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RECURSOS AUDIOVISUAIS INSTANTÂNEOS NA EDUCAÇÃO A

DISTÂNCIA: UMA REFLEXÃO SOBRE AS POTENCIALIDADES


PEDAGÓGICAS
Artur Nobre 1, Célia Maria de Araújo2

1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Programa de Pós- Graduação em Inovação em Tecnologias/
arturnobres@gmail.com
2
Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Programa de Pós- Graduação em Inovação em Tecnologias/
celyaraujo13@gmail.com

Resumo – Este trabalho traz uma reflexão sobre o uso de recursos audiovisuais
instantâneos como ferramentas estratégicas no processo de ensino aprendizagem,
destacando sua viabilidade e importância no contexto educativo da cultura digital. Com o
objetivo de fundamentar uma futura implementação desses recursos no ambiente virtual
de aprendizagem, Moodle Mandacaru , da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o
artigo indica alguns princípios relevantes à abordagem do uso de vídeos e áudios na área
da educação a distância, quanto aos aspectos motivacionais e de engajamento do aluno. O
estudo tem como objeto de pesquisa, um plug-in gratuito específico para gravação de
áudios e vídeos instantâneos, desenvolvido pela comunidade Moodle, denominado
RecordRTC.
Palavras-chave: Áudio, vídeo, engajamento, motivação, ead, feedback
Abstract – This work brings a reflection on the use of instant audiovisual resources as
strategic tools in the process of teaching learning, highlighting its viability and importance
in the educational context of the digital culture. In order to support a future
implementation of these resources in the virtual learning environment, Moodle *********,
of the University ***************, the article indicates some principles relevant to the
approach to the use of videos and audios in the area of distance education, regarding the
motivational aspects and student engagement. The study aims to research, a free plug-in
specific to audio recording and instant videos, developed by the Moodle community, called
RecordRTC.
Keywords: audio, video, engagement, motivation, ead, feedback.
1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, as tecnologias de informação e comunicação (TIC) estão se


desenvolvendo rapidamente e sendo cada vez mais introduzidas no meio educacional.
Muitos desses recursos estão sendo testados e criados, embora não consiga acompanhar, de
forma exponencial, a evolução tecnológica. Algumas questões tornam-se frágeis a despeito
do uso dessas novas tecnologias da informação e da comunicação, no âmbito educacional,
uma vez que precisam ser compreendidas como um processo realizado ao longo da vida, não
de forma isolada e unilateral como vem sendo aplicada.
Na mesma direção, observando as redes sociais que nos cercam, fica cada vez mais
claro e evidente que as mídias são exploradas progressivamente pelos usuários, seja
utilizando um texto interativo ou um vídeo síncrono entre as plataformas digitais. É nessa
nova realidade que surgem os recursos audiovisuais instantâneos que poderão ser utilizados
em várias frentes no que diz respeito a ambientes virtuais de aprendizagem. O uso desses
recursos podem propiciar condições de aprendizagem mais eficazes, uma vez que, permitem
maior interação entre os diferentes sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem,
podendo ser utilizados em consonância com outras ferramentas disponíveis na maioria dos
ambientes virtuais, tais como, fóruns, mensagens diretas, até mesmo em feedback de uma
atividade específica.
De acordo com Vieira (2011) ensinar e estudar a distância não são tarefas fáceis, é
necessário professor e aluno se readequarem a esse novo cenário. A utilização de recursos
audiovisuais instantâneos em plataformas virtuais, que oferecem a possibilidade de
feedback ainda está em processo de estudo e implementação. Nessa perspectiva, esse
estudo pretende contribuir e ampliar as possibilidades de interação e colaboração entre os
diferentes sujeitos envolvidos no processo educacional.

