UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE TECNOLOGIA

Aula associada: Aula 2: Conceitos Básicos de Usinagem.

Assunto: Geometria de Corte.
Data de execução:10/02/2021
Data de entrega:10/02/2021
Aluno: Edison Miranda Junior - 15/0123558

Estudo Dirigido – ED02

1. O que diferencia os movimentos ativos, em usinagem, dos movimentos

passivos? Pense um pouco e explique como esse conceito se relaciona com o maior
ou menor grau de automação das máquinas?

Os movimentos ativos são movimentos relativos entre a peça e a ferramenta

de forma que a ferramenta promove a remoção de material na peça. Já os
movimentos passivos são movimentos relativos entre a ferramenta e a peça não
causa remoção de material na peça. Estes dois movimentos são importantes para o
bom processo de usinagem. Os movimentos passivos, embora não causam
mudança na peça, são totalmente necessários, pois antes de a ferramenta encostar
e arrancar parte da peça, é preciso que a ferramenta seja aproximada da peça em
posições específicas. Da mesma forma, após ser executado um corte, a ferramenta
deve se afastar da peça antes que a peça pare de se mover. Tecnicamente, todos
os movimentos são importantes para a correta formação da peça.

2. Considerando-se que, na maioria dos processos de usinagem, a velocidade

de corte (vc) é bem maior (cerca de 100 ~ 1000x) que a velocidade de avanço (vf),
que simplificação podemos fazer em relação às velocidades de corte (vc) e efetiva de
corte (ve)?

1
 Como a velocidade efetiva é a soma vetorial das velocidades de corte e de
avanço, tendo, estas duas velocidades, direções perpendiculares, a velocidade
efetiva pode ser calculada a partir do teorema de Pitágoras, sendo os catetos as
velocidades de corte e de avanço e a hipotenusa a velocidade efetiva. Quando um
triângulo retângulo tem um cateto muito maior que o outro o valor da hipotenusa é
quase igual ao cateto maior. Sendo assim, por simplificação, podemos assumir que
a velocidade efetiva é praticamente igual à velocidade de corte.

3. Com relação aos movimentos passivos, qual a diferença entre os

movimentos de ajuste e de correção?

Antes de iniciar a remoção de material da peça, é preciso ajustar o ponto zero

da ferramenta como sendo a ferramenta encostando na peça. Uma vez definido o
ponto zero, o movimento de ajuste é o movimento em que a ferramenta se move no
sentido radial para dentro da peça cuja distância movida é igual à distância radial
que se deseja retirar material da peça. No entanto, se muitas peças forem feitas em
série, como a ferramenta se desgasta, é necessário que se corrija o ponto zero
como sendo uma coordenada onde a ferramenta esteja mais pra dentro da peça
pois assim, o desgaste da ferramenta é compensado. Esse novo ajuste, necessário
devido ao desgaste da ferramenta, é denominado movimento de correção.

4. Dos três processos apresentados como exemplo (torneamento cilíndrico,

fresamento tangencial e furação) qual apresenta:

a. . Por quê?
b. η variável e φ constante. Por quê?
c. η e φ variáveis. Por quê?

a. O torneamento cilíndrico apresenta η e φ constantes uma vez que o corte é

contínuo e executado sempre num mesmo plano. Φ é sempre 90° e η = cotg(vf/vc).
Como vf e vc é sempre constante, η também é constante.

2
 b. O fresamento tangêncial apresenta η e φ variáveis uma vez que conforme
a posição dos dentes da ferramenta muda de posição, a direção do vetor vc também
muda enquanto a direção de vf é sempre constante.Como η e φ estão relacionados
à vf e vc, estes angulos variam conforme a direção de vc varia.

c. A furação apresenta η variável e φ constante. O valor de vc, e

consequêntemente o ângulo η, apresentam valores diferentes em cada ponto da
aresta da broca. Sendo assim, o valor de η não é constante. O valor de φ é sempre
de 90°.

5. Qual a característica que determina maior severidade ao processo de

furação? Por quê? E qual determina maior severidade ao processo de fresamento?
Por quê?

No processo de furação, a característica que determina maior severidade é o

diâmetro da broca, pois como a velocidade tangencial no ponto da aresta mais
afastado do centro da broca é proporcional ao raio da broca, uma broca com maior
diâmetro (e consequentemente maior raio) terá uma velocidade tangencial maior.
Como o calor gerado por atrito durante a furação está diretamente relacionado à
velocidade tangencial, uma broca mais grossa tende a esquentar mais.
No processo de fresamento, a característica que determina maior severidade
é o fato de o se tratar de um corte interrompido. Como os dentes da ferramenta
iniciam e terminam o contato com a peça a cada rotação, o material da ferramenta
sofre constante compressão e descompressão o que causa fadiga mecânica. Além
disso, como o corte é interrompido, a ferramenta sofre aquecimento enquanto corta
e resfriamento enquanto não está cortando. Esse processo de aquecimento e
resfriamento, ocorrendo varias vezes a cada ciclo da ferramenta, causa um ciclo de
dilatação e compressão e consequentemente uma fadiga térmica.

6. De que forma o avanço (f) influencia no acabamento superficial da peça

usinada?

3
 O acabamento superficial da peça está relacionado com a qualidade final do
corte da peça. Uma peça apresenta um melhor acabamento quanto menor for a
rugosidade em sua superfície. A velocidade de avanço está diretamente relacionada
à qualidade do corte da peça. Se a velocidade de avanço for rápida demais o corte
pode se tornar grosseiro impactando na qualidade da peça. Por isso, quanto menor
for a velocidade de avanço melhor o acabamento superficial da peça. É claro que
essa velocidade está associada ao tipo de material da peça. Sendo assim, é
necessário definir uma velocidade de avanço que traga um resultado satisfatório na
qualidade final da peça ao mesmo tempo em que seja possível produzir a peça
dentro de um tempo também satisfatório.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GENNARI, Walter Jr. Conceitos básicos de usinagem: Geometria do Corte. 2021.

10 slides. PDF.

MOVIMENTO DE CORTE: Disponível em:

https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/3568-movimento-de-corte
Acessado em 09 de fevereiro de 2021.