Você está na página 1de 89

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MARCOS PAULO CUNHA DE MELO


JEFFERSON MAIA DA SILVA MOREIRA

MODELO DE ESCOLA ACESSÍVEL

RIO DE JANEIRO
2017
MARCOS PAULO CUNHA DE MELO
JEFFERSON MAIA DA SILVA MOREIRA

MODELO DE ESCOLA ACESSÍVEL

Trabalho de conclusão de curso apresentado, sob a


orientação do professor Fernando de Oliveira
Miranda, como exigência para obtenção do grau de
Bacharelado em Engenharia Civil da Universidade
Estácio de Sá.

Orientador: Prof. Fernando de Oliveira Miranda

RIO DE JANEIRO
2017
iii

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
ENGENHARIA CIVIL

MARCOS PAULO CUNHA DE MELO


JEFFERSON MAIA DA SILVA MOREIRA

MODELO DE ESCOLA ACESSÍVEL

Trabalho de conclusão de curso apresentado, sob a


orientação do professor Fernando de Oliveira
Miranda, como exigência para obtenção do grau de
Bacharelado em Engenharia Civil da Universidade
Estácio de Sá.

Aprovada em
BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Thiago da Silva Teixeira Alvarenga


Universidade Estácio de Sá

Prof. Carlos Augusto Alves de Britto Júnior


Universidade Estácio de Sá

Prof. Fernando de Oliveira Miranda


Universidade Estácio de Sá
iv

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por nos permitir realizar este grande sonho.
À nossa família, pela compreensão, apoio e encorajamento em todos os momentos de
dificuldade.
À Universidade Estácio de Sá, que nos privilegiou com excelentes professores, além de
facilitar o aprendizado por meio de diversas ferramentas de auxílio.
Ao nosso orientador, Prof. Fernando de Oliveira Miranda, pela disposição e
comprometimento mesmo tendo tantas atividades, isto foi determinante para a realização
deste trabalho.
Aos professores Thiago da Silva Teixeira Alvarenga, Carlos Augusto Alves de Britto
Júnior e Renildes Matos de Freitas pelas grandes contribuições na adequação deste
trabalho.
Ao Prof. Roberto Lucas Junior pelos enriquecedores acréscimos relacionados ao tema.
Ao arquiteto Eduardo Ronchetti por retirar muitas dúvidas relacionadas ao projeto de
acessibilidade.
A todos os professores que de alguma forma contribuíram para esse trabalho e para a nossa
formação acadêmica.
Aos parentes e amigos que sempre torceram por nós. O nosso muito obrigado.
v

RESUMO

O desafio enfrentado pelas pessoas portadoras de deficiência ou mobilidade reduzida no


acesso às escolas pode ser bastante facilitado através da chamada acessibilidade, que tem
como principal contribuição, garantir autonomia, conforto e segurança no uso de todas as
dependências das escolas. Este trabalho visa pesquisar as principais barreiras enfrentadas
por essas pessoas, a fim de identificar as possíveis contribuições que podem ser
apresentadas neste projeto. Uma vez identificadas as principais dificuldades, será
elaborado um projeto que tem o intuito de servir como um modelo de escola acessível.
Serão projetadas calçadas acessíveis no entorno dos muros da escola com as devidas
faixas e sinalização tátil ao longo da faixa livre, os muros terão contrastes de cores com a
entrada e com a calçada, o pátio terá piso nivelado e sem ressaltos, o estacionamento será
dimensionado e sinalizado de acordo com as exigências da lei, as rampas de acesso e
escadas terão largura adequada e corrimão duplo, corredores espaçosos que sejam
capazes de atender ao fluxo de pessoas, com reentrâncias para a colocação de
bebedouros, recepção com mapa tátil, salas adequadas com quadros que tenham cores
contrastantes com as paredes, sanitários dimensionados adequadamente, entre outros.

Palavras-chave: Acessibilidade, Deficiência, Mobilidade.


vi

ABSTRACT

The challenge faced by people with disabilities or reduced mobility in access to schools can
be greatly facilitated through so-called accessibility, which has as its main contribution, to
guarantee autonomy, comfort and safety in the use of all schools' dependencies. This work
aims to investigate the main barriers faced by these people, in order to identify the possible
contributions that can be presented in this project. Once the main difficulties have been
identified, a project will be developed to serve as an accessible school model. Accessible
sidewalks will be designed around the school walls with appropriate lanes and tactile
signage along the free range, the walls will have color contrasts with the entrance and the
sidewalk, the patio will have level floor and without shoulders, the parking lot will be sized
and signaled according to the requirements of the law, access ramps and stairs will have
adequate width and double handrail, spacious hallways that are able to attend to the flow of
people, with recesses for the placement of drinking fountains, reception with tactile map,
suitable rooms with pictures that have contrasting colors with the walls, adequately sized
sanitary ware, among others.

Keywords: Accessibility, Disability, Mobility.


vii

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – População com deficiência no Brasil em porcentagem ..................................... 15


Figura 2 – Mudança de direção 150° < X ≤ 180° ............................................................... 21
Figura 3 – Mudança de direção - 90° ≤ X ≤ 150° ............................................................... 21
Figura 4 – Encontro de três faixas direcionais ortogonais .................................................. 22
Figura 5 – Encontro de faixa direcional angular com faixa ortogonal ............................... 22
Figura 6 – Encontro de três faixas direcionais angulares ................................................... 23
Figura 7– Encontro de quatro faixas direcionais ortogonais .............................................. 23
Figura 8 – Encontro de quatro faixas direcionais angulares ............................................... 24
Figura 9– Uma pessoa em cadeira de rodas – Vistas frontal e superior ............................. 25
Figura 10 – Um pedestre e uma pessoa em cadeira de rodas – Vistas frontal e superior ... 25
Figura 11 – Duas pessoas em cadeira de rodas – Vistas frontal e superior ........................ 26
Figura 12 – Transposição de obstáculos isolados ............................................................... 26
Figura 13 – Área para manobra de cadeira de rodas sem deslocamento ............................ 27
Figura 14 – Área para manobra de cadeiras de rodas com deslocamento .......................... 27
Figura 15 – Área para manobra de cadeiras de rodas com deslocamento .......................... 28
Figura 16 – Símbolo internacional de acesso - SIA ............................................................ 28
Figura 17 – Sinalização do espaço para P.C.R. .................................................................. 29
Figura 18 – Sinalização de pavimento – Vista lateral......................................................... 30
Figura 19 – Sinalização de corrimão – Vista superior ........................................................ 30
Figura 20 – Guia de balizamento, corrimão e guarda - corpo. ........................................... 30
Figura 21 – Dimensionamento de rampas .......................................................................... 31
Figura 22 – Rampa em curva – Planta ................................................................................ 32
Figura 23 – Patamares das rampas – Vista superior ........................................................... 33
Figura 24 – Corrimão intermediário interrompido no patamar .......................................... 34
Figura 25 – Corrimão intermediário interrompido no patamar .......................................... 34
Figura 26 – Escadas fixas ................................................................................................... 35
Figura 27 – Escadas fixas compostas de grelha .................................................................. 36
Figura 28 – Degrau isolado ................................................................................................. 37
Figura 29 – Rampas fixas com i ≥ 5 % ............................................................................... 38
Figura 30 – Patamar de escada ou rampa com interrupção de corrimão ............................ 38
Figura 31 – Patamar de escada ou rampa com comprimento superior a 2,10 m ................ 39
viii

Figura 32 – Patamar de escada ou rampa com circulação adjacente .................................. 39


Figura 33 – Sinalização de degraus .................................................................................... 40
Figura 34 – Faixas de uso da calçada – Corte..................................................................... 42
Figura 35 – Sinalização tátil direcional na faixa livre ........................................................ 43
Figura 36 – Travessia com foco semafórico em calçada com sinalização tátil direcional . 43
Figura 37 – Travessia junto a rebaixamento de calçada ..................................................... 44
Figura 38 – Ponto de ônibus em calçada com sinalização tátil direcional ......................... 45
Figura 39 – Entrada de escola ............................................................................................. 45
Figura 40 – Rebaixamento de calçada – Alternativo .......................................................... 46
Figura 41 - Entrada da escola ............................................................................................. 46
Figura 42 - Botão de acionamento do semáforo ................................................................. 47
Figura 43 - Divisão de faixas das calçadas ......................................................................... 47
Figura 44 - Local de parada de ônibus ................................................................................ 48
Figura 45 - Entrada de estacionamento ............................................................................... 48
Figura 46 - Banco – Área para transferência – Exemplo – Vista superior ......................... 49
Figura 47 - Pátio da escola .................................................................................................. 50
Figura 48 - Entrada do prédio da escola ............................................................................. 50
Figura 49 – Parâmetro para sala de espera.......................................................................... 51
Figura 50 – Distância mínima entre a sinalização tátil direcional e local de permanência
de pessoas ................................................................................................................................. 52
Figura 51 – Chegada à secretaria ........................................................................................ 53
Figura 52 - Sinalização de pavimento e dimensões de espelho e piso................................ 54
Figura 53 - Dimensões de escada e corrimão, e sinalização de degraus............................. 54
Figura 54 - Patamar e espaçamento de sinalização tátil de alerta ....................................... 55
Figura 55 - Sinalização tátil de alerta e identificação de pavimento .................................. 55
Figura 56 - Corrimão duplo e inclinação ............................................................................ 56
Figura 57 - Patamar intermediário e dimensões da rampa .................................................. 57
Figura 58 – Porta do tipo vaivém........................................................................................ 58
Figura 59 - Sinalização tátil e contraste de cores nos corredores ....................................... 59
Figura 60- Sinalização dos corredores A e B...................................................................... 59
Figura 61 - Porta de sala de aula ......................................................................................... 60
Figura 62 - Bebedouros ....................................................................................................... 61
Figura 63 - Foco na sinalização tátil ................................................................................... 61
Figura 64 – Sanitário feminino ........................................................................................... 62
ix

Figura 65 – Sanitário masculino ......................................................................................... 62


