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Soberano Grande Capítulo de Cavaleiros Rosa-Cruz de Portugal

Potência Maçónica Soberana e Independente, Regularmente Constituída


Instalado em 5804 – 1804 (ev)

II CONGRESSO EXTRAORDINÁRIO
12 de março de 2016 (e:.v:.)
Encerramento

Mensagem do Mui Sábio e Perfeito Grande Venerável

Resp.. IIr:.,
Iremos agora proferir algumas palavras finais para encerramento deste
congresso extraordinário. Para tanto contamos com a vossa tolerância e fraterna
paciência.
Queremos antes mais, agradecer a presença amiga, dos Ir.. e Irmãs, que se
encontram entre colunas, que com a sua luz e sabedoria, nos vieram ajudar a
abrilhantar o encerramento deste II Congresso Extraordinário.
Queremos igualmente, agradecer aos PPod:. e RResp:. IIr:. e Irmãs, altos
dignitários e ilustres individualidades, que muito nos honram com a vossa
presença, trazendo a este Congresso a vossa luz e douta sabedoria para iluminar os
nossos trabalhos.
Quiseram os delegados a este congresso escolher para seu M:.S:.P:.G:.V:. este
vosso humilde Irmão. O tempo se encarregará de vos demonstrar o quanto se
enganaram.
Mas agora, que consumada está esta opção, há que deitar mãos à obra,
unidos e em força, como deve de ser uma Cadeia de União.
A História deste S:.G:.C:.C:.R:.C:. de Portugal já foi contada neste congresso,
nos apontamentos históricos e de ciência a que todos assistimos.
Que mais nos resta então fazer?
Chamar à colação o presente e o futuro: Presente que vivemos nesta hora -
e futuro onde depositamos a nossa esperança de uma vida melhor e que a todos
pertence!
O momento que vivemos é de muita apreensão e de muitas dúvidas, mas não
de falta de esperança!
Em maçonaria nenhum obreiro teme as dificuldades ou delas foge. Todo o
maçon, dada a sua condição, tem o sentido da responsabilidade e é perseverante
nas suas ações ao longo da sua vida.

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CONGRESSO EXTRAORDINÁRIO
12 DE MARÇO 2016 (e:.v:.)
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Este vosso humilde irmão não é exceção a essa disciplina maçónica.


Contando, por isso, enfrentar todas as dificuldades que surgirem, na certeza de que
tudo fará para as ultrapassar e com a vossa ajuda as vencer.
A sociedade atual reflete para dentro da maçonaria as suas descrenças e
interrogações. Porém, os maçons não podem interiorizar as maleitas da sociedade.
Cabe-lhes entender e interpretar com sabedoria e bom senso o que se passa à sua
volta e assumir as responsabilidades que lhes dizem respeito na procura de
soluções para os males sociais. Não temendo, não hostilizando ma também não
menosprezando o meio ambiente que o rodeia e que são a fonte da inspiração.
Os remédios para as maleitas de que enferma hoje a maçonaria que todos
nós conhecemos, e que na pele sofremos, são simples e fáceis de prescrever: basta
usarmos a arma mais poderosa que o homem possui, a palavra sábia e amiga!...
Não uma palavra qualquer, mas a palavra do bom maçon imbuída dos princípios
maçónicos da fraternidade, da lealdade e da tolerância, tendo em vista o
aperfeiçoamento da Humanidade, numa permanente luta contra todas as formas
de opressão sobre o Homem, de modo a eliminar o terror, a miséria, o sectarismo,
e a ignorância, inimigos do homem em geral e, acrescidamente de todo o bom
maçon, que é um Homem livre e de bons costumes.
O mundo de hoje aparenta não mais possuir uma Moral de sentido Universal
virada para a Justiça, e muito menos para a solidariedade, e ainda menos para a
fraternidade e quase nula para a lealdade e tolerância. Valores que deram à
maçonaria o estatuto de sociedade de homens de bem e que ajudaram a aproximar
todos os homens dos ideais de igualdade e de liberdade.
Os conflitos de toda a ordem entre estados, potencias e continentes estão a
proliferar em grande escala, infelizmente, sem oposição organizada, para toda a
Humanidade.
Esta parece estar adormecida ou desinteressada em se confrontar e enfrentar
esta dura realidade.
Multidões de seres humanos esfomeados deambulam de um lado para outro,
numa fuga incessante na procura de solidariedade, paz, amor, trabalho, pão e
habitação. Porém, corre, corre, e não encontra quem lhes estenda uma mão amiga
e fraterna com uma côdea de pão que os possa salvar de uma de uma mais do que
certa morte cruel à fome, e ao mesmo tempo indigna para todos nós, que pouco
ou nada fazemos.

