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‡
Rodrigo Carlos Silva de Lima
rodrigo.uff.math@gmail.com
‡
1
Sumário
1 Cálculo e Derivação no Rn 4
1.1 Limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 Preliminares de álgebra linear e definições básicas . . . . . . . . . . . . 5
1.2.1 kC ◦ Ak ≤ kCkkAk. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.2.2 Teorema sobre aplicações invertı́veis . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.2.3 Função bilinear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.3 Caminhos em Rn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.3.1 Fórmula do Valor médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.3.2 Desigualdade do valor médio-DVM . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.4 Derivadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.4.1 Derivada parcial e derivada direcional . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.4.2 Definição de função diferenciável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.4.3 Derivada da função Bilinear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.4.4 Diferenciabilidade implica continuidade . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.4.5 Operações entre funções deriváveis . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.4.6 Relação entre derivada e derivadas parciais . . . . . . . . . . . . 29
1.4.7 Regra da cadeia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
∂f ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂z
1.4.8 = + + . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
∂u ∂x ∂u Z ∂y ∂u ∂z ∂u
1
d
1.4.9 u(tx)dt = < ∇u(tx), x > . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
dt 0
1.4.10 A desigualdade do valor médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
1.5 Perturbação da identidade e ponto fixo de Banach . . . . . . . . . . . . . 35
1.5.1 Teorema do ponto fixo de Banach . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1.6 Teorema da função inversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
1.6.1 Forma Local das submersões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2
SUMÁRIO 3
Cálculo e Derivação no Rn
1.1 Limites
Z Exemplo 1. O limite
x2
lim
X→(0,0) x2 + y2
0
lim =0
X→(0,0) y2
4
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 5
x2
lim =1
X→(0,0) x2
Z Exemplo 2. Sejam f, g : R 2
→ R com f(0, 0) = g(0, 0) = 0 e para (x, y) 6=
(0, 0)
xy2 xy2
f(x, y) = 2 , g(x, y) = 2 .
x + y4 x + y6
f é limitada em R2 , pois
(x − y2 )2 ≥ 0 ⇒ x2 − 2xy2 + y4 ≥ 0 ⇒ x2 + y4 ≥ 2xy2
1 xy2
logo ≥ 2 ≥ 0 logo f é limitada. Agora iremos mostrar que g não é limitada
2 x + y4
1 1
numa vizinhança de zero tomamos zn = (xn , yn ) = ( 3 , ) → 0, aplicando g temos
n n
1 1 n6 n
g(xn , yn ) = = → ∞.
n n 2
3 2 2
1 1
f é descontı́nua em (0, 0) pois tomando zn = (xn , yn ) = ( , ) → 0 aplicando
n2 n
f
1 1 n4 1
f(xn , yn ) = = 6= 0
n n 2
2 2 2
por isso f não é contı́nua em (0, 0).
e a constante M independe de x.
X
n
ê Demonstração. De fato, seja x ∈ R com kxk ≤ 1 e escrevemos x =
n
λk ek
k=1
onde {ek , k ∈ In } é a base canônica de Rn . Então |λk | ≤ kxk ≤ 1 para k ∈ In e
X
n X
n X
n
kA(x)k = k λk A(ek )k ≤ |λk | kA(ek )k ≤ kA(ek )k
k=1 k=1 k=1
X
n
tomando M = kA(ek )k, se x 6= 0,
k=1
x 1
kA( )k = kA(x)k ≤ M
kxk kxk
isto é
kA(x)k ≤ Mkxk.
kA(x)k
Ela garante que sup existe, pois é limitado superiormente por M.
kxk
kA(x)k
kAk = sup
x∈V kxk
kA(x)k
kAk = sup ,
kxk
|A(x)|
||A|| = sup
|x|
$ Corolário 2. Vale
|A(x)|
≤ kAk
|x|
daı́
|A(x)| ≤ |x| kAk.
kA(x)k
b Propriedade 2. A aplicação que a cada A ∈ L(Rn , Rm ) → kAk = sup
kxk
∈
R é uma norma em L(Rn , Rm ), isto é, satisfaz as condições
1.
kAk ≥ 0, kAk = 0 ⇔ A = 0.
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 8
2.
kcAk = |c|kAk.
3.
kA + Bk ≤ kAk + kBk.
ê Demonstração.
|A(x)| |A(x)|
Vale também que ||A|| = sup ≥ 0 pois temos sempre ≥ 0.
|x| |x|
Se ||A|| = 0 então
|A(x)|
= 0∀ x 6= 0 ⇔ |A(x)| = 0 ⇔ A(x) = 0 ⇔ A ≡ 0
|x|
A é identicamente nula.
2.
|cA(x)| |A(x)|
||cA|| = sup = |c| sup = |c| ||A||
|x| |x|
por propriedade de supremo.
3.
|A(x) + B(x)| |A(x)| + |B(x)|
kA + Bk = sup ≤ sup ≤
|x| |x|
|A(x)| |B(x)|
sup + sup = ||A|| + ||B||,
|x| |x|
novamente por propriedade de supremo, assim L(Rn , Rm ) é um espaço vetorial
normado, em particular é um espaço métrico.
1.2.1 kC ◦ Ak ≤ kCkkAk.
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 9
kC ◦ Ak ≤ kCkkAk.
ê Demonstração. De fato
daı́
k(C ◦ A)(x)k
≤ kCkkAk
kxk
k(C ◦ A)(x)k
como sup = k(C ◦ A)k é a menor das cotas superiores, tem-se que
x kxk
k(C ◦ A)k deve ser menor ou igual que a cota superior kCkkAk daı́ segue que
kC ◦ Ak ≤ kCkkAk.
Y
n Y
n
|| Ak || ≤ ||Ak ||.
k=1 k=1
||hn || ≤ ||h||n .
