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COMO UTILIZAR ESSA APOSTILA?

E aí, galera da TopInvest, tudo beleza? Eu sou o Kléber Stumpf e quero


te agradecer por baixar a Apostila CNPI-CG da TopInvest! Nós a cria-
mos para deixar seu estudo muito mais fácil, didático e interativo.

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gratuitas para auxiliar o seu estudo.

Você pode, e deve, utilizar essa playlist como complemento à apostila.


E não se esqueça de inscrever-se no canal para ter acesso aos novos
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tuitos para certificações do Brasil, os Simulados TopInvest.

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cimentos, e se precisar, revise o conteúdo que você não acertou.

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Apostila CNPI - cG
sumário
MÓDULO 0
CONHECENDO A PROVA 11

MÓDULO 1 - ANÁLISE DE AÇÕES E FINANÇAS CORPORATIVAS


SUBMÓDULO I: MODELOS DE AVALIAÇÃO DE AÇÕES 13
MODELO DE DIVIDENDO DESCONTADO. 14
MODELO DE CRESCIMENTO CONSTANTE (MODELO DE GORDON) 14
MODELO DE CRESCIMENTO DE 2 E 3 ESTÁGIOS 15
DEFINIÇÃO DE FLUXO DE CAIXA DA FIRMA E FLUXO DE CAIXA DO ACIONISTA 18
DEFINIÇÃO DE LUCRO BRUTO, LUCRO OPERACIONAL, LAIR, EBITDA, EBIT 19
AVALIAÇÃO POR MÚLTIPLOS 20
MÚLTIPLO PREÇO/LUCRO. DA FIRMA E DO ACIONISTA 20
MÚLTIPLO PREÇO/VALOR PATRIMONIAL 21
MÚLTIPLO PREÇO/VENDAS 22
MÚLTIPLO VALOR DA FIRMA/EBITDA 22
TAXA DE RETORNO DO ACIONISTA: UTILIZAÇÃO DO MODELO CAPM, PRÊMIO DE
RISCO, PRÊMIO DE MERCADO, BETAS ALAVANCADO E DESALAVANCADO 23
CUSTO MÉDIO PONDERADO DO CAPITAL (WACC) 27
BENEFÍCIO FISCAL E EFEITO DA ALAVANCAGEM 28
CRESCIMENTO DO FLUXO DE CAIXA: ROA E ROC 29
MODELOS DE FLUXO DE CAIXA DESCONTADO: UTILIZAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
DA FIRMA E DO FLUXO DE CAIXA DO ACIONISTA 30
EVA, MVA E CFROI 32

SUBMÓDULO II - ANÁLISE DE OPERAÇÕES DA EMPRESA 34


ANÁLISE DO DEMONSTRATIVO DE RESULTADO 34
ANÁLISE DO ATIVO E PASSIVO 39
ANÁLISE HORIZONTAL 41
ANÁLISE VERTICAL 42

SUBMÓDULO III - ANÁLISE SETORIAL 43


CURVA DE DEMANDA. 44
ELASTICIDADE-PREÇO E ELASTICIDADE-RENDA. 44
RETORNO DE ESCALA, CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS, CUSTO MARGINAL 47
OFERTA DE CURTO E LONGO PRAZOS. 48
CONCORRÊNCIA PERFEITA, MONOPÓLIO E OLIGOPÓLIOS. 49
Apostila CNPI - cG
sumário
DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS E COALIZÃO. 51
FUSÕES E AQUISIÇÕES.. 52
REGULAÇÃO DE MERCADOS E LEGISLAÇÃO ANTITRUSTE. CADE.. 52

SUBMÓDULO IV - FUNDAMENTOS DE FINANÇAS CORPORATIVAS 53


OBJETIVOS DAS FINANÇAS CORPORATIVAS . 53
MAXIMIZAÇÃO DO VALOR PARA OS ACIONISTAS. 54
GOVERNANÇA CORPORATIVA. 54
ADMINISTRADORES VERSUS PROPRIETÁRIOS . 56
CONTROLE DA FIRMA. 57
FINANÇAS E OS OBJETIVOS DA EMPRESA 57
O PAPEL DO GESTOR FINANCEIRO 58
PRINCÍPIOS DO CÁLCULO DO VALOR 59
O QUE É VALOR? 59
O PROCESSO DE CÁLCULO DO VALOR. 59
CRIAÇÃO DE VALOR PARA OS ACIONISTAS. 63
FLUXO DE CAIXA DESCONTADO 63
O QUE É FLUXO DE CAIXA? 65
VALORES DE ENCERRAMENTO DO FLUXO DE CAIXA. 66
ORÇAMENTO DE CAPITAL 66
CRITÉRIOS DE DECISÃO DE INVESTIMENTOS. 67
REGRAS DE PAYBACK.. 67
MÉTODO DE PAYBACK DESCONTADO. 68
TAXA INTERNA DE RETORNO - TIR. 70
VALOR PRESENTE LÍQUIDO - VPL.. 72
CUSTO DE CAPITAL.. 75
CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO. 75
CUSTO DE CAPITAL DE TERCEIROS. 76
CUSTO DE CAPITAL MÉDIO PONDERADO - WACC.. 76
CUSTO DE CAPITAL APÓS IMPOSTOS... 78
MODELO DE PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS - CAPM.. 79
MEDINDO O BETA. 80
EQUIVALENTES DE CERTEZA... 80
TAXA LIVRE DE RISCO 81
TAXAS DE DESCONTO AJUSTADAS AO RISCO. 81
LINHA DO MERCADO DE CAPITAIS - CML 81
Apostila CNPI - cG
sumário
LINHA DO MERCADO DE TÍTULOS 83

SUBMÓDULO V - DECISÕES DE FINANCIAMENTO A LONGO PRAZO 84


ORÇAMENTO PERIÓDICO. . 85
DECISÕES COM BASE EM PROJETOS. 85
AVALIAÇÃO DE PROJETOS 86
MÉTODO PARA HIERARQUIZAÇÃO DE PROPOSTAS DE INVESTIMENTOS. 86
RACIONAMENTO DE CAPITAL. 87
ARMADILHAS MAIS COMUNS (EX. CUSTO AFUNDADO, DEPRECIAÇÃO). 88

SUBMÓDULO VI - DECISÃO FINANCEIRA A CURTO PRAZO 89


FINANCIAMENTO A CURTO PRAZO . 89
FINANCIAMENTO CORRENTE 89
NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO 89
COMPONENTES DO CAPITAL DE GIRO 90
RECURSOS DO FINANCIAMENTO A CURTO PRAZO. 91
MODELOS DE PLANEJAMENTO DO FINANCIAMENTO A CURTO PRAZO. 92
GESTÃO DO CAIXA 92
GESTÃO DO CRÉDITO. 93
INSTRUMENTOS DE CRÉDITO COMERCIAL. 94
DECISÕES DE CRÉDITO. 94
MODELO DO BALANCEAMENTO DE METAS DO CAIXA. 94
CICLO DE CONVERSÃO EM CAIXA. 95
INVESTINDO O CAIXA OCIOSO. 95
TOMANDO DINHEIRO E EMPRESTANDO A CURTO PRAZO 97
EMPRESTANDO A CURTO PRAZO.. 97
EMPRÉSTIMOS COM E SEM GARANTIAS. 98
Apostila CNPI - cG
sumário
SUBMÓDULO VII: ESTRUTURA DE CAPITAL E POLÍTICA DE DIVIDENDOS 98
A ALAVANCAGEM E O VALOR DA EMPRESA 98
A TEORIA DE MODIGLIANI-MILLER. 101
O TEOREMA DA IRRELEVÂNCIA. 103
CUSTOS DE TRANSAÇÃO E A ESTRUTURA DE CAPITAL. 103
O MODELO DE CUSTO DA FALÊNCIA. 105
O MODELO DO CUSTO COM GESTÃO PROFISSIONAL. 106
A POLÍTICA DE DIVIDENDOS 106
TIPOS DE DIVIDENDOS (DIVIDENDOS EM CAIXA, DIVIDENDOS EM AÇÕES E
SPLITS). 106
RECOMPRA DE AÇÕES. 107
A POLÍTICA DE DIVIDENDOS E O MERCADO LOCAL 109

SUBMÓDULO VIII - FUSÕES E AQUISIÇÕES 109


TÓPICOS SOBRE VALUATION 109
VALUATION APLICADA. 110
FORMAS DE AQUISIÇÃO 112
TAKE-OVERS. 113
AQUISIÇÕES AUTORIZADAS. 113
‘CREEPING TAKE-OVERS”. 114
DIREITOS MINORITÁRIOS. 114
ESTRATÉGIAS PARA O COMPRADOR 115
AGRESSIVA OU NEGOCIADA. 116
ESTRATÉGIAS DEFENSIVAS. 117
ESTRATÉGIAS PRÓ-ATIVAS A LONGO PRAZO.. 118

SUBMÓDULO IX - FINANÇAS CORPORATIVAS INTERNACIONAIS 119


ORÇAMENTO DE CAPITAL INTERNACIONAL PARA A EMPRESA MULTINACIONAL 119
AVALIAÇÃO DE PROJETOS ESTRANGEIROS. 120
ANÁLISE DE RISCO POLÍTICO. 121
GESTÃO DE RISCO DO CAPITAL ESTRANGEIRO. 121
AVALIAÇÃO DO PROJETO. 123
AVALIAÇÃO DO EMPRESTADOR.. 124
FINANCIAMENTO SINDICALIZADO. 124
Apostila CNPI - cG
sumário
MÓDULO 1I - CONTABILIDADE FINANCEIRA E ANÁLISE DE RELATÓRIOS
FINANCEIROS 126
SUBMÓDULO X - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (FINANCIAL STATEMENTS) 127

SUBMÓDULO XI - ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS (FINANCIAL REPORTING


ISSUES) 132

SUBMÓDULO XII - ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA 135

SUBMÓDULO XIII- DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA 136

SUBMÓDULO XIV - ATIVOS, PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 138


ATIVOS. 138
IMOBILIZADO. 139
INTANGÍVEIS. 140
INVESTIMENTOS EM COLIGADA, CONTROLADA E EMPREENDIMENTO
CONTROLADO EM CONJUNTO. 140
ESTOQUES. 141
RECUPERABILIDADE DE ATIVOS (IMPAIRMENT OF ASSETS).. 143
PASSIVO. 143

SUBMÓDULO XV - CONVERSÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM MOEDA


ESTRANGEIRA 145

SUBMÓDULO XVI - RELATÓRIOS CONTÁBEIS E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES


CONTÁBEIS 145
LUCRO VS FLUXO DE CAIXA.. 146
QUALIDADE DOS LUCROS, GERENCIAMENTO DO RESULTADO. 146
POLÍTICAS CONTÁBEIS, ESTIMATIVAS CONTÁBEIS E ERROS. 147
LUCRO POR AÇÃO. 148

SUBMÓDULO XVII - INSTRUMENTOS ANALÍTICOS PARA ESTIMAR RETORNOS E


RISCOS 148
RETORNO SOBRE ATIVOS (ROA). 148
RETORNO SOBRE CAPITAL EMPREGADO (ROCE).. 149
Apostila CNPI - cG
sumário
ANÁLISE DE RISCO NO CURTO E LONGO PRAZO. 149

SUBMÓDULO XVIII - QUESTÕES ASG NA ANÁLISE FUNDAMENTALISTA 150


Módulo 0
conhecendo a prova
Este módulo foi criado e dedicado especialmente para
você poder conhecer basicamente como a prova CNPI
funciona e conhecer algumas técnicas de estudos.
CONHECENDO A PROVA
O Programa de Certificação da Apimec é um programa de qualificação para profissionais
de investimentos orientados para os mercados financeiro e de capitais no Brasil. De uma
maneira geral, os participantes deste programa possuem, ou pretendem desenvolver,
experiência profissional nas seguintes áreas:

⯀ Administração de Recursos
⯀ Consultoria
⯀ Análise e Pesquisa Financeira
⯀ Investment Banking
⯀ Finanças Corporativas
⯀ Administração de Riquezas
⯀ Relações com Investidores
⯀ Vendas e Operações nos Mercados Financeiros e de Capitais

Os exames são oferecidos pela Apimec, em geral em tempo contínuo, e são realizados nos
Centros de Testes da FGV distribuídos em praticamente todo território nacional.

A certificação está dividida em três categorias: CNPI para o analista fundamentalista,


CNPI-T para o analista técnico e CNPI-P para o analista pleno (fundamentalista e técnico).

Para obtenção da certificação o profissional deve ser aprovado nos seguintes exames:

CB - Conteúdo Brasileiro - fase comum para o


analista fundamentalista, técnico e pleno.
Uma prova de duas horas de duração com 60 questões de múltipla escolha contendo
as seguintes matérias: Sistema Financeiro Nacional, Mercado de Capitais, Mercado de
Renda Fixa, Mercado de Derivativos, Conceitos Econômicos, Conduta e Relacionamento,
Governança Corporativa, Relações com Investidores e Sustentabilidade.

CG1 - Conteúdo Global 1 - fase para o analista fundamentalista.


Uma prova de duas horas de duração com 60 questões de múltipla escolha contendo as
seguintes matérias:

⯀ Análise e Avaliação de Ações e Finanças Corporativas: 30 questões;


⯀ Contabilidade Financeira e Análise de Relatórios Financeiros: 30 questões

11
CT1 - Conteúdo Técnico 1 - fase para o analista técnico.
Uma prova de duas horas de duração com 60 questões de múltipla escolha contendo
as seguintes matérias: Fundamentos da Análise Técnica; Teoria de Dow, Conceito de
Tendência, Figuras Gráficas, Teoria das Ondas de Elliott, Padrões Candlestick; Indicadores,
Gerenciamento de Risco, Estratégias Operacionais e Trading Systems..

⯀ O profissional aprovado no CB e CG1 será certificado com o CNPI (recomendações


através de relatórios de análise fundamentalista).
⯀ O profissional aprovado no CB e CT1 será certificado com o CNPI-T (recomendações
através de relatórios de análise gráfica).
⯀ O profissional aprovado no CB, no CG1 e no CT1 será certificado com o CNPI-P (reco-
mendações através de relatórios de análise fundamentalista e/ou gráfica.

O candidato poderá se inscrever separadamente em qualquer dos exames pelo site www.
fgv.br/certapimec. O candidato terá o prazo de 12 (doze) meses, contados da data da reali-
zação do primeiro exame em que foi aprovado, para ser aprovado no outro exame. A perda
deste prazo implicará em nova inscrição e aprovação nos exames. Os exames poderão ser
agendados em diferentes datas.

12
Módulo 1
Análise de Ações e
Finanças Corporativas
SUBMÓDULO I - MODELOS DE AVALIAÇÃO DE AÇÕES

MODELO DE DIVIDENDOS DESCONTADO


Começamos esse módulo com um conteúdo resumido e inicial, dentro das teorias, para
que possamos progredir ao longo do curso.

O MDD, assim conhecido, é um modelo matemático que calcula o valor presente de todos
esses dividendos que serão pagos, determinando qual deverá ser o valor justo do ativo.

Falamos do método quantitativo de precificação de ações, atribui-se que o preço certo de


ativo é montante de todos os pagamento futuros de dividendos trazidos a valor presente.

Basicamente, ele trará todos os valores creditados recebíveis para o valor presente, para
que possamos analisar o valor do ativo a partir disso.

MODELO DE CRESCIMENTO CONSTANTES (GORDON)


Também conhecido como o modelo de Gordon, nós o temos como um indicador útil para
o crescimento constante. O modelo de crescimento constante tem como princípios que
os dividendos:

São pagos infinitamente (N tende ao infinito);

Apresentam uma taxa de crescimento contínuo.

O modelo de Gordon aceita um crescimento contínuo, uma perpetuidade, tendendo


sempre ao infinito.

Fórmula:

Onde:

14
p: preço

D0: dividendo anual da ação no momento atual

r: taxa de retorno requerida

g: taxa de crescimento dos dividendos

Normalmente, utilizamos essa modalidade de fórmula para esse cálculo, levando em conta
os coeficientes acima. É uma fórmula e um modelo matemático tranquilo de se aprender
para chegar a um resultado.

MODELO DE CRESCIMENTO DE 2 E 3 ESTÁGIOS


Modelo de crescimento de dois e três estágios- lembrando que isso é matéria do edital,
portanto, pode cair na prova de vocês.

O modelo de crescimento de dois e três estágios é usado para mensurar o valor presente
de empresas que contêm mais do que uma fase de crescimento. E o que é uma fase de
crescimento? Eu gosto de mostrar isso através de gráficos, porque fica mais fácil para
que todo mundo consiga compreender. Se a gente parar para pensar, uma empresa tem
estágios do seu crescimento: ela inicia lá do ponto zero, onde o seu tempo e a relação
com o faturamento estão aqui no ponto zero, porque ela acabou de nascer. E conforme
vai passando o tempo, essa empresa vai crescendo, crescendo, crescendo... até chegar
num ponto que seja talvez o ponto ápice da sua curva de crescimento ou seja o momento
que ela vai sofrer, por uma situação macroeconômica, uma queda no seu crescimento e
depois volte a crescer.

O que é o modelo de crescimento de dois e três estágios? É o modelo que vai poder calcular
estes valores de fase de crescimento que a empresa tem pelo tempo em que ela existir.

Ao longo do ciclo de vida de uma empresa, ela apresenta diversos níveis de crescimento
- ela pode estar aqui no nível um, nível dois, nível três, e assim sucessivamente – na fase
inicial ela apresenta um crescimento alto, seguido por um crescimento médio. Então aqui
podemos considerar como sendo toda a fase inicial, onde ela está com um crescimento
alto. Ela seguiu com um crescimento médio (pode ser chamada de média da nossa pri-
meira curva). Então ele teve um crescimento médio, e depois ele teve um crescimento
alto. E por fim, em sua fase final, ela pode ter o crescimento da perpetuidade, lembram
da aula anterior, em que a gente falou um pouquinho sobre perpetuidade? Perpetuidade
tem uma ideia de constância, certo, galerinha? Então aqui, passou essa outra fase, ela vai

15
aqui seguir agora pela perpetuidade, para uma fase de crescimento.

Falaremos agora só sobre o modelo de crescimento de dois estágios pois possui uma fórmula
matemática e depois temos o modelo de crescimento de três estágios. Aqui consideramos,
no modelo de crescimento de dois estágios, empresas de porte médio que estão em fase
intermediária de crescimento, ou seja, não está nem crescendo a todo vapor nem está a
baixo nível de crescimento, portanto não está crescendo. Aqui nós temos uma fórmula,
que a gente chama de “Valor presente de uma anuidade crescente + Perpetuidade (após
anuidade)”. Agora vamos dar uma olhadinha na fórmula que vai ficar mais fácil de vocês
compreenderem

De cara, a fórmula não é bonita. Mas calma, não é algo que a gente fala: “Meu Deus, que
coisa difícil”. É o que sempre falamos quando analisamos uma fórmula, tem que ir devagar,
que a vamos conseguindo entender.

Sendo:

VP: Valor Crescente

É uma fórmula que traz a valor presente todos os estágios e níveis de crescimento desta
empresa, o VP então é o “Valor Presente” que é o que estamos tentando descobrir aqui

FC: Fluxo de Caixa

Então tudo onde vemos “Fluxo de Caixa”, os fluxos de caixa estão aqui

g: Crescimento

r: Taxa de desconto

Ou seja, aqueles valores que serão pagos de acordo com o número de períodos que tem

n: período

rp: Taxa de Desconto na perpetuidade

tendendo àquele valor constante de desconto na perpetuidade

16
gp: Crescimento na perpetuidade

A fórmula vai ser igual ao Valor presente de uma anuidade crescente + Perpetuidade após
anuidade.

Veja se aqui não está presente o valor deste fluxo de caixa mais a Perpetuidade, ou seja,
aquilo que vai acontecer de forma constante no passar do tempo, sendo que aqui nós
estamos trazendo de volta todos estes valores aqui a Valor Presente. Este é o Modelo de
crescimento de dois estágios.

MODELO DE CRESCIMENTO DE 3 ESTÁGIOS


Aqui se considera empresas de pequeno porte que estão em fase de crescimento alto.
Futuramente, para crescimento intermediário e somente depois entrarão na perpetuidade.

Aqui você vai ter três estágios na sua fórmula: o Valor presente de uma anuidade crescente
(igual no de 2 estágios) + Segunda Anuidade crescente (após a primeira) + Perpetuidade
(após as duas primeiras anuidades). Então nós vamos ter três módulos para se entender.

E qual é a principal diferenciação na hora do modelo matemático do de 2 e de 3 estágios?


Esta parte aqui, chamada de “i”, que é onde acontecem tanto o Crescimento como a Taxa
de desconto quanto o Período de retorno intermediários. E onde é mostrado? Em todos
os “i’s”, todos eles são intermediários.

Aqui a gente ainda consegue fechar, faturar e enxergar três estágios distintos, primeiro,
segundo e terceiro estágio na nossa fórmula. Galera, queria chamar a atenção de vocês
- isso aqui para cair na prova é um pouco mais complicado, não acredito que vá cair mui-
tas questões disso na prova de vocês, mas se cair, imagine o tamanho de uma questão
dessa pra botar todos esses fatores dentro de um problema – saber a diferença entre os
dois estágios e os três estágios (na questão do nível intermediário para depois passar para
perpetuidade).

A finalidade de analisar um modelo de crescimento é a de entender o Valor Presente de

17
uma empresa que contenha o número de fases de crescimento desta empresa.

DEFINIÇÃO DE FLUXO DE CAIXA DA FIRMA


E FLUXO DE CAIXA DO ACIONISTA
Antes de mais nada, precisamos saber o que é um fluxo de caixa; falamos de todas as entra-
das e saídas de uma empresa. O fluxo de caixa da firma e do acionista são nomenclaturas
ligadas à metodologia de avaliação de empresas feita pelo fluxo de caixa descontado.

Para os acionistas, consideramos apenas o restante do fluxo de caixa da empresa para ser
distribuído aos possuidores de capital próprio, após o pagamento de todas as obrigações.
O fluxo de caixa do acionista deve ser descontado pelo custo do capital próprio para se
obter o valor de mercado que, dividido pelo número de ações emitidas, determina o preço
da ação.

Fluxo de Caixa Descontado para Acionista


= Valor de Mercado da Companhia
A Caixa é uma empresa, ao contrário do Banco do Brasil, completamente pública e não
possui ações em bolsa. Foi criada em 12 de janeiro de 1861, por Dom Pedro ll, com o pro-
pósito de incentivar poupança e de conceder empréstimos sob penhor. É a instituição
financeira responsável pela operacionalização das políticas do Governo Federal (Minha
Casa Minha Vida) para habitação popular e saneamento básico.

Além dessas atividades, precisamos saber que a Caixa também atende crédito educa-
tivo, financiamento habitacional, pagamento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço), PIS (Programa de Integração Social) e seguro-desemprego e aos beneficiários de
programas sociais e apostadores das Loterias – das quais detém o monopólio desde 1961.

Por exemplo, a Caixa cuidará dos pagamentos de FGTS e seguro-desemprego para quem
foi demitido sem justa causa. E também, daqueles que querem jogar nas loterias.

Fluxo de Caixa Descontado para a Firma = Valor


de Mercado da Companhia + Dívida Total.
Quando fazemos uma análise do fluxo de caixa da firma, buscamos saber o quanto vale a
empresa e quais os recursos utilizados para financiar as atividades da empresa e o que é

18
capital próprio e de terceiros.

DEFINIÇÃO DE LUCRO BRUTO, LUCRO


OPERACIONAL, LAIR, EBITDA E EBIT
Esse conteúdo já entra no campo de finanças corporativas e seus respectivos tópicos.

Definição de Lucro Bruto


Basicamente, falamos da diferença entre a receita e seus custos variáveis, como matérias-
-primas, custos de produção, comissões e demais insumos produtivos.

Fórmula: Lucro Bruto = Receita - Custos


O lucro bruto considera apenas os custos que estão diretamente ligados à produção. Esses
vão aumentar ou diminuir dependendo da quantidade de produtos que é produzida e
vendida por determinada empresa.

Lucro Operacional
Conhecido, também, como lucro líquido, é o rendimento de uma empresa definido pela
diferença entre a receita total e o custo total. É o ganho que se obtém depois de realizar
todos os descontos.

No demonstrativo de resultados, o lucro líquido é a linha que vem depois de todas as


despesas e impostos sobre a renda que foram deduzidos da receita de uma companhia.

Receitas - Despesas = Lucro Operacional.

LAIR
Falamos, aqui, do Lucro Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social. Basicamente,
esse indicador é o lucro antes desses dois tributos. Fazendo parte do cálculo do lucro
operacional.

Utilizamos ele, normalmente, para entender o resultado da empresa antes de sermos


“mordidos” pelo governo; a onde a maioria dos empresários reclama e faz oposição, pois
não conseguem ver um reinvestimento dos valores.

19
EBITDA
EBITDA é um termo em inglês, porém em português significa Lucros Antes de Juros,
Impostos, Depreciação e Amortização. É um indicador da situação operacional, visando
uma análise contábil da empresa em questão. Por exemplo, nessa análise, teríamos recei-
tas subtraindo as despesas, se o resultado for positivo, teremos um superávit. Mas, dentro
do contexto do EBITDA, nós poderíamos dizer que esse resultado encontrado é o próprio
EBITDA quando não descontamos taxas de juros e depreciação.

Ele nos dá a possibilidade de analisar apenas o resultado final da organização, esse indi-
cador é muito utilizado no mercado de ações.

EBIT
Falamos de um indicador não-contábil que demonstra o lucro de uma empresa antes do
reconhecimento das despesas com juros e impostos. E, significa o Lucro Antes de Juros e
Impostos, no Brasil, é conhecido como LAJIR.

Avaliação por Múltiplos


Considera um tipo de metodologia baseada no conceito de valor relativo, que nos diz que
quando precificamos uma empresa é utilizado múltiplos de um ação similar, com o obje-
tivo de estimar qual deveria ser o valor da empresa.

Logo, o valor de uma empresa é baseado na forma como os seus pares são precificados
no mercado.

É importante definir quais serão as outras empresas que constituirão a amostra. O intuito
é agrupar empresas com conteúdos de risco, crescimento e potencial de geração de resul-
tados semelhantes aos da empresa em análise.

Ela busca calcular uma média de mercado, valores considerados fora da curva são elimi-
nados, pois prejudicam e distorcem as métricas realizadas. Deve-se retirar as empresas
que não se assemelham com a atividade chave da empresa.

Múltiplo Preço/Lucro
É um índice conhecido por ser a divisão do preço pelo lucro de uma determinada ação.
Por ser simples se torna uma escolha atraente, tanto na precificação de ofertas públicas
de ações (IPOs) quanto no processo de avaliação de empresas abertas.

20
O indicador é a relação entre o preço de mercado por ação e o lucro por ação, com a
seguinte fórmula:

O preço da ação, nada mais é do que o valor da ação no mercado, podemos buscar essa
informação no próprio Google ou no Home Broker. O lucro por ação, também, é chamado
de LPA, que é o quanto uma ação gera ao acionista.

Empresas com P/L mais altos apresentam maiores perspectivas de crescimento. Por exem-
plo, um múltiplo de 20x o lucro, resulta na necessidade de 20 anos de lucro para chegar
ao valor de mercado da empresa.

Esse múltiplo é definido pela sigla P/L = preço de mercado do papel dividido pelo lucro
por ação.

Resumindo, P/L é utilizado na hora de avaliar o preço de uma determinada ação, se ele é
justo em relação à projeção do seu lucro. Porém, como os demais indicadores financeiros,
não devemos analisá-lo sozinho, para que possamos tomar decisões corretas na hora de
comprar as ações.

Devemos analisar mais de um indicador financeiro para termos mais clareza.

Múltiplo Preço/Valor Patrimonial


É um indicador, o mais famoso nas análises fundamentalistas, é dado pela divisão do preço
atual da ação pelo seu valor patrimonial.

Lembrando que o valor patrimonial é por ação e não de maneira geral.

Fórmula:

Nós teremos de buscar o valor da ação e, também, precisaremos do valor patrimonial da


empresa, que se consegue no balanço patrimonial.

21
Empresas de grande crescimento com altas expectativas de valorização futura apresen-
tam valores muito altos de P/VPA. É comum em empresas de tecnologia que possuem
grandes oportunidades de investimento futuro que não fazem muito uso de capital físico.

Múltiplo Preço/Vendas
O múltiplo de preços sobre as vendas utiliza o faturamento de cada ação pelo preço da

ação para ser calculado:

Essa fórmula pode ser utilizada por empresas que não tem lucros, e dentro dela, altas
receitas não significam altos lucros. Por exemplo, uma empresa que fatura 400k, tem
duas despesas, e ao final sobre 500k, qual é a diferença que fatura 7k e ao fim sobre 3,5k?
Falamos de duas empresas de portes diferentes, mas que em uma ao fim sobra mais
dinheiro, por isso, altas receitas não indicam altos lucros.

É vantajosa na avaliação de empresas maduras, cíclicas e empresas sem lucro (estágio

inicial).

Múltiplo Valor da Firma/EBITDA


EBITDA, significa, em português, Lucro Antes dos Impostos, Juros,
Depreciação e Amortização (EBITDA, em inglês e LAJIDA, em português).
Iremos somar o valor de mercado das ações com o valor da dívida divididos
pelo lucro antes dos juros e dos impostos mais a depreciação.

Fórmula:

Em que, o Valor de Mercado = Preço das Ações x Número de Ações. Nos múltiplos, sempre
chegaremos a um valor após uma divisão.

22
Ele é utilizado pois existem menos empresas com EBITDA negativo, do que empresas com
lucros líquidos negativos por ação. Logo, empresas que apresentam EV/EBITDA acima das
suas pares do setor, apresentam alta expectativa em relação ao seu desempenho futuro
e podem estar caras.

Taxa de Retorno do Acionista: Utilização do


Modelo CAPM, Prêmio de Risco, Prêmio de Mercado,
Betas Alavancados e Desalavancados:
Utilização do Modelo CAPM
Capital Asset Pricing Model - CAPM, mede a sensibilidade dos retornos de um ativo em
relação aos retornos de uma carteira de mercado, que teoricamente seria composta por
todos os ativos negociáveis existentes numa economia. Falamos de uma análise de alguns
indicadores e medimos o retorno esperado de um ativo em comparação ao índice.

Assim como todos os mecanismos de precificação, ele visa identificar o valor de um ativo
financeiro por meio da definição de risco apresentado versus retorno oferecido. Nada mais
nada menos que uma análise de risco.

Cálculo do CAPM:

Sendo:

Ri: apresenta a expectativa de retorno de um ativo financeiro.

Rf: é a taxa livre de riscos, “renda fixa”, geralmente com referência em títulos públicos de
longo prazo.

β: é o número conhecido como “Beta” do ativo e traz uma referência sobre a volatilidade
do mercado de risco.

Rm: representa o retorno médio do mercado de capitais.;

23
Após compreendermos os dados, fica fácil executar o cálculo. “Rm- Rf”, na fórmula, repre-
senta para nós o Prêmio de Risco do Mercado.

Beta
Falamos de um fator muito importante para o funcionamento do cálculo, ele nos traz o
grau de volatilidade de um ativo em análise. Nada mais é do que a oscilação do ativo a
volatilidade. Isso é fundamental, pois quanto mais volátil, mais perigoso é, e sua remune-
ração é sempre maior.

Um ativo volátil não é bom ou ruim, ele apenas apresenta comportamentos que podem
ser menos controlados em relação ao mercado.

Quando o Beta for zero, significa que não existe risco frente ao mercado. Mas para valores
maiores que zero, a regra é a seguinte:

B < 1, falamos de um ativo de baixo risco, mas que possui um retorno inferior ao mercado;

B = 1, se o é igual a um, falamos de um ativo cujo o retorno é equivalente ao mercado;

B > 1, trata-se de um ativo de alto risco, mas que também permite taxas de retorno acima
do mercado.

Essa ferramenta serve para permitir comparativos entre diversas alternativas como na
definição de uma empresa, sobre investir ou não em um projeto ou mesmo na escolha
dos melhores ativos do mercado financeiro.

Exemplo: uma das preocupações dos administradores financeiros é a relação risco-retorno.


O modelo CAPM foi desenvolvido para explicar o comportamento dos preços dos ativos e
fornecer um mecanismo que possibilite aos investidores avaliar o impacto do risco sobre
o retorno de um ativo. Considere as seguintes informações sobre um ativo:

⯀ Beta = 1,2
⯀ Taxa livre de risco = 10%
⯀ Retorno da carteira de mercado = 15%

Ri = Rf + [β x (Rm – Rf)]

Ri = 10% + [1,2 x (15%-10%)]

Ri = 10% + [1,2 x 5%]

Ri = 10% + 6%

24
Ri = 16%

Lembrem-se de fazer a conta começando pelo que está dentro dos parênteses!

O que se espera de retorno deste ativo, com um Beta de 1,2, positivo (B > 1), representando
um alto risco, esperamos um alto retorno.

Prêmio de Risco do Ativo


É uma expressão financeira para a diferença entre o rendimento de um ativo de um
investimento qualquer e outro, considerado sem risco. Ele representa o ganho extra que
o investidor pode alcançar ao assumir o risco de colocar o seu dinheiro num investimento
menos seguro, que tem maiores chances de levar à perda de capital.

Para que um investidor confie em um título com grande nível de risco, ele deve esperar
um prêmio de risco igualmente atraente. Então, assume-se que, quanto maior o risco do
ativo, maior o prêmio de risco.

Utiliza-se como parâmetro um título do Governo dos EUA, que são considerados os mais
seguros na atualidade.

Quanto ao cálculo do prêmio de risco, nós temos a fórmula:

Prêmio de Risco = Retorno Esperado - Taxa Livre de Risco.

O título que serve de parâmetro oferece juros de 3% ao ano, enquanto o ativo que se quer
analisar, oferece juros de 7% ao ano. Então, calcula-se 7% - 3% = 4%. Nesse caso, o prêmio
de risco deste ativo será de 4%.

Vemos que, quanto maior a expectativa de retorno, maior o prêmio de risco do ativo.

Prêmio de Risco de Mercado


Esse cálculo permite chegarmos ao prêmio de risco de mercado real, que não apresenta
tendência e está alinhada com a condição atual do mercado. Utilizamos da seguinte fórmula:

Prêmio de Risco de Mercado Real = [(1+ taxa nominal) / (1 + taxa de inflação)] - 1.

Para aplicarmos, primeiro utiliza-se aquela fórmula mais simples, do retorno esperado
menos a taxa livre de risco. Então, se a taxa livre de risco é 3% e o retorno esperado é de
7%, temos que o prêmio de risco é 4%.