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Ao chegarmos a este momento, nesta breve reflexão, percebemos, ou


deveríamos perceber, que é aqui - que a maçonaria, maçonaria, estrito e lato
senso, que somos todos nós maçons, cada um de nós, individual e coletivamente,
deve entrar quanto antes. Por não o termos feito já ontem, estamos hoje
atrasados, por o não fazermos hoje estaremos amanhã adormecidos, se não o
fizermos amanhã estaremos muito em breve mortos, sob pena de com a nossa
omissão e/ou demissão dos nossos mais elementares deveres maçónicos, sermos
corresponsáveis pelo caminhar breve para o Oriente Eterno de milhões de crianças,
de jovens, de homens e de mulheres, que poderiam ter sido muito felizes. Que
podiam ter vivido com dignidade, se porventura nós maçons, homens lives e de
bons costumes, fraternos e solidários, tivéssemos cumprido o nosso dever de unir
os homens na procura de uma Moral Universal, imbuída dos princípios e valores
maçónicos, que todos nós tão bem conhecemos, mas que, por frieza, inércia ou
desinteresse nos abstemos de praticar.
Tomemos um exemplo muito simples, da nossa vivencia maçónica:
Quando abordamos ou somos abordados por um profano, homem comum, que quer
aderir à maçonaria, fazemos questão de o questionar sobre a aplicação da pena de
morte. Aquele que a defenda será muito provavelmente excluído de forma
irremediável dum eventual processo de iniciação maçónica. Porque a maçonaria é
por natureza contra a pena de morte enão a tolera em nenhuma circunstância.
Porém, com a ascensão do terrorismo, ou como causa subjacente deste fenómeno
“em moda”, encontra-se em curso, generalizando-se, sem nos darmos conta, pelas
sete partidas do mundo como uma praga, um novo conceito de pena de morte, por
omissão ou como mal menor.
Hoje, perante qualquer suspeita de ameaça de natureza terrorista ou similar,
ainda que infundada, a reação das forças do poder instituído, as chamadas forças
de segurança, incluindo nos países que se afirmam contra a pena de morte,
despoletam uma brutal reação sem conta nem medida, “atirando a matar”,
espezinhando sem dó nem piedade os mais elementares princípios e valores da
dignidade e da liberdade humana, falsamente assentes na defesa dessa “mesma
liberdade” dos cidadãos. Ou seja, em nome dos mesmos valores são suprimidos os
mais elementares direitos, liberdades e garantias. Este fenómeno tem vindo a
decorrer paulatina e gradualmente desde o 11 de setembro americano e parece não
ter fim à vista.

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Estes homicídios “exemplares”, é assim que lhe devemos chamar,


praticados pelas forças ditas de ordem pública, hipocritamente em nome da nossa
segurança, não são mais do que a aplicação sumária da pena de morte sem
qualquer meio de defesa, o que é, em nossa modesta opinião, assustadoramente
grave e consubstancia uma clara violação do mais elementar direito à vida
consagrado na Declaração Universal dos Direitos do Homem, que a pena dos
nossos Irmãos, maçons, como nós gostaríamos de ser, escreveram, divulgaram e
fizeram aprovar.
Este estado generalizado de leviandade na aplicação da pena capital está a
propagar-se em grande escala a nível mundial e grande parte da humanidade
parece confornada, o mesmo se passa connosco, isto é, com muitos maçõns por
este mundo fora.
Não levem a mal que questione a vossa consciência, ao perguntarmos,
admirados e estupefactos com este estado de coisas: Já viram algum maçon,
alguma instituição maçónica, tomar posição contra este “estado de sítio”, de
violação sistemática dos direitos do homem?
A minha e a vossa resposta é ainda provavelmente sim!, mas de uma forma
tímida e pouco convincente.
Então, que fazer? Continuar a observar, na contemplação serôdia até que
chegue a nossa vez de sermos contemplados com a “bondade” do poder instituído?
Ao que parece, é o que nos está a acontecer atualmente.
Sem perdermos de vista que a cadeia de união é o símbolo da fraternidade
maçónica, e um exclusivo do ritual maçónico, pois logo que se declara a um
candidato que ele foi admitido na Maçonaria, ele é convidado a entrar na Cadeia de
União. O novo irmão, neófito como lhe chamamos, descobre intuitivamente nesta
cerimónia ritual mais que um sinal, um toque ou uma palavra: Ele recebe a
revelação de uma mensagem de fraternidade universal transmitida pelos seus
Irmãos.
Tudo no Universo transcorre em círculos e cadeias. O Sistema Solar, a
rotação dos astros e a própria Terra obedecem as leis simples, claras e harmónicas,
movimentando-se em círculos; até o próprio viajante perdido no deserto caminha
em círculos.
Por isso não nos devemos inibir de ter esperança, de que a cadeia de união, possa
um dia, crescer até ao infinito da civilização humana, possa vir um dia a ser
formada por todos os seres humanos do mundo, em toda a parte, por pretos,