Figura 66 – Sanitário feminino acessível ............................................................................ 63
Figura 67 – Sanitário masculino acessível .......................................................................... 63
Figura 68 – Portas com revestimento e puxador horizontal ............................................... 64
Figura 69 – Controles – Vista lateral .................................................................................. 64
Figura 70 – Vista superior da área de manobra .................................................................. 65
Figura 71 – Vista superior da área de transferência ............................................................ 65
Figura 72 – Áreas de transferências para a bacia sanitária ................................................. 66
Figura 73 – Medidas mínimas de um sanitário acessível ................................................... 66
Figura 74 – Área de aproximação para uso do lavatório .................................................... 67
Figura 75 – Altura da bacia – Vista lateral ......................................................................... 68
Figura 76 – Bacia convencional com barras de apoio ao fundo e a 90° na parede lateral.. 69
Figura 77 – Altura máxima de acionamento da válvula de descarga ................................. 70
Figura 78 – Barra de apoio no lavatório – Vista lateral ...................................................... 71
Figura 79 – Altura de instalação do espelho – Vista lateral ............................................... 71
Figura 80 – Localização da papeleira embutida – Vista lateral .......................................... 72
Figura 81 – Localização da papeleira de sobrepor (rolo) – Vista lateral ............................ 72
Figura 82 – Localização da papeleira de sobrepor (interfolhado) – Vista lateral ............... 73
Figura 83 – Faixa de alcance de acessórios junto ao lavatório – Vista frontal ................... 73
Figura 84 – Dimensões das barras de apoio ....................................................................... 74
Figura 85 - Entrada dos sanitários acessíveis masculinos e femininos ............................... 75
Figura 86 - Entrada dos sanitários masculinos e femininos infantis ................................... 75
Figura 87 - Bacia sanitária e acessórios .............................................................................. 76
Figura 88 - Bacia sanitária infantil...................................................................................... 76
Figura 89 - Lavatório e acessórios ...................................................................................... 77
Figura 90 - Barras de apoio do lavatório ............................................................................ 77
Figura 91 - Espelho do lavatório......................................................................................... 78
Figura 92 - Vista superior do interior do sanitário .............................................................. 78
Figura 93 - Quadro .............................................................................................................. 79
Figura 94 - Sala de aula ...................................................................................................... 80
Figura 95 – Sinalização de estacionamento para pessoas com deficiência ........................ 81
Figura 96 – Sinalização de estacionamento para pessoa com deficiência .......................... 81
Figura 97 - Disposição de vagas para portadores de deficiência e placa de sinalização .... 82
Figura 98 - Acesso do estacionamento à rampa de entrada do prédio ................................ 83
x

Figura 99 - Rampa de entrada ............................................................................................. 83


Figura 100 - Largura, inclinação e corrimão da rampa de entrada. .................................... 84
11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dimensionamento de rampas ............................................................................ 31


Tabela 2 – Escadas fixas ..................................................................................................... 35
Tabela 3 – Escadas fixas compostas de grelha ................................................................... 36
Tabela 4 – Degrau isolado .................................................................................................. 37
Tabela 5 – Legenda da bacia convencional com barras de apoio ao fundo e a 90° na
parede lateral............................................................................................................................. 69
12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14

1.1 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 14

1.2 OBJETIVO GERAL ..................................................................................................... 15

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................................... 16

1.4 METODOLOGIA ......................................................................................................... 16

1.5 PRINCÍPAIS LIMITAÇÕES E SEUS OBSTÁCULOS .............................................. 17

1.5.1 Quanto à deficiência visual ........................................................................................ 17

1.5.2 Quanto aos cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida ..................................... 17

1.6 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 18

2 ACESSIBILIDADE ......................................................................................................... 19

2.1 CONCEITO .................................................................................................................. 19

3 INFORMAÇÕES GERAIS COMUNS À VÁRIOS AMBIENTES ............................... 20

3.1 Sinalização tátil ............................................................................................................. 20

3.2 Informações gerais sobre área de circulação, manobra e sinalização de cadeiras de


rodas. ........................................................................................................................................ 24

3.3 Rampas e escadas.......................................................................................................... 29

4 ELABORAÇÃO DO PROJETO DA ESCOLA ACESSÍVEL ....................................... 41

4.1 Local de implantação do projeto (terreno da prefeitura) .............................................. 41

4.2 Entorno da escola .......................................................................................................... 42

4.2.1 Entorno da escola conforme referencial teórico ........................................................ 42

4.2.2 Entorno da escola conforme projeto .......................................................................... 46

4.3 Pátio .............................................................................................................................. 49

4.3.1 Pátio conforme referencial teórico ............................................................................. 49

4.3.2 Pátio conforme projeto............................................................................................... 50

4.4 Recepção ....................................................................................................................... 51

4.4.1 Recepção conforme referencial teórico ..................................................................... 51


13

4.4.2 Recepção conforme projeto ....................................................................................... 52

4.5 Corredores ..................................................................................................................... 57

4.5.1 Corredores conforme referencial teórico ................................................................... 57

4.5.2 Corredores conforme projeto ..................................................................................... 59

4.6 Sanitários ...................................................................................................................... 62

4.6.1 Sanitários conforme referencial teórico ..................................................................... 62

4.6.2 Sanitários conforme projeto ....................................................................................... 75

4.7 Salas de aula.................................................................................................................. 79

4.7.1 Salas de aula conforme referencial teórico ................................................................ 79

4.7.2 Salas de aula conforme projeto .................................................................................. 79

4.8 Estacionamento ............................................................................................................. 80

4.8.1 Estacionamento conforme referencial teórico ........................................................... 80

4.8.2 Estacionamento conforme projeto ............................................................................. 82

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 85

6 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 86

7 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS ................................................................. 87

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 88


14

1 INTRODUÇÃO

Segundo a Constituição Federal de 1988, “a educação é um direito de todos”. Com o


passar dos anos alguns investimentos foram feitos a fim de atender a esta exigência legal,
porém, ainda hoje não é possível dizer que todos possuem a garantia desse direito.
Infelizmente, o acesso à educação não tem sido, na prática, um direito de todos, em especial
das pessoas portadoras de deficiência e/ou mobilidade reduzida, uma vez que este público
necessita de meios que garantam de forma segura e autónoma a livre circulação por todos os
ambientes dos prédios escolares, bem como de mecanismos que garantam o seu real
aprendizado dentro das salas de aula. (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009).
Existe uma série de dificuldades que contribuem para a exclusão das pessoas com algum
tipo de deficiência ou mobilidade reduzida das salas de aula. Grande parte das barreiras que
se apresentam diante dessas pessoas está ligada as características arquitetônicas dos prédios
destinados às escolas, a saber, inexistência de pisos táteis, falta de contrastes de cores no
interior da instituição, falta de instrução em Braile, fatores esses que trazem enormes
dificuldades aos deficientes visuais, sem falar nos desafios que se apresentam para
prejudicar o uso das instalações e a locomoção por parte de cadeirantes e pessoas com
mobilidade reduzida, fatores observados na falta ou no mau dimensionamento de rampas de
acesso, na falta de banheiros adaptados e corredores com largura adequada, dentre outros
fatores.
Em virtude das dificuldades aqui destacadas, além de outras que serão mais
especificamente detalhadas no desenvolvimento deste projeto, se faz necessário, por parte
de profissionais ligados a construção civil uma maior conscientização na busca de soluções
que atendam as necessidades do público aqui destacado. O presente trabalho tem por
finalidade identificar as principais barreiras de acesso à educação, bem como as principais
contribuições que o profissional da área de engenharia civil pode dar no tocante à
acessibilidade nas escolas.

1.1 JUSTIFICATIVA

Segundo dados do IBGE (2012), 23,9% da população brasileira possui algum tipo de
deficiência física e/ou mobilidade reduzida, totalizando 45 milhões de pessoas, conforme
mostra o gráfico na figura 1, em virtude da grande dificuldade que enfrenta esta parcela da
15

sociedade, faz-se necessário implementar meios que possibilitem a inclusão deste público.
Esta dificuldade de inclusão é um dos principais fatores que dificultam o acesso à educação
para muitas crianças e adolescentes. A engenharia civil tem papel fundamental nesta
discussão, uma vez que atua diretamente na parte de elaboração e implementação de
projetos, logo, por ter a capacitação necessária para tal, o profissional desta área tem grande
responsabilidade quanto ao atendimento dos anseios destas pessoas.
Dentre os princípios básicos da sociedade, está o direito do acesso à educação por todos,
e a contribuição do engenheiro civil com relação a este desafio se dá através da
possibilidade do mesmo de criar um ambiente que traga autonomia, conforto e segurança a
todos os usuários das instalações, dentre eles as pessoas com deficiência e mobilidade
reduzida.

Figura 1 – População com deficiência no Brasil em porcentagem

Fonte: G1.COM (2017)

1.2 OBJETIVO GERAL

O presente trabalho tem como meta principal trazer uma contribuição para um público
que tem enfrentado muitos obstáculos na sociedade, que são as pessoas com algum tipo de
deficiência, ou mesmo que apresentem mobilidade reduzida. Trata-se da elaboração de um
projeto de uma escola que atenda os principais requisitos de acessibilidade necessários ao
ingresso do público alvo à mesma, este projeto servirá de modelo para apresentar soluções
que tornem mais fácil o desafio destas pessoas quanto ao acesso à educação. Trata-se de um
16

projeto que possua os requisitos de acessibilidade estabelecidos na ABNT NBR-9050, bem


como em outras normas que também tratam sobre o tema, e visa atender a crianças e
adolescentes, do ensino fundamental ao médio da cidade do Rio de Janeiro que possuam
algum tipo de deficiência ou baixa mobilidade.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O projeto voltado para a acessibilidade nas escolas tem por objetivo atender às
necessidades de cadeirantes, deficientes visuais, pessoas que dependem do uso de muletas, e
outros cuja mobilidade seja reduzida, dando condições mínimas de:
 Autonomia para acesso a todas as dependências da unidade, sem ajuda;
 Possibilidade de livre locomoção por todos os ambientes da escola;
 Conforto no uso das instalações;
 Segurança na circulação.

1.4 METODOLOGIA

O método empregado para realização do presente trabalho foi uma pesquisa


fundamentada principalmente nas normas técnicas que tratam do tema acessibilidade, a
saber, NBR 9050(2015), “Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos”, NBR 16537(2016), “Acessibilidade - Sinalização tátil no piso - Diretrizes para
elaboração de projetos e instalação”, além de leis específicas, livros e manuais.
Depois de feitas as devidas análises, identificadas as necessidades, passaremos para a
elaboração de um projeto que seja capaz de se enquadrar quanto ao tema acessibilidade nas
escolas, criando um modelo de escola acessível que visa trazer maior conforto, segurança e
autonomia desde as calçadas em torno da instituição até o interior da mesma.
17

1.5 PRINCÍPAIS LIMITAÇÕES E SEUS OBSTÁCULOS

Os pontos destacados a seguir irão tratar de uma série de fatores desfavoráveis no que se
refere à acessibilidade, desde a calçada de acesso, passando pelo pátio, estacionamento até o
interior da escola.