1. Se A ∈ OI e B ∈ L(Rn ) com
ê Demonstração.
||A−1 − B−1 || = ||A−1 (I − AB−1 )|| = ||A−1 (B − A)B−1 || ≤ ||A−1 || ||B−1 || ||B − A||.
Onde a ∈ R, u, v ∈ Rm e w, s ∈ Rn .
b Propriedade 7. Vale
X
n X
m X
n X
m
B( xk , yj ) = B(xk , yj )
k=1 j=1 k=1 j=1
b Propriedade 8.
||B(z, y)||
lim = 0.
(x,y)→0 k(x, y)k
Xn X
m
(x, y) = ( λk ek , wj y j )
k=1 j=1
onde {ek } é base do Rn e {yk } é base do Rm , vale que |yk | ≤ k(x, y)k ≤ 1 e
|ek | ≤ k(x, y)k ≤ 1, daı́
X
n X
m X
m X
n
kB(x, y)k = kB( λk ek , wj yj )k = k λk wj B(ek , yj )k ≤
k=1 j=1 j=1 k=1
X
m X
n X
m X
n
|λk | |wj | kB(ek , yj )k ≤ kB(ek , yj )k := M.
j=1 k=1 j=1 k=1
Vale que
kxk kyk ≤ k(x, y)k2
pois equivale à v v
uX n uX X X
u u m m n
u
u xk u
u yk ≤ yk + xk
t k=1 t k=1
| {z } | {z } k=1 k=1
A B
pois
(AB) ≤ (A + B)2 = A2 + 2AB + B2 .
1.3 Caminhos em Rn
1.
(f + g) 0 (t0 ) = f 0 (t0 ) + g 0 (t0 )
2.
(αf) 0 (t0 ) = α 0 (t0 )f(t0 ) + α(t0 )f 0 (t0 )
3.
< f, g > 0 (t0 ) =< f 0 (t0 ), g(t0 ) > + < f(t0 ), g 0 (t0 ) >
4.
< f(t0 ), f 0 (t0 ) >
|f| (t0 ) =
0
.
|f(t0 )|
b Propriedade 10. Dada f : I → R, então |f| é constante ⇔ < f(t), f 0 (t) >=
0 ∀ T ∈ I.
ê Demonstração.
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 14
⇒).
Se |f| é constante não nula, então
< f, f 0 >
0 = |f| 0 = ⇒< f, f 0 >= 0.
|f|
⇐). Se < f(t), f 0 (t) >= 0 então |f| 0 = 0 e daı́ |f| é constante.
ê Demonstração.
Fixe x, y ∈ G, tais que xt + y(1 − t) ∈ G, ∀ t ∈ [0, 1] e defina g(t) = f((1 − t)x + ty),
g : [0, 1] → R. Como g é uma função diferenciável de uma variável a fórmula do
valor médio garante que existe c ∈ [0, 1], tal que
g(1) = f((1 − 1)x + 1y) = f(y), g(0) = f((1 − 0)x + 0y) = f(x).
ê Demonstração.
Se f(a) = f(b) nada precisamos mostrar, supomos f(a) 6= f(b).
Definimos g : [a, b] → R com g(t) =< f(t), f(b) − f(a) >, que é derivável, pelo
TVM real, existe c ∈ (a, b) tal que
g(b)−g(a) =< f(b), f(b)−f(a) > − < f(a), f(b)−f(a) >=< f(b)−f(a), f(b)−f(a) >= |f(b)−f(a)|2
logo f é constante.
1.4 Derivadas
pois
n
f(a + tv) − f(a) fk (a + tv) − fk (a)
=
t t 1
f(x1 , · · · , xk + t, · · · , xn ) − f(x1 , · · · , xn )
lim .
t→0 t
Como U é aberto e x0 ∈ U, existe s > 0 tal que Bs (x0 ) ⊂ U, isto é, x0 + Bs (0) ⊂ U.
f(x0 + h) − f(x0 ) − A(h)
Assim sendo faz sentido para h ∈ B(0, s) e h 6= 0.
khk
A derivada definida acima pode ser chamada derivada total de f em x0 , diferen-
cial de f em x0 ou derivada de Fréchet.
Z Exemplo 4. Seja F : U ⊂ R n
→ Rm , U aberto, com F diferenciável em x0 .
Dado x0 ∈ U, seja δ > 0 tal que Bδ (x0 ) ⊂ U. Definimos
e
f(0, t) − f(0, 0) 0
D2 f(0, 0) = lim = lim = 0.
t→0 t t→0 t
contı́nua em (0, 0). Vamos mostrar que lim f(x, y) = 0. Vale que (x − y)2 ≥ 0,
(x,y)→0
logo
(x − y)2 = x2 − 2xy + y2 ≥ 0
|xy| p
p ≤ x2 + y 2
x2 + y 2
f(t, 0) − f(0, 0)
D1 f(0, 0) = lim =0
t→0 t
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 19
f(0, t) − f(0, 0)
D2 f(0, 0) = lim = 0.
t→0 t
X
∞
Ak
A
e = .
k=0
k!
X
∞
hk X
∞
hk X
∞
hk
f(h) = =I+h+ = I + h + h2
k=0
k! k=2
k! k=0
(k + 2)!
X
∞
hk
logo f(h) − f(0) − h = h2
k=0
(k + 2)!
P
∞ P
∞
||h2 hk
(k+2)!
|| ||h||2 || hk
(k+2)!
||
k=0 k=0
lim ≤ lim =
h→0 ||h|| h→0 ||h||
X
∞
hk
= lim ||h|| || || = 0
h→0
k=0
(k + 2)!
então a derivada no ponto 0 é realmente o operador identidade.
Além disso temos que f 0 (I)(h) = eh.