2. REFERENCIAL TEÓRICO
A efetividade no processo de ensino aprendizagem ultrapassa os aspectos do
conteúdo, uma vez que estamos imersos numa sociedade conectada, onde os dispositivos
móveis como os tablets e smartfones ocupam cada vez mais espaço, quer seja nas atividades
cotidianas, do dia a dia, quer seja nas atividades profissionais e educacionais. O nosso
cotidiano depende cada vez mais das chamadas tecnologias de informação e comunicação e,
principalmente, das redes de comunicação que as interligam. Essas estruturas tecnológicas
se modernizam a cada dia, promovendo uma fusão de funções e ações nas relações que
estabelecemos na hora de nos comunicarmos e de gerenciarmos informação.
Ainda não temos parâmetros para analisar a influência desses dispositivos sobre as
atitudes, os costumes e as ações de seus usuários, entretanto, podemos afirmar que a
convergência propiciada por esses recursos tecnológicos influenciam nos nossos modos de
ser, estar, agir e se comunicar no mundo. E, consequentemente, influencia na maneira de
aprender e de ensinar. Agora, as relações educacionais, sobretudo na modalidade a
distância, passam por novos processos de mediação que não dependem único e
exclusivamente dos sujeitos, mas de dispositivos que podem proporcionar diferentes tipos
de interatividade, os chamados ambientes virtuais de aprendizagem (AVA).
Esses ambientes, do ponto de vista instrumental, são estruturas tecnológicas criadas
com o objetivo de oferecer espaços especiais em que diferentes ferramentas de suporte e de
interação podem ser utilizadas numa mesma estrutura, embora que virtualmente.
A utilização que se faz desse tipo de suporte tecnológico e a finalidade para a qual
são utilizados podem dar um novo significado ao conceito de AVA. Vejamos a compreensão
de (VALENTINI; SOARES, 2005, p. 19) sobre os ambientes virtuais de aprendizagem [ ] um
lugar na web, "cenários onde as pessoas interagem", mediadas pela linguagem da
hipermídia, cujos fluxos de comunicação entre os integrantes são possibilitados pela
interface gráfica. Nessa perspectiva, buscamos compreender como acontecem esses
processos de mediação, que ferramentas propiciam essa interação.
Na figura abaixo, observamos a teoria idealizada por Edgar Dale (1946), pesquisador
da Universidade do Estado de Ohio nos Estados Unidos: “Audio-visual methods in Teaching”
ou Pirâmide de Aprendizado.

Figura 1: Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser


Fonte: NUNES; BESSA, 2017.

Conforme modelo apresentado (Pirâmide de aprendizagem de William Glasser ou


Cone de aprendizagem) podemos observar que o desenvolvimento ou o processo de
aprendizagem do conteúdo é crescente na medida em que o aluno deixa de ser apenas um
mero espectador, assistindo palestras ou realizando somente leituras. A implementação de
atividades práticas pressupõe um aprendizado mais eficiente, assim como as possibilidades
de aprendizado, conforme demonstrado no estudo de Edgar Dale (1946). Este é um aspecto
interessante e importante que deve ser considerado quando se pretende melhorar o
aprendizado.

Diante desse contexto, e entendendo o verdadeiro papel do educador e do aluno no


processo de ensino e aprendizagem, se faz necessário estudar e até mesmo aperfeiçoar
recursos já existentes nas plataformas de aprendizagem utilizadas nos cursos ofertados na
modalidade a distância, a fim de potencializar o protagonismo do aluno diante do seu papel.

3. RECURSOS TECNOLÓGICOS

3.1 Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle Mandacaru


A utilização dos AVA e de outras tecnologias da comunicação e informação na
educação, de um modo geral, está diretamente associada a sua capacidade de congregar um
conjunto de ferramentas e dispositivos com capacidade de proporcionar melhor interação e
interatividade entre os sujeitos participantes do processo educacional, principalmente no
que diz respeito à sua utilização em experiências de educação a distância. Suas estruturas se
assemelham a salas de aula e podem ser utilizados por diferentes instituições, unidades,
facilitando com isso as possibilidades de gerenciamento de informações.
O Moodle é uma ferramenta de software livre e de código aberta ao qual existem
mais de 101.567 sites ativos que se cadastraram em 232 países distintos. Atualmente existem
no mundo perto de 14.986.712 cursos registrados em 70 idiomas diferentes, com um total
de 130.398.222 usuários cadastrados. Apenas no Brasil, contamos com mais de 5170
sites/moodle registrados na comunidade. Abaixo um quantitativo dos quatro países com
maior número de sites/moodle registrados na comunidade.
Figura 2 – Lista de Países/registros
Fonte: https://moodle.net/stats/

