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‡
Rodrigo Carlos Silva de Lima
rodrigo.uff.math@gmail.com
‡
10 de novembro de 2016
1
Sumário
1 Derivadas 3
1.1 Notações para derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.1.1 Notação de Leibniz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.1.2 Notação de Euler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.1.3 Notação de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.4 Notação de Lagrange . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 Algumas equações diferenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Funções convexas e côncavas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.3.1 Ponto de inflexão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.3.2 Desigualdade das médias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.4 Aproximações sucessivas e método de Newton. . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.4.1 Método de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2
Capı́tulo 1
Derivadas
Df(x)
Essa notação é usada para enfatizar o fato da derivada ser um operador e tem
aplicação no estudo de equações diferenciais.
3
CAPÍTULO 1. DERIVADAS 4
f_
Essa notação costuma ser usada apenas para primeira e segunda derivada e usada
em fı́sica.
f0
é uma das notações mais usadas. Até a terceira derivada denotamos como
f 00 , f 000
a partir de n = 4, denotamos
f(n)
ê Demonstração.
f(x)
Consideramos a derivada da função de lei g(x) = daı́
eax
f 0 (x)eax − f(x).aeax f(x)aeax − f(x).aeax
g 0 (x) = = =0
e2ax e2ax
logo existe k tal que
f(x) = keax .
g 0 (x) = −f(x)
ê Demonstração.
Considere a função definida de R em R com lei
vamos mostrar que tal função é identicamente nula. Primeiro, vale que
logo h(x) é constante, devendo ser 0 que implica f(x) = sen(x), g(x) = cos(x).
b Propriedade 3. Seja f : R → R duas vezes derivável, tal que para todo x vale
f 00 (x) = −a2 f(x), para algum a 6= 0 ∈ R, então existem constantes c1 , c2 ∈ R tal que
[f 0 (x)sen(ax) − f(x)acos(ax)] 0 = 0
pois
b Propriedade 4. Seja f : R → R duas vezes derivável, tal que para todo x vale
f 00 (x) = a2 f(x), para algum a 6= 0 ∈ R, então existem constantes c1 , c2 ∈ R tal que
aeax [f 0 (x) − af(x)] + eax [f 00 (x) − af 0 (x)] = aeax [f 0 (x) − af(x)] + eax a[af(x) − f 0 (x)] = 0
daı́ eax [f 0 (x) − af(x)] = c. Agora vamos mostrar que existe uma constante c2 tal que
f(x) − c2 e−ax
é constante , por isso a derivada de tal expressão deve ser nula, sendo
eax
o numerador nulo
f(b) − f(a)
f(x) ≤ f(a) + (x − a) ∀ x ∈ [a, b] = I.
b−a
Se a função é convexa dizemos que ela tem concavidade voltada para cima.
Em uma função convexa, todos os pontos de um intervalo [a, b] estão abaixo
CAPÍTULO 1. DERIVADAS 8
f(b) − f(a)
ê Demonstração. ⇒ .) Se f é convexa então vale f(x) ≤ f(a)+ (x−a)
b−a
com x > a tem-se
f(x) − f(a) f(b) − f(a)
≤
x−a b−a
f(b) − f(a)
da mesma forma f(x) ≤ f(b) + (x − b) com x < b daı́ x − b < 0 e
b−a
f(x) − f(b) f(b) − f(a)
≥
x−b b−a
onde 0 ≤ t ≤ 1.
x = (1 − t1 )a + t1 b = (1 − t2 )a + t2 b ⇒ a(t2 − t − 1) = (t2 − t1 )b ⇒ a = b
CAPÍTULO 1. DERIVADAS 10
1. f é convexa.
2. f 0 é não-decrescente.
3. ∀ a, x ∈ I temos
f(x) ≥ f(a) + f 0 (a)(x − a),
ê Demonstração.