P
∞
(I+h)k −I
− eh|| ||
||f(I + h) − f(I) − e(h)|| k=0
k!
lim = lim =
h→0 ||h|| h→0 ||h||
Xk
k t X k
k t X
k−2
k
k 2
(I + h) − I = h −I= h = kh + h ht
t t t + 2
t=0 t=1 t=0
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 20
X∞
k
usando que = e o limite fica como
k=0
k!
P P2
∞ k−
||h|| ||h|||| k
h ||
t
t+2
k=0 t=0
lim = 0.
h→0 ||h||
Z Exemplo 8. Se f : R n
→ Rm é a função constante f(x) = w (w ∈ Rm fixo ),
então f é diferenciável em Rn e f 0 (x) = 0v , para todo x ∈ Rn . De fato
para todo h 6= 0.
B(x, ch2 + h20 ) + B(ch1 + h10 , y) = cB(x, h2 ) + B(x, h20 ) + cB(h1 , y) + B(h10 , y) =
para x ∈ Ba1 (0), x 6= 0. Portanto lim f(x + x0 ) = f(x0 ) provando que a função é
x→0
contı́nua em x0 .
Concluı́mos também que para ||x|| suficientemente pequeno vale
com f derivável em x0 .
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 23
f = (fk )m
1 = (f1 , · · · , fm )
ê Demonstração.
⇒). Suponhamos f : Rn → Rm diferenciável em x0 , f 0 (x0 ) = (Ak )m
1 onde Ak : R →
n
X
m m
0
f (x0 )(ej ) = Dj fk (x0 )yk = Dj fk (x0 )
k=1 k=1
R(tej )
onde lim = 0, daı́1
t→0 t
m
f 0 (x0 )(tej ) + R(tej )
fk (x0 + tej ) − fk (x0 ) f(x0 + tej ) − f(x0 )
= =
t 1 t t
f(x0 + tej ) − f(x0 ) fk (x0 + tej ) − fk (x0 )
logo lim = f 0 (x0 )(ej ) consequentemente os limites lim
t→0 t t→0 t
existem para k ∈ Im , ou seja as derivadas parciais Dj fk (x0 ) existem para k ∈ Im . Fi-
nalmente m
Dj fk (x0 ) = f 0 (x0 )(ej )
k=1
isto é
X
m
0
f (x0 )(ej ) = Dj fk (x0 )yk
k=1
1
R(x) é definido como R(x) = f(x + x0 ) − f(x0 ) − f 0 (x0 )(x), para x próximo de 0.
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 25
..
.
..
.
X
n X
n X
n
Df(x0 )(v) = Df(x0 )( u k ek ) = uk Df(x0 )(ek ) = uk Dk f(x0 ).
k=1 k=1 k=1
∂(f1 , · · · , fm )
|x=x0 ou Jf (x0 ).
∂(x1 , · · · , xn )
ou em outra notação
fu (x0 ) = f 0 (x0 )(u).
ê Demonstração. Sabemos que
||f(x0 + tu ) − f(x0 ) − f 0 (x0 )(tu)||
lim =0
t→0 ||tu||
||f(x0 + tu ) − f(x0 )
lim − f 0 (x0 )(u)|| = 0
t→0 ||t||
fx (x, y) fy (x, y)
.
0 1
Suponha F(x, y, z) = (f(x, y, z), T (x, y, z), W(x, y, z)) derivável, então sua matriz
jacobiana é
f (x, y, z) fy (x, y, z) fz (x, y, z)
x
Tx (x, y, z) Ty (x, y, z) Tz (x, y, z)
Wx (x, y, z) Wy (x, y, z) Wz (x, y, z)
na primeira coluna colocamos as derivadas parciais das funções componentes
em relação à x, na segunda em relação à y, na terceira em relação à z.
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 27
tomando e1 = 1, temos
a coordenada é fk : R → R.
f 0 (a)v
X
n X
n
f 0 (a)v = ck f 0 (a)ek = ck Dk f1 (a) =< ∇f1 (a), v > .
k=1 k=1
X
n
df(a)v = Dk f1 (a)dxk (v)
k=1
que tende a zero, além disso cf 0 (x0 ) é operador linear, então vale (cf) 0 (x0 ) = cf 0 (x0 ).
b Propriedade 20. O fato da função ter derivada parcial, não implica dife-
renciabilidade.
xy
ê Demonstração. Seja f(x, y) = , (x, y) 6= (0, 0) e f(0, 0) = 0. f não é
+ y2x2
x2 1
contı́nua em (0, 0) pois f(x, x) = = para qualquer x 6= 0, isto é, quando nos
2x 2 2
aproximamos de zero pela reta (x, x) a expressão não se aproxima de zero, porém
fora do ponto (0, 0) a função é contı́nua. Além disso f não é diferenciável em (0, 0)
pois se fosse seria contı́nua. Entretanto
f(t, 0)
D1 f(0, 0) = lim = lim 0 = 0
t→0 t t→0
da mesma forma D2 f(0, 0) = 0 (por simetria), logo ela possui derivadas parciais no
ponto 0v mas não é contı́nua, o fato de ter derivada parcial não implica diferencia-
bilidade.
ê Demonstração.
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 30
z1 = (c1 , x2 , · · · , xp )
z2 = (c1 , c2 , x3 , · · · , xp )
..
