o acervo. Pode ser registrado tanto de forma impressa quanto digital, mas
não são acessíveis ao usuário à distância.

Biblioteca Digital

Para Marcondes et al. (2006, p.16), Biblioteca Digital é aquela que tem como base
informacional conteúdos em texto completo em formatos digitais – livros, periódicos,
teses, imagens etc. Nas palavras de Arboit;Bufren (2011, p.5), está relacionada a um tipo
de acervo organizado, formatado e armazenado exclusivamente de modo digital, e que
provê ao usuário acesso remoto ou local de conteúdos na íntegra. Ou seja, permite acesso
integral dos usuários a documentos gerados ou convertidos no meio digital, organizados e
armazenados em redes locais, em memórias eletrônicas ou via web.

Biblioteca Virtual
Para Marcondes et al.(2006, p.16). O termo destaca o uso de tecnologias de realidade
virtual, como links, servidores remotos, etc. Para Arboit;Bufren (2011, p.5) se trata de uma
instituição existente somente no mundo virtual, sem vínculo com um local físico, onde são
organizados e recuperados apenas arquivos armazenados na web por meio de hiperlinks.

De acordo com Arboit;Bufren (2011, p.5) , a principal diferença entre biblioteca eletrônica,
digital e virtual é a maneira pela qual se dá o acesso às informações registradas aos itens
do acervo. Relaciona-se ao tipo de armazenamento do acervo ou suporte de registro do
conhecimento dos itens que o constituem. Na biblioteca eletrônica os itens do acervo
podem ser impressos ou digitais, mas o acesso integral aos documentos ocorre apenas no
local físico da instituição. Na biblioteca digital se encontram apenas itens criados em meio
digital ou itens digitalizados armazenados em memória eletrônica, acessíveis somente por
meio de computador dentro da instituição ou fora dela. Na biblioteca virtual o acervo é
composto basicamente por links e arquivos digitais oriundos de várias instituições
encontrados na web, e o acesso a eles se dá somente através dela.

Biblioteca Nacional

A Biblioteca Nacional é responsável pela guarda da produção bibliográfica,


documental e intelectual de um país, ou seja, pela preservação da sua memória. No
Brasil, a Lei do Depósito Legal estabelecida pelo Decreto n. 1.825 de dezembro de 1907,
determina que toda e qualquer obra publicada no país, deve ter um exemplar
depositado na Biblioteca Nacional. A UNESCO, aponta 3 (três) funções básicas de uma
Biblioteca Nacional : Função depositária (com ênfase na preservação da herança cultural
através da conservação do acervo); Função de infraestrutura ( com ênfase na

51
coordenação, liderança e auxílio à bibliotecas do país ao qual pertence); Função de
serviço nacional abrangente (com ênfase no usuário final mediante sistema de
bibliotecas públicas). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2004/lei/l10994.htm.

Na unidade IV, conhecemos os tipos de Bibliotecas ou unidades de informação, onde


os Bibliotecários desempenham suas atividades, destacando as especificidades e as
diferenças de cada uma. Dando sequência a este conteúdo, na unidade V, iremos
tratar da velocidade do conhecimento no último século, pontuando a construção, a
comunicação e o uso da informação neste processo.

É HORA DE SE AVALIAR

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo


a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-
aprendizagem.

52
Exercícios - Unidade 4

1. As primeiras bibliotecas que se tem conhecimento são denominadas:

a). “Minerais”, constituídas por tabletes de argila; Assírios egípcios, e mais tarde
(com o advento do papel pelos árabes), as bibliotecas de papel e mais adiante
aquelas constituídas por livros.
b). “Vegetais e animais” constituídas de rolos de papiro e pergaminho dos
babilônios, Assírios e egípcios.
c) Letras a, b, estão corretas.
d) Letras a/b estão incorretas
e) Nenhuma das anteriores

2. A partir de qual século as bibliotecas passaram a ter como característica a


localização acessível e a democratização da informação especializada em diferentes
áreas do conhecimento?
a) Século XIV
b) Século XVII
c) Século XIII
d) Século XVI
e) Nenhuma das anteriores

3. Que tipo de Biblioteca tem por finalidade atender as necessidades de estudo,


consulta e recreação de uma determinada comunidade, podendo ser municipal, estadual
ou federal?

a) Pública
b) Escolar
c) Virtual
d) Especializada
e) Nenhuma das anteriores

4. Que tipo de Biblioteca agrega diferentes tecnologias e fontes, refletindo o estado que
hoje não é completamente digital, nem completamente impresso?
a) Híbrida
b) Virtual
C) Digital
d) Especializada
e) Todas as respostas estão corretas

5.Qual a diferença entre biblioteca eletrônica, digital e virtual?

53
a) Na biblioteca eletrônica os itens do acervo podem ser impressos ou digitais, mas o
acesso integral aos documentos ocorre apenas no local físico da instituição.
b) Na biblioteca digital se encontram apenas itens criados em meio digital ou itens
digitalizados armazenados em memória eletrônica, acessíveis somente por meio de
computador dentro da instituição ou fora dela.
c) Na biblioteca virtual o acervo é composto basicamente por links e arquivos digitais
oriundos de várias instituições encontrados na web, e o acesso a eles se dá somente
através dela.
d) As letras a/b e c estão corretas
e) Nenhuma das respostas anteriores

6. A Biblioteca Nacional é responsável pela guarda da produção bibliográfica, documental


e intelectual de um país, ou seja, pela preservação da sua memória. Qual a Lei no Brasil
que assegura o registro e a guarda da produção intelectual nacional?

a) A Lei do Depósito Legal estabelecida pelo Decreto n. 1.825 de dezembro de 1907


b) A Lei da Guarda Legal estabelecida pelo Decreto n. 1.825 de dezembro de 1907
c) A Lei da Produção Legal estabelecida pelo Decreto n. 1.825 de dezembro de 1907
d) A Lei do Depósito Legal estabelecida pelo Decreto n. 1.825 de dezembro de 1907
e) A lei de preservação da Memória estabelecida pelo Decreto n. 1.825 de dezembro de
1907

7) A UNESCO, aponta 3 (três) funções básicas de uma Biblioteca Nacional, dentre estas:

a) Função depositária (com ênfase na preservação da herança cultural através da


conservação do acervo);
b) Função de infraestrutura (com ênfase na coordenação, liderança e auxílio à
bibliotecas do país ao qual pertence);
c) Função de serviço nacional abrangente (com ênfase no usuário final mediante
sistema de bibliotecas públicas).
d) As letras a/b/c estão corretas
e) Nenhuma resposta está correta

8. ________________ tem como objetivos:


___________________________________________________________complementando
e incentivando as atividades realizadas ____________________. A mesma desempenha
papel importante na formação do hábito de leitura do aluno, pois o mesmo nesta fase
está iniciando sua trajetória intelectual.