• (2) ⇒ (3). Supondo a < x, pelo TVM existe z ∈ (a, x) tal que f(x) = f(a) +
f 0 (z)(x − a). Pelo fato de f 0 ser crescente tem-se que f 0 (z) ≥ f 0 (a) daı́
• (3) ⇒ (1). Sejam a < c < b. Definimos a(x) = f(c) + f 0 (c)(x − c), H = {(x, y) ∈
R2 | y ≥ a(x)} o semiplano superior determinado por a(x) que é tangente ao
gráfico de f em (c, f(c)).
ê Demonstração.
Vamos dividir a demonstração em passos:
1. Passo 1. f 00 (x) ≥ 0 implica que f 0 (x) é crescente. Supondo a < x, pelo TVM
existe z ∈ (a, x) tal que f(x) = f(a) + f 0 (z)(x − a). Pelo fato de f 0 ser crescente
tem-se que f 0 (z) ≥ f 0 (a) daı́
2. Passo 2. Sejam a < c < b. Definimos r(x) = f(c) + f 0 (c)(x − c), H = {(x, y) ∈
R2 | y ≥ r(x)} o semiplano superior determinado por r(x) que é tangente ao
gráfico de f em (c, f(c)).
H é um subconjunto convexo do plano, isto é, qualquer segmento de reta que liga
dois pontos de H está contido em H. (a, f(a)) e (b, f(b)) ∈ H, pois (a, f(a)) ∈ H
e (b, f(b)) ∈ H, pois pelo item anterior
c = (1 − t)a + tb,
logo
c−a
c = a − ta + tb = a + t(b − a) ⇒ = t.
b−a
f(b) − f(a)
Com isso a desigualdade f(c) ≤ f(a) + (c − a) fica como
b−a
f((1 − t)a + tb) ≤ f(a) + [f(b) − f(a)]t = f(a)(1 − t) + f(b)t.
X
n X
n
f( tk ak ) ≤ tk f(ak ).
k=1 k=1
ê Demonstração.
Provamos por indução sobre n, se n = 1 já provamos. Suponha a validade para n
, vamos provar para n + 1, escrevemos
X
n+1 X
n+1
t1 a1 + t 2 a2 X n+1
tk ak = t1 a1 + t2 a2 + tk ak = (t1 + t2 )( )+ tk ak
k=1 k=3
t1 + t2 k=3
CAPÍTULO 1. DERIVADAS 15
t1 a1 + t2 a2
que interpretamos como uma soma com n termos e vale1 ∈ I, aplicamos
t1 + t 2
o resultado válido para n termos
t1 a1 + t2 a2 X
n+1
t1 a1 + t2 a2 X n+1
f((t1 + t2 )( )+ tk ak ) ≤ (t1 + t2 )f( )+ tk f(ak )
t1 + t2 k=3
t1 + t2 k=3
X
n+1 X
n+1
≤ t1 f(α1 ) + t2 f(α2 ) + tk f(ak ) = tk f(ak )
k=3 k=1
1
pois
P
n
X
n X
n X
n tk a k
k=1
a < ak < b ⇒ tk a < tk ak < tk b ⇒ tk a < tk a k < tk b ⇒ a < <b
Pn
k=1 k=1 k=1 tk
k=1
CAPÍTULO 1. DERIVADAS 16
b Propriedade 14. Seja f : (a, b) → R duas vezes derivável, se existe r > 0 tal
que f 00 (x) > 0 (ou f 00 (x) > 0) em (c − r, r) e f 00 (x) < 0 (ou f 00 (x) > 0) em (c, c + r)
então c é ponto de inflexão.