O ambiente virtual de aprendizagem foi desenvolvido na plataforma Moodle,


norteado por uma abordagem construtiva, dinâmica e interativa. O Moodle mandacaru,
assim denominado pela equipe de tecnologia da informação da ...........da ..........., foi
programado tendo em vista criar uma ambiente de fácil acesso e navegação. O ambiente
disponibiliza vários tipos de recursos tais como: atividades didáticas pelo envio de arquivos;
vídeo-aulas, filmes, fóruns para socialização das discussões, mural para o compartilhamento
de informações; envio de mensagens, chat, web conferência. (VILAR, CASTRO e DIAS, 2015)
A interconexão das TIC permite o trabalho colaborativo na rede entre os aprendizes,
entre o professor e os aprendizes. Além disso, o Moodle possui recursos como mensagens
diretas, geração de listas de participantes, avaliação/feedback de atividades e relatórios de
qualificações, entre outros (Dougiamas, 2012). As contribuições do Moodle para
desenvolvimento de competências para o trabalho autônomo e colaborativo são evidências
de sua orientação para a aprendizagem construtivista.
Atualmente o Moodle Mandacaru conta com mais de 1500 alunos ativos, distribuídos
em 190 disciplinas dentre os nove cursos de licenciatura e 1 curso de bacharelado ofertados
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Figura 3: Recorte da Sala de aula virtual (Moodle Mandacaru)

Para compreender a potencialidade dos recursos do Moodle enquanto apoio


tecnológico aos diferentes processos é necessário ter conhecimento de quais são mais
utilizados no cenário atual, e quais suas funcionalidades dentro da plataforma
proporcionando ou não aprendizado para os envolvidos. Nesse sentido, no quadro abaixo,
mostramos um pouco das funcionalidades dos recursos que tiveram uma maior frequência
de criação no Moodle Mandacaru, levando em consideração o período de janeiro de 2014 a
julho de 2018.
Recurso/Atividade Quant Descrição da Funcionalidade

Fórum 16701 Permite realizar discussões de conteúdos, podendo ser


organizado de diferentes formas e incluir avaliações das
postagens efetuadas.

Pasta 9642 Permite disponibilizar e organizar arquivos em uma ou mais


pastas aos usuários.

Página 803 Permite a criação de uma página web com a inserção de


imagens, links e edição do código html.

Arquivo 741 Permite disponibilizar arquivos de diferentes formatos e links.

Tarefa 819 Tarefas permitem que o professor crie uma atividade na qual
os alunos (usuários) devem enviar arquivos (em qualquer
formato) ou, ainda, respondê-la por intermédio do próprio
Moodle.