25
Agora, esses 4% tornam-se a taxa nominal. Considerando uma taxa de inflação fictícia de
3,5%, temos:

Prêmio de Risco de Mercado Real = [1 + 0,04) / (1 + 0,035)] - 1 = 0,0048 ou 0,48%

Esse cálculo traz uma informação mais estruturada com a realidade financeira, ao consi-
derar o impacto da inflação sobre o retorno.

Beta Alavancado
Esse indicador mostra a sensibilidade de uma determinada empresa em relação à ten-
dência do mercado de maneira geral. Mostrando o quanto as movimentações positivas e
negativas do mercado podem afetar o desempenho de empresas de capital aberto.

O índice beta é um número utilizado para medir os riscos de uma instituição dentro do seu
segmento de mercado. Auxiliando os investidores a julgar o quanto arriscada é a empresa.

Fórmula:

Sendo:

BA: o beta alavancado.

BD: é o beta desalavancado.

T: é a alíquota de tributos que incidem sobre a renda, D são as dívidas e E é o patrimônio


líquido

Para calcular o beta alavancado iremos utilizar o valor beta desalavancado bem como o
valor da dívida.

Beta Desalavancado
É usado para medir o risco apresentado por uma empresa sem levar em consideração a
influência das dívidas em seus balanços financeiros. Significa que desalavancar o beta é
ignorar o impacto financeiro causado pela alavancagem. Avaliar qual a contribuição do
patrimônio de uma instituição para o seu perfil de risco.

26
Ele ajuda a diferenciar sobre volatilidade da ação de uma empresa no mercado.

Fórmula:

Sendo:

⯀ B alavancado: é o beta estimado.


⯀ t: é a alíquota de imposto.
⯀ d: é o capital de terceiros.
⯀ cp: é o capital próprio da empresa.

Essa fórmula apresenta como resultado um coeficiente que isola o componente de dívida
do beta.

CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL - WACC


Conhecido também como WACC (Weighted Average Cost Of Capital), que nada mais é
do que uma média ponderada. O WACC é um dos índices utilizados no mercado para
assegurar o retorno de um investimento.

O valor referido pelo CMPC determina que percentual do capital da empresa esteja com-
prometido com o pagamento de credores. Dessa forma, atua como uma espécie de bali-
zador, no sentido de evitar o endividamento.

Vale destacar que o WACC é um dos indicadores a serem aferidos por empreendimentos
em fase de implementação e que estejam em busca de capital de terceiros.

No seu cálculo, é ponderado o custo do capital para a formação de um negócio, incluindo


o de sócios, de instituições financeiras e o capital próprio. Servindo, então, como um índice
para medir o quanto um investimento oferece de retorno. Nesse aspecto, ele também
contribui para medir o custo de uma oportunidade.

Temos três modalidades de capital, nesse sentido: o dos sócios, de instituições financeiras
e o capital próprio.

Esse índice é útil para medir o potencial de uma empresa de gerar spread econômico posi-
tivo, que consiste na diferença entre retorno sobre investimento (ROI e o próprio WACC).

Quanto mais capital próprio compor o patrimônio da empresa em sua fase inicial, maior
será a segurança por parte de possíveis investidores.

Fórmula:

27
Sendo:

⯀ Ke: custo do capital próprio;


⯀ Kd: custo do capital de terceiros;
⯀ We: percentual de capital próprio na estrutura de capital;
⯀ Wd: percentual de capital de terceiros na estrutura de capital.

Basicamente, é uma forma de medir quanto de cada tipo de custo de capital é composto
o patrimônio da empresa. Dentro das três modalidades que apresentamos acima.

É importante lembrar que o WACC é um reflexo do risco que uma empresa oferece aos
investidores externos. A relação é proporcionalmente direta, ou seja, quanto mais arriscado,
maior será o retorno exigido e, assim, maior o WACC.

Quanto mais dinheiro houver em capital próprio, menor será o risco de se investir em uma
empresa; sempre atraindo olhares e possíveis investidores quando divulgados esses dados.

BENEFÍCIO FISCAL E EFEITO DA ALAVANCAGEM


Benefício Fiscal
Teremos de falar, em primeiro lugar, do Teorema de Modigliani e Miller (1958), popularmente
conhecido como “M&M”, é internacionalmente reconhecido, como o marco fundamental da
moderna teoria das finanças.

Suas premissas são:

⯀ Mesma taxa de juros para empresas e investidores;


⯀ Informação perfeita;
⯀ Inexistência de custos de transação;
⯀ Inexistência de impostos (benefício fiscal);
⯀ Inexistência de custos de falência;
⯀ Inexistência de custos de agência.

Alavancagem por Conta Própria


28
Em vez de comprar ações de uma empresa já alavancada, a empresa se alavanca reprodu-
zindo o índice de endividamento da empresa alavancada investindo em uma empresa não
alavancada, conseguindo o mesmo retorno.

Segundo M&M, argumentaram em seu teorema, existem dois critérios que levam ao pro-
cesso decisório racional da empresa são a maximização dos lucros e do valor de mercado.

Levando em conta dois critérios:

No primeiro, a aquisição do ativo fixo seria vantajosa se elevasse o lucro líquido dos acionistas
e esse lucro aumentaria somente se a taxa de retorno esperada excedesse a taxa de juros
do capital;

No segundo critério, seria vantajoso adquirir o ativo se ele ampliasse o valor de mercado do
patrimônio líquido dos acionistas, isto é, se criasse valor.

Quanto mais elevado o nível de alavancagem da empresa, menor o valor do imposto reco-
lhido para uma mesma renda auferida antes dos tributos e o desconto fiscal se elevaria pro-
porcionalmente ao grau de dívidas contratadas, aumentando o lucro operacional disponível
aos credores e acionistas, diminuindo o custo de capital da empresa e ampliando seu valor
de mercado.

Crescimento do Fluxo de Caixa, ROA e ROC


A taxa de crescimento do fluxo de caixa é formada pelo percentual de reinvestimento dos
fluxos operacionais de caixa (B) e a taxa de retorno deste capital aplicado (R).

Fórmula:

ROA
É um índice de mensuração da lucratividade de uma empresa, chamado de Retorno Sobre
os Ativos, mede a eficiência operacional em gerar lucros a partir dos seus ativos, antes de
considerar os efeitos do financiamento.

Fórmula:

29
ROC
Utilizado também para a mensuração da lucratividade, mas aqui temos uma análise do
resultado operacional do capital investido na empresa, levando-se em consideração o valor
contábil de dívida e patrimônio líquido.

Fórmula:

Modelos de Fluxo de Caixa Descontado: Utilização


do Fluxo de Caixa da Firma e do Acionista
Temos aqui a análise de cenários de fluxo de caixa, trazendo do futuro para o presente. O
valor de qualquer ativo é oferecido pelo fluxo futuro que esse ativo possibilitará, trazido
ao valor presente.

Fórmula:

Características:

⯀ Menor exposição às oscilações do mercado;


⯀ Levam em consideração o valor do dinheiro no tempo;
⯀ Reflete melhor o impacto das variáveis econômicas;

30
⯀ Utiliza um período de tempo maior;
⯀ Captura melhor a ação das variações dos elementos da empresa;
⯀ São necessários mais números de dados como entrada para modelos;
⯀ A maior parte das entradas podem ser manipuladas podendo-se chegar a qualquer
resultado desejado.

Modelos:
Fluxo de caixa descontado acionista: Free Cash Flow To Equity, falamos do direito
dos proprietários do patrimônio líquido, o detentor do capital próprio da empresa. O fluxo
de caixa que existe após o pagamento de despesas operacionais, obrigações tributárias,
necessidades de investimento, principal, juros, e quaisquer outras despesas necessárias.

Cálculo:

Lucro Líquido

+ Despesa de depreciação e amortizações

- CAPEX

- Variação na necessidade de capital de giro

+ todos os itens sem efeito caixa na DRE, além da depreciação

+ emissão de novas dívidas

- pagamento do principal da dívida

+ variação no capital

= Fluxo de caixa para o acionista

Calcularemos pela taxa de desconto = custo de oportunidade, ke, precificada pela CAPM:

Sendo:

ke: taxa de retorno requerida para o título;

31
TLR: taxa livre de risco do ativo;

Rm: taxa de retorno do mercado;

(Rm-TLR): Prêmio por unidade de risco de mercado.

Fluxo de caixa descontado da firma: Free Flow to the Firm, nos traz os direitos dos
proprietários do PL na empresa, pensamos nos preferencialistas e dos financiadores. O
cálculo é realizado a contar do lucro operacional, contendo impostos, antes de alguma
remuneração aos donos de capital mencionados.

O ponto de partida do FCFF é o lucro operacional, EBIT X 1 (1T)

Cálculo:

EBIT *(1-T) - Lucro operacional depois dos impostos

+ depreciação

- CAPEX

- Variação na necessidade de capital de giro

+ todos os itens sem efeito caixa na DRE, além da depreciação

= fluxo de caixa da firma

EVA, MVA E CFROI


EVA
Significa Economic Value Added, em português Valor Econômico Adicionado. Ajuda a
mensurar a criação de valor do negócio. Com o resultado do cálculo EVA os investidores
podem ter uma visão apurada a respeito da rentabilidade do capital empregado em um
investimento.

Ele apresenta se o capital foi bem investido em termos de geração de riqueza, sinônimo
de rentabilidade. É o valor dos bens produzidos por uma empresa, depois da dedução dos
custos dos insumos adquiridos de terceiros, utilizados na produção, bem como a dedução
do custo de capital dos acionistas de forma a compensar o risco.

Muitas empresas ao redor do mundo o utilizam, sendo ele elencado como uma das melhores

32
alternativas para analisar um negócio. São suas principais aplicações:

⯀ Avaliações de projetos de investimento;


⯀ Análises de resultados passados;
⯀ Elaboração de orçamentos empresariais;
⯀ Criação de políticas de remuneração variável.

Consistindo no resultado do lucro operacional após os impostos sobre o lucro menos o


custo de todo capital empregado na operação. Para calcularmos o Eva, temos a seguinte
fórmula:

Sendo o lucro operacional o lucro proveniente dos ativos da empresa. E, por sua vez, o custo
de oportunidade do capital total é a média ponderada do custo de capital de terceiros e
o custo de capital próprio (WACC), a composição de recursos que estão à disposição da
empresa. Por fim, o capital total é a soma das dívidas onerosas com o patrimônio e o preço
de mercado.

MVA
A Margem de Valor Agregado é um dos elementos do cálculo do imposto devido nas
operações sujeitas à substituição tributária. Ele estabelece uma margem de lucro para
cada produto ou um conjunto deles. Isso acontece de modo a minimizar as diferenças
ocasionadas pela existência de variadas alíquotas relacionadas ao ICMS, Imposto sobre
Circulação de Mercadoria e Prestação de Serviços.

Se um elemento for obrigado por lei a antecipar o recolhimento do tributo devido uma
operação futura, não é certo que seja financeiramente prejudicado por se sujeitar a um
percentual diferente. A MVA é utilizada em formato percentual para determinar um maior
equilíbrio entre os preços.

Sem ela, uma empresa teria como vantagem competitiva frente à concorrência o fato de
estar instituída em um certo estado. É importante dizer ainda que quem define a Margem
de Valor Agregado são as Secretarias da Fazenda em cada Estado.

Para determinarmos o MVA, a autoridade tributária parte do preço do substituto e soma o


valor aos custos relativo ao frete, demais impostos, seguro e todos os encargos que cabem
ao comprador. Então, a Margem de Valor Agregado é definida com o mercado.

33
CFROI
Cash Flow Return On Investment (CFROI), representa o fluxo de caixa gerado pela empresa
em um determinado ano como uma porcentagem do caixa investido nos ativos utilizados
pela empresa.

O conceito de CFROI baseia-se em valores de fluxo de caixa, é um resultado em termos de


taxa de retorno. Em sua essência, ele representa a TIR média obtida neste ano nos inves-
timentos existentes. Ele converte os lucros contábeis em fluxo de caixa, ou seja, o caixa
gerado antes do investimento de capital.

Considera o valor em base de caixa total investido em um negócio para produzir os fluxos
de caixa, e não com valores contábeis depreciados. Reflete a vida ao longo da qual o fluxo
de caixa será produzido pelos ativos, seja através da subtração de uma depreciação eco-
nômica ou através do cálculo da TIR sobre uma vida de ativos finita.

Para calcular o CFROI precisamos calcular a TIR, considerando como valor inicial o caixa
investido e como valor final o último fluxo de caixa somada aos ativos não depreciáveis.

SUBMÓDULO II - ANÁLISE DE OPERAÇÕES DA EMPRESA

ANÁLISE DO DEMONSTRATIVO DE RESULTADO


A DRE, por assim dizer, é uma das principais demonstrações contábeis que existe atual-
mente, utilizada pelo mundo todo, não apenas no Brasil. É uma demonstração contábil
que nos possibilita observar os aumentos e reduções causados no patrimônio líquido pelas
operações executadas por determinada organização.

As receitas representam o aumento do ativo, por consequência, significa um aumento no


patrimônio líquido. As despesas, por sua vez, representam uma redução do patrimônio
líquido — que se dá por meio da redução do ativo ou aumento do passivo da empresa.

Basicamente, ela é um resumo do movimento de certas entradas e saídas do balanço

34
patrimonial, levando em conta duas datas, um x1 e um x2. Mostrando como foi formado o
resultado em um determinado período, normalmente 12 meses (um ano). Além disso, deve
ser estruturada observando disciplinas contidas no artigo 187 da Lei 6.404/1976, estabe-
lecendo os dados mínimos que a demonstração contábil deve conter — falamos aqui de
uma norma, uma estrutura de funcionamento universal.

Vale lembrar, que no CPC 26 (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), onde está discrimi-
nado como deve ser o processo estruturado de uma DRE.

O resultado da empresa é formado pelas receitas, pelos custos e pelas despesas incorri-
das no período. Mas não podemos esquecer também dos gastos, que, por assim dizer,
englobam custos e despesas.

Receitas: correspondem aos ganhos que a organização obteve na realização de sua ati-
vidade, que são: venda de mercadorias, produtos ou serviços, independentemente de os
recebimentos ocorrerem à vista ou a prazo (lembre-se do regime de competência).

Custos: são os gastos de recursos ocasionados diretamente na geração das receitas. Por
exemplo, na atividade comercial o custo corresponde ao valor de aquisição da mercadoria
que se vende.

Despesas: são gastos, mas não dependem diretamente da receita. Por exemplo, no caso
de uma livraria, a venda gera determinada receita, o custo é relativo aos livros vendidos,
mas existem despesas que são essenciais para que a venda ocorra, mas não foram feitas
apenas em função delas.

As receitas são coisas boas, pois significam aumento nos ativos ou redução nos passivos,
que resultam em aumentos no patrimônio líquido. Já as despesas são reduções nos ativos
ou aumento dos passivos, logo, são coisas ruins para a empresa.

Conceito de DRE: a demonstração do resultado do exercício é a demonstração contábil

35
que apresenta a confrontação entre receitas e despesas da entidade. A DRE objetiva
evidenciar a situação econômica da entidade, medindo o desempenho da entidade. Em
outras palavras, pode-se afirmar que a DRE procura evidenciar a composição do resultado
gerado (lucro ou prejuízo) em determinado período a partir das operações da entidade.

Basicamente, para compreender o resultado final Receita > Despesas = Lucro, Receita <
Despesas = Prejuízo. Quando temos um lucro, podemos dizer que temos superávit opera-
cional, e quando temos prejuízo, temos um déficit operacional.

Estrutura da DRE - Lei 6.404/76


Na determinação do resultado do exercício serão computadas as receitas e os rendimen-
tos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda. E, também, os
custos, despesas, encargos e perdas pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas.

Terão, também, outros itens importantes a serem analisados no texto de lei e que serão
importantes para a hora da prova.

CPC 26:

Receitas

(-) CMV

(=) Resultado Operacional Bruto

(-) Despesas com vendas

(-) Despesas gerais e administrativas

(-) Outras despesas

(+) Outras receitas

(+/-) Resultado de equivalência patrimonial

(=) Resultado antes das receitas e despesas financeiras

(-) Despesas financeiras

(+) Receitas financeiras

(=) Resultado antes dos tributos sobre o lucro

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(-) Despesa com tributos sobre o lucro

(=) Resultado Líquido das Operações Continuadas

(+/-) Resultado Líquido das Operações Descontinuadas

(=) Resultado Líquido do Período

Lei 6.404/76:

Receita Operacional Bruta

(-) Deduções

(=) Receita operacional líquida

(-) CMV

(=) Resultado operacional bruto

(-) Despesas operacionais

- Despesas com vendas

- Despesas gerais e administrativas

- Despesas financeiras

- Resultado negativo de equivalência patrimonial

- Variações monetárias passivas

(+) Receitas operacionais

+ Receitas financeiras

+ Resultado positivo de equivalência patrimonial

+ Variações monetárias ativas

+ Receitas de aluguel

+ Dividendos recebidos (investimentos avaliados pelo custo)

(=) Resultado operacional líquido

37
(+) Outras receitas

(-) Outras despesas

(=) Resultado antes do IR e CSLL

(-) CSLL

(-) IR

(=) Resultado do exercício antes das participações

(-) Participações

Debêntures

Empregados

Administradores

Partes beneficiárias

Fundos assistência e previdência social dos empregados

(=) Lucro líquido do exercício

(+) Números de ações do capital social

(=) Lucro líquido de ação por capital

Basicamente, apesar da qualidade da imagem, nós temos um pequeno resumo listado


daquilo que temos na Lei 6.404/76 e no CPC 26. Sendo uma delas analítica e a outra mais
resumida.

Observações:

Na Lei nós temos a ideia de receita bruta operacional, sendo ela um resultado entre as
receitas operacionais e as não operacionais e assim segue a conta explicada na imagem
acima.

CMV, significa custo de mercadoria vendida. Logo em seguida, entra uma série de despesas
que teremos de levar em conta. Vale lembrar, que os itens da lista da Lei, correspondem
à itens da lista referente ao CPC 26.

A parte de participações, nos diz que para cada participante uma porcentagem é destinada,

38
somando assim elas para o resultado, fazendo então a dedução dessa porcentagem.

Normalmente, nós utilizamos as disposições do CPC 26, para chegarmos a um resultado,


mas caso queiramos uma análise mais aprofundada, aí utilizaremos da disposição da Lei
6.404/76.

Passo a passo:

Elaboração do Balancete de Verificação > Verificação Transferência dos saldos das contas
de receitas e despesas para a conta transitória “Apuração do Resultado do Exercício” e
apuração do saldo > Transferência do saldo da conta de apuração para um conta do PL
(patrimônio líquido) > Elaboração do Balanço Patrimonial:

Acima, temos um pequeno exemplo do fechamento e da confrontação de receitas e


despesas.

Questão

Com base nas disposições da Lei 6.404/76 e suas alterações, julgue o próximo item, rela-
tivo à DRE:

O objetivo da DRE é evidenciar o desempenho da entidade. Essa demonstração é uma


representação estruturada do total das receitas deduzidas as despesas e também abrange
os ganhos e as perdas do período?

R: Certa! Essa de fato é a finalidade de uma DRE, evidenciando o desempenho da entidade.

Análise do Ativo e Passivo


Antes de mais nada, é necessário entender a diferença entre Contas Patrimoniais e Contas

39
de Resultados. E, também, apresentar alguns tipos de contas, por exemplo:

Na prova, normalmente, são misturados os tipos de conta, justamente para saber se o


aluno está sabendo a diferença entre cada uma delas. Acima, nós temos as diferenças
entre cada uma delas.

Balanço Patrimonial
Ele representa todos os bens, direitos e obrigações que uma empresa possui. Os bens e

40
direitos ficam do lado esquerdo do Balanço, chamado de Ativo e do lado direito ficam as
obrigações e o patrimônio líquido chamado de Passivo.

Esse conceito de balanço origina-se do equilíbrio destas três partes essenciais, que são:
ativo, passivo e patrimônio líquido.

Ativo: é um conceito da relação de todas as aplicações de recursos efetuados pelas empre-


sas. Podendo ser divididos entre duas modalidades, Ativos Circulantes e Não Circulantes.
Pensem em curto prazo e longo prazo para compreender melhor essas duas modalidades.

Circulantes - apresentam uma rotação de curto prazo, ou seja, uma alta rotação, como
valores em caixa, prazo, estoque etc.

Não Circulantes - os quais possuem os seguintes grupos de contas: realizável a longo


prazo, investimento imobilizado e intangível.

Passivo: é aquele que identifica as exigibilidades e as obrigações da empresa, ou seja,


todas as obrigações a pagar, cujos valores estão investidos no ativo. Por sua vez, também
é dividido de duas formas:

⯀ Circulante - estão as obrigações que vencerão em até um ano, curto prazo.


⯀ Não Circulante - obrigações que vencerem no longo prazo.

Patrimônio Líquido: ele é representado pela diferença entre o total do ativo e do passivo
em determinado período. Ajudando a identificar os recursos próprios da empresa, sendo
formado pelo capital investido pelos acionistas, mais os lucros gerados no exercício e que
foram retidos na empresa.

Constituído por:

⯀ Capital Social;
⯀ Reservas de Capital;
⯀ Reservas de Avaliação Patrimonial;
⯀ Reservas de Lucros;
⯀ Ações;
⯀ Tesouraria e;
⯀ Prejuízos acumulados.

Lembrando que terá o Ativo de ser o resultado de Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido.

Análise Horizontal

41
As análises horizontais consistem em análises que buscam entender a dinâmica das opera-
ções de uma empresa. Seu objetivo é analisar se os valores das demonstrações financeiras
cresceram ou diminuíram em comparação com as informações de períodos anteriores.

Falamos de uma linha reta, como a do horizonte, é partindo dessa formulação que nós
fazemos essa análise. Ela foca na evolução dos resultados da empresa ao longo do tempo.

Exemplo: estamos em 2021, quando fazemos um estudo de uma análise financeira, nós
buscamos um delta percentual. Se analisarmos uma conta de receita, nesse tipo de aná-
lise, verificaremos o resultado da receita de 2020 e 2021 para chegarmos ao resultado da
evolução de uma empresa de um ano para o outro. Se a receita foi de 500 no ano de 2020
e 1000 no ano de 2021, teremos um resultado de 100% de evolução.

Ela serve para tomarmos decisões, visando melhorar os indicadores de resultado da


empresa. Podemos criar uma infinidade de planejamentos a partir dessas informações
da análise horizontal.

Além disso, ela permite a comparação percentual do valor de cada conta, ou de um grupo
delas em relação a um determinado período. Em razão disso, ela também é conhecida
como análise de tendência.

Basicamente, esses são os conceitos importantes para levarmos para a prova no que diz
respeito à análise horizontal.

Análise Vertical
Consistem em análises que buscam entender a dinâmica das operações de uma empresa.
Seu objetivo é analisar se os valores das demonstrações financeiras cresceram ou diminu-
íram em comparação com as informações totais, ela detalha o percentual de cada conta
perante a um total. Tenta mapear o comportamento da empresa.

Ela visa entender qual o percentual de cada setor da empresa em seus resultados.
Proporcionalidade é o princípio utilizado nela.

Análise vertical é calculada com o objetivo de obter o percentual de cada conta em relação
ao total, ou seja, é uma técnica de verificação da proporção percentual de cada item da
demonstração contábil.

Utilizada para identificar o ritmo de crescimento das contas de cada exercício, assim como
a representatividade de cada item da demonstração, de forma a detectar seu peso relativo
na composição do todo. Podendo ser aplicada em quaisquer dos relatórios de demons-
trações contábeis.

42
Exemplo: temos o período estabelecido em 2020 e 2021. Levando em conta o total de recei-
tas, receita operacional e receita não operacional. Teremos 10k para o total de receitas em
2020 e 15k em 2021. Receitas operacionais temos 7.5k, e 2.5k em receitas não operacionais,
no ano de 2020. Já no ano de 2021 temos 10k para receitas operacionais e 5k em receitas
não operacionais.

Que comportamento a análise vertical pode nos indicar sobre essa empresa no ano de
2020 e 2021? Basicamente, ela nos dirá que a receita operacional é de 75% e na receita
operacional temos 25%, isso para o ano de 2020. E, em 2021, ela nos dirá que nossa receita
operacional representa 66,6% e a receita não operacional representa 33,4%. Podemos
concluir, então, que nossa receita operacional em 2020 tinha uma porcentagem maior
do que em 2021, mas isso não representa algo ruim, pois nossas receitas totais também
aumentaram em 2021.

Os mesmos conceitos podem ser aplicados para a análise horizontal, variando apenas no
sentido com que utilizamos os dados para chegar a um resultado.

Para total compreensão, é imprescindível prestar atenção aos coeficientes apresentados


em aula, que não couberam aqui por terem sido feitos à mão.

SUBMÓDULO III - ANÁLISE SETORIAL

OBJETIVOS DAS FINANÇAS CORPORATIVAS


Através da comparação de múltiplos é possível fazer uma análise dos resultados das
empresas do mesmo setor e selecionar empresas visando a realização de investimento.
Uma avaliação de empresas que serve como referência para compra e venda de empresas

Os múltiplos são valores padronizados dos ativos, de forma que possam comparar as
empresas do mesmo setor de alguma maneira entre si, sendo referência para que não seja
super ou subvalorizada em relação ao mercado. As empresas são agrupadas em termos
de risco, crescimento, potencial de geração de resultados parecidos.

Ele reflete a expectativa de retorno esperada pelo mercado para um estipulado grupo de
ativos. Sendo baseado em um método de valores relativos, visto que são usados os múl-
tiplos de outras empresas parecidas.

A precificação é feita através da comparação entre o valor de seus pares, pressupondo que
o valor de um ativo deve ser próximo a outros semelhantes. São desconsiderados valores

43
fora da curva para não distorcer resultados, como também, empresas que não pareçam
com as atividades chave da empresa.

Fórmula:

MÚLTIPLO = VALOR DE MERCADO/VARIÁVEL

Sendo o valor de mercado o numerador, e a variável que gerou a relação entre as empre-
sas, o denominador.

Curva de Demanda
As curvas de demanda podem ser utilizadas para formar as relações de preço-quantidade
para um consumidor individual, ou, para um determinado mercado - sendo a diferença
o tamanho do nicho que estamos utilizando para os estudos. Curva individual e curva de
demanda de mercado se diferem aqui.

As curvas de demanda são inclinadas para baixo, isso se refere à lei da demanda: em
que para a maioria dos bens, a quantidade demandada diminuirá quando acontece um
aumento no preço, e aumentará quando o preço reduzir.

Falamos de um gráfico que representa o vínculo entre o preço de uma determinada mer-
cadoria (o eixo y) e quantidade dessa mercadoria que é demandada a esse preço (o eixo x).

Disposto da seguinte forma:

Elasticidade-preço e Elasticidade-renda
44
O preço mede a resposta dos consumidores quando ocorre uma variação no preço de
um produto ou serviço. É a variação percentual na quantidade de demanda, pela variação
percentual do preço.

Dependendo da variação a demanda pode ser classificada como:

⯀ Demanda elástica, onde o crescimento percentual no preço leva à uma redução


percentual mais que proporcional à quantidade demandada;
⯀ Demanda inelástica, crescimento percentual no preço leva à uma redução percentual
menos que proporcional na quantidade demandada;
⯀ Demanda de elasticidade unitária, crescimento percentual no preço leva à uma varia-
ção percentual e proporcionalmente igual na quantidade demandada.

Quais são os fatores que influenciam na elasticidade de preço?

⯀ Disponibilidade de bens substitutos. Nesse caso, quanto mais bens substitutos, mais
elástica a demanda;
⯀ Proporção de renda destinada para o bem. Quanto mais volume no orçamento, mais
elástica será a demanda;
⯀ Tempo realizado depois da alteração no preço do bem. Por sua vez, quanto mais
tempo, mais elástica a demanda.

E, é claro, para que possamos compreender o conteúdo, teremos um cálculo para facilitar
esse processo.

Fórmula:

Onde:

45
Na imagem acima conseguimos verificar a necessidade de se encontrar o delta e na ima-
gem de baixo, podemos encontrar o processo para saber o valor de delta.

Exemplo: o preço de um bem aumentou de 40,00 para 48,00 e a quantidade de demanda


caiu de 30 para 12 unidades. Calcular e interpretar a elasticidade-preço da demanda.

Δ % na demanda = 12-30 = - 85,71

21

Δ % no preço = 48 - 40 = 18,18

44

Elasticidade - Preço = - 85,74 = - 4,71

18,18

A elasticidade-renda mede a variação percentual da quantidade demandada, dada uma


variação percentual na renda do consumidor. Onde nós podemos classificar os produtos
como:

⯀ Bem normal: o consumo aumenta ou diminui, quando a renda aumento ou diminui;


⯀ (Dentro de Bem Normal) Bem necessário: 0 < elasticidade-renda > 1;
⯀ (Dentro de Bem Normal) Bem de luxo: elasticidade-renda > 1;
⯀ Bem inferior: o consumo diminui ou aumenta quando a renda aumenta ou diminui,
elasticidade-renda < 0.

Como calculamos a elasticidade-renda? Temos, também, uma fórmula específica para ele:

Exemplo: a renda do consumidor aumentou em 6,8% e a demanda anual por notebooks


aumentou em 16%. Calcular a elasticidade-renda da demanda do tipo do bem.

E = 16% = 2,35

6,8%

46
Basicamente, conseguimos determinar que o bem é um bem de luxo!

RETORNO DE ESCALA, CUSTOS FIXOS E


VARIÁVEIS, CUSTO MARGINAL
Retorno de Escala
Nada mais é do que aquilo que acontece quando a escala de produção aumenta, no longo
prazo. O retorno de escala está proporcionalmente ligado ao retorno de produção, ambos
aumentam igualmente.

É a função de produção de uma empresa, como ela trabalha e funciona, podendo também
verificarmos as possibilidades de otimização dos retornos dessa empresa.

Ela explica o comportamento da taxa de aumento na produção em relação ao aumento


associado aos insumos no longo prazo. Todos os elementos de produção são variáveis e
sujeitos a mudanças devido a um aumento no tamanho da escala.

Quais são os tipos de retorno de escala?

⯀ Retornos crescentes: a produção aumentar mais do que a mudança proporcional


em todos os insumos; /\
⯀ Retornos constantes: a produção aumenta pela mesma mudança proporcional que
todos os insumos mudam; >
⯀ Retornos decrescentes: a produção aumenta menos que a mudança proporcional
em todos os insumos. \/

Custo Fixo e Custo Variável


O custo fixo não varia, independente da quantidade de produtos produzidos, por exem-
plo, aluguel, depreciação, salários do administrativo. Já o custo variável, é aquele que varia
com a quantidade de produtos que forem produzidos, ou seja, está ligado aos custos de
produção, por exemplo, despesas com matéria-prima, salário da produção etc.

Custo Marginal
É uma relação matemática que tem o objetivo de encontrar um ponto ótimo, onde o
custo de produzir mais uma unidade seja igual ao custo médio total da produção inteira.

47
O cálculo mostra em qual quantidade o produtor é mais eficiente.

Essa variação do custo, quando se altera a produção em uma unidade, representa o custo
para produzir uma unidade a mais do produto que a empresa vai ter.

De acordo com a Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes, a tendência é que, a contar
de um ponto, os custos marginais sejam crescentes com produção de mais unidades, e
decrescentes assim que a produção se tornar menor.

Isso ocorre porque, em certo ponto da produção, para conseguir mais unidades é neces-
sário acrescentar cada vez mais insumos e elementos de produção no processo.

Fórmula:

Sendo:

Cmg: Custo Marginal;

ΔCT: Variação do Custo Total;

ΔQ: Variação da Quantidade Produzida.

Exemplo: a produção de um bem aumentou de 8 para 10 e o custo total aumentou de


12,00 para 18,00. Encontre o custo marginal.

CMg= 18-12 = 6 = R$ 3,00 por unidade.

10-8 2

Lembre-se que estamos nos referindo ao custo total, e não separando o custo fixo do custo
variável. Estamos somando os dois.

OFERTA DE CURTO E LONGO PRAZO


Curto Prazo
48
O que entendemos de curto e longo prazo? O que ocorreu dentro de 12 meses, era chamado
de curto prazo. O que ocorre de cinco a dez anos, nós entendemos como longo prazo. E,
por sua vez, o intermediário entre eles, nós chamamos de médio prazo.

Nos conteúdos para a prova, a produção total de bens e serviços disponíveis em uma eco-
nomia a diferentes preços, enquanto alguns fatores e recursos de produção permanecem
fixos; isso nós chamamos aqui de oferta de curto prazo.

Certos recursos de capital podem ser impossíveis de se alcançar devido ao curto prazo.
Nem se as empresas aumentarem sua oferta devido ao aumento dos preços, contratando
mais trabalhadores ou estendendo o horário de trabalho. Vinculamos a relação do que
está disponível.

Não existe uma unidade de tempo específica relacionada ao período de curto prazo. Ao
invés de atrelar a um período de tempo, ela está vinculada à duração pela qual esses
recursos continuam fixos, isso é o que delimita a duração do curto prazo. O que importa
aqui é a disponibilidade dos recursos.

Longo Prazo
O período conceitual no qual não há elementos fixos de produção. O período deve ser longo
o suficiente para possibilitar ajuste de salários, preços e expectativas, mas não tempo o
suficiente para que o capital físico se torne um insumo variável.

A oferta de longo prazo é um conceito que representa a produção ideal que pode ser pro-
duzida por uma economia quando ela utiliza todos os seus fatores de produção.

A curva muda somente com base nas melhorias de produtividade e eficiência. Melhorias
do tipo habilidades, novos avanços na tecnologias e aumentos de capital. Isso significa
essencialmente que o preço é inelástico.

É importante observar que existem diferentes visões, na keynesiana, por exemplo, afirma
que a oferta agregada de longo prazo somente permanece elástica nos preços até um
certo ponto, após esse ponto, a oferta se torna essencialmente não influenciada pelas
mudanças de preço.

CONCORRÊNCIA PERFEITA, MONOPÓLIOS E OLIGOPÓLIOS


Concorrência Perfeita
49
Ele será aplicado quando há muita oferta e muita procura. Nesse caso, as empresas e os
consumidores não conseguem influenciar o mercado de maneira individual.

Gerando:

⯀ Baixa diferenciação entre os produtos;


⯀ Transparência nas condições em que o mercado opera;
⯀ Liberdade para sair ou entrar das atividades.