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brancos, ricos, pobres, felizes e tristes, novos e velhos. Possa chegar a todo o lado.
A cadeia de união não exercerá a sua força, nem realizará a sua função, enquanto
exclusivo de homens livres e de bons costumes.
Isso pode ser excelente para nós maçons mas, por esta via, o que chega de
bom à humanidade é muito pouco. É preciso levar a cadeia de união para o
universo, não a nossa cadeia de união tal como a entendemos, mas uma cadeia de
união reinventada ou reformulada para o mundo profano, para a rua, onde deve ser
formada por todas as raças, nacionalidades e crenças, para os estádios, onde deve
ser formada por atletas, árbitros e público; para o teatro, onde deve ser formada
por atores e espectadores, para as escolas, onde deve ser formada por professores
e alunos, para cada família, onde deve ser formada por avós, pais, filhos, netos e
bisnetos, para os hospitais, onde deve ser formada por médicos, enfermeiros e
doentes, para as cadeias, onde deve ser formada por guardas prisionais e presos,
etc. etc. etc.
Em conclusão:
Citando um nosso Irmão, deixo-vos a curiusidade de o descobrir: “Estamos
todos convidados, ou ainda mais, obrigados a estender a nossa Cadeia de União,
torná-la mais longa na era da globalização, cruzando fronteiras geográficas, onde
cada um de nós tem o dever de externar esta energia positiva e a propagar no
mundo secular que corre o risco de se desintegrar, para que sacrifiquemos tudo
para salvar este mundo e o colocar no caminho da perfeição” fim de citação.
Se não conseguirmos criar uma nova visão do mundo, não seremos dignos
da nossa tradição iniciática nem tão pouco maçons a corpo inteiro e jamais teremos
cumprido os desígnios da nossa iniciação, e da nossa qualidade maçónica.
As Potencias maçónicas, as ditas ordens de sabedoria ou altos graus, têm
um papel a desempenhar que é o de dinamização e de instrução filosófica. Os seus
membros, privilegiados no acesso ao conhecimento filosófico, devem ajudar na
construção de uma cultura de conciliação, procurando unir os homens na prática de
uma Moral Universal.
É no horizonte próximo, no futuro que devemos colocar as nossas metas, as
nossas ambições, no sentido de sermos úteis a esta sociedade decadente e de
valores perversos que se encontra carenciada do nosso apoio, e dos nossos ideiais
de solidariedade e de fraternidade.
Alguns de vós estarão já a considerar utópica a realização destes ideais.
Mas, em boa verdade vos digo, nada é impossível. Mesmo a utopia pode ser
realizada!.

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Basta a vontade de o fazer e a preserverânça exclusiva de um maçon.


O que a um parece impossível, poderá tornar-se provável com cem, o que a
cem parece apenas provável, poderá tornar-se possível com mil, o que a mil parece
possível poderá tornar-se fácil com um milhão.
Sejamos utópicos, na busca liberdade, da justiça, da verdade, da honra e do
progresso, a bem da humanidade.

" As vezes, para se conhecer a verdadeira luz, é preciso antes passar pela mais
profunda escuridão " (André Victtor)

“Mais vale acender uma luz do que amaldiçoar a escuridão”.

Liberdade, Igualdade, fraternidade.


Viva a maçonaria universal.

António Neves Pereira


(Mui Sábio e Perfeito Grande Venerável do Soberano Grande Capítulo Cavaleiros
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