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AULA 2

 DIMENSÃO CONCEITUAL DA RECREAÇÃO;


– CONCEITOS;
– HISTÓRICO;
– OBJETIVOS;
A RECREAÇÃO NO
CONTEXTO
EDUCACIONAL.
EDUCAÇÃO:
 Existem vários conceitos e definições para o
tema, desde os aspectos filosóficos e
históricos, incluindo o nosso dia-a dia.
 "Seria o processo graças ao qual o homem
desenvolve suas aptidões, assimila os valores
e os conhecimentos do grupo a que pertence
e se torna membro da comunidade em cujo
seio nasceu".
 "É necessária ao desenvolvimento psíquico
quanto o alimento ao desenvolvimento do
corpo".
 "A educação tem que ser refletida e
aceita."

 "É o conjunto dos processos pelos quais,


em toda sociedade, os adultos tentam
transmitir aos mais jovens seus costumes,
crenças, conhecimentos. É nesse sentido
que se distingue da instrução ou ensino,
que visa particularmente à transmissão do
saber e à formação intelectual."
 "A EDUCAÇÃO É TÃO ÁRDUA QUE EXIGE
SACRIFÍCIO MÚTUO: DE QUEM ENSINA E DE
QUEM APRENDE". (JÚLIO CAMARGO, Escritor)
 1.2 - EDUCAÇÃO FÍSICA:
 ● Formação global da personalidade da criança
e do adolescente, criando desta forma, a
autonomia individual e a sua integração no
meio social.
 ● É a parte integrante da educação em geral, e
no processo educacional utiliza como meios
principais os movimentos, as atividades
naturais, os jogos e os esportes, cujas
finalidades contribuem para a adaptação
biológica e social do indivíduo ao meio, e para
afirmação da sua personalidade.
 Deve ser compreendida sob o aspecto da
educação, quando seus efeitos se fizerem
sentir sobre a totalidade do homem, isto é,
quando contribui para o equilíbrio da
personalidade integral do indivíduo de forma
psicossomática e espiritual.

 Se dá, através do desenvolvimento cognitivo


e da educação psicomotora, e na
aprendizagem dos gestos e movimentos
fundamentais das diferentes formas de
atividades físicas e esportivas.
 1.3 - RECREAÇÃO:

 1.3.1 - ORIGEM
 A palavra recreação vem do latim
Recreare, significando reproduzir, renovar,
recuperar, recrear.
 Re - Repetição, outra vez
 Criar - Organizar, produzir
 Ação - Movimento, atividade
 1.3.2 - HISTÓRICO
 ► Alemanha - Johann Bernhard Basedow -
Seguidor das ideias de Rousseau - 1768 - XVIII
“Philantropinum" atividades intelectuais = físicas

 Na Fundação Philantropinum havia cinco horas de


matérias teóricas, duas horas de trabalhos manuais, e
três de recreação, incluindo a esgrima, equitação, as
lutas, a caça, pesca, excursões e danças.
 Friedrich Froebel - foi um pedagogo e
pedagogista alemão com raízes na escola
Pestalozzi. Em 1837, XIX, Fröbel abriu o
primeiro jardim de infância.
 ► E.U.A ( Parques infantis - Playgrounds – líderes) –
Século XIX
 Salazar Salas salienta que a recreação foi constituída nos
Estados Unidos a partir de duas frentes que promoviam
o jogo para a população infantil e que foram crescendo
e envolvendo os governos locais e nacional, assim como
pessoas que formaram organizações, buscaram fundos e
escreveram textos com o seguinte objetivo:
 “ Educar as pessoas a usar positivamente seu tempo
livre. A filosofia dessa época era ajudar as pessoas mais
necessitadas e sem educação. É por isso que a filosofia
e a missão original da recreação americana se centraram
em oferecer atividades que enriquecessem e
melhorassem a qualidade de vida das pessoas
participantes”.
 ► Brasil - Rio Grande do Sul - Frederico Gaelzer -
No princípio do séc XX, foi estudar nos EUA – ACM e
implantou a concepção no Brasil, inicialmente
utilizando as Praças - recreação pública;
 Denominado "Ato de Bronze“!

