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TALITA MARIA MACHADO DE FREITAS

VAMOS FALAR
SOBRE
ANSIEDADE?
Dedicatória

Dedico este livro a todas as


pessoas que de alguma forma
sofrem com a ansiedade.
APRESENTAÇÃO

Este livro tem como objetivo oferecer ao


estimado leitor uma linguagem descomplicada
sobre a ansiedade, tendo em vista que
nosso país é um dos primeiros do
ranking mundial com um alto
índice da população diagnosticada
de ansiedade, sendo este também
um dos maiores incapacitantes.
Prefácio

O livro oferece autores conta também


com embasamento mundial por meio
do Manual de doenças mundiais, que
além de ser um referencial utilizado
em todo o mundo e uma base para os
critérios diagnósticos utilizados na
psiquiatria e na psicologia para
diversas classificações de transtornos
patológicas mentais, além de oferecer
possibilidades clínicas de tratamento.
A necessidade sentida pela autora se dá
pela contribuição empírica sobre a
ansiedade, hoje se você falar que está
ansioso logo encontrará um expert para
lhe oferecer conselhos e tratamentos sem
ter um diploma ou ser especialista.
Acreditem, isso é bem perigoso!
NOTA SOBRE AUTORA

Talita Maria Machado de Freitas é


psicóloga clínica.
Formada pela Universidade Estadual
de Minas Gerais.
É pós-graduada em psicologia clínica
pela faculdade futura.
Pós-graduada em terapia cognitivo
comportamental pela federação
brasileira de terapia cognitiva.
Especialista em Hipnose clínica.
Especialista em Inteligência emocional.
Especialista em Transtornos de
personalidade.
Especialista em Psiquiatria.
Aluna especial PPGDIRE
Mestranda Estácio Rj
Sumário

O que é ansiedade

Tipos de ansiedade

Lidando com a
ansiedade
O que é
ansiedade?
O intuito deste livro não é te
incentivar a não ter a
ansiedade, até porque a
ansiedade é um sentimento,
que está alicerçada em nosso
sistema límbico responsável
por nossas emoções e
sentimentos, localizado no
cérebro humano.
Assim como a amígdala no
córtex, ela é uma
estrutura cerebral
altamente implicada na
manifestação de reações
emocionais e na
aprendizagem de
conteúdo
emocionalmente
relevante. Esta estrutura
apresenta um relativo
dimorfismo sexual e está
relacionada com a
manifestação de
comportamentos sociais.
Portanto é impossível não
sentir ansiedade, já que ela
está presente desde os
meses iniciais na vida do
bebê, conhecida pela
psicologia do
desenvolvimento como a
ansiedade de separação,
que ocorre no momento
em que o bebê é separado
de sua figura cuidadora.
Segundo Castillo ARGL et
al. 2000, Ansiedade é um
sentimento vago e
desagradável de medo,
apreensão, caracterizado
por tensão ou desconforto
derivado de antecipação
de perigo, de algo
desconhecido ou estranho.
Sendo a ansiedade um
sentimento, um tanto quanto
desagradável, temos também
a tristeza, raiva, medo,
angústia, solidão, e mesmo
sendo sentimentos ruins
fazem parte da vivência
cotidiana de todos nós.
Porém precisamos
reconhecer que tais
sentimentos dividem-se em
duas categorias, a categoria
de normalidade como função
do nosso cérebro, e as
patológicas que envolvem um
quadro de profunda dor e
sofrimento, gerando
dificuldades das atividades do
dia a dia.
Vamos à exemplificação
Imagine você sendo
convidado a participar de
um evento no qual haverá
um número
consideravelmente grande
de pessoas.
Você sentirá ansiedade!
Ficará preocupado em
como será a apresentação,
se irá conseguir, neste
contexto surgirá talvez
insegurança, medo e muita
preocupação.
Mas você irá conseguir
realizar sua participação,
mesmo diante das
dificuldades.
Outro exemplo são
viagens, você tem uma
viagem marcada, sentirá
ansiedade!
Provavelmente você
passará a noite acordado
pensando em como será a
viagem, se será agradável
ou não.
Veja, os dois exemplos são
contextos comuns de
ansiedade, todos envolvem
o sentimento de medo,
preocupação,
pensamentos futuros,
projeção, simulações
mentais. Eles ocorrem
sempre!
Como foi dito no início do livro,
são sentimentos naturais do ser
humano, refletindo sobre esse
contexto conclui-se que um ser
sem sentimentos é perigoso para
si mesmo e para todos à sua
volta.
Agora vamos falar sobre a
ansiedade patológica,
essa por sua vez ocasiona
reações físicas graves e
modificam a estrutura
comportamental do
indivíduo, sua duração
não é momentaneamente
rápida ou passageira, se
instala em toda ou
qualquer situação
cotidiana.
Para Castillo ARGL et al. “A
ansiedade e o medo passam a ser
reconhecidos como patológicos
quando são exagerados,
desproporcionais em relação ao
estímulo, ou qualitativamente
diversos do que se observa como
norma naquela faixa etária e
interferem com a qualidade de vida,
o conforto emocional ou o
desempenho diário do indivíduo.
Tais reações exageradas ao
estímulo ansiogênico se
desenvolvem, mais comumente, em
indivíduos com uma predisposição
neurobiológica herdada.”
Segundo a 5ª edição do
Manual Diagnóstico e
Estatísticos de
Transtornos Mentais
(DSM-5), da Associação
Americana de Psiquiatria,
os Transtornos de
Ansiedade incluem
transtornos que
compartilham
características de medo e
ansiedade excessivos e
perturbações
comportamentais
relacionadas.
Ansiedade está muito
além de roer unhas,
que inclusive é um
comportamento
geralmente aprendido
não um sintoma de
ansiedade
propriamente dito.
Estou mencionando
este fato por ouvir
diversas pessoas que
acreditam que roer
unhas é a
característica principal
da ansiedade, mas não
é.
As principais reações da
ansiedade são:

