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Anotações sobre Lógica matemática


Rodrigo Carlos Silva de Lima

rodrigo.uff.math@gmail.com

1
Sumário

1 Lógica 4
1.1 Negação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2 Conjunção, (e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.3 Disjunção ou . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.4 Condicionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.4.1 Condicional →, se · · · então · · · . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.4.2 Condicional ↔, · · · se e somente se · · · . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.5 Tautologias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.6 Proposições logicamente falsas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.7 Relação de implicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.8 Relação de equivalência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.8.1 Comutatividade da conjunção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.8.2 Associatividade da conjunção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.8.3 p ∧ p ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.8.4 p ∧ v ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.8.5 p ∧ f ⇔ f. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.8.6 Comutatividade da disjunção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.8.7 Associatividade da disjunção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.8.8 p∨p⇔p . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.8.9 p ∨ v ⇔ v. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.8.10 p ∨ f ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.8.11 Distributividade p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r). . . . . . . . . . 16
1.8.12 Distributividade p ∨ (q ∧ r) ≡ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r). . . . . . . . . . 16
1.8.13 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

2
SUMÁRIO 3

1.8.14 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.9 Sentenças abertas e quantificadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.9.1 Quantificador universal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.9.2 Quantificador existencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.10 Negação de proposições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.10.1 Negação da negação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.10.2 Negação da conjunção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.10.3 Negação da disjunção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.10.4 ∼ (p → q) ⇔ p∧ ∼ q. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.11 Contrapositiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.11.1 Condições necessárias e suficientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.11.2 Análise lógica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.11.3 Sı́mbolos para Conectivos e Quantificadores . . . . . . . . . . . . 23
1.12 Nı́vel Proposicional e Nı́vel Quantificacional . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.13 Descrição de Linguagem Formal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.13.1 Linguagem da Lógica sentencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.14 Questões Lógicas e Brincadeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Capı́tulo 1

Lógica

m Definição 1 (Proposição). Não daremos definição rigorosa de proposição,


tentaremos dar apenas uma noção intuitiva . As proposições são sentenças, de-
clarativas, que podem ser classificadas como verdadeiras (v) ou falsas (f). Iremos
considerar como proposição o conteúdo verdadeiro ou falso expresso por uma
frase, então por exemplo uma proposição não depende da lı́ngua em que foi es-
crita, dependendo apenas do que se entende dela.

• Proposições são declarativas, não são exclamativas, nem interrogativas.

• Possuem apenas um valor lógico v ou f.

Diremos que os valores lógicos v e f são opostos . Os valores v ou f também


podem ser simbolizados por 0 ou 1 respectivamente.

Vamos tentar das uma noção intuitiva do que seria Lógica, que não deve abarcar
todos usos que se dá a palavra, mas que poderá nos servir de uma aproximação
inicial.

m Definição 2 (Lógica). Lógica é a ciência formal que estuda os princı́pios e


métodos de inferência, tendo como objetivo principal estudar condições em que

4
CAPÍTULO 1. LÓGICA 5

proposições são consequência ou não de outras.

m Definição 3 (Processo de inferência). Consiste em manipular a informação


disponı́vel, aquilo que supomos ser verdadeiro, e extrair consequências disso ob-
tendo deste processo uma informação. O resultado de um processo de inferência
é a obtenção de informação não dada de forma explicita nas hipóteses.
Iremos consierar que não é do escopo da lógica investigar como o processo de
inferência ocorre, na lógica não procuramos dizer como as pessoas raciocinam.
Iremos considerar apenas o estudo dos casos em que as suposições constituem
boa razão para aceitar a conclusão, isto é, se a conclusão é consequência daquilo
que sabemos, se está bem justificada a partir da informação disponı́vel.

m Definição 4 (Argumento). Um argumento é uma sequência finita (não vazia)


de proposições de uma determinada linguagem da forma

1
(pk )n+
1 := (p1 , . . . , pn+1 )

onde as n primeiras proposições (pk )n1 se chamam premissas do argumento e


a última proposição pn+1 = c é a conclusão do argumento. Podemos ler tal
argumento como:
p1 , . . . , pn , então c,

ou usar outras conjunções conclusivas como ‘‘portanto", ‘‘por conseguinte", ‘‘logo"no


lugar de ‘‘então". Outros modos de se escrever um argumento são

p1 , . . . , pn , pn+1 ,

p1 , . . . , p n
,
pn+1
p1 , . . . , pn /pn+1 ,
CAPÍTULO 1. LÓGICA 6

p1
..
.
pn
pn+1

• Em um argumento, em geral, se pretende que as premissas justifiquem a


conclusão.