Z Exemplo 6. Pode valer f (c) = 0 porém c não ser ponto de inflexão, como
00
2
Z Exemplo 7. Estude a concavidade da função real f(x) = 1 +x x . Calculamos 2
2
2x 2 − 6x
a primeira derivada f 0 (x) = e a segunda f 00 (x) = 2 . Os pontos de
(1 + x )2 2
√ (x + 1)3
3
inflexão são as raı́zes de 2 − 6x2 , que são ± , pois na vizinhança de tais pontos
3
a segunda derivada muda de sinal.
f 00 (x)
lim+ = f 000 (p) > 0
x→p x−p
| {z }
+
f 00 (x)
lim− = f 000 (p) > 0
x→p x−p
| {z }
−
logo f 00 (x) < 0 em algum intervalo (p − r, p) por isso f possui ponto de inflexão em
p.
1
$ Corolário 6. f(x) = ex é convexa, tomamos tk = , ak = ln(xk ), vale que
n
X
n X
n
f( t k ak ) ≤ tk f(ak )
k=1 k=1
P
1 X ln(xk ) 1 X
n n n
1
n
ln(xk )
e k=1 ≤ e = xk
n k=1
n k=1
P 1
Y Y 1 X
n n n n
ln(xkn ) 1 1
ln(xkn )
ek=1 = e = (xk ) ≤
n
xk .
k=1 k=1
n k=1
Y
n
1 1 X
n
(xk ) ≤
n
xk .
k=1
n k=1
g(f(t1 .a1 + t2 .a2 )) ≤ g(t1 f(a1 ) +t2 f(a2 )) = g(t1 .y1 + t2 .y2 ) ≤ t1 g(y1 ) + t2 g(y2 )
| {z } | {z }
y1 y2
logo
g(f(t1 .a1 + t2 .a2 )) ≤ t1 g(f(a1 )) + t2 g(f(a2 ))
logo g ◦ f é convexa.
ê Demonstração.[2] Supondo f e g duas vezes deriváveis vale g 00 (x) ≥ 0, f 00 (x) ≥
0 e g 0 (y) ≥ 0 as duas primeiras por serem funções convexas e a última desigualdade
por g ser não-decrescente, então
portanto g ◦ f é convexa.
onde t1 + t2 = 1.
f(t1 a1 +t2 a2 )+g(t1 a1 +t2 a2 ) ≤ t1 f(a1 )+t2 f(a2 )+t1 g(a1 )+t2 g(a2 ) = t1 (f+g)(a1 )+t2 (f+g)(a2 ) .
b Propriedade 23. Seja f : [a, b] → R contı́nua e convexa tal que f(a) < 0 <
f(b). Então existe um único c ∈ (a, b) tal que f(c) = 0.
ê Demonstração. Existe c ∈ (a, b) tal que f(c) = 0 pelo fato de f ser contı́nua.
Suponha a < c1 < c2 < b com f(c1 ) = f(c2 ) = 0. Tomamos o intervalo [a, c2 ] podemos
escrever c1 = t1 a + t2 c2 e usando a propriedade de f ser convexa, segue que
daı́ terı́amos f(a) > 0 o que é absurdo, então existe um único c com tal propriedade.
onde t1 = 1 − t, t2 = t.
portanto A é um intervalo.
onde t1 = 1 − t, t2 = t.
z entre x e y tem-se f(z) ≥ c, porém, todo z dessa forma pode ser escrito como
z = t1 x + t2 y daı́
f(t1 x + t2 y) ≥ max{f(x), f(y)}.
portanto B é um intervalo.
• Se c = a então f é não-decrescente.
• Se c = b então f é não-crescente.
ê Demonstração.
logo f é não-decrescente.
logo f é não-crescente.
• Se c = a então f é não-crescente.
• Se c = b então f é não-decrescente.
