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15/05/2021 Comércio de Marfim - AULAS DE MOZ

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Comércio de Marfim
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Introdução
Foi no século XV que começaram a penetração mercantil portuguesa no continente africano com
maior intensidade no nal deste mesmo século, pela demanda de riquezas existentes no continente

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africano como ouro, e o mar m.


Portanto, nesta abordagem, irá forcar-se essencialmente no comércio do mar m na era colonial em
Moçambique. No seu desenvolvimento, irá destacar-se as razões do comércio, os maiores pontos do
comércio de mar m e a nalidade deste comércio.

Comércio de Mar m
Invasão Mercantil
No nal do séc. XV há uma penetração mercantil portuguesa, principalmente pela demanda de ouro
destinado à aquisição das especiarias asiáticas. 
Inicialmente, os Portugueses xaram-se no litoral onde construíram as fortalezas de Sofala (1505),
Ilha de Moçambique (1507). Só mais tarde através de processos de conquistas militares apoiadas
pelas actividades missionárias e de comerciantes, penetraram para o interior onde estabelecerem
algumas feitorias como a de Sena (1530), Quelimane (1544).
O propósito, já não era o simples controlo do escoamento do ouro, mas sim de dominar o acesso às
zonas produtoras do ouro. Esta fase da penetração mercantil é designada de fase de ouro. As outras
duas últimas por fase de mar m e de escravos na medida em que os produtos mais procurados pelo
mercantilismo eram exactamente o mar m e os escravos respectivamente.

Leia também: As diversas teorias sobre a expansão Bantu segundo Martin Hall

O Comércio de Mar m
Com o declínio da fase do ouro em 1693, deu lugar ao comércio do mar m. A produção e a
comercialização do ouro diminuíram em detrimento do mar m passando a ser o produto mais
Categorias
procurado pelos mercadores.
A insurreição de 1693, levou muitos portugueses refugiarem-se em Tete, Sena e Quelimane, e mais
tarde no Norte de Zambeze, região ocupada pelo estado marave. Aqui foram aberto campos de
mineração denominados de Bares, mas a quantidade do ouro explorado era ín ma.
Nos territórios situados entre-os-rios Lungua e Quelimane fazia-se bastante o comércio de mar m e
a sua produção bem como a sua comercialização estava organizado em regime de monopólio das
classes dominantes Phiri, especialmente pelo Phiri Caronga e Lundu.
A semelhança do ouro no mwenemutapa, o mar m nos maraves constituía a fonte principal de
produção e do poder politico, por isso, eram frequentes os con itos inter-dinásticos para a obtenção
dos bens de prestígio (tecidos e missangas) garantes da lealdade politica.
Estes factores produziram um movimento armado para leste, os Lundu, iniciaram um processo de
expansão e conquista designado de expansão Nhanja ou Zimba, que culminou com o controlo
temporário das principais rotas do mar m da costa norte. Atingiram Angoxe, passando por Makuana
(Utuculu) e Cambira no terceiro quartel do século XVI, e foi aberta uma rota comercia a favor dos
Lundu.
Em 1622, os Kuronga aliaram-se aos Portugueses e derotaram os Lundu, passando a controlar arota
dos Lundu (Chire-Mussoril). Os Portugueses passaram a ser mais aceites no Norte do Zambeze.
O grande Estado do (Macanga) Kaetano de Pereira, nascido no século XVIII resultado da política de
casamentos feitos com lhas do chefe do estado Undi, foi uma das consequências da penetração
mercantil e militar portuguesa.
Pode se a rmar que, o papel do capital mercantil e militar português no estado marave, concorreu
numa primeira fase para o reforço do poder económico dos chefes e na segunda fase foi
responsável pela instabilidade politico-militar e económico do estado. Por outro lado a actuação do
capital mercantil destinava-se a apoiar as duas fontes de rendimento: os direitos aduaneiros em
grande escala, vindos da Ilha da Moçambique e em pequena escala, de Quelimane e o comércio.

Factores que concorreram para a decadência:

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• Con itos no seio das classes dominantes Mareve (lutas enter-phiri) qui visavam assegurar o Administração e Gestão

controlo do comércio do mar m; Administração Pública África

• O bloqueio das rotas comerciais no estado feito pelos Ajaus, assim como pelos prazeiros; Agropecuária América Artes Ásia
• A penetração mercantil no m do século XVIII na esfera política do estados
Biogra as Biologia Blog Ciclone
• A invasão Nguni na primeira metade do século XIX (1835) dirigidos por Zwangedaba Jege.
Colonialismo Contabilidade

Continentes Covid-19; Coronavirus


Leia também: Os Africanos na Primeira Guerra Mundial
Curiosidades Direito Doenças e pragas