• A limitação de um argumento ser não vazio é dada pois se fosse vazio não
possuirı́amos sequer uma conclusão.

• O número de premissas é finito, mas pode ser nulo, neste caso o argumento
possui apenas a conclusão.

m Definição 5 (Argumentos válidos e inválidos). Um argumento (pk )n+


1
1
é dito
correto ou válido se a conclusão c = pn+1 for verdadeira sempre que as premissas
(pk )n1 forem verdadeiras. Se as premissas são verdadeiras e a conclusão for falsa
o argumento é dito inválido ou incorreto.

1.1 Negação

m Definição 6 (Negação de uma proposição). Dada uma proposição p, defini-


mos a negação da proposição p como uma proposição ∼ p, de tal maneira como
na tabela abaixo

p ∼p
v f
f v

Os valores lógicos de p e ∼ p são sempre opostos, por definição .


CAPÍTULO 1. LÓGICA 7

1.2 Conjunção, (e)

m Definição 7 (Tabela verdade da conjunção). Dadas duas proposições p e


q formamos uma nova proposição chamada conjunção das proposições p e q,
denotada por p ∧ q, que será verdadeira quando p e q são simultaneamente
verdadeiras, conforme a tabela verdade a seguir:

p q p∧q

v v v
v f f
f v f
f f f

p ∧ q lê-se p e q.

1.3 Disjunção ou

m Definição 8 (Tabela verdade da disjunção). Dadas duas proposições p e


q formamos uma nova proposição chamada disjunção das proposições p e q,
denotada por p ∨ q, que será verdadeira quando pelo menos uma for verdadeira,
conforme a tabela verdade a seguir

p q p∨q

v v v
v f v
f v v
f f f
CAPÍTULO 1. LÓGICA 8

1.4 Condicionais

1.4.1 Condicional →, se · · · então · · ·

m Definição 9 (Tabela verdade do condicional →). Dadas duas proposições p


e q formamos uma nova proposição p → q , que tem como algumas opções de
leitura : Se p então q, p é condição necessária para q, q é condição suficiente
para p. Os valores lógicos da nova proposição são conforme a tabela verdade a
seguir

p q p→q

v v v
v f f
f v v
f f v

1.4.2 Condicional ↔, · · · se e somente se · · ·

m Definição 10 (Tabela verdade do condicional ↔). Dadas duas proposições


p e q formamos uma nova proposição p ↔ q , que tem como algumas opções
de leitura :p se e somente se q, p é condição necessária e suficiente para q. Os
valores lógicos da nova proposição são conforme a tabela verdade a seguir

p q p↔q

v v v
v f f
f v f
f f v

p ↔ q é verdadeira quando p e q possuem mesmo valor lógico .


CAPÍTULO 1. LÓGICA 9

1.5 Tautologias

m Definição 11 (Tautologia ). Uma proposição p, é uma tautologia se ela


possui o valor lógico v (verdadeiro), independente do valor lógico das proposições
que formam p.

Z Exemplo 1. p ou ∼ p é uma tautologia, pois a proposição p ou a proposição


∼ p é uma proposição verdadeira.

b Propriedade 1. A proposição

(p∧ ∼ p) → (q ∨ p)

é uma tautologia.

ê Demonstração. Precisamos testar apenas um número finito de casos, das


combinações possı́veis das proposições p e q, por isso montamos uma tabela .

p q ∼p p ∧∼ p q∨p (p∧ ∼p ) → (q ∨ p)
v v f f v v
v f f f v v
f v f f v v
f f v f f v

$ Corolário 1. Como vimos na tabela anterior p∧ ∼p é sempre falsa, logo sua


negação é uma tautologia, ∼ (p∧ ∼p) sempre assume valor verdadeiro.

b Propriedade 2. ∼ (p ∧ q) ↔ (∼ p∨ ∼ q) é uma tautologia .

ê Demonstração. Novamente construı́mos a tabela verdade da proposição,


testando todas possibilidades de valores lógicos para p e q .
CAPÍTULO 1. LÓGICA 10

p q p∧q ∼ (p ∧ q) ∼ p ∼ q (∼ p) ∨ (∼ q) ∼ (p ∧ q) ↔ (∼ p∨ ∼ q)
v v v f f f f v
v f f v f v v v
f v f v v f v v
f f f v v v v v

1.6 Proposições logicamente falsas

m Definição 12 (Proposição logicamente falsa). Uma proposição p, é uma


Proposição logicamente falsa se ela possui o valor lógico f (falso), independente
do valor lógico das proposições que formam p .
Tais proposições também podem ser chamadas de inconsistentes ou contradições.