9. Defina Biblioteca Especializada.

10. Que tipo de Biblioteca funciona como órgão de apoio às atividades de ensino,
pesquisa e extensão?

54
UNIDADE 5: PRODUÇÃO E USO DA INFORMAÇÃO

Na unidade 5, faremos uma breve abordagem sobre a velocidade do conhecimento e


uso da informação no último século.

Objetivo da unidade:
Compreender as mudanças que ocorreram no ciclo da produção, disseminação e uso
da informação após surgimento da World Wide Web.

Plano da unidade:
A velocidade do conhecimento
O ciclo da Informação
A Comunicação científica
O Livre Acesso à Informação

Bons estudos!

55
A velocidade do conhecimento
Com base na pesquisa realizada por Ambinder (2012), o último século foi marcado,
dentre outros aspectos, pelo desenvolvimento científico-tecnológico e trouxe a
noção de inteligência coletiva (LÉVY, 1999), da construção do conhecimento em rede
(SANTOS, 2006), da sociedade do conhecimento e da Era da informação digital
(CASTELLS, 2003). Os avanços das Tecnologias de Informação e Comunicação e o
surgimento da World Wide Web, transformações ocorridas principalmente nas duas
últimas décadas do século XX, mudaram todo o ciclo produção, disseminação e uso
da informação (GARVEY; GRIFFITHI, 1979).

Quando paramos para pensar na velocidade dessas mudanças, constatamos que as


mesmas são de tirar o fôlego:

Da escrita ao códice foram 4300 anos; do códice aos tipos


móveis, 1150 anos; dos tipos móveis á internet, 524 anos; da
internet aos buscadores, dezessete anos; dos buscadores ao
algorítimo de relevância do Google, sete anos; e quem pode
imaginar o que está por vir no futuro próximo? (DARNTON,
2010, p.41)

O ciclo da Informação
O progresso de uma sociedade está relacionado ao acesso que ela possui as
informações. Para Grogan (2001, p.7) “O conhecimento é de duas espécies. Podemos
conhecer nós mesmos um assunto ou saber onde encontrar informações a respeito”.

Para Ambinder (2012), a busca e a construção do conhecimento científico


constituem-se como um permanente empreendimento e um fator determinante
para a ampliação da capacidade de assimilação e desenvolvimento de novas
tecnologias. A autora ressalta que o ciclo da informação envolve três processos: o da
construção, o da comunicação e o do uso da informação. A atividade de pesquisa em
si se encontra no processo de construção da informação.

“Sem informação a pesquisa seria inútil e não haveria o conhecimento. Fluido


precioso, continuamente produzido e renovado, a informação só interessa se circula
e, sobretudo se circula livremente”. (LE COADIC, 1994, p. 27)

56
Ciclo da Informação
Fonte: Le Coadic (2004, p.10 apud AMBINDER, 2012)

Cabe aqui destacar que “os resultados da pesquisa não pertencem ao cientista, mas
à humanidade. Constituem produto da colaboração social e como tal devem ser
partilhados com todos, sem privilegiar segmentos ou pessoas”. (TARGINO, 2005)

A comunicação científica
As atividades relacionadas à comunicação científica vêm consolidando-se ao longo
de vários séculos, e envolvem não só as transformações provocadas pelas
tecnologias de informação, mas também as discussões quanto aos papéis
desempenhados pelos atores, intermediários e usuários desta cadeia. (AMBINDER,
2012, p.1). Para a autora, a informação é um bem público e o acesso a ela é um
direito de todo ser humano.
A ideia de circulação da informação inerente ao processo de comunicação científica
não é uma prática recente, uma vez que esta tem sido reconhecida e utilizada pelos
cientistas através dos tempos como reporta Meadows (1999, p.3) “As atividades
mais remotas foram as dos gregos antigos [...]. Discussões acadêmicas remontam à
Academia, o lugar na periferia de Atenas onde as pessoas se reuniam nos séculos V e
IV a.C. para debater questões filosóficas”.

Segundo Meadows, Aristóteles é considerado um dos precursores da pesquisa


expressa na linguagem escrita. Seus debates, comunicados inicialmente na forma
oral, eram reproduzidos em manuscritos e depois copiados repetidas vezes com o
objetivo de atingir um público mais amplo. Esta iniciativa que influenciou
primeiramente a cultura árabe, e em seguida a Europa Ocidental, foi aprimorada
com a introdução da imprensa na Europa, no século XV, causando grande impacto na
difusão das informações.

A produção média de livros aumentou de 420, no período de 1436-1536, para 5.750


durante os cem anos seguintes. Apesar da demanda pelos textos impressos, os
manuscritos continuaram a ser produzidos durante todo o século XVII até o século
XVIII, sendo considerados textos precursores do Renascimento. (MEADOWS, 1999).

Por definição, a comunicação científica é o processo institucionalizado que inclui a


avaliação, validação, incorporação e certificação dos produtos do conhecimento à
Ciência. (MEADOWS, 1999). A comunicação de novos dados e conceitos formulados
quando compreendidos e comprovados pelos pares determina novos horizontes de
pesquisa.

As mudanças no ciclo da comunicação científica exigem readequações da


infraestrutura informacional das bibliotecas. Recursos informacionais e

57
comunicacionais como publicações eletrônicas, bases de dados, ferramentas da Web
2.0 (Redes Sociais) dentre outras, hoje geram e armazenam informação.
Tais modificações, cuja extensão ainda não está completamente delineada, trazem
no âmbito da gestão dos recursos informacionais das bibliotecas, uma nova gama de
desafios e possibilidades que vem sendo incorporada aos processos de produção,
armazenamento, representação e recuperação de informação. O crescente valor das
técnicas de pesquisa, coleta, armazenamento e difusão da informação são exemplos
concretos destas transformações.

Como citado por Ambinder (2012), a característica essencial do conhecimento


científico é o compartilhamento e a interação entre membros de uma comunidade
científica (ZIMAN, 2002). Contudo, ao que diz respeito a este conhecimento,
Tomanik (2004 apud GUMIEIRO, 2009, p.11), destaca que “o que diferencia a época
contemporânea das anteriores, não é só a quantidade, a diversidade e a
complexidade dos conhecimentos acumulados, mas a forma deliberada e sistemática
como eles vêm sendo produzidos e organizados”.
Ambinder (2012) nos faz recordar, que antes do surgimento da Web o conhecimento
científico humano era armazenado de forma dispersa em coleções distribuídas em
bibliotecas por todo o mundo. Este novo ambiente informacional (Web) constitui-se
agora por uma enorme quantidade de registros da cultura humana, retratada por
documentos e recursos, tais como: textos, gráficos, imagens, sons e outros.