 Em 1972, foi criado o "Projeto RECOM" (Recreação -


Educação - Comunicação), pelo prefeito Telmo
Thompson Flores, com o Secretário Municipal de
Educação e Cultura Profº Frederico Lamacchia Filho,
juntamente com o professor Gaelzer. Porto Alegre foi
a pioneira desse tipo de projeto, realizou atividades
recreativas e físicas promovendo o aproveitamento
sadio das horas de lazer e a integração do homem
com sua comunidade.
 São Paulo - Nicanor Miranda - Clube de
menores operários;
 Rio de Janeiro - Preparação de pessoal -
atividades - escolas primárias;
 1.3.3 - FUNDAMENTAÇÃO BÁSICA

 Tal como ocorreu na educação, a recreação exige


amplo e profundo conhecimento dos fundamentos,
para a perfeita adequação de suas técnicas. O
binômio; interesse - prazer ou prazer - interesse,
dependendo da posição filosófica e, psicológica que
cada qual adote, merece especial relevo no estudo e
eleição das técnicas que devam ser empregadas no
desenvolvimento do programa recreativo.
 ● Para identificar a recreação como
atividade e buscarmos, paralelamente, sua
fundamentação filosófica e científica,
vamos encontrar basicamente dois fatores
interveniente: interesse e prazer.
 ● Assim, o interesse é sempre um sintoma
de necessidade psicológica ou fisiológica.
 O prazer, tanto pode ser visto como efeito,
consequência, resultante de realização da
atividade desejada, como pode também ser
visto como causa que impele o indivíduo a
buscar a atividade de que necessita, para
completar-se para aperfeiçoar-se.
 ● A recreação faz com que o corpo, vivificado
pela atividade física, busque o seu lugar entre
os valores culturais, revigorando-se quanto à
saúde e aos equilíbrios físico, estético, ético e
psicológico.
 A recreação como função do lazer engloba, em sua
ação, todas as faixas etárias, como meio para o
desenvolvimento pleno do indivíduo. Os estudos de
Jofre Dumazedier, indicam a recreação como função
do lazer, ao lado do relaxamento e do
desenvolvimento.

 ● Recreação engloba uma atitude de recriação: de


algo ou de si mesmo. No sentido pleno do seu
significado, e não como simples diversão, leva o
homem a busca de oportunidades de conhecer a si
próprio, voltando-se para o seu ego, seus interesses e
necessidades interiores, obtendo prazer e realizando-
se pela própria experiência, pelo seu poder de
criatividade, que ele próprio, às vezes, desconhece.
 ● A livre escolha, o prazer e a criatividade,
que caracterizam a recreação, somente
poderão surgir no indivíduo, quando a este
for permitida a sua auto-expressão.
 A atividade de recreação caminha para o
lazer e ultrapassa o conceito restrito de
mero preenchimento do tempo livre,
quando o homem, descobrindo suas
potencialidades, toma conhecimento de si
próprio, vendo-se como pessoa humana e
não apenas como indivíduo.
 ● A recreação concorre para o bem-estar geral das
pessoas, ela constitui responsabilidade inescapável do
governo, em todas as suas esferas.
 ● Mecanização e automação colocam novo problema:
o da ocupação das crescentes horas vagas, ou seja, a
recreação. Como processo humano, por excelência, a
recreação segue os caminhos da arte, e não os da
ciência. Os últimos tempos marcam três momentos
sucessivos: o da ciência, o da técnica e, novamente, o
da arte.
 1.3.4 - CONCEITOS:

 ► A Recreação compreende atividades as mais


diversas, de expressão individual e coletiva, às
quais se entreguem voluntariamente crianças,
jovens e adultos educados ou rudes, de
diferentes condições sociais, nos campos ou
nas cidades.
 ► Desta forma, podemos conceituar a
recreação como sendo uma atividade
física ou mental, à qual o indivíduo é
levado pelo interesse, para satisfazer
necessidade física, intelectuais, morais,
emocionais e sociais, tendo como
resultado o prazer.
 Uma das características do ser humano é
o potencial de criação, visto que a
recreação nasce e flui da criatividade, a
partir daí torna-se mais fácil perceber a
amplitude do verdadeiro conceito do que
venha a ser recreação.
 Criar - dar forma
 Recriar - transformar a forma
 Recrear - utilizar a forma
 Silveira propõe que "uma vivência
recreativa típica, sugere ser conduzida ou
promovida por um profissional especialista
ou instituição recreativa, e pode ter
objetivo puro de diversão e
entretenimento, bastando-se em si mesma,
assim como pode visar a um ganho
adicional intelectual, social, emocional,
terapêutico, físico, entre outros."
1.3.5 - CARACTERISTICAS:
 Atitude mental do executante ao realizar
determinada atividade;
 Liberdade na execução;
 Espontaneidade de ação;
 Fim em vista na própria atividade;
 Interesse–prazer;
 Ativa participação do ser humano;
 Ludicidade;
 Alegria e entusiasmo em praticar
determinada atividade e;
 Ocupação do lazer
1.3.6 - OBJETIVOS:
 Físico (Coordenação, velocidade, resistência, força,
etc..);
 Intelectual (Criatividade, raciocínio, observação,
atenção, etc..);
 Social (Cooperação, integração, espírito de grupo,
relacionamento, etc..);
 Emocional (Motivação, equilíbrio, afetividade,
satisfação, etc..) e;
 Moral {Honestidade, disciplina, respeito, lealdade,
etc..)
 Recreação na escola – obj. educacional
 Recreação na comunidade – obj. social
 CONCEITOS ENTRETENIMENTO,
LÚDICO...
 CARACTERÍSTICAS E FORMAS;
 DIFERENCIAÇÃO ENTRE LAZER, ÓCIO,
RECREAÇÃO E DIVERSÃO:
RECREAÇÃO

É entendida como instrumento que organiza o


lazer e reproduz valores, propõe princípios,
desejos e necessidades.
O entretenimento em si mesmo não é
sempre recreação

“Nem todo passatempo é recreação,


nem toda diversão é uma atividade
recreativa”
(Ferreira 2003)
O lúdico na
• O lúdico tem sua origem na palavra
"ludus" que quer dizer jogo.
• A palavra evoluiu levando em
consideração as pesquisas em
psicomotricidade, de modo que deixou
de ser considerado apenas o sentido de
jogo.
A ludicidade na
• Qualquer atividade que nos dá prazer ao
executá-la.
• Através da ludicidade se aprende a
conviver, a ganhar e perder, a esperar sua
vez, lidar com as frustrações, conhecer e
explorar o mundo.
• Facilita a convivência entre a criança e o
professor.
(BRANDÃO, 2004).
1.3.7 - FORMAS:
 Dirigida (pode ser através da
concepção fechada);
 Livre (pode ser através da
concepção aberta);
 Passiva;
 Ativa;
* O professor é o centro do ensino
* A maioria das decisões são tomadas pelo professor
* O professor dá os objetivos de aprendizagem na forma
de comportamento final
* Modelos de movimento prescritos pelo professor
* O professor determina o processo metodológico-
organizacional, para alcançar seus objetivos o mais
efetivamente possível
* Os resultados são provocados com um controle da
aprendizagem orientado nos objetivos
• MODIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES PROF-ALUNO, NA
DIREÇÃO DO PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO.
• PALAVRAS CHAVE: CO-DECISÃO; CO-PARTICIPAÇÃO;
AS FORMAS DE ENSINO NÃO-DIRETIVAS TÊM
PRIORIDADE.
• O ENSINO DE ED FÍSICA JAMAIS É SEM
PLANEJAMENTO, SEM OBJETIVOS;
O ENSINO ESTÁ SEMPRE SUBORDINADO A:
- ORIENTAÇÃO PARA UM OBJETIVO
- ORIENTAÇÃO PARA UM CONTEÚDO
- UM MODO DE TRANSMISSÃO.
1.3.8 - DIFERENÇA ENTRE
RECREAÇÃO E DIVERSÃO:
 RECREAÇÃO:
 Participação ativa
 Solicita o espírito criador
 Indivíduo empenhado realmente na
atividade
 Envolve o indivíduo totalmente
 Alegria no fazer
DIVERSÃO:

Participação passiva.
Indivíduo como espectador e
ou ouvinte.
Envolve o indivíduo
parcialmente.
Identificação com os que
fazem.
1.3.9 - DIFERENCIAÇÃO ENTRE LAZER,
ÓCIO, RECREAÇÃO E DIVERSÃO:

 LAZER: Ocupação do tempo livre depois de


cumpridas as obrigações e necessidades da vida
 ÓCIO: Ausência de atividade, tempo
desocupado, vício de gastar o tempo inutilmente
 RECREAÇÃO: Atividades com fins de
renovação do físico e da mente
 DIVERSÃO: Entretenimento com ideia de fazer
algo diferente da rotina.
- FORMAÇÃO DO ANIMADOR
CULTURAL;
- A INTERVENÇÃO;
- POSTURA PROFISSIONAL;
- PREPARAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DAS AULAS.
CONSTITUIÇÃO/88

LIBERDADE DE LIBERDADE DE
QUALQUER EXERCÍCIO DE
TRABALHO, QUALQUER
OFÍCIO OU ATIVIDADE
PROFISSÃO. ECONÔMICA.