Z Exemplo 2. p∧ ∼ p é uma Proposição logicamente falsa, pois a proposição


p ou a proposição ∼ p é uma proposição falsa.

b Propriedade 3. (p∨ ∼ q) ↔ (∼ p ∧ q) é uma proposição logicamente falsa.

ê Demonstração. Faremos a tabela verdade analisando todas possibilidades


para p e q .

p q ∼p ∼ q p∨ ∼ q (∼ p) ∧ q (p∨ ∼ q) ↔ (∼ p ∧ q)
v v f f v f f
v f f v v f f
f v v f f v f
f f v v v f f

$ Corolário 2. Como (p∨ ∼ q) ↔ (∼ p ∧ q) é uma proposição logicamente falsa,


então sua negação é uma tautologia.
CAPÍTULO 1. LÓGICA 11

1.7 Relação de implicação

m Definição 13 (Relação de implicação). Dadas proposições p e q, dizemos


que p implica q, quando a proposição p → q é verdadeira , simbolizamos tal
ocorrência com p ⇒ q.

m Definição 14 (Teorema). Um teorema é uma implicação da forma h ⇒ t,


onde h é chamada de hipótese, t de tese .
Em geral consideramos h como sendo verdadeira.

m Definição 15 (Demonstração de um teorema). Como ideia intuitiva a


demonstração de um teorema, significa mostrar que não ocorre o caso da hipótese
ser verdadeira e a tese falsa , isto é, temos h ⇒ t.

1.8 Relação de equivalência

m Definição 16 (Relação de equivalência). Dadas proposições p e q, dizemos


que p é equivalente a q, quando a proposição p ↔ q é verdadeira e simbolizamos
tal ocorrência com p ⇔ q.

1.8.1 Comutatividade da conjunção

b Propriedade 4 (Comutatividade da Conjunção). Vale que p ∧ q ⇔ q ∧ p.

ê Demonstração. Comparamos as tabelas verdade

p q p∧q q∧p
v v v v
v f f f
f v f f
f f f f
CAPÍTULO 1. LÓGICA 12

portanto são equivalentes.

1.8.2 Associatividade da conjunção .

b Propriedade 5 (Associatividade da conjunção .). Vale que

(p ∧ q) ∧ r ⇔ p ∧ (q ∧ r),

para quaisquer proposições p, q e r.

ê Demonstração.
Iremos construir a tabela verdade analisando todos casos possı́veis .

p q r (p ∧ q) (p ∧ q) ∧ r q ∧ r p ∧ (q ∧ r)
v v f v f f f
v v v v v v v
v f f f f f f
v f v f f f f
f v f f f f f
f v v f f v f
f f f f f f f
f f v f f f f

(p ∧ q) ∧ r e p ∧ (q ∧ r) possuem tabelas verdade iguais logo são equivalentes.

1.8.3 p ∧ p ⇔ p.

b Propriedade 6. Vale que p ∧ p ⇔ p.

ê Demonstração. Analisamos a tabela verdade

p p∧p
v v
f f

Por isso p ∧ p assume sempre o valor lógico de p .


CAPÍTULO 1. LÓGICA 13

1.8.4 p ∧ v ⇔ p.

b Propriedade 7. Vale que p ∧ v ⇔ p. Onde v é uma proposição verdadeira.

ê Demonstração. Analisamos a tabela verdade

p p∧v
v v
f f

Por isso p ∧ v assume sempre o valor lógico de p .

1.8.5 p ∧ f ⇔ f.

b Propriedade 8. Vale que p ∧ f ⇔ f. Onde f é uma proposição falsa.

ê Demonstração.
Analisamos a tabela verdade

p p∧f
v f
f f

Por isso p ∧ f assume sempre o valor falso, independente do valor lógico de p.

1.8.6 Comutatividade da disjunção

b Propriedade 9 (Comutatividade da disjunção). Vale que p ∨ q ⇔ q ∨ p. Para


quaisquer proposições p e q .

ê Demonstração.
Analisamos as possibilidades usando a tabela verdade.

p q p∨q q∨p
v v v v
v f v v
f v v v
f f f f
CAPÍTULO 1. LÓGICA 14

Analisando as possibilidades de valores verdade para p e q , observamos que as


tabelas para p ∨ q e q ∨ p são idênticas .
Se pelo menos p ou q são verdadeiras então p ∨ q e q ∨ p são verdadeiras. Caso
ambas p e q sejam falsas então p ∨ q e q ∨ p são falsas.

1.8.7 Associatividade da disjunção .

b Propriedade 10 (Associatividade da disjunção .). Vale que

(p ∨ q) ∨ r ⇔ p ∨ (q ∨ r),

para quaisquer proposições p, q e r.