O Livre acesso à Informação


A expressão Acesso livre (AL) vem do inglês Open Access (OA) Acesso aberto.
Segundo a recomendação sobre Acesso Aberto e Conteúdo Online na LILACS (2012),
“Acesso aberto é a disponibilização na Internet de literatura de caráter científico,
permitindo a qualquer utilizador pesquisar, consultar, descarregar, imprimir, copiar e
distribuir o texto integral de artigos e outras fontes de informação científica, sendo o
limite para a reprodução e distribuição o direito do autor sobre a integridade e
crédito de sua obra, assim como sua citação adequada”. Disponível em:
http://metodologia.lilacs.bvsalud.org/php/level.php?lang=pt&component=74&item=65.

O movimento que surgiu nos anos 90 foi discutido e definido pela Declaração de
Budapeste, de 2001, assim como pelas sucessivas Declarações de Bethesda e de
Berlim, ambas de 2003. Também conhecidas como declarações BBB, ainda hoje são
referências para o movimento de acesso aberto.

Para Ambinder (2012), nas publicações de acesso livre os resultados das


investigações são publicados pelos investigadores com vistas a estabelecerem a sua
autoria e permitir que outros investigadores desenvolvam novas pesquisas a partir
deles, podendo ser usados livremente para pesquisa, ensino, e outros propósitos
afins.

58
“O acesso livre significa disponibilização livre na Web da
literatura acadêmica e científica, permitindo a qualquer
pesquisador ler, descarregar (download), copiar, distribuir,
imprimir, pesquisar ou referenciar (link) o texto integral dos
documentos”. (MARTINS, 2006, p.50).

Com o movimento de livre acesso á informação, a exploração dos resultados


científicos tornou-se mais democrática, trazendo novas possibilidades para a
comunicação e comunidade científica.

Através de uma breve abordagem sobre a velocidade do conhecimento no último


século, na unidade V, compreendemos as mudanças que ocorreram no ciclo da
produção, disseminação e uso da informação após surgimento da World Wide Web.
Na unidade VI, iremos estudar os novos paradigmas do Séc.XXI, bem como, os
desafios da Era da Informação mediante as exigências tecnológicas.

É HORA DE SE AVALIAR

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo


a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-
aprendizagem.

59
Exercícios da Unidade 5

1. Quais os processos que envolvem o Ciclo da Informação?

a) Construção
b) Comunicação
c) Uso da informação
d) Letras a/b/c estão corretas
e) Nenhuma das anteriores

2. A atividade de pesquisa em si se encontra em qual processo?


a) As respostas a/b/c estão corretas
b) No processo de comunicação
c) No processo de uso da informação
d) No processo de construção da informação
e) Nenhuma das respostas

3. Por definição, a comunicação científica é o processo institucionalizado que inclui:


a) A avaliação
b) Validação
c) Incorporação
d) Certificação dos produtos do conhecimento à Ciência.
e) Todas as respostas estão corretas

4. Quem é considerado um dos precursores da pesquisa expressa na linguagem escrita?

a) Aristóteles
b) Os gregos
C) As letras a/b estão corretas
d) Nenhuma das respostas anteriores
e) Todas as respostas estão corretas

5. As mudanças no ciclo da comunicação científica exigem readequações da infraestrutura


informacional das bibliotecas devido o(as)

a) Recursos informacionais e comunicacionais


b) Publicações eletrônicas
c) Bases de dados
d) Ferramentas da Web 2.0 (Redes Sociais)
e) Todas as respostas estão corretas.

6. Cite a característica essencial do conhecimento científico.

a) Pesquisa
b) Informação

60
c) O compartilhamento e a interação entre membros de uma comunidade científica
d) As letras a/b estão corretas
e) Nenhuma das respostas anteriores

7) Quando surgiu o movimento de acesso aberto (livre acesso a informação)?

a) Anos 90
b) Anos 80
c) Anos 70
d) As letras a/b/c estão corretas
e) Nenhuma resposta está correta

8. Que Declarações foram referências para o Movimento de Acesso aberto?

9. Antes o conhecimento científico humano era armazenado de forma dispersa em


coleções distribuídas em bibliotecas físicas por todo o mundo. Como é constituído o novo
ambiente informacional Web?

10. O que significa acesso livre?

61
UNIDADE 6: NOVOS PARADIGMAS

Na unidade VI, iremos estudar os novos paradigmas do Séc.XXI, bem como os


desafios da Era da Informação mediante as exigências tecnológicas.

Objetivos:

Identificar os desafios do profissional da informação no século XXI, frente às


relevantes transformações provocadas pelas tecnologias de informação.

Plano da unidade:
O Bibliotecário do Séc. XXI.
Tecnologias de Informação.
Novas tendências e exigências tecnológicas.
Os desafios da Era da Informação.

Plano da unidade:
O Bibliotecário do Séc. XXI.
Os desafios da Era da Informação.
Novas tendências e exigências tecnológicas.
Tecnologias de Informação.

Bons estudos!

62
O Bibliotecário do Séc. XXI

De acordo com Ambinder (2012), o maior desafio do profissional da informação no


século XXI é gerenciar e buscar, de alguma maneira, ferramentas e tecnologias que
possibilitem contribuir para ampliação do acesso, recuperação e disseminação do
conhecimento científico.

Transformações relevantes provocadas pelas tecnologias de informação trouxeram


implicações não só às bibliotecas, mas também à comunidade científica. Dentre
outras esferas, no que se refere: aos papéis dos atores envolvidos no processo da
cadeia de comunicação; ao fluxo da comunicação sobre a ótica das relações de força
e de poder e à evolução e transformação dos canais formais e informais de
recuperação e disseminação da informação.

“O bibliotecário teve seu trabalho também influenciado por esta evolução e de uma
forma muito rápida. Surgiu uma nova forma de se trabalhar, de usar as tecnologias
existentes como aliada, diversificando assim a maneira de divulgar produtos e
serviços oferecidos”. (RODRIGUES, 2014, p.2)

63
Para Rodrigues (2014, p.2), as tecnologias de informação e comunicação (TIC) exigem
um novo perfil do profissional bibliotecário que requer: o domínio do uso do
computador, a compreensão e utilização da rede mundial de computadores (www),
além de saber onde encontrar e filtrar a informação para o usuário.

Sendo assim, de acordo com a autora, podemos dizer que os novos desafios são
expostos ao Bibliotecário a partir das próprias tecnologias, de Informação e
Comunicação.

A utilização das TIC permitiu a ampliação da área de atuação do Bibliotecário,


todavia, fez, surgir também, um novo perfil de usuário agora muito mais exigente,
com necessidade de recuperação da informação mais precisa e ainda mais rápida.