3.2 Sobre o plug-in RecordRTC


RecordRTC é um plug-in gratuito, disponibilizado na comunidade do moodle, e de
simples funcionalidade, o mesmo está presente nos editores de texto nativos do Moodle, o
TinyMCE e o Atto, ao qual permite que o aluno, tutor ou professor, grave a si mesmo, seja em
som ou vídeo, e depois compartilhe a gravação com outros participantes do curso/disciplina.
O plug-in RecordRTC é novo, mas seu desenvolvedor é Jesus Federico, "velho" conhecido da
comunidade Moodle, pois é o mesmo “maintainer” da ferramenta BigBlueButton. O plug-in
RecordRTC usa tecnologias WebRTC ao qual torna-o uma grande vantagem para a
ferramenta, pois é através dessa tecnologia que os usuários poderão gravar seus vídeos
direto dos seus navegadores de forma instantânea. Após a gravação, os usuários poderão
inserir anotações diretamente no texto que estão editando no momento, juntamente com os
vídeos e/ou os áudios gerados. Dessa forma, a gravação aparecerá disponível em um player
reprodutor de áudio ou vídeo na publicação enviada. O leitor precisará apenas realizar a
leitura ou clicar diretamente no play do reprodutor.
O plugin RecordRTC, apesar de ter sido criado e publicado em janeiro de 2017,
recebeu poucos downloads desde a sua disponibilização, tendo uma crescente procura a
partir do início de 2018 com a evolução do recurso WebRTC. O WebRTC (Web Real-Time
Communication) é um projeto gratuito e de código aberto que fornece aos navegadores da
Web e aplicativos móveis comunicação em tempo real (RTC) via interfaces de programação
de aplicativos (APIs) simples. Ele permite que a comunicação de áudio e vídeo funcione
dentro de páginas da Web, permitindo a comunicação ponto a ponto direta, eliminando a
necessidade de instalar plug-ins ou baixar aplicativos nativos. Com suporte do Google,
Microsoft, Mozilla e Opera, o WebRTC está sendo padronizado por meio do World Wide Web
Consortium (W3C) e da Internet Engineering Task Force (IETF).
A comunidade do Moodle indica que no mês de Julho do presente ano (2018), pouco
menos de 180 sites contém a ferramenta instalada em seus servidores. Levando em
consideração a quantidade total de sites (moodle) cadastrados na comunidade, no qual até o
presente momento contabiliza mais de 102.000 registros em 233 países, e que somente o
Brasil conta mais de 7.000 plataformas registradas. Podemos considerar que poucos usuários
conhecem e/ou utilizam a ferramenta para esse fim/formato. Apresenta-se abaixo um gráfico
demonstrando a evolução em sua utilização nos últimos meses.

Figura 4 – https://moodle.org/plugins/stats.php

3.2.1 Funcionamento do Plugin RecordRTC


Utiliza-se a ferramenta, clicando no ícone do editor que você estiver usando, em
seguida um botão de gravação será exibido, a partir desse momento o usuário poderá iniciar
a sua gravação. Após a sua finalização, uma prévia do vídeo estará à disposição do usuário
para que assim possa ser feito uma revisão antes da sua publicação. Logo após, o sistema
trará a opção de “gravar novamente” e ou salvar a gravação como anexo, assim, finalizando o
processo de gravação instantânea utilizando recursos diretos do seu navegador conforme
demonstrado na tela abaixo.

Figura 5 – Botões de áudio e vídeo do plug-in


Figura 6 – Tela de gravação do vídeo
Fonte: http://moodle.org

4. POSSÍVEIS APLICAÇÕES DO PLUGIN


Nos últimos anos, a inserção de conteúdos audiovisuais no âmbito da educação a
distância aumentou de forma considerável. Os principais motivos por trás desse crescimento
são: acesso fácil a meios de gravação de áudio / vídeo de boa qualidade, acesso fácil e
aprimorado à internet e o uso de novas tecnologias emergentes, como a WebRTC. Diante
disso, as comunidades livres que desenvolvem os ambientes virtuais de aprendizagem,
tentando acompanhar essa evolução, vêm desenvolvendo e integrando cada vez mais,
recursos instantâneos de multimídia como ferramenta fundamental de apoio na construção
e formação do conteúdo.
Levando em consideração que a ferramenta será implementada e estará presente nos
editores Atto e TinyMCE da plataforma Moodle Mandacaru, os usuários da plataforma terão
o poder e a permissão de adicionar facilmente anotações/gravações de áudio e vídeo a todas
as áreas de texto do Moodle, seja na descrição de um tópico, no envio de uma mensagem
direta, na postagem em um fórum de discussão, ou até mesmo no feedback de uma
atividades. Toda gravação será feita instantaneamente no navegador usando tecnologias
WebRTC. O plug-in adiciona de forma automática, o botão para gravar áudio e vídeo e
incorpora em qualquer lugar nas áreas de texto Moodle. Após a gravação, os alunos poderão
visualizar o áudio / vídeo gravado.
Portanto, pensando nisso, listo abaixo algumas possibilidades que os professores
poderão utilizar como apoio pedagógico na criação e estruturação do seu conteúdo e na
aplicação de sua metodologia.