ê Demonstração.
Iremos construir a tabela verdade analisando todos casos possı́veis .

p q r (p ∨ q) (p ∨ q) ∧ r q ∨ r p ∨ (q ∨ r)
v v f v v v v
v v v v v v v
v f f v v f v
v f v v v v v
f v f v v v v
f v v v v v v
f f f f f f f
f f v f v v v

(p ∨ q) ∨ r e p ∨ (q ∨ r) possuem tabelas verdade iguais logo são equivalentes.

1.8.8 p∨p⇔p

b Propriedade 11. Vale que

p ∨ p ⇔ p,

para qualquer proposição p.


CAPÍTULO 1. LÓGICA 15

ê Demonstração. Analisamos a tabela verdade


p p∨p
v v
f f
Como as tabelas verdades são iguais então as proposições possuem mesmo valor
lógico .

1.8.9 p ∨ v ⇔ v.

b Propriedade 12. Vale que

p ∨ v ⇔ v,

para qualquer proposição p e v o valor verdade.

ê Demonstração. Analisamos a tabela verdade


p p∨v
v v
f v
Então p ∨ v sempre assume o valor v e por isso vale a equivalência p ∨ v ⇔ v .

1.8.10 p ∨ f ⇔ p.

b Propriedade 13. Vale que

p ∨ f ⇔ p,

para qualquer proposição p e f o valor falso.

ê Demonstração. Analisamos a tabela verdade


p p∨f
v v
f f
Então p ∨ f sempre assume o valor verdade de p e por isso vale a equivalência
p∨f⇔p .
CAPÍTULO 1. LÓGICA 16

1.8.11 Distributividade p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r).

b Propriedade 14. Para quaisquer proposições p, q e r vale que

p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r).

ê Demonstração. Analisamos a tabela verdade com todos possı́veis valores


verdades de p, q e r

p q r q ∨ r p ∧ q p ∧ r p ∧ (q ∨ r) (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
v v f v v f v v
v v v v v v v v
v f f f f f f f
v f v v f v v v
f v f v f f f f
f v v v f f f f
f f f f f f f f
f f v v f f f f

de onde podemos perceber que p ∧ (q ∨ r) e (p ∧ q) ∨ (p ∧ r), possuem sempre o


mesmo valor lógico por isso temos a equivalência .

1.8.12 Distributividade p ∨ (q ∧ r) ≡ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r).

b Propriedade 15. Para quaisquer proposições p, q e r vale que

p ∨ (q ∧ r) ≡ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r).

ê Demonstração. Analisamos a tabela verdade com todos possı́veis valores


verdades de p, q e r
CAPÍTULO 1. LÓGICA 17

p q r q ∧ r p ∨ q p ∨ r p ∨ (q ∧ r) (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
v v f f v v v v
v v v v v v v v
v f f f v v v v
v f v f v v v v
f v f f v f f f
f v v v v v v v
f f f f f f f f
f f v f f v f f

de onde podemos perceber que p ∨ (q ∧ r) e (p ∨ q) ∧ (p ∨ r), possuem sempre o


mesmo valor lógico por isso temos a equivalência .

1.8.13 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p.

b Propriedade 16. Para quaisquer proposições p e q vale que

p ∧ (p ∨ q) ⇔ p.

ê Demonstração. Analisamos a tabela verdade

p q p∨q p ∧ (p ∨ q)
v v v v
v f v v
f v v f
f f f f

daı́ segue que p ∧ (p ∨ q) equivale à p.

1.8.14 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p.

b Propriedade 17. Para quaisquer proposições p e q vale que

p ∧ (p ∨ q) ⇔ p.

ê Demonstração. Analisamos a tabela verdade


CAPÍTULO 1. LÓGICA 18

p q p∨q p ∨ (p ∧ q)
v v v v
v f f v
f v f f
f f f f

daı́ segue que p ∨ (p ∧ q) equivale à p.

1.9 Sentenças abertas e quantificadores

m Definição 17 (Sentenças abertas- funções proposicionais). Sentenças aber-


tas são sentenças que contêm variáveis, proposições que podem assumir valores
lógicos distintos não determinados a priori. Tais sentenças não são proposições
pois seu valor lógico não é definido a princı́pio, dependendo das variáveis. Pode-
mos denotar uma sentença aberta como P(X) onde X é um conjunto de variáveis
. Sentenças abertas também podem ser chamadas de funções proposicionais.