1.5.1 Quanto à deficiência visual

Existe uma série de fatores que são observados na maioria das escolas que trazem
grande dificuldade para deficientes visuais no que se refere ao acesso às mesmas.
(DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009).
As calçadas que circundam as escolas, bem como os caminhos percorridos do portão até
a entrada dos prédios, muitas vezes apresentam superfícies irregulares, obstáculos não
sinalizados, degraus ou desníveis e são desprovidas de sinalização tátil direcional e de
alerta, trazendo assim insegurança no acesso às escolas. No tocante a sinalização tátil é
importante destacar que ela é essencial no deslocamento pelo pátio, estacionamento e,
sobretudo no interior da instituição. (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009).
Outra grande dificuldade enfrentada pelos deficientes visuais é a falta de contraste de
cores entre os muros da escola e o portão, entre o piso e a sinalização tátil, quando houver,
além de sua falta entre pisos, paredes e portas no interior da escola.

1.5.2 Quanto aos cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

No que se refere às necessidades de cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, há


uma série de fatores que devem ser considerados, a fim de tornar segura e independente a
circulação dessas pessoas. Este público tem enfrentado grandes dificuldades como, falta de
calçadas regulares e rebaixadas na entrada da escola, pisos desnivelados no pátio,
inexistência de pelo menos dois por cento das vagas de estacionamento sinalizadas para
deficientes, a rota do estacionamento até a porta da escola não é acessível, os corredores da
escola não possuem largura adequada, as escadas são estreitas, não há rampas e quando
existe são mal dimensionadas, não há lugar apropriado para cadeirantes nas salas de aula,
18

além de sanitários que sejam projetados de forma atender os cadeirantes. (DISCHINGER;


ELY; BORGES, 2009).

1.6 REFERENCIAL TEÓRICO

Tendo em vista a grande necessidade por parte de alunos e professores para acessarem
as dependências das escolas, devido a algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida,
faz-se necessário tratar sobre o tema acessibilidade. Existe uma série de trabalhos que
tratam de forma bastante ampla sobre o tema, como, o Manual de acessibilidade espacial
para as escolas, que traz uma abordagem extremamente detalhada de todas as possíveis
soluções para a acessibilidade em escolas, Manual de instruções técnicas de acessibilidade
para apoio ao projeto arquitetônico e Acessibilidade para uma cidade melhor, que abordam
o tema de forma bastante simplificada, Cartilha de acessibilidade da prefeitura de
Uberlândia, que contribui com uma série de imagens de melhorias trazidas pela
implementação da acessibilidade, o Decreto n° 5296, de 2 de dezembro de 2004 -
“Regulamenta as Leis n°s 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de
atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece
normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências”(BRASIL, 2004), a
Lei n° 7405, de 12 de novembro de 1985 - Torna obrigatória a colocação do "Símbolo
Internacional de Acesso" em todos os locais e serviços que permitam sua utilização por
pessoas portadoras de deficiência e dá outras providências, o manual de sinalização urbana
da Companhia de Engenharia de Tráfego, que traz importantes informações referentes a
sinalizações de estacionamento, normas específicas como a NBR 16537: Acessibilidade -
Sinalização tátil no piso - Diretrizes para elaboração de projetos e instalação, que nos dá
uma visão ampla sobre a grande necessidade do piso tátil para deficientes visuais e onde
colocá-los, e a NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos, sendo esta a principal norma referente a questão da acessibilidade, uma vez que ela
traz uma abordagem bastante elevada sobre grande parte das deficiências conhecidas,
trazendo ainda as devidas soluções para cada uma delas no que se refere a inclusão das
mesmas na sociedade. A NBR 9050 será a principal ferramenta para a construção do projeto
em questão.
19

2 ACESSIBILIDADE

2.1 CONCEITO

O conceito acessibilidade tem uma elevada relevância no que se refere à satisfação das
necessidades das pessoas que possuem algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida,
uma vez que estabelece a possibilidade da autonomia para este público de circular com
segurança e conforto por calçadas, prédios públicos ou privados, entre outras localidades,
além de utilizar qualquer equipamento, mobiliário, transporte sem depender da ajuda de
outros para isso. (NBR 9050, 2015, p. 2).
Possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização, com
segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos,
edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e
tecnologias, bem como outros serviços e instalações abertos ao público, de uso
público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa
com deficiência ou mobilidade reduzida NBR9050(2015, p. 2).
20

3 INFORMAÇÕES GERAIS COMUNS À VÁRIOS AMBIENTES

3.1 Sinalização tátil

Este tópico visa trazer algumas informações sobre sinalização tátil que são comuns a
diversos ambientes.
Nos locais destinados à circulação, sempre que existir a necessidade de orientar pessoas
com deficiência visual é preciso que se instale sinalização tátil direcional que passe por
todas as áreas. (NBR 16537, p. 23).
A NBR 16537(2016, p. 25) destaca a necessidade de haver redundância de informação
em ambientes que possuam sinalização tátil, elas devem ser apresentadas de três formas
diferentes: tátil + visual, visual + sonora, tátil + sonoro. No presente trabalho iremos dar
preferencia à sinalização tátil + visual.
A utilização da sinalização tátil serve para que as pessoas com deficiência visual sejam
capazes de identificar desníveis ou possíveis riscos a sua integridade, se orientar quanto ao
local correto onde deve ficar para o uso de elevadores e outros equipamentos, mostrar onde
existem mudanças de direção, informar onde começam e terminam rampas, degraus e
escadas, além de orientar para a existência de patamares em rampas e escadas e travessias
de pedestres. (NBR 9050, 2015, p. 48; NBR 16537, 2016, p. 10).
A largura e a cor das faixas que compõem uma sinalização tátil direcional devem
ser constantes. A sinalização tátil de alerta utilizada nas mudanças de direção deve
possuir a mesma cor da sinalização tátil direcional. Se houver variação de cor do
piso adjacente nos diferentes ambientes pelos quais passa a sinalização tátil
direcional, deve ser utilizada uma única cor que contraste com todas elas ao mesmo
tempo NBR16537(2016, p. 25).

As figuras 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 que serão apresentadas juntamente com suas devidas


explicações mostram os tipos de sinalização tátil nas mudanças de direção de acordo com a
NBR 16537.
Nos casos em que a mudança de direção formar ângulo entre 150° e 180° não se faz
necessário usar sinalização tátil de alerta conforme figura 2. (NBR 16537, 2016, p. 26).
21

Figura 2 – Mudança de direção 150° < X ≤ 180°

Fonte: NBR 16537 (2016)

Quando a mudança de direção formar um ângulo entre 90° e 150° é necessário usar
sinalização tátil de alerta cuja dimensão seja duas vezes a largura da sinalização tátil
direcional, conforme figura 3. (NBR 16537, 2016, p. 27).

Figura 3 – Mudança de direção - 90° ≤ X ≤ 150°

Fonte: NBR 16537 (2016)

Nos casos em que existir um encontro de três faixas direcionais ortogonais é necessário
que a sinalização tátil de alerta seja três vezes a largura da sinalização tátil, conforme figura
4. (NBR 16537, 2016, p. 27).
22

Figura 4 – Encontro de três faixas direcionais ortogonais

Fonte: NBR 16537 (2016)

Nos casos em que existir um encontro de duas faixas direcionais ortogonais e uma
angular é necessário que a sinalização tátil de alerta seja três vezes a largura da sinalização
tátil, conforme figura 5. (NBR 16537, 2016, p. 27).

Figura 5 – Encontro de faixa direcional angular com faixa ortogonal

Fonte: NBR 16537 (2016)

Nos casos em que existir um encontro de três faixas direcionais angulares é também
necessário que a sinalização tátil de alerta seja três vezes a largura da sinalização tátil,
conforme figura 6. (NBR 16537, 2016, p. 28).
23

Figura 6 – Encontro de três faixas direcionais angulares

Fonte: NBR 16537 (2016)

Nos casos em que existir encontro de quatro faixas direcionais é necessário que haja
sinalização tátil de alerta que seja três vezes a largura da sinalização tátil direcional e deve
ser posicionada em ambos os lados da mesma. Na figura 7 abaixo as quatro faixas são
ortogonais. (NBR 16537, 2016, p. 28).

Figura 7– Encontro de quatro faixas direcionais ortogonais

Fonte: NBR 16537 (2016)


24

Nos casos em que existir encontro de quatro faixas direcionais angulares é necessário
que haja sinalização tátil de alerta que seja três vezes a largura da sinalização tátil direcional
e deve ser posicionada em ambos os lados da mesma, conforme figura 8. (NBR 16537,
2016, p. 29).

Figura 8 – Encontro de quatro faixas direcionais angulares

Fonte: NBR 16537 (2016)

3.2 Informações gerais sobre área de circulação, manobra e sinalização de


cadeiras de rodas.

Este item tem por finalidade fazer uma abordagem de áreas de circulação, de manobra e
sinalizações que não são específicos de um determinado ambiente.
De acordo com a NBR 9050(2015, p. 9) a largura necessária para que pessoas em
cadeira de rodas possam se deslocar em linha reta são de no mínimo 0,90 m quando se tratar
de uma pessoa em cadeira de rodas conforme a figura 9 abaixo.
25

Figura 9– Uma pessoa em cadeira de rodas – Vistas frontal e superior

Fonte: NBR 9050 (2015)

Será entre 1,20 m e 1,50 m quando se considera deslocamento de uma pessoa em cadeira
de rodas e um pedestre, de acordo com a figura 10. (NBR 9050, 2015, p. 9).

Figura 10 – Um pedestre e uma pessoa em cadeira de rodas – Vistas frontal e superior

Fonte: NBR 9050 (2015)


26

Será entre 1,50 m e 1,80 m quando se precisar considerar deslocamento de duas pessoas
em cadeiras de rodas, isto pode ser observado na figura 11. (NBR 9050, 2015, p. 9).

Figura 11 – Duas pessoas em cadeira de rodas – Vistas frontal e superior

Fonte: NBR 9050 (2015)

A NBR 9090 (2015, p. 9, 10) determina que quando houver necessidade de se transpor
obstáculos isolados, estes devem ser de no máximo 0,40 m de extensão e ter largura de no
mínimo 0,80 m como ilustra a figura 12, porém quando os obstáculos tiverem mais que 0,40
m de extensão, então a largura mínima aceitável deverá ser de 0,90 m.

Figura 12 – Transposição de obstáculos isolados

Fonte: NBR 9050 (2015)

No tocante a áreas de manobra em cadeiras de rodas, devem ser considerados dois tipos
de manobra, sem deslocamento e com deslocamento. (NBR 9050, p. 11, 12).
27

A figura 13 abaixo mostra as dimensões necessárias para manobra sem deslocamento, a


saber, rotação de 90° com dimensões de 1,20 m por 1,20 m, rotação de 180° cujas
dimensões são 1,50m por 1,20 m e rotação de 360° com diâmetro de 1,50 m. (NBR 9050, p.
11).
Figura 13 – Área para manobra de cadeira de rodas sem deslocamento

Fonte: NBR 9050 (2015)

A figura 14 abaixo mostra as dimensões necessárias para manobra com deslocamento,


sendo deslocamento de 90° que possui corredor de 0,90 m de largura e dimensões totais
para manobra de 1,60 m por 2,00 m e de deslocamento mínimo para 90° com corredor de
1,20 m de largura. (NBR 9050, p. 11).