.
zp−1 = (c1 , · · · , cp−1 , xp ),
por soma telescópica temos
X
p
1
f(zj−1 ) − f(zj ) = −f(zj−1 )|p+
1 = −f(zp ) + f(z0 ) = f(x) − f(c)
j=1
perceba que em f(zj−1 ) − f(zj ) as funções diferem apenas em uma coordenada , por
exemplo
f(z1 ) − f(z2 ) = f(c1 , x2 , x3 , · · · , xp ) − f(c1 , c2 , x3 , · · · , xp )
diferem apenas na segunda coordenada, então definindo uma função real h2 ,
h2 (x) = f(c1 , x, x3 , · · · , xp ),
logo f(z1 ) − f(z2 ) = (x2 − c2 )D2 f(z20 ) onde z20 entre x2 e c2 , então em geral temos
X
p
X
p
f(x) − f(c) − (xj − cj )Dj f(c) = (xj − cj )(Dj f(zj0 ) − Dj f(c))
j=1 j=1
de onde segue a desigualdade
Xp
Xp
||f(x) − f(c) − (xj − cj )Dj f(c)|| ≤ |(xj − cj )| (Dj f(zj0 ) − Dj f(c)) ≤ pε||x − c||
| {z } | {z }
j=1 j=1
≤||x−c|| ≤ε
k = f(x0 + h) − f(x0 ) ∈ Rm
|k| = |A(h) + u(h)| ≤ |A(h)| + |u(h)| ≤ ||A|| |h| + |e(h)| |h| = |h| (||A|| + |e(h)|)
perceba que quando h → 0 então k → 0 e daı́ n(k) → 0, isto é, lim n(k) = 0, por
h→0
outro lado
g(f(x0 + h)) − g(f(x0 )) − BA(h) = g(y0 + k) − g(y0 ) − BA(h) = v(k) + B(k) − BA(h) =
logo
∂f ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂z
1.4.8 = + + .
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u ∂z ∂u
∂f ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂z
= + + .
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u ∂z ∂u
ê Demonstração.
Fica definida uma função g : R2 → R com g(u, v) = (x(u, v), y(u, v), z(u, v)), temos
f : R3 → R e a composição f ◦ g : R2 → R pela regra da cadeia temos
∂x ∂x
∂u ∂v
∂y ∂y
g 0 (x0 ) =
∂u ∂v
∂z ∂z
∂u ∂v
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 33
0 0 ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂z ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂z
f (g(x0 ))g (x0 ) = + + + +
∂x ∂u ∂y ∂u ∂z ∂u ∂x ∂v ∂y ∂v ∂z ∂v
de onde segue
∂f ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂z
= + + .
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u ∂z ∂u
Z1
d
1.4.9 u(tx)dt = < ∇u(tx), x > .
dt 0
ê Demonstração. Sendo u(x1 (t), x2 (t), · · · , xn (t)), temos pela regra da cadeia
que
∂u X ∂u ∂xk
n
= ,
∂t k=1
∂xk ∂t
∂xk
sendo xk = txk , segue que = xk e daı́
∂t
∂u X ∂u
n
= xk =< ∇u(tx), x > .
∂t k=1
∂xk
f é constante em U convexo.
ê Demonstração.
Tome x0 ∈ U e seja W = f−1 (f(x0 )) ⊂ U, W é fechado em U por f ser contı́nua ,
imagem inversa de fechado. Também é não vazio pois x0 ∈ W. Dado z ∈ W , existe
δ > 0 tal que Bδ (z) ⊂ U, pois U é aberto. Como Bδ (z) é convexo, então f é constante
em Bδ (z), Bδ (z) ⊂ W , W é aberto e fechado em U, não vazio, como U é conexo,
temos que ter U = W , por isso a função é constante em U.
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 35
nach
b Propriedade 29. Se uma contração f possui ponto fixo, então ele é único.
daı́ d(a, b) ≤ cd(a, b) ⇒ d(a, b)(1 − c) ≤ 0, como 1 − c > 0, concluı́mos que d(a, b) =
0, logo a = b.
Y
n−1
daı́ Qg(k) ≤ c aplicando segue
k=0
logo ( por uma desigualdade válida para métricas, use soma telescópica em
d(xn , xk+1 ) − d(xn , xk ) ≤ d(xk , xk+1 ))
X
m−1 X
m−1
cn
d(xn , xm ) ≤ d(xk , xk+1 ) ≤ ck d(x0 , x1 ) ≤ d(x0 , x1 )
1−c
k=n k=n
d(a, T (a)) = d( T m (T m (a)), T m (T m+1 (a)) ) ≤ c d( (T m (a), T m+1 (a) ) = c d(a, T (a))
logo vale
d(a, T (a)) ≤ c d(a, T (a)) ⇒ d(a, T (a)) (1 − c) ≤ 0
| {z } | {z }
≥0 >0
daı́ d(a, T (a)) = 0, logo a = T (a), assim T possui o mesmo ponto fixo de T m . Supondo
por absurdo que T possua 2 pontos fixos a 6= b, então T m (a) = a e T m (b) = b o que
implicaria que T m possui dois pontos fixos, o que é absurdo pois T m é contração .
d(f(x), x) < ε.
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 38
f(x) = x,
ê Demonstração. Tome εk > 0 para cada εk existe xk com d(xk , f(xk )) < εk .
Como X é compacto, podemos supor que xk → x, pois (xk ) possui subsequência
convergente em X.
Dado ε > 0 temos que para k suficientemente grande vale que ambos os termos
1. X é compacto.
2. f é uma contração .
é um homeomorfismo de U em um aberto de Rn .
||ψ(a) − ψ(b)|| = ||a − b + f(a) − f(b)|| ≥ ||a − b|| − ||f(a) − f(b)|| ≥ (1 − λ)||a − b|| ⇒
||Ew 0 (x) − z|| = ||w 0 − f(x) − z|| ≤ ||w 0 − f(z) − z|| + ||f(z) − f(x)|| ≤ ||w 0 − ψ(z)|| + λ||z − x|| ≤
Então temos que ||Ew 0 (x) − z|| ≤ δ logo tem-se Ew 0 : Bδ [z] → Bδ [z], e ainda
pelo teorema do ponto fixo de Banach (pode ser aplicada, pois a bola fechada é
completa) Ew 0 tem um único ponto fixo x ∈ Bλ [z] tal que Ew 0 (x) = x, portanto existe
apenas um x ∈ Bδ [z] tal que ψ(x) = w 0 . Como o argumento vale para qualquer
w 0 ∈ B(1−δ) (ψ(z)) = B então B ⊂ ψ(U) e ψ(U) é aberto.