4.1 Educação Inclusiva


Podemos destacar a aprovação do decreto 5.626 em 2005, o qual estabeleceu que as
instituições de formação de professores e de profissionais da educação para o exercício do
magistério deveriam incluir em seus currículos a Língua de Sinais Brasileira – Libras. É neste
contexto, que a ferramenta poderá ser explorada, criando e produzindo diálogos em vídeo,
utilizando e desenvolvendo de forma democrática as habilidades de compreensão e
expressão necessárias à comunicação com surdos sinalizadores. O professor poderá utilizar a
ferramenta fórum para mediar uma discussão, utilizando como meio de comunicação a
Linguagem de Sinais Brasileira. Toda essa interação será registrada através da ferramenta de
gravação de vídeo instantâneo.

4.2 Feedback de atividades


O feedback no contexto da educação a distância, se mostra extremamente necessário,
visto que ele se apresenta como parte fundamental do processo ensino-aprendizagem.
Levando em consideração que a mediação e a aplicação do feedback acontece de forma
assíncrona, se faz necessário, pensar nas estratégias que devem ser utilizadas para diminuir a
falha de elementos de comunicação. Nesse caso, a utilização de vídeos instantâneos nos
recursos de feedback poderá atender perfeitamente esse processo, tentando incrementar à
linguagem escrita virtual com um pouco da emoção que se transmite naturalmente com a
presença da expressão facial e o tom de voz apresentado pelo professor/mediador. Com isso,
ele poderá dominar as expressões de acordo com necessidade para aquela ocasião. Ou seja,
utilizando facetas em um tom bem-humorado, questionador, curioso ou norteador, por
exemplo.

4.3 Sala de aula invertida


Este modelo pedagógico (flipped classroom) assegura e também demanda mais
responsabilidade no processo de aprendizagem por parte dos alunos, naturalmente
fomentando a sua colaboração, e, ao mesmo tempo, sua movimentação em sala de aula
(KANNINEN-LINDGREN, 2015:31).
Essa metodologia tem como beneficio principal o desenvolvimento da autonomia do
aluno perante as suas rotinas de estudo, ao qual o usuário poderá prosseguir com o seu
próprio ritmo de aprendizagem, podendo visualizar/assistir os vídeos onde lhes for mais
cômodo, utilizando-se da flexibilidade do seu horário, escolhendo a linguagem audiovisual
que se entende e que o motiva a estudar. Com a utilização de recursos audiovisuais presente
na plataforma, o aluno poderá acessá-lo tantas vezes quanto queira até que o tenha
assimilado. No segundo momento, ao chegar á sala de aula o professor/mediador definirá
um tempo determinado para sanar algumas dúvidas e após esse momento lhe dará uma
bateria de exercícios para que pratique, de forma individual ou em pequenos grupos, mas
sempre dentro do tempo da aula. Aqueles alunos que estiverem aptos poderão colaborar de
forma a interagir com os demais colegas, utilizando ferramentas como o fórum para ajudar a
disseminar o conteúdo, assim potencializando a aprendizagem colaborativa e também os
motivando, transformando o aluno em protagonista de sua aprendizagem.