Figura 14 – Área para manobra de cadeiras de rodas com deslocamento

Fonte: NBR 9050 (2015)


28

A figura 15 abaixo mostra as dimensões necessárias para manobra com deslocamento,


sendo deslocamento recomendável para 90° com corredor de 1,20 m de largura e dimensões
para manobra de 1,50 m por 1,50 m, deslocamento consecutivo de 90° com percurso
intermediário – caso 1 com corredor de 0,90 m de largura e deslocamento consecutivo de
90° com percurso intermediário – caso 2 com corredor de 1,05 m de largura, além do
deslocamento de 180° com dimensões de 1,90 m por 1,50 m. (NBR 9050, p. 12).

Figura 15 – Área para manobra de cadeiras de rodas com deslocamento

Fonte: NBR 9050 (2015)

A NBR 9050 (2015, p. 39) traz a obrigatoriedade de instalação de símbolo internacional


de acesso – SIA, conforme destaca a figura 16 abaixo.

Figura 16 – Símbolo internacional de acesso - SIA

Fonte: NBR 9050 (2015)


29

De acordo com a NBR 9050 (2015, p. 51), o espaço que deve ser destinado a pessoas em
cadeira de rodas deve ter as dimensões mínimas de 0,80m por 1,20m, a essas dimensões
chamamos de módulo de referencia M.R., esse espaço é identificado pela chamada
sinalização do espaço para P.C.R., ou seja, espaço para pessoas em cadeiras de rodas
conforme destaca a figura 17.

Figura 17 – Sinalização do espaço para P.C.R.

Fonte: NBR 9050 (2015)

3.3 Rampas e escadas

De acordo com a NBR 9050(2015, p. 45), as escadas e rampas devem ter corrimão
duplo nas alturas de 0,70m e 0,92m em ambos os lados e com sinalização em Braille
especificando o pavimento, que deve estar localizada em seu prolongamento de 0,30m,
deve também existir sinalização visual, que pode também ser tátil, nas paredes dos
pavimentos inferiores e superiores a uma altura de 1,20m do chão, sendo ainda
necessária a instalação de guia de balizamento à altura de 0,05m e proteção lateral que
pode ser por meio de parede ou guarda-corpo conforme mostram as figuras 18, 19 e 20.
30

Figura 18 – Sinalização de pavimento – Vista lateral

Fonte: NBR 9050 (2015)

Figura 19 – Sinalização de corrimão – Vista superior

Fonte: NBR 9050 (2015)

Figura 20 – Guia de balizamento, corrimão e guarda - corpo.

Fonte: NBR 9050 (2015)


31

Considera-se rampa um piso com inclinação maior ou igual a 5%. Para auxiliar no
cálculo da inclinação da rampa utiliza-se a seguinte fórmula:

(3.1)

Onde i representa a inclinação, que é dada em porcentagem, h mostra altura do desnível,


e c é o comprimento da rampa. A figura 21 abaixo mostra como devem ser dispostas as
rampas. (NBR 9050, 2015, p. 58).

Figura 21 – Dimensionamento de rampas

Fonte: NBR 9050 (2015)

A NBR 9050 (2015, p. 58, 59), recomenda que deva haver uma área de descanso em
patamares a cada 50 m em inclinações entre 6,25% e 8,33% e que esta área possua
dimensões que permitam manobra de cadeiras de rodas. A tabela 1 abaixo estabelece os
limites de inclinação de rampas.

Tabela 1 – Dimensionamento de rampas

Fonte: NBR 9050 (2015)


32

O tipo de inclinação da rampa deve obrigatoriamente estar relacionado com a força que
é feita pela pessoa em cadeira de rodas, ou seja, em desníveis máximos de 1,50 m o máximo
de inclinação que a pessoa pode ser submetida é de 5%, em desníveis de 1,00 m o máximo
de inclinação deve ser de 6,25%, e nos desníveis de até 0,80 m o máximo de inclinação deve
ser de 8,33%.
Quando a rampa a ser projetada precisar ser em curva, deve-se considerar a inclinação
máxima de 8,33% e 3,00 m de raio no mínimo conforme destaca a figura 22 abaixo. (NBR
9050, 2015, p. 59).

Figura 22 – Rampa em curva – Planta

Fonte: NBR 9050 (2015)

É estabelecido na NBR 9050(2015, p. 59), que no tocante a inclinação transversal, esta


não pode ultrapassar 2% no caso de ambientes internos e 3% em ambientes externos. Já no
caso de rampas (L), sua largura deve ser conforme o fluxo de pessoas, sendo admitida
largura mínima de 1,20 m e recomendada largura mínima de 1,50m.
É importante destacar que patamares do inicio, intermediários e no fim de rampas devem
apresentar dimensão longitudinal mínima de 1,20 m, além de terem as mesmas dimensões
da largura da rampa onde houver necessidade de mudança de direção, como pode ser
observado na figura 23. Devendo-se atentar ainda para a inclinação transversal que deve ser
a mesma citada anteriormente. (NBR 9050, 2015, p. 60,61).
33

Figura 23 – Patamares das rampas – Vista superior

Fonte: NBR 9050 (2015)

Com relação às escadas a NBR 9050 (2015, p. 62), entende que dimensões entre 0,28 m
e 0,32m para piso e entre 0,16 e 0,18 para espelho são consideradas seguras, entretanto é
preciso satisfazer a equação de Blondel:

(p+2e) (3.2)

Visa-se obter um resultado entre 0,63 m e 0,65 m. Quanto a largura das escadas devem
ser de no mínimo 1,20 m. A norma destaca ainda que tanto em degraus quanto em
patamares a inclinação transversal máxima deve ser de 1% em ambientes internos e 2% nos
externos.
Segundo a NBR 9050 (2015, p. 62), quando se tratar de escadas novas, o primeiro e
último degraus sempre devem ter distância mínima de 0,30 m da circulação adjacente em
cada lance de escada, e estabelece também que os patamares devem ter distância
longitudinal de no mínimo 1,20 m e larguras iguais nas mudanças de direção ela destaca
também a necessidade destes patamares serem instalados a cada 3,20 m de desnível e todas
as vezes que houver mudança de direção.
Todas as vezes que houver necessidade de instalação de escadas ou rampas com largura
maior ou igual a 2,40 m, será obrigatória a colocação de pelo menos um corrimão
intermediário e a garantia de largura mínima de 1,20 m para a circulação. É preciso destacar
ainda que só poderá haver interrupção de corrimãos intermediários quando o comprimento
do patamar for maior que 1,40 m e o espaço mínimo entre os segmentos for de 0,80 m como
é visto nas figuras 24 e 25. (NBR 9050, 2015, p. 64).
34

Figura 24 – Corrimão intermediário interrompido no patamar

Fonte: NBR 9050 (2015)

Figura 25 – Corrimão intermediário interrompido no patamar

Fonte: NBR 9050 (2015)


35

No que tange a sinalização tátil de alerta em pisos de escadas, degraus e rampas a NBR
16537 (2016, p. 11) determina sua instalação no inicio e no fim de escadas fixas, que
possuam ou não grelhas, degraus isolados e rampas fixas cuja inclinação seja maior ou igual
5%.
A tabela 2 abaixo e a figura 26 descrevem como devem ser as escadas fixas de acordo
com a NBR 16537 (2015, p. 11):

Tabela 2 – Escadas fixas

Fonte: NBR 16537 (2016)

Figura 26 – Escadas fixas

Fonte: NBR 16537 (2016)


36

No que se referem a escadas fixas com grelha a NBR 16537 (2016, p. 12) destaca o que
é obrigatório por meio da tabela 3 e da figura 27 e descreve ainda que todas as vezes que for
possível o escoamento da água precisa ser desviado para fora da circulação, de modo que
sejam evitados problemas com bengalas e saltos de sapato.

Tabela 3 – Escadas fixas compostas de grelha

Fonte: NBR 16537 (2016)

Figura 27 – Escadas fixas compostas de grelha

Fonte: NBR 16537 (2016)


37

No que se refere a degrau isolado a tabela 4 e a figura 28 traz o que está determinado na
NBR 16537 (2016, p. 12).

Tabela 4 – Degrau isolado

Fonte: NBR 16537 (2016)

Figura 28 – Degrau isolado

Fonte: NBR 16537 (2016)

No que se refere à sinalização tátil de alerta a NBR 16537 (2016, p. 13) descreve que a
citada sinalização deve medir entre 0,25m e 0,60 m no início e no fim das rampas com
inclinação i > 5 %, além de tratar ainda que não pode existir distância entre a sinalização e o
início do declive e na parte superior pode distar de 0,25 m a 0,32 m do declive conforme
38

destaca a figura 29. A norma fala também que rampas com inclinação menor que 5% não
tem que ser sinalizadas.

Figura 29 – Rampas fixas com i ≥ 5 %

Fonte: NBR 16537 (2016)

De acordo com a NBR 16537 (2016, p. 15,16) a sinalização tátil de alerta no início e no
fim de todo trecho de rampas ou escadas deve atender as situações a seguir:
Quando existir algo que interrompa ao menos um corrimão de acordo com a figura 30.

Figura 30 – Patamar de escada ou rampa com interrupção de corrimão

Fonte: NBR 16537 (2016)


39

Quando o patamar apresentar comprimento maior 2,10 m como mostra a figura 31.

Figura 31 – Patamar de escada ou rampa com comprimento superior a 2,10 m

Fonte: NBR 16537 (2016)

Quando houver patamar que tenha circulação adjacente de acordo com a figura 32.

Figura 32 – Patamar de escada ou rampa com circulação adjacente

Fonte: NBR 16537 (2016)


40

Deve existir sinalização visual de 0,03m por 0,07m com cores contrastantes em todas as
bordas dos pisos e espelhos dos degraus, em baixo dos corrimãos como mostram as opções
A e B da figura 33, sendo ainda obrigatório que essa sinalização seja fotoluminescente ou
retro iluminada nas saídas de emergência ou rotas de fuga, e existe também a recomendação
de que essa sinalização se estenda pelo comprimento dos degraus e que seja antiderrapante.
(NBR 9050, 2015, p. 46, 47).