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 40
g 0 (F(x)) = (F 0 (x))−1
temos
H(0) = F(x0 ) − y0 = 0
|R(x)|
lim =0
|x|→0 |x|
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 41
pois
|F(h) − h| |R(h)|
lim = lim
|h|→0 |h| |h|→0 |h|
y − G(y) = R(G(y))
|G(y) − y| |R(G(y))|
= , y 6= 0,
|y| |y|
como
R(G(y)) R(G(y)) G(y) R(G(y)) |y| 1
= ≤
|y| G(y) |y| G(y) 1 − λ |y|
G é contı́nua e G(0) = 0 ( por isso para y 6= 0 temos G(0) 6= 0, pois G é bijetora logo
injetora) portanto,
|G(y) − y| 1 |R(G(y))|
lim ≤ lim =0
|y|→0 |y| |y|→0 1 − λ |G(y)|
pois por continuidade de G temos |G(y)| → 0 quando |y| → 0. Disso temos que G é
diferenciável com derivada sendo a aplicação identidade.
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 42
F 0 (x) = I + R 0 (x)
com x ∈ V
1
||F 0 (x) − I|| = ||R 0 (x)|| ≤ λ < 1 =
||I−1 ||
por teorema que já mostramos sobre aplicações invertı́veis (no inı́cio do texto) F 0 (x)
é invertı́vel em V , de G(F(x)) = x segue por derivada da composição que
G 0 (F(x))F 0 (x) = I ∀ x ∈ V
e daı́
G 0 (F(x)) = [F 0 (x)]−1 ∀ x ∈ V
é invertı́vel, pois detj = e2x cos2 y + e2x sen2 y = e2x > 0. Pelo teorema da função
inversa, ∀ z ∈ R2 existe um aberto Uz de modo que f|Uz é injetora e Wz = f(Uz ) é
aberto e g(z) = f−1 (z) : Wz → Uz é continuamente diferenciável. Pelo corolário, f
aplica abertos em abertos. Por isso f é localmente bijetora, mas não é globalmente,
pois
f(x, y + 2π) = (ex cos(y + 2π), ex sen(y + 2π)) = (ex cosy, ex seny) = f(x, y)
√
π 2
e 2 1 −1
f 0 (2 , ) =
4 2 1 1
que podemos calcular a inversa
π 1 1 1
f 0 (2 , ) = √ .
4 e 2
2
−1 1
é um difeomorfismo.
Lembrando que wt F 0 (x)w =< w, F 0 (x)w >, no caso estamos tomando um ope-
rador positivo.
ê Demonstração.
Basta mostrar que F é injetora e usar o teorema da função inversa. Fixe x e y
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 44
em U e seja
g(t) =< z, F((1 − t)x + t(y)) >, z = y − x
g : [0, 1] → R, g(0) =< z, F(x) >, g(1) =< z, F(y) >. Se F(x) = F(y) então g(0) = g(1).
Mas g é derivável em (0, 1) com
z 0 , F((1 − t)x + ty) > + < z, F 0 ((1 − t)x + y) ◦ [(1 − t)x + ty] 0 >=
g 0 (t) = < |{z}
=0
| {z }
=0
V, w ∈ W.
ê Demonstração. Seja ϕ : U → Rm × Rn aplicação de classe Ck com ϕ(x, y) =
(x, f(x, y)). Sua matriz jacobiana tem a forma
!
I 0
Jϕ =
a b
(x, w) = ϕ(h(x, w)) = ϕ(x, h2 (x, w)) = (x, f(x, h2 (x, w))) = (x, f(h(x, w))),
X
n
ê Demonstração. Temos que f 0 (x)(u) é linear, logo sendo u = uk ek , vale
k=1
X
n
f 0 (x)(u) = uk f 0 (x)(ek )
k=1
se conhecemos f(ek ) então conhecemos f 0 (x)(u), essa será nossa abordagem para a
questão.
Temos f = (fk )m
1 logo
v
uX X
u m m
kf(x)k = t (fk (x)) = c ⇒
2 (fk (x))2 = c2 ∀ x ∈ U.
k=1 k=1
Fixado x ∈ U e j ∈ In , então
X
m
0
f (x)(ej ) = Dj fk (x)yk
k=1
X
m X
m X
m
0
hf(x), f (x)(ej )i = h fk (x)yk , Dj fk (x)yk i = fk (x)Dj fk (x)hyk , yk i =
k=1 k=1 k=1
X
m
= fk (x)Dj fk (x)
k=1
X
m
mas da identidade (fk (x))2 = c2 , derivando em relação a j segue
k=1
X
m X
m
2fk (x)(Dj fk (x)) = 0 ⇒ fk (x)(Dj fk (x)) = 0
k=1 k=1
como desejado.
B 0
A= .
C D
ê Demonstração. Sejam (yk )r1 ⊂ Rm uma base de Y , (zk )r1 ∈ Rn tais que
A(zk ) = yk . Definimos, S : Y → Rn com S(yk ) = zk e estendemos a função por
X
r
linearidade. Neste caso se y ∈ Y então y = ck yk temos
k=1
X
r X
r X
r
AS(y) = AS( ck yk ) = A( ck zk ) = ck yk = y.
k=1 k=1 k=1
ê Demonstração.
ê Demonstração.
X
n
0
f (x)(u) = Dk f(x)uk
k=1
Dij f = Dji f
para i, j ∈ In
v entre y e y + k, u entre x e x + h.