As redes comerciais de Moçambique Dominação Colonial Economia

Apesar de, e com bastante frequência, os documentos nos apresentarem os Indianos na qualidade Educação Física e Desporto Europa

de rivais dos moradores, ambos os grupos se integravam numa complexa rede de trocas e relações
Exames Fenómenos Naturais Filoso a
comerciais, rede esta que se estendia bem para o interior do território. O comércio do mar m criara
Física Geogra a História
todo um sistema de relações sociais e de comunidades cujas fortunas dependiam umas das outras.
História de África Historia de Moçambique
Uma das pontas desta rede era formada pêlos grupos de caçadores de elefantes que, no interior de
África, perseguiam as manadas, isolavam os adultos com presas, matando-os utilizando métodos Historial Idade Contemporânea

que tanto tinham de perigoso quanto de so sticado. Embora os elefantes pudessem ser caçados Legislação Lingua Portuguesa Manica

pêlos homens de uma determinada aldeia que decidiam ocupar parte do seu tempo dedicando-se a Marave Matematica Moçambique
esta actividade lucrativa, tratando também deste modo de conseguir um pouco de carne para as
Moscas Mwenemutapas Países
respectivas famílias, vamos encontrar uma série de caçadores de elefantes pro ssionais, alguns dos
Pedagogia Política Português
quais a trabalhar directamente sob as ordens dos chefes, dos mercadores, mesmo dos detentores de
Psicologia Quimica
prazos.
Independentemente dos meios utilizados para matar os animais, o chefe territorial da área onde Referências bibliográ cas Regiões

decorria a caçada reclamava uma presa para si - a presa principal - a qual funcionava como uma Regiões de climaticas Reino de Danda

espécie de tributo. Foi deste modo que os chefes se transformaram em parceiros de peso no que Reino de Teve Relações Internacionais
respeitava ao comércio do mar m, papel este que não paravam de enfatizar, já que tudo faziam na
Relevo Religião Rios Saúde
tentativa de controlar as feiras onde o mar m era vendido aos chefes das caravanas. A menos que
Série de História de Moçambique
habitassem numa zona situada a apenas alguns dias de marcha da costa, só muito raramente o
mar m era para aí levado por aqueles que o haviam caçado. Assim, eram os chefes das caravanas Só História Sociologia Solo Somália

que iam buscar o material ao interior. No século xvm, e na região do Zambeze, eram os Yao que Tecnologia Transportes e Comunicações

dominavam as caravanas. Os chefes Yao não paravam de alargar o seu campo de acção, e, a pouco e Turismo URSS
pouco, acabaram por dominar todas as rotas que se estendiam através do velho império marave
desde o mar até ao Luangwa, a ocidente. Em meados do século XVIII, os Yao continuaram a alargar a
Contacte-nos
sua zona de in uência comercial, não só rumo às terras situadas a ocidente do Luangwa, como
também em direcção àquelas situadas a sul do Zambeze.
Nome
As caravanas Yao, por vezes constituídas por mais de mil indivíduos, transportavam o mar m até à
costa depois de negociarem a sua passagem através dos territórios dos chefes macuas, os quais, e
Email *
graças a isto, acabavam por participar nos lucros obtidos com o comércio. À medida que se
aproximavam da zona da costa, os Yao penetravam então numa zona onde a rede comercial relativa
ao mar m se tornava densa e complexa. Quando ainda lhes faltava percorrer uma boa parte do Mensagem *

percurso, eis que lhes surgiam os agentes dos moradores portugueses, mais conhecidos por
patamares, os quais estavam autorizados a comprar mar m. Contudo, as rivalidades entre estes
patamares eram enormes, o que por vezes os levava a empreender acções violentas contra as
plantações e aldeias portuguesas situadas junto à costa. Convém recordar a existência de um sem-
número de compradores ilegais de mar m, que operavam por conta dos xeques sua is, também eles
instalados nas regiões costeiras. Contrabandeavam o mar m a partir de uma série de pequenos Enviar
portos, tentando deste modo evitar o pagamento das taxas exigidas pela casa aduaneira instalada na
Ilha de Moçambique. Por seu turno, os patamares encontravam-se ligados aos moradores, ou, e com
uma frequência cada vez maior, às casas comerciais indianas que lhes forneciam uma série de
artigos destinados ao comércio em troca do mar m por eles conseguido. Escusado será dizer que,
entre estas casas comerciais, os laços de deve e de haver, a cooperação mútua, e, claro está, as
rivalidades habituais, constituíam uma constante.