Figura 33 – Sinalização de degraus

Fonte: NBR 9050 (2015)


41

4 ELABORAÇÃO DO PROJETO DA ESCOLA ACESSÍVEL

Será elaborado um projeto de uma escola que atenda as principais necessidades dos
deficientes e de pessoas com mobilidade reduzida. Este projeto será elaborado de acordo
com normas e leis que tratam sobre o tema.
O projeto consiste em elaborar no entorno dos muros da escola, calçadas com
sinalização tátil direcional e de alerta, ponto de ônibus adaptado, rebaixamento das calçadas
nas travessias da rua, sinalização sonora na entrada do estacionamento, portão com contraste
de cores em relação ao muro. O pátio terá sinalização tátil contrastante com a cor do piso, o
caminho até a porta da escola terá largura apropriada para cadeirantes. O estacionamento
estará localizado ao lado da escola e contará com uma quantidade maior do que os dois por
cento de vagas sinalizadas para deficientes que a lei determina, haverá duas rampas de
acesso até a porta da escola com leve inclinação e largura adequada, a mesma contará com
corrimão duplo dos dois lados. A entrada da escola terá cores contrastantes com a porta de
acesso, na recepção haverá balcão rebaixado para atender a cadeirantes e contará ainda com
um mapa tátil. Em todos os corredores haverá espaçamento adequado, contraste de cores
entre as paredes e as portas das salas, além de piso tátil. Os sanitários acessíveis serão
independentes dos demais e dimensionados conforme a NBR 9050. Quanto às salas de aula
contarão com quadro em cores que contrastem com a parede e os pisos, o ponto de ônibus,
pátio e recepção terão lugares sinalizados para cadeirantes por meio do módulo de
referência. O software utilizado para este projeto será o Google SketchUp 8.

4.1 Local de implantação do projeto (terreno da prefeitura)

Como se trata de um projeto que visa atender as necessidades do portador de deficiência


física e mobilidade reduzida, no que tange ao tema acessibilidade, na cidade do Rio de
Janeiro, espera-se que seja possível a construção da escola em um terreno que pertença à
prefeitura e que possua as condições requeridas no projeto.
42

4.2 Entorno da escola

4.2.1 Entorno da escola conforme referencial teórico

De acordo com a NBR 9050 (2015, p. 135), a entrada da escola deve de preferência estar
situada no lado de menor fluxo de carros.
Segundo Dischinger, Ely e Borges (2009, p. 33), a calçada em torno dos muros da escola
deve ser rebaixada diante da travessia de pedestres, nivelada e sem buracos ou ressaltos,
além de possuir sinalização tátil de alerta sinalizando possíveis obstáculos, que devem estar
sempre na faixa de serviço. É dado ainda destaque para a necessidade da entrada da escola
ter cores que contrastem com o muro além de ter o nome da escola com letras grandes, o
que é fundamental para orientar pessoas que possuem baixa visão.
De acordo com a NBR 9050 (2015, p. 74), as calçadas devem ser divididas em três
faixas, a saber, faixa de serviço que deve ter largura mínima de 0,70m, faixa livre ou passeio
que não pode ter qualquer obstáculo e cuja inclinação não supere os 3% e ainda apresentar
dimensões mínimas de 1,20m de largura e ter 2,10m de altura livre, e a faixa de acesso que
é uma área de passagem da calçada para o interior do lote, é importante ainda destacar-se
que esta faixa só pode ser usada se a calçada tiver largura maior que 2,00m, conforme é
constatado na figura 34.

Figura 34 – Faixas de uso da calçada – Corte

Fonte: NBR 9050 (2015)


43

A NBR 16537 (2016, p. 34) destaca ainda, no que se refere à calçada que a sinalização
tátil direcional deve estar no eixo do passeio como mostra a figura 35.

Figura 35 – Sinalização tátil direcional na faixa livre

Fonte: NBR 16537 (2016)

A NBR 16537 (2016, p. 36) aborda a possibilidade de se ter sinalização tátil direcional
transversal à calçada alinhada a um foco semafórico acionável por pedestre, esta sinalização
pode ainda estar ligada a sinalização tátil ao longo de toda calçada, este foco semafórico
deve estar ao lado do rebaixamento da calçada de acordo com a figura 36.
Segundo a NBR 9050(2015, p. 114) os dispositivos destinados a acionar manualmente o
semáforo devem estar entre 0,80 m e 1,20 m do piso.

Figura 36 – Travessia com foco semafórico em calçada com sinalização tátil direcional

Fonte: NBR 16537 (2016)


44

Ao longo da faixa de travessia de pedestre a qual Dischinger, Ely e Borges (2009, p. 33)
sugerem que deva estar próxima a entrada da escola existe a possibilidade de se utilizar
sinalização tátil direcional entre uma calçada e outra segundo NBR 16537 (2016, p. 39)
conforme demonstra a figura 37.

Figura 37 – Travessia junto a rebaixamento de calçada

Fonte: NBR 16537 (2016)

Em locais destinados a embarque/desembarque de pontos de parada de ônibus há


necessidade da implantação de sinalização tátil direcional posicionada transversalmente à
calçada, e sugere ainda que a frente do abrigo do ponto de ônibus haja sinalização tátil de
alerta conforme ilustrado na figura 38. (NBR 16537, 2016, p. 39).
Ainda com relação às paradas de ônibus Dischinger, Ely e Borges (2009, p. 33)
destacam que elas devem estar perto do portão da escola, ter sinalização tátil direcional
desde o ponto de ônibus até a entrada e que deve existir uma área de parada que caiba um
ônibus.
45

Figura 38 – Ponto de ônibus em calçada com sinalização tátil direcional

Fonte: NBR 16537 (2016)

Dischinger, Ely e Borges (2009, p. 72), traz uma sugestão de como pode ser a entrada
da escola em termos de acessibilidade, como mostra a figura 39 abaixo.

Figura 39 – Entrada de escola

Fonte: MANUAL DE ACESSIBILIDADE ESPACIAL PARA ESCOLAS (2009)


46

A NBR 16537 (2016, p. 17) apresenta um tipo de rebaixamento de calçada alternativo


que traz maior autonomia e segurança, conforme ilustrado na figura 40, este modelo será
usado no nosso projeto.

Figura 40 – Rebaixamento de calçada – Alternativo

Fonte: NBR 16537 (2016)

4.2.2 Entorno da escola conforme projeto

A figura 41.a abaixo traz uma imagem distante que mostra parte do estacionamento,
pátio, entrada da escola e calçada externa com suas devidas sinalizações, além de poste de
energia instalado na faixa de serviço. A figura 41.b mostra o contraste de cores entre a
entrada, o muro e a calçada, a sinalização tátil direcional que corta toda a calçada e que
adentra ao pátio da escola, duas mudanças de direção por meio de encontros de três faixas
direcionais ortogonais, uma direcionando ao interior do pátio e outra ao botão de
acionamento do sinal de trânsito, o semáforo, o rebaixamento da calçada com a respectiva
sinalização tátil de alerta e faixa de pedestre cortada por sinalização tátil direcional.

Figura 41 - Entrada da escola

Fonte: O AUTOR (2017)


47

A figura 42 abaixo dá ênfase ao botão de acionamento do semáforo que está colocado a


uma altura de 1,20 m do piso.

Figura 42 - Botão de acionamento do semáforo

Fonte: O AUTOR (2017)

A figura 43 abaixo traz as divisões de faixas existentes na calçada, que são faixa de
serviço, livre e de acesso todas com 2,00 m de largura e ilustra ainda a colocação da
sinalização tátil direcional no eixo da faixa livre.

Figura 43 - Divisão de faixas das calçadas

Fonte: O AUTOR (2017)


48

Na figura 44 pode ser visto o local destinado a parada de ônibus onde existe um abrigo
com um banco e um módulo de referência em cada lado, sinalização tátil de alerta em frente
ao mesmo, reentrância na calçada para a entrada dos ônibus, uma placa de parada de ônibus,
e sinalização de embarque e desembarque que é composta por nove placas táteis direcionais
localizada ao lado da placa.

Figura 44 - Local de parada de ônibus

Fonte: O AUTOR (2017)

A figura 45 mostra a entrada do estacionamento com sinalização em cores contrastantes,


além de alarme de garagem para trazer maior atenção aos que estiverem nas proximidades.

Figura 45 - Entrada de estacionamento

Fonte: O AUTOR (2017)


49

4.3 Pátio

4.3.1 Pátio conforme referencial teórico

De acordo com Dischinger, Ely e Borges (2009, p. 35), o local da entrada de pessoas a
pé deve ser independente do estacionamento, o pátio deve possuir piso sem buracos ou
ressaltos, antiderrapante, com cores que não ofusquem a visão, livre de obstáculos e provido
de piso tátil ao longo de toda a sua extensão de modo a facilitar o deslocamento de
deficientes visuais por todas as áreas da escola, e destaca ainda que a porta de entrada da
escola deve ser visível desde o portão, além de tratar da necessidade de se ter uma rampa de
acesso até a porta de entrada.
Nos locais destinados a assentos fixos deve haver sempre um módulo de referência ao
lado dos mesmos e sem apresentar interferência com a faixa destinada à circulação do
público como destaca a figura 46. (NBR 9050, 2015, p. 117).

Figura 46 - Banco – Área para transferência – Exemplo – Vista superior

Fonte: NBR 9050 (2015)


50

4.3.2 Pátio conforme projeto

A figura 47 abaixo mostra o pátio perfeitamente nivelado e sem nenhum ressalto ou


buracos, bancos fixos com módulos de referência ao lado dos mesmos, além de sinalização
tátil ligando o portão de entrada a entrada do prédio e as sinalizações de mudança de direção
necessárias em cada ponto.

Figura 47 - Pátio da escola

Fonte: O AUTOR (2017)

A figura 48 mostra a entrada do prédio escolar que apresenta cores contrastantes,


corrimão duplo, degraus de 2,05 m de largura e sinalização tátil de alerta a 0,28 m do início
e termino dos degraus.

Figura 48 - Entrada do prédio da escola

Fonte: O AUTOR (2017)


51

4.4 Recepção

4.4.1 Recepção conforme referencial teórico

No que se refere à recepção, o balcão de atendimento precisa ser visível desde a porta de
entrada, e ter duas alturas distintas, o ambiente pode ter mapa tátil com a devida sinalização
tátil direcional que conduza até o mesmo, não pode existir qualquer obstáculo que atrapalhe
a circulação, deve haver espaço reservado para cadeirantes, contraste entre pisos e paredes,
placas de direcionamento e nomes nos ambientes em letras grandes e contrastantes, além de
placas em Braille ao lado das portas conforme destacado por DISCHINGER, ELY e
BORGES (2009, p. 37).
De acordo com a NBR 9050 (2015, p. 51), o espaço que deve ser destinado a pessoas em
cadeiras de rodas, como citado anteriormente deve ter as dimensões mínimas de 0,80m por
1,20m conforme a figura 49, em locais de atendimento deve-se sempre reservar pelo menos
um espaço para pessoa em cadeira de rodas P.C.R.