Suas características são:

⯀ Mercado atomizado: vários vendedores, vários compradores, não temos agentes


isolados que consigam afetar o preço do mercado;
⯀ Produtos homogêneos: todas as empresas oferecem um produto semelhante. Não
há diferença de embalagem e qualidade nesse mercado;
⯀ Mobilidade de empresas: não há barreiras para o ingresso de empresas no mercado;
⯀ Racionalidade: os empresários sempre maximizam lucro e os consumidores maximi-
zam satisfação, ou seja, os agentes agem racionalmente;
⯀ Transparência do mercado: consumidores e vendedores têm acesso a todas as infor-
mações relevantes, sendo elas o preço, qualidade, os custos, as receitas e os lucros
dos concorrentes.

Uma de suas características é que numa visão de longo prazo, não há lucros altos, apenas
lucros normais, que representam uma remuneração implícita do empresário.

Monopólio
Falamos de quando existe apenas uma empresa oferecendo um determinado produto ou
serviço. Uma relação de muitos compradores e apenas um vendedor. A empresa fica em
posse do direito de delimitar o preço de seu produto como bem desejar.

As patentes e os direitos autorais são bons exemplos de monopólio. Sendo suas principais
características:

⯀ Uma única empresa produtora do bem ou serviço;


⯀ Não há produtos substitutos próximos;
⯀ Existem barreiras à entrada de empresas concorrentes.

Oligopólio
Falamos de um mercado onde poucas empresas concorrem entre si e que tem um grande

50
poder. O preço do oligopólio é fixado pelas empresas acima do nível de preço que preva-
lece em competição, e abaixo do nível de preço maximizador de lucros de um monopólio.

A longo prazo os lucros altos permanecem, pois existem barreiras à entrada de novas
empresas. E, é claro, essas barreiras são:

⯀ Oligopólio concentrado: número pequeno de empresas em um segmento. Por


exemplo, indústria automobilística.
⯀ Oligopólio competitivo: número pequeno de empresas domina um segmento
com muitas empresas. Por exemplo, Brahma e Antártica.

Discriminação de Preços e Coalizão


A discriminação de preços quer dizer vender um mesmo produto por preços diferentes,
arrecadando o máximo do que o consumir está disposto a pagar.

Em prática, um consumidor não pode pagar a mais que o outro pelo mesmo produto. Na
teoria, é proibida a prática de discriminação de preços.

Por exemplo, o consumidor x pagou 30,00 por uma bola de futebol, e o consumidor pagou
15,00 pela mesma bola, no mesmo lugar. É proibida essa descriminação de preços, o valor
deveria ser igual.

Base legal: Lei 12.529/2011, disposto no artigo 36, X. “Discriminar adquirentes ou fornece-
dores de bens ou serviços por meio da fixação diferenciada de preços, ou de condições
operacionais de venda ou prestação de serviços é uma infração da ordem econômica”.

Porém, prática é muito difícil essa fiscalização, mas existem meios possíveis de impleta-
mentar uma discriminação de preços implícita.

Graus de discriminação de preços:

Discriminação perfeita: a de primeiro grau, conhecida como perfeita, mas neste modelo
o produtor consegue vender o seu produto pelo maior preço que o consumidor sinta-se
disposta a pagar. Sendo a receita a maior possível juntamente com o seu lucro.

Discriminação por quantidade: ocorre conforme a quantidade comprada, por exemplo,


“leve 4 e pague 3” ou “na compra de 2 unidades a segunda tem 50% de desconto”. Nessas
situações o preço cobrado por unidade irá variar de acordo com a quantidade comprada.

Discriminação por preconceito: o vendedor diferencia o tipo de consumirdor, faz uma


análise da condição financeira do consumidor e aumenta ou diminui o preço do bem ou

51
serviço.

Coalizão
Basicamente, é um acordo entre as empresas, quando as empresas concordam em evitar
a competição por meio da concorrência de preço. De tal maneira, que formam um cartel,
atuando como um monopólio ou um oligopólio concentrado. Por exemplo, os postos de
gasolina.

FUSÕES E AQUISIÇÕES
Fusões
É quando duas ou mais sociedades se unem formando uma nova e única grande empresa,
extinguindo-se as companhias originárias, ou seja, formando-se uma nova personalidade
jurídica distinta daquelas anteriores.

X (uma empresa) + Y (uma empresa)= Z (uma empresa, já não mais as duas anteriores).
Nesse processo, a sociedade formada pela fusão sucede as originárias em todos os direitos
e obrigações.

A sociedade formada por este processo se torna responsável pelo cumprimento das obri-
gações e contratos das empresas originárias, sob pena de pagamento de multa e demais
penalidades, salvo disposição em sentido contrário no termo contratual de fusão.

Aquisições
São operações nas quais uma empresa adquirente compra uma outra empresa, geralmente
de menor tamanho. Essa aquisição pode ser total ou parcial, majoritária ou minoritária.

No caso de uma incorporação com participação total, a empresa adquirida pode ser extinta
e completamente integrada na adquirente. Nesse tipo de operação, a compradora sucede
nos direitos e obrigações. A empresa adquirida pode operar de modo independente, com
maior ou menor grau de integração entre ambas as partes.

Regulação de Mercados e Legislação Antitruste - CADE


Uma das formas que o Estado entende para controlar a economia é através da regulação

52
das atividades econômicas e da concorrência. Ou melhor, as fiscalizações e antitruste. No
contexto da regulação das atividades econômicas, o Estado atua principalmente através
das Agências Reguladoras.

No que refere-se à regulamentação da concorrência, a interpretação estatal se explica diante


das falhas presentes no mercado. Onde poderíamos afirmar que não existe a concorrência
perfeita; abrindo margem para o comportamento abusivo dos agentes econômicos.

O Estado interfere para controlar essas falhas e tentar ao máximo conseguir que exista
uma concorrência justa.

O que é o CADE? Falamos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, que é o


órgão antitruste brasileira, autarquia que regulamenta a proteção à livre concorrência
através da prevenção e repressão às infrações contra a ordem econômica. Ele é órgão
antitruste brasileiro.

Sua atuação consiste em:

⯀ Quando há atos em que o nível de concentração é excessivo, isto é, ele regulamenta


a concorrência;
⯀ Age diante de condutas anticompetitivas, reprimindo-as;
⯀ Procura promover uma cultura de concorrência.

Base legal: Lei 12.529/2011, onde exige uma autorização prévia do CADE dos atos de
concentração vinculados entre as empresas. Teremos aqui as delimitações prévias para
esse ato.

SUBMÓDULO IV - FUNDAMENTOS DE
FINANÇAS CORPORATIVAS

OBJETIVOS DAS FINANÇAS CORPORATIVAS


Elas têm como principal objetivo maximizar a valorização da empresa e, ao mesmo tempo,
administrar os riscos financeiros já existentes. Analisar a situação financeira da empresa,
estudar a viabilidade de novos projetos etc. As finanças corporativas desempenham fun-
ções estratégicas que apoiam a tomada de decisões importantes para a empresa. Falamos
de uma engrenagem que deve funcionar perfeitamente para o crescimento da empresa.

53
Dentro do campo das tomadas de decisões, ela auxilia no:

⯀ Controle de contas a pagar e contas a receber;


⯀ Planejamento financeiro;
⯀ Indicadores financeiros.
⯀ Dentro do campo da saúde financeira, impacta em:
⯀ Faturamentos;
⯀ Recebimentos;
⯀ Índice de endividamentos;
⯀ Custos fixos e variáveis.

Maximização do Valor para Acionistas


Quando alguém decide investir seu dinheiro em uma empresa, está disposto a assumir
certo risco em troca de um aumento no seu patrimônio ou riqueza pessoal.

Entendemos, que pode-se admitir que o objetivo principal da empresa, e por consequência
de todos os administradores e empregados, é o de maximizar a riqueza de seus proprie-
tários. Salvo, se for uma entidade filantrópica, nesse caso, ela não visa lucros.

A riqueza dos proprietários é medida pelo preço da ação, representado pelo valor de mercado
da empresa, isto é, pelo valor que seria alcançado na venda dos direitos de participação
no seu capital. Cada decisão financeira deve ter como meta o aumento do valor da ação.

Desta forma, temos uma balança, quanto maior o risco, maior a possibilidade de retorno.

A meta dessa administração coincide com o objetivo básico do proprietário ou acionista.


As decisões são orientadas para o aumento do valor de mercado da empresa. Sua meta
é a maximização da riqueza dos acionistas, que constitui algo mais amplo do que a maxi-
mização dos lucros envolvendo os aspectos a seguir:

Retorno do capital próprio: os acionistas esperam ser remunerados através dos dividen-
dos e valorização das ações. O detentor da ação espera receber seu retorno sob a forma
de pagamentos periódicos de dividendos ou por meio de valorização no preço da ação,
ou ambos.

O preço de mercado de uma ação retrata o valor de dividendos futuros esperados, bem
como de dividendos correntes, a riqueza dos acionistas na empresa é medida pelo preço
de mercado de suas ações.

Governança Corporativa
54
Falamos do sistema pelo qual as empresa e demais organizações são dirigidas, monitoradas
e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração,
diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.

É um conceito que surgiu há algum tempo, mais precisamente durante a década de 70,
como uma espécie de movimento originado a partir de organismos e instituições interna-
cionais, que a conectam com aspectos econômicos e políticos. Nos anos de 1990, houve
uma grande evolução no que se refere à sua concepção e às possíveis aplicações.

Consiste na elaboração e na implementação das melhores práticas e instruções para que


uma dada organização empresarial siga em conformidade com a sua realidade e estrutura
interna.

Pode ser definida, também, como uma série de processos que determinarão a forma pela
qual os negócios podem ser geridos, encarregando-se, por exemplo, de transformar prin-
cípios e valores em diretrizes mais objetivas. Uma governança frustrada, ocorre quando
cada funcionário tem um norte diferente.

Sob a perspectiva de gestão empresarial, ela será um conjunto de procedimentos com o


objetivo de aprimorar o relacionamento de todos aqueles que fazem parte de um deter-
minado negócio, elevando o grau de confiança que os profissionais nutrem entre si. Ela
preserva e otimiza o valor econômico de longo prazo da organização.

Objetivos principais:

⯀ Maior visibilidade de mercado;


⯀ Prevenção de problemas, erros e fraudes;
⯀ Facilidade na captação de recursos;
⯀ Redução do custo do capital;
⯀ Melhor desempenho operacional/eficiência operacional;
⯀ Controle do abuso de poder;
⯀ Evitar o conflito de interesses;
⯀ Uso de informação privilegiada por poucos interessados.

Essa governança ajudará a recuperar e garantir a confiabilidade de uma determinada


empresa para os seus acionistas. Criando um conjunto de mecanismos eficientes que, por
sua vez, produz confiança ética e moral para a empresa.

Existem quatro pilares essenciais para a governança corporativa:

Equidade: falamos do tratamento justo e isonômico de todos os envolvidos na operação.

Responsabilidade corporativa: esses agentes de governança devem zelar pela viabilidade

55
econômico-financeira das organizações, reduzirem as negativas externas de seus negócios
e suas operações e aumentar as positivas, levando em consideração, no seu modelo de
negócios os diversos capitais, sejam eles financeiros, manufaturados, intelectuais, humanos,
sociais, ambientais e que envolvam a reputação, no curto, médio e longo prazo.

Transparência: nada mais é do que o princípio que nos deixa obrigados a ter total trans-
parência dentro daquilo que ocorre no interior da empresa.

Adequação dos processos: visa garantir mais excelência em seus resultados, as empresas
precisam fazer adequação de seus processos. Sempre é possível melhorar.

Alinhamento de estratégias com objetivos: aqui falamos de ter objetivos claramente


definidos, é claro, sendo norteados por aqueles valores que foram previamente definidos,
levando em conta os riscos em todos os casos. Perceba como se adaptam melhor às
mudanças do mercado quem já tem um determinado alinhamento estabelecido.

Funções e responsabilidades bem definidas: precisa-se ter bem estabelecido o que


o colaborador fará, o que os gerentes, diretores, executivos, presidentes de conselho e
CEO farão. Ter funções bem delimitadas. O ideal é que haja documentos redigidos com a
descrição de cargos e responsabilidades associadas a diversas funções. Também chamado
de Mapa de Competência.

Ética e integridade na cultura geral da organização: é um tópico importantíssimo,


garantir o cumprimento de leis e políticas das boas práticas comerciais, além das regras
práticas trabalhistas, estão dentro dos bons níveis de governança.

Diretoria qualificada e forte: devemos ter os melhores dentro da diretoria, para que
todos se sintam à vontade e fortes dentro dos direcionamentos norteadores. Temos de ter
gente “top” dentro da diretoria!

Desenvolvimento de um conselho forte: na mesma linha do tópico anterior, precisamos


ter pessoas que enxergam suas qualidades como necessárias para o desenvolvimento da
empresa.

Administradores Versus Proprietários


Os proprietários são os donos das empresas, fundadores, os quais as empresas perten-
cem. Por outro lado, temos os administradores, são aqueles que fazem a gerência dessas
empresas, que pode ser o proprietário ou não.

Teoria da Agência: nos diz que na medida com que as empresas crescem, é totalmente
comum que elas passem a ser administradas por administradores e não apenas por seus

56
proprietários. Essa teoria da agência analisa os conflitos existentes entre os principais pro-
prietários e os agentes administradores, considerando que o interesse dos primeiros nem
sempre está alinhado com o dos administradores.

Por exemplo, no Rio Grande do Sul, por tradição, os italianos não gostam de endivida-
mentos. Então, imaginemos que o administrador precisa passar um projeto que utilizará
do endividamento, mas o proprietário da empresa é um desses italianos. Aqui surge uma
divergência entre o administrador e o proprietário, ainda que tenha-se diversas vantagens
nesse endividamento para expansão.

A hipótese fundamental desta teoria é que as pessoas têm interesses diferentes e cada um
busca maximizar seus próprios objetivos. Uma incompatibilidade de informações e ideias.

No dia-a-dia, um conselho administrativo e deliberativo, auxilia na resolução desse tipo de


conflito. Isso é importante principalmente nos processo de expansão. Ainda mais entrando
conceitos como o dos CEO’s, que teriam a capacidade de opinar acima do proprietário.
Existem “N” hipóteses dentro desse tema.

Controle da Firma
Basicamente, falamos da gestão empresarial, um estratégia de condução de negócios que
gera melhores resultados, partindo de ações que envolvem a organização de processos,
o controle das finanças, administração dos recursos humanos e materiais, ou seja, tudo
aquilo que é essencial para a sua manutenção.

Isso está relacionado com a definição de metas, objetivos, organização de processos, pla-
nejamento estratégico, análises de custos, compras, vendas, pagamentos e recebimentos,
contratação e demissões, tudo que envolve o controle do ambiente de uma empresa.

A aplicação da gestão empresarial resulta basicamente de planejamento, indicadores de


desempenho, tecnologias e qualificação profissional.

O controle da firma é ter a empresa nas mãos, com todas as áreas em pleno funciona-
mento e integradas.

Finanças e os Objetivos da Empresa


Finanças é o estudo da circulação do dinheiro entre os particulares, as empresas ou os
vários Estados. Podendo englobar a análise de riscos e projetos, o estudo do planejamento
do dinheiro, o gerenciamento e o controle de ativos dentro de uma empresa, entre outros.

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Finanças tratam da gestão do dinheiro. Sua área principal de estudo é o mercado financeiro,
as instituições financeiras, entre outros, tanto dentro de um país quanto a nível mundial.

As finanças corporativas, têm relação às formas que as empresas criam valor através do
uso de recursos financeiros. Investimentos, financiamentos, benefícios e dividendos, são
alguns dos conceitos vinculados a esta área.

Já os objetivos da empresa, precisamos citar alguns tópicos, sendo os principais:

⯀ Maximização dos lucros (proprietários e acionistas);


⯀ Evolução dos seus funcionários (acadêmica e profissional);
⯀ Ser reconhecida no seu segmento de mercado (visibilidade);
⯀ Ser reconhecida como um bom lugar para se trabalhar;

Esses objetivos precisam estar alinhados com a visão de onde a empresa quer chegar ou
o que ela espera conseguir dentro da sociedade e do mercado. Levando em conta o tempo
para conquistar essas coisas, o prazo é importante.

O Papel do Gestor Financeiro


É o responsável pelo planejamento das finanças da empresa, gestão da equipe e dos recur-
sos da área financeira. Além disso, é responsável por prestar contas à diretoria quanto a
valores, faturamento, ativos, e tem papel essencial na tomada de decisões. Uma das mais
importantes funções dentro da empresa. É aquele que gere os recursos da empresa, tanto
contas a pagar quanto contas a receber.

Área com um amplo campo de atuação, desde setores financeiros de organizações, cor-
retoras de valores, instituições financeiras, até mesmo como autônomos. Em empresas,
pode ocupar cargos de analista, consultor, assistente ou assessor do mercado financeiro.

Quanto ao planejamento, ele é o responsável por organizar, captar e aplicar recursos pre-
vistos no planejamento da organização. Com auxílio de um sistema de informações geren-
ciais, ele tem conhecimento da situação financeira da empresa. Podendo gerar análises
de apoio para tomada de decisões.

Responsabilidades:

⯀ Objetivos e missão da empresa atingidos;


⯀ Relatórios de performance;
⯀ Orçamento.

Tudo isso visando minimizar riscos, tanto para as finanças quanto para a empresa como

58
um todo.

Princípios do Cálculos do Valor


Valuation, por assim dizer, é um termo em inglês que significa avaliação de empresa. Vamos
analisar e dizer o quanto vale uma empresa e suas características importantes. Será uma
conversão de uma projeção em uma estimativa do valor de uma empresa. Irá medir o valor
de uma empresa em valor monetário.

Existem várias técnicas para calcular o Valuation:

Fluxo de caixa descontado (FCD): parte da geração de renda de uma empresa por suas
atividades operacionais. Esta quantia é projetada, baseada em uma taxa e descontado,
sendo o ajuste do dinheiro no tempo.

Múltiplos descontados: baseados em índices denominados múltiplos, são calculados pelo


preço da ação.

Valuation de liquidação: a liquidação dos bens por meio de uma análise a preço justo.

O Que é Valor
Valor é o preço, o custo, o montante, a estimativa em dinheiro de alguma coisa. É o corres-
pondente justo em dinheiro do que se pode ser comprado ou vendido.

Nada mais é que o preço de mercado. Papel representativo do dinheiro. A expressão “de
valor” é usada como referência àquilo que tem um preço. Falamos de preço de mercado,
pois é aquilo que temos a referência e o contato mais direto, mas não podemos excluir o
valor particular que os bens podem ter.

O Processo de Cálculo do Valor

Fluxo de Caixa Descontado


Em aula, apresentamos essa explicação inicial em três passos, que devem ser seguidos
para iniciar o cálculo do fluxo de caixa descontado.

Para calcular esse primeiro é necessário calcular e analisar o fluxo de caixa de anos anterio-
res, englobando o máximo de anos possíveis e avaliando as receitas, despesas e custos. (1)

Depois, é preciso projetar o fluxo de caixa futuro com base nos dados obtidos na análise

59
anteriormente feita e, após, deve-se determinar a taxa de desconto e dividir a projeção
de cada ano por ela para, assim, trazer o fluxo de caixa ao valor presente. Segundo Peter
D. não cabe a nós adivinhar o futuro, mas sim podemos analisar o passado e com base
nesse cenário projetar um futuro. Não existe a possibilidade de simplesmente chutar um
número. (2)

Por fim, a soma do presente de cada ano resulta no valor de sua empresa pelo fluxo de
caixa descontado. (3)

Exemplo: uma empresa, após calcular e analisar o fluxo de caixa de outros anos, tenha a
seguinte projeção de lucros para os próximos 3 anos:

⯀ Ano 1: R$ 25.000,00
⯀ Ano 2: R$ 27.500,00
⯀ Ano 3: R$ 30.250,00

A taxa de desconto será de 12%. Calculando o FCD, temos:

⯀ Ano 1: R$ 25.000,00/(1,12) = R$ 22.321,43


⯀ Ano 2: R$ 27.500/(1,12)² = R$ 21.531, 83
⯀ Ano 3: R$ 30.250,00/(1,12)³ = R$ 21.531,35

O valor da empresa pelo fluxo de caixa descontado é igual a somatória dos anos projeta-
dos: R $65.775,61.

Múltiplos Descontados
Nessa modalidade, utiliza-se alguns índices, denominados por múltiplos, que são calcula-
dos a partir dos valores contábeis e valores justos da empresa. São montantes baseados
na quantidade de ações da empresa e seus valores.

Sendo alguns deles:

Múltiplo P/L: preço da ação dividido pelo lucro da ação.

Múltiplo EV/EBITDA: valor da empresa dividido pelo lucros antes dos juros, impostos,
depreciação e amortização. O valor da empresa é calculado pelo valor das ações multiplicado
por sua quantidade, mais o valor das dívidas e subtraindo as disponibilidades da empresa.

Exemplo de múltiplo por EBITDA, sua fórmula para cálculo é:

EM (ref) + EV (ref) / EBITDA (ref)

60
Sendo:

EM (ref): Múltiplo de Ebitda (Ebitda Multiple) da empresa escolhida como referência;

EV (ref): Valor da EMpresa (Enterprise Value ou Firm Value - FM) utilizada como referência;

EBITDA (ref): Ebitda da empresa usada como referência.

Em busca do valor da empresa X é escolhido a empresa Y como referência para com-


paração. A empresa Y tem capital aberto em bolsa, com divulgação de seus números, e
sabemos o seguinte sobre ela:

Assim, já se sabe que é usado um múltiplo de 10 como referência. Será visto então como
calcular o valor da empresa X, a saber:

61
Em resumo, um múltiplo valor da empresa/EBITDA 10x significa, que a empresa vale o
equivalente a dez anos de geração de caixa operacional, considerando o último EBITDA
apresentado pela empresa.

Valuation de Liquidação
Conhecido, também, como valor patrimonial líquido. Sua maneira de cálculo é somando
os ativos circulantes e não-circulantes da empresa e subtraindo seus passivos, também
circulante e não-circulante.

Exemplo: bastante utilizado quando estamos encerrando uma empresa, essa fórmula que
utilizaremos:

(Bens + Direitos) - (Deveres + Obrigações)

Com base no balanço patrimonial abaixo, calcular o Valuation de Liquidação:

= (Bens + Direitos) - (Deveres + Obrigações)

= (205000 + 260000) - (165000 + 45000)

62
= R $ 255.000,00

Pelo Valuation de liquidação, o valor da empresa é R$ 255.000,00.

Criação de Valor Para os Acionistas


Ao comprar a ação de uma empresa, o investidor se torna sócio da empresa, se tiver
ações ordinárias (com direito a voto) pode participar das decisões da companhia e obter
dividendos. Dessa maneira, o investidor, ao operar no mercado, está diretamente interes-
sado em saber como a companhia está atuando, qual o seu desempenho no mercado. Se
as suas decisões se mostram bem-sucedidas, o investidor tem muito a ganhar com esse
investimento.

Vale lembrar que:

⯀ A empresa pode se beneficiar com um bom relacionamento com seus acionistas;


⯀ Terá uma melhor reputação frente ao mercado;
⯀ Quando lançar títulos no mercado para a captação de recursos, ela obterá uma
melhor precificação.

Melhores estratégias: um planejamento adequado, um comitê em conformidade com


assuntos da empresa e um corpo de executivos bem nivelado ao Conselho de Administração,
estabelecendo e realizando as práticas da empresa são fatores importantes para agregar
valor aos acionistas.

Durante a crise: as informações aumentam a confiança, omitir informações dos investido-


res nunca é uma boa estratégia, principalmente num momento crítico. Na crise devemos
informar a verdade, de maneira transparente, e mostrar como a empresa irá se comportar
perante o momento difícil. Transparência é indispensável.

Recompra de ações: apontam uma boa oportunidade, mostrando a confiança de que


o preço dos papéis não reflete os seus fundamentos econômicos. Possibilita redução da
base acionária e capitalização dos acionistas.

Novo mercado: esse sim, traz novas garantias a investidores. Uma entrada de uma
companhia na bolsa leva uma agregação de valor aos acionistas da empresa. No novo
mercado haverá um sistema de listagem para negociação das ações da companhia que
apresentam o compromisso de mostrar maiores práticas de governança corporativa em
relação ao que é exigido pela legislação.

Fluxo de Caixa Descontado


63
É utilizado para definir o valor presente de uma empresa, ativo ou projeto com base no
valor que pode gerar no futuro. É uma técnica de orçamento de capital. O FDC parte do
pressuposto de que o investimento gera fluxo de caixa durante um determinado período.

O método considera duas importantes variáveis, risco e retorno. Isso significa que a análise
FDC utiliza projeções de fluxo de caixa e descontos para chegar a uma estimativa de valor
presente. Auxiliando-nos a avaliar o potencial de investimento e as probabilidades de retorno.

Principais fatores:

Estimativa de fluxo de caixa: projeção do faturamento e dos custos da empresa em


um período estabelecido.

Taxa de desconto: valor que deve ser determinado com base nos riscos da atividade
exercida pela empresa e também pelo custo médio ponderado do capital.

Valor residual: por último é calculado o valor residual, ou seja, o valor dos bens e negócios
no fim da sua vida útil.

Feita a estimativa desses três itens, é necessário fazer o cálculo do valor da empresa.

Exemplo:

Uma empresa tenha a seguinte projeção de lucros futuros nos próximos 4 anos:

⯀ 1º ano: R$ 20.600,00
⯀ 2º ano: R$ 22.800,00
⯀ 3º ano: 27.400,00
⯀ 4º ano : 32.200,00

Se faz necessário que se aproxime os valores obtidos ao valor presente, supondo-se que
a taxa anual de inflação seja de 10%.

Calcula-se o retorno de cada ano, trazendo-se a valor presente com a taxa de juros, soman-
do-se as partes:

⯀ 1º ano: R$ 20.600,00/(1,1) = R$ 18.727,27


⯀ 2º ano: R$ R$ 22.800,00/(1,1^2) = R$ 18.842,98
⯀ 3º ano: R$ 27.400,00/(1,1^3) = R$ 20.586,03
⯀ 4º ano: R$ 32.200,00/(1,1^4) = R$ 21.99,03

Ao somar todos os valores dos anos projetados, encontra-se um total de: R $80.149,31. Então,
segundo o critério de fluxo de caixa descontado, este é o valor da empresa.

64
O Que é Fluxo de Caixa
Basicamente, é a demonstração que evidencia as variações (entradas e saídas) de dinheiro
no disponível da empresa, em determinado período, segregando as informações em três
fluxos: das operações, dos financiamentos e dos investimentos.

Fluxos de caixa existentes:

Operações > entradas e saídas da operação.

Financiamento > recursos provindos de empréstimos.

Investimentos > recursos alocados/investidos/aplicados.

A somatória dos três é o recurso total dos três, estão interligados e precisam andar
harmonicamente.

Objetivos:

⯀ Proporcionar ao usuários uma base para avaliar a capacidade de entidade gerar caixa
e equivalentes de caixa, bem como as necessidades da entidade de utilização desses
fluxos de caixa;
⯀ Equacionar as entradas e saídas de recursos, dispostos no tempo;
⯀ Avaliar a capacidade da empresa de gerar fluxos de caixa positivos no futuro;
⯀ Visualizar os fluxos monetários da entidade;
⯀ Avaliar a capacidade de a empresa honrar os compromissos com os seus credores;
⯀ Identificar os valores esperados de entrada e de saída de recursos;
⯀ Identificar a parte do lucro líquido ou prejuízo líquido apurado pelo regime de
competência;
⯀ Avaliar o grau de precisão dos fluxos de caixa estimados no passado e a sua realização
no futuro etc.

Conceitos Básicos na Análise de Fluxo de Caixa


A análise de fluxo de caixa mensura o quanto de dinheiro entra e sai de uma empresa,
dentro de um período específico. É considerada como uma das melhores maneiras de
medir o desempenho de um negócio. Vale lembrar, que temos outras ferramentas para
acompanhar essa análise, como o balanço patrimonial, por exemplo.

Vantagens:

65
⯀ Pode ser medido e comparado, visto que dinheiro é algo quantitativo, o fluxo de caixa
unifica a comparação, pois o idioma que ele fala é universal;
⯀ É universalmente aceito, pois é entendido por todos os empreendedores do mercado;
⯀ É uma ferramenta para tomada de decisão, por expor fontes de receita que se des-
tacam e como o dinheiro está sendo aplicado, o empreendedor consegue tomar
decisões com mais clareza;
⯀ Apresenta o regime de caixa, o registro dos documentos na data que foram pagos.
Isso é importante para gerenciar a liquidez do negócio;
⯀ Demonstra para o empreendedor o quanto ele pode contar em questão de valores.

Valores de Encerramento do Fluxo de Caixa


O fluxo de caixa abarca todas as entradas e saídas da empresa. Formando, então, o total dos
recursos da empresa. Logo, quando formos fazer o valor de encerramento, precisaremos
pegar os saldos (entradas e saídas), para, assim, formar um saldo de entradas (SE) e um
saldo de saídas (SS), que subtraindo um do outro saberemos o resultado do fluxo de caixa.

Esse resultado é o valor de encerramento do fluxo de caixa? Sim, mas somente se tiver-
mos calculado os valores de todo o período e não de um determinado dia no mês. Não
podemos deixar de levar em conta as obrigações.

Orçamento de Capital
O orçamento de capital nos proporciona uma projeção, para então montarmos um pla-
nejamento estratégico.

Falamos de um recurso usado para determinar quais investimentos de capital de longo


prazo devem ser escolhidos pela empresa durante um determinado período. Para isso, ele
leva em consideração a rentabilidade potencial de cada projeto.

É um processo no qual as empresas avaliam e classificam os investimentos significativos.


Envolvendo um grande volume de capital e com efeito de longo prazo. Por exemplo, com-
pra de mais máquinas, investimentos em novas tecnologias etc.

Entendemos que a alta administração é quem dirá o que é prioridade para esse procedi-
mento. Sendo uma ferramenta importante, pois mensura todos os riscos envolvidos em
um investimento de projeto. Pertencendo a área de planejamento estratégico da empresa.

Não obstante, essa técnica é utilizada pela área financeira da empresa para determinar
quais projetos produzirão mais retorno ao longo de um período (curto, médio e longo

66
prazo). Por meio dela, também, é possível prever a estrutura de capital e de custos futuros
que implicará na taxa de crescimento da empresa.

Por exemplo, uma empresa de educação, hoje, no curto prazo, está instalada num prédio
e nesse prédio ela ocupa apenas uma sala. No médio prazo, ela ocupará todas as salas do
prédio. E, por fim, em 10 anos ela terá o seu próprio prédio. Isso é uma tendência de pla-
nejamento estratégico e utiliza do orçamento de capital.

Critérios de Decisão de Investimentos


Falamos ainda dentro do campo do planejamento estratégico para essas tomadas de
decisões.

Essas decisões de investimento envolvem a elaboração, avaliação e seleção de propostas


de empregos de capital realizadas com objetivo, geralmente de médio e longo prazo, para
produzir determinado retorno aos proprietários de ativos.

Tudo irá depender daquilo que temos no planejamento estratégico, as decisões jamais
podem ir contra aquilo que foi estabelecido, a não ser que venhamos a redefinir os planos.
Levando em conta o prazo para chegar nesses objetivos.

Para essa tomada, são necessários alguns critérios que partem de boas premissas para o
futuro da empresa.

Os critérios são a partir de:

⯀ Conhecer os números do negócio;


⯀ Dimensionamento dos fluxos de caixa;
⯀ Estabelecer taxa mínima de atratividade;
⯀ Payback (retorno);
⯀ Entender o mercado profundamente.

Regras de Payback Simples


Existem dois tipos de Payback, primeiro, precisamos olhar apenas para o simples, não
levando em conta o Payback descontado.

Ele é o período de tempo necessário para a recuperação do investimento realizado. O obje-


tivo desse indicador é reduzir o risco e valorizar a liquidez. É um indicador muito conhecido
e nos traz uma orientação sobre a atratividade e viabilidade econômica dos mais diversos
projetos e aplicações.

67
Por exemplo, se fizermos um aporte de 10k, nós iremos querer saber em quanto tempo
teremos esse valor de volta. Esse tempo de retorno é o que nós chamamos de Payback.

Ao fazer qualquer tipo de investimento a empresa tem que atravessar pelo período de
despesas, em que o dinheiro sai do caixa, mas, chegará um momento em que as receitas
recuperarão o capital investido. E este é o momento, em período de tempo, que o método
do Payback mostra.

Ele está ligado a um fluxo de caixa 100% bem feito, nos passando a segurança sobre quando
aplicar o dinheiro. Envolve captação e aplicação, e nos diz o tempo de retorno esperado.

Cálculo: o cálculo desse indicativo é bem simples. Quanto maior for o tempo de recupe-
ração do valor inicial, maior será o risco do investimento.

Fórmula:

Quanto maior for o tempo de recuperação do valor inicial, maior será o risco.

Exemplificando: uma empresa de serviços está considerando investir em um sistema


digital para a automação de processos. O projeto custará R$50.000 e a empresa espera
economizar R$20.000 por ano após a implementação tecnológica. Aplicando a fórmula
acima, encontramos o resultado 2,5. Este é o prazo para o retorno do investimento em
questão. Essa hipótese é interessante para as fases de expansão de negócios, desde que
o prazo se encaixe nas projeções da empresa. O prazo de payback permite avaliações
qualitativas das decisões a serem tomadas.

No caso citado acima, se o planejamento financeiro fosse de cinco anos, a partir da metade
do terceiro ano, toda economia advinda dos investimentos entraria diretamente para o
caixa da empresa. Por isso, o prazo de retorno deve sempre estar alinhado aos planos de
expansão e estratégia da companhia.

Método de Payback Descontado


Conceitualmente, o payback descontado é praticamente a mesma coisa que o payback
simples. Dizemos que é o tempo necessário para que o retorno acumulado se iguale ao

68
valor de investimento. A diferença é que no simples desconsidera o capital investido ao
longo do tempo. O descontado leva em consideração os gastos do decorrer do prazo de
recuperação do investimento.

Exemplificando: até que os valores investidos e retornados se igualem, existem custos de


mão-de-obra, materiais e outros. O descontado trabalha exatamente nesse ponto para
refinar mais a informação. Nele é empregada a taxa de juros junto à fórmula. A variação
monetária no período em análise não é descartada.

A fórmula do payback descontado trabalha também com o peso do fluxo de caixa no


retorno sobre o investimento (ROI). Em outras palavras, o “descontado” nada mais é que
o ROI ao considerarmos também o retorno gerado pelo fluxo de caixa.