[...] atendidas as
qualificações profissionais
que a lei estabelecer;
NÃO ADIANTARIA O
ESTADO IMPOR
RESTRIÇÕES AOS
INDIVÍDUOS SE NÃO
DISPUSESSE DOS
MECANISMOS
NECESSÁRIOS À
FISCALIZAÇÃO DA
CONDUTA DESTES.
CRFB, Art. 21. Compete à União:
XXIV – Organizar, manter e executar a
inspeção do trabalho.

Via de regra, essa fiscalização é


realizada por órgãos do Ministério
do Trabalho.

Havendo necessidade de fiscalização


técnica e ética, a União descentraliza
essa atribuição criando autarquias
corporativas.
Os Conselhos Profissionais
constituem a “longa manus”
do Estado, cuja atribuição
precípua é fiscalizar a atuação
dos indivíduos que atuam em
sua área de competência.
Garantir que os Zelar pelo
profissionais cumprimento
atuantes tenham dos preceitos
a formação éticos e
técnica exigida legislação
por Lei. vigente.
• Matéria do Jornal da Band, com alunos do GEO
Juan Antonio Samaranch e alunos da rede regular
no Rio de Janeiro. Os efeitos do sedentarismo
começam a aparecer cedo. Uma pesquisa do
Instituto Nacional de Cardiologia, sob a
coordenação do renomado cardiologista, Claudio
Scherr, com estudantes mostrou que os problemas
de pressão e colesterol em adolescentes são mais
frequentes entre os que não se exercitam. O
exemplo em casa é importante para estimular a
atividade física. Os resultados são surpreendentes.
1.5.- PREPARAÇÃO DIDÁTICO-
PEDAGÓGICA PARA AS AULAS OU
SESSÕES DE RECREAÇÃO:

 1ª PARTE: INICIAL,
INTRODUÇÃO OU PREPARAÇÃO
PARA AS ATIVIDADES.
 Pequena forma de aquecimento ou
entrada em calor (1/8 do tempo de
aula)
1.5.- PREPARAÇÃO DIDÁTICO-
PEDAGÓGICA PARA AS AULAS OU
SESSÕES DE RECREAÇÃO:
 Tem como temática os objetivos psicofisiológicos, tais como:
 A introdução de um breve aquecimento e;
 A preparação dos alunos para o prosseguimento das
atividades.
 Sugestões de Atividades:
 1) Locomotoras: Andar, marchar, correr, saltar e outras..
 Deverá ser utilizado como dinâmica os vários tipos de
deslocamentos, variando as direções, com ou sem fases
ritmadas e também diferentes formas cadenciadas.
 As marchas deverão ser com deslocamentos para que
aconteça evoluções.
 2) Pequenos Contestes e;
 3) Atividades ou jogos vivificantes de correr e pegar.
 2ª PARTE: PRINCIPAL
 Nesta parte deverá ser introduzida a formação
corporal e lúdica, inclusive com os brinquedos
cantados, pequenos e grandes jogos. (6/8 do
tempo de aula).
 Têm como objetivo específico levar os discentes
(participantes) para a execução das atividades
ou jogos, seguindo a maturação específica de
cada faixa etária.
 Podem ser utilizados e/ou adaptados seguindo
a classificação dos jogos em: Calmos,
Moderados e Ativos.
 3ª PARTE: FINAL, VOLTA À CALMA OU
ENCERRAMENTO:
 Atividades de volta à calma (1/8 do tempo de
aula).
 Busca-se através das atividades os objetivos
psicofisiológicos:
 Acalmar fisiologicamente, psicologicamente e
permitir a socialização entre os alunos;
 Diminuir a excitação e a tensão causadas pela
disputa e;
 Educar e alegrar através dos sentidos.
 Exemplos de Atividades:
 Atividades que levem ao relaxamento, jogos
calmantes ou sensoriais, cantos e marchas
lentas.

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