1.9.1 Quantificador universal

m Definição 18 (Quantificador universal ∀ ). O quantificador universal ∀ é


um sı́mbolo que associado a uma sentença aberta P(X) a transforma em uma
proposição, da forma que (∀ X) (P(X)) é verdadeira se para qualquer conjunto X
de variáveis aplicaveis a sentença P, P(x) é verdadeira e falsa caso contrário .
O sı́mbolo ∀ pode ser lido como ‘‘para todo", ‘‘qualquer que seja", ‘‘para cada".

1.9.2 Quantificador existencial

m Definição 19 (Quantificador existencial ∃). O quantificador existencial ∃


é um sı́mbolo que associado a uma sentença aberta P(X) a transforma em uma
proposição, da forma que (∃X) (P(X)) é verdadeira se existe algum conjunto X
CAPÍTULO 1. LÓGICA 19

de variáveis aplicaveis a sentença P tal que P(x) é verdadeira e falsa caso não
exista esse conjunto de variáveis aplicáveis , isto é, a negação de (∀ X) (P(X)) é
(∃X) (∼ P(X)) e a negação de (∃X) (P(X)) é (∀ X) (∼ P(X)). O sı́mbolo ∃ pode ser
lido como ‘‘existe", ‘‘existe pelo menos um", ‘‘existe um".

1.10 Negação de proposições

1.10.1 Negação da negação

b Propriedade 18 (Negação da negação). Para qualquer proposição p vale que

∼ (∼ p) ⇔ p.

ê Demonstração. Analisamos a tabela verdade


p ∼p ∼ (∼ p)
v f v
f v f

daı́ segue que ∼ (∼ p) equivale à p.

1.10.2 Negação da conjunção

b Propriedade 19 (Negação da conjunção). Para quaisquer proposições p e q


temos que
∼ (p ∧ q) ⇔ (∼ p) ∨ (∼ q).

A negação da conjunção é a disjunção das negações.

ê Demonstração. Comparamos a tabela verdade das proposições

p q ∼p ∼q p ∧ q ∼ (p ∧ q) (∼ p) ∨ (∼ q)
v v f f v f f
v f f v f v v
f v v f f v v
f f v v f v v
observando que são equivalentes.
CAPÍTULO 1. LÓGICA 20

1.10.3 Negação da disjunção

b Propriedade 20 (Negação da disjunção). Para quaisquer proposições p e q


temos que
∼ (p ∨ q) ⇔ (∼ p) ∧ (∼ q).

A negação da disjunção é a conjunção das negações.

ê Demonstração. Comparamos a tabela verdade das proposições

p q ∼p ∼q p ∨ q ∼ (p ∨ q) (∼ p) ∧ (∼ q)
v v f f v f f
v f f v v f f
f v v f v f f
f f v v f v v

observando que são equivalentes.

1.10.4 ∼ (p → q) ⇔ p∧ ∼ q.

b Propriedade 21 (Negação de uma condicional simples). ∼ (p → q) ⇔ p∧ ∼ q.


Negação de p implica q é equivalente a p e não q.

ê Demonstração. Analisamos os casos na tabela verdade.

p q ∼ q p → q ∼ (p → q) p ∧ (∼ q)
v v f v f f
v f v f v v
f v f v f f
f f v v f f

por meio da tabela verdade acima podemos perceber que o valor verdade de
∼ (p → q) e p∧ ∼ q são idênticos .

$ Corolário 3. Como ∼ (p → q) equivale a p∧ ∼ q e a negação e temos


CAPÍTULO 1. LÓGICA 21

∼ (p ∨ q) ⇔ (∼ p) ∧ (∼ q), temos aplicando a negação a primeira proposição, que

(p → q) ⇔∼ (p∧ ∼ q) = (∼ p) ∨ (∼∼ q) ⇔ (∼ p) ∨ (q),

isto é

• (p → q) ⇔ (∼ p) ∨ q.

b Propriedade 22 (Negação de proposição quantificada). Lembrando que temos


as seguintes negações, da definição dos quantificadores:

∼ (∀ xp(x)) ⇔ ∃ ∼ p(x),

não ( para todo x p(x)) é equivalente a existe não p(x),

∼ (∃xp(x)) ⇔ ∀ ∼ p(x),

não ( existe x p(x)) é equivalente a para todo x não p(x).

1.11 Contrapositiva

b Propriedade 23 (Contrapositiva).

p ⇒ q ⇔∼ q ⇒∼ p.

A proposição ∼ q ⇒∼ p é chamada contrapositiva da proposição p ⇒ q.

ê Demonstração. Comparamos as tabelas verdades das duas proposições .

p q p→q ∼ q ∼ p ∼ q →∼ p
v v v f f v
v f f v f f
f v v f v v
f f v v v v
CAPÍTULO 1. LÓGICA 22

como as tabelas verdade coincidem, então as proposições são equivalentes.