Figura 49 – Parâmetro para sala de espera

Fonte: SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO E MEIO AMBIENTE


(2008)
52

Próximo a locais destinados a atendimento deve haver sinalização tátil direcional a uma
distância mínima de 1,20m com relação ao local de permanência de pessoas, porém é
recomendável que essa distância mínima seja de 1,50m. O local onde é instalada a
sinalização não pode ter nenhum tipo de obstrução. A figura 50 ilustra bem essas
exigências. (NBR 16537, 2016, p. 33).

Figura 50 – Distância mínima entre a sinalização tátil direcional e local de permanência de pessoas

Fonte: NBR 16537 (2016)

4.4.2 Recepção conforme projeto

A figura 51.a traz a imagem da secretaria dando destaque para o contraste de cores entre
piso, parede, rodapé, porta e o balcão de atendimento, o nome da secretaria em letras
grandes e contrastantes. A figura mostra ainda a diferença de níveis no balcão, um a 0,90 m
para atender a pessoas em cadeira de rodas e outro a 1,20 m para as demais pessoas,
sinalizações táteis chegando ao balcão e a porta da secretaria, e ainda dois módulos de
referência de cada lado, iniciando os locais de permanência do público, à esquerda este local
dista 1,95 m da sinalização tátil direcional e à direita 2,40m. Na figura 51.b existe um
destaque para a sinalização em Braille localizada ao lado da porta da secretaria e para o
mapa tátil localizado à esquerda da porta, tendo ainda sinalização tátil direcionando os
deficientes visuais a este mapa.
53

Figura 51 – Chegada à secretaria

Fonte: O AUTOR (2017)

A seguir passaremos a tratar das escadas e rampas que são comuns aos pavimentos e que
iniciam a partir da recepção. As escadas possuem dois lances entre um pavimento e outro,
cada um com 1,26m de altura e as rampas possuem quatro lances com 0,63 m de altura cada
um.
Na figura 52 podemos observar um grande contraste de cores entre os degraus das
escadas e a parede, sinalização indicativa de pavimento com o respectivo número e
sinalização em Braille a 1,20 m do piso e ainda faz referência a mesma descrição de
pavimento localizada no prolongamento de 0,30 m do corrimão superior. Podemos também
observar um espelho com 0,18 m de altura e um piso com 0,28 m de largura, atendendo
assim a equação de Blondel (3.2), como observado abaixo.
P + 2E = 0
0,28 + 2.0,18 = 0,64
54

Figura 52 - Sinalização de pavimento e dimensões de espelho e piso

Fonte: O AUTOR (2017)

É destacada na figura 53 a sinalização dos degraus na borda do piso e do espelho que


tem dimensões de 0,03 m por 0,07 m, uma marcação antiderrapante ao longo do degrau, a
largura dos degraus com 2,30 m e as alturas do corrimão duplo, cuja barra inferior está a
0,70 m do piso e a superior a 0,92 m.

Figura 53 - Dimensões de escada e corrimão, e sinalização de degraus

Fonte: O AUTOR (2017)


55

A figura 54 destaca a profundidade do patamar que é de 1,30 m, além de apresentar


espaçamento de 0,28 m entre a sinalização tátil de alerta e os degraus inicial e final. Na
figura é observada ainda a sinalização tátil direcional que conduz às escadas.

Figura 54 - Patamar e espaçamento de sinalização tátil de alerta

Fonte: O AUTOR (2017)

Com relação às rampas, a figura 55 destaca, assim como nas escadas o contraste de cores
entre a parede e o piso, a sinalização indicativa de pavimento a 1,20 m do piso e sinalização
tátil de alerta junto ao início da rampa.

Figura 55 - Sinalização tátil de alerta e identificação de pavimento

Fonte: O AUTOR (2017)


56

A figura 56 destaca a colocação de corrimão duplo nas alturas respectivas de 0,70 m e


0,92 m do piso, o contraste de cores entre paredes e piso, e ainda a inclinação de 8,33% na
rampa. Utilizando-se a fórmula da inclinação de rampa e adotando o percentual de
inclinação de 8,33% chegamos ao comprimento de 30,25 m necessários para a instalação da
rampa, considerando a área disponível dividimos esse valor por quatro, totalizando assim
quatro lances de rampa de 7,56 m, conforme pode ser observado aplicando-se a fórmula da
inclinação (3.1).

8,33 C = 30,25/4 C = 7,56 m

Figura 56 - Corrimão duplo e inclinação

Fonte: O AUTOR (2017)

A figura 57 destaca o patamar intermediário com profundidade de 1,30 m e a sinalização


tátil colocada sobre o mesmo, e ainda o comprimento da rampa que é de 7,56 m e largura de
1,20 m.
57

Figura 57 - Patamar intermediário e dimensões da rampa

Fonte: O AUTOR (2017)

4.5 Corredores

4.5.1 Corredores conforme referencial teórico

Segundo Dischinger, Ely e Borges (2009, p. 39), os corredores das escolas devem ser
espaçosos, ter reentrâncias nas paredes para a instalação de bebedouros, que por sua vez
devem ter alturas adequadas quanto às necessidades de cadeirantes, as portas devem ser
largas e com visor, contrastar com as cores das paredes, ter sinalização em Braille, além de
identificações com letras grandes e coloridas. Destaca-se ainda a necessidade da colocação
de rodapés largos e em cores contrastantes com os pisos e placas que indiquem salas,
sanitários, saídas, entre outros. Com relação às portas, este projeto irá utilizar as portas do
tipo vaivém, que conforme NBR 9050 (2015, p. 72) devem ter puxador vertical a uma altura
entre 0,80 e 1,10m e possuir visor com no mínimo 0,20m de largura, tendo a parte inferior
variando entre 0,40 e 0,90m a partir do chão e a parte superior com altura mínima de 1,50m
como mostra a figura 58. É recomendável conforme a NBR 9050(2015, p. 71) que a parte
58

inferior das portas possua revestimento numa altura de até 0,40 m do piso e que seja capaz
de resistir a impactos de bengalas, muletas ou cadeiras de rodas.
No que se refere aos bebedouros que devem ser instalados nos corredores a NBR
9050(2015, p. 115, 116) estabelece que devam existir duas alturas diferentes de bicas, a
saber, uma a 0,90 m e a outra entre 1,00 m e 1,10 m de altura em relação ao piso, e
especifica também que quando a altura for de 0,90 m é necessária uma altura inferior livre
que tenha no mínimo 0,75 m a partir do piso, havendo ainda a garantia de um módulo de
referência para aproximação frontal.
Segundo a Lei 7405 (Brasil, 1985), os corredores devem ter largura mínima de 1,20m, e
possuir portas com largura mínima de 0,90m.
De acordo com a NBR 9050(2015, p. 68), para corredores com até 10,00 m de
comprimento é estabelecida largura de 1,20 m, e os de comprimento maior que 10,00 m,
largura de 1,50 m.

Figura 58 – Porta do tipo vaivém

Fonte: NBR 9050 (2015)


59

4.5.2 Corredores conforme projeto

A figura 59 abaixo revela o contraste de cores entre piso, paredes, rodapés e portas,
mostra a largura do corredor que é de 2,00 m, além da sinalização tátil direcional em cores
que contrastam com o piso e colocada ao longo de todo o corredor. A figura mostra ainda a
colocação de uma sequência de placas táteis de alerta postas de três em três indicando um
encontro de quatro faixas direcionais ortogonais em frente às portas.

Figura 59 - Sinalização tátil e contraste de cores nos corredores

Fonte: O AUTOR (2017)

A figura 60 traz a sinalização utilizada nos corredores indicando as salas de aula, esta
sinalização conta ainda com o contraste de cores.

Figura 60- Sinalização dos corredores A e B

Fonte: O AUTOR (2017)


60

A figura 61 abaixo apresenta a porta da sala de aula com 1,00 m de largura, um visor
que tem sua borda inferior a 0,70 m de altura e a superior a 1,80 m e largura de 0,20 m, uma
proteção contra impactos de cadeiras de rodas e bengalas de 0,40 m de altura, um puxador
vertical cuja parte inferior está a 0,80 m do piso e ainda destaca a sinalização em Braille na
porta.

Figura 61 - Porta de sala de aula

Fonte: O AUTOR (2017)

A figura 62.a destaca os bebedouros instalados na reentrância do corredor, um com a


borda superior a 1,10 m do piso, possuindo ainda sinalização tátil para direcionar deficientes
visuais ao mesmo, e outro com borda superior a 0,90 m e inferior a 0,78 m de altura. A
figura 62.b abaixo mostra os bebedouros instalados do outro lado do corredor com as
mesmas características citadas anteriormente, porém com quatro bebedouros, sendo dois a
1,10 m de altura e dois a 0,90m.
61

Figura 62 - Bebedouros

Fonte: O AUTOR (2017)

Na figura 63, podemos observar a sinalização direcional com suas devidas mudanças de
direção próxima aos bebedouros, escadas e rampas.

Figura 63 - Foco na sinalização tátil

Fonte: O AUTOR (2017)


62

4.6 Sanitários

4.6.1 Sanitários conforme referencial teórico

De acordo com a NBR 9050 (2015, p. 42) os sanitários precisam estar sinalizados com o
respectivo símbolo de cada sanitário, como se vê a seguir.
A figura 64 abaixo representa o símbolo de sanitário comum feminino conforme NBR
9050 (2015, p. 42).

Figura 64 – Sanitário feminino

Fonte: NBR 9050 (2015)

A figura 65 abaixo representa o símbolo de sanitário comum masculino conforme NBR


9050 (2015, p. 42).

Figura 65 – Sanitário masculino

Fonte: NBR 9050 (2015)

A figura 66 abaixo representa o símbolo de sanitário feminino acessível conforme NBR


9050 (2015, p. 42).
63

Figura 66 – Sanitário feminino acessível

Fonte: NBR 9050 (2015)

A figura 67 abaixo representa o símbolo de sanitário masculino acessível conforme NBR


9050 (2015, p. 42).