1. Inquietação ou sensação
de estar com os nervos à
flor da pele.
2. Fatigabilidade.
3. Dificuldade em
concentrar-se ou
sensações de “branco” na
mente.
4. Irritabilidade.
5. Tensão muscular.
6. Perturbação do sono
(dificuldade em conciliar ou
manter o sono, ou sono
insatisfatório e inquieto)
Sendo ansiedade e
preocupação excessivas
(expectativa apreensiva),
ocorrendo na maioria dos
dias por pelo menos seis
meses, com diversos
eventos ou atividades (tais
como desempenho escolar
ou profissional).
O indivíduo considera
difícil controlar a
preocupação.
Tipos de
Ansiedade
Transtorno de ansiedade
generalizada
As características do TAG apresentam medo
excessivo, preocupações ou sentimentos de
pânico exagerados e irracionais a respeito de
várias situações. Estão constantemente tensão
e dão a impressão de que qualquer situação é
ou pode ser provocadora
de ansiedade. São pessoas que estão sempre
muito preocupadas com o julgamento de
terceiros em relação a seu desempenho
em diferentes áreas e necessitam
exageradamente que
lhes renovem a confiança, que as tranqüilizem.
Apresentam dificuldade para relaxar, queixas
somáticas sem causa aparente
e sinais de hiperatividade autonômica (ex.
palidez, sudorese, taquipnéia, tensão muscular
e vigilância aumentada).
Fobias específicas

Fobias específicas são definidas


pela presença de medo
excessivo
e persistente relacionado a um
determinado objeto ou
situação, que não seja situação
de exposição pública ou medo
de ter um ataque de pânico.
Fobia social

Da mesma forma que se observa em


adultos, o medo persistente
e intenso de situações onde a pessoa
julga estar exposta à
avaliação de outros, ou se comportar
de maneira humilhante
ou vergonhosa, caracteriza o
diagnóstico de fobia social em
crianças e adolescentes. Em jovens, a
ansiedade pode ser expressa
por choro, “acessos de raiva” ou
afastamento de situações
sociais nas quais haja pessoas não
familiares.
Transtorno de estresse pós-
traumático (TEPT)
O diagnóstico do TEPT é feito quando, em
conseqüência à exposição a um
acontecimento que ameace a integridade ou
a vida da criança, são observadas alterações
importantes no seu comportamento, como
inibição excessiva ou desinibição, agitação e
reatividade emocional aumentada,
hipervigilância, além de pensamentos
obsessivos com conteúdo relacionado à
vivência
traumática (em vigília e em pesadelos
durante o sono). Também é observado
comportamento de evitar estímulos
associados ao evento traumático. Pelos
critérios diagnósticos do DSMIV, tais
sintomas devem durar mais de um mês e
levar a comprometimento das atividades do
paciente.
Transtorno de Pânico