A contrapositiva é útil em matemática, algumas proposições são consideradas
mais fáceis de serem demonstradas quando colocadas da forma contrapositiva.

1.11.1 Condições necessárias e suficientes

m Definição 20. Dizemos que A é condição necessária para B quando B ⇒ A


. B ⇒ A equivale pela contrapositiva a proposição ∼ A ⇒∼ B.

Z Exemplo 3. Morar na Europa é uma condição necessária para morar em


Portugal. Se não mora na Europa não mora em Portugal.

m Definição 21. Dizemos que A é condição suficiente para B quando A ⇒ B .

Z Exemplo 4. Morar em Portugal é uma condição suficiente para morar na


Europa. Uma pessoa mora que mora em Portugal mora na Europa.

z Observação 1. A é uma condição é necessária e suficiente para B quando


temos A ⇔ B. Definições são condições necessárias e suficientes. Uma condição
necessária e suficiente também é chamada sine qua non. Consideramos definições,
intuitivamente, apenas o nome dado a certas entes que poderiam existir ou ser
imaginados.

m Definição 22 (Definiendum). O que desejamos definir chamamos de defini-


endum .

m Definição 23 (Definiens). O que usamos para definir se chama definiens.


CAPÍTULO 1. LÓGICA 23

Z Exemplo 5. Considere a seguinte definição de número par. Um número é


chamado de par se é da forma 2n com n ∈ Z. Neste caso ‘‘par"é o definiendum, o
que definimos e ‘‘Número da forma 2n com n ∈ Z"é o definiens.

m Definição 24 (Proposição como consequência lógica). Seja C um conjunto


de proposições e p uma proposição. Dizemos que p é consequência lógica (ou
semântica) de C quando p é verdadeira sempre que todas as proposições de C
possuam valor lógico verdadeiro, denotamos tal fato por

C  p.

A expressão C  p pode ser lida como :

1. de C conclui-se logicamente p (ou semanticamente),

2. C implica lógicamente p.

Se C for um conjunto finito, digamos C = {p1 , . . . , pn } podemos escrever também

p1 , . . . , pn  p,

Se C for o conjunto vazio podemos denotar  p .

$ Corolário 4. Um argumento (pk )n+


1
1
é valido ⇔ p1 , . . . , pn  pn+1

1.11.2 Análise lógica


Vamos entender como explicitar a forma lógica de uma proposição p sendo o ato
de deixar claro o modo como essa proposição é formada a partir de proposições ou
condições mais simples utilizando operadores lógicos.
CAPÍTULO 1. LÓGICA 24

m Definição 25 (Análise Lógica). Entendemos como análise lógica a identificação


e classificação das componentes lógicas e não lógicas de proposições e demais ex-
pressões de uma lı́ngua ou linguagem.

1.11.3 Sı́mbolos para Conectivos e Quantificadores


Resumimos aqui alguns sı́mbolos para conectivos e quantificadores.

Sı́mbolo, Leitura Operação lógica Alternativos


∧, e Conjunção &- ·
∨, ou Disjunção +
∼, não Negação ¬,p
→, se . . ., então Implicação, condicionalidade ⇒, ⊃
↔, se e só se Equivalência ⇔, ≡
∀ , para todo Quantificação universal Π, ()
∃, existe Quantificação existencial Σ, E

1.12 Nı́vel Proposicional e Nı́vel Quantificacional

m Definição 26 (Nı́vel proposicional e nı́vel quantificacional). Temos pelo


menos 2 nı́veis de análise lógica, que citamos a seguir.

• O nı́vel proposicional em que interessa apenas o modo como uma proposição


é composta de proposições mais simples por meio de conectivos, sem impor-
tar o conteúdo das proposições.

• O nı́vel quantificacional em que o intuito é analisar

1.13 Descrição de Linguagem Formal


Para descrever uma linguagem formal, geralmente, usamos três tipos de informação.

1. Uma lista de sı́mbolos, o alfabeto de nossa linguagem formal.


CAPÍTULO 1. LÓGICA 25

2. Especificar regras de formação de sequências de sı́mbolos. Uma sequência de


sı́mbolos que cumprir essas regras será chamada de gramaticalmente correta ou
fórmulas bem formadas.