A partir do saldo das operações registrado pelo fluxo de caixa é que se analisa o payback
descontado. Nele, o tempo necessário para se obter o retorno sobre um investimento é
feito de forma a descontar a taxa de juros compostos (variação monetária no decorrer do
tempo).

É útil em comparações regionais ou nacionais onde naturalmente haja variações das taxas
de juros, as quais influenciam diretamente na rentabilidade. Uma de suas formas mais
usuais é aquela empregada no projeto de expansão ou abertura de novas unidades físicas
de uma empresa.

Um investimento pode ser calculado somente pelo payback simples, já que o fluxo de caixa
operacional não influenciará em seus rendimentos. Em contrapartida, o payback descon-
tado é a ferramenta empregada para medir os resultados em atividades operacionais — e
assim estimar de que forma elas afetarão o retorno sobre o investimento.

A vantagem do payback descontado é que ele fornece um painel mais realista a respeito
do retorno de um investimento. Contudo, a depender do caso, calculá-lo pode ser uma
tarefa demasiado complexa, visto que diversos fatores influenciam a performance opera-
cional e, consequentemente, o fluxo de caixa.

Fórmula para o cálculo do payback composto:

Ela é derivada diretamente da fórmula do payback simples, e só depois sofre a aplicação


dos juros compostos.

69
Sendo:

PV = valor descontado

FV = valor futuro

I = taxa de juros

n = período

Taxa Interna de Retorno - TIR


A Taxa Interna de Retorno (TIR) é uma métrica usada para avaliar o percentual de retorno
de um projeto para a empresa. Essa taxa pode ser comparada com a Taxa Mínima de
Atratividade (TMA).

Ela calcula a taxa de desconto que deve ter um fluxo de caixa para que seu valor presente
líquido se iguale a zero.

É também usada para avaliar a atratividade de um investimento. Se ela for maior que a
TMA, o gasto será viável. Caso seja o contrário, não se deve investir no projeto em análise.
Se as duas taxas forem iguais, fica a cargo do gestor a decisão final sobre fazer ou não o
investimento. Muitas vezes as decisões não devem ser baseadas exclusivamente nos núme-
ros, visto que há ganhos chamados de “intangíveis” e que não podem ser mensurados.

A TIR reflete ainda a qualidade do investimento e é amplamente utilizada por empresas


para determinar e comparar aplicações, sendo elas de mesma natureza ou não.

Exemplificando: se tivermos R$100.000 para investir num projeto agrícola cuja TIR seja 5%
ou num projeto de educação com TIR igual a 8%, essa segunda opção é a mais rentável.
São ramos diferentes, mas podem ser comparados entre si por intermédio da taxa que
aqui estamos estudando.

Por ser expressa em termos percentuais, a TIR tem ótima aceitação entre executivos

70
financeiros. Inclusive, para muitos deles é preferível o cálculo e avaliação dela do que o do
valor presente líquido. Assim, a principal vantagem da taxa interna de retorno é a facilidade
de compreensão oferecida, já que ela apresenta uma taxa para cada projeto em discussão.
Já uma possível desvantagem é que ela traz apenas o percentual de retorno esperado,
sem mostrar o risco e as potenciais perdas às quais a empresa está sujeita para obtê-lo.

Fórmula para o cálculo da taxa interna de retorno:

Sendo:

FC = investimento inicial, a entrada de capital

t = cada período

T = período total

VPL = Valor Presente Líquido

TIR = Taxa Interna de Retorno

Vemos que a TIR se encontra no denominador. Isto é corrigido com manobras de mate-
mática básica. Não tenham medo de fórmulas. Para facilitar o cálculo, use ferramentas
como o programa Excel ou calculadoras científicas.

Antes de qualquer análise é preciso ter certeza que a projeção de fluxo de caixa esteja
muito bem feita e com as informações corretas.

Exemplificando: uma empresa vai fazer um investimento inicial de R$200.000 cuja previsão
aponta retornos de R$100.000 no primeiro ano e R$110.000 no segundo.

VPL = 0 = -200.000 + 100.000 / (1+TIR)^1 + 110.000/(1+TIR)^2.

É possível também calculá-la por tentativa e erro: imaginamos que ela seja um valor qual-
quer entre 1 e 5% e substituímos na fórmula esses valores.

Para TIR = 1%

VPL = 0 = - 200.000 + 100.000/ (1+0,1) + 110.000/ (1+0,1)^2

71
VPL = 6,84.

Para TIR = 5%

VPL = 0 = - 200.000 + 100.000/ (1+0.5) + 110.000/ (1+0,5)^2

VPL = 4,98.

Concluímos, portanto, que para que o VPL seja igual a zero, a TIR deve estar em algum
ponto entre esses dois valores. Demos apenas o exemplo, mas esse caminho não é a saída
mais viável. No caso acima analisado, a TIR deveria corresponder a 3%.

Isto quer dizer que se o retorno exigido for menor que isso, então o investimento será viável.
Em casos contrários, não haverá viabilidade nesse projeto.

É preciso entender que os cálculos aqui estão diretamente ligados ao VPL. Nem sempre
o maior valor de TIR será o mais viável, visto que os números devem ser trazidos às con-
dições reais.

Para a interpretação dos resultados obtidos pelo cálculo da TIR é importante considerar
outros indicadores financeiros na análise, evitando assim possíveis armadilhas montadas
por análises superficiais. O mais interessante a se fazer é usá-la junto ao VPL e ao payback.

Relembrando, a taxa interna de retorno deve ser maior que a taxa mínima de atratividade,
mas isto não significa que quanto maior o seu valor, melhor é o investimento. Caso a TIR
seja muito grande, ela fará com que o VPL seja negativo.

Valor Presente Líquido


O valor presente líquido é um método que consiste em trazer para a data zero todos os
fluxos de caixa de um projeto de investimento, e somá-los ao valor do investimento inicial,
usando como taxa de desconto a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) da empresa ou
projeto.

Trata-se de um dos métodos mais conhecidos em se tratando de análises de viabilidade


de projetos de investimento.

Essa estratégia trará ou não dinheiro para a empresa? É melhor deixar o valor
guardado no banco ou investi-lo hoje?

O VPL não faz apenas uma comparação do investimento com o retorno que dele se espera,

72
mas leva em consideração a valorização do capital ao longo do tempo, calculando-se
assim o ganho real do investimento. Não é algo limitado. Faz análises relativas aos juros
compostos no período em questão.

Em suma, o VPL traz ao valor presente um valor futuro, e representa, em valores monetários
atuais, a diferença entre os recebimentos e os pagamentos de um projeto de investimento.

É amplamente utilizado para o planejamento de investimentos a médio e longo prazo.


Um projeto só deve ter seguimento se o valor atual de todas as entradas de caixa
descontadas do valor atual de todas as saídas de caixa for maior que zero.

A análise do valor presente líquido considera:

⯀ Definição do valor do investimento inicial;


⯀ Definição do período de análise;
⯀ Definição da estimativa de entrada de caixa para cada período;
⯀ Definição da taxa de desconto apropriada;
⯀ Entradas de caixa descontadas
⯀ Soma das entradas de caixa descontadas e a subtração do investimento inicial;
⯀ Definição da viabilidade do investimento.

Taxa Mínima de Atratividade (TMA)


É uma taxa de desconto utilizada nos métodos de análise de investimento que representa
o mínimo retorno que o executor do projeto de investimento deseja obter.

Fórmula para o cálculo do valor presente líquido:

O VPL é o somatório dos (fluxos de caixa dos respectivos períodos) / (1 + taxa mínima de
atratividade) elevado ao número do período de cada fluxo de caixa. Tudo isso descontado
do valor do investimento inicial. Lembrando que apenas valores de VPL > 0 são atrativos.

Exemplificando: um investimento feito ao custo de R$15.000 retorna fluxos de caixas anuais

73
de R$3.500 por cinco anos. O investidor em questão considera que sua taxa mínima de
atratividade é de 4% ao ano.

A soma de cada fluxo de caixa, considerando negativos os valores de saída e positivos os


de entrada, resulta na seguinte tabela calculando na HP12C:

15.000,00 → CHS → g → CFo (o valor vai ficar negativo) → investimento inicial

3.500,00 → g → CFj → para entrar o fluxo do primeiro ano;

3.500,00 → g → CFj → para entrar o fluxo do segundo ano;

3.500,00 → g → CFj → para entrar o fluxo do terceiro ano;

3.500,00 → g → CFj → para entrar o fluxo do quarto ano;

3.500,00 → g → CFj → para entrar o fluxo do quinto ano;

4 → i → para encontrar a taxa;

f → NPV → para encontrar o VPL

VPL = R$ 581,38

A soma dos valores da coluna “Fluxo de Caixa Atualizado” resulta em R$581,38. O VPL é
positivo.

Inicialmente a promessa feita era de R$3.500 por ano, lembram-se? Mas os cálculos apon-
tam que em nenhum dos anos isso aconteceu, visto que a taxa mínima de atratividade
transporta o valor futuro para números atuais.

Ao se calcular um VPL vê-se o quanto vale o capital de um investimento no momento


presente (assim como no exemplo, cuja entrada de R$5.000 no quinto ano, considerando
uma TMA de 4%, equivale em números de hoje a R$2.876,74). Este é o poder da valorização
ou desvalorização do dinheiro.

Para definir a viabilidade de um projeto, a taxa mínima de atratividade tem de ser igual a
taxa de retorno esperada pelo investidor e o VPL > 0. Caso contrário, com VPL < 0, o inves-
timento deve ser desconsiderado.

No primeiro caso, o resultado do VPL significa que o projeto tem valor agregado e trará
retornos que gerarão lucros. No segundo caso, o resultado do VPL significa que o projeto
não tem valor e trará apenas prejuízos.

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Os valores que obtivemos no exemplo aqui são facilmente conseguidos utilizando uma
calculadora. Mas o nosso objetivo aqui é fazê-lo entender como as fórmulas funcionam na
prática. Isso traz consciência dos resultados reais. Prestem atenção em todos os conceitos
explicados.

Custo de Capital
É o retorno mínimo exigido pelos credores e acionistas (financiadores de recursos) para
determinar a viabilidade de um investimento ou negócio.

As empresas buscam financiamento para seus projetos junto aos acionistas e credores
ou a partir de seu capital próprio, ao emitir ações e também ao contrair empréstimos de
curto e longo prazo. Não é preciso dizer que acionistas e credores financiam a empresa
esperando obter retornos sobre o valor investido.

Exemplificando: você vai ao banco e pega emprestado R$60.000. Mas no final das contas
o valor total dessa dívida será de R$65.000. A diferença de cinco mil é o custo de capital.

Em um negócio bem planejado, o empreendedor sabe o quanto precisa ter de lucro para
que a empresa seja auto sustentada. O custo de capital, considerado uma taxa de retorno,
é essencial para se manter o valor de mercado de um empreendimento.

O custo de capital não é relacionado apenas a novas empresas. Toda vez que uma marca
consolidada no mercado decide ampliar suas atividades ou investir em projetos, sempre
haverá captação de recursos financeiros para isso.

As maneiras mais comuns de captação de recursos financeiros são:

⯀ Reservas de lucros de negócio;


⯀ Empréstimos;
⯀ Contratos de leasing;
⯀ Adesão de novos investidores: esta pode ser feita ao se oferecer ações no mercado
ou injetando-se capital na empresa.

Custo de Capital Próprio


Falamos do mínimo retorno que os acionistas vão exigir de seu capital investido na empresa.
Onde é equivalente ao rendimento mínimo que a empresa deve obter para remunerar
seus acionistas e manter o preço de mercado de suas ações.

Uma empresa pode financiar seus investimentos através de recursos próprios obtidos por

75
emissões de novas ações e retenção de lucros.

Ele é uma medida representada pelo Ke, expressando a taxa mínima de retornos que os
investidores exigem ao aplicarem seus recursos próprios na empresa. Traz o ganho mínimo
que possa justificar a aceitação de um investimento.

Seu custo é difícil de ser apurado comparativamente ao custo da dívida. É uma taxa mínima
de retorno de referência para as decisões financeiras praticamente “descoberta” no mer-
cado, e deve seguir o risco do investimento.

Precisamos lembrar para a prova: o custo de capital próprio é o retorno mínimo que os
acionistas exigem de seu capital investido na empresa.

Custo de Capital de Terceiros


Entende-se como sendo custo de capital de terceiros o valor das taxas e dos juros que
serão pagos às entidades financiadoras que fizeram o aporte de capital na empresa. Essa
cobrança é uma forma de remunerar a operação que foi realizada por terceiros.

O custo de capital de terceiros representa o retorno exigido pelos credores. Caracteriza-se


por ser o custo de todas as fontes de crédito líquido de Imposto de Renda para a empresa
— e a ideia de contabilizar esse valor é originária do problema de maximização do valor
da empresa.

O acionista quando investe seus recursos comprando ações, sempre espera que o retorno
esteja relacionado com os fluxos de caixa após os impostos. Para que as taxas de retorno
dos custos de capital próprio e de terceiros fiquem comparáveis entre si é preciso ajustar
as taxas de juros descontando o benefício fiscal.

Empresas que apresentam maior nível de endividamento também apresentam maior


risco de inadimplência porque quanto maior for a dívida, maior será o comprometimento
do fluxo de caixa para o pagamento de juros.

Quanto maior o risco de inadimplência, maior será também o custo de capital de terceiros
e a taxa de juros exigida. Logo, o custo da dívida pode atingir um patamar em que o lucro

se converte em prejuízo, inviabilizando o aumento indefinido do uso de capital de terceiros

Custo de Capital Médio Ponderado - WACC


Conhecido também como WACC (Weighted Average Cost Of Capital), que nada mais é

76
do que uma média ponderada. O WACC é um dos índices utilizados no mercado para
assegurar o retorno de um investimento.

O valor referido pelo CMPC determina que percentual do capital da empresa esteja com-
prometido com o pagamento de credores. Dessa forma, atua como uma espécie de bali-
zador, no sentido de evitar o endividamento.

Vale destacar que o WACC é um dos indicadores a serem aferidos por empreendimentos
em fase de implementação e que estejam em busca de capital de terceiros.

No seu cálculo, é ponderado o custo do capital para a formação de um negócio, incluindo


o de sócios, de instituições financeiras e o capital próprio. Servindo, então, como um índice
para medir o quanto um investimento oferece de retorno. Nesse aspecto, ele também
contribui para medir o custo de uma oportunidade.

Temos três modalidades de capital, nesse sentido: o dos sócios, de instituições financeiras
e o capital próprio.

Esse índice é útil para medir o potencial de uma empresa de gerar spread econômico posi-
tivo, que consiste na diferença entre retorno sobre investimento (ROI e o próprio WACC).

Quanto mais capital próprio compor o patrimônio da empresa em sua fase inicial, maior
será a segurança por parte de possíveis investidores.

Fórmula

Sendo:

Ke: custo do capital próprio;

Kd: custo do capital de terceiros;

We: percentual de capital próprio na estrutura de capital;

Wd: percentual de capital de terceiros na estrutura de capital.

Basicamente, é uma forma de medir quanto de cada tipo de custo de capital compõe o
patrimônio da empresa. Dentro das três modalidades que apresentamos acima.

77
É importante lembrar que o WACC é um reflexo do risco que uma empresa oferece aos
investidores externos. A relação é proporcionalmente direta, ou seja, quanto mais arriscado,
maior será o retorno exigido e, assim, maior o WACC.

Quanto mais dinheiro houver em capital próprio, menor será o risco de se investir em uma
empresa; sempre atraindo olhares e possíveis investidores quando divulgados esses dados.

Custo de Capital Após Impostos


Veremos um cálculo do WACC, mas com a retirada do valor dos impostos. Esse cálculo irá
nos dizer qual o valor do capital depois dos impostos.

Ele resulta em uma porcentagem que indica o retorno mínimo que o negócio deve ter ao
converter o seu capital em ativos e cumprir com as suas obrigações; uma empresa com
WACC muito alto é menos interessante para quem deseja investir.

Fórmula:

Sendo:

E: Valor de mercado do capital próprio da empresa

D: Valor de mercado do capital em dívida da empresa

Re: Custo de capital próprio

Rd: Custo de capital alheio

t: Taxa de imposto da empresa

É semelhante à fórmula de cálculo do WACC, mas com algumas diferenças devido ao


desconto das taxas de imposto da empresa.

Exemplo: uma companhia tem emitido ações e dívidas no mercado, estando o seu capital
financiado por capital próprio e por capital de terceiros. Em ações a empresa possui um
montante de 800 k, enquanto as dívidas emitidas chegam a 200k. O custo associado ao

78
capital próprio foi calculado em 5%. As dívidas emitidas têm a taxa interna de retorno dos
fluxos de caixa do título de 3,8%, considerando um imposto de 25%.

WACC desta companhia é:

WACC = [800 / (200 + 800) ] X 0,05 + [200 / (200 + 800) ] X 0,038 X (1 - 0,25)

WACC = 0,8 X 0,05 + 0,2 X 0,038 X 0,75

WACC = 0,04 + 0,0057

WACC = 0,0457

Ou seja, o custo médio ponderado do capital desta companhia é de 4,57%.

Modelo de Precificação de Ativos - CAPM


Conhecido popularmente como Capital Asset Pricing Model, falamos de um modelo de
precificação de ativos. Dentro do mercado financeiro existem diversas formas de precifi-
cação de ativos, sendo uma delas o CAPM.

Seu objetivo é identificar o valor de um ativo financeiro por meio da definição de risco
apresentado versus retorno oferecido. Nada mais é do que uma ferramenta para deter-
minarmos o preço de um ativo financeiro. Quando maior o risco, maior o retorno, essa
ponderação nos dirá o preço do ativo.

É associado à Bolsa de Valores, mas não é sua única finalidade. Qualquer investimento
pode ser avaliado do ponto de vista de precificação, inclusive, projetos empresariais.

Fórmula:

Temos E(rm)-Rf como o prêmio de mercado, assim chamado.

Sendo:

E(ri): É o resultado cálculo, apresentando a expectativa de retorno de um ativo financeiro.

79
Rf: É a taxa livre de riscos, geralmente com referência em títulos públicos de longo prazo
(no Brasil, a taxa Selic).

βi: É o número conhecido como “Beta” do ativo e traz uma referência sobre a volatilidade
do mercado de risco (ou seja, da velocidade de reação dentro do mercado).

E(rm): Representa o retorno médio do mercado de capitais (no Brasil, geralmente utiliza-se
o Ibovespa)

Com isso nos é permitido fazer comparativos entre as diversas alternativas como na defi-
nição para um empresa sobre investir ou não em um projeto ou mesmo na escolha dos
melhores ativos do mercado financeiro para um investidor.

Medindo Beta
O beta é um fator importante para o funcionamento do cálculo, ele representa o grau de
volatilidade de um ativo em análise. Demonstrando comportamentos que podem ser
menos controlados em relação ao mercado, resultando no aumento do risco, gerando
uma melhor taxa de retorno.

Quando o beta for zero, significa que não há risco. Para valores acima de zero, nós temos
uma regrinha:

B<1, se é menor do que 1, trata-se de um ativo de baixo risco, mas que apresenta um retorno
potencial inferior ao mercado;

B =1, se é exatamente 1, trata-se de um ativo cujo retorno é equivalente ao mercado;

B>1, se é maior que 1, falamos de um ativo de alto risco, mas que também permite taxas
de retorno acima do mercado.

Equivalentes de Certeza
Falamos do prêmio isento de riscos que o indivíduo aceita em vez de apostar em um
retorno que pode ser maior, mas que apresenta riscos. Ele irá variar de pessoa para pes-
soa, e alguém que for contrário ao risco pode aceitar um que seja menor do que o retorno
potencial envolvido na aposta.

Os equivalentes de certeza podem ser importantes, por exemplo, uma nova empresa,
querendo atrair investidores que estão dispostos a arriscar suas ações para ter uma grande
chance de ganhar. Precisam considerar alternativas sem risco, para atrair investidores, que
possam pensar na certeza equivalente para investidores individuais. Se o preço inicial das

80
ações for muito alto, os investidores não estarão interessados.

É claro, o pagamento mais alto pode ser um pagamento incerto, especialmente no mundo
financeiro.

Taxa Livre de Risco


É o nível de rentabilidade que pode ser considerado como certo. Onde o investidor pode
confirmar que receberá o capital aportado, e os juros em uma aplicação atrelada a essa
taxa de risco.

É utilizada para medir a relação entre risco e retorno de empreendimentos, por este motivo
esse modelo necessita de uma taxa isenta de perdas para ser calculado. Serve de base
norteadora para a análise de risco de investimentos. Dessa maneira, ela corresponderá ao
custo de oportunidade do projeto.

No Brasil, temos o Tesouro Selic como exemplo de aplicação com menor risco no país. Ele
pode funcionar como taxa livre de risco.

Assim os investidores conseguem avaliar o custo de oportunidade. O que eles deixariam


de ganhar ao optar por não investir no Tesouro Selic para colocar dinheiro em outro
investimento.

Taxas de Desconto Ajustadas


Conhecida como TADR, ou melhor, Taxa de Desconto Ajustada por Risco. Consiste em ajustar
a taxa de desconto de acordo com o real custo de oportunidade. Basicamente, é trazer os
fluxos de caixa a valor presente, considerando as taxas de descontos ajustadas a diversos
riscos como o de inflação, risco de inadimplência, risco de liquidez e risco de vencimento.

É claro, ela irá colocar juntos a taxa pura de juros, um prêmio de risco e o fator tempo.

Linha de Mercado de Capitais - CML


Capital Market Line (CML), termo em inglês. É obtida pela combinação do conjunto de
mercado e do recurso livre de risco, sua equação envolve expectativa de retorno da carteira
de mercado e de ativo livre de risco, sendo considerada pelo desvio padrão dos retornos
do mercado.

Fórmula:

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Sendo:

E(Rc): Retorno da carteira sobre o CML.

Rf: Taxa livre de juros da Economia.

E(Rm): Retorno da carteira de mercado.

σM: Desvio padrão do mercado.

σc: Desvio padrão da carteira sobre a CML.

Falamos da construção de uma linha de carteira eficiente que considera a combinação


entre ativos livres de risco e ativos de risco.

Basicamente, o eixo Y da CML é o retorno esperado e o eixo X, o desvio padrão, volatilidade


ou nível de risco. A linha reta vai do ativo sem risco até a carteira de mercado de ativos de
risco, tangenciando a fronteira eficiente. É claro, com ela é possível chegar a algumas
conclusões, como a de que a linha do retorno continua crescendo à medida que
o risco aumenta.

Gráfico:

82
A linha ajuda os investidores a decidirem a proporção pela qual os seus fundos são inves-
tidos nos diferentes ativos com o menor risco possível, na verdade, pode ser representado
por uma única carteira presente na CML.

Exemplo: considerando 10% de retorno de mercado esperado e 3% a taxa de retorno livre de


risco. Ainda a carteira de mercado G tem um desvio padrão de 2%. Nessas circunstâncias,
utilizando o CML, qual a taxa de retorno para uma carteira eficiente com desvio padrão
de 2,5%?

Fórmula:

Equação montada:

E(Rc) = 3% + 10% - 3% x 2,5% = 11,75%

2%

Resolução: conclui-se que uma carteira eficiente de risco é remunerada a uma taxa de
retorno de 11,75%.

É importante, para a prova, sabermos que eles podem nos dar a taxa de retorno e não dar
o desvio padrão, então, teremos de nos organizar para encontrar esse coeficiente.

Linha do Mercado de Títulos


Conhecida como Security Market Line, no termo em inglês. Em portugês, conhecida como
Linha de Mercado de Títulos, sendo ela uma linha plotada em um gráfico que serve como
a representação gráfico do Capital Asset Pricing Model (CAPM).

Basicamente, irá apresentar graficamente qual é o retorno esperado no mercado para


cada nível diferente de risco sistemático assumido, sendo este expressado no eixo de X
pelo beta de determinado ativo/carteira.

Gráfico:

83
Vemos que a linha começa no encontro do o eixo X com o eixo Y, onde o risco é zero. O
retorno neste patamar, porém, pode ser vinculado como distinto de 0, na economia exis-
tente de um ativo de risco, que possui um beta de 0.

Como é calculado? Por meio de três componentes:

⯀ Taxa do ativo livre de risco;


⯀ O prêmio de risco esperado ao se investir em ativos arriscados (Rm-Rf);
⯀ O risco sistemático de um ativo relativo à média do mercado. (Coeficiente Beta);

SUBMÓDULO V - DECISÕES DE
FINANCIAMENTO A LONGO PRAZO
Decisões de Investimento
Falamos de algo estratégico, com respaldo da alta administração. Elas representam a
utilização de métodos de avaliação econômico-financeira, com base num planejamento
estratégico. O norte da empresa e onde ela quer chegar é o mais importante.

Por exemplo, uma empresa com um investimento A e um investimento B. No A ela terá


um ganho de 350k em 3 anos e no B terá o retorno de 500k em 2 anos. Nesse momento,
teremos de fazer a pergunta: esses investimentos estão em linha com o planejamento
estratégico da empresa? Se sim, será necessário fazer uma escolha, sendo a melhor o
investimento B, pois traz mais retorno em menos tempo.

Deverá ser levado em conta a taxa de retorno dos investimentos (Payback), valor presente
líquido (VPL) e taxa interna de retorno (TIR).

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Outro ponto importante, é a questão financeira, será necessário levar em conta o orçamento
de capital, pois é por meio dele que se cria um processo de planejamento e controle dos
investimentos a longo prazo. Então, o administrador poderá analisar as melhores alternati-
vas mediante avaliação e análise, tomada de decisão, implementação e acompanhamento.

Orçamento Periódico
Basicamente, falamos de um orçamento criado por um determinado período, podendo
ser ele mensal, trimestral, semestral e anual. Temos de entender que em detrimento desse
orçamento nós teremos os gastos determinados especificamente.

Por exemplo, um orçamento de capital criado para um período específico, para um deter-
minado investimento, como uma máquina de 1.5 milhões. Será aberto um orçamento de
capital no valor da máquina para que possamos fazer o investimento, ele nos dirá os totais
dos gastos e o período limitante.

Depois da decisão e implementação do projeto é muito importante o acompanhamento


do orçamento. São monitorados os resultados e os custos e benefícios, comparados ao
que já era esperado. Pode ser necessário, então, intervir quando os resultados diferem do
que havia sido projetado.

É sempre legal construir uma peça orçamentária e seguir ela fielmente, mas, caso seja
necessário, você poderá fazer alterações nessa peça para se adequar aos novos fatos. Por
exemplo, a pandêmia é um fato que fugiu de todas as previsões orçamentárias.

Decisões com Base em Projetos


É ideal atuar em três partes:

⯀ Definição de critérios de seleção;


⯀ Elaboração do ranking de projetos;
⯀ Balanceamento de recursos.

É claro, antes de definir os critérios, será necessário definir a quantidade, definindo os mais
relevantes para a estratégia da organização.

Será necessário determinar os investimentos iniciais necessários para a realização de um


projeto.

Os métodos mais importantes são:

⯀ Valor Presente Líquido;

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⯀ Taxa Interna de Retorno;
⯀ Payback.

O alinhamento do projeto com o planejamento estratégico da empresa é um dos requi-


sitos de seleção. Mas, para avaliar o nível de alinhamento, é necessário levantar alguns
questionamentos:

⯀ O projeto está ligado a algum objetivo estratégico?


⯀ O projeto irá acrescentar algum produto ou serviço da empresa?
⯀ O projeto é necessário para atender alguma determinação legal ou regulatória?

Basicamente, essas são as informações importantes para a tomada de decisões com base
em projetos.

Avaliação de Projetos
Devemos considerar três principais indicadores, para saber se vale ou não o projeto. Sendo
eles:

⯀ Eficiência;
⯀ Eficácia;
⯀ Efetividade.

A Eficiência vai ser uma análise que nos dirá, racionalmente, se os recursos serão utiliza-
dos totalmente e de maneira inteligente. Sendo indispensável avaliar se a equipe cumpriu
com as metas de gastos determinadas já no início do projeto.

Eficácia diz respeito à seguinte pergunta: foram concluídas as etapas de ação? Para dizer
que o projeto foi eficaz, é necessário saber se todas as etapas foram alcançadas e executadas.

Efetividade fala sobre o impacto do projeto, aquilo que ele nos traz, as consequências de
cada ação. Por exemplo, após a execução de um projeto, queremos saber se ele cumpriu
as expectativas, superou os objetivos e atingiu as conquistas previstas.

Esses três itens são uma tríade que funciona em conjunto, visando o melhor aproveita-
mento de um projeto.

Método para Hierarquização de Propostas de Investimento


Nada mais é do que criar uma escala para essas propostas de investimentos. Estabelecendo-os
em uma ordem de importância de acordo com uma hierarquia de prioridade. Isso para
que os recursos destinados sejam baseados na relação de custo e benefício.

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Analisamos também as possibilidades de curto, médio e longo prazos, isso para organizar
e controlar os investimentos das empresas.

Principais métodos para isso:

⯀ Payback;
⯀ Valor Presente Líquido;
⯀ Taxa Interna de Retorno.

Tudo isso olhando para o fluxo de caixa da empresa. Os processos para montar o orçamento
de capital, que auxiliarão na hierarquização, são:

Geração de ideias: começamos captando ideias de diversas fontes para novos projetos
para a empresa. Diversas opiniões e possíveis investimentos.

Analisar as propostas de projetos: documentamos as propostas e aceitamos aqueles


que sejam condizentes com a empresa. Analisando a rentabilidade futura e outros aspectos.

Criar o orçamento de capital: esse orçamento será a somatória de todos esses projetos.

Monitorar as decisões e realizar uma pós-auditoria: acompanhar os projetos e o


orçamento, para que sempre vejamos os problemas que aparecem e se está fugindo da
estratégia.

Ao fim, os três indicadores somados ao fluxo de caixa, formam um critério de suma impor-
tância para permitir uma hierarquização dos projetos. As informações ficam à disposição
da diretoria para auxiliar a gestão da empresa na tomada de decisão dos projetos.

Racionamento de Capital
Trata-se de uma estratégia usada por empresas para limitar o número de projetos que são
assumidos ao mesmo tempo. Uma prioridade é estabelecida, acima de todo o restante.

No caso de haver um conjunto de investimentos disponíveis que se espera serem rentá-


veis, o racionamento de capital ajuda o empresário a escolher os mais rentáveis a serem
assumidos.

As empresas que utilizam essa estratégia produzem um retorno sobre o investimento mais
alto. Isso acontece pois a empresa visa o potencial de lucro mais atrativo. O racionamento
de capital consiste em impor restrições e investimentos em projetos assumidos por uma
empresa.

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Armadilhas Mais Comuns
Existem armadilhas que devem ser consideradas para uma validação mais completa dos
investimentos, não as levar em consideração pode ser perigoso, e pode levar à tomada de
uma decisão errada em relação aos investimentos.

Por exemplo:

Custo afundado: um dinheiro gasto em um projeto que não será recuperado novamente.
Os gestores tendem a abandonar um projeto com custo afundado.

Depreciação: valor periódico que determinados bens possuem que correspondem ao uso
e a obsolescência ou desgaste natural, que normalmente são ignorados nas análises.

Liquidação e Reorganização
Reestruturar uma empresa é reorganizar, adotar novas políticas, práticas inovadoras, avaliar
os desempenhos dos funcionários etc. Para isso, uma avaliação geral é necessária, visando
aumentar seus lucros enquanto diminui os custos.

Motivos para reorganização:

⯀ Baixo potencial competitivo;


⯀ Dificuldade para captar novos clientes;
⯀ Alta rotatividade de colaboradores;
⯀ Prejuízos operacionais crônicos;
⯀ Atividades financeiras ineficientes;
⯀ Aumento significativo da insatisfação do cliente;
⯀ Impulso forçado para inovação e expansão;
⯀ Dificuldade e conflitos com parcerias.

Tudo isso são sintomas de que a empresa precisa de uma reorganização e reestruturação.
É claro, que a empresa nos indicará isso, nos dará esses sintomas, os números vão dizer a
saúde da empresa.

Já a liquidação, falamos da fase seguinte à decisão de encerrar uma empresa. Aqui se dá


o encerramento de forma ajustada entre os sócios da empresa, onde iremos converter a
empresa em valores financeiros, e dissolver esse valor entre os sócios.

Podendo a liquidação ser judicial ou extrajudicial, isso para que cada sócio alinhe bem
aquilo que cabe a ele na liquidação da empresa. Levantemos os ativos da sociedade, trans-
formamos os ativos em dinheiro e pagamos os passivos. Isto é, pôr em prática aquilo que

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for determinado pela dissolução da empresa.

SUBMÓDULO VI - DECISÃO FINANCEIRA A CURTO PRAZO


Financiamento a Curto Prazo
Eles visam conceder um montante de dinheiro de uma só vez, normalmente para prover
capital de giro para uma empresa. Entendemos esse curto prazo por 12 meses, por isso
financiamentos de curto prazo. Cumprindo obrigações de 30 e 60 dias, por exemplo.

Vale destacar, que não se visa uma renovação futura, não tem a intenção de renovar esse
financiamento, por isso ocorrem de forma rápida, inclusive por parte da própria financiadora.

As fontes de financiamento de curto prazo são, geralmente: empréstimos. A instituição não


apenas concederá o dinheiro livremente, normalmente a empresa tem de deixar alguma
garantia para a instituição financeira.

Financiamento Corrente
Esses recursos de um financiamento deve ser usado da forma como foram acordados
em contrato, sendo essa uma característica muito importante do financiamento corrente.

Falamos de uma operação em que a parte financeira fornece recursos para outra que está
sendo financiada, de maneira em que esta possa executar algum investimento específico
previamente acordado.

Podemos pontuar ainda que as instituições financeiras podem cobrar juros de acordo com
o valor do recurso e o tempo de pagamento. As empresas podem realizar financiamentos
para obter recursos para novos equipamentos ou para realizar uma expansão.

O objeto de destinação dos recursos tem de ser honrado, isso é um ponto importantíssimo.

Necessidade de Capital de Giro


Chamaremos a Necessidade de Capital de Giro de NCG. Sendo ela um indicador estabele-
cido pelo ciclo de caixa da empresa, que mostra se o capital é suficiente para manter sua
estrutura operacional funcionando, assim, evidencia se a empresa tem capital giro para
continuar pagando seus fornecedores.

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Fornecedores podem ser os de matéria prima, a empresa de energia, água e gás, entra até
os funcionários, pois para tudo isso é utilizado capital de giro da empresa.