Se refere a ataques de pânico


inesperados recorrentes Um
ataque de pânico é um surto
abrupto de medo ou
desconforto intenso que alcança
um pico em minutos e durante o
qual ocorrem quatro ou mais de
uma lista de 13 sintomas físicos
e cognitivos. O termo recorrente
significa literalmente mais de um
ataque de pânico inesperado. O
termo inesperado se refere
a um ataque de pânico para o
qual não existe um indício ou
desencadeante óbvio no
momento da ocorrência – ou
seja, o ataque parece vir do
nada, como quando o indivíduo
está relaxando ou emergindo
do sono (ataque de pânico
noturno).
Lidando com a
ansiedade
De acordo com a OMS,
Organização Mundial de
Saúde, o Brasil é
considerado o país mais
ansioso do mundo e o
quinto mais depressivo.
Mesmo com dados tão
alarmantes, muitas pessoas
não procuram ajuda ou não
encontram assistência
médica adequada.12 de nov.
de 2020.
A idade média de início do transtorno é 30
anos; entretanto, a idade no início se
estende por um período muito amplo. A
idade média de início é mais tardia do que
para outros transtornos de ansiedade. Os
sintomas de preocupação e ansiedade
excessivas podem ocorrer no início da vida,
mas manifestam-se como um
temperamento ansioso. O início do
transtorno raramente ocorre antes da
adolescência. Os sintomas tendem a ser
crônicos e têm remissões e recidivas ao
longo da vida, flutuando entre formas
sindrômicas e sub sindrômicas do
transtorno. As taxas de remissão completa
são muito baixas.(DSM V)
Fatores de Risco e Prognóstico

Temperamentais.
Inibição comportamental, afetividade negativa
(neuroticismo) e evitação de danos foram
associadas ao transtorno de ansiedade.
Ambientais
Embora as adversidades na infância e a
superproteção parental tenham sido
associadas ao transtorno de ansiedade
generalizada, não foram identificados fatores
ambientais específicos para o transtorno ou
necessários ou suficientes para fazer o
diagnóstico.
Genéticos e fisiológicos
Um terço do risco de experimentar
transtorno de ansiedade é genético. Os
fatores genéticos se sobrepõem ao risco
de neuroticismo e são compartilhados
com outros transtornos de ansiedade e
humor, particularmente o transtorno
depressivo maior.
A preocupação excessiva prejudica a
capacidade do indivíduo de fazer as coisas
de forma rápida
e eficiente, seja em casa, seja no trabalho. A
preocupação toma tempo e energia; os
sintomas associados
de tensão muscular e sensação de estar
com os nervos à flor da pele, cansaço,
dificuldade
em concentrar-se e perturbação do sono
contribuem para o prejuízo. A preocupação
excessiva
pode prejudicar de forma importante a
capacidade desses indivíduos de incentivar
o sentimento
de confiança em seus filhos.
Lidar com a ansiedade
patológica (transtorno de
ansiedade) não é uma tarefa
fácil!
Extremamente importante e
essencial um acompanhamento
sistemático de profissionais,
tais como o tratamento
medicamentoso (psiquiatria) e
psicoterapias (psicólogos)
especializados.
Referências Bibliográficas

Organização Mundial da Saúde (OMS). CID-10 – Classificação


Internacional de Doenças, décima versão. Genebra: Organização
Mundial da Saúde; 1992.

American Psychiatric Association (APA). DSM IV – Diagnostic and


Statistical Manual for Mental Disorders, 4th version. Washington
(DC): American Psychiatric Press; 1994.

American Psychiatric Association (APA). DSM-IIIR – Diagnostic and


Statistical Manual for Mental Disorders, 3rd version, revised.
Washington (DC): American Psychiatric Press; 1987.

Gorman JM, Kent JM, Sullivan GM, Coplan JD. Neuroanatomical


hypothesis of panic disorder, revised. Am J Psychiatry.
2000;157:493-505.

Rev Bras Psiquiatr. 2012;34(Supl1):S05-S08.


Contato:

psi.talitafreitass@gmail.com

talitafreitaspsi

Talita Freitas

@TalitaF69360409

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