3. Considerar alguns sı́mbolos para frases declarativas (proposições) de nossa lin-


guagem, por exemplo os sı́mbolos

A1 , A2 , · · · An , · · ·

1.13.1 Linguagem da Lógica sentencial


Assumimos que podemos ter potencialmente uma quantidade infinita de sı́mbolos
e nenhum desses sı́mbolos é uma sequência finita de qualquer um outro sı́mbolo
dessa mesma coleção. Por exemplo, poderı́amos tomar A1 , A2 , A3 , · · ·

Sı́mbolo, Leitura Operação lógica Alternativos


∧, e Conjunção &- ·
∨, ou Disjunção +
∼, não Negação ¬,p
→, se . . ., então Implicação, condicionalidade ⇒, ⊃
↔, se e só se Equivalência ⇔, ≡
∀ , para todo Quantificação universal Π, ()
∃, existe Quantificação existencial Σ, E
(, Nome: Parênteses esquerdo Serve para pontuação.
), Nome: Parênteses direito Serve para pontuação.
A1 , Sı́mbolo da primeira sentença
A2 , Sı́mbolo da segunda sentença
..
.,
An , Sı́mbolo da n-ésima sentença
..
., Sı́mbolo da primeira sentença

m Definição 27 (Sı́mbolos Conectivos Sentenciais). Os sı́mbolos conectivos


CAPÍTULO 1. LÓGICA 26

sentenciais são os cinco sı́mbolos

∼ ∨ ∧ → ↔

m Definição 28 (Sı́mbolos Lógicos). Os sı́mbolos conectivos sentenciais adi-


cionados pelos parênteses são chamados de sı́mbolos lógicos. Na tradução para
linguagem corrente seu significado não muda, ou muda pouco como é o caso
do conectivo ou, que no português algumas vezes expressa que apenas uma das
proposições p ou q são verdadeiras, não podendo ser ambas.

1.14 Questões Lógicas e Brincadeiras

Z Exemplo 6. A gata do Pedrinho sempre espirra antes de uma chuva. Ela


espirrou hoje e Pedrinho pensou:"Isto significa que vai chover". Ele está necessa-
riamente certo?
Não necessariamente pois choveu implica a gata espirrou não é o mesmo que
a gata espirrou implica que choverá .

Z Exemplo 7. Um professor desenhou diversos cı́rculos em uma folha de papel.


Ele mostrou a folha para um estudante e depois perguntou : "Quantos cı́rculos há
nesta página?"A resposta foi sete , e estava correto . O professor mostrou a folha
para outro aluno e perguntou, novamente quantos cı́rculos havia naquela página
que foi mostrada, a resposta foi cinco, e estava correta. Quantos cı́rculos havia
na folha?
O professor mostrou páginas diferentes da mesma folha ( por exemplo, frente
e verso ), em uma havia 5 e em outra 7 . Logo o total na folha é de 5 + 7 = 12.
CAPÍTULO 1. LÓGICA 27

Z Exemplo 8. O filho do pai de uma pessoa está falando com o pai do filho
desta pessoa e esta pessoa não está participando da conversa, isto é possı́vel?.
Sim, como na imagem abaixo, e uma solução sendo a pessoa do sexo feminino.

Figura 1.1: legenda

Z Exemplo 9 (OBM-2012-Primeira fase -nı́vel 3-Questão 1). Quantas vogais


têm a resposta correta desse problema?

1. Seis

2. Cinco

3. Quatro

4. Três

5. Duas

A resposta correta tem que possuir o mesmo número de vogais que a quanti-
dade que indica, então é a opção 5), Duas, que possui duas vogais.
CAPÍTULO 1. LÓGICA 28

Z Exemplo 10. Um recipiente A possui exatamente x litros de leite e nada


mais , outro recipiente B possui exatamente x litros de chá mágico e nada mais.
É retirado do recipiente A, z litros e colocados em B, a mistura se torna então
homogênea , se retira dessa mistura z litros que são colocados no recipiente A,
qual a relação entre a porcentagem de chá mágico no recipiente A com a de leite
no recipiente B ? .
São iguais, pois considere (x, 0)A , a primeira coordenada dá a quantidade de
leite no recipiente A e a segunda a quantidade de chá mágico . (0, x)B a primeira
coordenada dá a quantidade de leite no recipiente B a segunda a quantidade de
chá mágico .
Na segunda etapa temos (x − z, 0)A e (z, x)B , na terceira etapa o liquido em B
fica homogeneo, então tiramos z, mais metade deve ser de chá e a outra metade
z z z z
de leite, então ficamos com (x − , )A , ( , x − )B daı́ a porcentagem de chá em
2 2 2 2
A é igual a porcentagem de leite em B , como se pode verificar .