Possuímos duas maneiras de calcular a NGC:

Pelo Ciclo Financeiro: é preciso saber o que são os prazos médios de pagamento e de
recebimento. Sendo o prazo médio de pagamento o tempo médio entre o período da
compra de suprimentos e o efetivo pagamento dessas compras. Já o prazo médio de
recebimento é o tempo médio entre o período de venda da mercadoria ou do serviço e o
efetivo recebimento dos valores.

Temos para isso, a seguinte fórmula:

Deste modo, se os prazos de pagamento aos fornecedores forem superiores aos prazos de
recebimento dos clientes, então a necessidade de capital de giro será menor.

A área de suprimentos da empresa tem de estar muito bem alinhada nas negociações e
projeções, para não faltar nada e conseguirmos bons contratos.

Componentes do Capital de Giro


O capital de giro é o recurso monetário para o funcionamento de uma empresa. Então, ele
será a diferença entre o dinheiro disponível em caixa e o somatório de todas as despesas.
É algo de ciclo rápido, a partir disso a empresa se sustenta.

Temos a seguinte forma para calcular o capital de giro:

Capital de giro = Ativo circulante - passivo circulante

Ativo circulante: são os ativos de curto prazo, tais como o caixa, aplicações financeiras,
estoque, contas a receber, etc.

Passivos circulantes: são todas as obrigações de curto prazo, tais como pagamento de
fornecedores, contas a pagar, empréstimo, etc.

O índice de capital de giro indica se a empresa possui ativos de curto prazo suficientes
para pagar os seus passivos de curto prazo. É fundamental, para a maioria das empresas,

90
que este número fique acima de 1.

Os seguintes sinais são importantes de se analisar:

⯀ Aumento dos custos;


⯀ Crescimento da inadimplência;
⯀ Aumento das despesas financeiras;
⯀ Redução de vendas.

Por isso, falamos que a gestão financeira de uma empresa é de extrema importância, pois
tudo isso deve ser analisado para que a empresa continue funcionando perfeitamente. A
inadimplência e a redução de vendas independe do gestor financeiro.

Recursos do Financiamento a Curto Prazo


Recursos nós entendemos por valor monetário e financiamento, nós entendemos por
empréstimo, por fim, curto prazo se refere ao período inferior a doze meses.

Empréstimos com garantia a curto prazo: é aquele pelo qual o credor exige ativos como
garantias, normalmente em forma de duplicatas a receber ou estoques. O credor adquire
o direito de uso da garantia mediante a execução de um contrato firmado entre ele e a
empresa tomadora.

Caução de duplicatas a receber: é utilizado as duplicatas como ativos, e deixadas como


garantia de pagamento. Esse caução fica destinado ao pagamento caucionado das parcelas.

Factoring de duplicatas a receber: envolve diretamente as duplicatas a um capitalista ou


outra instituição financeira. Essa factoring compra essas duplicatas de outras empresas,
sendo semelhante ao empréstimo garantido por duplicatas.

Empréstimos com alienação de estoques: um estoque sólido, com alta liquidez, pode ser
usado nessa modalidade, mas como é difícil verificar a existência do estoque, geralmente
ele adiantará valores inferiores a 50% do valor contábil do estoque médio. Lembrando que
esse estoque pode passar por uma auditoria.

Empréstimo com certificado de armazenagem: o credor assume o controle da garantia


caucionada, que poderá ser estocado ou armazenado por um agente designado pelo credor.

Quanto a armazenagem, existem dois tipos:

Armazém geral: utilizado para armazenar mercadorias de vários clientes, o credor nor-
malmente utiliza esse tipo de armazém.

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Armazém de campo: o credor arrenda uma companhia de armazenagens de campo
para construir um armazém na empresa do tomador ou arrendar parte do armazém do
mesmo, com objetivo de guardar a garantia.

Modelos de Planejamento do
Financiamento a Curto Prazo
Normalmente, chamamos de curto prazo tudo que está entre 3 e 12 meses, utilizaremos
desse planejamento justamente para ter uma visão de curto prazo. Com isso em mente,
precisaremos de planos de ação e cronogramas para que as metas sejam cumpridas e os
resultados alcançados.

Para realizar o planejamento de curto prazo, temos a metodologia do 5W2H, que equivale
à responder 7 perguntas cujas respostas indicarão os principais pontos do plano:

⯀ What (o que vamos fazer?)


⯀ Who (quem vai fazer?)
⯀ When (quando vamos fazer?)
⯀ Where (onde será feito?)
⯀ Why (por que será feito?)
⯀ How (como fazer?)
⯀ How much (quanto vai custar?)

Cada uma dessas perguntas nos auxiliará a montar um planejamento, apresentando para
nós as informações necessárias para a tomada de decisão e para delimitar o campo do
planejamento.

Com essa metodologia, todos os pontos importantes são discutidos, e por isso esse método
é tão utilizado pelas empresas de todos os portes e segmentos do mercado.

Gestão do Caixa
O caixa de uma empresa é o coração dela e essa gestão é o monitoramento das entradas e
saídas reais de dinheiro na organização a cada dia, antecipando as necessidades de recursos.

Os empreendedores que não acompanham esses dados correm o risco de encontrar pro-
blemas no caminho, pois perdem o controle da empresa.

Etapas de gestão do caixa:

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⯀ Decisão do saldo desejado ideal de caixa;
⯀ Maneiras eficientes de recebimento de títulos de pagamento;
⯀ Prática de excessos de caixa em títulos negociáveis.

O saldo ótimo de caixa é aquele que tem um custo de oportunidade relacionado à manu-
tenção de saldos demasiadamente altos de caixa. Custos de negociação e perda de liquidez
consequentes da manutenção de saldos baixos de caixa são um problema.

É importante termos em mente que algumas vezes vale mais a pena parcelar alguns
débitos. É necessário levar em conta a capacidade que nós temos para descapitalizar no
período em questão. A empresa sempre tem de buscar a melhor gestão e arbitrar entre
essas coisas tem seu valor.

Gestão de Crédito
A gestão do crédito é a gestão do caixa somatizada aos seus financiamentos, uma vez que
conceder crédito a um cliente equivale em investir em uma conta a receber e em uma
análise de clientes.

A dimensão das contas a receber depende do volume de vendas a prazo e os prazos médios
de recebimentos. Ou seja, como a empresa trabalhará para receber os seus valores de
seus clientes.

Análise de crédito comercial possui dois fatores principais:

⯀ Obtenção de informações;
⯀ Cálculo do valor de crédito a conceder.

As condições de pagamento também entram no cálculo do valor de crédito a conceder.


As políticas de cobrança englobam as tratativas que visam minimizar a demora nos rece-
bimentos e perdas com os clientes.

Decisões de crédito: são decisões em relação à política de crédito podem ocasionar:

Custos de carregamento, onde quanto maior a quantidade de crédito, maiores são os


custos, como exemplo, aqueles vindos da análise de crédito e de cobrança;

Custos de oportunidade, que refere-se a quanto maior a quantidade de crédito, maiores


serão estes custos, tais como os resultantes de vendas perdidas por não oferecimento de
crédito.

A política ótima de crédito é aquela que ocasiona o menor nível de custo total para a

93
empresa, que é a soma de custo de carregamento com o custo de oportunidade.

Instrumento de Crédito Comercial


O principal instrumento de crédito é a fatura, ela é enviada ao cliente junto com a efetiva
venda, essa relação ocorre entre a empresa e o cliente. Esta fatura pode ter o pagamento
à vista ou parcelado, e é enviado ao banco do cliente.

Porém, existem outros instrumentos utilizados pelas empresas, como:

Notas promissórias, que é uma nota, ela ocorre quando se teme a ocorrência de algum
problema de cobrança.

Letra de câmbio, podendo ser à vista ou à prazo, emitidas pelas empresas e encaminha-
das ao banco, logo após ocorrer o fato gerador.

Contrato de venda condicional, esse é quando a empresa mantém a mercadoria em


propriedade ou não executa o serviço até que seja feito o pagamento. Irá depender da
negociação do montante da dívida.

Decisões de Crédito
A decisão sempre será entre conceder ou não o crédito. Iremos olhar o estoque, as garan-
tias, a posição da empresa no mercado, etc. Para poder optar por oferecer ou não o crédito.

Ao optar por não oferecer o crédito aos clientes, estamos esperando que o pagamento
seja feito à vista, mas, é claro, assim nós limitamos o cliente a comprar mais de nós. Por
exemplo, um cliente compra 100 sacos de cimento, que renderia 5k, mas gostaria de levar
200, porém, não oferecemos crédito para ele e recebemos apenas os 5k, perdemos 10k
por optar por não oferecer o crédito.

Ao optar por oferecer crédito nós estamos oferecendo a possibilidade de um pagamento


posterior, gerando também a possibilidade de vender mais e aumentando muito o risco
de inadimplência. O valor pode ser parcelado ou a prazo, agregando taxas de juros, por
exemplo.

Modelo do Balanceamento de Metas do Caixa


Cada magnitude de saldo de caixa pode ocasionar dois tipos de custos:

Custos de transação, quanto maior a magnitude do saldo de caixa, menores serão os

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custos, como os vindos de multas e mora por atrasos;

Custos de oportunidade, aqui, quanto maior a magnitude do saldo de caixa, maiores


serão os custos de oportunidade, como os decorrentes dos rendimentos que deixam de
ser recebidos em aplicações.

Sempre teremos uma meta para ter um recurso, tudo está atrelado ao saldo ótimo que
queremos ter em nosso caixa. Vale lembrar, que o caixa é o coração da empresa e repre-
senta a saúde financeira da mesma.

Ciclo de Conversão em Caixa


É o período entre o pagamento dos fornecedores até o recebimento dos valores das vendas
dos produtos O ciclo vai de contas a pagar à contas a receber.

Esse cálculo começa com o pagamento ao fornecedor do material adquirido, cenário ideal
é que as empresas tenham o menor intervalo entre aquisição e venda possível. Dessa
maneira, a mercadoria não fica parada em estoque por muito tempo, proporcionando o
retorno financeiro rápido para o negócio.

Para calcular o ciclo de conversão de caixa, é necessário alguns levantamentos, entre eles
o cálculo de ciclo operacional. Mas a fórmula do cálculo é a seguinte:

Exemplo: empresa do ramo alimentício, com prazo de recebimento de 40 dias, prazo médio
de estocagem de 50 dias, ciclo operacional resultando em 90 dias. Ou seja, o prazo médio
de pagamento dos fornecedores é de 30 dias.

CC= 90 - 30 = 60

O ciclo de conversão de caixa dessa empresa é de 60 dias.

Investindo o Caixa Ocioso


As empresas tendem a aplicar seu excedente de caixa em títulos negociáveis a curto prazo,
são sobras de recursos. Esse mercado de curto prazo também é conhecido como mercado
monetário, este mercado tem ativos financeiros negociados de no máximo um ano.

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A maioria das empresas fazem investimentos junto com bancos ou corretoras. Mantendo
esses ativos por três motivos: para financiar atividades sazonais ou cíclicas, financiar gastos

planejados e servir como reservas para contingências.

As empresas mantém os fundos em excesso por três motivos:

Financiar atividades sazonais, por exemplo, um varejista que tem a necessidade de


investir em estoque ao final do ano e pode fazer isso com esses fundos;

Financiar gastos planejados, por exemplo, empresas que necessitam investir em ins-
talações e tem planejamento desses desembolsos e podem manter esses fundos para
atender esta demanda;

Servir de reserva, é claro, para suprir contingências inesperadas.

Mercados de Moeda
Os fundos em excesso temporários de caixa devem ser aplicados em títulos negociáveis a
curto prazo no mercado monetário. Temos alguns exemplos de instrumentos negociados:

Letras do Tesouro dos EUA (Treasury Bills): títulos negociados com deságio, tem alta
liquidez e baixo risco de inadimplência. São parecidos com as Letras do Tesouro Nacional
(LTNs) de curto prazo emitidas pelo governo brasileiro.

Títulos de agências federais e títulos isentos emitidos por estados e municípios:


não são tão facilmente negociáveis e têm mais risco de inadimplência do que as LTNs,
diferente do que ocorre nos EUA, trata-se de um mercado pequeno no Brasil.

Commercial paper: notas promissórias de curto prazo, emitidas por bancos ou institui-
ções financeiras e empresas, a negociação é limitada e a inadimplência é bastante variada,
trata-se de um mercado pequeno no Brasil.

Certificado de depósito: empréstimos de curto prazo de bancos comerciais, mercado


expressivo no Brasil e nos EUA.

Alternativas aos Mercados de Moeda


Outros fundos negociados no mercado monetário são:

Acordos de recompra: são vendas de títulos do governo, feitas por um banco ou um tipo
de distribuidora de valores contendo um compromisso de recompra com uma data futura

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a um preço já preestabelecido, geralmente possuem prazo muito curto, de poucos dias.

Aceites bancários: letras a prazo emitidas por uma empresa, que tenha sido aceita por
um banco, o qual garante o pagamento.

Lembrando que tudo isso pode ser intermediado pelas instituições financeiras.

Tomando Dinheiro e Emprestando a Curto Prazo


Tomando dinheiro, nada mais é do que um recurso financeiro que pode ser utilizado a
qualquer momento. Poderemos usar esse dinheiro para situações de emergências, quitar
dívidas ou até fazer investimentos de curto prazo.

Já emprestando a curto prazo, basicamente, é ceder um recurso financeiro a juros, com a


promessa de receber o montante final do prazo estipulado. Os juros serão a remuneração
pelo seu capital emprestado, falamos aqui de um acordo. Nesse caso, seria legal que essa
operação não passasse de 12 meses, para não gerar nenhuma implicação contábil.

Tomando Emprestado a Curto Prazo


Temos esse tipo de ação quando nos aparece uma necessidade imediata, para cobrir o
déficit, adiantar pagamentos ou comprar estoque. Os empréstimos a curto prazo podem
ser classificados em:

⯀ Empréstimos bancários sem garantias;


⯀ Empréstimos bancários com garantias;
⯀ Outras fontes.

Tudo vai depender da sua relação ser boa ou não com os bancos e instituições financeiras.

Racionamento de Crédito
Está ligado à capacidade dos agentes financeiros em ofertar crédito para o financiamento
que as empresas requerem.

A presença da incerteza faz com que os mercados de crédito operem de forma distinta
dos mercados competitivos, nos quais o preço ajusta a oferta e a demanda.

Isso caracteriza o racionamento de crédito, pois, como não ocorre por meio da variação
na taxa de juros, o ajuste entre oferta e demanda no mercado de crédito (market clearing)
se dá pela restrição da quantidade, ou seja, com os bancos promovendo limitações no

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acesso ao crédito.

Empréstimos Com e Sem Garantias


Com garantias: geralmente envolvem contas à receber ou estoque como garantia.
Deixaremos algum ativo como garantia.

Sem garantias: quando o banco empresta visto a um bom relacionamento entre o banco e
o cliente e, também, ocorre por conta dos valores serem baixos. É comum empresas terem
linhas condicionais e incondicionais de créditos com os bancos, essas linhas permitem às
empresas captar um limite previamente estipulado rapidamente. A diferença é que linhas
condicionais são acordos formais que geralmente exigem uma comissão de abertura ao
banco. No Brasil, as linhas incondicionais são mais comuns.

SUBMÓDULO VII - ESTRUTURA DE CAPITAL


E POLÍTICA DE DIVIDENDOS

A ALAVANCAGEM E O VALOR DA EMPRESA


Alavancagem
No mercado financeiro, o conceito de alavancagem está relacionado com as maneiras de
impulsionar os recursos para atingir melhores resultados para a empresa e seus acionis-
tas. A partir dela é possível realizar uma aplicação de valores maiores do que os que estão
disponíveis na conta do investidor.

O grau de alavancagem refere-se à potencialização do uso de recursos para a obtenção


de ganhos expressivos. Com isso, os ganhos aumentam em proporção maior do que a do
uso de recursos (financiamentos ou empréstimos).

Portanto, a alavancagem é o resultado do uso de ativos operacionais ou fundos, a custo fixo,


com o propósito de multiplicar os retornos para os proprietários e acionistas da empresa.

Dentro da lógica de risco e retorno, a alavancagem comporta-se das seguintes formas:

⯀ Menor alavancagem: menores riscos e, consequentemente, menores os retornos


esperados;

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⯀ Maior alavancagem: maiores riscos e, consequentemente, maiores os retornos esperados.

Tipos de Alavancagem:

⯀ Alavancagem operacional;
⯀ Alavancagem financeira;
⯀ Alavancagem total ou mista.

Alavancagem Operacional:
Sua finalidade é fazer com que a produção gere mais lucros. Esses resultados podem ser
medidos mediante a proporção dos custos fixos e dos custos variáveis. Assim, alavancar
operacionalmente significa aumentar o retorno gerado pelos ativos operacionais
mantendo-se os mesmos custos fixos.

Fórmula:

Se o GAO for superior a 1, significa que houve alavancagem operacional, pois, uma deter-
minada variação na receita provocou uma variação no Earnings Before Interest and Taxes
– EBIT (“lucro antes dos impostos e taxas”) maior do que era esperado.

Alavancagem Financeira:
Sua finalidade é contrair uma dívida para financiamento de ações sem que isso compro-
meta o patrimônio da empresa. Trata-se de uma forma de aumentar a rentabilidade por
meio do endividamento. É possível dizer também que a alavancagem financeira é o efeito
do capital de terceiros no patrimônio líquido de uma empresa.

Os custos da alavancagem financeira são considerados fixos porque devem ser pagos
independentemente do montante de EBIT disponível para efetivá-los. Logo, quanto maior
for o EBIT em relação a tais custos, maior será a alavancagem financeira.

Fórmula:

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A ideia central para a estimativa da alavancagem financeira é a percepção da mudança
que ocorre no lucro líquido para cada alteração ocorrida no lucro operacional.

Alavancagem Total ou Mista:


Sua finalidade é o uso potencial de custos fixos operacionais e financeiros para aumentar
o efeito das variações nas vendas sobre o lucro por ação. Assim, a alavancagem é
resultado do efeito combinado tanto de custos fixos quanto de custos operacionais para
amplificação do efeito das variações de vendas sobre o lucro por ação da empresa. Portanto,
pode ser entendida como a medida do impacto total dos custos fixos nas estruturas ope-
racional e financeira da empresa.

Fórmula:

Se o GAT for superior a 1, haverá alavancagem total.

Valor da Empresa
Valor da empresa ou valuation é o processo de conversão de uma projeção em uma esti-
mativa do valor da empresa. Em suma, o objetivo é a mensuração do valor de mercado
de uma empresa.

Tipos de Valuation:

⯀ Fluxo de caixa descontado (FCD): o cálculo baseia-se em taxas e descontos levando-se


em consideração o ajuste temporal do dinheiro;
⯀ Múltiplos descontados (MD): o cálculo baseia-se em índices denominados múltiplos,
que são relacionados ao preço das ações;

100
⯀ Valuation de liquidação (VL): utilizado principalmente em empresas que estão encer-
rando as suas operações econômicas. Corresponde numericamente ao patrimônio
líquido.

Teorema de Modigliani-Miller
O teorema de Modigliani e Miller (1958), também conhecido por M&M, é internacionalmente
reconhecido como sendo o marco fundamental da teoria moderna de finanças. No final da
década de 50, os dois teóricos apresentaram suas três proposições norteadoras do estudo
da estrutura de capital das empresas.

As proposições de Modigliani-Miller são:

⯀ O valor da empresa independe de sua estrutura de capital;


⯀ O retorno ao acionista aumenta em função do endividamento;
⯀ Para o acionista, é indiferente o recebimento ou não de dividendos.

Pelo teorema ficou demonstrado que o valor de uma empresa depende da maneira pela
qual ela investe seus recursos (varia de acordo com o potencial de rentabilidade) e inde-
pende do modo de financiamento (estrutura de capital).

Para que as proposições tivessem validade, foram considerados alguns pressupostos simpli-
ficadores do mundo real (hipóteses do mercado de capitais e do mercado de concorrência
perfeitos) a fim de torná-lo no cenário perfeito ou ideal dos economistas.

Pressupostos Adotados:

⯀ Inexistência de impostos sobre os rendimentos de pessoas físicas ou de pessoas


jurídicas;
⯀ Ausência de custos de transação de lançamento ou corretagem de títulos;
⯀ Inexistência de custos de falência ou restrições financeiras, inexistindo riscos de ina-
dimplência para os credores;
⯀ Ausência de spread de taxa de juros para aplicação e financiamento;
⯀ Investidores e administradores possuem as mesmas informações sobre as perspec-
tivas de investimento da empresa;
⯀ Administradores trabalham em prol dos investidores;
⯀ Oferta ilimitada de financiamento a uma taxa livre de risco para empresas e acionistas;
⯀ Comportamento racional dos investidores, os quais visam maximizar suas riquezas
com maiores retornos acompanhando o aumento dos riscos.

Considerações sobre os Pressupostos Adotados:


101
Precisamos ter em mente que a teoria de Modigliani-Miller é marcada
pelo tempo, apesar de ser importante para os estudos financeiros.

Quanto à inexistência de impostos sobre os rendimentos, os teóricos consideravam


que a máquina pública seria autossustentável. Mas de onde viria o dinheiro para isso?

Algumas empresas, por exemplo, sobrevivem dos custos de transação. Esse tipo
de empreendimento também não foi considerado nas entrelinhas da teoria.

No mundo ideal proposto na teoria, as empresas nunca encerram suas atividades.


Mas na realidade brasileira, cerca de 70% dos empreendimentos acabam falindo.

O teorema considera também que as empresas não cobrariam umas às outras


pelo capital emprestado entre si. Isso também não ocorre no mercado real.

Outro ponto a considerarmos é que a simetria de informações já consta na legislação


brasileira vigente. Assim, não precisaria ser entendida como uma condição ideal.

Em se tratando da oferta ilimitada de financiamento a uma taxa livre de


riscos para empresas e acionistas, mais uma vez os dois estudiosos se
equivocaram. Nos cenários financeiros macroeconômicos e microeconômicos,
a demanda relacionada à oferta ilimitada certamente causaria impacto
na estabilidade do mercado. Como é possível prever, por exemplo, que
todo dinheiro tomado em empréstimo seria devidamente pago?

Por fim, o ponto que trata da racionalidade dos investidores também é duvidoso. No
mundo real isso já acontece. Todos investem querendo maximizar os seus lucros.

Desenvolvimento do Teorema
Para Modigliani e Miller, os ativos fixos assegurariam que a empresa renderia aos seus
acionistas um fluxo de lucros ao longo do tempo. Para isso, os fluxos poderiam ser incons-
tantes, desde que esperados até a perpetuidade.

O valor de mercado das empresas deveria ser proporcional, em equilíbrio, aos retornos
esperados líquidos de impostos descontando-se os custos de capital.

Na situação expressa no primeiro parágrafo, a aquisição do ativo fixo seria vantajosa se


elevasse o lucro líquido dos acionistas. Esse lucro aumentaria somente se a taxa de retorno
esperada excedesse a taxa de juros do capital.

Já para o que foi dito aqui no segundo parágrafo, seria vantajoso adquirir um ativo se ele
ampliasse o valor de mercado do patrimônio líquido dos acionistas.

102
Os teóricos também propuseram que quanto mais elevando o nível de alavancagem de
uma empresa, menor seriam os valores dos impostos recolhidos. Para uma mesma renda
auferida antes dos tributos e descontos fiscais, o grau de dívidas contratadas se elevaria à
mesma proporção, aumentando assim o lucro operacional disponível aos credores e acio-
nistas. Isto faria baixar os custos de capital da empresa e ampliaria seu valor de mercado.

Questão:

No estudo da estrutura de capital, existem duas teorias: a teoria Convencional e a teoria


de Modigliani & Miller tem como fundamento principal o fato de que:

⯀ o custo total de capital de uma empresa é diretamente proporcional à participação


de capitais próprios e de terceiros, desde que o de terceiros seja maior.
⯀ o custo total de capital de uma empresa é independente de sua estrutura de capital,
isto é, não existe uma estrutura ótima.
⯀ uma empresa pode alcançar uma estrutura ótima de capital, mediante uma combi-
nação adequada e de suas fontes de financiamento.
⯀ participação de capitais próprios em maior parcela do que a de capitais de terceiros
provoca um menor custo na sua estrutura de capital.
⯀ participação de capitais de terceiros mais baratos na estrutura de financiamentos da
empresa permite que haja uma redução no custo de capital.

Resolução:

Conforme aquilo que apresentamos, o gabarito correto é expresso na alternativa b).


Lembremos que para Modigliani-Miller, não importa a origem do dinheiro de uma empresa.

Teorema da Irrelevância
Defende-se pelo teorema da irrelevância que a política de dividendos de uma empresa
não afeta o seu valor de mercado, o qual seria influenciado apenas pela capacidade de
gerar lucros e pelo risco dos ativos comercializados.

A teoria apresentada por Modigliani-Miller é considerada muito simplista se vista pela


ótica do teorema da irrelevância, já que o mercado não é perfeito e nele existem riscos,
impostos, concorrência desleal e custos de transações.

Custos de Transação e a Estrutura de Capital


Custos de Transação
103
São valores gerados pela empresa por meio de transações para a captação de recursos ou
para a manutenção de suas atividades. Os custos de transação podem ser exemplificados
pelos gastos de uma companhia na aquisição de insumos, equipamentos e serviços. Estes
custos são relacionados à negociação, redação ou cumprimento de novos contratos.

Fatores que Geram Custos de Transação:

⯀ Racionalidade limitada;
⯀ Especificidade dos ativos;
⯀ Oportunismo.

Racionalidade Limitada:

Trata-se da parte mais burocrática do negócio pois causa dificuldades no processamento


de dados e informações que envolvem as transações. Assim, o processo de tomada de
decisão fica prejudicado e, consequentemente, mais inseguro e mais caro.

Especificidade de Ativos:

Refere-se à exclusividade dos fornecedores de determinados produtos ou serviços. Um


ativo específico não conseguirá ser reempregado sem que haja perda de valor. Desta
forma, quanto mais específico for um ativo, mais caro tende a ser o seu custo de transação.

Oportunismo:

Este custo é o mais conhecido de todos. Ele aborda a possibilidade de rompimento do


contrato por uma das partes, e isso ocorre porque os agentes econômicos decidem moti-
vados por interesses próprios. Quando uma oportunidade melhor que a antiga surge, a
tendência é que ela seja aproveitada, fazendo com que acordos previamente fechados
sejam rompidos. Tal instabilidade inerente ao mercado faz com que surja a necessidade
de implementação de relações contratualizadas e custosas.

Estrutura de Capital

A estrutura de capital descreve as combinações realizadas pelas companhias dos diferentes


tipos de recursos que as compõem. Uma empresa pode ser composta tanto por capital
oriundo do investimento de sócios (capital social) quanto por capital oriundo de terceiros
(dívidas e financiamentos). Cada um deles possui características próprias relacionadas a
custos, tributos e disponibilidade.

A estrutura de capital faz parte das estratégias econômicas das companhias. Cada empresa
tem liberdade e autonomia para compor sua própria estrutura de capital.

104
Capital Próprio:

Corresponde ao montante que cada um dos sócios investe em um determinado negócio.


Não possui valores legalmente definidos, o que significa que os próprios participantes
definem, considerando a necessidade de capital de giro, projeção de receitas e custos
totais, qual será o valor final.

Capital de Terceiros:

Também chamado de capital de fonte externa, é aquele angariado pela companhia junto a
bancos públicos ou comerciais por meio de empréstimos e financiamentos. Como qualquer
outra capitalização, a empresa inevitavelmente haverá de pagar os juros desse dinheiro
emprestando, proporcionando lucros aos credores.

O Modelo de Custo da Falência


Os altos níveis de endividamento e a falta de recursos suficientes para o pagamento de
dívidas a terceiros podem colocar em risco a continuidade do funcionamento das empresas
e elevar a probabilidade de falência.

Quando declara-se falência, os acionistas entregam o controle da empresa aos credores


(bancos públicos ou privados, funcionários e fornecedores). Essa transferência de ativos
gera custos administrativos e legais chamados de custos de falência.

A probabilidade de falência está relacionada com a viabilidade do fluxo de caixa e com o


cumprimento das obrigações e dívidas.

Tipos de Custos de Falência:

⯀ Custos Diretos;
⯀ Custos Indiretos.

Custos Diretos:

São ligados aos gastos administrativos e legais do processo. Advém do fluxo de saída de
caixa no momento da falência, das despesas legais com advogados e tribunais, das con-
sultorias especializadas e do tempo desperdiçado no processo falimentar.

Custos Indiretos:

São ligados às perdas envolvendo as receitas brutas ou vendas. Funcionários e possíveis


clientes podem identificar tal fato como uma ameaça de falência, o que lhes causa perda
de confiança e receio quanto ao cumprimento de contratos.

105
O Modelo do Custo com Gestão Profissional
Os custos com gestão profissional em processos de falência são indiretos e relacionam-se
com as dificuldades financeiras causadas por conflitos de agência entre credores
e acionistas. Em casos de inadimplência, por exemplo, os últimos ganham às custas dos
primeiros.

Os acionistas são incentivados a potencializar o valor de suas ações com a intenção de maxi-
mizar o valor total da dívida e de suas ações em determinada empresa. Quanto maior for o
índice de endividamento, maiores serão as chances de ocorrerem conflitos dessa natureza.

Em casos de excessivos conflitos de interesse, os acionistas podem adotar estratégias


egoístas para prejudicar os credores:

Estratégias Egoístas:

⯀ Incentivo à aceitação de riscos elevados: Acontece quando os acionistas selecionam


projetos de alto risco alegando que as possibilidades de ganhos também são altas;
⯀ Incentivo ao subinvestimento: Acontece quando os acionistas realizam projetos
com valor presente líquido negativo;
⯀ Vazão de propriedade: Acontece quando os acionistas, com o apoio do conselho
de curadoria, decidem pelo pagamento de dividendos extraordinários ou fazem dis-
tribuições imprevistas em situações de dificuldade financeira da empresa.

Todas as “estratégias” acima listadas são prejudiciais à empresa visto que podem dificultar
a obtenção de capital e, mais que isso, diminuir também o valor de mercado da empresa

A Política de Dividendos e o Mercado Local


A atuação da política de dividendos no mercado de capitais local se dá por meio do impacto
no preço das ações. Qualquer alteração na política de dividendos tende a interferir no valor
das ações. Quando a empresa realiza operações de recompra isso faz com que o número
ações em circulação no mercado seja reduzido, aumentando assim o lucro por ação e,
consequentemente, elevando o preço de cada uma delas.

Tipos de Dividendos: Dividendos em Caixa,


Dividendos em Ações e Splits
Antes de qualquer coisa, precisamos ter em mente que a distribuição dos dividendos deve
obrigatoriamente estar de acordo com os princípios políticos de distribuição da empresa,

106
os quais são estabelecidos pelo conselho curador deliberativo.

Formas de Distribuição de Lucros:

⯀ Pagamento em dinheiro ou cash dividend;


⯀ Bonificação
⯀ Desdobramento ou split.

Pagamento em Dinheiro ou Cash Dividend:

Corresponde ao pagamento, em dinheiro, dos resultados de uma empresa. Este modo de


distribuição de lucros é também conhecido por pagamento de dividendos.

Bonificação

Trata-se da emissão de novas ações aos acionistas de uma empresa via transferência de
parte dos lucros acumulados para a conta de capital. Este tipo de distribuição não altera a
riqueza absoluta dos acionistas já que o preço das ações na bolsa de valores é inversamente
proporcional à quantidade de papéis. Esta estratégia pode funcionar como um indicativo da
expectativa por bons resultados no futuro, tanto para a empresa quanto para os acionistas.

Desdobramento ou Split

Como o modelo de bonificações, o desdobramento funciona aumentando o número de


ações ao diminuir, proporcionalmente, os seus valores nominais. Portanto, não altera o valor
total dos ativos e do patrimônio líquido contábil da empresa. O sistema de bonificações
difere-se do de desdobramentos porque contém em si possibilidades e sinais de aumento
dos dividendos futuros quando estes forem vinculados ao valor nominal unitário ou ao
número de ações existentes.

Recompra de Ações
A recompra de ações está prevista na Lei das Sociedades Anônimas, é regulada pela
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e funciona como um instrumento que permite
às companhias a aquisição de suas próprias ações a fim de mantê-las em tesouraria ou,
eventualmente, cancelá-las. Na maior parte dos casos, essa prática ocorre quando uma
empresa considera que o preço de suas ações está abaixo do valor que lhes é devido.

Os fatores que desencadeiam as desvalorizações relacionam-se a momentos de irracio-


nalidade e queda nos mercados ou também a avaliações incorretas de diversas naturezas.

A recompra de ações pode ocorrer não só por conta de precificação consideradas errô-
neas, mas também em momentos em que a empresa procura reduzir os seus gastos com

107
dividendos ou até mesmo distribuí-las entre os seus próprios executivos.

O Efeito da Clientela
Se tratando da prestação de contas e resultados de uma empresa, a clientela são os seus
investidores. Posto isso, o efeito da clientela baseia-se em investidores que preferem divi-
dendos. Eles procuram então, empresas que possuem políticas de dividendos consistentes,
as quais são definidas conforme as suas respectivas estruturas financeiras internas.

As empresas procuram definir suas políticas de dividendos avaliando as possíveis preferên-


cias de seus acionistas. Por sua vez, os acionistas buscam por empresas que satisfaçam os
seus anseios — e a essa relação mútua chamamos efeito clientela ou vontade do acionista.

Os investidores que desejam receber altos valores de dividendos irão se associar a empresas
que correspondam a isso; e a mesma coisa acontece com os que desejam obter ganhos
de capital.

O Modelo de Sinalização
Os participantes do mercado financeiro analisam todos os atos das empresas que lhes
interessam, visto que estes afetam os fluxos de caixa futuros e o próprio valor das empre-
sas. Quando as empresas anunciam mudanças em suas políticas de dividendos, elas estão
transmitindo, de forma direta, algumas informações ao mercado:

⯀ Dividendos como um sinal positivo;


⯀ Dividendos como um sinal negativo.

Dividendos como um Sinal Positivo:

Quando as informações são positivas, os participantes do mercado financeiro costumam


não dar muito crédito às declarações feitas pelos dirigentes das empresas, especialmente
quando as alegações sobre o fato são exageradas. O lado ruim disso é que empresas com
projetos realmente bons podem ser subavaliadas pelo mercado.