Pelo mesmo argumento, obtemos u 0 entre x e x + h e v 0 entre y e y + k de modo
que
f(x + h, y + k) − f(x + h, y) + f(x, y) − f(x, y + k) = hkD12 f(u 0 , v 0 )
como hk 6= 0, segue que D12 f(u 0 , v 0 ) = D21 f(u, v) finalmente fazendo (h, k) → (0, 0)
vem que
(u 0 , v 0 ) → (x, y) e (u, v → (x, y))
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 50
mas como D12 é contı́nua, D12 f(u 0 , v 0 ) → D12 f(x, y) e como D21 é contı́nua em (x, y),
D21 f(u, v) → D21 f(x, y) consequentemente D12 f(x, y) = D21 f(x, y).
X
n X
n X
n
f2 (x)(u, v) = Dij f(x)ui vj = Dij f(x)ui vj
i,j=1 i=1 j=1
Z Exemplo 15. Se f : R 2
→ R, dada por f(x, y) = xex+y para (x, y) ∈ R2 . f é de
classe C2 . Realmente, D1 f(x, y) = xex+y + ex+y , D2 f(x, y) = xex+y e daı́
Logo
f2 (x, y)(u, v) = (2ex+y +xex+y )u1 v1 +(xex+y +ex+y )u1 v2 +∗ex+y +xex+y )u2 v1 +(xex+y )u2 v2 .
X
n
3
f (x)(u, v, w) = Dijk ui vj wk
i,j,k=1
para quaisquer u = (uk )n1 , v = (vk )n1 , w = (wk )n1 ∈ Rn . Analogamente definimos a
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 51
X
m−1
(y − x)k fm (z)
f(y) = fk (x) + (y − x)m
k=0
k! m!
onde f (t)w = f
k k k
(t)(w)k1 , k ∈ Im , t ∈ U, w ∈ Rn .
ê Demonstração.
Seja λ : [0, 1] → Rn , dada por λ(t) = (1 − t)x + ty. Então λ([0, 1]) = [x, y] e
λ 0 (t) = y−x para todo t ∈ [0, 1]. Definimos g : [0, 1] → R g := f◦λ, g(t) = f((1−t)x+ty)
Pelo teorema de Taylor (caso real), existe t0 ∈ [0, 1] tal que
X
m−1 k
g (0 ) gm (t0 )
g(1) = + .
k=0
k! m!
Notemos que g(1) = f(y) e g(0) = f(x), a derivada é dada por g 0 (t) = f 0 (λ(t)) (y − x)
| {z }
=λ 0 (t)
para t ∈ (0, 1).Em particular g (0) = f (h(0))(y − x) = f (x)(y − x), escrevemos
0 0 0
em particular
X
n X
n
2
g (t) = f(λ(0))uj ui = f(x)uj ui .
i,j=1 i,j=1
• Se existem u, v em Rn tal que f2 (x0 )u2 < 0 e f2 (x0 )v2 > 0, então f é um
ponto de sela de f (não é máximo nem mı́nimo local.)
1.9.1 O gradiente
• f(x, y, z) = x2 − yz + z2 .
• f(x, y, z) = xyz.
•
∇(bf + g) = b∇(f) + ∇(g).
•
∇(fg) = f∇g + g∇f.
ê Demonstração.
∇(bf+g) = (bf1 +g1 , bf2 +g2 , · · · , bfp +gp ) = b(f1 , f2 , · · · , fp )+(g1 , · · · , gp ) = b∇f+∇g.
∇f(g(x)) = f 0 (g(x))∇g(x).
ê Demonstração.
Pois usando a regra da cadeia
1.10 Divergente
X
n
∂Fk + cGk X
n
∂Fk X
n
∂Gk
∇ · (F + cG) = = +c = ∇ · (F) + c∇ · (G).
k=1
∂xk k=1
∂xk k=1
∂xk
X
n
∂(ρvk ) X
n
∂(ρ) ∂(vk )
div(ρv1 , · · · , ρvn ) = = vk +ρ =
k=1
∂xk k=1
∂xk ∂xk
X
n
∂xk X
n
div(x) = = 1 = n.
k=1
xk k=1
1.11 O Laplaciano
Xn
∂2 f
2
∇ f= .
k=1
∂x2k
O Laplaciano também é denotado por ∆, ∇ · ∇.
1.11.1 ∇ · ∇ = ∇2
∇ · (∇(u)) = ∇2 (u).
∇ · ∇ = ∇2 .
ê Demonstração.
Temos que
∂u1 ∂un
∇(u) = ( ,··· , ),
∂x1 ∂xn
aplicando o divergente, segue que
X
n
∂2 uk
∇ · (∇(u)) = = ∇2 (u),
k=1
∂x2k
∂2 u
daı́ podemos calcular usando agora a regra da cadeira para derivadas, podemos
∂θ2
chegar em
−r ∂u
z }| ∂r
{
∂2 u ∂u ∂u 2 2 ∂2 u ∂2 u 2 ∂2 u
= −rcos(θ) − rsen(θ) +r [sen (θ) − 2cos(θ)sen(θ) +cos (θ) ]=
∂θ2 ∂x ∂y ∂x2 ∂y∂x ∂y2
∂2 u ∂u 2 2 ∂2 u ∂2 u 2 ∂2 u
= = −r + r [sen (θ) − 2 cos(θ)sen(θ) + cos (θ) ]
∂θ2 ∂r ∂x2 ∂y∂x ∂y2
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 58
∂2 u ∂2 u
calculamos agora a soma de com
∂r2 r2 ∂θ2
∂2 u ∂2 u ∂2 u ∂2 u ∂u
2
+ 2 2
= 2
+ 2
−
∂r r ∂θ ∂x ∂y r∂r
logo vale a identidade
∂2 u ∂u ∂2 u ∂2 u ∂2 u
+ + = + = ∇2 u.
∂r2 r∂r r2 ∂θ2 ∂x2 ∂y2
ê Demonstração.