O rompimento das barreiras de tempo e espaço é uma realidade proporcionada


pelas TIC, e sobre isso Rodrigues (2014) destaca:

Hoje a informação está acessível a qualquer pessoa,


em qualquer parte do mundo em questão de
minutos, desde que esta esteja conectada a internet e
possua um computador ou outro equipamento que
permita a conexão. Portanto, [...] o bibliotecário não
perdeu, nem perderá seu espaço em meio às
tecnologias. O que cabe a este profissional é saber
explorar este novo momento que surge e enxergar as
oportunidades a sua volta e aproveitá-las da melhor
forma possível. (RODRIGUES, 2014, p.3)

Tecnologias de Informação

Fonte: Grupo de Fundamentos em Redes de Computadores


Disponível em: http://flaviomackenzieunit.blogspot.com.br/p/topologias-e-tamanho-das-redes.html

64
Para Ambinder (2012), o mundo digital com suas tecnologias de informação e
comunicação inferiu grandes mudanças de paradigmas em nossa sociedade. A
concepção do computador, seguido dos novos formatos de comunicação é um exemplo
de como a evolução tecnológica impactou a vida do ser humano, transformando
irreversivelmente o seu comportamento. A Internet, ou melhor, a tecnologia Web, foi
uma precursora das transformações tecnológicas, sociais e econômicas da humanidade.
A Web alterou de maneira radical, a forma com que a sociedade se comunica, se
relaciona, produz e consomem bens, informações etc.
Para melhor compreensão do termo Tecnologia da Informação, destacamos a definição
de Sousa et al (2011).

O termo “Tecnologia da Informação” serve para


designar o conjunto de recursos tecnológicos e
computacionais para a geração e uso da informação,
como também utilizado para designar o conjunto de
recursos não humanos dedicados ao armazenamento,
processamento e comunicação da informação, bem
como o modo de como esses recursos estão
organizados num sistema capaz de executar um
conjunto de tarefas. (SOUSA et al, 2011, p.4)

Arraes (2007) nos fala que o Século XXI tem a promessa de ser o século das
tecnologias.

[...] o século em que a maneira de ver, sentir,


assimilar os processos informacionais será marcada
pela presença de conscientes coletivos inteligentes. A
Internet tem contribuído na construção da maneira
de ver e de processar a gama informacional, fazendo
com que a informação em tempo real ganhe espaço
não só na rede, mas também em outros meios de
informação e comunicação. (ARRAES, et al, 2007, p.5)

65
Fonte: O Canoense. Disponível em:
http://ocanoense.com/sistemas-para-internet-pratica-de-conteudo-teorico-preparaestudantes-para-mercado/

Os desafios da Era da Informação


Para Souza et al (2011) , a informação e o conhecimento passaram a exercer um
papel central nessa nova Era.

[...] que é qualificada por várias denominações, tais


como Era, Economia ou Sociedade da Informação ou
do Conhecimento. A sociedade do conhecimento é
também a sociedade das novas tecnologias da
informação e comunicação e a valorização do homem
passa, também, pelo desenvolvimento de suas
competências em ambientes com forte presença
tecnológica. (SOUZA et al, 2011, p.4)

Os impactos trazidos por este novo universo é uma realidade e merece a nossa
atenção. Neste sentido, a utilização de tecnologias de comunicação e informação ganha
relevância ao atribuir maior agilidade no gerenciamento, compartilhamento e difusão
das informações produzidas.
A utilização de recursos computacionais no
desenvolvimento da pesquisa beneficia o trabalho das
comunidades científicas facilitando o
compartilhamento de dados e serviços
computacionais, além de contribuir para a construção
de uma infraestrutura de dados e de uma

66
comunidade científica distribuída (PALAZZI et al.,
2009, p.1).

Se apropriando desta responsabilidade, pesquisadores e estudiosos continuam a


explorar a massa informacional existente na Web, buscando reavaliar suas
possibilidades, de forma a instrumentar os computadores para processarem os registros
ou fazerem inferências mais sofisticadas. Neste processo, incluímos também o papel dos
Bibliotecários.

Novas tendências e exigências tecnológicas

Fonte: Viva Biblioteca Viva. Disponível em:


http://vivabibliotecaviva.blogspot.com.br/2012_03_01_archive.htm

As novas tendências e exigências tecnológicas dos profissionais da informação se


constituem como novos paradigmas a partir da evolução e uso dos computadores nas
organizações. Em especial, nas unidades de informação/bibliotecas.

A implantação das tecnologias da informação em


bibliotecas é uma poderosa arma para mudar o modo
como o trabalho é feito, os computadores, as redes
de comunicação, os softwares oferecem a
oportunidade de aprender e armazenar um grande
volume de informações, exigindo consequentemente,
mudanças estratégicas, culturais e organizacionais,
associadas a mudanças técnicas. (RAMOS, 2003, p.50)

Objetivando agilizar os procedimentos diários, o uso de novas Tecnologias de


Informação e Comunicação (TIC’s), otimizaram a geração e o fluxo de informações

67
exigindo profissionais capazes de lidar com o ciclo informacional e propor soluções para
organização do caos informacional. Sobre isso Rodrigues (2014) afirma que as TIC são
importantes aliadas dos profissionais para o desenvolvimento e/ou aprimoramento de
novos produtos e/ou serviços em unidades de informação.
As tecnologias possibilitaram que a biblioteconomia e
a áreas afins que seus serviços fossem ampliados, que
atingissem um número cada vez maior de pessoas,
além de possibilitar que novos serviços fossem
criados ou ainda aprimorar os já existentes,
possibilitaram também uma comunicação dinâmica e
rápida com os usuários, foi também possível que a
informação, esteja disponível em tempo hábil a
qualquer pessoa que possua conexão em rede. [...]
Contribuíram também para atingir os usuários
potenciais, que atraídos pela nova forma de
prestação de serviços e/ou dos novos serviços
prestados passaram a frequentar com mais
assiduidade uma Unidade de Informação.
(RODRIGUES, 2014, p.9)

Cabe aqui destacar que o trabalho do bibliotecário sofreu alterações com o surgimento
das TIC. Todavia, De acordo com Mesquita, Mariano e Viana (2011, p.7) os bibliotecários:

[...] devem desenvolver continuamente suas


atividades típicas: captação, tratamento, organização,
armazenamento e disseminação das informações,
como também priorizar a formação contínua, ter
domínio e fazer aplicação das TIC nas unidades de
informação, ser gestor de base de dados e bibliotecas
virtuais, aprender a lidar mais com processos que
com técnicas, etc.

Os desafios da Era da Informação, bem como as exigências tecnológicas, são


questões que estão diretamente relacionadas ao fazer do profissional Bibliotecário.
Colocam na ordem do dia, uma constante atualização para o bom enfrentamento
dos novos paradigmas do Século XXI.

68
Exercícios da Unidade 6

1.Transformações relevantes foram provocadas pelas tecnologias de informação. As


TICs trouxeram implicações para quem?

a). Às bibliotecas e à comunidade científica.


b). Aos papéis dos atores envolvidos no processo da cadeia de comunicação.
c) Ao fluxo da comunicação sobre a ótica das relações de força e de poder.
d) À evolução e transformação dos canais formais e informais de recuperação e
disseminação da informação.
e) Todas as respostas estão corretas.