Para que as informações tornem-se mais confiáveis, é necessário o cumprimento de algu-


mas condições:

⯀ A gerência financeira deve enviar somente sinais claros e verdadeiros;


⯀ Os sinais de empresas de sucesso não podem ser facilmente imitados por concorren-
tes de menor expressão. O grande ponto aqui é a eficiência da gerência financeira;
⯀ Os sinais enviados devem estar correlacionados positivamente com os eventos

108
observáveis;
⯀ A gerência deve escolher o método mais eficiente para dar os seus sinais ao mercado.

Dividendos como um Sinal Negativo:

A redução no valor dos dividendos opera como um sinal negativo ao mercado. De fato,
as empresas evitam essa prática pois os investidores podem interpretá-las como proble-
máticas no longo prazo. Quando os sinais negativos acontecem, possivelmente haverá
quedas nos preços das ações.

Outro sinal negativo acontece através da evolução da cotação das ações de uma empresa
em bolsas de valores. Se elas alteram suas políticas de dividendos de modo que as suas
ações percam valor no mercado secundário, os acionistas podem entender esse fato como
sendo um sinal negativo.

O fato de pagar dividendos pode ser interpretado como um sinal negativo para o mercado
caso uma empresa que tenha registrado crescimento e retornos extraordinários em seus
projetos nunca os tenha pago anteriormente. Começar a pagar dividendos pode, nessa
situação, ser interpretado como um sinal de que os projetos da firma não são mais tão
lucrativos como antes eram.

Em suma, quando tratamos de modelos de sinalização, precisamos levar em consideração


o efeito cascata. Todas as ações que uma empresa adota em relação aos sinais que envia
ao mercado provavelmente impactará o valor comercial de suas ações.

A Política de Dividendos e o Mercado de Capitais Local


A atuação da política de dividendos do mercado de capitais local se dá por meio do impacto
no preço das ações. Lembremos que o valor dos papéis é estreitamente ligado à volatili-
dade e às relações de risco e retorno.

Qualquer tipo de alteração ocorrida na política de dividendos de uma empresa tende


a modificar também o valor de suas ações no mercado. Quando a empresa realiza a
recompra, independentemente do motivo, o número circulante de suas ações é reduzido,
aumentando assim o lucro por cada uma delas, já que os preços unitários aumentarão.

SUBMÓDULO VIII - FUSÕES E AQUISIÇÕES


Tópicos sobre Valuation
109
Valuation é o processo de avaliação que representa o valor potencial de um determinado
negócio em função da expectativa de geração de resultados futuros.

O método do valuation é também uma ferramenta analítica que pode ser usada na ges-
tão corporativa visando a orientação e a organização empresarial quanto ao objetivo de
produzir valor para os acionistas.

Motivos para a Realização de Valuation:

⯀ Compra e venda de negócios;


⯀ Fusão, cisão ou incorporação de empresas;
⯀ Dissolução de sociedades;
⯀ Liquidação de empreendimentos;
⯀ Avaliação da habilidade dos gestores na geração de riqueza para os acionistas.

Assim, o valuation pode ser entendido como o processo de estimativa de preços de um


ativo em negociações e transferências de posse. Quando o ativo em questão for uma
empresa inteira, a avaliação envolverá ainda direitos sobre os títulos — ações ordinárias e
preferenciais, debêntures e dívidas privadas, propriedades imobiliárias, maquinário, patentes
e direitos de marca, empréstimos bancários e diversos outros títulos e direitos encontrados
no balanço patrimonial.

Valuation Aplicada
As avaliações de mercado em fusões e aquisições de empresas são práticas extremamente
comuns no mercado. Como já dito anteriormente, o termo “valuation” vem do inglês e signi-
fica “avaliação de empresas”. Em outras palavras, nada mais é que o método de estimativa
do valor de mercado de determinada empresa que tem por finalidade o estabelecimento
do preço justo de negociação e o retorno futuro de um investimento em suas ações.

A correta avaliação de uma empresa permite o esclarecimento de informações importantes


para o negócio de compra e venda.

Informações Importantes Reveladas pela Valuation:

Informações Importantes Reveladas pela Valuation:

⯀ Possíveis falhas;
⯀ Posicionamento da empresa perante seus concorrentes;
⯀ Cenários econômicos existentes;
⯀ Riscos envolvidos no investimento;
⯀ Necessidade de capital durante tomadas de decisões.

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Principais Aplicações da Valuation:

⯀ Avaliação contábil da empresa;


⯀ Avaliação das ações frente ao mercado;
⯀ Estabelecimento de projeções de fluxo de caixa descontados;
⯀ Entendimento das informações de liquidação;
⯀ Entendimento dos múltiplos de mercado.

Valuation Contábil:
Esse modelo considera os valores registrados no balanço patrimonial da empresa. Para
startups, empresas que buscam crescimento por meio de ativos intangíveis, a avaliação
contábil é pouco atrativa e vantajosa pois leva em conta o patrimônio líquido da corporação.

É possível também realizar avaliações de mercado pelos múltiplos dos indicadores contá-
beis, como por exemplo o Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization
(EBITDA).

Valuation por Mercado de Ações


Por esse tipo de avaliação, o valor de uma empresa é calculado com base nos preços de
suas ações, no momento da compra e venda, negociadas na bolsa de valores. Se
as ações estiverem em alta, a empresa é valorizada. Caso contrário, a empresa perde valor.
A melhor estratégia para esse tipo de valuation é aguardar os momentos de alta, para que
os resultados sejam positivos.

Valuation por Fluxo de Caixa Descontado


Trata-se do método de avaliação da riqueza econômica de uma empresa por meio dos
benefícios de caixa a serem incluídos no futuro, porém já descontados a uma taxa de
atratividade que reflita o custo de oportunidade dos fornecedores de capital.

Valuation por Liquidação


Esse modelo é utilizado no momento em que a empresa está de fato encerrando as suas
atividades. Leva-se em consideração a sua liquidez e o quanto ela pode gerar de
riqueza no curto prazo com os ativos tangíveis. Sendo assim, com base no balanço
patrimonial da empresa, calcula-se os ativos (bens e direitos) e desconta-se os passivos
(deveres e obrigações).

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Valuation por Múltiplos de Mercado
Considera apenas os valores praticados pelo mercado, tendo como base os indicadores
econômicos de um mesmo setor e relacionando-os ao preço de mercado.

Analisando várias corporações de um mesmo nicho, é possível estabelecer a média de


valor delas no mercado atual. Com esse número, define-se o valor que será atribuído à
empresa que está sendo avaliada.

Formas de Aquisição
Para que uma empresa seja adquirida por outra, existem três procedimentos legais básicos
que podem ser utilizados:

⯀ Fusão ou incorporação;
⯀ Aquisição de ações;
⯀ Aquisição de ativos.

Fusão ou Incorporação
Processo em que uma empresa absorve a outra. A empresa compradora conserva tanto
o seu nome quanto a identidade, e adquire todos os ativos e passivos da empresa com-
prada. Depois da fusão, a empresa absorvida deixa de existir como instituição separada.

Exemplificando: Uma empresa presta serviços à outra, que representa 80% de sua carteira.
Pode acontecer de a empresa contratante decidir vincular de forma direta os serviços da
outra por meio de um processo de compra. A empresa que absorveu conserva as suas
características e identidade, mas toma para si todos os ativos, passivos, bens e direitos
da outra. Depois de certo tempo, para que não haja impactos negativos no mercado, as
duas empresas deixam de ser apenas “associadas” e passam a ser uma única corporação.

Consolidação
Assemelha-se à fusão em diversos pontos, exceto pelo fato de que uma nova empresa
surge como resultado do negócio. Portanto, as empresas antigas deixam de existir em
termos jurídicos.

Aquisição de Ações
A compra de ações com direito a voto é uma outra maneira de aquisição de empresas. A

112
oferta de compra pode se iniciar de modo privado, entre as respectivas administrações,
para só depois ser divulgada aos acionistas. Vale destacar que uma oferta geral de compra
é sempre uma oferta pública de compra.

Aquisição de Ativos
Uma empresa pode ser adquirida por outra através da venda de seus ativos. Em casos
assim é necessário que haja aprovação formal dos acionistas da empresa comprada. Esse
processo envolve transferência de titularidade sobre os ativos, e pode ser bastante custoso.

Take-Overs
Take-over é um termo genérico, e de certa maneira impreciso, que se refere à transferência,
de um grupo de acionistas para outro, do controle de uma empresa.

Tipos de Takeovers:

⯀ Amigáveis;
⯀ Hostis.

Take-Overs Amigáveis:

A operação de fusão ou de aquisição ocorre num ambiente de consentimento mútuo. Os


executivos da empresa vendida ajudam a empresa compradora no processo de diligência
prévia verificando se a operação seria benéfica para todas as partes.

Takeovers Hostis:

A operação de fusão ou de aquisição acontece quando uma empresa adquire no mer-


cado aberto a maioria do capital de uma outra corporação contra a vontade do conselho
administrativo desta última. Uma forma de evitar aquisições hostis é a execução do plano
de direito dos acionistas, os quais podem desaconselhar a venda de ações e desenvolver
pacotes de medidas que cobrem a oferta indesejada.

Aquisições Autorizadas
As aquisições autorizadas de empresas são operações em que uma empresa compra outra,
geralmente de menor tamanho. Essa aquisição pode ser total ou parcial e majoritária ou
minoritária. Caso a incorporação seja com participação total, a empresa adquirida pode ser
extinta e completamente integrada à adquirente, que passa a sucedê-la em seus antigos
direitos e obrigações.

113
Tipos de Aquisições Autorizadas:

⯀ Compra alavancada;
⯀ Compra pelos gestores;
⯀ Cisão.

Compra Alavancada ou Leveraged Buyout (LBO):

Termo que se refere à aquisição de uma empresa por meio de expressiva contribuição de
capital de terceiros (fornecedores ou instituições financeiras). Em casos assim, depois que
a negociação é finalizada, os ativos adquiridos podem ser oferecidos como garantia pelos
empréstimos feitos.

Compra Feita pelos Gestores ou Management Buyout (MBO):

Neste tipo de operação, a maior parte do capital social adquirido fica para um dos gestores
da própria sociedade empresarial que foi negociada. O objetivo principal é a tomada do
controle direto e do destino econômico da empresa.

Cisão

A cisão é a transferência, de somente uma parcela ou da totalidade patrimonial, de uma


empresa para uma ou mais sociedades já existentes no mercado ou constituídas exclusi-
vamente para este fim.

Se a cisão resultar na extinção da pessoa jurídica originária, em razão da transferência


completa de patrimônio, o processo é denominado cisão total. Caso a pessoa jurídica
originária continue existindo, devido a divisão de apenas uma parte do capital anterior,
ocorrerá a chamada cisão parcial.

Creeping Take-Overs

Trata-se da compra gradual das ações de uma empresa-alvo. A aquisição gradual diz res-
peito à compra de ações no mercado aberto, e nesse caso o comprador pode obter uma
parte delas a preços atuais de mercado sem que precise obrigatoriamente pagar o valor
completo via oferta pública formal convencional. O objetivo da oferta pública gradativa
é a obtenção de uma parcela considerável da empresa-alvo por um valor mais barato do
que seria caso a oferta fosse pública e comum.

Direitos Minoritários
Os acionistas minoritários são resguardados por direitos, especialmente em casos onde

114
haja incorporações e entrada de acionistas majoritários externos.

Direito de Recesso:
É uma das ferramentas de maior proteção ao acionista minoritário, dando-lhe o direito
de se retirar de uma sociedade recebendo integralmente o valor de suas ações, desde
que aconteçam algumas das seguintes situações legalmente previstas: fusão, cisão ou
incorporação.

Direito de Fechamento de Capital:


Somente é permitido se o controlador de uma empresa, seja ele quer for, elaborar uma
oferta pública para vender todas as ações circulantes da corporação. O comprador do
controle acionário da companhia aberta deverá pagar aos acionistas minoritários o valor
mínimo correspondente a 80% do valor que foi pago por cada ação do bloco inte-
grante do controle.

Direito à Composição do Conselho de Administração:


Os representantes de 15% do total das ações com direito a voto e os preferencialistas com
voto restrito ou sem direito a voto representantes de 10% do capital social de uma empresa
poderão individualmente eleger um membro e um suplente do conselho administrativo,
desde que haja votação em assembleia geral.

Direito à Arbitragem:
Arbitragem é uma maneira de solucionar, sem interferência jurídica, conflitos envolvendo
direitos patrimoniais. Representa vantagens para a companhia e seus acionistas tanto pela
rapidez deliberativa quanto pela descrição do processo.

Direito de Acordo de Acionistas:


Este direito determina condições prévias no relacionamento com os controladores, e per-
mite que os acionistas minoritários agrupam-se para alcançar determinados percentuais
participativos necessários para a validação de alguns direitos.

Estratégias para o Comprador


O termo sheet é o modelo geralmente utilizado pelas empresas quando fazem propos-
tas entre si. Nele estão contidas as condições básicas dos acordos de investimento, e sua

115
principal função é mostrar um acordo de boa-fé entre as partes, assegurando assim que a
transação vai se concretizar. Após o estabelecimento dos termos, a contratação de asses-
sores legais e consultores financeiros pode ser feita com tranquilidade.

Quando o termo boa-fé é utilizado, precisamos saber que a ele se relacionam questões
filosóficas, morais e éticas. A confidencialidade em situações de compra e venda de
empresas é extremamente importante e evita desnecessários impactos macroeconômicos,
mercadológicos e operacionais das partes envolvidas.

Aquisições Agressivas e Aquisições Negociadas


Aquisição Hostil ou Hostile Take-Over:
Ocorre quando os executivos da empresa-alvo da compra tornam-se resistentes ao negócio
por terem sido desrespeitados em sua importância, uma vez que o comprador relacionou-
-se diretamente e exclusivamente com os acionistas.

Aquisição Negociada ou Tender Offer:


A situação de compra e venda nesse tipo de aquisição é bem mais tranquila que a anterior.
Uma oferta pública é previamente negociada com os executivos da empresa e só depois
apresentada aos acionistas.

Oferta Condicional e Oferta Incondicional


Oferta Vinculante ou Binding Offer:
Tipo de oferta feita quando, em algumas situações específicas, o investidor quer dar à
outra parte envolvida no negócio maiores seguranças sobre suas intenções.

Oferta Não-Vinculante ou Non-Binding Offer:


Nesse tipo de oferta os investidores são menos cordiais e deixam explícito que a única
coisa relevante é a análise e a credibilidade das informações contábeis.

Market Timing
O conceito de market timing diz respeito às movimentações, nos momentos certos, de
entrada e saída do mercado de ativos. Em linhas gerais, trata-se de usar as diferentes

116
situações para realizar os melhores negócios possíveis.

Nos processos de fusões e aquisições, por exemplo, é importante que haja um processo
acelerado e com o menor vazamento de informações possível, visto que o preço-alvo pode
subir e estragar a negociação.

Razões do Comitê Gestor de Investimentos


O comitê gestor de investimentos é um grupo formado obedecendo o regimento interno
e aprovado pelo conselho deliberativo para auxiliar o gestor nas tomadas de decisões
referentes à alocação de recursos (estratégia empresarial).

Os profissionais atuantes no comitê devem obrigatoriamente atender a pré-requisitos de


qualificação, em específico os relacionados aos conhecimentos sobre o mercado finan-
ceiro. O comitê presta, portanto, um trabalho de consultoria e auxílio aos gestores e demais
agentes com poder de decisão.

Principais Responsabilidades do Comitê Gestor de Investimentos:

⯀ Assessorar o gestor na formulação das políticas de gerenciamento de recursos finan-


ceiros e patrimoniais;
⯀ Administrar a execução da programação econômica e financeira de valores patrimoniais;
⯀ Analisar propostas e submeter-se aos órgãos competentes em momentos de
deliberação;
⯀ Delinear os cenários macroeconômicos, observando as possíveis influências no patri-
mônio da empresa;
⯀ Sugerir estratégias de investimentos para determinados períodos e reavaliar estra-
tégias antigas considerando fatos conjunturais relevantes e atuais;
⯀ Proporcionar subsídios para a elaboração ou alteração da política de investimentos
da empresa;
⯀ Indicar aplicações e resgates de investimento, observando os limites legais de cada
um deles;
⯀ Acompanhar a execução da política de investimentos da empresa.

Estratégias Defensivas
O principal objetivo das estratégias defensivas é manter a harmonia entre concorrentes
e evitar que as empresas tenham benefícios privados maiores que os benefícios sociais
proporcionados. A proteção do consumidor contra abusos de poder, preço e quantidade
ofertada pelas empresas nos mercados empresariais monopolistas é uma pauta importante

117
nos documentos regulatórios e em regras antitruste e de defesa da concorrência.

Principais Riscos das Estratégias Defensivas:

⯀ Práticas restritivas verticais;


⯀ Excessiva concentração de mercado.

Práticas Restritivas Verticais:


Ocorrem quando as empresas dominantes em determinado mercado impedem a livre
concorrência e também a entrada de novas empresas no ramo com acordos de exclusivi-
dade, restrições territoriais e discriminação de preços.

Excessiva Concentração de Mercado:


Corresponde a fusões, aquisições, joint ventures ou alianças entre diversos grupos com o
objetivo de inibir o surgimento e desenvolvimento de estruturas de mercado competitivas.

Políticas de Defesa da Concorrência: Proativa e Reativa


As políticas de defesa da concorrência atuam tanto de maneira direta quanto indireta.

Política de Defesa Proativa ou Direta:


Atua diretamente sobre a conduta dos agentes de modo antecipado.

Política de Defesa Reativa:


Atua analisando e deliberando sobre determinadas condutas após elas serem tomadas
pelas empresas e agentes do mercado. As ações desse tipo de política de defesa afetam
os parâmetros estruturais das práticas consideradas indevidas.

Estratégias Defensivas Proativas a Longo Prazo


Repressão de Condutas:
A Política de Defesa da Concorrência (PDC) coíbe e impede atitudes e práticas contrárias
à competição — formação de cartéis, contratos de exclusividade, fixação de preços de

118
revenda etc. — eventualmente adotadas por empresas que detém grande poder e parti-
cipação no mercado.

Estratégias de Defesa Proativas a Curto Prazo


Controle sobre Atos de Concentração:
Esta regulação tem por objetivo impedir o surgimento de estruturas de mercado que
aumentem a probabilidade de exercícios coordenados e unilaterais sem a correspondente
geração de eficiências socioeconômicas. Lembremos que o controle de curto prazo diz
respeito a práticas com período de duração inferior a 12 meses.

SUBMÓDULO IX - FINANÇAS
CORPORATIVAS INTERNACIONAIS
Orçamento de Capital Internacional
para Empresas Multinacionais
Empresas multinacionais são organizações em que boa parte de seus resultados são
provenientes de operações em países estrangeiros. O êxito nesse tipo de negócio depende
do conhecimento e do controle de inúmeras variáveis, como: taxa de câmbio, taxas de
juros, padrões contábeis e fiscais, intervenções governamentais etc.

Os princípios de finanças corporativas, cujo objetivo central é o investimento em


projetos que gerem riqueza aos acionistas, não deixam de ser válidos para as empresas
multinacionais. Para isso, deve haver o estabelecimento de orçamentos, que nada mais
são do que projeções financeiras de despesas, receitas, investimentos e resultados. Os
resultados costumeiramente são avaliados pelo valor presente líquido, tanto na moeda
nacional da empresa quanto nas moedas dos países estrangeiros onde opera.

Orçamento de Capital Internacional


para Empresas Multinacionais:
Relação entre Investimento e Viabilidade:

O primeiro ponto de destaque é a relação entre o investimento e a viabilidade do negócio.

119
Grande parte das multinacionais elaboram projetos orçamentários em moeda estrangeira,
e suas possíveis filiais operam em moeda local. Portanto, existe no processo de análise de
viabilidade diversos fatores relacionados à taxa de câmbio entre as moedas e aos impostos
sobre transferências internacionais de valores.

O custo de capital e o valor da taxa de câmbio podem alterar significativamente o orça-


mento de capital, ainda que não sejam suficientes para justificar mudanças de decisão.
De fato, o mais importante é que o projeto tenha valor presente líquido positivo.

Taxa de Câmbio:

A taxa de câmbio pode ser entendida como o preço de uma moeda quando comparada
com o valor de outras. As moedas geralmente são cotadas em dólar americano para reduzir
o número de taxas cruzadas e também dificultar a arbitragem triangular.

Os principais tipos de transações envolvendo moedas são:

⯀ Pagamento à vista: acordo fechado em uma determinada data e com pagamento


imediato;
⯀ Pagamento a termo: acordo fechado em uma determinada data e com pagamento
em data futura pré-determinada;
⯀ Swaps: venda de uma moeda estrangeira com acordo simultâneo de recompra no
futuro.

Risco de Câmbio:

Empresas que realizam operações no exterior inevitavelmente enfrentarão problemas de


risco cambial, ainda que instrumentos financeiros, como os derivativos e seguros, permi-
tam a cobertura e proteção contra o indesejado problema.

Avaliação de Projetos Estrangeiros


A regra do valor presente líquido é a forma mais utilizada para a seleção de projetos inter-
nacionais, ainda que os cálculos corretos e completos de custo do capital envolvam outras
variáveis.

Modos de Financiamentos de Projetos no Exterior:

⯀ Captação de recursos no país de origem e exportação para o país estrangeiro onde


o investimento será feito;
⯀ Captação de fundos por empréstimo no país em que o projeto vai ser realizado;
⯀ Captação de fundos por empréstimo num terceiro país, onde eventualmente o custo

120
de capital de terceiros seja mínimo.

Custo de Capital:
O custo de capital deve levar em consideração a taxa que poderia ser conseguida em uma
carteira de títulos domésticos e internacionais de modo que ela seja o mais variado possível.

A diversificação internacional diminui o risco de inadimplência de uma empresa multina-


cional porque traz inúmeras fontes de receitas com pouca ou nenhuma relação entre si.

Análise de Risco Político


Quando empresas multinacionais entram em um mercado estrangeiro novo, elas devem
descontar de seus fluxos de caixa uma taxa um pouco maior do que a usual, de modo que
isso a resguarde de intervenções governamentais relacionadas à taxa de câmbio, criação
de novos impostos, regulamentações, estatizações e etc. Em muitos países emergentes,
por exemplo, os riscos políticos são enormes, fazendo com que o prêmio pela incerteza
também seja grande.

Gestão de Risco do Capital Estrangeiro


O investimento de capital em países estrangeiros envolve diversos riscos, especialmente
no processo de auferimento e remetimento de lucros da empresa filial.

⯀ Formas de Remetimento de Capital:


⯀ Dividendos;
⯀ Pagamentos mútuos;
⯀ Transfer pricing: compra de produtos importados da matriz por valores acima dos
praticados no mercado (prática considerada ilegal em alguns países).

As empresas multinacionais precisam atentar-se às remessas (montantes de dinheiro)


enviadas à companhia matriz e ter sempre em consideração o controle do fluxo de caixa,
impostos e outros tributos. Um ponto a se destacar nessa questão é que existem gover-
nos que ainda hoje são muito sensíveis ao envio constante e desmesurado de capitais às
empresas estrangeiras.

Financiamento de Projetos e Gestão de Ativos


Financiamento de Projetos ou Project Finance:

121
Corresponde às operações financeiras essenciais para a garantia dos recursos necessários
para um determinado projeto de investimento.

Tipos de Financiamentos:

⯀ Corporate finance: envolve o modelo de gestão financeira da empresa por completo


(análise de caixa e competência contábil);
⯀ Project finance: baseado na premissa de que mesmo que uma empresa tenha outros
negócios rentáveis, estes não são suficientes para garantir o novo projeto em questão.

As empresas multinacionais, por atuarem em países com estruturas de capital e rentabi-


lidade variadas entre si, tendem a preferir o “project finance” a fim de contornar o efeito
propagação.

Muitos projetos tendem a ser estruturados com a maior quantidade possível de dívida,
diminuindo assim o custo médio ponderado de capital (WACC) e os descontos nos fluxos
de capital.

Títulos com Garantia Real


São formas de crédito nas quais o devedor coloca ativos ou bens como garantia, certifi-
cando assim o cumprimento da obrigação estabelecida.

Tipos de Garantias Reais:

⯀ Alienação de ativos financeiros;


⯀ Penhora ou hipoteca de bens reais, como imóveis ou estoques.

Garantias Reais Ordinárias:

⯀ Alienação fiduciária dos recebíveis em um projeto;


⯀ Alienação fiduciária das ações da sociedade de propósito específico;

Leasing ou Arrendamento Mercantil


É um acordo entre arrendador e arrendatário que determina o direito de utilização de um
ativo específico. De forma análoga aos contratos de aluguel, nos contratos de leasing o
arrendatário pode eventualmente ter a escolha e a prioridade de compra do bem arrendado.

Este modelo contratual é uma boa alternativa para empresas que financiam os seus pró-
prios projetos, visto que é relativamente comum que vários equipamentos sejam utilizados
durante as muitas fases de realização de um projeto.

122
Tipos de Leasing:

⯀ Financeiro;
⯀ Operacional.

Leasing Financeiro:

O banco compra o equipamento e arrenda-o por certo período, que contabilmente passa
a ser parte do ativo imobilizado do arrendatário, enquanto que a dívida contraída é con-
tabilizada como contrapartida nos passivos. As despesas de manutenção ficam a cargo
do arrendatário.

Leasing Operacional:

A empresa passa a pagar aluguéis mensais pelos bens arrendados assumindo tanto o
custo de capital quanto a depreciação dos equipamentos. A principal vantagem é que
esses pagamentos costumam ser dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda (IR).
As despesas de manutenção dependem do tipo de contrato, podendo ser de responsabi-
lidade do arrendador ou do arrendatário.

Avaliação do Projeto
Várias são as razões para que uma empresa entre em um novo projeto de mercado. Dentre
elas estão:

⯀ Reposição de equipamentos;
⯀ Aquisição de equipamentos mais eficientes e menos custosos;
⯀ Ampliação de capacidade produtiva;
⯀ Lançamento de novos produtos no mercado;
⯀ Projetos particulares.

Novos projetos sempre contêm riscos que devem ser avaliados. As métricas existentes que
os tornam comparáveis são:

⯀ Levar em consideração os fluxos de caixa líquidos de impostos;


⯀ Não levar em consideração os custos que de qualquer forma não seriam evitados;
⯀ Estimar os custos de oportunidades e as externalidades positivas e negativas.

Principais Métricas Avaliadoras:

⯀ Taxa Interna de Retorno (TIR);


⯀ Valor presente Líquido (VPL);
⯀ Payback;

123
⯀ Profitability Index (PI).

Em situações de conflitos entre as métricas, a melhor saída é a utilização do VPL por


conta de seu reconhecido conservadorismo e realismo.

Avaliação do Emprestador
O agente emprestador tem papel essencial na análise de viabilidade e execução de projetos
pois o preço e outras taxas por ele cobradas refletem diretamente nos estudos detalhados
dos riscos envolvidos.

⯀ Riscos Envolvidos:
⯀ Risco regulatório;
⯀ Risco de mercado;
⯀ Risco de demanda;
⯀ Risco de taxas de juros;
⯀ Risco de crédito do emprestador.

Após as análises de risco serem feitas, o próximo passo do emprestador é fazer estimativas
acerca do projeto e de como ele impactará os números do empreendedor, analisando a
alavancagem do credor antes e após o projeto; as expectativas para o comportamento
do Produto Interno Bruto (PIB), inflação e taxas de juros; e ainda outras variáveis que
possam impactar o andamento do projeto. Somente assim é que o emprestador decide,
com mais segurança, quais garantias serão suficientes e quais as condições necessárias
para o andamento do projeto.

Financiamento Sindicalizado
O financiamento sindicalizado é um empréstimo proporcionado por um grupo de finan-
ciadores que passam a trabalhar juntos para dispor fundos a um único tomador.

Motivos para Sindicalização de Empréstimos:


⯀ Grande volume de recursos: muitas vezes os bancos não se dispõem a emprestar
isoladamente montantes elevados;
⯀ Situações de distress: quando uma empresa tem dificuldade em convocar os seus
principais credores para renegociação de dívidas.

Geralmente os sindicatos apoiam-se em bancos-líderes, os quais têm consideráveis percen-


tuais do valor total emprestado e são responsáveis pelo gerenciamento das garantias,

124
recebimento de taxas e distribuição do caixa das prestações pagas.

125
Módulo 2
Contabilidade Financeira
e Análise de Relatórios
Financeiros
SUBMÓDULO X - DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS (FINANCIAL STATEMENTS

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU FINANCIAL STATEMENTS


As demonstrações contábeis são representações estruturadas da situação patrimonial,
financeira e do desempenho e fluxo de caixa de uma entidade. O seu objetivo é oferecer
informações de modo a auxiliar os usuários em avaliações econômicas e tomadas de decisão.

Elementos das Demonstrações Contábeis:


⯀ Balanço Patrimonial (BP);
⯀ Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
⯀ Demonstração do Resultado Abrangente (DRA);
⯀ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL);
⯀ Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
⯀ Demonstração do Valor Adicionado (DVA);
⯀ Notas explicativas abrangendo as políticas contábeis mais significativas e outras
informações relevantes.

Balanço Patrimonial (BP)


É uma demonstração contábil que tem por finalidade a apresentação do status financeiro
e patrimonial de uma empresa em determinado período. As contas devem ser classificadas
conforme os componentes patrimoniais registrados e agrupadas de maneira que facilite
o entendimento e a análise da situação financeira da corporação.

O balanço patrimonial deve também mostrar os valores correspondentes às demonstra-


ções dos períodos anteriores à análise para que haja possibilidade de comparação entre
os dados. Os bens e direitos da empresa devem ser agrupados em ordem decres-
cente de liquidez; já as obrigações precisam ser listadas em ordem decrescente
de liquidez.

127
Estrutura de Balanço Patrimonial:

Lembremos que o termo curto prazo corresponde ao período de até 12 meses e o longo
prazo refere-se aos intervalos de tempo que transcorrem no intervalo de 1 ano, salvo casos
em que haja disposições contrárias.

Observação: Para que a estrutura do balanço patrimonial esteja correta, o somatório dos
valores dos ativos deve ser igual ao somatório dos valores dos passivos.

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

É uma demonstração contábil que tem por objetivo apresentar as operações realizadas pela
empresa durante um certo período de exercício social. As informações devem ser expostas
de maneira a evidenciar o resultado líquido do período apurado, e as contas devem ser
dispostas ordenada e uniformemente. Vale lembrar que a legislação societária define a
descrição do lucro e prejuízo operacional das receitas e despesas comuns e extraordinárias.

Princípio da Competência:

⯀ Contém as receitas e os rendimentos do período, independentemente de suas res-


pectivas realizações em moeda;
⯀ Contém os custos, despesas, encargos e perdas correspondentes às receitas e aos
rendimentos analisados.

128
Estrutura de Demonstração do Exercício:

Para entendermos melhor a demonstração do exercício devemos pensar que a receita


operacional bruta de todos os produtos vendidos deve ter os descontos de impostos, mão-
-de-obra, despesas com o setor comercial, despesas com o setor de recursos humanos,
etc. Em outras palavras, o lucro líquido só é obtido quando o valor da receita passa por
todos os descontos do ciclo operacional.

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)

É uma demonstração contábil que releva o fluxo de valores ocorrido nas diversas contas
do patrimônio líquido durante o período de exercício analisado. Segundo o artigo 186,
parágrafo 2º, da Lei das Sociedades Anônimas, a DMPL é considerada optativa.

Estrutura de Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido:

129
Observemos que neste tipo de demonstração devem constar os principais fatos que alte-
raram o patrimônio líquido da empresa no período analisado.

É uma demonstração contábil que retrata de modo sumário e coordenado a movimen-


tação nas diversas contas do patrimônio líquido durante o período de exercício analisado.

Principais Contas Analisadas:

⯀ Capital;
⯀ Reservas de capital;
⯀ Reservas de lucros;
⯀ Ajustes de avaliação patrimonial;
⯀ Ações em tesouraria;
⯀ Prejuízos acumulados.

Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

É uma demonstração contábil que evidencia os fluxos financeiros de operações, financia-


mentos e investimentos nas contas disponíveis de uma empresa em determinado período.

A DFC viabiliza a análise da capacidade de uma corporação em gerar futuros fluxos


caixa líquidos positivos e a possibilidade de cumprir suas obrigações, pagar dividendos e
empréstimos.

É considerada obrigatória pela Lei das Sociedades Anônimas desde dezembro de 2007.

130
Métodos de Demonstração de Fluxo de Caixa:
⯀ Método direto;
⯀ Método indireto.

Método Direto:
Abrange e divulga as principais classes de recebimentos e pagamentos brutos.

Método Indireto:
O lucro líquido e o prejuízo são ajustados pelos efeitos de transações que não envolvem
o caixa (depreciação financeira), pelos efeitos de quaisquer diferimentos ou apropriações
por competência sobre os recebimentos de caixa e pagamentos operacionais em caixa
(passados e futuros) e pelos efeitos de itens de receita ou despesa associados com os fluxos
de caixa das atividades de investimento e financiamento.

Demonstração do Valor Adicionado (DVA)


É uma demonstração contábil que tem por objetivo a apresentação do valor da riqueza
econômica gerada pelas atividades da empresa e de todos os participantes que contri-
buíram nesse processo. Assim, a DVA acaba por prestar informações a todos os agentes
econômicos interessados na corporação — empregados, clientes, fornecedores, financia-
dores e governo.

O valor adicionado é composto pela receita de vendas deduzida dos custos dos recur-
sos adquiridos junto a terceiros. Nestes moldes, a DVA pode ser entendida também
como o Produto Interno Bruto (PIB) que a empresa em análise gerou para o seu país.

Notas Explicativas

São informações adicionais em relação às outras já apresentadas nos quadros demons-


trativos. O objetivo delas é facilitar a compreensão das demonstrações contábeis aos seus
usuários. Englobam dados de qualquer natureza exigidos em leis e normas contábeis que
eventualmente não constem nas demonstrações.

Estrutura de Notas Explicativas:

131
SUBMÓDULO XI - ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS
(FINANCIAL REPORTING ISSUES)
Elaboração de Relatórios ou Financial Reporting Issues
Entenderemos a seguir a questão da elaboração de relatórios contábeis.

Características

O objetivo é fornecer informações contábeis e financeiras sobre a entidade a fim de auxiliar


investidores e credores em suas decisões acerca da empresa.

As informações auxiliam investidores e credores, sejam atuais, sejam potenciais, na men-


suração do valor da empresa.

Os relatórios contábeis são baseados em estimativas, julgamentos e modelos que não são
perfeitamente exatos.

