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Eletricidade Aplicada - Engenharia Química

Aluna: Gabriela Pozzebon Data: 09/12/2021


Professor: Eloir De Carli

Relatório – Leis de Kirchhoff

Introdução

As Leis de Kirchhoff foram criadas pelo físico alemão Gustav Robert Kirchhoff e são
amplamente utilizadas para análises de circuitos elétricos complexos, que não podem ser
simplificados. Para melhor compreendê-la, algumas definições como a de nó, ramo e malha
precisam estar claras. (HELERBROCK, [20--])

 Nó: Corresponde a qualquer ponto do circuito onde ocorre a intersecção de no


mínimo três fios condutores.
 Ramo: Qualquer trecho do circuito que liga dois nós consecutivos.
 Malha: Conjunto de dois ou mais ramos do circuito fechado.

A Primeira Lei de Kirchhoff, também conhecida como Lei dos Nós, se aplica aos pontos
do circuito onde a corrente elétrica se divide. A Lei dos Nós nos diz que a soma das
correntes que chegam em um nó é igual a soma das correntes que saem. Esta lei é
consequência da conservação da carga elétrica, cuja soma algébrica das cargas existentes
em um sistema fechado permanece constante. (GOUVEIA, [20--])

Já, a Segunda Lei de Kirchhoff, conhecida como Lei das Malhas, é uma consequência
da conservação de energia. Segundo Mattede (2014), “A segunda Lei de Kirchhoff afirma
que ao percorrer uma malha por um determinado sentido, partindo e chegando ao mesmo
ponto, a soma das tensões em uma malha deve ser igual a zero.”

Com o objetivo de pôr em prática o conhecimento adquirido de forma teórica sobre as


Leis de Kirchhoff, no dia 02 de dezembro de 2021, no Campus Feliz, houve a realização
da atividade experimental a fim de verificar experimentalmente a Lei dos Nós e a Lei das
Malhas, utilizando os equipamentos necessários e roteiro auxiliar.
Procedimento Experimental

Seguindo o roteiro sobre as Leis de Kirchhoff, disponibilizado no ambiente virtual do


Moodle, foi necessário para a realização do procedimento experimental alguns
equipamentos:

 1 Placa para ensaios de circuitos elétricos;


 1 Fonte DC;
 1 Conjunto de conectores;
 3 Resistores (R1 = 47 Ω, R2 = 100 Ω e R3 = 200 Ω);
 2 Multímetros;
 1 Chave liga-desliga;

O experimento em si foi subdividido essencialmente em dois procedimentos que serão


elucidados abaixo e que constam no roteiro:

1. Verificação da 1ª Lei de Kirchhoff (Lei dos Nós): Nessa primeira etapa, foi
necessário montar o circuito conforme a Figura 1.

Figura 1: Resistores em paralelo.

Fonte: (ROTEIRO, 2021).

Após a montagem do circuito, foi realizada a medição da tensão da fonte com a chave
desligada, ou seja, aberta. Utilizando o valor obtido e também os valores teóricos dos
resistores foi feito o cálculo dos valores teóricos da corrente total e de cada resistor pela
Lei de Kirchhoff.
Realizada esta etapa, o circuito foi ajustado conforme a Figura 2 a fim de medir a
corrente em cada resistor. Assim, anotando o valor experimental da corrente em R1, R2 e
R3.

Figura 2: Montagem do circuito para medir corrente no resistor R1.

Fonte: (ROTEIRO, 2021).

2. Verificação da 2ª Lei de Kirchhoff (Lei das Malhas): Nessa última etapa de


procedimentos, o circuito foi montado conforme a Figura 3, com uma fonte, uma chave
liga-desliga, um amperímetro e três resistores em série (R1 = 47 Ω, R2 = 100 Ω e R3 = 200
Ω).

Figura 3: Três resistores em série.

Fonte: (ROTEIRO, 2021).

Desse modo, foram realizadas as medições da força eletromotriz (ε) fornecida pela fonte,
da resistência de cada resistor do circuito, do valor da corrente pela Lei de Kirchhoff e
também das quedas de tensão (R x i) em cada resistor. E, além disso, foram obtidos os
valores teóricos de cada um dos componentes acima com o objetivo de verificar os
resultados.
Resultados e Discussão

Seguindo o primeiro procedimento, a Figura 4 mostra o circuito que foi montado a fim
de realizar as medições requeridas no roteiro.

Figura 4: Circuito com resistores em paralelo

Fonte: Imagem do autor.

Com o circuito montado exatamente como está sendo representado na Figura 4, foi
realizada a medição do valor da diferença de potencial da fonte que indicava valor máximo
de 6V com a chave liga-desliga aberta, no entanto, o valor obtido foi de 5,67V.