2. O uso de novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s), otimizaram a


geração e o fluxo de informações exigindo profissionais capazes de lidar com o ciclo
informacional e propor soluções para organização do caos informacional.

a) Canais formais e informais


b) Catálogos
c) Manuais
d) E propor soluções para organização do caos informacional.
e) Nenhuma das respostas

3. As bibliotecas contemporâneas se constituem como uma infraestrutura:

a) Obsoleta
b) Moderna
c) Híbrida: física e digital.
d) Acolhedora
e) Todas as respostas estão corretas

4. As novas tendências e exigências tecnológicas dos profissionais da informação se


constituem como:

a) Novos formatos para o espaço físico


b) Novos paradigmas a partir da evolução e uso dos computadores nas organizações
c) As letras a/b estão corretas
d) Nenhuma das respostas anteriores
e) Todas as respostas estão corretas

5. A utilização de tecnologias de comunicação e informação ganha relevância ao atribuir


maior agilidade no (a):

69
a) Gerenciamento
b) Compartilhamento
c) Difusão das informações produzidas
d) Todas as respostas estão incorretas
e) As letras a/b/c estão corretas.

6. A evolução tecnológica impactou a vida do ser humano, transformando


irreversivelmente o seu comportamento. Qual tecnologia foi a precursora das
transformações tecnológicas, sociais e econômicas da humanidade?

a) Computador
b) Internet/tecnologia Web
c) Somente a letra b está correta
d) As letras a/b estão corretas
e) Nenhuma das respostas anteriores

7. O crescimento acelerado e caótico da Web coloca na ordem do dia um problema crucial.


Qual seria?

8. O uso de novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s), otimizaram a geração


e o fluxo de informações exigindo uma nova postura por parte dos profissionais. Que
postura seria essa?

9. Qual o maior desafio do profissional da informação no século XXI?

10 - Defina o termo Tecnologia de Informação.

70
Considerações Finais

Caro aluno,

Chegamos ao final dos estudos da disciplina Fundamentos da


Ciência da Informação e Biblioteconomia.
Agora que seus conceitos básicos e fundamentais foram
assimilados, já conseguimos identificar: a diferença entre dado,
conhecimento e informação; o contexto sócio histórico da
Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação; e a
ambiência ocupacional nos quais os profissionais exercem seus
papéis e desenvolvem suas competências apoiando o ensino, a
pesquisa e a extensão. Sendo assim, podemos ir adiante aos
desdobramentos desta disciplina, que tem essencialmente um
caráter introdutório para o Curso.
Procurei organizar a disciplina de maneira a abordar o conteúdo
programático, com base nos autores clássicos e contemporâneos
da literatura.

Espero que este material tenha contribuído para a sua formação


e capacitação profissional, e que o mesmo sirva de estímulo na
continuidade do referido curso.

Parabéns e sucesso na sua trajetória!

Déborah Ambinder

71
Conhecendo a autora

Déborah Ambinder

Mestre em Ciência da Informação pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da


Informação da Universidade Federal Fluminense / Instituto de Arte e Comunicação
Social / Departamento de Ciência da Informação - PPGCI/UFF (2010- 2012). Possui
Especialização em Atualização Pedagógica pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro-UFRJ / Ministério do Exército (2002), Licenciatura em Ciências Biológicas pela
Faculdade Maria Thereza (1988) e Bacharelado em Biblioteconomia e Documentação
pela Universidade Federal Fluminense (1997). Trabalha com os seguintes temas:
Gestão de Bibliotecas, Treinamento de usuários, Pesquisa Científica, Recuperação da
informação, Acesso às Bases de dados, Gestão de conteúdos digitais, Tecnologia da
Informação, Organização e Representação do Conhecimento em Ambientes Digitais,
Periódico científico eletrônico, Comunicação científica, Web Semântica, Tecnologias
semânticas e Web 2.0.

72
Referências
ARRAES, B.H.R. et al. Tecnologias da informação e comunicação como recurso
interativo na perspectiva da ciência da informação. Revista Eletrônica Informação e
Cognição, Marília, SP, v. 6, n. 1, p.3-15, 2007. Disponível em:
<http://portalppgci.marilia.unesp.br>. Acesso em: 09 set. 2007.

RAMOS, Magda Camargo Lange. A utopia dos Bits: impacto das tecnologias de
informação na interação bibliotecário/usuário (de graduação) da Biblioteca
Universitária
da Universidade Federal de Santa Catarina. Dissertação de Mestrado: Florianópolis,
2003.

SILVA, Natália Rodrigues. O bibliotecário mediante as novas tecnologias da


informação
e comunicação. In: Encontro Regional dos Estudantes de Biblioteconomia,
Documentação, Ciência e Gestão da Informação, 17., Fortaleza. Anais... Fortaleza,
2014. Disponível em:
<http://www.erebdfortaleza2014.ufc.br/gt/GT3/O%20BIBLIOTEC%C3%81RIO%20ME
DI
ANTE%20AS%20NOVAS%20TECNOLOGIAS%20DA%20INFORMA%C3%87%C3%83
O%20E%20COMUNICA%C3%87%C3%83O.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2014.

SOUSA, Leliana Santos de. Hipertexto tecido em aula: tecnologia da Informação e


gestão
do conhecimento. In: Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências Sociais, Diversidades
e (Des) Igualdades, 11., Salvador. Anais... Salvador, 2011. Disponível em:
http://www.xiconlab.eventos.dype.com.br/resources/anais/3/1308349274_ARQUIV
O_ARTIGO_HIPERTEXTO_-_LELIANA_SOUSA[1][1].pdf . Acesso em: 19 dez.2014.

AMBINDER, Déborah Motta. Artigos científicos digitais na web: novas


experiências para acesso e leitura. Niterói, 2012. 165f. Dissertação (Mestrado em
Ciência da Informação) - Instituto de Artes e Comunicação Social, Universidade
Federal Fluminense, Niterói, 2012.

ANDRADE, Marcos. V. M.; COELHO, Sandra L. Biblioteca fácil. Niterói: UFF,


2008.

ANGELONI, Maria Terezinha. Elementos intervenientes na tomada de


decisão. Ciência da Informação, Brasília, v. 32, n. 1, Apr. 2003 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
19652003000100002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 21 set. 2014.

73
ARBOIT; Aline Elis; BUFREM, Leilah Santiago. O enfoque social dos novos
conceitos de biblioteca: análise da produção periódica nacional do campo da ciência
da informação. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA,
DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO, MULTICULTURALIDADE E INCLUSÃO SOCIAL, 24., 2011,
Maceió. Anais... Maceió: [s.n.], 2011.

AURÉLIO, M. A. Dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Interamericana,


2010.

BARRETO, A. de A. Uma história da ciência da informação. In: TOUTAIN, L. M. B.


B. (Org.). Para entender a ciência da informação. Salvador: EDUFBA, 2007.

BELKIN, Nicholas J.; ROBERTSON, Stephen E. InformationScience and the


phenomenon of information. Journal of the American Society of Information
Science, July-August, 1976. p.197-204.