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Leia também: Desenvolvimento social, económica e político dos países capitalistas no século
XIX

O comércio de mar m no Estado de Angoche


A cerca de cem milhas a sul de Sancul, a meio caminho do delta do Zambeze, encontrava-se a antiga
cidade de Angoche. No início do século xvi, e devido à política conduzida pelo seu chefe, que tudo
zera para atrair os mercadores muçulmanos interessados nos lucros conseguidos com o comércio
do ouro proveniente do Zambeze, ao mesmo tempo que evitara cair nas mãos do monopólio
português estabelecido em Sofala, a cidade gozara de uma prosperidade notável. Contudo, em
meados do século, Quelimane desenvolvera-se como o principal porto de acesso ao interior,
diminuindo Angoche consideravelmente de importância, embora participasse de um modo algo
modesto no comércio do mar m. Os Portugueses mantinham aí um feitor, tendo este começado por
comprar mar m em nome da Coroa, depois do que o passara a fazer para o capitão de Moçambique.
São poucas as menções feitas a Angoche na literatura do século xvn, e, no século seguinte, sabemos
que a feitoria portuguesa acabara por ser encerrada. Deste modo, e durante um período de quarenta
anos, nenhum navio português dedicado ao comércio aí parou, pelo menos a título o cial.  Recent
No entanto, existiam uma série de laços que ligavam os sultões de Angoche aos portugueses
instalados na Ilha de Moçambique. Os sultões receberam dos Portugueses o título de capitão-mor, e, Taxa de Juros: de nição, tipos e
importância em Moçambique
enquanto parte desta relação especial, não pagavam quaisquer taxas alfandegárias relativas aos
navios por eles enviados para a ilha. No século xviu, os artigos exportados a partir de Angoche
Realização e Cessão de Contratos
paraallha de Moçambique consistiam quase que exclusivamente em produtos alimentares e nos
elaboradíssimos tapetes que, desde o século XVI, haviam tornado a cidade famosa. Porém, é Globalização Económica: de nição,

igualmente certo que canoas provenientes de Angoche visitavam certos assentamentos costeiros processos, acores, desa os, impactos,
áfrica e Moçambique
situados a sul, onde se dedicavam ao comércio do âmbar e do mar m.
Francisco Moraes Pereira, um juiz português que visitou Angoche em 1752, deixou-nos uma Ciência e Tecnologia nas Relações
descrição muito agradável deste entreposto independente da cultura islâmica. Por esta altura, e Internacionais: conceito e importância
devido a uma série de disputas com os macuas que habitavam a zona continental, a cidade velha
FIRMA: de nição, historial, constituição,
fora abandonada, encontrando-se agora Angoche edi cada num outro local.
registo, legalização da rma em
Moçambique, regimes e princípios
Conclusão
Terminado o trabalho pôde concluir-se que durante vários séculos o ouro foi o produto mais
importante no comércio com os Portugueses, mas quando começou a rarear ou quando não o havia
em determinada região, os Portugueses voltaram-se para o mar m. Com o m do ciclo do ouro e a
expulsão dos portugueses das terras do Mwenemutapa, o comércio de mar m ganhou maior
expressão com a participação dos portugueses nesta nova actividade mercantil. Contudo, deu
origem a con itos entre os vários Estados Marave. A norte do Zambeze, nos territórios situados entre
o rio Luangua e Quelimane, a produção de mar m crescia muito. A sua comercialização baseava-se,
sobretudo, na troca de tecidos e missangas por mar m.
O comércio do mar m ao longo do rio Zambeze parece ter sido a base do poder dos chefes Marave,
cujo centro se encontrava localizado junto ao rio Chire.
Vale citar também que o mar m era um produto exótico e caro que os Portugueses levavam para a
Europa a m de comerciar. Depois dos ciclos de exploração do ouro e do mar m, os Portugueses
começaram a comercializar escravos.

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Leia também: Formação das Blocos Militar e Alianças

Bibliogra a
• HEDGES, David (coord.). História de Moçambique: Moçambique no auge do colonialismo 1930-
1961. Vol.2, 2.ª edição, Maputo, Livraria Universitária, Universidade Eduardo Mondlane, 1999.
• LAMBERT, Jean-Marie Lambert. História da África Negra, Ed. Kelps, 2001.
• NEWITT, Malyn. História de Moçambique. Mem-Martins, Publicações Europa-América, 1997.
• PÉLISSIER, René. História de Moçambique: formação e oposição: 1854-1918. 2 vols., Lisboa,
Editorial Estampa, 1987-1988
• SERRA, Carlos (coord.). História de Moçambique: Parte I - Primeiras Sociedades sedentárias e
impacto dos mercadores, 200/300- 1885; Parte II - Agressão imperialista, 1886-1930. Vol. 1, 2.ª
edição, Maputo, Livraria Universitária, Universidade Eduardo Mondlane, 2000.

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