ê Demonstração.
logo f é não-crescente.
logo f é não-decrescente.
f(y) ≤ f(z) ≤ f(x) ≤ l. Se x < z < y ∈ [c, b], nesse intervalo a função é não-
decrescente portanto
f(x) ≤ f(z) ≤ f(y) ≤ l
No último caso x ∈ [a, c] e y ∈ [c, b], f(c) é mı́nimo então f(c) ≤ f(x) ≤ l e
f(c) ≤ f(y) ≤ l pois c é ponto de mı́nimo, se z = c a propriedade vale, se z 6= c então
z pertence a um dos intervalos (c, b) ou (a, c) daı́ a propriedade recaı́ nos casos já
demonstrados.
b Propriedade 29. Para cada n ∈ N seja fn : I → R uma função convexa tal que
∀ x ∈ I (fn (x)) seja convergente, então f : I → R definida como f(x) = lim fn (x) é
n→∞
convexa. O mesmo vale para funções côncavas, quase-côncavas e quase-convexas.
ê Demonstração.
logo f é convexa.
P
n Pn
uk f(xk ) u k xk
k=1 1
P
n ≤ f k=Pn .
uk uk
k=1 k=1
ê Demonstração.
1
$ Corolário 9. Se uk = tem-se se a função é convexa
n
P
n Pn
f(xk ) xk
k=1
≥ f k=1
n n
Pn
X
n xk
f(xk ) ≥ nf k=1
k=1
n
se a função é côncava vale
CAPÍTULO 1. DERIVADAS 27
Pn
X
n xk
f(xk ) ≤ nf k=1
k=1
n
X
n
Z Exemplo 10. Se Ak = π com 0 < Ak < π então
k=1
X
n
π
sen(Ak ) ≤ nsen( ).
k=1
n
π
Tomando f(x) = sen(x) vale que f 00 (x) = −sen(x) ≤ 0 para x ∈ [0, ] logo a
2
função é côncava e vale a desigualdade de Jensen com o corolário anterior
X
n
π
sen(Ak ) ≤ nsen( ).
k=1
n
logo
P
n
ak Y
n
k=1 1
≥( ak ) n
n k=1
CAPÍTULO 1. DERIVADAS 28
1
Z Exemplo 12. Vale que cos 2m
(x) + sen2m (x) ≥
2m−1
com m par.
Sejam x1 = cos2 (x), x2 = sen2 (x), f(x) = xm , vale que f 0 (x) = mxm−1 , f 00 (x) =
m(m − 1)xm−2 ≥ 0 pois m − 2 é par, portanto vale a desigualdade de Jensen
x1 + x2
f(x1 ) + f(x2 ) ≥ 2f( )
2
1 1
cos2m (x) + sen2m (x) ≥ 2 = .
2m 2m−1
Com m = 2 temos
1
cos4 (x) + sen4 (x) ≥ ,
2
se m = 4
1
cos8 (x) + sen8 (x) ≥ .
8
P
t P
t
(ak )m m1 (ak )n n1
k=1 k=1
≥ .
t t
ê Demonstração.
Logo f(z0 ) ≥ M.
X
n
f(x) = Dk p(x) ≥ 0 ∀ x ∈ R.
k=0
Vale que
X
n
f 0 (x) = Dk+1 p(x),
k=0
logo
f(x) = p(x) + f 0 (x),
f é de grau par com coeficiente lider an > 0, pela identidade anterior, logo possui
um mı́nimo em z0 , onde f 0 (z0 ) = 0, com isso
com x → ∞ ou x → −∞, então f(x) > M fora de um intervalo [−A, A], onde
o polinômio possui minimo por ser uma função contı́nua em um compacto.
É claro que se an < 0 o polinômio pode não ter mı́nimo, como o caso de
−x2 .
ê Demonstração.
Vamos primeiro demonstrar a existência do ponto fixo.
Seja a sequência definida como
onde x0 ∈ F é arbitrário, vamos mostrar que sequência (xn ) definida dessa maneira
converge para um ponto a ∈ F tal que a = f(a). ∀ x, y ∈ F vale que
|an+1 | ≤ c|an |
X
∞ X
∞
lim sn = ak = xk − xk−1 = s
k=1 k=1
X
n
é absolutamente convergente. Tem-se que sn = xk − xk−1 = xn − xn1 por soma
k=1
telescópica.
lim sn = s = lim xn − x0 ⇒ lim xn = s + x0 = a
e vale que a ∈ F, pois f é fechado e cada f(xn ) = xn+1 ∈ F. Da identidade xn+1 = f(xn )
tomando o limite tem-se a = f(a) pois f é contı́nua.
