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Nada mais longínquo do espírito de infância do que a

excessiva sistematização e metodologia em qualquer aspeto


da vida espiritual. Principalmente a oração há-de ser como
uma respiração de amor, algo que brote da alma com
naturalidade e simplicidade. Santa Teresinha de Lisieux
dizia que a oração há-de ser como um voo do coração, «um
simples olhar para o Céu, um grito de gratidão e amor, tanto
em meio à prova quanto em meio ao gozo. É uma coisa
elevada, sobrenatural, que dilata a alma e a une com Deus».
E acrescenta ainda: «faço como os meninos que não sabem
ler: digo simplesmente a Deus o que quero dizer, e Ele
entende-me sempre1». É simplesmente, o trato natural e
espontâneo de um filho para com o melhor dos pais.
«Algumas vezes, quando o meu espírito sente uma aridez
tão grande que não consigo ter um só bom pensamento, rezo
muito devagar o Pai Nosso ou a Ave-Maria. Estas orações
encantam-me, alimentam divinamente a minha alma e me
bastam».
Se quiséssemos resumir em uma fórmula simplificadora
o que era a oração para Santa Teresinha, diríamos que
consistia em respirar amor para o nosso Pai Celestial, para
Jesus, para Maria, para os Anjos, para a Igreja… Nada mais2.

1 Cf. História de uma Alma cap. 10.


2 Excerto retirado da obra de Marín, Pe António Royo. Doctoras de la Iglesia. BAC. Madrid, 2015.

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