Posteriormente a fim de medir a resistência, o amperímetro foi sendo deslocado como


mostra a Figura 2, de modo que fizesse essa medição em cada resistor. Todos os valores
obtidos para corrente experimentalmente e teoricamente, podem ser observados na Tabela
1 onde há a comparação dos resultados.

Tabela 1: Comparativo entre os valores teóricos e experimentais.

i (R1) i (R2) i (R3) i (Total)

i (teórico) 0,12A 0,06A 0,03A 0,21A

i (experimental) 0,06A 0,04A 0,02A 0,12A


Fonte: Autor próprio.

Percebe-se que na prática houve uma significativa discrepância de resultados se


comparado com os valores calculados teoricamente. Provavelmente, isso ocorreu por conta
da dissipação de energia na forma de calor através dos resistores, os tornando não ôhmicos.

A fim de melhor elucidar os conhecimentos adquiridos sobre o termo “nó”, os nós do


circuito montado foram marcados através de círculos vermelhos na Figura 5 abaixo.

Figura 5: Nós do circuito.

Fonte: Imagem editada pelo autor (ROTEIRO).

O desenho esquemático da Lei dos Nós para a montagem do circuito da Figura 4


pode ser visto abaixo na Figura 6. Através dela, chega-se à conclusão de que 𝑖 = 𝑖1 +
𝑖2 + 𝑖3 , assim como nos diz a 1ª Lei de Kirchhoff.

Figura 6: Esquema da Lei dos Nós.

Fonte: Autor próprio.


No procedimento seguinte, com o objetivo de verificar a 2ª Lei de Kirchhoff, o
circuito foi montado conforme a Figura 7.

Figura 7: Circuito com três resistores em série.

Fonte: Imagem do autor.

Feito isso, foi feita a medição da força eletromotriz (ε) fornecida pela fonte que deu o
resultado de 6V. Todos os demais resultados obtidos teoricamente e experimentalmente
estão elucidados na Tabela 2.

Tabela 2: Comparativo entre os valores da associação em série.

R1 R2 R3

Resistência (teórica) 47Ω 100Ω 200Ω

Tensão da fonte 6V 6V 6V
(medida)

Corrente (teórica) 0,017A 0,017A 0,017A

Queda de potencial R 0,80 1,7 3,4


x i (teórica)

Resistência (medida) 46,2 Ω 98,5 Ω 196,3 Ω

Corrente (medida) 0,0168A 0,0168A 0,0168A

Queda de potencial 0,75 1,6 3,2


(medido)
Fonte: Autor próprio.

Pode-se afirmar que houve sim a validação da Lei das Malhas na parte teórica e uma
leve discrepância quase que imperceptível na parte experimental, mas ainda assim
validando esta lei. Ademais, os valores obtidos experimentalmente da queda de potencial
não diferiram muito do que foi previsto teoricamente.

Fontes de erro

É claro que o experimento busca ser o mais real e assertivo possível, no entanto, no
decorrer do experimento diversas discrepâncias podem ter ocorrido devido a possíveis
falhas nos equipamentos, no modo de manuseio, má interpretação de resultados, entre
outras. Nesse experimento, os resistores possivelmente dissiparam energia em forma de
calor, assim não sendo ôhmicos como deveriam ser na teoria. Ademais, os fios utilizados
podem não ter se comportado como ideais.

Conclusão

Os dados obtidos através dos procedimentos experimentais nos revelam as validações


das Leis de Kirchhoff nos experimentos realizados. Desse modo, estabelecendo relações
entre as tensões e correntes que servem como base para o estudo dos circuitos elétricos,
facilitando muitas vezes os cálculos em circuitos elétricos considerados complexos.

Referências

- HELERBROCK, Rafael. Leis de Kirchhoff. [20--]. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/fisica/leis-de-kirchhoff.htm. Acesso em: 02 de dezembro de
2021.

- MATTEDE, Henrique. Primeira lei de kirchhoff, o que é?. 2014. Disponível em:
https://www.mundodaeletrica.com.br/primeira-lei-de-kirchhoff-o-que-e/. Acesso em: 02 de dezembro
de 2021.

- ROTEIRO. Roteiro das Leis de Kirchhoff. 2021. Disponível em:


https://moodle.feliz.ifrs.edu.br/pluginfile.php/121941/mod_resource/content/2/LEIS%20
DE%20KIRCHOFF.docx.pdf. Acesso em: 02 de dezembro de 2021.
- GOUVEIA, Rosimar. Leis de Kirchhoff. [20--]. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/leis-de-kirchhoff/. Acesso em: 02 de dezembro de 2021.

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