Recursos Econômicos e Reivindicações


132
Os usuários dos relatórios financeiros têm a necessidade de conhecimento da essência e
da quantidade dos recursos da empresa disponíveis para uso em operações e reivindica-
ções. Lembremos que todas as alterações nos recursos econômicos e reivindicações da
empresa devem ser reportados.

A performance financeira de uma empresa pode ser feita seguindo três diretrizes básicas:

⯀ Performance financeira pelo regime de competência;


⯀ Performance financeira pelos fluxos de caixa passados;
⯀ Performance financeira por outros eventos e transações.

Performance Financeira pelo Regime de Competência:

Representa os impactos de transações e outras operações sobre os recursos econômicos


e reivindicações da entidade. A informação deve ser apresentada nos períodos em que os
impactos são produzidos, ainda que os recebimentos e pagamentos derivados em caixa
ocorram posteriormente.

Performance Financeira pelos Fluxos de Caixa Passados:

Deve constar dados sobre os fluxos de caixa que ajudem os usuários das informações a
entenderem as operações da entidade, analisar suas atividades de financiamento e inves-
timento, liquidez, solvência, e interpretar outras informações relativas ao desempenho
financeiro.

Performance Financeira por Outros Eventos e Transações:

Elaboradas a partir de operações como o lançamento adicional de ações (títulos patrimo-


niais) e o lançamento de títulos de dívidas.

Qualidades da Informação Contábil Útil

A informação contábil útil aponta os tipos de informações que certamente são tidas pelos
investidores e credores como primordiais para a tomada de decisões acerca da empresa.

Existem dois tipos de características qualitativas:

⯀ Características qualitativas fundamentais;


⯀ Características qualitativas de melhoria;

Características Qualitativas Fundamentais


Relevância:

133
As características fundamentais são de extrema relevância e fazem diferença nas decisões
a serem tomadas pelos usuários. Nelas deve constar:

⯀ Valor preditivo: caso o dado possa ser utilizado como entrada em processos empre-
gados pelos usuários para indicar futuros resultados;
⯀ Valor confirmatório: funciona como revisão de avaliações prévias, confirmando-as
ou alterando-as.

Fidedignidade:

Os números apresentados na demonstração precisam ser:

⯀ Completos: têm de conter todas as informações necessárias para que o usuário de fato
entenda o que está sendo apresentado. Para isso, descrições e explicações podem
ser incluídas;
⯀ Neutros: não devem seguir nenhuma tendência de seletividade em sua apresentação;
⯀ Livres de erros: tanto o processo escolhido para a produção das informações quanto
o resultado obtido por meio deles não devem conter erros e omissões.

Características Qualitativas de Melhorias


Comparabilidade:

Possibilita que os usuários compreendam e comparem semelhanças e diferenças entre


os itens.

Verificabilidade:

Uma apresentação fidedigna faz com que vários analisadores cheguem a entendimentos
parecidos quanto à realidade econômica da empresa avaliada.

Tempestividade:

As informações devem ser disponibilizadas aos tomadores de decisão a tempo de poder


influenciá-los em suas decisões.

Compreensibilidade:

Para que se tornem compreensíveis, as informações devem ser classificadas, caracterizadas


e apresentadas com a maior clareza possível.

134
SUBMÓDULO XII - ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA
Estrutura Conceitual Básica
Em todas as demonstrações contábeis devem conter a premissa subjacente abaixo:

Premissa Subjacente
Continuidade:

As demonstrações contábeis geralmente são elaboradas tendo como base a continuidade


de operação da empresa no futuro. Assim, análises anteriores poderão ser comparadas
com as análises presentes e futuras.

Elementos das Demonstrações Contábeis:

Elementos diretamente ligados à medida da posição patrimonial e financeira no balanço


patrimonial:

⯀ Ativos (bens e direitos);


⯀ Passivos (obrigações);
⯀ Patrimônio Líquido.

Elementos diretamente ligados à medida de desempenho na demonstração do resultado:

⯀ Receitas;
⯀ Despesas.

Critérios de Reconhecimento Contábil


⯀ Probabilidade de futuros benefícios econômicos:

Precisa ser comprovado que algum benefício econômico futuro esteja associado ao item
analisado.

Exemplo: no caso das vendas mensais a prazo, é preciso reconhecê-las em parte como
contas a receber, e em contrapartida, também como despesas por inadimplência.

135
⯀ Confiabilidade da mensuração:

O item deve ter custo ou valor que possam ser analisados e medidos com confiabilidade.
Quando estimativas coerentes não puderem ser feitas, o item em questão não deve ser
reconhecido no balanço patrimonial ou na demonstração do resultado.

Mensuração dos Elementos das Demonstrações Contábeis


O processo consiste em definir as somas monetárias dos elementos apresentados pela
empresa em sua demonstração financeira.

Emprega-se para isso várias bases de mensuração, dentre elas:

⯀ Custo histórico: valor de aquisição no passado;


⯀ Custo corrente: valor de aquisição no presente;
⯀ Valor realizável: valor potencial de venda;
⯀ Valor presente: fluxo de caixa descontado.

Determinação do Lucro da Empresa


A determinação do lucro é simples e acontece por meio do cálculo das receitas totais des-
contadas pelo conjunto completo das despesas. O que sobra dessa operação é o lucro da
empresa.

SUBMÓDULO XIII - DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA


Demonstração dos Fluxos de Caixa
A demonstração representa movimentações no caixa e divide-se em três áreas:

⯀ Fluxo de Caixa de Operações (FCO): recursos utilizados nas operações da empresa


no exercício de suas atividades;
⯀ Fluxo de Caixa de Investimentos (FCI): recursos utilizados em investimentos ou para
a aquisição de imobilizados e outros ativos de longo prazo juntamente às suas res-
pectivas entradas por vendas;
⯀ Fluxo de Caixa de Financiamento (FCF): recursos utilizados ou pagos que se relacio-
nam a empréstimos bancários, investimento de capital pelos sócios ou pagamento
de dividendos.

136
Principais Transações de Alteração do Caixa
Variações positivas:

⯀ Aportes de capital;
⯀ Empréstimos bancários e financiamentos;
⯀ Venda de bens do ativo permanente;
⯀ Venda à vista e recebimento de duplicatas;
⯀ Outras entradas.

Variações negativas:

⯀ Pagamento de dividendos;
⯀ Amortização de principal e pagamento de juros de empréstimos;
⯀ Aquisição à vista de bens para o ativo permanente;
⯀ Compra à vista e pagamento a fornecedores;
⯀ Pagamento de despesas, contas e outros custos.

Principais Transações que Não Alteram o Caixa


⯀ Depreciação: perda de valor de bens devido a desgastes por uso, ação da natureza
ou obsolescência;
⯀ Amortização: perda de valor do capital aplicado na compra de direitos da propriedade
industrial ou comercial;
⯀ Exaustão: perda de valor decorrente do processo de exploração, como por exemplo
a que se dá em fontes de recursos minerais e florestas;
⯀ Provisão: diminuições do ativo ou acréscimos de exigibilidades que reduzam o patri-
mônio líquido cujos valores ainda são indefinidos.

Objetivos, Utilidades e Benefícios da


Demonstração dos Fluxos de Caixa
⯀ Proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis uma base de avaliação da
capacidade da entidade em gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como as neces-
sidades de utilização da entidade desses mesmos fluxos de caixa;
⯀ Equacionar as entradas e saídas de recursos dispostos de maneira temporal;
⯀ Avaliar a capacidade de a empresa gerar fluxos de caixa positivos no futuro;
⯀ Visualizar os fluxos monetários da entidade;
⯀ Avaliar a capacidade da empresa de honrar os seus compromissos com os credores;

137
⯀ Indicar os valores esperados de entrada e saída de recursos financeiros ao longo de
um determinado período de tempo;
⯀ Identificar a parte do lucro ou prejuízo líquidos apurada pelo regime de competência
e convertida em dinheiro;
⯀ Avaliar os efeitos decorrentes das operações de investimento e financiamento na
posição financeira da empresa;
⯀ Avaliar o grau de precisão dos fluxos de c aixa estimados no passado e suas realiza-
ções no futuro etc.

SUBMÓDULO XIV - ATIVOS, PASSIVOS


E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Ativos
Os ativos são utilizados no balanço patrimonial e podem ser divididos em:

⯀ Ativos circulantes: bens e direitos utilizados a curto prazo (inferior ao período fiscal
ou a 12 meses)
⯀ Ativos não-circulantes: bens e direitos utilizados a longo prazo (superior ao período
fiscal ou a 12 meses).

Ativos Circulantes
Abrangem o caixa e outros ativos que serão convertidos em dinheiro ou utilizados dentro
do ciclo operacional da empresa ou num período anual.

Os ativos circulantes abaixo estão organizados em ordem decrescente de liquidez:

⯀ Caixas e equivalentes de caixa;


⯀ Títulos de valores mobiliários;
⯀ Contas a receber dos clientes;
⯀ Inventários.

Caixa e Equivalentes de Caixa:

Os equivalentes de caixa são investimentos de curto prazo altamente líquidos e, portanto,


rapidamente conversíveis em caixa, desde que próximos o suficiente do vencimento, de
modo que o risco de taxa de juros é mínimo.

138
Títulos de Valores Mobiliários:

São ativos financeiros negociados publicamente.

Contas a Receber dos Clientes:

Correspondem a ativos financeiros que retratam as quantias devidas pelos clientes por
conta de bens adquiridos ou serviços contratados.

Inventários:

São bens detidos para a venda a clientes ou utilizados na fabricação de bens para
comercialização.

Outros Ativos Circulantes

São valores que, quando apresentados separadamente, podem não ser relevantes. Por
esse motivo, geralmente são combinados em um único valor:

⯀ Despesas antecipadas: custos operacionais que foram pagos antes de incorrerem


realmente. Exemplo: aluguéis pagos antecipadamente;
⯀ Ativos fiscais diferidos: aqueles decorrentes de diferenças temporárias entre as
demonstrações financeiras e a apuração do lucro tributável. Exemplo: crédito do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).

Ativos Não-Circulantes
⯀ Imobilizados: bens materiais e propriedades;
⯀ Intangíveis: marcas e patentes;
⯀ Instrumentos financeiros.

Intangíveis
São ativos não-monetários e que não possuem matéria palpável. Podem ser classificados
em dois subgrupos:

⯀ Identificáveis: podem ser obtidos separadamente ou como resultado de direitos e


privilégios transferidos a um proprietário. Exemplo: patentes, marcas registradas e
direitos autorais;
⯀ Não-identificáveis: não podem ser obtidos separadamente, e podem ter vida ilimitada.
Exemplo: a credibilidade de uma determinada marca.

139
Lembremos que os ativos tratam-se de bens e direitos. Assim, ativos intangíveis como
registros e credibilidade são também propriedades de uma empresa.

Propriedades para Investimento


A propriedade para investimento é correspondente a qualquer bem preservado para o
recebimento de aluguel ou valorização do capital, como: terrenos, casas, edifícios e auto-
móveis. Por essa razão, classificam-se no subgrupo investimentos, dentro da categoria de
ativos não-circulantes.

Geralmente, esse tipo de propriedade é reportado pelo custo amortizado ou pelo valor
justo. Conforme o modelo do valor justo, qualquer alteração é reconhecida no resultado.

Investimentos em Coligada, Controlada e


Empreendimento Controlado em Conjunto
Segundo a Lei das Sociedades Anônimas, há duas maneiras principais de avaliação dos
investimentos permanentes:

⯀ Método de custo: através da atribuição dos respectivos valores originais das transações;
⯀ Método de equivalência patrimonial: no artigo nº248 da referida lei dispõe-se que os
investimentos permanentes em participação no capital social de sociedades coligadas,
sociedades controladas, sociedades controladas em conjunto e também sociedades
que estejam sob controle comum deverão ser avaliados pela equivalência patrimonial.

140
Coligadas
São entidades nas quais o investidor tem influência significativa. Isso representa poder
de participação nas decisões sobre políticas financeiras e operacionais de uma investida.

Se um investidor mantém direta ou indiretamente 20% ou mais de poder de voto da


investida, presume-se que ele tenha influência significativa. Por outro lado, se ele detiver
direta ou indiretamente menos que isso, sua influência só será considerada significativa
em caso de demonstração clara.

Controladas
São entidades em que uma empresa controladora, por meios próprios ou de outras con-
troladas subordinadas, detém titularidade de direitos societários que lhes assegurem per-
manentemente a preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria
dos administradores.

Para que ocorra o controle, uma investidora (controladora) precisa possuir direta ou indi-
retamente mais de 50% das ações com direito a voto da investida (controlada).

Empreendimentos Controlados em Conjunto


O controle conjunto é o compartilhamento contratual convencionado do controle de um
negócio. É exercido somente quando decisões sobre as atividades relevantes exijam con-
sentimento unânime das partes que compartilham o controle.

Já um empreendimento controlado em conjunto (joint venture) é um acordo conjunto por


meio do qual as partes detentoras do controle em conjunto do acordo contratual possuem
direitos e obrigações sobre os ativos líquidos do acordo.

Por sua vez, o investidor conjunto (joint venturer) representa uma parte dentro de um
empreendimento controlado em conjunto.

Estoques
Diz respeito a uma conta do ativo que representa mercadorias, produtos e bens finais tan-
gíveis destinados à venda. O termo “estoques” é usado, sobretudo, no domínio da logística
e da contabilidade.

Se, por um lado, o excedente de estoques representa custos operacionais e de oportuni-


dade, por outro, níveis baixos dessa conta podem originar perdas de economias e custos

141
elevados devido à falta de produtos. Via de regra, o balanço ideal de estoques é difícil de
se alcançar.

Custos de Estoques

⯀ Custos variáveis;
⯀ Custos fixos.

Custos Variáveis:

São custos de operação e manutenção de equipamentos e também do próprio estoque,


dos materiais operacionais e das instalações. Inclui-se a obsolescência, a deterioração e o
custo por perdas.

Custos Fixos:

São custos com equipamentos de armazenagem e manutenção, seguros, benefícios de


funcionários, folha de pagamento, utilização do imóvel e do mobiliário.

Classificação de Estoques
⯀ Ponto de Vista Industrial:
⯀ Estoque de produtos em processo: todos os artigos necessários à fabricação ou
montagem do produto final;
⯀ Estoque de matéria-prima e materiais auxiliares: todos os componentes que irão inte-
grar o produto final, normalmente correspondendo aos materiais brutos destinados
às transformações e ao processamento.
⯀ Estoque operacional: destinado a contornar eventuais interrupções na produção
relacionadas a defeito ou quebra de equipamentos;
⯀ Estoque de produtos acabados: composto pelos produtos já passaram pelo processo
de fabricação. No setor comercial, são chamados de mercadoria;
⯀ Estoque de materiais administrativos: materiais usados na área administrativa e des-
tinados ao desenvolvimento das atividades da empresa.

Ponto de vista Administrativo:


Estoque mínimo ou de segurança: representa quantidades reservadas para garantir o anda-
mento do processo produtivo em casos de aumento de demanda de um item, garantindo
assim o abastecimento futuro.

142
Os estoques de segurança impedem que aconteçam problemas inesperados nas diversas
fases do processo produtivo, impedindo que a demanda não seja suprida.

Instrumentos Financeiros

São contratos que originam ativos e passivos financeiros ou instrumentos patrimoniais


de uma empresa. Engloba títulos de investimento, derivativos, empréstimos e recebíveis.

A forma de negócio da empresa e as características contratuais dos fluxos de caixa do


instrumento financeiro determinam a classificação dos ativos financeiros nos seguintes
grupos:

⯀ Mensurados ao custo amortizado em períodos posteriores;


⯀ Mensurados ao justo valor por meio de resultados abrangentes;
⯀ Mensurados ao valor justo por meio do resultado.

Recuperabilidade de Ativos ou Impairment of Assets


O ativo é considerado desvalorizado quando seu valor contábil ultrapassa o valor recuperável.

Valor contábil é aquilo que no balanço patrimonial refere-se ao ativo. Isto é, valor histórico
deduzido da depreciação, exaustão ou amortização acumulada e, se for o caso, de provisão
para perda.

A empresa deve avaliar, ao fim de cada período de reporte, se existe alguma indicação de
que um ativo sofreu desvalorização. Caso exista, ela tem de estimar o valor recuperável
do ativo desvalorizado.

Teste de Recuperabilidade

Tem por objetivo a representação do valor real líquido de realização de um ativo. Essa
realização pode ser direta, por meio de vendas, ou indireta, na utilização em atividades.

A razão do teste de recuperabilidade é evitar que um ativo esteja registrado com um valor
maior do que o recuperável, verificando se ele não está desvalorizado em relação ao seu
valor real.

Para os ativos registrados com valor menor que o recuperável, a empresa simplesmente irá
obter um valor maior que o esperado após qualquer operação financeira efetuada sobre ele.

Passivos

143
Se os ativos são representados pelos diretos, os passivos são representados pelas obrigações.

Os passivos são classificados em:

⯀ Passivos circulantes (curto prazo);


⯀ Passivos não-circulantes (longo prazo).

Passivos Circulantes
Obrigações a serem realizadas num período inferior ao do ciclo operacional ou inferior a
12 meses:

⯀ Fornecedores a pagar: valores que a empresa deve aos fornecedores pelos créditos
junto a eles obtidos.
⯀ Obrigações a pagar: títulos de créditos devidos aos credores;
⯀ Parcela atual da dívida de longo prazo: parta da dívida com vencimento inferior ao
ciclo operacional ou inferior a 12 meses;
⯀ Passivos provisionados: despesas que foram reconhecidas no resultado, mas ainda
não pagas
⯀ Receitas antecipadas: valores recebidos antes do fornecimento de bens e serviços.

Passivos Não-Circulantes
Obrigações a serem realizadas num período superior ao do ciclo operacional ou inferior a
12 meses:

⯀ Passivos financeiros de longo prazo.

Patrimônio Líquido
⯀ O patrimônio líquido corresponde à diferença resultante da dedução dos passivos
sobre os ativos de uma empresa.
⯀ As contas mais conhecidas de patrimônio líquido são:
⯀ Capital subscrito: valor efetivamente contribuído pelos acionistas;
⯀ Participação minoritária: parte proporcional dos acionistas minoritários no patrimônio
líquido da empresa;
⯀ Lucros ou prejuízos acumulados: parcela do lucro líquido não distribuído ou prejuízos
acumulados;
⯀ Ações em tesouraria: ações recompradas pela empresa emissora, mas ainda não
canceladas;
⯀ Contas reserva:

144
⯀ Reserva de capital: formada por valores recebidos sem a correspondente entrega
dos bens ou serviços;
⯀ Reserva de lucros: formada pela apropriação do lucro da empresa.

Observação: a cada ciclo operacional, as contas de reserva precisam ser fechadas e os seus valores
transferidos para outras contas, de acordo com o balanço financeiro resultante.

SUBMÓDULO XV - CONVERSÃO DAS DEMONSTRAÇÕES


CONTÁBEIS EM MOEDA ESTRANGEIRA
Conversão das Demonstrações Contábeis em Moeda
Estrangeira ou Foreign Currency Transactions
Converter demonstrações financeiras corresponde a apresentar, em moeda funcional do
país de origem, as operações no exterior ou em moeda estrangeira.

Exemplificando: Quando uma empresa brasileira faz exportação em dólares, a informação


de balanço da operação deve ser feita não em moeda americana, mas em real moeda
funcional do Brasil). A conversão se dá mediante a aplicação da taxa de câmbio.

Uma transação em moeda estrangeira é aquela que é fixada ou exige pagamento em


moeda estrangeira.

A transação em moeda estrangeira tem de ser reconhecida contabilmente no momento


inicial da transação e convertida em moeda funcional pela aplicação da taxa de câmbio
à vista.

Transações em moeda estrangeira ocorrem nas seguintes situações:

⯀ Compra ou venda de bens e serviços cujos valores são fixados em moeda estrangeira;
⯀ Aquisição ou concessão de empréstimos cujos valores a pagar ou a receber são fixa-
dos em moeda estrangeira;
⯀ Outras formas de aquisição e repasse de ativos ou passivos aceitos como garantia de
liquidação de contratos cujos valores estejam fixados em moeda estrangeira.

SUBMÓDULO XVI - RELATÓRIOS CONTÁBEIS E


ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
145
Lucro vs. Fluxo de Caixa
Lucro
Corresponde ao resultado da operação de receitas totais menos custos e despesas totais.
Se o valor final for positivo, houve lucro (superávit); no caso contrário, prejuízo (déficit).

Fluxo de Caixa
As movimentações de fluxo de caixa consideram todos os recebimentos, pagamentos e
investimentos. O resultado pode, assim como o do lucro, ser positivo ou negativo.

Diferença entre Lucro e Fluxos de Caixa


Saber a diferença entre lucro e fluxo de caixa é a única forma de conhecer, de fato, a situ-
ação financeira de uma empresa. Analisando apenas o fluxo de caixa, por exemplo, não é
possível saber se o negócio está realmente proporcionando lucros ou se os custos estão
consumindo a receita por completo.

Problemas Envolvidos ao se Confundir Lucro e Fluxo de Caixa


⯀ Falso diagnóstico financeiro: a análise do Demonstrativo do Resultado Financeiro
(DRE) deve ser feita em conjunto à do fluxo de caixa;
⯀ Endividamento: prejuízos podem ser mascarados caso as análises sejam feitas somente
pelo fluxo de caixa;
⯀ Dificuldade em atrair investidores: investidores consideram diversos critérios e indi-
cadores financeiros para decidir onde aplicar ou não o dinheiro.

Considerações
As contas de lucro e fluxo de caixa são complementares, e a análise da situação finan-
ceira de uma empresa deve ser feita levando ambas em consideração. Assim, para que
um negócio perpetue-se com saúde e rentabilidade, é necessário haver uma boa gestão
administrativa financeira.

Qualidade dos Lucros e Gerenciamento do Resultado


Algumas estratégias contábeis podem ser manobradas de modo que investidores e outros
usuários sejam influenciados a tomar decisões incorretas.

146
Qualidade dos Lucros

A qualidade do lucro refere-se ao período que os administradores têm para mensurar e


divulgar o lucro da empresa. Eles podem escolher princípios contábeis que apresentem um
ilusório aumento do lucro, tornando as suas demonstrações financeiras mais chamativas,
ainda que às custas de imprecisão.

Gerenciamento do Resultado

O gerenciamento do resultado ocorre quando os administradores utilizam determinados


julgamentos, na apresentação dos relatórios, para mascarar ou alterar problemas e influen-
ciar contratos com possíveis investidores.

Políticas Contábeis, Estimativas Contábeis e Erros


Políticas Contábeis
São os princípios, bases, convenções, regras e práticas específicas aplicados pela empresa
na elaboração e apresentação de suas demonstrações contábeis.

Os pronunciamentos, interpretações e orientações estabelecem e regulamentam as políticas


contábeis, mas estas não precisam ser aplicadas quando o efeito resultante for imaterial.

Na ausência de um pronunciamento, interpretação ou orientação que se aplique especifi-


camente a uma transação, evento ou condição, a administração deve exercer julgamento
no desenvolvimento e aplicação de uma prática contábil alternativa que resulte em infor-
mações relevantes e úteis.

Estimativas Contábeis
Em situações marcadas pela incerteza, muitos itens das demonstrações contábeis acabam
não sendo mensurados com precisão. Usa-se em casos assim o artifício da estimativa.

A estimativa abrange julgamentos baseados na última informação contábil de confiança.

As principais aplicações do método de estimativa relacionam-se com:

⯀ Créditos de liquidação duvidosa;


⯀ Obsolescência em estoque;
⯀ Valores justos de ativos ou passivos financeiros;
⯀ Vida útil de ativos depreciáveis ou padrão esperado de consumo dos futuros benefí-
cios econômicos incorporados a esses ativos;

147
⯀ Obrigações decorrentes de garantias.

O uso de estimativas razoáveis é parte fundamental da elaboração das demonstrações


contábeis e não reduz a confiabilidade do processo e da empresa. A estimativa pode
necessitar de revisão caso ocorram alterações nas circunstâncias em que ela foi baseada
ou surjam informações mais precisas.

Erros

As demonstrações contábeis estarão em desacordo com os pronunciamentos, interpreta-


ções e orientações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) caso apresentem erros
materiais ou imateriais cometidos de maneira intencional para se chegar em apresentações
da posição patrimonial, financeira, de desempenho ou de fluxo de caixa de uma empresa
não condizentes com a realidade.

Os possíveis erros não intencionais cometidos na avaliação de um período devem ser cor-
rigidos antes de as demonstrações contábeis serem autorizadas à publicação.

Lucro por Ação (LPA)


O Lucro por Ação (LPA) é um indicador fundamentalista. Em seu cálculo, divide-se o lucro
líquido da empresa pelo número de ações que a compõem.

Essa medida é apurada dentro do resultado do exercício da empresa. Em alguns casos, as


empresas fazem a média ponderada entre as ações ordinárias e preferenciais para que o
cálculo efetuado seja mais sólido.

Fórmula:

LPA = LUCRO LÍQUIDO DE EXERCÍCIO / NÚMERO DE AÇÕES

É importante saber que o LPA é um indicador temporário do pagamento da ação. Pode,


inclusive, ser usado para comparar a remuneração de diferentes empresas em determinado
período, desde que considere empresas de mesmo nicho, porte e histórico financeiros.

SUBMÓDULO XVII - INSTRUMENTOS ANALÍTICOS


PARA ESTIMAR RETORNOS E RISCOS
Retorno sobre Ativos (ROA)
148
O Retorno sobre Ativos (ROA) é um índice de rentabilidade que aponta a lucratividade que a
empresa proporciona em relação aos investimentos totais expressos pelo ativo total médio.

Fórmula:

ROA = (LUCRO LÍQUIDO/ATIVO MÉDIO TOTAL) X 100

Observação: quanto maior for o ROA, melhor será para a empresa.

Retorno sobre o Capital Empregado ou


Return on Capital Employed (ROCE)
O principal objetivo deste indicador financeiro é determinar o nível de eficiência de uma
empresa na aplicação do capital que nela foi investido.

Fórmula:

ROCE = EBIT / (PATRIMÔNIO LÍQUIDO + PASSIVOS NÃO CIRCULANTES)

Observação: quanto maior for o ROCE, maior e mais eficiente é a capacidade lucrativa de
um empreendimento.

Análise de Risco no Curto e no Longo Prazo


A análise de risco é uma das etapas do processo de gerenciamento de riscos das empresas
e corresponde à avaliação de probabilidade da ocorrência de situações desfavoráveis e seus
consequentes impactos e prejuízos para a corporação. Essa análise tem por finalidade não
apenas avaliar possíveis perdas operacionais, mas também evitar que elas aconteçam na
prática.

A classificação dos riscos, tendo como base as necessidades de uma determinada organi-
zação e seus modelos de estratégia, é também uma das atribuições da análise de riscos.

As principais classificações dos riscos são:

⯀ Chance de o risco ocorrer;


⯀ Gravidade do seu impacto após a ocorrência.

Equilíbrio Financeiro

149
Uma excelente opção para as empresas manterem ou restabelecerem o equilíbrio econô-
mico é financiar suas necessidades variáveis (capital de giro, valores a receber e estoques)
com dívidas de curto prazo, e suas necessidades financeiras permanentes (exigível de
longo prazo e patrimônio líquido) com recursos de longo prazo.

SUBMÓDULO XVIII - QUESTÕES ASG NA


ANÁLISE FUNDAMENTALISTA
Questões Ambientais, Sociais e de Governança
(ASG) na Análise Fundamentalista
A progressiva interação de intangíveis como o desenvolvimento de conhecimento, tecno-
logia e qualidade de gestão faz com que o valor de mercado de uma empresa dependa,
cada vez menos, dos seus ativos físicos.

Alguns estudos elaborados por instituições internacionais apontam que considerar ques-
tões de ASG no processo de investimentos causam alguns obstáculos, como:

⯀ Dificuldade de mensuração e monetização das questões para consequentes agre-


gações nos padrões de valuation;
⯀ Informações de ASG não-padronizadas ou com certificações variáveis, sendo algumas
delas estrangeiras ao país em que a empresa está situada;
⯀ As questões de ASG afetam o desempenho de ativos no longo prazo, ao passo em
que diversos investidores apresentam perspectivas de retorno dos investimentos
dirigidas para o curto prazo.

Mesmo com esses e outros desafios, institutos internacionais como o CFA institute reco-
mendam o aumento do uso de informações ASG na análise e decisão sobre investimentos.
Não é de bom tom investir em empresas que não tenham relações econômicas, sociais e
ambientais saudáveis. A tendência é que questões de ASG adquiram cada vez mais par-
ticipação e tangibilidade nas avaliações das empresas.

Identificação das Mais Relevantes Questões


Ambientais, Sociais e de Governança (ASG)
Princípios para o Investimento Responsável (PRI)
150
Os princípios para o investimento responsável foram elaborados em reuniões envolvendo
investidores institucionais e especialistas no ano de 2005.

Como entidade, o PRI é considerado independente, ainda que seja apoiado pela Organização
das Nações Unidas (ONU). Mesmo que tenha envolvimento com os formuladores de polí-
ticas globais, não está formalmente ligada a nenhum governo.

O PRI dedica-se a entender as suposições de investimentos de fatores ambientais, sociais


e governança para ajudar sua rede internacional de investidores na integração das infor-
mações para eventuais decisões de investimento.

Abordagem Top-Down de Análise Integrada dos


Princípios para o Investimento Responsável (PRI)
⯀ Análise econômica: entendimento de como os fatores ASG afetam o crescimento
econômico e impactam assuntos macroeconômicos;
⯀ Análise setorial: compreensão da interferência dos aspectos ASG sobre as escolhas
do consumidor e as mudanças regulatórias;
⯀ Estratégia da empresa: estudo de como uma empresa gerencia riscos e oportuni-
dades ASG;
⯀ Demonstrações financeiras: conhecimento das consequências dos fatores ASG sobre
o crescimento de lucros, eficiência operacional, ativos intangíveis e fluxos de caixa
subjacentes;
⯀ Ferramentas de “valuation”: integração das ponderações ASG às ferramentas de
avaliação, tais como taxas de descontos e valor econômico adicionado.

Análise dos Impactos sobre os Ativos


O propósito da análise de impactos das questões de ASG sobre os ativos está relacionado a:

⯀ Observar como cada empresa engloba as questões ASG em sua estratégia e práticas
de gestão;
⯀ Observar como a empresa se relaciona com seus principais stakeholders;
⯀ Observar como as questões ASG podem afetar, positiva ou negativamente, o posi-
cionamento estratégico nos resultados financeiros.

Levantamento de Informações das Questões


Ambientais, Sociais e de Governança (ASG)
A ligação entre a alta liderança das corporações com as questões ASG é fundamental para

151
que suas ações sejam espelhadas no modelo de negócio da companhia.

Pontos relevantes que podem ser vistos nesse tipo de levantamento:

⯀ Comitês junto ao conselho de administração;


⯀ Encarregados pelo debate e deliberação das questões ASG;
⯀ Introdução nas medidas de avaliação e remuneração.

Avaliação do Impacto sobre as Demonstrações Financeiras


Os fatores de questões Ambientais, Sociais e de Governança (ASG) podem impactar:

⯀ Balanço Patrimonial (BP);


⯀ Demonstração de Resultado do Exercício (DRE);
⯀ Fluxos de Caixa (curto, médio e longo prazo).

Impactos no Balanço Patrimonial (BP)

⯀ Efeito sobre a marca;


⯀ Provisões e passivos podem ser impactados por questões ASG a partir de relaciona-
mentos com fornecedores e clientes;
⯀ Gestão da força de trabalho;
⯀ Histórico de multas e processos de natureza socioambiental.

Impactos na Geração de Receitas (GR)

⯀ Escolha do consumidor;
⯀ Alterações no ambiente regulatório;
⯀ Efeitos negativos na imagem da corporação;
⯀ Restrições à produção.

Impactos nos Custos Operacionais (CO)

⯀ Utilização e dependência de recursos naturais;


⯀ Capital humano e intelectual;
⯀ Saúde e segurança no trabalho;
⯀ Iniciativas ecológicas e ecoeficiência;
⯀ Consolidação da cadeia de suprimentos.

Impactos nas Provisões de Fluxos de Caixa (PFC)

⯀ Investimento em novas tecnologias;


⯀ Fusões e aquisições de empresas;

152
⯀ Custo de capital.

Integração sobre os Modelos de Valoração e


Tomada de Decisão de Investimento
O progresso do debate a respeito da integração das questões ASG à análise fundamen-
talista vem apresentando alguns modelos e ferramentas cujas premissas e prioridades
diferem-se conforme a natureza, relevância e objetivo da decisão de investimento.

É possível fazer ajustes nos modelos de fluxo de caixa descontado que agreguem os riscos
e oportunidades de negócio resultantes das questões ASG, como:

⯀ Revisão da receita;
⯀ Aumento ou redução de custos;
⯀ Premissas de crescimento;
⯀ Custo de capital;
⯀ Prêmio de risco;
⯀ Ajuste da perpetuidade.

Outro modelo de valorização de ativos que pode ser sensibilizado a partir da inclusão de
questões ASG é o Custo de Capital Ponderado (WACC). O ajuste sobre o custo do capital
próprio também é usado por investidores segundo análises de desempenho das questões
ASG. Assim, pode-se:

⯀ Impactar o prêmio de risco do desempenho ASG dos ativos avaliados;


⯀ Considerar os próprios betas do ativo conforme os resultados das etapas de identi-
ficação e análise.

Uma dificuldade eventual é a duplicação de contagem dos riscos ambientais já que na


sensibilização dos betas ou do prêmio de risco pode-se propor a análise de questões já
consideradas pelo mercado.

É importante também saber que as questões ASG concedem ao analista maior segu-
rança tanto na análise quanto na gestão de riscos, já que podem investigar com elas o
posicionamento estratégico das empresas por meio do contexto de negócios, operações,
relacionamentos e resultados financeiros.

153
GLOSSÁRIO
Este glossário possui os principais termos que
você deve conhecer para poder se preparar
para a prova e sua vida profissional.
Ações: frações ideais do capital social de empresas. Títulos que representam para o acio-
nista direito de participação na sociedade e, de maneira indireta, direito sobre os ativos e
sobre os resultados financeiros da empresa.

Ações ordinárias: ações que conferem a seus detentores os direitos patrimoniais garan-
tidos em lei; especificamente, são ações que conferem a seus detentores o direito a voto
nas assembleias de acionistas das empresas.

Ações preferenciais: ações que conferem a seus detentores a prioridade no recebimento


de dividendos distribuídos pela companhia e no reembolso do capital.