Passos da demonstração:
2. Calculamos ∂m u(T (x)) aplicando a regra da cadeia. Aplicamos mais uma vez
∂m e depois somamos de m = 1 até n encontrando ∆u(T (x)).
3. Usamos que T.T t = I e definição do produto de matrizes para obter ∆u(T (x)) =
(∆u)(T (x)).
Seja
T1,1 T1,2 · · · T1,n
2,1 T2,2 · · ·
T Tn,n
T = . .. .. ..
..
. . .
Tn,1 Tn,2 · · · Tn,n
daı́
T1,1 T1,2 · · · T1,n
X X X
n n n
2,1 T2,2 · · ·
T Tn,n
T (x) = . .. .. .. =( t1,k xk , t2,k xk , · · · , tn,k xk ).
.. . . . k=1 k=1 k=1
Tn,1 Tn,2 · · · Tn,n
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 59
X
n
Para obter o Laplaciano, aplicamos a soma , de onde tem-se
m=1
X
n X
n X
n
∂2 u XXX n
∂2 u
n n
∆u(T (x)) = Tkm Tjm (T (x)) = Tkm Tjm (T (x)).
m=1 k=1 j=1
∂xk ∂xj k=1 j=1 m=1
∂xk ∂xj
Onde usamos que bm,j = tj,m pois multiplicamos pela matriz transposta. Como o
resultado é a matriz identidade, os únicos termos que não se anulam são os da
forma ci,i . Segue que
Ck,j
z }| {
Xn X n X n
∂2 u
∆u(T (x)) = Tkm Tjm =
k=1 j=1 m=1
∂xk ∂xj
X
n X
n
∂2 u X ∂2 u n
= Ck,j (T (x)) = (T (x)) = (∆u) ◦ T.
k=1 j=1
∂xk ∂xj j=1
∂x2k
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 60
D1 G1 (a) D2 G1 (a) ··· Dn G1 (a) 1 0 ··· 0
.. .. .. ..
. . . . 0 1 ··· 0
Ja G = = . . .. ..
.. ..
. .
D1 Gm (a) D2 Gm (a) · · · Dn Gm (a) D1 g(a) D2 g(a) · · · Dn g(a)
pois G(a) = (a1 , · · · , an−1 , g(a)), o que fornece dimImG 0 (a) = n − 1, pois os n − 1
vetores coluna da matriz Ja G são linearmente independentes em Rn .
Afirmamos que ImG 0 (a) = [∇f(x0 )]⊥ . Com efeito, como dimG 0 (a) = dim[∇f(x0 )]⊥ ,
basta mostrar que ImG 0 (a) ⊂ [∇f(x0 )]⊥ . Seja então v ∈ Rn−1 arbitrário e tomemos
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 61
pois λ (t) =
0
(λk0 (t))n1 mas
X
n X
n X
n
0
< ∇f(λ(t)), h (t) >=< Dk f(λ(t))ek , hk0 (t)ek >= Dk f(λ(t))hk0 (t) = [f ◦ λ](t) 0 .
k=1 k=1 k=1
Como (f ◦ λ) 0 (t) =< ∇f(λ(t)), h 0 (t) > para t ∈ (−s, s). Em particular,
e função implı́cita
Vamos provar que o teorema da função inversa equivale ao teorema da função
implı́cita, porém antes vamos enunciar as versões dos teoremas que vamos mostrar
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 62
equivalentes.
Rn
z }| {
(f(g(y), y ), y ) = F(g(y), y) = F(h(0, y), y) =
|{z} |{z} |{z}
Rn Rm Rm
⇐).
Seja f : E ⊂ Rn → Rn , E aberto, f ∈ C1 , f 0 (a) invertı́vel e f(a) = b. Tomamos
F : A ⊂ R2n → Rn , A aberto com F(x, y) = f(x) − y, F é uma função C1 com
F(a, b) = f(a) − b = 0, Ax = f 0 (a) que é invertı́vel. Pelo teorema da função implı́cita
existe função C1 g : W → Rn , W aberto de Rn tal que para todo y ∈ W existe um único
x tal que g(y) = x, g(b) = a e f(g(y), y) = 0, temos 0 = F(g(y), y) = f(g(y)) − y = 0,
f(g(y)) = y então g é inversa de f.
equações
Nas condições do teorema da função implı́cita , tendo f : U ⊂ Rn+m → Rn , com
U aberto, f ∈ C1 , f(a, b) = 0, A = f 0 (a, b), Ax invertı́vel. Então existem abertos U, W
abertos de Rn+m , Rm , com (a, b) ∈ U, b ∈ W . ∀ y ∈ W existe um único x ∈ Rn tal
que (x, y) ∈ U, f(x, y) = 0. A função f pode ser escrita por suas coordenadas
f = (f1 , f2 , · · · , fn )
f1 (x1 , · · · , xn , y1 , · · · , ym ) = 0
..
.
fn (x1 , · · · , xn , y1 , · · · , ym ) = 0
3x + y − z + u 2 = 0
x − y + 2z + u = 0
2 x + 2 y − 3z + 2 u = 0
3 1 2 u −1
1 −1 1 2
2 2 2 −3
a
z }| {
0 ), podemos mostrar que
sabemos que o sistema possui uma solução (0, 0, 0, |{z}
b
3 1 2 |{z}
u
0
Ax =
1 −1 1
2 2 2
é invertı́vel pois seu determinante é −12, f é C1 pois todas suas derivadas parciais
são contı́nuas, logo podemos aplicar o teorema da função implı́cita existem abertos
U, W de R4 , R respectivamente com (0, 0, 0, 0) ∈ U e 0 ∈ W tal que ∀ z ∈ W existe
um único x = (x1 , x2 , x3 ) ∈ R3 tal que (x, y) ∈ U, f(x, y) = 0.