BORKO, H. Information science: what is it? American Documentation,v. 19, n. 1, p.


3-5, 1968.

BRADFORD, S. C. Documentação. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961. 292 p.


(Biblioteca Fundo Universal de Cultura: Estante de Documentação). Tradução de:
"Documentation", London, Crosby Lockwood & Son Ltd., 1953.

BRASIL. Lei n. 10.994, de 14 de dezembro de 2004. Disponível em:<


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10994.htm> Acesso
em 26 de nov. 2014.

BRASIL. Lei n.12.192, de 14 de janeiro de 2010. Disponível em: <


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12192.htm>. Acesso
em 26 de nov. 2014.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações


2002. Brasília: MTE, 2002. Disponível em: <www.mtecbo.gov.br>. Acesso em: 12
out. 2014.

BUCKLAND, Michael K. Information as thing. Journal of the American Society


for Information Science, v.42, n.5, p.351-360, 1991.

CAPURRO, Rafael; HJORLAND, Birger. O Conceito de Informação. Perspectivas


em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 12, n. 1, abr. 2007. Disponível em:
<http://www;scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex&pid=S143-
99362007000100012&Ing=en&nrm=iso>. Acesso em: 12 de out. 2014.

CARVALHO, Kátia de. Informação: direito do cidadão.IN:__ CONGRESSO


BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 16, 1991,

74
Salvador. Anais ... Salvador: Associação Profissional dos Bibliotecários do Estado da
Bahia, 1991, 1172-1179.

CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e


a sociedade. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2003.

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

CÓDIGO de Ética. Disponível em: <http://codigo-de-etica.info/>. Acesso em: 15 out.


2014.

CONSELHO Federal de Biblioteconomia (CFB). O Bibliotecário. Disponível em:


<http://www.cfb.org.br/UserFiles/File/O_Bibliotecario.pdf >. Acesso em: 13 out.
2014.

CRUZ, Margarida dos Santos Valente et al. A gestão por competências como modelo
estratégico aos profissionais bibliotecários. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 25.,
2013, Florianópolis. Anais... Florianópolis: [s.n.], 2013. Disponível em: <
http://portal.febab.org.br/anais/article/viewFile/1488/1489>. Acesso em: 25 nov.
2014.

DARNTON, Robert. A questão dos livros: passado, presente e futuro. São Paulo:
Companhia das Letras, 2010.

DAVENPORT, T.; PRUSAK, L. Ecologia da informação: por que só a tecnologia


não basta para o sucesso na era da informação. São Paulo: Futura, 1998. 316p.

ESCRITA Cuneiforme. Disponível em:


<http://pt.wikipedia.org/wiki/Escrita_cuneiforme>. Acesso em: 20 set.2014.

FARIAS, Sueli et al. Competências do profissional da informação: uma reflexão a


partir da Classificação Brasileira de Ocupações. Ciência da Informação, Brasília,
v. 34, n. 2, p. 26-33, maio/ago. 2005.

FIATES, Gabriela Gonçalves Silveira. Avaliação de ferramentas da internet para


apoiar o desenvolvimento de organizações de aprendizagem. 2001. 240 f. Tese
(Doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa
de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, 2001.

FREIRE, Gustavo Henrique. Ciência da informação: temática, histórias e


fundamentos. Perspect. ciênc. inf., Belo Horizonte, v.11, n.1, p. 6-19, jan./abr. 2006.

FREIRES, Thiago G.S. Relações entre a ciência da informação e as ciências da


comunicação: um estudo dos conceitos de representação documentária, mediação e

75
comunicação científica. Disponível em: <http://rabci.org/rabci/sites/default/files/
TCC-Freires.pdf>. Acesso em: 15 nov.2014.

GARCEZ, Maria Stuart; RADOS, Gregório J. Varvakis. Biblioteca híbrida: um novo


enfoque no suporte à educação à distância. Ciência da Informação, Brasília, v. 31,
n. 2, p. 44-51, maio/ago. 2002.

GARVEY, W. D.; GRIFFITHI, B. C. Communication, the essence of Science,


Apêndice A, B. In: GARVEY, W.D. Communication: the essence of science.
Oxford: Pergamon Press, 1979. Disponível em: <http://global-
reach.biz/globstats/evol.html>. Acesso em: jun. 2007.

GROGAN, Denis. A prática do serviço de referência. Brasília: Briquet de Lemos


Livros, 2001.

GROGAN, Denis. A prática do serviço de referência. Brasília: Briquet de Lemos


Livros, 2001.

GUMIEIRO, Katiúcia Araújo. Modelos de negócios para periódicos científicos


eletrônicos de acesso aberto. 2009. 157 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da
Informação)–FACE/CID, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2009. Disponível
em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/3251/1/Katiucia_dissertacao.pdf >.
Acesso em: 26 nov. 2014.

HJØRLAND, Birger. Information seeking and subject representation: an activity-


theoretical approach to Information Science. New York: Greenwood Press, 1997.

KNOWLEDGE RESEARCH INSTITUTE, INC. AND OTHER SOURCES.


Knowledge management glossary. Disponível em: www.knowledge point.com.au/
.../glossary.html.

LE COADIC, Y. F. A Ciência da Informação. Brasília, DF: Briquet de


Lemos/Livros, 1996. 119p.

LE COADIC, Y. F. A Ciência da Informação. 2. ed. Brasília, DF: Briquet de


Lemos/Livros, 2004.

LEME, Rogério. Aplicação prática da gestão por competência. Rio de Janeiro:


Qualitymark Editora, 2005.

LEMOS, Antonio Agenor Briquet de. Bibliotecas. In: CAMPELLO, Bernadete


Santos; CALDEIRA, Paulo da Terra; MACEDO, Vera Amália Amarante
(Orgs.). Formas e expressões do conhecimento: introdução às fontes de informação.
Belo Horizonte: Escola de Biblioteconomia da UFMG, 1998. p. 347-366.

LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 3. ed.


Tradução de Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: Loyola, 1999.

76
MACHLUP, F.; MANSFIELD, U. (Ed.). The study of information: Interdisciplinary
messages. New York, NY: Wiley, 1983.

MALHOTRA, Y. What is knowledge management? Disponível em:


<http://www.brint.com.papers/copint.htm>.

MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras,
1997. 405 p.

MARCONDES, Carlos Henrique; MENDONÇA, Marília Alvarenga Rocha;


MALHEIROS, Luciana Reis. Uma proposta de modelo de representação o
conhecimento contido no texto de artigos científicos publicados na Web em formato
legível por programas. DataGramaZero – Revista de Ciência da Informação, Rio de
Janeiro, v. 7, n. 5, out. 2006.

MARCONDES, C. H. et al. (orgs.). Bibliotecas digitais: saberes e práticas. 2. ed.


Salvador/Brasília: EDUFBA/IBICT, 2006.

MEADOWS, A.J. A comunicação científica. Brasília: Briquet de Lemos, 1999.