Administração Fiduciária: é o conjunto de serviços relacionados direta ou indiretamente


ao funcionamento e à manutenção do Fundo, desempenhada por pessoa jurídica autori-
zada pela Comissão de Valores Mobiliários.

Agência de classificação de risco: entidade responsável por analisar o risco de crédito


deemissores e de emissões de títulos de renda fixa e por emitir opinião por meio de uma
nota de crédito (rating).

Agente autônomo de investimento (AAI): é a pessoa natural que atua na prospecção e


captação de clientes, recepção e registro de ordens e transmissão dessas ordens para os
sistemas de negociação ou de registro cabíveis e na prestação de informações sobre os
produtos oferecidos e sobre os serviços prestados pela instituição integrante do sistema
de distribuição de valores mobiliários pela qual tenha sido contratado.

Agentes econômicos deficitários: indivíduos ou entidades cujas despesas superam suas


receitas.

Agentes econômicos superavitários: indivíduos ou entidades cujas receitas superam


suas despesas.

Agente fiduciário: é quem representa a comunhão dos debenturistas perante a compa-


nhiaemissora, com deveres específicos de defender os direitos e interesses dos debentu-
ristas, entre outros citados na lei.

ANBIMA: Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.

Aplicação: compra de um ativo financeiro na expectativa de que, no tempo, produza


retornofinanceiro.

Apreçamento: consiste em precificar os ativos pertencentes à carteira dos Veículos de


Investimento, pelos respectivos preços negociados no mercado em casos de ativos líqui-
dos ou, quando este preço não é observável, por uma estimativa adequada de preço que

157
o ativo teria em uma eventual negociação feita no mercado.

Atividade de Compliance: conjunto de medidas direcionadas a verificar e garantir que


osdiversos setores de uma companhia observam regras e padrões impostos pelas normas
legais e regulatórias.

Audiência pública: reunião pública para comunicação e discussão de determinados


assuntosentre diversos setores da sociedade e as autoridades públicas.

Autorregulação: estabelecimento ou verificação de regras feitas pelas pessoas ou enti-


dades que serão alvo de regulação.

B3 S.A.: Brasil, Bolsa, Balcão (atual Denominação Social da antiga BM&FBovespa S.A. –
Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros após fusão com a Cetip S.A.). É uma empresa de
infraestrutura do mercado financeiro brasileiro.

BACEN: Banco Central do Brasil.

Banco de Dados da ANBIMA: é o conjunto de informações cadastrais enviadas para a


ANBIMA pelas instituições participantes que são armazenadas de forma estruturada.

Benchmark: termo em inglês para processo de comparação de produtos, serviços e prá-


ticasempresariais. Índice de referência.

Beneficiário: pessoa física (ou pessoas físicas) indicada livremente pelo participante para
receber os valores de benefício ou resgate, na hipótese de seu falecimento, de acordo com
a estrutura do plano de previdência ou seguro e na forma prevista pela legislação e pelo
desejo do participante.

Benefício: pagamento que os beneficiários recebem em função da ocorrência do evento


gerador durante o período de cobertura, ou seja, é o período do recebimento da renda
propriamente dita, em que o participante de um plano de previdência optará pelo rece-
bimento de uma renda temporária ou vitalícia.

Beneficiário final: a pessoa natural em nome da qual uma transação é conduzida ou a


pessoa natural que, em última instância, de forma direta ou indireta, possui, controla ou
influencia significativamente a entidade em nome da qual a transação é conduzida.

Bonificação: distribuição, por parte da companhia, de ações aos seus acionistas por conta
dacapitalização das reservas de lucro.

Cadastros de crédito: bancos de dados que armazenam informações sobre o histórico


de crédito de pessoas e empresas, a fim de possibilitar que determinada decisão sobre

158
conceder ou não um crédito seja mais bem fundamentada.

Caderneta de poupança: modalidade de investimento de baixo risco que credita rendimentos


mensalmente, na data equivalente à data de aplicação (data-base). Seus rendimentos são
isentos de imposto de renda para pessoa física e os depósitos possuem garantia do FGC.

Canais Digitais: canais digitais ou eletrônicos utilizados na distribuição de produtos de


investimento, que servem como instrumentos remotos sem contato presencial entre o
investidor ou potencial investidor e a instituição participante.

Capital de terceiros: recursos levantados pela companhia junto a terceiros na forma de


dívida, para fins de financiamento de suas atividades.

Capital próprio: patrimônio líquido da empresa, ou seja, o dinheiro aplicado pelos acio-
nistas e quaisquer lucros retidos pela companhia ao longo do tempo.

Capitalização composta: regime de capitalização de juros em que o montante inicial é


acrescido de juros a cada período, para fins de cálculo dos juros dos períodos subsequentes.

Capitalização simples: regime de capitalização de juros em que o montante inicial serve


como base de cálculo para os juros de todos os períodos.

Carência: prazo preestabelecido durante o qual o participante de um plano de previdência,


ou investidor, não tem acesso aos seus recursos.

Carta de recomendação: proposta elaborada pela área de Supervisão da ANBIMA para


uma instituição participante visando à correção ou compensação de uma infração de
pequeno potencial ofensivo.

Certificado de Depósito Bancário (CDB): título de renda fixa que representa depósito a
prazo realizado por investidores em uma instituição financeira.

Clube de investimento: comunhão de recursos de pessoas físicas; é criado com o objetivo


de investir no mercado de títulos e valores mobiliários. Deve ter no mínimo 3 e no máximo
50 cotistas e ao menos 67% do seu patrimônio líquido devem estar investidos em instru-
mentos de renda variável como ações.

COAF: Conselho de Controle de Atividades Financeiras, órgão ligado ao Banco Central


que tem como missão produzir inteligência financeira e promover a proteção dos setores
econômicos contra a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo.

Colocação privada: venda de valores mobiliários emitidos por uma companhia para um
grupo selecionado de investidores, sem que haja distribuição pública.

159
Come-cotas: recolhimento semestral do Imposto de Renda (IR) incidente sobre os rendi-
mentos obtidos nas aplicações em determinados fundos de investimento.

Comitê de Política Monetária (COPOM): comitê criado no âmbito do Banco Central do


Brasil e incumbido de implementar a política monetária, definir a meta para a Taxa Selic
(e seu eventual viés) bem como analisar o Relatório de Inflação. É formado pelo presidente
e pelos diretores do Banco Central.

Commodities: palavra em inglês para mercadoria. No mercado financeiro e de capitais,


geralmente refere-se a matérias-primas e produtos agrícolas, como minério de ferro, petró-
leo, carvão, sal, açúcar, café, soja, alumínio, cobre, arroz, trigo, ouro, prata, paládio e platina.

Competências: poderes específicos dados a determinado agente para que cumpra as


atribuições a ele designadas.

Compliance: função de cumprimento das políticas, procedimentos, controles internos e


regras estabelecidas pela regulação vigente.

Cota: menor fração de um fundo de investimento.

Cotista: investidor de fundos de investimento.

Crédito Privado: títulos de renda fixa de emissores (empresas) privados.

Custos de transação: conceito econômico utilizado para representar o dispêndio de recur-


sos necessários para participar de uma determinada transação, envolvendo, mas não se
limitando ao custo de planejar, redigir, adaptar e monitorar o cumprimento de contratos,
por exemplo.

CRI: Certificados de Recebíveis Imobiliários.

CTVM: sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, que desempenham papel de


intermediação de negócios entre os investidores e o mercado. São instituições autorizadas
a operar em bolsa de valores, recebendo as ordens dos clientes e colocando as ofertascor-
respondentes no ambiente da bolsa.

CVM: Comissão de Valores Mobiliários.

Debêntures: títulos de renda fixa emitidos por sociedades por ações de capital aberto ou
fechado; representam um direito de crédito do investidor sobre a companhia emissora.
São consideradas “simples” quando não oferecem ao investidor a opção de conversão em
ações (ver debêntures conversíveis).

160
Debêntures conversíveis: conferem aos debenturistas a opção de convertê-las em ações
da mesma empresa emissora das debêntures, a um preço pré-especificado, em datas
determinadas ou durante um período de tempo.

Debêntures incentivadas: títulos de renda fixa emitidos por companhias ou por sociedade
de propósito específico para financiar investimentos, especialmente em áreas prioritárias
para o Governo Federal; oferecem isenção de imposto de renda sobre seus rendimentos
para investidores pessoas físicas e não residentes, desde que preencham os requisitos
legais para receberem tal incentivo tributário.

Debêntures permutáveis: conferem aos debenturistas a opção de convertê-las em ações


de outra empresa que não a empresa emissora das debêntures, a um preço pré-especi-
ficado, em datas determinadas ou durante um período de tempo.

Deflação: redução geral no nível de preços de uma economia. Corresponde a uma taxa
de inflação negativa.

Desdobramento: concessão de uma ou mais novas ações para cada ação existente; tam-
bém conhecido como split.

Dever de diligência: obrigação imposta a alguns agentes que operam em nome e benefício
de terceiros de atuar com a prudência e o zelo que se esperariam de alguém na adminis-
tração de seus próprios negócios.

DI: Depósito Interfinanceiro.

Direito creditório: direito a determinado crédito e títulos representativos deste direito.

Distribuidor: instituição financeira que tem como atividade principal ou acessória a inter-
mediação de operações nos mercados regulamentados de títulos e valores mobiliários.

Diversificação: técnica de alocação de capital em diferentes ativos, setores ou mercados,


com o objetivo de reduzir a exposição do investidor ao risco particular de cada um dos ativos.

Dívida externa: somatório dos débitos de um país, resultantes de empréstimos e finan-


ciamentos contraídos no exterior pelo próprio governo, por empresas estatais ou privadas.

Dividendos: remuneração paga aos acionistas de uma companhia como distribuição


parcial ou integral dos lucros obtidos em um exercício.

DTVM: sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários. Desempenham papel


similar às CTVM e são a elas equiparadas para todos os fins práticos. Ver CTVM.

161
Economia de escala: eficiência econômica obtida por meio da intensificação de deter-
minada atividade.

Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC): é a entidade ou sociedade


seguradora autorizada a instituir planos de previdência complementar aberta. Estes
podem ser individuais, quando contratados por qualquer pessoa, ou coletivos, quando
garantem benefícios a indivíduos vinculados, direta ou indiretamente, a uma pessoa jurí-
dica contratante.

Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC): são conhecidas como fun-


dos de pensão. São instituições sem fins lucrativos que mantêm planos de previdência
coletivos, organizadas pelas empresas para seus empregados, com o objetivo de garantir
pagamento de benefícios a seus participantes. Podem também ser organizadas por asso-
ciações, sindicatos ou entidades de classes.

Escritura de emissão: principal documento legal de uma emissão de debêntures, do qual


constam todas as características dos títulos, incluindo prazo até o vencimento, taxa de
remuneração, uso dos recursos e obrigações da companhia emissora.

Fatores de risco: fatos ou condições que tornam a concretização de um problema mais


provável.

Fundo Garantidor de Crédito (FGC): entidade civil privada, sem fins lucrativos, criada em
1995 com o objetivo de administrar mecanismos de proteção aos credores de instituições
financeiras. Oferece garantia para créditos de até R$ 250.000,00 por pessoa física ou jurí-
dica, por conglomerado financeiro, limitado a R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para
garantias pagas para cada CPF ou CNPJ.

FIDC: Fundo de Investimento em Direitos Creditórios.

FII: Fundos de Investimento Imobiliários.

Fonte da riqueza: maneira pela qual o patrimônio de um investidor foi ou é obtido.

Fundo aberto: fundos que permitem a entrada (aplicação) e saída (resgate) de cotistas.

Fundo Exclusivo: fundo destinado exclusivamente a um único investidor profissional, nos


termos da Regulação em vigor;

Fundo de Investimento Especialmente Constituído (FIE): fundos cujos únicos cotistas


são, direta ou indiretamente, sociedades seguradoras e entidades abertas de previdência
complementar, cuja carteira seja composta em conformidade com as diretrizes estabeleci-
das pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na regulamentação que disciplina a aplicação

162
dos recursos das reservas, das provisões e dos fundos das sociedades seguradoras, das
sociedades de capitalização e das entidades abertas de previdência complementar.

Fundo fechado: fundo em que a entrada (aplicação) e a saída (resgate) de cotistas não é
permitida e que as cotas são resgatadas ao término do seu prazo de duração.

Fundo Reservado: fundo destinado a um grupo determinado de investidores que tenham


entre si vínculo familiar, societário ou que pertençam a um mesmo conglomerado ou
grupo econômico, ou que, por escrito, determinem essa condição;

Ganho de capital: representado pela diferença positiva entre o preço de venda e o preço
de compra de um ativo.

Gestão de Riscos: atividade de identificar, mensurar, avaliar, monitorar, reportar, controlar


e mitigar os riscos atribuídos à atividade específica de uma determinada organização.

Grupamento: é o inverso da operação de desdobramento e consiste na transformação de


duas ou mais ações existentes em uma única ação nova; também conhecido como inplit.

Hedge: operação que visa reduzir ou eliminar os riscos de oscilações inesperadas nos
preços de ativos.

Heterorregulação: atividade regulatória desenvolvida por um agente externo ao


ambienteregulado.

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Ibovespa: Índice da Bolsa de Valores de São Paulo. É o principal indicador de desempe-


nho das empresas listadas na bolsa e composto pelas maiores e mais negociadas ações
da B3 S.A.

IBX: Índice Brasil. Índice que avalia o retorno de uma carteira composta pelas ações mais
negociadas na B3 S.A., selecionadas pelo critério de liquidez e ponderadas pelo valor de
mercado do free-float.

Índice de referência: indicador que serve como base de comparação para a avaliação do
desempenho relativo de um instrumento financeiro ou de uma carteira de ativos.

Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M): índice de preços calculado pelo Instituto
Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). É uma média ponderada
de outros três

índices da FGV: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA, com peso de 60%), o Índice de

163
Preços ao Consumidor (IPC, com peso de 30%) e o Índice Nacional de Custo da Construção
(INCC, com peso de 10%).

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): índice de preços divulgado


pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Busca medir a variação de preços
de forma bastante ampla, contemplando os gastos de famílias cujo rendimento mensal
seja de 1 a 40 salários mínimos e residentes em áreas urbanas.

Inflação: conceito econômico que designa o aumento continuado e generalizado dos


preços de bens e serviços.

Instituição Participante: as instituições que são associadas à ANBIMA ou que tenham


aderido, voluntariamente, a qualquer um dos seus códigos de autorregulação.

Instrução CVM: ato normativo regulatório emitido pela CVM.

Intermediação financeira: a atividade de captar recursos dos agentes superavitários,


mediante algum tipo de contrapartida, e disponibilizá-los para agentes deficitários, mediante
a cobrança de juros.

Investidores: agentes econômicos superavitários que buscam remuneração para seu


capital por meio de aplicações em produtos financeiros.

Investimento: aplicação de capital em meios de produção ou nos mercados financeiro


e de capitais.

IOF: Imposto sobre Operações Financeiras.

IOSCO: International Organization of Securities Commissions (Organização Internacional


das Comissões de Valores Mobiliários).

IPO: sigla do inglês Initial Public Offering. É a Oferta Pública Inicial de Ações, processo por
meio do qual os investidores têm acesso a novas ações emitidas no mercado primário.

IR: Imposto de Renda, conforme regulado pela Secretaria da Receita Federal.

Juros sobre capital próprio: remuneração paga aos acionistas como distribuição de lucros
retidos em exercícios anteriores.

Letra de Crédito do Agronegócio (LCA): título de dívida emitido por instituição financeira
e lastreado em créditos do agronegócio de propriedade da instituição emissora.

Letra de Crédito Imobiliário (LCI): título de dívida emitido por instituição financeira e
lastreado em créditos imobiliários de propriedade da instituição emissora.

164
Letra do Tesouro Nacional (LTN): título público federal que oferece ao investidor um
retorno predefinido (caso seja mantido até o seu vencimento) no momento da compra;
não há pagamentos de juros periódicos e não há atualização do valor nominal por índice
de preços

Letra Financeira do Tesouro (LFT): título público federal cuja rentabilidade é pós-fixada e
dada pela Taxa Selic acumulada no período de investimento, acrescida de ágio ou deságio
registrado no momento da compra do título; não há pagamento de juros periódicos ao
investidor e não há atualização do valor nominal do título por índice de preços.

Liquidez: grau de facilidade com que um ativo pode ser comprado ou vendido no mercado
a um preço adequado ou justo.

Marcação a mercado (MaM): atualização do preço de um ativo utilizando o preço verifi-


cado no mercado em determinado dia.

Medida da riqueza: tamanho do patrimônio acumulado por um investidor.

Mercado primário: mercado onde ocorrem os lançamentos de novas ações e títulos de


renda fixa, para a primeira aquisição por parte de investidores. É nesse mercado que as
empresas emissoras de valores mobiliários captam recursos para se financiar.

Mercado secundário: mercado onde os ativos financeiros já existentes são negociados e


transferidos entre investidores.

Meta para a Taxa Selic: taxa de juros definida pelo Comitê de Política Monetária como
objetivo para a taxa básica da economia.

Nota de crédito: opinião resumida a respeito de um emissor ou de uma emissão de títulos


de renda fixa, publicada por uma agência de classificação de risco. Também conhecida
como rating.

Nota do Tesouro Nacional Série B (NTN-B): título público federal cuja rentabilidade é com-
posta por uma taxa de juros predefinida no momento da compra do título, acrescida da
variação do IPCA; há pagamento de juros semestrais a uma taxa de cupom fixa de 6% a.a.

Nota do Tesouro Nacional Série B Principal (NTN-B Principal): título público federal cuja
rentabilidade é composta por uma taxa de juros predefinida no momento da compra do
título, acrescida da variação do IPCA; não há pagamento de juros semestrais.

Nota do Tesouro Nacional Série F (NTN-F): título público federal que oferece ao investi-
dor uma rentabilidade fixa (caso o título seja mantido até o seu vencimento), definida no
momento da compra; há pagamento de juros semestrais a uma taxa de cupom fixa de

165
10% a.a., sem atualização do valor nominal do título por índice de preços.

Objetivo de retorno: taxa de retorno requerida e desejada pelo investidor.

Objetivo de risco: tolerância do investidor ao risco, composta pela capacidade e pela


disposição para assumir riscos.

Oferta pública: modalidade de oferta regida pela Instrução CVM 400/03, que permite a
ampla distribuição de valores mobiliários para o público investidor, desde que satisfeitas
todas as exigências especificadas na norma.

Oferta pública com esforços restritos: modalidade de oferta regida pela Instrução CVM
476/09, que permite a distribuição de valores mobiliários para o público investidor de maneira
restrita e com a liberação de algumas exigências impostas no caso de uma oferta ampla.

Oferta pública primária: oferta em que as ações são ofertadas pela primeira vez. Os recur-
sos captados são canalizados para a companhia emissora das ações.

Oferta pública secundária: oferta em que as ações são ofertadas por atuais acionistas
da companhia. Os recursos captados são canalizados para os acionistas que vendem suas
ações, e não para a companhia emissora das ações.

Operação compromissada: aplicação financeira por meio da qual o investidor adquire um


título de renda fixa vendido por uma instituição financeira, que assume o compromisso
de recompra do título em um prazo determinado.

Ordem a mercado: em uma oferta de ações, ordem por meio da qual o investidor indica
à instituição intermediária que deseja adquirir ações a qualquer que seja o preço final de
lançamento.

Ordem limitada: em uma oferta de ações, ordem por meio da qual o investidor comunica
à instituição intermediária o preço máximo que deseja pagar por cada ação a ser adquirida.

Participante: pessoa física que contrata ou, no caso de contratação sob a forma coletiva,
adere a um plano de previdência complementar aberta.

Perfil de personalidade: descrição das características pessoais e padrões de compor-


tamento do investidor que podem influenciar suas decisões a respeito das diferentes
alternativas de

investimento.

Perfil situacional: documento que resume as características do investidor e descreve suas

166
preferências, suas circunstâncias pessoais e financeiras, seus desejos e seus objetivos de
vida.

Período de carência: é o período em que não serão aceitas solicitações de resgate ou de


portabilidade por parte do participante de um plano de previdência.

Período de pagamento do benefício: período em que o assistido (ou os assistidos) fará


jus ao pagamento do benefício, sob a forma de renda, podendo ser vitalício ou temporário.

Período de reserva: em uma oferta pública de ações, é o período determinado para que
os potenciais investidores registrem junto às instituições intermediárias da oferta o seu
interesse em adquirir as ações a serem distribuídas.

Pessoas politicamente expostas: os agentes públicos que desempenham ou tenham


desempenhado, nos últimos cinco anos, no Brasil ou em países, territórios e dependências
estrangeiras, cargos, empregos ou funções públicas relevantes, assim como seus repre-
sentantes, familiares e estreitos colaboradores.

Plano de continuidade de negócios:é o conjunto de planos e sistemas de prevenção e


recuperação elaborados para lidar com ameaças operacionais aos negócios da empresa,
garantindo a continuidade dos negócios mesmo em uma situação operacional adversa.

Plano de negócios: documento escrito que detalha como uma empresa pretende atingir
seus objetivos.

Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL): produto de previdência complementar, de


contratação opcional que tem como objetivo complementar a aposentadoria oficial. Sem
garantia de rendimento mínimo, o participante recebe integralmente o resultado financeiro
obtido pelo plano. Oferece benefício fiscal em determinadas circunstâncias, pois permite
ao participante deduzir o valor das contribuições anuais da base de cálculo do imposto de
renda na Declaração Anual de Ajuste do IR.

Poder de compra: valor de uma moeda em termos da quantidade de bens e serviços que
uma unidade monetária pode adquirir. O poder de compra da moeda reduz-se quando
há inflação de preços.

Política de investimento: documento que estabelece as diretrizes estratégicas que devem


ser observadas na gestão dos recursos do investidor.

Política monetária: política econômica por meio da qual a autoridade monetária de um


país exerce controle sobre a oferta de moeda e busca manter a estabilidade dos preços.

Portabilidade: é o direito que o participante tem de transferir os recursos financeiros

167
acumulados na sua provisão de um plano de previdência complementar para outro plano
de benefício previdenciário operado por outra entidade de previdência complementar.

Práticas não equitativas: conduta vedada e combatida pela CVM consistente na prática
de atos que resultem em colocar uma parte em posição de desequilíbrio ou desigualdade
indevida em relação aos demais participantes da operação.

Prazo de diferimento: período compreendido entre a data da contratação do plano de


previdência complementar pelo participante e a data escolhida por ele para o início da
concessão do benefício, podendo coincidir com o prazo de pagamento das contribuições.

Prazo médio ponderado: medida de tempo médio para recebimento de um fluxo de


pagamentos, incluindo os valores de principal e de juros. Os prazos para recebimento de
cada fluxo são ponderados pelo valor presente do respectivo pagamento.

Processo de suitability: processo adotado para verificar a adequação de determinados


produtos, serviços ou operações realizadas nos mercados financeiro e de capitais ao perfil
de um investidor.

Produto Interno Bruto (PIB): soma de todos os bens e serviços finais, em termos mone-
tários e a valor de mercado, produzidos em determinada região durante um certo período
(normalmente um ano).

Produtos automáticos: produtos financeiros de aplicação e resgate automático, destina-


dos, exclusivamente, aos correntistas da instituição.

Prospecto de distribuição: documento informativo a respeito de uma emissão de debên-


tures, distribuído aos potenciais investidores e que contém as características relevantes da
oferta, bem como informações detalhadas sobre a companhia emissora, o uso pretendido
dos recursos captados, os custos da emissão e os fatores de risco envolvidos no investi-
mento nos títulos, entre outras.

Proventos: remunerações recebidas por detentores de ações; incluem dividendos, juros


sobre capital próprio e bonificações.

Rating: classificação de risco de crédito emitida por agência de classificação de risco (como
Moody’s Investor Services, S&P e Fitch Ratings).

Relação fiduciária: a relação de confiança e lealdade que se estabelece entre investidores


e instituições financeiras intermediárias.

Renda: série de pagamentos periódicos a que tem direito o assistido (ou assistidos), de
acordo com a estrutura do plano de previdência complementar.

168
Renda fixa: classe de ativos que inclui títulos públicos federais, títulos de emissão de ins-
tituições financeiras (ver CDB, LCI e LCA), títulos emitidos por empresas (ver debêntures)
e outros papéis que oferecem taxa de juros pré-especificada, seja ela prefixada ou pós-
-fixada. Os títulos representam uma promessa de pagamento (uma dívida) de uma parte
para outra.

Renda variável: classe de ativos que inclui ações preferenciais e ações ordinárias (ver
ações) e tipicamente composta por instrumentos que oferecem a seus detentores uma
participação no capital social de companhias.

Rentabilidade: retorno obtido em um investimento.

Rentabilidade absoluta: retorno total obtido em um investimento e expresso na forma


de percentual sobre o valor investido.

Rentabilidade bruta: retorno total obtido em um investimento.

Rentabilidade líquida: é o retorno obtido em um investimento, descontados os impostos


e as taxas aplicáveis.

Rentabilidade relativa: é o retorno obtido em um investimento, descontado o retorno


obtido por um benchmark (índice de referência).

Risco: chance de se verificar uma perda em uma aplicação financeira. Em investimentos


é a possibilidade de alguma variável imprevista impactar negativamente uma aplicação.
Essa interferência pode levar à perda de parte, todo o valor investido originalmente ou até
mesmo um valor superior a ele, caso haja alavancagem.

Risco cambial: risco originado pela oscilação das taxas de câmbio, isto é, do preço de uma
moeda em relação a outra.

Risco de crédito: risco de o investidor registrar uma perda em seu investimento por conta
do aumento do spread de crédito requerido por investidores nesse investimento ou pelo
efetivo descumprimento, por parte do emissor de um título de renda fixa, das obrigações
referentes ao pagamento de juros e de principal nesse título.

Risco de default ou risco de inadimplência: risco de o investidor não reaver, de maneira


integral ou parcial, o seu investimento original em um título de dívida.

Risco de downgrade: possibilidade de perda em um título de renda fixa causada por


redução, por parte de uma agência de classificação de risco, na nota de crédito do emissor
ou do próprio título.

169
Risco geopolítico: possibilidade de perdas em um investimento por conta de alterações
adversas no cenário político em um país ou uma região.

Risco legal: risco de perdas em um investimento devido ao não cumprimento da legislação


local do país onde o investimento acontece ou devido a problemas jurídicos na elaboração
de contratos.

Risco de liquidez: risco de ocorrência de perdas para o investidor por conta da negociação
de um ativo por um preço distante do seu preço justo.

Risco não sistemático: é o risco específico de cada empresa, que pode ser reduzido por
meio de diversificação da carteira de investimentos.

Risco de mercado: risco de se verificar perdas causadas pelos movimentos dos preços
dos ativos no mercado.

Risco do mercado de ações: possibilidade de perda advinda das flutuações observadas


nos preços dos ativos negociados no mercado acionário.

Risco de spread: possibilidade de perda advinda de flutuação no preço de um papel de


renda fixa, causada pela variação no spread de crédito requerido pelo mercado.

Risco regulatório: possibilidade de perda em um investimento por conta do não cum-


primento de regras e instruções das autoridades locais no que se refere à negociação de
instrumentos financeiros em determinado país.

Risco sistemático ou risco não diversificável: risco advindo de fatores gerais e comuns
ao mercado; chance de se verificar perdas em um ativo ou carteira de ativos por conta
de eventos ou elementos que afetam a economia ou o mercado como um todo, também
conhecido como risco de mercado.

Risco de taxa de juros: possibilidade de perda advinda da flutuação dos preços de títulos
de renda fixa causada por alterações nas taxas de juros.

Risco total: em um ativo ou carteira de ativos, é a soma dos riscos sistemático e não
sistemático.

Risco tributário: possibilidade de que, sobre os rendimentos obtidos em uma aplicação


financeira, venham a incidir impostos e taxas não previstos originalmente. Risco de mudan-
ças nas regras tributárias.

Selic: Sistema Especial de Liquidação e de Custódia do Banco Central do Brasil. É um sis-


tema informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro

170
Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações com esses títulos.

Selo ANBIMA: marca visual composta da logomarca da ANBIMA seguida de uma série de
dizeres padronizados utilizada para demonstração do compromisso das instituições parti-
cipantes com o cumprimento e a observância das regras de autorregulação da ANBIMA.

Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB): conjunto de entidades, sistemas e mecanismos


relacionados com o processamento e a liquidação de operações de transferência de fun-
dos, de operações com moeda estrangeira ou com ativos financeiros e valores mobiliários.

Sistema Financeiro Nacional (SFN): conjunto de instituições – aí incluídos órgãos norma-


tivos, supervisores e operadores – e instrumentos que viabilizam o fluxo financeiro entre
os poupadores e os tomadores na economia.

Sobredemanda: em uma oferta de ações, é o excesso de demanda verificado quando o


volume financeiro desejado pelos investidores é superior ao volume financeiro disponível
em ações a serem distribuídas.

Spread de crédito: diferencial entre o retorno requerido em um título de renda fixa de


emissor privado e o retorno oferecido por um título público federal de mesmo prazo, em
uma mesma moeda.

Subscrição: operação em que ocorre aumento do capital social (capitalização) de uma


companhia por meio da venda de ações; uma oferta inicial de ações por meio de subscri-
ção pública é conhecida como IPO (ver IPO).

Superintendência de Seguros Privados (Susep): órgão responsável pelo controle e pela


fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro.

Taxa de administração: taxa percentual cobrada dos fundos para a prestação dos serviços
de administração, gestão profissional dos recursos e pagamento dos prestadores de serviço.

Taxa de câmbio spot: taxa para compra e venda imediata de dólares, conhecida no Brasil
como “dólar pronto”. Taxa pela qual os participantes do mercado de câmbio estão dispos-
tos a comprar e a vender a moeda estrangeira em determinado momento da sessão de
negociação.

Taxa de câmbio: preço de uma moeda em termos de outra moeda. É a razão de conversão
entre duas moedas distintas.

Taxa de carregamento: percentual incidente sobre as contribuições pagas pelo participante,


para fazer face às despesas administrativas, às de corretagem e às de comercialização de
um plano de previdência complementar.

171
Taxa de corretagem: valor cobrado pela corretora por meio da qual o investidor realiza
a compra e a venda de ativos; é o valor pago pelo investidor pelo serviço prestado pela
corretora na intermediação entre a ordem do cliente e a execução da oferta junto à bolsa
ou no mercado de balcão.

Taxa de custódia: taxa cobrada por corretoras e bancos pelo serviço de manutenção dos
ativos em uma conta de custódia própria.

Taxa de juro: definida como a razão percentual entre os juros, cobrável ou pagável, no fim
de um período e o dinheiro devido no início do período.

Taxa de juros equivalente: em regime de capitalização composta, duas taxas de juros


são consideradas equivalentes quando geram valores iguais ao ser aplicadas sobre um
mesmo montante e por um mesmo período de tempo.

Taxa de juros nominal: taxa de juros contratada em uma operação financeira ou deter-
minada pelo mercado. Não é ajustada para remover o efeito da inflação.

Taxa de juros proporcional: em regime de capitalização simples, duas taxas de juros são
consideradas proporcionais quando geram valores iguais ao ser aplicadas sobre um mesmo
montante e por um mesmo período de tempo.

Taxa de juros real: taxa de juros que remove o efeito da inflação. É calculada descontando
a taxa de inflação da taxa de juros nominal obtida em um investimento e considerando o
mesmo período de tempo.

Taxa DI: nome comumente dado à Taxa DI-Cetip Over (Extra-Grupo), calculada pela B3 S.A.
e divulgada em percentual ao ano, base 252 dias. Essa taxa reflete as taxas de juros cobra-
das entre instituições do mercado interbancário nas operações de emissão de Depósitos
Interfinanceiros (DI) prefixados, com prazo de um dia útil, registradas e liquidadas pelos
sistemas da B3.

Tesouro IPCA+: nomenclatura utilizada no Tesouro Direto para a Nota do Tesouro Nacional
Série B Principal (NTN-B Principal).

Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais: nomenclatura utilizada no Tesouro Direto para a
Nota do Tesouro Nacional Série B (NTN-B).

Tesouro Prefixado: nomenclatura utilizada no Tesouro Direto para a Letra do Tesouro


Nacional (LTN).

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais: nomenclatura utilizada no Tesouro Direto para
a Nota do Tesouro Nacional Série F (NTN-F).

172
Taxa PTAX: média das cotações do dólar no mercado em determinado dia, calculada
pelo Banco Central do Brasil por meio de uma metodologia própria, com base em quatro
janelas de consulta ao longo de cada dia.

Taxa Referencial (TR): taxa calculada pelo Banco Central do Brasil com base na média
das taxas de juros das LTN (Letras do Tesouro Nacional). Utilizada no cálculo do rendi-
mento das cadernetas de poupança e dos juros dos empréstimos do Sistema Financeiro
da Habitação (SFH).

Taxa Selic Over: taxa média das operações de financiamento de um dia (compromissa-
das), lastreadas em títulos públicos federais, realizadas no Selic, ponderadas pelo volume
das operações.

Termo de compromisso: documento escrito proposto por um ente regulado a fim de


corrigir ou compensar alguma infração regulatória.

Tesouro Direto: programa de negociação de títulos públicos para pessoas físicas.

Tesouro Nacional: caixa do governo, o conjunto de suas disponibilidades e, ao mesmo


tempo, designa também o órgão público responsável pelo gerenciamento da dívida
pública do país.

Tesouro Selic: nomenclatura utilizada no Tesouro Direto para a Letra Financeira do Tesouro
(LFT).

Títulos privados: títulos emitidos por empresas e instituições financeiras para a captação
de recursos para financiar suas atividades.

Títulos públicos: títulos emitidos pelo Tesouro Nacional como forma utilizada para a cap-
tação de recursos para financiar atividades do Governo Federal.

Títulos públicos federais: títulos de renda fixa emitidos pelo Tesouro Nacional, compostos
por letras e notas de características distintas, para fins de financiamento do setor público.

Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL): modalidade de seguro de pessoas que


combina os tradicionais seguros de vida com características dos planos de previdência
complementar. É um plano de seguro de pessoas com cobertura por sobrevivência, cuja
principal característica é a ausência de rentabilidade mínima garantida durante a fase de
acumulação dos recursos ou período de diferimento (podendo inclusive apresentar ren-
tabilidade negativa). A rentabilidade da provisão é idêntica à rentabilidade do fundo em
que os recursos estão aplicados.

Volatilidade: grau de variação dos preços de um ativo em determinado período, medido


pelo conceito estatístico de desvio-padrão dos retornos logarítmicos. Mede o quanto
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oscilam os retornos de um ativo.

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