Figura 67 – Sanitário masculino acessível

Fonte: NBR 9050 (2015)

Os sanitários acessíveis precisam estar localizados nas rotas acessíveis, que devem estar
perto da circulação principal e das outras instalações sanitárias, porém, deve ter entrada
independente. (NBR 9050, p. 83, 84).
“Recomenda-se que a distância máxima a ser percorrida de qualquer ponto da edificação
até o sanitário ou banheiro acessível seja de até 50 m” (NBR9050, 2015, p. 82).
Os sanitários devem ter porta cujo lado oposto a sua abertura possua puxador horizontal
com 0,40 m de comprimento no mínimo, a 0,10 m de distância da dobradiça, a uma altura
de 0,90 m em relação ao piso e diâmetro entre 25 mm e 35 mm, juntamente com uma
maçaneta a uma altura entre 0,90 m e 1,10 m. Esta porta deve ter largura mínima de 0,80 m,
e é recomendável que a sua cor contraste com as cores de paredes e piso como mostra a
figura 68 abaixo. (NBR 9050, 2015, p. 71).
64

Figura 68 – Portas com revestimento e puxador horizontal

Fonte: NBR 9050 (2015)

Os pisos desses sanitários devem ser sem desníveis na entrada, antiderrapantes e ter
ralos dispostos de forma que não atrapalhem a manobra ou a transferência. (NBR 9050,
2015, p. 88).
A NBR 9050 (2015, p. 53) determina que seja instalado perto da bacia sanitária
dispositivo de alarme de emergência que possa ser acionado por alguém sentado ou que
tenha caído, e recomenda ainda que sejam instalados dispositivos adicionais em locais como
lavatórios e portas por exemplo. Estes dispositivos devem estar a 40 cm do piso e ter cores
contrastantes com a parede. Este trabalho não irá abordar box de chuveiro e banheira.
Os controles, botões, teclas e similares devem ser acionados através de pressão ou de
alavanca. Recomenda-se que pelo menos uma de suas dimensões seja igual ou superior a 2,5
cm (NBR9050, 2015, p. 23).

A figura 69 abaixo exemplifica o referido dispositivo.


Figura 69 – Controles – Vista lateral

Fonte: NBR 9050 (2015)


65

A NBR 9050 não estabelece uma área mínima para sanitários, mas traz as dimensões
necessárias para que o sanitário seja considerado acessível.
A NBR 9050 (2015, p. 85) determina que haja circulação com um giro de 360° no
interior do sanitário que resulta num diâmetro de 1,50 m, conforme a figura 70 abaixo.

Figura 70 – Vista superior da área de manobra

Fonte: NBR 9050 (2015)

A NBR 9050 (2015, p. 85) determina que deva haver uma área suficiente para garantir a
transferência perpendicular, lateral e diagonal para a bacia sanitária como pode ser visto nas
figuras 71 e 72.

Figura 71 – Vista superior da área de transferência

Fonte: NBR 9050 (2015)


66

Figura 72 – Áreas de transferências para a bacia sanitária

Fonte: NBR 9050 (2015)

A NBR 9050 (2015, p. 85) estabelece que a área de manobra não poderá usar mais de
0,10 m abaixo da bacia sanitária e 0,30 m abaixo do lavatório como mostra a figura 73.

Figura 73 – Medidas mínimas de um sanitário acessível

Fonte: NBR 9050 (2015)


67

A NBR 9050 (2015, p. 85, 87) estabelece que haja um módulo de referência em frente
ao lavatório e que o mesmo apresente as seguintes dimensões: altura inferior mínima de
0,30 m, superior de 0,78 a 0,80 m e torneira no máximo a 0,50 m da parte frontal do
lavatório conforme figura 74.

Figura 74 – Área de aproximação para uso do lavatório

Fonte: NBR 9050 (2015)

Conforme especificado na NBR 9050 (2015, p. 90) as bacias sanitárias devem ter sua
borda superior a uma altura que varie entre 0, 43 m e 0,45 m em relação ao piso e a 0,46 m
com o assento como mostra a figura 75, porém quando se tratar de bacia infantil essa altura
deverá ser de 0,36 m. A norma estabelece ainda que não pode haver abertura frontal nas
bacias sanitárias.
“Recomenda-se que nos conjuntos de sanitários seja instalada uma bacia infantil para
uso de pessoas com baixa estatura e de crianças”. (NBR9050, 2015, p. 85).
68

Figura 75 – Altura da bacia – Vista lateral

Fonte: NBR 9050 (2015)

Das sugestões de bacias sanitárias que a norma trata este trabalho se aterá a bacias
sanitárias com parede lateral, mais especificamente a bacia convencional com barras de
apoio ao fundo e a 90° na parede lateral. Tratam-se de bacias que possuem uma barra reta
presa ao fundo e outra ao lado, ambas na horizontal, e uma barra reta presa na vertical, cujas
dimensões estão explicitadas na figura 76 e na tabela 5. (NBR 9050, 2015, p.92).
Junto à bacia sanitária, quando houver parede lateral, devem ser instaladas barras
para apoio e transferência. Uma barra reta horizontal com comprimento mínimo de
0,80 m, posicionada horizontalmente, a 0,75 m de altura do piso acabado (medidos
pelos eixos de fixação) a uma distância de 0,40 m entre o eixo da bacia e a face da
barra e deve estar posicionada a uma distância de 0,50 m da borda frontal da bacia.
Também deve ser instalada uma barra reta com comprimento mínimo de 0,70 m,
posicionada verticalmente, a 0,10 m acima da barra horizontal e 0,30 m da borda
frontal da bacia sanitária NBR9050(2015, p. 91).
69

Figura 76 – Bacia convencional com barras de apoio ao fundo e a 90° na parede lateral

Fonte: NBR 9050 (2015)

Tabela 5 – Legenda da bacia convencional com barras de apoio ao fundo e a 90° na parede lateral

Fonte: NBR 9050 (2015)


70

No tocante a válvula de descarga a NBR 9050 (2015, P. 98) estabelece que ela deva
estar a 1,00 m do piso no máximo como destaca a figura 77.

Figura 77 – Altura máxima de acionamento da válvula de descarga

Fonte: NBR 9050 (2015)

Com relação às barras de apoio de lavatórios, estas devem estar dos dois lados como
mostra a figura 78 e devem possuir as seguintes características:
Ter um espaçamento entre a barra e a parede ou de qualquer outro objeto de no
mínimo 0,04 m, para ser utilizada com conforto; ser instaladas até no máximo 0,20
m, medido da borda frontal do lavatório até o eixo da barra para permitir o alcance;
garantir o alcance manual da torneira de no máximo 0,50 m, medido da borda
frontal do lavatório até o eixo da torneira; as barras horizontais devem ser
instaladas a uma altura 0,78 m a 0,80 m, medido a partir do piso acabado até a face
superior da barra, acompanhando a altura do lavatório; as barras verticais devem ser
instaladas a uma altura de 0,90 m do piso e com comprimento mínimo de 0,40 m,
garantindo a condição da alínea; ter uma distância máxima de 0,50 m do eixo
do lavatório ou cuba até o eixo da barra vertical instalada na parede lateral
ou na parede de fundo para garantir o alcance. (NBR 9050, 2015, p.99).
71

Figura 78 – Barra de apoio no lavatório – Vista lateral

Fonte: NBR 9050 (2015)

No que se refere a espelhos a NBR 9050 (9050, 2015, p. 105) recomenda que tenha a
parte inferior a 0,50 m e a superior a 1,80 m de altura em paredes sem pia e altura inferior
máxima de 0,90 m e superior de 1,80 m quando tiver pia conforme figura 79.

Figura 79 – Altura de instalação do espelho – Vista lateral

Fonte: NBR 9050 (2015)


72

Com relação às papeleiras a NBR 9050 (2015, p. 106) cita dois tipos, as embutidas e de
sobrepor.
As papeleiras embutidas que devem estar a 0,55 m do piso e a 0,20 m da borda frontal
da bacia, conforme a figura 80. (NBR 9050, 2015, p. 106).

Figura 80 – Localização da papeleira embutida – Vista lateral

Fonte: NBR 9050 (2015)

As papeleiras de sobrepor que devem estar a 1,00 m do piso e alinhamento com a parte
frontal da bacia como mostram as figuras 81 e 82. (NBR 9050, 2015, p. 106).

Figura 81 – Localização da papeleira de sobrepor (rolo) – Vista lateral

Fonte: NBR 9050 (2015)


73

Figura 82 – Localização da papeleira de sobrepor (interfolhado) – Vista lateral

Fonte: NBR 9050 (2015)

A NBR 9050 (2015, p. 105, 106) trata ainda de acessórios que devem ser instalados
nesses sanitários, como porta-objetos que deve ser posicionado junto ao lavatório e à bacia
sanitária, entre 0,80 m e 1,20 m de altura e com profundidade de no 0,25 m no máximo,
cabide que deve estar também próximo de lavatórios e bacias sanitárias entre 0,80 m e 1,20
m de altura, além de saboneteiras e toalheiros como ilustra a figura 83.

Figura 83 – Faixa de alcance de acessórios junto ao lavatório – Vista frontal

Fonte: NBR 9050 (2015)


74

De acordo com a NBR 9050 (2015, p. 89), no que se refere às barras de apoio, estas
devem ter diâmetro entre 30 mm e 40 mm e ter sua face interna a no mínimo 40 mm da
parede e a externa a no máximo 110 mm como mostra a figura 84.

Figura 84 – Dimensões das barras de apoio

Fonte: NBR 9050 (2015)


75

4.6.2 Sanitários conforme projeto

A figura 85 destaca as portas de entrada dos sanitários acessíveis masculinos e femininos


que apresentam largura de 1,00 m, proteção da porta a 0,40 m do piso como citado
anteriormente, maçaneta a uma altura de 1,10 m, puxador horizontal a 0,90 m do piso e com
comprimento de 0,40 m, símbolo de sanitário masculino acessível e sanitário feminino
acessível respectivamente, além de sinalização em Braille e alarme na parte superior da
porta com símbolo internacional de acesso.

Figura 85 - Entrada dos sanitários acessíveis masculinos e femininos

Fonte: O AUTOR (2017)

Já a figura 86 traz o acréscimo da identificação de sanitário infantil acima do símbolo de


sanitário acessível.

Figura 86 - Entrada dos sanitários masculinos e femininos infantis

Fonte: O AUTOR (2017)


76

A figura 87 abaixo apresenta as dimensões da bacia sanitária e seus acessórios,


especificando uma altura de 0,46 m do piso a tampa da bacia, barras horizontais atrás e ao
lado da bacia com 0,80 m de comprimento e instaladas a 0,75 m do piso, válvula de
descarga fixada a 0,90 m de altura, papeleira de sobrepor a altura de 1,00 m, barra fixa na
vertical com 0,70 m de comprimento instalada a uma distância de 0,10 m em relação a barra
horizontal lateral e ainda botão de acionamento de alarme a 0,40 m do piso.

Figura 87 - Bacia sanitária e acessórios

Fonte: O AUTOR (2017)

A figura 88 mostra a bacia sanitária infantil com altura de 0,36 m do piso a tampa,
0,60m em relação às barras horizontais, 0,65 m da válvula ao piso e 0,75 m com relação a
papeleira, as demais dimensões estão conforme a figura anterior.

Figura 88 - Bacia sanitária infantil

Fonte: O AUTOR (2017)


77

Na figura 89 podemos observar o lavatório com sua borda superior a 0,80 m de altura e a
inferior a 0,57 m e ainda a distância da torneira até a borda frontal de 0,30 m. A figura
mostra ainda a saboneteira a 1,00 m do piso, o botão de acionamento de alarme a 0,40 m, o
toalheiro a 1,20 m, além do porta-objetos e o cabide a 1,15 m do piso.