MILANESI, Luiz. O que é biblioteca. 9. ed. São Paulo: Brasiliense, 1993, 107 p.
(Coleção Primeiros Passos; 94).

NAUDÉ, Gabriel. Advis pour dresser une bibliothèque. Paris: Klincksieck, 2000.

NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de conhecimento na empresa.


8. ed. Rio de Janeiro: Campus,1997.

NONAKA, Ikujiro. A empresa criadora de conhecimento. In: Gestão do


conhecimento. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

ORTEGA, Cristina Dotta. Relações históricas entre Biblioteconomia, Documentação


e Ciência da Informação. DataGramaZero, v. 5, n. 5, out. 2004.

ORTEGA, Cristina Dotta. Surgimento e consolidação da Documentação: subsídios


para compreensão da história da Ciência da Informação no Brasil. Perspectivas em
Ciência da Informação, v. 14, número especial, p. 59-79, 2009.

PALAZZI, Daniele; SILVA, Laryssa; MENDES, Luiz Felipe; GASPAR, Wander;


MATOS, Ely; CAMPOS, Fernanda; BRAGA, Regina. Uso de ontologias em
projetos de e-science. Disponível em: <http://www.ontobra.comp.ime.eb.br/
artigos>. Acesso em: 29 de out. 2009.

PARRY, Scott B. The quest for competencies. Training, vol. 33, n.7, p. 48-54, Jul.
1996.

77
PINHEIRO, Ana Virgínia. Produção do Registro do Conhecimento I (Planos de
Aulas). Rio de Janeiro, 2002.

PINHEIRO, Lêna Vânia Ribeiro. Processo evolutivo e tendências contemporâneas da


Ciência da Informação. Informação & Sociedade, v.15, n.1, jan.- jun.2005, p.13-48.

PREZI. O que são dados? Disponível em: <http://prezi.com/e3pndpywrhta/dados-


sao-observacoes-documentadas-ou-resultados-da-medicao/>. Acesso em: 20 set.2014.

PRADO, Heloisa de Almeida. Organização e administração de bibliotecas.


Brasília: Thesaurus, 1992.

RAYWARD, W. Boyd. The origins of Information Science and the International


Institute of Bibliograph/ International Federation for Information and Documentation
(FID). Journal of the American Society for Information Science, v. 48, n. 4, p.
289-300, 1997.

REDARTE/RJ. A primeira biblioteca do mundo. Disponível em:


<http://redarterj.wordpress.com/2009/10/15/a-primeira-biblioteca-do-mundo/>.
Acesso em: 20 set. 2014.

RUSSO, Mariza. Fundamentos em Biblioteconomia e Ciência da Informação. Rio


de Janeiro: E-Papers Serviços Editorias, 2010.

SANTOS, Ana Paula Lima dos; RODRIGUES, Mara Eliane Fonseca.


Biblioteconomia: gênese, história e fundamentos. Revista Brasileira de
Biblioteconomia e Documentação. São Paulo, v. 9, n. 2, p. 116-131, jul./dez. 2013.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed.


São Paulo: Edusp, 2006.

SARACEVIC, Tefko. Information science. Journal of the American Society for


Information Science, New York, v. 50, n. 12, p.1051-1063, oct. 1999.

SCHELLENBERG, T. R. Arquivos modernos: princípios e técnicas. 6.ed. Rio de


Janeiro: Ed. da FGV, 2006.

SETZER, V. Dado, informação, conhecimento e competência. DataGramaZero


Revista de Ciência da Informação, n. 0, dez. 99. Disponível em:
<http://www.dgz.org.br/dez99/F_I_art.htm>. Acesso em: 20 set. 2014.

SIMEÃO, Elmira L.M.S.; FONTOURA, Marcelo C. da. A documentação de Paul


Otlet: uma proposta para organização racional da produção intelectual do homem.
Disponível em:
http://www.academia.edu/2586093/Artigo_sobre_as_origens_da_Documenta%C3%A
7%C3%A3o_de_Paul_Otlet_e_La_Fontaine. Acesso em: 15 nov. 2014.

78
SIQUEIRA, Jéssica C. Biblioteconomia, documentação e ciência da informação:
história, sociedade, tecnologia e pós-modernidade. Perspect. Cienc. Inf., Belo
Horizonte, v. 15, n. 3, p. 52-66, set./dez. 2010.

SMIT, Johanna W. Que é documentação (o). São Paulo: Brasiliense, 1987.

TANUS, Gabrielle Francinne de S.C; RENAULT, Leonardo Vasconcelos; ARAÚJO,


Carlos Alberto Ávila. O conceito de documento na Arquivologia, Biblioteconomia e
Museologia. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v.
8, n. 2, p. 158-174, fev. 2013. ISSN 1980-6949. Disponível em:
<http://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/220/234>. Acesso em: 09 Out. 2014.

TARGINO, Maria das Graças. Artigos científicos: a saga da autoria e co-autoria. In:
FERREIRA, S. M. S. P.; TARGINO, M. das G. (Org.). Preparação de revistas
científicas: teoria e prática. São Paulo: Reichmann & Autores Ed., 2005. p. 35-54.

TOMANIK, E.A. O olhar no espelho: conversas sobre a pesquisa em Ciências


Sociais. 2. ed. Maringá: Eduem, 2004.

TURBAN, Efraim. Administração da tecnologia da informação. Rio de Janeiro:


Campus, 2003.

VALLS, Valéria M. O papel do bibliotecário na Gestão do Conhecimento. 2008.


Disponível em: <http://www4.prefeitura.sp.gov.br/seme/CEDOC/iegi/pdfs/8-
O_Papel_do_Bibliotecario_na_GC.pdf>. Acesso em: 20 set. 2014.

VALENTIM, Marta Lígia. Formação do profissional da informação. São


Paulo: Polis, 2002.

VELLOSO, Ana Paula Meyer. Bibliotecas particulares e dispositivos de leitura.


São Paulo, 2008. 165f. Dissertação (Mestrado Ciências Sociais) – Universidade
Católica de São Paulo, 2008.

VIEIRA, Katia Corina. Processamento técnico: uma perspectiva histórica.


Disponível em:< http://snbu.bvs.br/snbu2000/docs/pt/doc/poster004.doc>. Acesso em:
12 out. 2014.
ZIMAN, J. Comunidade e comunicação. In: ZIMAN, J. Conhecimento público. Belo
Horizonte: Itatiaia, 1979. cap. 6, p. 115-138.

79
Gabaritos

Exercícios da Unidade 1
1. c) dados
2. c) informação
3. d) as letras a/c estão corretas
4. b) pessoas
5. Gestão do Conhecimento
e) Todas as alternativas estão corretas
6. Biblioteca é a coleção pública ou privada de livros e documento congêneres... - e)
as alternativas a/d estão corretas
7. competência - d) letras a/b estão corretas
8. O documento é concebido como instância física e informativa... –
b) a circulação social do conhecimento.