5. CONSLUSÕES
Recentemente, até a versão 2.9 do moodle, os usuários só poderiam gravar suas
vozes ou gravar a sua imagem, através de artifícios externos a plataforma. Como por
exemplo, utilizar uma câmera fotográfica/vídeo ou utilizando um smartphone, para isso, é
necessário, descarregar os registros, conectar a um dispositivo, tratar esse recurso, para
assim, inserir no ambiente virtual de aprendizagem, necessitando do usuário, não somente
um conhecimento sobre o processo de inserção de mídia na plataforma, mas também um
mínimo de conhecimento com o manuseio desses dispositivos físicos.
Atualmente o Moodle Mandacaru da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
encontra-se na sua versão 3.2.4, atendendo perfeitamente os critérios e estando apto a
receber a instalação do plug-in RecordRTC. Para o uso doméstico dessa ferramenta, ou seja,
para que os usuários do lado do “cliente” possam utilizar a ferramenta, se faz necessário que
os navegadores estejam atualizados e que tenham implementado na sua versão o [WebRTC
1.0] e o [MediaRecorder API]. Este é o caso do Chrome, Firefox e Opera. Portanto esses são
os únicos que a versão inicial desses plug-ins (1.0) suporta. No momento a utilização dessa
ferramenta cobre apenas 70% dos navegadores disponíveis no mercado. Segundo a
documentação do plug-in, disponível na comunidade do Moodle,
(https://docs.moodle.org/34/en/RecordRTC), há planos para adicionar suporte aos
navegadores não listados, usando o streaming de mídia, que ficará para a versão 2.0 do plug-
in.
Devido a essa facilidade na criação e no acesso desses recursos audiovisuais,
naturalmente a ferramenta torna-se um recurso muito valioso, pois além de poder acessá-los
facilmente com a tecnologia que desenvolvemos o fato de ouvir, ver, ler e até interagir como
parte dos recursos presentes no ambiente virtual de aprendizagem os mediadores também
poderão expectar uma maior absorção do conteúdo ou a maneira de aprender de nossos
estudantes. Não devendo nos esquecer da possibilidade de interagir com o público no
processo de planejamento, seja na sala de aula ou fora dela, pois será essencial dar um
caráter ativo no processo de ensino e aprendizagem.

Referências
DOUGIAMAS, M. (2012). Pedagogy. Acessado de: moodle.org:
http://docs.moodle.org/22/en/Pedagogy (Consultado 13/07/2018)
VILAR, Rosana Alves de. CASTRO, Janete Lima de. DIAS, Maria Aparecida. 2015).O Método da
Problematização no Processo Ensino-Aprendizagem Aplicado a Tecnologia de Educação a
Distância: Uma Experiência Brasileira. Natal, RN: Observatório RH-UFRN. 2015.
digitalizado.
VIEIRA, L. A. Entre o real e o virtual: A educação a distância (EaD) como um espaço para o
educar (aprender e ensinar) pela pesquisa. Tese de doutorado. Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, SP, 2011. Acesso em: 30/03/2018. Disponível:
http://www4.pucsp.br/gepi/downloads/RESUMO_DISSERTACOES_GEPI/2011_TESE_LEOCI
LEA.pdf
Valin, J. M.; Bran, C. (Maio 2016). WebRTC Audio Codec and Processing Requirements.
https://tools.ietf.org/html/rfc7874 Acessado em: 12/07/2018.
NUNES, V.W.N; BESSA, R.C. Metodologias ativas apoiadas por recursos digitais: usando os
aplicativos PREZI e PLICKERS. Challenges 2017: Aprender nas Nuvens, Learning in the
Clouds. p. 23-39. maio/2017.
Roach, A. B. (Março 2016). WebRTC Video Processing and Codec Requirements.
https://tools.ietf.org/html/rfc7742 Acessado em: 12/07/2018.
KANNINEN, Jaana–LINDGREN, Kristina (2015), “Por qué la clase invertida con TIC en la clase
de ELE?”, Actas del Encuentro de Profesores de Español en Escandinavia del Instituto
Cervantes de Estocolmo, Instituto Cervantes, 30-40.
VALENTINI, C. B.; SOARES, E. M. do S. Aprendizagem em ambientes virtuais: compartilhando
ideias e construindo cenários. Caxias do Sul: Educs, 2010.

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