Z Exemplo 11. Três lógicos entram em um bar. Um Garçom pergunta se


todos três desejam cerveja. Um dos lógicos responde, ‘‘não sei", um segundo
lógico responde o mesmo, já o terceiro responde, sim, todos queremos cerveja e
com isso todos são servidos e bebem . Explique como o terceiro lógico deduziu
que todos realmente queriam cerveja.
Se o primeiro lógico a falar não quisesse cerveja, ele poderia dizer que não
seria verdade que todos três queriam e poderia responder ‘‘não", como ele deseja
beber então responde que não sabe, pois não tem informação sobre o que desejam
os outros, o mesmo acontece para o segundo lógico, pois não sabe se o terceiro
gostaria de beber, porém o terceiro lógico analisando a resposta dos outros per-
cebe que eles querem beber, pois caso contrário teriam respondido não, como ele
também deseja beber, responde que sim.
CAPÍTULO 1. LÓGICA 29

Z Exemplo 12. Três amigas A , A , A1 2 3 foram comprar sorvete, que custava


5 moedas de prata. Porém uma delas só possuia uma moeda de 15, outra duas
moedas de 10 e a terceira uma moeda de 15, como elas poderiam pagar a conta?
. Simbolizamos os valores que cada uma possuem por

(15|2(10)|15),

a primeira pagando 15, a segunda dando 10 para a terceira e 10 para a primeira


e a terceira dando 15 para a segunda, implica

(10|15|10),

assim cada uma gastou 5.

Z Exemplo 13. n amigas A , A , · · · A


1 2 n foram comprar sorvete, que custava
c moedas de prata. Porém uma delas só possuia n moedas com valor c.n e as
outras possuı́am, cada uma, um moeda de valor cn + c, como elas podem pagar o
sorvete e se acertar com o valor entre si?
No total elas gastam c.n para pagar todos os sorvetes. A configuração inicial
fica como
(n.(cn)|cn + c| · · · |cn + c),

pagando cn e passando cn para cada amiga, resulta em

(0|(cn + c; cn)| · · · |(cn + c; cn)),

agora cada uma das amigas passa uma moeda de cn + c para a inicial, ficando
com
((n − 1).(cn + c)|(cn)| · · · |(cn)),

(n − 1).(cn + c) dá o valor cn2 − c, então a primeira gastou c, assim como as


outras e o problema termina.
CAPÍTULO 1. LÓGICA 30

Z Exemplo 14. Um saco contém 2kg de farinha. É possı́vel pesar 750 gramas
de farinha, usando apenas uma balança de dois braços? Se sim mostre como pode
ser feito.
Podemos tomar dois sacos e dividir a quantidade inicial entre os sacos até
que a balança esteja equilibrada e continuar o processo com o conteúdo de um
dos sacos, deixando o outro separado, que representaremos de forma Matemática
como
(1000, 1000) → (500, 500)(1000) → (250, 250)(1000,500) ,

tomamos então uma sacola separada com 500 gramas e outra com 250 o que
totaliza 750 gramas.

Z Exemplo 15. Há 8 pı́lulas num local, uma delas está envenenada. A que
está envenenada tem um peso maior que as outras 7 (essa 7 possuem mesmo peso).
Suponha que temos duas balanças. Mostre que é possı́vel descobrir qual é a pı́lula
com veneno fazendo apenas duas pesagens.

• Separe duas pı́lulas, e faça repartição das outras em dois grupos de 3.

• Coloque cada grupo de três em uma balança. Se as balanças marcarem o


mesmo peso a envenenada ficou de fora.

• Compare o peso das duas pı́lulas na balança. Esse procedimento fornece a


pı́lula envenenada.

• Caso as 3 pı́lulas pesadas marquem pesos diferentes, então aplique procedi-


mento semelhante com as 3 que estavam no lado mais pesado e descarte as
duas que estavam fora.

• Segue uma das pı́lulas e pese duas outras. Se as duas tiverem mesmo peso
CAPÍTULO 1. LÓGICA 31

a envenenada está em sua mão. Caso as duas tenham peso diferente, pegue
a mais pesada.

Z Exemplo 16.
Pessoal, não estou conseguindo modelar em grafos um exercı́cio. Um fazendeiro
precisa atravessar o rio levando um lobo, uma cabra e um repolho. O barco só leva
o fazendeiro e mais um item. O fazendeiro não pode abandonar o lobo com a cabra
nem o repolho com a cabra, senão o lobo come a cabra ou a cabra come o repolho.
Como representar cada estado? Desenhe o grafo que mostra alguma solução para
atravessar o rio. Eu já até consegui fazer a travessia, porém não consigo modelar
em grafos. A sequência que fiz foi: Fazendeiro e cabra vão -> fazendeiro volta ->
fazendeiro e lobo vão -> fazendeiro e cabra voltam -> fazendeiro e repolho vão ->
fazendeiro volta -> fazendeiro e cabra vão.

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