9. De acordo com definição de Ortega (2009, p.60), o termo “documentação” é


usado para indicar o conjunto de técnicas de organização da informação visando
recuperação, acesso e uso, e o termo “Documentação” para referir-se à área que
estuda os fundamentos e métodos relacionados a estas técnicas.

10. Para Vieira (2000), “Biblioteconomia é o conhecimento sobre os procedimentos e


critérios necessários para organizar o acervo de livros contendo informações de
natureza diversa”.
De acordo com o dicionário Aurélio (2010) Biblioteconomia é a “disciplina de nível
universitário referente à organização e administração de bibliotecas”. Cabe aqui
ressaltar que a organização de livros e outros documentos abrangem os ambientes
físicos e /ou virtuais.
Ciência da Informação é uma disciplina interdisciplinar, que investiga as
propriedades e o comportamento da informação, as forças que governam o seu
fluxo, a sua utilização e as técnicas, tanto manuais como mecânicas, de
processamento da informação para armazenagem, recuperação e disseminação
ótimas (BORKO, 1968).

Exercícios da Unidade 2
1. c) letras a, b, estão corretas.
2. d) as letras a/c estão corretas
3. b) Biblioteca de Ebla localizada na Síria
4. d) as letras a/b estão corretas
5. d) as letras a/b e c estão corretas

80
6. e) as alternativas a/d estão corretas
7) d) letras a/b/c estão corretas

8. Paul Otlet se dedicava aos estudos dos problemas de gestão do conhecimento


registrado, vinculados à produção e à edição de bibliografias especializadas.
9. Segundo Saracevic (1996), transmitir o conhecimento para aqueles que dele
necessitam é uma responsabilidade social, e essa responsabilidade parece ser o
verdadeiro fundamento da Ciência da Informação.

10. Para o governo, pesquisas científicas e tecnológicas e explosão informacional

Exercícios da Unidade 3
1. c) letras a, b, estão corretas.
2. a)
3. d) as letras a/b/c estão corretas
4. e) Todas as respostas estão corretas
5. d) as letras a/b e c estão corretas
6. d)
7) e) Todas as respostas estão corretas

8. De acordo com a Legislação, a Profissão de Bibliotecário é reconhecida pela


Lei 4.084, de 30 de junho de 1962. O Decreto que regulamenta o exercício da mesma
é o Nº 56.725, de 16 de Agosto de 1965 é privativo aos portadores de diploma de
Bacharelado em Biblioteconomia expedidos por instituições reconhecidas pelo
Ministério da Educação e Cultura.

9. O surgimento das novas tecnologias de comunicação e disseminação da


informação, em conjunto com o atendimento as novas necessidades informacionais
dos usuários de bibliotecas exigem habilidades e atitudes por parte dos
bibliotecários que vão além da atuação técnica. Outras competências como,
interação com o grupo, pró-atividade, senso crítico, criatividade e liderança
passaram a ser exigidas desse profissional.

10. Como aqueles que “disponibilizam informação em qualquer suporte; gerenciam


bibliotecas, centros de documentação, centros de informação e correlatos, além de
redes e sistemas de informação. Tratam tecnicamente e desenvolvem recursos
informacionais; disseminam informação com o objetivo de facilitar o acesso e
geração do conhecimento; desenvolvem estudos e pesquisas; realizam difusão
cultural; desenvolvem ações educativas. Podem prestar serviços de assessoria e
consultoria”

81
Exercícios da Unidade 4

1.c)
2. d)
3. a)
4. a)
5. d)
6. a)
7) d) As letras a/b/c estão corretas

8. A Biblioteca Escolar tem como objetivos: fornecer material bibliográfico e dar


suporte às atividades desenvolvidas pelos professores e alunos de uma escola,
complementando e incentivando as atividades realizadas dentro da sala de aula. A
mesma desempenha papel importante na formação do hábito de leitura do aluno,
pois o mesmo nesta fase está iniciando sua trajetória intelectual.

9. Defina Biblioteca Especializada

Esse tipo de biblioteca visa atender às necessidades informacionais de um grupo


específico de estudantes, pesquisadores ou professores de uma determinada área
do conhecimento humano. Estas bibliotecas podem ser vinculadas a uma entidade
científica e de pesquisa, a uma empresa ou mesmo a um serviço público
especializado (VIEIRA, 2014).

10. Que tipo de Biblioteca funciona como órgão de apoio às atividades de ensino,
pesquisa e extensão?

Biblioteca Universitária. Integrada a uma Instituição de Ensino Superior,


complementa os conhecimentos ministrados nos currículos dos cursos, funcionando
como órgãos de apoio às atividades de ensino, pesquisa e extensão. Seu objetivo é
facilitar o acesso e uso das fontes de informação, que representam a base do ensino
e da pesquisa (PRADO, 1992, p.16).

Exercícios da Unidade 5

1. d) letras a/b/c estão corretas


2. d) No processo de construção da informação
3. e) Todas as respostas estão corretas

82
4. a) Aristóteles
5. e) Todas as respostas estão corretas
6. c) O compartilhamento e a interação entre membros de uma comunidade científica

7) d) As letras a/b/c estão corretas

8). Declaração de Budapeste, de 2001, Declarações de Bethesda e de Berlim, ambas de


2003. Também conhecidas como declarações BBB, ainda hoje são referências para o
movimento de acesso aberto.

9. Constitui-se agora por uma enorme quantidade de registros da cultura humana,


retratada por documentos e recursos, tais como: textos, gráficos, imagens, sons e outros.

10. Disponibilização livre na Web da literatura acadêmica e científica, permitindo a


qualquer pesquisador ler, descarregar (download), copiar, distribuir, imprimir, pesquisar
ou referenciar (link) o texto integral dos documentos. (MARTINS, 2006, p.50).

Exercícios da Unidade 6
1. e) todas as respostas estão corretas
2. d) e propor soluções para organização do caos informacional.
3. c) híbrida: física e digital.
4. b) novos paradigmas a partir da evolução e uso dos computadores nas organizações
5. e) As letras a/b/c estão corretas.
6. d) as letras a/b estão corretas
7. O problema de identificar, recuperar e avaliar a infinidade de recursos, tornados
disponíveis na Web.

8. Profissionais capazes de lidar com o ciclo informacional e propor soluções para


organização do caos informacional.

9. Gerenciar e buscar, de alguma maneira, ferramentas e tecnologias que possibilitem


contribuir para ampliação do acesso, recuperação e disseminação do conhecimento
científico.

10. O termo “Tecnologia da Informação” serve para designar o conjunto de recursos


tecnológicos e computacionais para a geração e uso da informação, como também
utilizado para designar o conjunto de recursos não humanos dedicados ao
armazenamento, processamento e comunicação da informação, bem como o modo de
como esses recursos estão organizados num sistema capaz de executar um conjunto de
tarefas. (SOUSA et al, 2011, p.4)

83

Você também pode gostar