3 1 −1 2 u
1 −1 2 1
2 2 −3 2
neste caso temos Ax
3 1 −1 |{z}
u
0
Ax =
1 − 1 2
2 2 −3
que possui determinante zero, logo não podemos aplicar o teorema da função
implı́cita.
ê Demonstração.
f 0 (x0 )(h+h 0 ) = x0 (h+h 0 )T +(h+h 0 )xT0 = x0 hT +hxT0 +x0 h 0T +h 0 xT0 = f 0 (x0 )(h)+f 0 (x0 )(h 0 ).
b Propriedade 53. Sejam f : Bδ [x0 ] → Rn tal que |f(x) − f(y)| ≤ c||x − y||,
0 ≤ c < 1. Se ||f(x0 ) − x0 || < (1 − c)δ então f possui um único ponto fixo em Bδ [x0 ].
||f(x0 ) − x0 || + cδ < δ
então mostramos o que querı́amos ||f(x)−x0 || < δ e daı́ podemos aplicar o teorema do
ponto fixo. Percebemos que f(x) ∈ Bδ (x0 ) então x 0 ponto fixo deve ser um elemento
dessa bola aberta, se fosse ||f(x0 ) − x0 || ≤ (1 − c)δ com a desigualdade ≤ ao invés de
< irı́amos garantir apenas que f(x) ∈ Bδ [x0 ].
2s 2 s
( ) = 4 , ( )2 = 1
s s
não importando o valor com o qual possamos definir a função na origem.
Vale ainda
f(th)
lim =0
t→0 t
x2 + y 2
pois podemos escrever a função como f(h) = , h = (x, y) logo
arctg2 ( yx )
pelo TVM
= h1 fy (x + h0 , y + c1 h1 ) + h0 fx (x + c2 h0 , y)
Temos
f(x0 + h) − f(x0 ) = (x0 + h)2 − x20 = x0 h + hx0 + h2 =
f 0 (x0 )(h) = x20 h + x0 hx0 + hx20 , que é linear em h, falta agora mostrar o limite
x 4 + 3x 2 y 2
fx = ≤3
(x2 + y2 )2
pois
x4 + 3x2 y2 ≤ 3(x4 + 2x2 y2 + y4 ) = 3x4 + 6x2 y2 + 3y4
(a outra derivada não consegui mostrar que é limitada, porém é limitada (wolfram
alpha))
−2x3 y
fy = .
(x2 + y2 )
Fora do ponto (0, 0) F é derivável pois as derivadas parciais existem e são
contı́nuas.
Seja v ∈ R2 vetor unitário, mostre que a derivada direcional fu (0, 0) existe
x2 + y2 = 1 ⇔ x2 + y2 = 1,
p
e tem módulo no máximo 1. v = (x, y), ||v|| =
tv = (tx, ty)
f(0 + tv) − f(0, 0) f(tv)
lim = lim =
t→0 t t→0 t
t 3 x3 t3 x 3 x3
= lim = lim = = x3
t→0 t(t2 x2 + t2 y2 ) t→0 t3 (x2 + y2 ) x2 + y2
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 72
sabemos que x2 ≤ 1 logo |x3 | = |x|x2 ≤ |x| não pode valer |x| > 1 pois se não
|x||x| = x2 ≥ |x| > 1 o que é absurdo, então |x|3 ≤ 1.
Vamos mostrar que f não é derivável em (0, 0). Se fosse derivável existiria A
linear tal que A(x, y) = xA(0, 1) + yA(0, 1) = xc1 + yc2 logo A(h1 , h2 ) = c1 h1 + c2 h2 ,
devemos ter
h3
| h2 +h
1
2 − (c1 h1 + c2 h2 )|
lim 1 2
h21 + h22
p
||h||→0
| h2 − (c1 + c2 )(h)| 1
lim √ = 0 ⇒ c1 + |{z}
c2 =
h→0 2h2 2
0
(2xy + ex , x2 , 1)
temos que f(0, 1, −1) = 0 o jacobiano nesse ponto tem primeira coordenada
1, invertı́vel a função é C1 pois todas suas derivadas parciais são contı́nuas,
logo podemos aplicar o teorema da função implı́cita, que garante a existência de
g : W ⊂ R2 → R com f(g(y), y) = 0, f(g(y, z), y, z) = 0 onde W é um aberto
contendo (1, −1).
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 73
X
n
0
f (x)(u) = uk f 0 (x)(ek )
k=1
se conhecemos f(ek ) então conhecemos f 0 (x)(u), essa será nossa abordagem para a
questão.
Temos f = (fk )m
1 logo
v
uX X
u m m
kf(x)k = t (fk (x)) = c ⇒
2 (fk (x))2 = c2 ∀ x ∈ U.
k=1 k=1
Fixado x ∈ U e j ∈ In , então
X
m
0
f (x)(ej ) = Dj fk (x)yk
k=1
X
m
= fk (x)Dj fk (x)
k=1
CAPÍTULO 1. CÁLCULO E DERIVAÇÃO NO RN 74
X
m
mas da identidade (fk (x))2 = c2 , derivando em relação a j segue
k=1
X
m X
m
2fk (x)(Dj fk (x)) = 0 ⇒ fk (x)(Dj fk (x)) = 0
k=1 k=1
como desejado.
f 0 (x0 )(ch1 +h2 ) = 2 < x0 , ch1 +h2 >= c2 < x0 , h1 > + < x0 , h2 >= cf 0 (x0 )(h1 )+f 0 (x0 )(h2 ).
temos que
f(x0 +h)−f(x0 ) =< x0 +h, x0 +h > − < x0 , x0 >=< x0 , x0 > +2 < x0 , h > + < h, h > − < x0 , x0 >= 2
portanto
f(x0 + h) − f(x0 ) − f 0 (x0 )(h) = 2 < x0 , h > + < h, h > −2 < x0 , h >= |h|2