CAPÍTULO 1. DERIVADAS 32
|b − a| ≤ c|b − a| ⇒ (1 − c) |b − a| ≤ 0
| {z } | {z }
>0 ≥0
pelo TVM, portanto N : J → J é uma contração logo N(xn ) converge para um único
ponto fixo a ∈ J da contração N.
CAPÍTULO 1. DERIVADAS 33
com c ∈ [0, 1). Se |f(a) − a| ≤ (1 − c)δ então existe um único x ∈ I com f(x) = x.
ê Demonstração.
f é contração , I é fechado, para que possamos usar o teorema do ponto fixo de
contrações basta mostrar que f(I) ⊂ I, isto é, x ∈ I implica f(x) ∈ I.
Se x ∈ I = [a − δ, a + δ] então |x − a| ≤ δ, o que implica por desigualdade triangular
= a ⇒ 2−a = a2
−a
2 2
x3
x4 = 2− 2 ≈ 0, 76247990
x4
x5 = 2− 2 ≈ 0, 76779123
x5
x6 = 2− 2 ≈ 0, 76636542
x6
x7 = 2− 2 ≈ 0, 76674421
x7
x8 = 2− 2 ≈ 0, 76664356
x8
x9 = 2− 2 ≈ 0, 76667031
x9
x10 = 2− 2 ≈ 0, 76666320
x10
x11 = 2− 2 ≈ 0, 76666509
x11
x12 = 2− 2 ≈ 0, 76666459
x12
x13 = 2− 2 ≈ 0, 76666472
x13
x14 = 2− 2 ≈ 0, 76666469
f(x)f 00 (x)
f 0 (x) 6= 0, | |≤c<1∀ x∈I
[f 0 (x)]2
f(a)
e| | ≤ (1 − c)δ então independente do valor inicial x0 ∈ I o método de Newton
f 0 (a)
converge para a única raiz x ∈ I de f(x) = 0.
f(x)
ê Demonstração. Primeiro vamos mostrar que N : I → R com N(x) = x −
f 0 (x)
f(x)f 00 (x)
é contração. Derivando temos N 0 (x) = logo pelo TVM temos que
[f 0 (x)]2
|N(y) − N(x)| ≤ c|y − x| ≤ cδ
CAPÍTULO 1. DERIVADAS 35
Portanto N é contração, I é fechado , falta mostrar que N(I) ⊂ I. Temos também que
f(a) f(a)
N(a) − a = 0 portanto |N(a) − a| = | 0 | ≤ (1 − c)δ que iremos usar na próxima
f (a) f (a)
desigualdade. Dado x ∈ I, por desigualdade triangular temos
1
b Propriedade 38. Seja f : [0, ∞) → R com f(x) =
a+x
, a > 1.
Dado x0 > 0 fixo, a sequência definida como x1 = f(x0 ), xn+1 = f(xn ) converge
para a raı́z positiva da equação x2 + ax − 1 = 0.
−1
ê Demonstração. Usaremos o método de Newton. Vale f 0 (x) = ,
(a + x)2
1 1
|f 0 (x)| = ≤ < 1.
(a + x)2 a
Portanto f é contração. Vale também que [0, ∞) é fechado e f(x) ∈ [0, ∞).
Daı́ podemos aplicar o teorema do ponto fixo. Existe um único valor c tal que
1
c= ⇒ c2 + ac − 1 = 0. Tal valor não pode ser negativo, pois a sequência é de
a+c
valores positivos.
x6n + 6xn − 8
xn+1 = xn −
6x5n + 6
x1 = 1, 083
CAPÍTULO 1. DERIVADAS 36
x2 = 1, 07554
x3 = 1, 0754
ê Demonstração. Como f(a) < 0 < f(b) e f é contı́nua então existe c ∈ (a, b)
tal que f(c) = 0, portanto f possui raı́z.