Figura 89 - Lavatório e acessórios

Fonte: O AUTOR (2017)

A figura 90 mostra as barras de apoio, uma à esquerda a uma altura de 0,90 m e com
0,40 m de comprimento, e uma barra dupla à direita a 0,65 m e 0,80 m de altura
respectivamente.

Figura 90 - Barras de apoio do lavatório

Fonte: O AUTOR (2017)


78

A figura 91 traz a altura inferior do espelho que é de 0,90 m e a superior de 1,80 m.

Figura 91 - Espelho do lavatório

Fonte: O AUTOR (2017)

Na figura 92 pode-se observar a vista superior interna do sanitário com a bacia sanitária
e suas barras de apoio, válvula de descarga, papeleiro, e ainda o lavatório com as barras de
apoio, saboneteira, espelho, toalheiro e porta-objetos. É possível também visualizar a porta
de saída e os botões de acionamento de alarme instalados próximo à bacia, ao lavatório e à
porta.

Figura 92 - Vista superior do interior do sanitário

Fonte: O AUTOR (2017)


79

4.7 Salas de aula

4.7.1 Salas de aula conforme referencial teórico

Dischinger, Ely e Borges (2009) trazem contribuições importantes no que se refere às


salas de aula, trazendo como sugestões, o contraste de cores entre pisos e paredes e
também entre os quadros e as paredes onde eles estão instalados, estes quadros devem
ainda estar a uma altura acessível às crianças. A NBR 9050 (2015, p. 136) estabelece que
a parte inferior do quadro esteja a uma altura de no máximo 0,90 m em relação ao piso,
tendo ainda a garantia de uma área de manobra para cadeiras de rodas e de aproximação
pela lateral.

4.7.2 Salas de aula conforme projeto

Na figura 93 pode-se observar o contraste de cores do quadro com sua borda e com a
parede onde ele está fixado, e ainda o contraste desta com as outras paredes e com a porta.
A figura mostra ainda que a base inferior do quadro está a 0,80 m do piso, nas dimensões de
3,10 m por 1,50m e que não há nenhum obstáculo que impeça a manobra de cadeiras de
rodas.

Figura 93 - Quadro

Fonte: O AUTOR (2017)


80

A figura 94 mostra o contraste de cores entre as paredes, rodapés e o piso.

Figura 94 - Sala de aula

Fonte: O AUTOR (2017)

4.8 Estacionamento

4.8.1 Estacionamento conforme referencial teórico

As vagas distribuídas no estacionamento devem possuir largura mínima de 3,66m


conforme a Lei 7405 (Brasil, 1985).
Segundo o Decreto n° 5.296 (BRASIL, 2004), "nos estacionamentos externos ou
internos das edificações de uso público ou de uso coletivo, serão reservados, pelo menos,
2% das vagas para veículos que transportem pessoa com deficiência física ou visual”.
A NBR 9050 (2015, p. 83) determina que o estacionamento tenha faixa de circulação
para os pedestres com largura mínima de 1,20 m permitindo um trajeto seguro até o destino
desejado.
Deve existir tanto na vertical, em placas quanto na horizontal com demarcação no piso,
o símbolo internacional de acesso. No caso das placas, sua borda inferior deve estar a uma
altura entre 2,10 m e 2,50 m do piso. (NBR 9050, 2015, p. 52).
Afigura 95 abaixo descreve a placa de sinalização de estacionamento para pessoas com
deficiência.
81

Figura 95 – Sinalização de estacionamento para pessoas com deficiência

Fonte: NBR 9050 (2015)

Com relação às vagas para pessoas com deficiência, elas devem ter largura mínima de
2,20 m e marca de canalização de no mínimo 1,20 m como pode ser observado na figura 96.

Figura 96 – Sinalização de estacionamento para pessoa com deficiência

Fonte: COMPANHIA DE ENGENHARIA DE TRÁFEGO (2016)


82

4.8.2 Estacionamento conforme projeto

A figura 97.a apresenta a disposição de quatro vagas reservadas para pessoas portadoras
de deficiência identificadas através do símbolo internacional de acesso e da marca de
canalização pintados no piso e da placa de sinalização de estacionamento para pessoas com
deficiência. A figura 97.b aborda a altura da borda inferior da placa que é de 2,10 m a partir
do piso e as dimensões da placa que é de 0,50 m por 0,70 m.

Figura 97 - Disposição de vagas para portadores de deficiência e placa de sinalização

Fonte: O AUTOR (2017)

Na figura 98 podemos observar que as vagas reservadas para pessoas com deficiência
estão próximas à rampa de acesso a porta da escola e que possuem uma calçada a partir do
estacionamento de 2,00 m de largura e munida de sinalização tátil em cor contrastante se
dirigindo até a rampa e a outros pontos da escola. A figura destaca ainda a colocação de
sinalização tátil de alerta fixada junto ao início da rampa.
83

Figura 98 - Acesso do estacionamento à rampa de entrada do prédio

Fonte: O AUTOR (2017)

A figura 99 mostra a rampa que sai do estacionamento com dois lances de 7,56 m de
comprimento cada e um patamar intermediário de 1,20 de comprimento que foi uma opção
a fim trazer mais conforto aos usuários, entretanto a essa distância este patamar não se faz
necessário e um patamar final de 1,20 m de comprimento. A figura destaca ainda a
sinalização tátil de alerta fixada a 0,25 m do fim da rampa.

Figura 99 - Rampa de entrada

Fonte: O AUTOR (2017)


84

A figura 100 mostra a largura da rampa que é de 2,00 m e a inclinação adotada de


8,33%, como o vão a ser vencido é de 1,26 m de altura, o comprimento total da rampa
obtido pela fórmula do percentual de inclinação será de 15,13 m, considerando que existe
um patamar intermediário, teremos dois lances de 7,56 m, isto pode ser observado na
aplicação de fórmula abaixo. A figura mostra ainda o corrimão duplo um a 0,70 m e outro a
0,92 do piso. O outro lado onde está localizado o pátio também possui uma rampa com as
mesmas características.

8,33 C = 15,13 logo temos 2 lances de 7,56 m

Figura 100 - Largura, inclinação e corrimão da rampa de entrada.

Fonte: O AUTOR (2017)


85

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A acessibilidade tem como função principal incluir as pessoas portadoras de algum tipo
deficiência ou mobilidade reduzida nas mais diversas áreas da sociedade, e, portanto, ela
pode ser uma das grandes armas na busca de se permitir um maior acesso à educação por
parte dessas pessoas. Foram apresentados neste trabalho alguns pontos principais que devem
ser levados em conta na busca de se tornar a vida desse público mais fácil, entretanto
existem muitas outras medidas que podem ser buscadas a fim de contribuir neste desafio.
86

6 CONCLUSÃO

Através das pesquisas realizadas quanto à relação entre a necessidade de deficientes


físicos e de pessoas com mobilidade reduzida e o acesso às escolas, percebeu-se que há uma
distância muito elevada entre o que as escolas conseguem oferecer e o que realmente eles
precisam.
Este trabalho visou trazer uma contribuição com relação ao que pode ser feito nas
escolas com relação ao tema proposto, visando apontar soluções que garantam o ingresso de
forma segura, autônoma e confortável às instalações da escola, apontando soluções desde o
entorno da escola, passando pelo pátio, estacionamento, recepção, corredores, sanitários e
salas de aula, apresentando com base em um estudo das normas, livros e leis pertinentes um
modelo de escola acessível.
87

7 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS

Podem ser trazidas maiores contribuições a partir deste projeto, a saber:

 Justificar o porquê do uso de cada elemento destinado a promover a acessibilidade;


 Avaliação do custo referente à implementação deste empreendimento, bem como, a
realização de pesquisas de materiais que barateiem o custo total da obra, já que se trata de
um projeto de elevado custo;
 Realizar uma abordagem maior no que se refere à colocação de um mobiliário que
atenda as condições de acessibilidade necessárias aos portadores de deficiência e
mobilidade reduzida;
 Dimensionamento de toda parte estrutural, fundações, vigas, pilares, escadas e
reservatórios;
 Dimensionamento de instalações em geral, elétrica, hidro sanitária e de ar
condicionado;
 Além da acessibilidade, foco deste projeto, pode-se ainda elaborar um trabalho que
vise tornar o empreendimento sustentável, investindo-se na colocação de painéis solares,
implementação de medidas de reaproveitamento de água, entre outros, objetivando-se assim
ter uma escola acessível e sustentável.
88

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL, F. O. M.; FONSECA, F. B.; SOUZA, M. A. Acessibilidade para uma cidade


melhor. 1 ed. Palmas – Tocantins: Instituto de Arquitetos do Brasil – To, 2008.38p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a


edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16537: Acessibilidade


- Sinalização tátil no piso - Diretrizes para elaboração de projetos e instalação. Rio de
Janeiro: ABNT, 2016.

BRASIL. Constituição (1988). Emenda constitucional no 9, de 9 de novembro de 1995. Lex:


legislação federal e marginalia, São Paulo, v. 59, p. 1966, out./dez. 1995.

BRASIL. Lei n° 7.405, de 12 de novembro de 1985. Torna obrigatória a colocação do


“Símbolo Internacional de Acesso” em todos os locais e serviços que permitam sua
utilização por pessoas portadoras de deficiência e dá outras providências. Lex: coletânea de
legislação: edição federal, Brasília, 1985. Suplemento.

BRASIL. Decreto n° 5.296, de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos 10.048,


de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, e dá outras providências. Lex: coletânea de legislação: edição federal, Brasília,
2004. Suplemento.

COMPANHIA DE ENGENHARIA DE TRÁFEGO. Manual de sinalização urbana. 10.


ed., 2016. 59 p.
89

DISCHINGER, Marta; ELY, V. H. M. B.; BORGES, M. M. F. C. Manual de


Acessibilidade Espacial para Escolas.1 ed. Brasília: Secretaria de Educação Especial,
agosto de 2009. 120 p.

PERFIL dos municípios brasileiros 2012. Rio de Janeiro: IBGE, 2013. Acima do título:
Pesquisa de Informações Básicas Municipais. Disponível em: <
ftp://ftp.ibge.gov.br/Perfil_Municipios/2012/munic2012.pdf >. Acesso em: out. 2017.

SECRETARIA MUNICIPAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA E MOBILIDADE


REDUZIDA. Manual de instruções técnicas de acessibilidade para apoio ao projeto
arquitetônico. 1. ed. São Paulo, 2004. 114 p.

SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO E MEIO AMBIENTE.


Cartilha de Acessibilidade. 1. ed. Uberlândia, 2008. 43 p.

Você também pode gostar