Vamos mostrar que a sequência (xn ) obtida com o método de Newton
f(xn )
xn+1 = xn −
f 0 (xn )
converge para uma raı́z de f, sendo que a condição inicial f(x0 ) > 0. Como f é duas
f(xn )
vezes derivável então f e f 0 são contı́nuas se xn → c então de xn+1 = xn − 0
f (xn )
temos pela passagem do limite e usando a continuidade que
f(c) f(c)
c=c− 0
⇒ 0 = 0 ⇒ f(c) = 0
f (c) f (c)
portanto o limite da sequência é a raiz.
A função f é contı́nua definida num compacto logo ela possui um mı́nimo, esse
mı́nimo é único e global pelo fato de f ser convexa, o mı́nimo é alcançado em
t ∈ [a, b], nesse ponto de mı́nimo a função deve assumir valor negativo pois vale
f(a) < 0, no intervalo [a, t] a função é não-crescente e no intervalo [t, b] a função
é não-decrescente, portanto x0 ∈ [t, b], pois f(x0 ) > 0. Por f ser convexa e duas
vezes derivável vale que f 00 (x) ≥ 0 portanto f 0 (x) é não-decrescente em [t, b] tem-se
f 0 (x) > 0.
Vamos provar por indução que f(xn ) ≥ 0 ∀ n. Para n = 0 o resultado vale, agora
supondo f(xn ) ≥ 0 vamos provar que f(xn+1 ) ≥ 0.
CAPÍTULO 1. DERIVADAS 37
−f(xn )
Pela recorrência do método de Newton vale que xn+1 − xn = , pela função
f 0 (xn )
ser convexa tem-se que seu gráfico está sempre acima dos pontos da tangente f(x) ≥
f(a) + f 0 (a)(x − a) ∀ x, a disso segue que tomando x = xn+1 e a = xn tem-se
portanto vale que f(xn ) ≥ 0∀ n por indução . Como f(xn ) ≥ 0 segue que f 0 (xn ) ≥ 0
pois os pontos xn pertencem todos ao intervalo [c, b] onde a função é não-decrescente.
−f(xn )
Como vale xn+1 − xn = 0 ≤ 0 então (xn ) é não decrescente, como ela é limitada
f (xn )
inferiormente, então ela converge, e converge para a raiz da função. Notamos que
não precisamos nos preocupar com f 0 (xn ) = 0 pois xn ∈ [c, b] o único ponto em que
a derivada se anula é no mı́nimo global t, que está fora desse intervalo.
1 a
N(x) = ((p − 1)x + p−1 ).
p x
p
z }| {
a
N(x) é a média aritmética dos p números (x, · · , x}, p−1 ). Da desigualdade entre
| ·{z x
p−1
média aritmética e geométrica (M.A ≥ M.G) tem-se
a 1 1
N(x) ≥ (xp−1 )p = ap
xp−1
1
1
p−1 a
xn > a p ⇒ xp−
n >a p = 1 ,
ap
onde usamos racionalização, daı́
1 a
ap > 1
,
xp−
n
CAPÍTULO 1. DERIVADAS 38
portanto vale
a 1
1
< a p < xn
xp−
n
p
z }| {
a a
a média aritmética dos números (xn , · · · , xn , p−1 ) deve estar entre xn e p−1 , mas
| {z } xn xn
p−1
tal média é N(xn ) = xn+1 , daı́ segue que xn+1 < xn e a sequência é decrescente,
como a sequência é decrescente e limitada inferiormente ela é convergente.
1 a
L= L+ ,
2 L
√
2L2 = L2 + a ⇒ L2 = a ⇒ L = a.
1 √
a
Então a sequência definida por xn+1 = xn + , a > 0, converge para a.
2 xn